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O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), reforçou nesta terça-feira, 29, que houve prevaricação do presidente Jair Bolsonaro no suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin. O contrato é investigado pela CPI após o depoimento do deputado Luis Miranda (DEM-DF), que disse ter alertado o chefe do Planalto sobre o caso.

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), apresentou uma questão de ordem na CPI questionando o ato feito pelo vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que encaminhou uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a abertura de inquérito para investigar se Bolsonaro cometeu crime de prevaricação. O ofício também foi assinado pelos senadores Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO).

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"A notícia-crime ora em análise não detém aptidão mínima nem justa causa idônea para seu devido prosseguimento", afirmou o governista. A representação dos senadores foi encaminhada para a Procuradoria-Geral da República, responsável por investigar o presidente da República em caso de crime comum. "A sua questão de ordem não é para cá, é para outro ambiente. Não é para a CPI", disse o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), que também já afirmou que Bolsonaro prevaricou no caso.

Na versão do líder do governo, Bolsonaro acionou o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para apurar a denúncia de Luis Miranda no dia 22 de março. No dia seguinte, Pazuello foi exonerado do cargo. De acordo com Bezerra, coube ao ex-secretário-executivo do ministério Elcio Franco apurar os indícios - que verificou não haver irregularidades contratuais.

O relator da CPI apresentou uma linha do tempo reforçando a participação de Bolsonaro na Covaxin. Documentos enviados para a comissão mostram que o chefe do Planalto enviou uma carta, no dia 8 de janeiro, pedindo 20 milhões de doses para a Índia enquanto recusava a oferta de 170 milhões de doses da Pfzier, do Butantan e do consórcio Covax Facility.

O acordo para compra da Covaxin foi fechado no dia 25 de fevereiro. A medida provisória que abriu caminho para a aquisição, por sua vez, foi assinada no dia 10 de março, antes da conversa entre Bolsonaro e Luis Miranda.

"É muito mais grave o que envolve o presidente da República porque ele não só teve conhecimento, ele participou em todos os momentos", disse Renan, discutindo com o líder do governo, para quem o relator estava antecipando um posicionamento sem investigar. "Seria o caso deste contumaz e compulsivo veiculador de fake news recuperar um pouco a sua memória", afirmou Renan.

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) a notícia-crime protocolada por senadores da CPI da Covid que pedem abertura de inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro por suposta prevaricação no caso envolvendo a compra da vacina Covaxin. Rosa foi sorteada relatora do caso na Corte.

A peça assinada pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) defende que Bolsonaro cometeu crime de prevaricação ao não determinar à Polícia Federal investigações de possíveis irregularidades relatadas pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão servidor do Ministério da Saúde na compra da Covaxin.

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Os irmãos Miranda depuseram na CPI na última sexta-feira e disseram que alertaram o presidente sobre o suposto caso de corrupção. Os dois envolveram o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR) no que Bolsonaro teria chamado de "rolo" na pasta.

A notícia-crime também pede que o presidente da República responda em 48 horas se foi comunicado das denúncias feitas pelos irmãos Miranda. De acordo com a lei, se comunicado, Bolsonaro teria de ter pedido a abertura de investigação ao ouvir as suspeitas, sob pena de cometer crime de prevaricação.

Agora, a manifestação sobre a notícia-crime cabe ao procurador-geral da República, Augusto Aras. Como mostrou a Coluna do Estadão, Aras encontra-se em uma saia-justa. Ao mesmo tempo que deseja ser reconduzido ao cargo pelas mãos do presidente, tem pouco espaço para engavetar o pedido de abertura de inquérito. Na leitura de parlamentares, já há elementos suficientes para tipificar o crime de prevaricação e não haveria motivos para Aras esperar por mais evidências.

A suspeita de irregularidade no contrato de compra da vacina indiana Covaxin deu força à realização de novos atos de rua contra o presidente Jair Bolsonaro e fizeram com que a palavra "impeachment" estivesse mais presente no discurso de lideranças políticas não só do campo da esquerda.

Representantes do PT, PSOL, PCdoB, PDT, PSB, Rede, UP, PV e Cidadania estarão ao lado de lideranças de entidades como a Central de Movimentos Populares (CMP), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e União Nacional dos Estudantes (UNE) em um ato, nesta quarta (30), em Brasília, para projetar a apresentação de um "superpedido" de impeachment.

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A iniciativa tem apoio de ex-aliados de Bolsonaro da direita, como os deputados Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP). Novos atos de rua também estão sendo convocados para o próximo sábado, 3.

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, disse que tem pressionado aliados do centro a encampar a proposta. "As oposições precisam se unir pelo impeachment", disse. Para ex-presidenciável do Novo, João Amoêdo, a construção de uma terceira via na eleição de 2022 será uma consequência desta convergência. "Há uma quantidade maior de pessoas buscando o impeachment do que buscando uma terceira via", disse.

Os principais partidos do centro, no entanto, ainda não tomaram posição formal sobre o tema, apesar de a adesão ao movimento ter crescido nas bases e ganhado adeptos nas bancadas. O "presidenciável" tucano, o senador Tasso Jereissati (CE) diz que só apoia o movimento se for comprovado que houve prevaricação de Bolsonaro no caso Covaxin.

Para o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (Progressistas-AM), o movimento ainda está muito concentrado na esquerda, que precisaria unificar o discurso em vez de ampliar o leque de pautas. "Acredito que as manifestações precisam ser mais amplas para que o centro moderado se enxergue nela. O foco tinha que ser a vacina."

Apesar da Força Sindical, uma das maiores centrais sindicais brasileiras, estar na linha de frente do movimento "Fora Bolsonaro", o deputado Paulinho da Força (Solaridariedade-SP), um dos fundadores da entidade, é contra o impeachment. "Não acredito em impeachment há 1 ano e 3 meses da eleição", afirmou.

Um dos organizadores dos atos pró-impeachment contra Bolsonaro, o líder da CMP, Raimundo Bonfim, cobrou do centro uma sinalização. "Esses setores precisam tomar uma decisão", disse. "Vamos sentar e discutir. Os sindicatos levam as bandeiras deles, mas o mote geral é o 'Fora Bolsonaro'". Bonfim ressaltou, ainda, que os atos marcados para sábado não são uma antecipação dos eventos do dia 24 de julho, que continuam na agenda.

