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Após a divulgação da JBS de que Michel Temer estaria aprovando pagamentos para Eduardo Cunha, diversos políticos passaram a comentar o caso nas redes sociais. Em tom de comemoração, políticos de partidos como PT e PSOL comentam em tom até de comemoração. Partidos da base governista, entretanto, optam pelo silêncio. O tema levou Temer para a primeira posição dos Trending Topics mundiais do Twitter. 

Em sua conta no Twitter, Humberto Costa (PT-PE) diz que uma bomba caiu sobre Temer e o Palácio do Planalto. A página oficial do PT no Facebook escreveu "ACABOU O GOVERNO TEMER". Os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffman (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) fizeram um ao vivo no Facebook também apontando para o fim do governo de Temer. A última postagem do PMDB no Facebook foi após o vazamento da notícia, mas não faz menção a mesma. 

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Por unanimidade, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu nesta terça-feira (16) rejeitar pedido feito pela defesa da jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha, para anular um dos processos da Operação Lava Jato. 

A defesa de Claudia Cruz alegou ao tribunal que o recebimento de provas de contas na Suíça pelo Ministério Público brasileiro foi ilegal porque não há um acordo de cooperação entre os dois países. Ao julgar o recurso, os ministros entenderam que não houve irregularidade no repasse das informações

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Claudia Cruz é ré na Justiça Federal em Curitiba sob as acusações de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A denúncia é vinculada à ação penal a que Cunha responde por não ter declarado contas no exterior, que também será julgada pelo juiz Sérgio Moro. De acordo com as investigações, Claudia teria usado parte do dinheiro depositado pelo marido na Suíça para fazer pagamentos de despesas pessoais, como viagens, compras e gastos com cursos para os filhos do casal. Segundo a Lava Jato, os recursos eram fruto de propina que teria sido recebida pelo ex-deputado.

O ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Júnior afirmou, em delação premiada, que a empreiteira pagou R$ 19,7 milhões ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para que o peemedebista exercesse influência sobre a liberação de recursos do FI-FGTS para obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Os pagamentos, segundo o delator, foram feitos por meio de 36 parcelas de R$ 547 mil cada uma, pagas entre 2011 e 2014.

A delação da Odebrecht é a terceira que aponta esquema de corrupção envolvendo Cunha na Caixa Econômica Federal. O empresário Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, entregou ao Ministério Público Federal uma tabela com 22 depósitos no total de US$ 4.680.297,05 também correspondentes ao Porto Maravilha.

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O ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, homem forte de Cunha dentro da instituição financeira, também relatou que o peemedebista cobrava comissões variáveis de 0,3%, 0,5% ou de até mais de 1% dos repasses feitos pelo fundo. Uma delas teria chegado a R$ 52 milhões.

Benedicto disse ter se reunido em 2011 com Cunha, no escritório político do então deputado, onde o peemedebista teria pedido as propinas. Os valores exigidos pelo parlamentar foram discutidos em reunião entre as integrantes da Concessionária do Porto Maravilha - OAS, Odebrecht e Carioca Engenharia.

De acordo com o delator da Odebrecht, teria ficado claro que, "a partir dos pagamentos concretizados, haveria apoio do deputado Eduardo Cunha para eventuais liberações futuras do FI-FGTS para o Porto Maravilha, no Rio".

No sistema Drousys, utilizado pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht - o "departamento de propina" da empreiteira - para controlar o pagamento de vantagens indevidas, Cunha tinha o apelido de "Caranguejo". Procurada, a defesa de Cunha não se manifestou até a conclusão desta edição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, em entrevista ao jornal estadunidense The New York Times, que o “machismo político” pautou o processo de impeachment contra ela em 2016 e pontuou ter sido insultada diversas vezes pelos parlamentares. A petista foi aos Estados Unidos para participar de conferências e seminários sobre a democracia e a crise econômica no Brasil. 