Mapa

Em outra frente, o Vem Pra Rua, um dos grupos que liderou atos pelo impeachment de Dilma Rousseff, colocou ontem no ar site adeusbolsonaro.com.br que registra o posicionamento de todos os deputados federais e senadores em relação ao impeachment.

O grupo vai apresentar um pedido próprio de impedimento, mas planeja ir para as ruas só a partir de outubro, quando aumentar a taxa de vacinados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede), que é vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI da Covid), protocolou, nesta segunda-feira (28), notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por prevaricação no caso da suspeita de corrupção na compra da vacina Covaxin.

A notícia-crime ganhou corpo com o depoimento do deputado Luis Miranda (DEM) e do seu irmão, o servidor público Luis Ricardo Miranda. Randolfe pede que o Supremo Tribunal Federal (STF) acolha o ato e notifique a Procuradoria Geral da República (PGR), além de adotar medidas contra o presidente.

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O senador quer ainda que o STF abra um prazo de 48 horas para que Bolsonaro responda ao tribunal se foi ou não comunicado das denúncias reveladas pelos irmãos e se revelou que o líder do governo, o deputado federal Ricardo Barros (Progressistas), foi o responsável pela corrupção. 

"A prevaricação é crime e é por isso que compreendemos a necessidade do Supremo Tribunal Federal e da Procuradoria da República instaurarem um procedimento de investigação", pontua o senador.

A CPI da Pandemia vai ouvir, na quinta-feira (1º), a partir das 10h, o empresário Francisco Emerson Maximiano, sócio-administrador da Precisa Medicamentos. A Precisa é a intermediária da compra das vacinas Covaxin, da Bharat Biotech. Em depoimento à CPI na última sexta-feira (25), o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, que é servidor concursado do Ministério da Saúde, indicaram suspeitas de irregularidades envolvendo a compra dessa vacina.

Segundo o depoimento de ambos os irmãos, Luis Ricardo teria sido pressionado por seus superiores no Ministério da Fazenda a agilizar a compra da Covaxin.

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O requerimento para a convocação de Maximiano foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). O parlamentar disse que esse depoimento é importante “para que seja possível esclarecer os exatos termos das tratativas entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde para a aquisição da Covaxin”. Ele também disse que a oitiva do sócio da Precisa pode ajudar a “apurar eventual beneficiamento ilícito” dos envolvidos no negócio.

Com informações da Agência Senado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid retoma as atividades nesta terça-feira (29), após sessão tensa que recebeu os irmãos Luis Ricardo Miranda e Luis Claudio Miranda, denunciantes de supostas irregularidades no Ministério da Saúde envolvendo a compra da vacina Covaxin. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria sido alertado de tais irregularidades e, ao invés de apurá-las, as creditou ao líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR)”. A suspeita é de superfaturamento e corrupção.

Para esta terça, a CPI ouve o deputado estadual Fausto Junior (PRTB-AM), mas outros nomes são cogitados e podem ser confirmados ainda na próxima sessão. Confira os nomes confirmados e os possíveis convocados:

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Fausto Junior, relator da CPI da Saúde do Amazonas

O deputado estadual do Amazonas Fausto Vieira dos Santos Junior (PRTB) é presença confirmada na reunião da CPI nesta terça (29), que começa às 9h. Junior foi relator da CPI da Saúde realizada pela Assembleia Legislativa do estado em 2020. O requerimento de convocação é de autoria de Marcos Rogério (DEM-RO) e foi aprovado em 16 de junho.

O senador afirma que, desde 2020, o governo do Amazonas é alvo de investigações coordenadas pela Polícia Federal referentes a fraudes em aquisições emergenciais e desvio de recursos públicos destinados ao enfrentamento da pandemia da covid-19. O parlamentar observa que a CPI estadual foi instalada em maio do ano passado justamente para investigar a ocorrências de atos administrativos ilícitos durante a crise sanitária.

As investigações da CPI revelaram que autoridades, servidores públicos e representantes de empresas privadas se associaram com o intuito de obter vantagens patrimoniais indevidas. Além disso, de acordo com o senador, a CPI da Saúde teve atuação decisiva e complementar nas linhas de investigação do chamado “escândalo dos ventiladores pulmonares” comprados pelo governo do Amazonas por intermédio de uma loja de vinhos.

O empresário Carlos Wizard Martins

Carlos Martins, apontado como integrante do “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Bolsonaro no enfrentamento à pandemia, deve ser ouvido pela CPI nesta quarta-feira (30), às 9h. Ele foi inserido na lista dos primeiros 14 investigados da CPI e tinha testemunho marcado desde 17 de junho, mas não compareceu. Ao saber que seria convocado pela comissão, o empresário tentou inicialmente ser ouvido por videoconferência, o que lhe foi negado.

Apesar de ter obtido habeas corpus, concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso para não responder a perguntas que o incriminasse, o empresário, que estaria nos Estados Unidos desde 30 de março, não se apresentou ao colegiado, o que o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), definiu à época como um desrespeito "não com a CPI, mas com o STF".

O empresário retornou ao Brasil nesta segunda-feira (28). A Justiça Federal em Campinas (SP) autorizou a retenção de seu passaporte, o que foi feito assim que ele desembarcou no Aeroporto de Viracopos (SP).

Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos

A CPI da Pandemia vai ouvir, na quinta-feira (1º), a partir das 10h, o empresário Francisco Emerson Maximiano, sócio-administrador da Precisa Medicamentos. A Precisa é a intermediária da compra das vacinas Covaxin, da Bharat Biotech. Em depoimento à CPI na última sexta-feira (25), o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, que é servidor concursado do Ministério da Saúde, indicaram suspeitas de irregularidades envolvendo a compra dessa vacina.

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) anunciou a votação da convocação do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do Governo na Câmara, para falar sobre supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. Os empresários Carlos Wizard e Francisco Maximiano serão ouvidos na quarta (30) e quinta-feira (1º) sobre esse contrato. O senador Marcos Rogério (DEM-RO) destacou que a Polícia Federal já está investigando o caso.