“Eles me acusavam de ser excessivamente dura e áspera, enquanto um homem seria considerado firme e forte. Ou eles diriam que eu era muito emocional e frágil enquanto um home teria sido considerado sensível. Eu era vista como alguém obcecada com o trabalho, enquanto um homem teria sido considerado trabalhador. Também tinham várias outras palavras rudes usadas. Eu fui chamada de vaca umas 600 mil vezes”, ressaltou na entrevista reproduzida pelo site da Agência PT.

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Fazendo uma avaliação da participação feminina na administração do presidente Michel Temer, a petista disse que isso é algo recorrente na política, pois “as mulheres enfrentam uma discriminação desproporcional”. “É eminentemente um governo contra a mulher”, disparou Dilma. 

Indagada sobre o que faria diferente, caso pudesse voltar no tempo e evitar o impeachment, a ex-presidente disse que “isso não é uma pergunta que ela normalmente se faz”, mas ponderou hipóteses. “Uma coisa que não teria feito é garantir extensos cortes de impostos. Eu acredito que as empresas invistam mais e gerar mais empregos. Mas isso não é o que aconteceu: as empresas aumentaram os seus lucros sem gastar mais”, reconheceu.

A ex-presidente também comentou sobre a eventual participação do PT na disputa pelo comando do Palácio do Planalto em 2018. Dilma ressaltou que não importa quem ganhe, contanto que seja um jogo limpo, e que o vencedor traga estabilidade política. “Você não pode mudar as regras do jogo enquanto ele está sendo jogado”, disse.

Eduardo Cunha

O jornal americano perguntou se Dilma Rousseff se sentia vingada com o desfecho político do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), que renunciou a presidência da Câmara, teve o mandato cassado e foi condenado pela Lava Jato. 

“Eu não acho que a condenação de Eduardo Cunha deve ser considerada como uma vingança pessoal. Antes de ser condenado, houve um movimento em vários setores do governo para salvá-lo”, salientou.

O juiz Sérgio Moro condenou, nesta quinta-feira (30), o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), a 15 anos e 4 meses de prisão por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas. A pena é correspondente a acusação de recebimento de propinas com a compra do campo petrolífero de Benin, na África, pela Petrobras em 2011.

A denúncia, formulada pelo Ministério Público Federal (MPF) faz parte da Operação Lava Jato. “Entre os crimes de corrupção, de lavagem e de evasão fraudulenta de divisas, há concurso material, motivo pelo qual as penas somadas chegam a quinze anos e quatro meses de reclusão, que reputo definitivas para Eduardo Cosentino da Cunha. Quanto às penas de multa, devem ser convertidas em valor e somadas”, condena Moro.

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O período, segundo a sentença, deve ser inicialmente cumprido em regime fechado. “A progressão de regime para a pena de corrupção fica, em princípio, condicionada à efetiva devolução do produto do crime, no caso a vantagem indevida recebida”, declara na decisão. 

O peemedebista foi preso preventivamente em 19 de outubro de 2016. Segundo a denúncia do MPF, Cunha recebeu 1,3 milhão de francos suíços oriundos da compra do petrolífero. A quantia foi paga operador do PMDB João Augusto Henriques por meio da offshore Acona International Investments no Banco Suíço BSI.

Veja a sentença na íntegra:

A Operação Lava Jato tem desencadeado outras investigações em todo o país, mas a inspiração não para por aí. Um motel, em Brasília, resolveu se inspirar nas apurações do escândalo de corrupção para tematizar uma das suítes oferecidas. 

Na entrada do quarto, eles utilizaram ilustrações de presos comuns ao lado de engravatados, grades nas portas e ao redor da cama, além de recortes de jornais com notícias sobre a Lava Jato. 

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Fotos de políticos citados pelas delações premiadas e investigados pela Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) também são expostas no local. Os ex-presidentes Dilma Rousseff e Lula, ambos do PT, e o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) fazem parte do painel. Além deles, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força tarefa da Lava Jato no Paraná, também aparece nas fotos.

Já dentro do quarto, o padrão vai além do que é visto nas celas de cadeia do país e oferece banheira de hidromassagem, sauna e vista panorâmica de Brasília. De acordo com uma reportagem da Folha de São Paulo, o investimento do motel Altana foi de R$ 15 mil. A arquiteta Cristina Bertozzi, que projetou a suíte, disse que a proposta "era fazer uma cela sofisticada para que o ato de amor fosse dentro de um ambiente especial". 

O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou nesta quinta-feira, 23, um recurso apresentado no ano passado contra a decisão da Corte de aceitar a denúncia contra o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele foi acusado de receber propina de contrato de exploração de petróleo no Bênin, na África, e usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.

A defesa de Cunha pedia que a denúncia fosse rejeitada, alegando que alguns pontos apresentados pelos advogados não foram analisados pelo STF quando a Corte aceitou a denúncia. O pedido foi rejeitado por unanimidade.

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Apesar de ter sido aceita a denúncia no STF, o caso das contas da Suíça passou para a 13ª Vara Federal de Curitiba depois de Eduardo Cunha perder o mandato. Sérgio Moro, titular da ação penal, determinou a prisão dele, que foi cumprida no dia 19 de outubro.

Em fevereiro, a Corte havia negado um pedido de liberdade de Cunha. Na reclamação 25.509, a defesa do deputado cassado pedia a anulação da prisão preventiva que lhe foi determinada por Moro em outubro passado.

A presidente cassada Dilma Rousseff disse, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) indicou ser o presidente Michel Temer o responsável por desvios de recursos na Caixa Econômica Federal e pelo recebimento de contribuição "não declarada" na campanha presidencial de 2014.

Na interpretação de Dilma, a sugestão do ex-presidente da Câmara está nas perguntas encaminhadas por ele a Temer no final do ano passado. "Quando li a primeira vez, lá sabia quem era José Yunes (ex-assessor da Presidência)? Mas lá está Eduardo Cunha dizendo que quem roubava na Caixa Econômica Federal, no FGTS, é o Temer. Leia, minha filha. Não tenho acesso às delações, mas sei o que é um roteiro. E lá está explícito roteiro da delação de Eduardo Cunha. Explícito. Alguém não sabe que o Cunha está dizendo que não foi o Yunes, mas o Temer?"

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Em novembro passado, a defesa de Cunha protocolou 41 perguntas direcionadas a Temer, arrolado pelo deputado cassado como testemunha de defesa em processo que responde na Lava Jato. As perguntas foram vetadas pelo juiz Sérgio Moro. Cunha está preso desde outubro do passado.

O deputado cassado perguntou se Temer indicou o nome de Wellington Moreira Franco, hoje ministro da Secretaria-Geral da Presidência, para a Vice-Presidência do Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal , e se tinha conhecimento se na coordenação do Centro-Oeste couberam indicações do vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa e da vice-presidência de Governo do Banco do Brasil. Questionou ainda se o presidente conhece o advogado José Yunes e se ele recebeu alguma contribuição de campanha para alguma eleição, seja do PMDB ou do próprio Temer.

Dilma usou palavras como "frágil", "fraco" e "medroso" para se referir ao sucessor. "O Temer é isso que está aí, querida. Não adianta toda a mídia falar que ele é habilidoso. Temer é um cara frágil. Extremamente frágil. Fraco. Medroso. Completamente medroso."

'Gato angorá'. Na entrevista, a petista ataca também Moreira Franco, referindo-se a ele pelo apelido "gato angorá". Investigadores da Lava Jato atribuíram ao ministro o codinome Angorá na delação da Odebrecht. Dilma afirma que demitiu Moreira Franco da Secretaria de Aviação Civil porque não deixou ele roubar.

"O gato angorá tem uma bronca danada de mim porque eu não o deixei roubar, querida. É literal isso: eu não deixei o gato angorá roubar na Secretaria de Aviação Civil. Chamei o Temer e disse: 'Ele não fica. Não fica!'", afirmou ao Valor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público Federal (MPF) se posicionou contrário à possibilidade do julgamento do ex-deputado federal Eduardo Cunha ser realizado no Rio de Janeiro. O ex-parlamentar responde a processo por corrupção passiva e lavagem de dinheiro relativo à compra de navios-sonda pela Petrobras e atualmente está preso em Curitiba.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (17), a Procuradoria Regional da República da 2ª Região ressaltou que a ação penal deve tramitar na 13ª Vara Federal de Curitiba, por ser o juízo natural. O MPF manifestou-se ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) e refutou o argumento da defesa do ex-deputado, de que o processo deveria ser distribuído a uma das varas federais no Rio por ser o local onde teriam ocorrido os crimes contidos na acusação.