Prorrogação da CPI pode ser solicitada

Após as denúncias envolvendo a compra da Covaxin, a cúpula da CPI defendeu a prorrogação dos trabalhos do colegiado para aprofundar as investigações. A CPI tem prazo de funcionamento de 90 dias, que termina no dia 7 de agosto. Se prorrogada, a comissão irá até novembro.

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou requerimento e já conseguiu as 27 assinaturas necessárias para a prorrogação. O artigo 152 do Regimento Interno do Senado Federal determina que o prazo poderá ser prorrogado por meio de requerimento de um terço dos membros da Casa.

Após o depoimento dos irmãos Miranda apontar pressões e irregularidades para a compra da vacina indiana Covaxin, senadores que integram a CPI da Pandemia defendem a prorrogação dos trabalhos do colegiado para aprofundar as investigações. A CPI tem prazo de funcionamento de 90 dias, que termina no dia 7 de agosto. Se prorrogada, a comissão irá até novembro.

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou requerimento e já conseguiu as 27 assinaturas necessárias para a prorrogação. O artigo 152 do Regimento Interno do Senado Federal determina que o prazo poderá ser prorrogado por meio de requerimento de um terço dos membros da Casa. 

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No documento, Randolfe aponta que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o seu irmão, Luis Ricardo Miranda, que é servidor concursado do Ministério da Saúde, disseram na sexta-feira (25) que “o presidente da República foi alertado das irregularidades e, ao invés de apurá-las, as creditou ao líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR)”. A suspeita é de superfaturamento e corrupção. Randolfe tem chamado o caso de “Covaxgate”, numa referência ao escândalo ocorrido em 1974 nos Estados Unidos que culminou no impeachment do então presidente Richard Nixon.

“É um escândalo que precisa ser apurado com a gravidade correspondente. Diante da vasta documentação recebida e dos inúmeros fatos levantados que demandam um aprofundamento das investigações, torna-se imperativo prorrogar o prazo de duração desta Comissão Parlamentar de Inquérito”, escreveu o senador. 

Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (28), o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), admitiu a prorrogação dos trabalhos e afirmou que requerimentos devem ser analisados na terça-feira (29).

“Se não dá pra terminar em 90 dias, você pode prorrogar. Não depende só de mim. Depende da assinatura de 27 senadores”, disse.

Segundo Omar, o colegiado pretende ouvir Rodrigo, um colega de trabalho do servidor Luis Ricardo Miranda, que teria relatado cobrança de propina em negociação de compra de vacina. Requerimento com esse objetivo também pode ser analisado na terça-feira. A expectativa do senador é ouvir o servidor na sexta-feira (2). O colegiado, segundo Omar, também vai avaliar novo depoimento de Luis Ricardo Miranda, desta vez em sessão secreta. 

“O Luis Miranda diz: tem muito mais coisa que o meu irmão quer falar, mas vai falar secretamente", relatou Omar à CNN.

Ricardo Barros

No dia 24, o senador Jorginho Mello (PL-SC), da base do governo, apresentou requerimento de convite para que Ricardo Barros esclareça o processo de votação da Medida Provisória 1.026/2021. Barros apresentou uma emenda a essa MP para liberar vacinas já autorizadas na Índia, país de origem da Covaxin, mas ainda sem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O senador Marcos Rogério (DEM-RO) protocolou um requerimento nesta segunda-feira (28) para que os deputados Orlando Silva (PCdoB-SP) e Renildo Calheiros (PCdoB-PE), ambos de partido de oposição ao governo, também sejam ouvidos pela CPI. Segundo Marcos Rogério, os dois também apresentaram emendas com o mesmo conteúdo da emenda de Barros. 

Já Alessandro Vieira (Cidadania-SE) reque a convocação do líder do governo na Câmara dos Deputados. Outro requerimento, de autoria do senador Humberto Costa (PT-PE), pede ao Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria-Geral da República, a relação de procedimentos e processos instaurados contra Ricardo Barros. 

“O acesso dessa CPI a todos os supostos procedimentos, processos e feitos investigativos iniciados contra Ricardo Barros é imperioso e imprescindível ao desenrolar da fase instrutória e, obviamente, ao futuro deslinde das investigações”, aponta Humberto.

Já para Marcos Rogério, as denúncias na compra da Covaxin estão baseadas “em erros formais” em um processo de compra onde não se pagou um centavo sequer. 

“Depois de dois anos e meio de um governo sem  escândalo de corrupção, tudo o que a oposição tem são meros erros formais”, afirmou o senador por meio de sua conta em uma rede social.

CanSino

Além da investigação das negociações da compra da Covaxin, a CPI da Pandemia também pode investigar a negociação feita pelo Ministério da Saúde para a aquisição de 60 milhões de doses da vacina chinesa CanSino, segundo Omar Aziz. O contrato, de aproximadamente R$ 5 bilhões, é intermediado pela empresa Belcher Farmacêutica, alvo da Polícia Federal na Operação Falso Negativo, no Distrito Federal. Alessandro Vieira apresentou requerimento para que o Ministério da Saúde e a Belcher Farmacêutica encaminhem à CPI documentos com todos os detalhes acerca das negociações para venda da vacina chinesa Convidecia, do laboratório CanSino.

Pelas redes sociais, senadores também defenderam a prorrogação dos trabalhos. 

“A CPI tem que mergulhar, profundamente, na investigação de denúncias de crimes gravíssimos, assim mesmo, no plural, cometidos na compra de vacinas. Já são duas. Covaxin e CanSino.  Faltando por negacionismo, vacinas agora são aceleradas por negociatas?”, escreveu Simone Tebet (MDB-MS).

Semana

Na quinta-feira (1º), a CPI ouve o empresário Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, empresa que intermediou as negociações de compra da vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Barath Biotech. Também estão previstos, para quarta-feira (30), o depoimento do empresário Carlos Wizard, suspeito de integrar o chamado “gabinete paralelo” de aconselhamento do presidente Bolsonaro. Nara terça-feira (29), a CPI recebe o deputado estadual do Amazonas Fausto Vieira dos Santos Junior (PRTB), que foi relator da CPI da Saúde realizada pela Assembleia Legislativa do estado em 2020.