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Para a Procuradoria, a competência para o caso ser julgado em Curitiba já foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), quando desmembrou a ação em relação a Cunha e a ex-deputada federal Solange Almeida, que possuíam foro por prerrogativa de função à época, e remeteu o caso para três outros réus - Fernando Soares, Júlio Camargo e Nestor Cerveró - serem julgados na 13ª Vara Federal daquela cidade.

“Do ponto de vista processual, a apuração aberta contra Eduardo Cunha e Solange Almeida apenas tramitou no Supremo Tribunal Federal, e não na 13ª Vara Federal de Curitiba, em razão da situação processual particular do foro por prerrogativa de função então ostentado pelos acusados”, afirmou a procuradora regional da República Neide Cardoso, do Núcleo Criminal de Combate à Corrupção.

O recurso por agravo regimental de Cunha e a manifestação do MPF, protocolada na noite de quinta-feira (16), estão sob a análise do desembargador Paulo Espírito Santo, do TRF.

Em 102 páginas de suas alegações finais, a Procuradoria da República pede ao juiz federal Sérgio Moro que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) seja condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

No documento, o Ministério Público Federal afirma que o peemedebista tenta "imputar exclusivamente a responsabilidade de seus crimes a pessoa já falecida".

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Segundo a denúncia, Eduardo Cunha recebeu propina de 1,3 milhão de francos suíços. A acusação aponta que a quantia foi paga pelo operador do PMDB João Augusto Henriques por meio da offshore Acona International Investments no Banco Suíço BSI. Os valores saíram da compra, pela Petrobras, de 50% dos direitos de exploração de um campo de petróleo em Benin, na África, no valor de US$ 34,5 milhões.

Os procuradores narram que, durante seu interrogatório, Eduardo Cunha deu a entender que a propina sobre o contrato de Benin seria devida ao ex-deputado Fernando Diniz (PMDB-MG), "mas que não foram pagas em razão de seu falecimento, em 2009".

"Destaca-se a estratégia de Eduardo Cunha de tentar imputar exclusivamente a responsabilidade de seus crimes a pessoa que já falecida. Ainda que Fernando Diniz também possa ter tido participação no esquema criminoso ora denunciado, certo é que a corresponsabilidade de Eduardo Cunha é flagrante. É extremamente cômodo para ele simplesmente responsabilizar Fernando Diniz, mesmo com diversas provas em seu desfavor, mormente com documentos bancários que comprovam o caminho do dinheiro da Petrobras até a conta Orion e posteriormente para a Netherton e Kopek, tudo feito de forma clandestina com o fim de esconder a origem e propriedade do dinheiro", observa a Procuradoria.

A denúncia afirma que o diretor-presidente da CBH, o português Idalécio Oliveira, celebrou com João Henriques "um contrato de agenciamento falso como subterfúgio para o repasse de US$ 10 milhões, que tinha por objeto suposto suporte técnico e contratual na venda do campo de Benin para a Petrobras, serviço que nunca foi prestado de fato".

"Destes US$ 10 milhões recebidos por João Henriques, foi comprovado documentalmente o repasse do equivalente a US$ 1,5 milhão ao acusado Eduardo Cunha, ex-deputado federal pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB, agremiação política responsável pela indicação e manutenção de Jorge Zelada na Diretoria Internacional. Em troca de apoio ao governo, deputados do PMDB, entre eles Eduardo Cunha, recebiam uma espécie de 'pedágio' sobre os contratos celebrados pela Diretoria Internacional da Petrobras, entre eles o relativo à compra dos direitos exploratórios do campo de petróleo localizado na República de Benin", narra a denúncia.

No documento, os procuradores apontam como "extremamente elevada" a culpa de Eduardo Cunha.