*Da Agência Senado

A empresa que intermediou a compra superfaturada de doses da Covaxin pelo Ministério da Saúde cresceu 6.000% nos três anos de governo Bolsonaro. O filho do presidente, o senador Flávio (Patriota-RJ), é apontado como o facilitador para que a Precisa Medicamentos alcançasse novos investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Antes da gestão Bolsonaro, a Precisa havia negociado apenas R$ 27,4 milhões para a entrega de preservativos femininos, quando o ministro da Saúde era o deputado Ricardo Barros (PP-PR). Ele é apontado como o articulador da negociação de 20 milhões de doses da Coxavin superfaturadas em 1.000 %.

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Com a saída de Michel Temer (MDB), a empresa estreitou a relação com o Governo Federal e deu um salto em seus contratos públicos. A Precisa fechou e intermediou acordos de R$ 1,67 bilhão, além de obter acesso a ministérios, ao BNDES e à embaixada do Brasil na índia, indica a Fórum.

A revista Veja já havia revelado que Flávio Bolsonaro organizou um encontro entre o empresário por trás da Precisa, Francisco Maximiano, e o presidente do BNDES Gustavo Montezano. O senador chegou a admitir que tinha “amigos em comum” o dono da farmacêutica.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 28, que desconhecia os detalhes sobre o contrato de compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde e voltou a sustentar que não existam irregularidades no negócio. "São 22 ministérios, não tenho como saber o que acontece, vou na confiança em cima de ministros e nada fizemos de errado", disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

Bolsonaro foi acusado pelo deputado Federal Luis Miranda (DEM-DF) de ignorar alertas para supostas irregularidades no contrato de aquisição do imunizante, como superfaturamento e favorecimento indevido à empresa responsável pela intermediação. O irmão do Parlamentar, Luis Ricardo Miranda, é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, é o autor da denúncia. Em depoimento à CPI da Covid, o servidor de carreira da Pasta, disse ter informado ao presidente três nomes de pessoas que o pressionaram a efetuar a importação da Covaxin.

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Segundo relatos, o presidente teria dito que o líder do governo na Câmara, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), seria o responsável pela condução das tratativas de compra da vacina.

Em contra-ataque, o presidente afirmou que integrantes da comissão liberaram recursos por meio de emendas parlamentares para a compra da Covaxin. "As emendas para a Covaxin vieram deles, do Randolfe, que é o relator, do irmão do Renan e do próprio Omar Aziz", disse. "Na época falaram que tinha que comprar em qualquer momento, independente do preço."

Eleições

O presidente também voltou a comentar sobre sua filiação a um partido político para concorrer ao pleito de 2022. Sem citar o Patriota, que se preparava para recebê-lo antes de conflitos internos, afirmou que deve entrar em uma sigla pequena e que os membros de sua base que optarem por segui-lo não vão ter "televisão nem dinheiro".

Bolsonaro espera que seus apoiadores o sigam para o novo partido, mas, segundo ele, os deputados ainda não podem acompanhá-lo por questões de fidelidade partidária. "Vão ter um momento difícil pela frente", disse sobre apoiadores que se filiarem em referência a questões envolvendo o fundo partidário.

O tema, segundo o presidente, não é uma preocupação para ele. "Alguns falaram inclusive que eu estava de olho no fundo partidário. Uma caneta Bic, uma caneta que eu mudei em dezembro, R$ 20 bilhões. Eu estou preocupado com os R$ 8 milhões de fundo partidário? Não tenho preocupação com isso", disse, se referindo ao valor mensal recebido pelo PSL, sua antiga legenda.

Bolsonaro descarta uma possível volta ao PSL, pois, segundo ele, "o PSL tem bastante dinheiro e bastante televisão", mas "uma minoria lá fazendo besteira. Eu tive que sair de lá, porque um vereador fez uma besteira no canto. O culpado era eu. Nem sabia quem era aquele vereador", afirmou.

   A suspeita de corrupção do governo Bolsonaro envolvendo um de seus líderes na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), pode ser revertida em uma representação contra o denunciante. Lideranças do Centrão analisam um pedido de cassação do deputado Luís Miranda (DEM-DF), responsável por revelar o suposto superfaturamento na compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin.

A ala do PP quer levá-lo ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados para que seu mandato seja retirado, indica o jornalista Lauro Jardim. Vale destacar que ele faz parte da base governista e era um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro.

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Contudo, Miranda alega ter gravado uma conversa com o Bolsonaro no Palácio da Alvorada, no dia 20 de março, em que o gestor comenta sobre o "rolo" de Barros na negociação dos imunizantes.

"A gente tem como mostrar a verdade e de um jeito que vai ficar muito ruim para o presidente", chegou a afirmar o deputado, que denunciou o esquema em depoimento na CPI da Covid. 

O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR), voltou a negar neste domingo, 27, qualquer envolvimento no contrato firmado pelo governo federal para aquisição da vacina Covaxin contra a covid-19. Em depoimento prestado à CPI da pandemia na última sexta-feira, 25, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disse que o presidente Jair Bolsonaro atribuiu a Barros a responsabilidade por eventuais irregularidades no processo de compra do imunizante indiano, a Covaxin.

Segundo Barros, a conversa relatada na CPI por Miranda seria sobre um processo judicial do tempo em que era ministro da Saúde. "Do ainda impreciso diálogo com o presidente da República, na transcrição da CPI, o caso em questão seria sobre a empresa Global e a compra de medicamentos não entregues. Trata-se de processo judicial, em que provo a minha conduta em favor do SUS, quando fui ministro da Saúde", disse por meio do Twitter e também em nota divulgada à imprensa.

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O presidente da Global Saúde é o empresário Francisco Emerson Maximiano, que é também um dos sócios da Precisa Medicamentos, que intermediou a compra da Covaxin pelo Brasil, e virou alvo da CPI da Covid. A Global já foi alvo de ação por irregularidade em contrato com o Ministério da Saúde em 2018 à época em que Barros era ministro. Na ocasião, a pasta pagou R$ 20 milhões para comprar remédios de alto custo a pacientes com doenças raras, mas os produtos nunca foram entregues.

"Embora a Global seja sócia da Precisa Medicamentos, em análise pela CPI, esse processo em nada se relaciona com a aquisição de vacinas da Covaxin. Não participei de qualquer negociação para a compra desse produto", enfatizou Barros.

O líder do governo disse que está "evidente que não há dados concretos ou mesmo acusações objetivas" contra ele, inclusive pelas entrevistas dadas neste final semana pelos irmãos Miranda, numa referência ao deputado Luis Miranda e seu irmão e servidor do ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda.

"Reafirmo minha disposição de prestar os esclarecimentos a CPI da Covid e demonstrar que não há qualquer envolvimento meu no contrato de aquisição da Covaxin", disse Barros.

Barros reafirmou ainda que não foi sua a indicação da servidora Regina Célia para o cargo no ministério da Saúde. A servidora seria responsável por fiscalizar o contrato do ministério com a Covaxin e foi apontada na CPI como indicada de Barros para o posto. Ela teria dado aval para a negociação com o imunizante indiano. "Ela é servidora concursada desde 1995, não podendo haver escolha ou não de sua participação na rotina do Ministério da Saúde. Ocupou mais de 5 cargos de livre nomeação em 4 gestões presidenciais anteriores ou ao longo do período de seis ministros da Saúde ao longo de sua carreira", disse.

O deputado ainda esclareceu que sua defesa pública em favor de mais agilidade por parte da Anvisa e da oferta de imunizantes e produtos para o combate à covid seria uma obrigação como ex-ministro da Saúde, além do fato de ser presidente da Frente Parlamentar da Indústria Pública de Medicamentos desde 2015.

Sobre a emenda, de sua autoria, à Medida Provisória que viabilizou a importação da vacina Covaxin, Barros lembra que o "tema foi motivo de emendas de oito parlamentares, entre eles o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz". "O Legislativo deve fazer sua parte para o acesso às melhores práticas e benefícios e ampliação do atendimento à população. Reitero que sempre busquei a transparência e o diálogo na minha vida pública e me coloco à disposição para quaisquer esclarecimentos à apuração da CPI."

O depoimento do deputado Luis Miranda (DEM-DF) na CPI da Covid vai levar o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a apresentar amanhã uma representação contra o presidente Jair Bolsonaro na Procuradoria-Geral da República (PGR). O parlamentar acusa o chefe do Planalto de cometer crime de prevaricação ao não ter determinado a apuração de um suposto esquema de corrupção envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin.

Em depoimento na sexta-feira, dia 25, o deputado disse que, durante uma reunião com Bolsonaro no dia 20 de março, no Palácio da Alvorada, o presidente citou o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR), como o parlamentar que queria fazer "rolo" no Ministério da Saúde com a Covaxin. Miranda e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor de carreira da pasta, confirmaram à CPI ter avisado Bolsonaro sobre suspeitas de corrupção na compra da vacina indiana.

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Para Randolfe, Bolsonaro deve ser acusado pelo crime de prevaricação, pois tinha obrigação legal de avisar os órgãos competentes sobre indícios de práticas irregulares. Nesse caso, caberá ao procurador-geral da República, Augusto Aras, avaliar se investigará ou até mesmo denunciará Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte é responsável por julgar o chefe do Executivo em caso de crime comum, mas, nesse caso, precisa de autorização da Câmara dos Deputados.

"Este crime até aqui é o mínimo a ser apurado. Eu tenho certeza que a Comissão Parlamentar de Inquérito apurará muito mais além disso", disse Randolfe ao anunciar a notícia-crime contra Bolsonaro. Na sexta-feira, ele afirmou que avaliava acionar o STF. No sábado, porém, especificou que a representação será levada ao procurador-geral, antecipando medida que pode ser feita pela própria CPI. A comissão, porém, precisa finalizar os trabalhos e o relatório de Renan Calheiros (MDB-AL) para encaminhar a conclusão a Aras. "A gravidade é muito maior do que vocês estão imaginando", disse o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM).

Ricardo Barros

Na Câmara, a oposição prepara uma representação contra Ricardo Barros no Conselho de Ética da Casa. O PSOL vai acionar o órgão e pedir a cassação do deputado, que nega envolvimento no caso citado por Luis Miranda. "Está claro que Barros cometeu ato de corrupção por agir em favor da Precisa Medicamentos no contexto de contrato fraudulento da Covaxin. Basta!", escreveu o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) no Twitter. Governistas, por outro lado, ameaçaram acionar Luis Miranda no Conselho de Ética e acusá-lo de denunciação caluniosa contra o governo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado federal Luis Miranda (DEM) afirmou nas redes sociais que seu irmão, o servidor Luis Ricardo Miranda, perdeu o acesso ao sistema interno do Ministério da Saúde após prestar depoimento à CPI da Covid. Luis Ricardo Miranda é chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde e denunciou supostas irregularidades nos contratos de compra da Covaxin.

"Aos defensores de bandidos, meu irmão acaba de descobrir que bloquearam ele do sistema do @minsaude. Vale ressaltar que ele é funcionário de carreira! Isso é ilegal, perseguição e só comprova que eles tem muito para esconder... ", escreveu o deputado. A mensagem acompanha um print de uma conversa no WhatsApp em que se observa a página de login dos servidores públicos com o aviso "usuário não possui permissões nesse sistema". O servidor, então, avisa ao irmão: "Me bloquearam no SEI". O Ministério da Saúde não se manifestou sobre o caso.

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Na CPI da Covid, o servidor de carreira disse que foi pressionado a agilizar a licença de importação da Covaxin em março. Ele e o deputado contaram ter procurado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para relatar o suposto esquema de corrupção. Bolsonaro teria dito que determinaria uma investigação da Polícia Federal, mas isso não ocorreu. O presidente também teria comentado que os problemas encontrados nos contratos teriam envolvimento do deputado federal Ricardo Barros (PP), que é líder do governo na Câmara.

Pazuello

Luis Miranda também comentou a informação de que a ex-mulher de Pazuello procurou a CPI da Covid para depor. "Se Pazuello falasse o que me falou dentro de uma aeronave, esse país seria um lugar bem melhor para se viver", declarou o deputado.

Em seguida, o deputado disse que não adiantava contar o que ouviu de Pazuello. "Eles sempre dirão que é mentira e nem tudo tive a sorte de me precaver e guardar as provas do que escutei e, nesse dia específico, não pensei que a conversa iria por esse caminho". E completou: "Se a ex-esposa falar, eu falo mais um pouco!".