"Como parlamentar, Eduardo Cunha possuía remuneração significativamente superior a renda média mensal do cidadão brasileiro, a qual proporcionava ao denunciado e seus familiares uma vida confortável. Dessa forma, é totalmente desnecessária e injustificável o interesse do imputado em aumentar criminosamente seus ganhos mediante a prática de crimes de colarinho branco", destaca a acusação.

Os procuradores afirmam ainda: "Aliado a isto, é necessário mencionar que o denunciado possui excelente formação acadêmica e qualificação, com discernimento acima do homem médio. Desse modo, mesmo possuindo mais condições de não apenas perceber a gravidade de suas condutas, como também de recusar o seu envolvimento em práticas ilícitas, não resistiu à tentação de constituir um patrimônio milionário às custas da moralidade, do decoro parlamentar e da administração pública, em prejuízo da coletividade."

Defesa

O advogado Marlus Arns, que defende Eduardo Cunha, afirmou que "a defesa apresentará suas alegações finais no prazo (27/03)".

O advogado do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em Curitiba (PR), Marlus Arns, afirmou em entrevista à TV Bandeirantes que o político não cogitou até agora fazer um acordo de colaboração premiada no âmbito da Operação Lava Jato. Cunha está preso preventivamente na capital paranaense desde outubro de 2016.

Arns disse, entretanto, que Cunha conhece o instrumento e que não há cliente hoje na advocacia criminal que não cogite a hipótese de delação, ferramenta defendida por ele como legítima. "Se a colaboração premiada for uma saída para o cliente não ser preso ou cumprir uma pena menor, por que não utilizar?".

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O advogado afirmou que o processo de Cunha em Curitiba "caminha bem" e que as provas levantadas até o momento são "muito favoráveis" ao cliente. Sobre um dos fatos que o político é acusado, envolvendo a indicação de um diretor da Petrobras em troca de vantagens, o advogado disse que as provas produzidas indicam que a nomeação não partiu dele, mas do PMDB mineiro. Sobre a participação de Cunha em um truste, o advogado sustenta que os fatos comprovam a licitude dos valores depositados a favor do ex-deputado.

Arns também falou que há outras investigações embrionárias que têm o peemedebista como alvo e que há menções dele nas delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht. Sobre o fim da Lava Jato, o advogado opinou que os julgamentos da operação podem acabar daqui a oito ou dez anos no Supremo Tribunal Federal (STF) e que a tendência é de condenação dos réus, considerando as características da Justiça Federal e da manutenção das decisões nas instâncias superiores.

O advogado reconheceu que a defesa de Cunha e de outros investigados na Lava Jato é um "papel complicado" e que busca resultados positivos para os clientes, mesmo que isso não signifique uma absolvição, mas, uma pena menor.

Além de o Supremo negar os pedidos de liberdade feitos pela defesa de Cunha, o advogado argumenta que o STF errou ao autorizar a prisão após a condenação em segunda instância e que muitos acusados continuarão presos sem serem julgados. "Aqueles que estão presos preventivamente terão, a meu ver, cada vez mais dificuldade de serem soltos e cada vez mais dificuldade de não cumprirem a pena presos", afirmou.

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido feito pela defesa do ex-deputado Eduardo Cunha para que ele fosse  transferido do Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, para a carceragem da sede da Polícia Federal (PF) na capital paranaense.

Cunha foi transferido da carceragem da PF para o Complexo Médico-Penal em dezembro, por ordem do juiz federal Sérgio Moro. No mesmo despacho, no entanto, o magistrado determinou que Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS, e João Cláudio Genu, ex-tesoureiro do PP, permanecessem na sede da PF, para facilitar o deslocamento para audiências na Justiça e oitivas em inquéritos.

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No pedido feito ao STF para suspender a transferência, a defesa de Cunha alegou que Moro estaria dispensando um tratamento mais rígido ao ex-deputado e que a ida para o Complexo Médico-Penal teria o objetivo de pressioná-lo a celebrar acordo de colaboração premiada com a Justiça, devido às piores condições carcerárias.