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia pode comunicar ao Supremo Tribunal Federal (STF) o cometimento de crime de prevaricação (retardar ou deixar de praticar ato de ofício para satisfazer interesse pessoal) por parte do presidente Jair Bolsonaro. 

Após a reunião desta sexta-feira (25), o vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede), afirmou que vai propor essa medida à comissão e que os fatos apontados até agora são suficientes para motivar o impeachment de Bolsonaro.

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“Não tem situação mais grave do que a que nós ouvimos hoje. Não há, na história das comissões parlamentares de inquérito, nas duas circunstâncias de impeachment que nós tivemos na história republicana desde 1988, algo tão grave. Basta se reportar aos dois impeachments que já houve nos últimos 30 anos.  Não chega a um terço da gravidade do que estamos vendo nesta CPI e do que nós vimos no dia de hoje”, apontou o senador.  

Os depoimentos desta sexta-feira (25), foram do deputado federal Luis Miranda (DEM) e do seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor concursado do Ministério da Saúde. Juntos, eles reiteraram à comissão a denúncia de suspeitas de irregularidades na compra da vacina Covaxin, da Bharat Biotech. Pressionado por integrantes da comissão, o deputado confirmou que o presidente Jair Bolsonaro citou o nome do deputado Ricardo Barros (PP-PR) como suposto mentor por trás das supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin.

Para o relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB), o dia foi histórico para a CPI, que avança em outro ramo das investigações.

“Com a vinda dos irmãos Miranda, nós possibilitamos à comissão parlamentar de inquérito este grande dia. Hoje nós começamos uma nova fase, efetivamente, da comissão parlamentar de inquérito. Nós já avançamos bastante com relação àquelas teses contidas no plano de trabalho e entramos para valer nessa parte do desvio de dinheiro público, no beneficiamento pessoal”, avaliou Renan.

*Da Agência Senado

A revelação do deputado Luis Miranda (DEM-DF) de que o presidente Jair Bolsonaro teria citado o nome do deputado e líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), ao ouvir as supostas irregularidades na compra da Covaxin repercutiu imediatamente entre a cúpula da CPI da Covid. O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), ressaltou que Barros foi o autor de uma emenda à Medida Provisória 1026/2021 para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acelerar a análise de vacinas já autorizadas na Índia - o que beneficiou a Covaxin.

"Queria dizer que vossa excelência (Simone Tebet) fez a grande pergunta do dia. Queria congratula-la por conseguir a resposta que todos queríamos. O nome citado por Miranda é o mesmo que apresentou na Câmara que autorizou a aquisição da Covaxin", disse Renan. O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que, a partir da citação ao nome de Barros, o "roteiro está pronto". "É um grande momento da CPI. Estamos diante do maior escândalo de corrupção da história da República", disse Randolfe, destacando que a MP na qual Barros propôs a emenda é a mesma em que o governo Bolsonaro recuou e não inseriu na versão final da minuta o dispositivo que garantiria a compra de imunizantes como da Pfizer.

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Antes de citar o nome de Barros, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) deu detalhes à CPI de como Bolsonaro teria reagido ao saber das supostas irregularidades, em reunião no dia 20 de março. "O que eu percebi, sem querer proteger, o presidente demonstrou atenção ao que estávamos falando. Ele cita para mim assim: 'você sabe quem é, né? Que ali é foda, se eu mexo nisso ai, já viu a merda que vai dar. Isso é fulano, vocês sabem que é fulano né'", relatou Miranda.

"(Deu a entender) que nesse grupo específico não tinha a força de combater. Ele fala o nome, mas não tem certeza também. Fala assim, 'deve ser coisa de fulano, puta merda, mais uma vez... vou acionar o Diretor-Geral da PF para investigar'. Não foi uma ação de conivência, foi de 'estou amarrado'", disse Miranda.

"Hoje eu tirei um peso das minhas costas", comentou o deputado, após confirmar o nome de Barros, que já era especulado numa série de questionamentos dos senadores da CPI.

Já Barros foi às redes sociais para negar envolvimento no caso. "Não participei de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas Covaxin. 'Não sou esse parlamentar citado'. A investigação provará isso. Também não é verdade que eu tenha indicado a servidora Regina Célia como informou o senador Randolfe. Não tenho relação com esse fatos", afirmou o líder do governo na Câmara. Antes, Randolfe afirmou que Barros assinou a nomeação da servidora que foi fiscal do contrato da Covaxin, quando era ministro da Saúde do governo Temer.

Já o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), destacou a necessidade de proteção policial aos dois irmãos - Miranda e de Luis Ricardo Miranda, funcionário do Ministério da Saúde que relatou pressões no processo da vacina indiana.

"Estou pedindo ao diretor da PF proteção a eles e a família. Caso aconteça alguma coisa, o diretor da PF irá responder pela vida deles. O ofício está na sua mão, é obrigação que se dê garantia de vida", afirmou Aziz, para logo depois esclarecer que, segundo informações da mesa da CPI repassadas pela PF, o deputado precisa pedir tal proteção à Polícia Legislativa da Câmara. "E já foi pedido, e ainda não atendido", disse o presidente da CPI.

Pressionado na CPI da Covid, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro citou o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), como o parlamentar "no rolo da vacina" da Covaxin. Na versão de Miranda, Bolsonaro demonstrou saber da origem de um suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana ao citar o nome do parlamentar.

"Foi o Ricardo Barros que o presidente falou", disse Luis Miranda em resposta à senadora Simone Tebet (MDB-MS), após uma série de insistências feitas por senadores para que ele citasse o nome do parlamentar. Miranda diz ter alertado Bolsonaro sobre irregularidades em reunião com o chefe do Planalto no dia 20 de março. De acordo com ele, o presidente da República afirmou que isso era "rolo" de um deputado.

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Nas primeiras declarações, Luis Miranda alegou que não lembrava do nome citado por Bolsonaro. Depois, ao longo do depoimento, o parlamentar mudou a versão e disse que não poderia falar o nome. "E como é que eu provo se o presidente disser que estou mentindo?", questionou Luis Miranda. "A senhora sabe que, se eu falar isso, eu vou ser perseguido", afirmou o deputado à Simone Tebet. "Vossa Excelência não pode provar, mas nós podemos", respondeu a senadora. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse que apresentará um pedido para a CPI ouvir Ricardo Barros.

Ricardo Barros se posicionou sobre as declarações: Não participei de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas Covaxin. "Não sou esse parlamentar citado”, A investigação provará isso. Também não é verdade que eu tenha indicado a servidora Regina Célia como informou o senador Randolfe. Não tenho relação com esse fatos".

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 nesta sexta-feira (25), o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda denunciou que foi pressionado por superiores sobre o andamento da autorização de importação das vacinas da Covaxin, mediante a uma invoice (nota fiscal) no valor de invoice de US$ 45 milhões de dólares. O membro do Ministério da Saúde se referiu nominalmente ao coordenador Alex Leal Marinho, ao coronel Marcelo Bento Pires e ao diretor Roberto Ferreira Dias.

Durante os seus dez anos no setor de importações do Ministério da Saúde, Ricardo disse que nunca um diretor de empresa privada ligou para pressionar ele a assinar algum documento. No caso da Covaxin, aconteceu muitas vezes. Perguntado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) sobre ter denunciado o comportamento a algum superior, o servidor disse que não, pois os citados já são os seus superiores.

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“(Perguntavam) detalhe se (o setor) acionou a empresa, se protocolou na Anvisa, se conseguiu documentação. Sempre um andamento, mas com bastante constância. Com essa pressão e a forma que a gente recebeu os documentos, toda a equipe do setor não se sentiu confortável e aí com os dois superiores do Ministério pressionando, eu acionei o meu irmão que passaria a informação ao presidente”, disse o depoente.

Luis Ricardo também diz que além de não reportar, não foi reportado por nenhum outro integrante do setor sobre uma possível pressa ou irregularidade. Ele também negou que alguém tenha oferecido a ele qualquer tipo de vantagem para facilitar a importação da Covaxin ou que tenha sofrido outro tipo de coerção.

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Luis Ricardo Fernandes Miranda é servidor concursado do Ministério da Saúde desde 2011 e trabalha na Coordenação Geral de Logística de Insumos Estratégicos da pasta.

Entenda a cronologia apresentada pelo servidor

No dia 16 de março, o setor de importações recebeu um e-mail da empresa (Precisa) solicitando, com anuência da Secretaria Executiva, a emissão da licença de importação de embarque aéreo para a primeira entrega do contrato 29/2021.

No dia 18 de março, o setor de importação recebe um link no site Dropbox contendo todos os documentos, inclusive a primeira invoice (nota fiscal). No dia 22 de março, a empresa reenviou a mesma invoice, inalterada, por anexo em e-mail, por questões técnicas que impediram a compreensão do documento através de arquivo no link citado. Na primeira invoice, constavam 300 mil doses da vacina indiana.

Em 23 de março, foi enviada invoice onde supostamente foram corrigidos os valores e dados de acordo com o contrato, Às 23h, foi enviado à fiscal do contrato, identificada como Regina Celia, a autorização para continuar com o processo, sem consulta ao servidor, que é quem originalmente orienta e assina os documentos que liberam importações.

No dia 24 de março, foi aberta uma licença de importação e foi solicitado o pedido de excepcionalidade para a Anvisa, negado no dia 30 de março, alegando falta do certificado de boas práticas.

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O deputado federal Luis Claudio Miranda (DEM-DF), ouvido pela CPI da Covid nesta sexta-feira (25), confirmou alerta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 20 de março sobre pressões da Precisa e do Ministério da Saúde pela compra da Covaxin. Na noite da véspera, uma sexta-feira, o dono da empresa esteve com o diretor Marcelo Pires. O parlamentar diz também que, após realizar a denúncia de uma movimentação atípica no Ministério, não conseguiu mais ter contato com Bolsonaro ou sua equipe.

Miranda afirmou que como defensor e fiscal do dinheiro público, levou ao conhecimento do presidente, Jair Bolsonaro, possíveis irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. "Se não fôssemos nós, US$ 45 milhões teriam sido pagos por uma vacina que não resolveu e nem sei se vai resolver", disse o deputado, se referindo ao valor que consta na segunda invoice (nota fiscal) corrigida, que apresentou final em US$ 45.929,867,02.

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O bolsonarista também alegou aos senadores que trouxe em material tentativas de contato com o governo Bolsonaro: ligações, mensagens, ofícios e conversas diretas com o assessor do presidente. Após as denúncias, tudo teria sido, supostamente, ignorado.

Durante viagem oficial em aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), para busca e divulgação de vacinas adquiridas, Luis Claudio Miranda também comunicou ao ex-ministro da Saúde sobre o alerta feito ao PR, mas sem dar detalhes. Falou sobre ter passado adiante uma “situação grave”, alertou sobre o vencimento das doses, fabricadas em novembro de 2020, e sobre a presença da terceira empresa, a Madison, que tem o capital social de mil dólares, e é do tipo offshore. O presidente teria, então, se convencido da denúncia.

Em resposta, Pazuello se mostrou incapaz de intervir e até se mostrou ciente da sua exoneração. Em seguida, o assunto foi desviado.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a atacar a imprensa durante um evento em Sorocaba, no interior de São Paulo, que inaugurou o Centro de Tecnologia 4.0, localizado no Parque Tecnológico da cidade. Perguntado por uma repórter da CNN sobre o atraso da compra de vacinas contra a Covid-19 e sobre o escândalo dos contratos do imunizante indiano Covaxin, o presidente reagiu com descontrole e grosseria, gritando com a profissional e em seguida, xingando outro jornalista, este da Rede Globo.

"Em fevereiro? Onde é que tem vacina para atender todo o mercado aqui e em todo o lugar do mundo? Responda", gritou Bolsonaro em mais um ataque à imprensa. Em seguida, o presidente, ainda alterado, continuou gritando com a jornalista. Ele disse que a imprensa faz "perguntas idiotas" e "ridículas", e sugeriu que os repórteres voltassem à faculdade.

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“Pare de fazer pergunta idiota, pelo amor de Deus. Nasçam de novo, vocês. Ridículo! Vocês estão empregados onde? Vamos fazer pergunta inteligente, pessoal. A gente quer salvar vidas”, continuou Bolsonaro.

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Apenas quatro dias atrás, durante cerimônia de formatura da Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR), o presidente tirou a máscara de proteção contra a Covid-19 e intimidou a jornalista Laurene Santos, repórter da TV Vanguarda, afiliada da Globo em São Paulo.

"Eu chego como quiser, onde quiser. Eu cuido da minha vida, parem de tocar no assunto. Você quer botar ... [Bolsonaro tira máscara]. Vai botar agora que estou sem máscara em Guaratinguetá. Está feliz agora? Essa Globo é uma merda de imprensa. Vocês são uma porcaria de imprensa. Cala a boca”, respondeu o PR, exaltado.

O caso Covaxin

O deputado Luís Miranda (DEM-DF) revelou ter informado pessoalmente ao presidente Jair Bolsonaro sobre as suspeitas de irregularidades no contrato de compra da vacina Covaxin. Em áudio, o parlamentar, que era bolsonarista, afirma ter entrado diretamente no conflito após a imagem do seu irmão, servidor do Governo, passar a sofrer calúnia a nível nacional. Durante ligação telefônica, ele ainda afirmou que o presidente, além de ciente, se dispôs a levar a denúncia imediatamente à Polícia Federal, o que nunca aconteceu. O contrato com o laboratório da vacina indiana acabou sendo fechado em março deste ano, apesar dos valores estarem inflados em cerca de 1000%.

O parlamentar é irmão de Luís Ricardo Fernandes Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, e também a pessoa que deveria assinar a liberação do contrato supostamente irregular com a empresa. Ricardo relatou ao Ministério Público Federal (MPF), em depoimento no dia 31 de março, ter sofrido pressão incomum para assinar o documento.

O presidente Jair Bolsonaro negou novamente que o governo tenha comprado a vacina indiana Covaxin, durante entrevista coletiva nesta sexta-feira, 25. "Vocês querem imputar a mim um crime de corrupção em que não foi gasto um centavo. Nós estamos há dois anos e meio sem corrupção", disse.

O presidente, no entanto, admitiu que "faltava um zero" no contrato de aquisição dos imunizantes. "Em vez de 300 mil doses, eram três milhões. Foi corrigido no dia seguinte", defendeu-se após questionar um jornalista e eximir-se da responsabilidade por possível irregularidade nos termos contratuais. "Foi comprada a vacina? Eu não posso participar de tudo. Volta para a faculdade", disse à repórter.

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O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) alega ter alertado Bolsonaro para irregularidades no contrato de compra da Covaxin pelo Ministério da Saúde. Segundo o parlamentar, havia superfaturamento e favorecimento irregular à empresa responsável pela intermediação. Os avisos teriam sido ignorados pelo presidente, que atacou Miranda. "Olha a vida pregressa desse deputado é lógico que vai abrir inquérito", disse.

Após criticar governadores pelo fechamento de estabelecimentos comerciais, Bolsonaro lembrou o pagamento do auxílio emergencial pelo governo federal e ressaltou o desempenho econômico do País. "Gastamos em torno de R$ 300 bilhões, o equivalente a dez anos de Bolsa Família. Olha como está reagindo a economia", afirmou.

Mourão

Um pouco mais cedo, o vice-presidente Hamilton Mourão minimizou novamente a gravidade das apurações da CPI da Covid e das acusações do deputado federal Luis Miranda contra o governo federal. "Pelo que está publicado, eu acho que essa montanha vai parir um rato", disse Mourão, após ser perguntado sobre o depoimento que será dado hoje à comissão pelo irmão do parlamentar, que é servidor do Ministério da Saúde e um dos responsáveis por apontar possíveis irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin pela pasta.

Luis Miranda diz ter alertado o presidente Jair Bolsonaro para irregularidades no contrato de compra do imunizante pela Saúde. Os avisos, segundo relato do parlamentar, foram ignorados. De acordo com os acusadores, os termos de aquisição supostamente beneficiam indevidamente a empresa responsável pela intermediação e contém preços superfaturados.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, afirmou que o parlamentar e o irmão, Luis Ricardo Miranda, serão investigados por fraude contratual e denunciação caluniosa. O Planalto nega ter efetuado a compra das vacinas.

Salles

O vice-presidente comentou ainda a saída de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente. Ele afirmou que o pedido de demissão de Salles foi uma forma de proteger o governo de constrangimentos. "O Salles, coitado, estava enfrentando uma situação difícil e até para preservar o próprio governo ele pediu demissão", disse.

O ex-ministro é alvo da Operação Akuanduba da Polícia Federal, que o investiga por supostamente facilitar exportação ilegal de madeira para os Estados Unidos e a Europa. Além de Salles, dez gestores do Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) são investigados.

Mourão, que também é presidente do Conselho da Amazônia, ainda não se reuniu com o novo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Pereira Leite, mas o elogiou por "aliar o conhecimento do agronegócio com a questão ambiental". "O ministro pediu mais uma semana para tomar pé da situação. O Joaquim é o coordenador da comissão de conservação do Conselho, então tem trabalhado bastante com a gente", disse.

O vice-presidente também descartou a possibilidade de haver conflito de interesses na atuação de Pereira Leite, que já integrou a Sociedade Rural Brasileira (SRB). "Eu vejo a capacidade dele de equilibrar as coisas entre aquilo que são as necessidades do meio rural e as necessidades do meio ambiente", comentou Mourão.

O general afirmou que houve redução de 6% nas queimadas em junho. "Estou com a esperança que até o mês que vem a gente atinja aquele objetivo de 15% de redução", disse ao ser questionado sobre a possibilidade de a influência de Salles como chefe do Meio Ambiente ter impedido avanços no combate ao desmatamento.

Mourão garantiu que o governo "mantém o diálogo" com países interessados na preservação da Amazônia. "O embaixador da Noruega agora vai trocar. Com o embaixador da Alemanha também temos mantido esse diálogo. (O diálogo) Com os americanos estava na mão do Salles e agora vai ter que ser retomada com o Joaquim essa questão do financiamento".

A contribuição financeira de países vizinhos para a preservação da Amazônia, segundo ele, são pagamentos pelos serviços ambientais brasileiros e não podem ferir a soberania nacional. "Tem que entender que nós estamos fazendo o nosso papel na preservação da Amazônia. Com isso, nós deixamos de ter uma emissão de gás carbônico", disse.

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