Ao negar a suspensão da transferência, Fachin ressaltou que, ao ter o mandato cassado pela Câmara dos Deputados, Cunha perdeu a prerrogativa de foro no STF, não cabendo mais à corte apreciar os pedidos do ex-deputado.

Oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram pela manutenção da prisão do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A Alta Corte analisou o processo em que Cunha pede o habeas corpus na sessão da tarde desta quarta-feira (15). Colocaram-se favoráveis ao parecer do relator da matéria, o ministro Edson Fachin, que votou contra o recurso os magistrados: Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Carmén Lúcia, Celso de Mello e Gilmar Mendes.

Apenas o ministro Marco Aurélio abriu divergência e votou pela concessão da liberdade de Eduardo Cunha. "O que estamos a julgar neste processo? Estamos a julgar Eduardo Cunha? A definir a culpa de Eduardo Cunha? Não estamos a julgar o acusado, até aqui simples acusado, muito embora já crucificado pela opinião pública", argumentou o magistrado ao votar.

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Na análise do processo, a defesa do ex-deputado afirmou que o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na 1ª instância, ao mandar prender Cunha em outubro desrespeitou o STF. Segundo os advogados, o STF havia mandado afastar ele das atividades parlamentares e não prendê-lo. Em 4 de novembro de 2016, o ministro Teori Zavascki, que era o relator da Lava-Jato, negou uma liminar que daria liberdade a Cunha.

O peemedebista foi preso no dia 19 de outubro. Pesam contra ele, entre outras acusações, o recebimento de propina no contrato de exploração de Petróleo no Benim, na África, e uso de contas na Suíça para lavar o dinheiro. 

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar nesta quarta-feira (8) recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para anular provas obtidas na Operação Lava Jato e um pedido de liberdade para o ex-deputado federal Eduardo Cunha, preso desde outubro do ano passado por determinação do juiz Sérgio Moro.

A sessão de hoje está prevista para começar às14h e será a primeira da Corte para tratar da Lava Jato após a morte do ministro Teori Zavascki, que morreu em um acidente de avião em Paraty (RJ) no mês passado. Os processos são relatados pelo ministro Edson Fachin, que assumiu o comando dos processos oriundos da operação após a morte de Teori.

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Lula

A defesa de Lula questiona a decisão do ministro Teori Zavascki, que devolveu ao juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, as investigações contra o ex-presidente na Lava Jato após aceitar parcialmente recurso dos advogados.

Os advogados pediram a anulação de toda a investigação contra o ex-presidente. Teori anulou somente a conversa grampeada entre Dilma Rousseff e Lula, na qual ela diz a ele que enviará o papel do termo de posse para a Casa Civil. A interceptação telefônica veio à tona após Moro retirar o sigilo das investigações.

De acordo com a defesa de Lula, a liminar não poderia ter sido julgada individualmente pelo ministro. Além disso, os advogados pedem que a Corte envie à Procuradoria-Geral da República (PGR) cópia da decisão de Teori para que Moro seja investigado por ter violado sigilo das conversas da Presidência da República.

Cunha

A defesa do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) alega que o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela prisão, descumpriu uma decisão da Corte.

Na petição, os advogados afirmam que o Supremo já decidiu que Cunha não poderia ser preso pelos fatos investigados contra ele na Operação Lava Jato, ao entender que o ex-deputado deveria ser afastado da presidência da Câmara, em maio do ano passado. Para a defesa, os ministros decidiram substituir a prisão pelo afastamento de Cunha.

A prisão foi decretada na ação penal em que o deputado cassado é acusado de receber R$ 5 milhões, que foram depositados em contas não declaradas na Suíça. O valor seria oriundo de vantagens indevidas, obtidas com a compra de um campo de petróleo pela Petrobras em Benin, na África. O processo foi aberto pelo Supremo, mas, após a cassação do mandato do parlamentar, a ação foi enviada para o juiz Sérgio Moro porque Cunha perdeu o foro privilegiado.

Após depor por três horas perante o juiz Sérgio Moro, na Justiça Federal em Curitiba, o ex-presidente da Câmara e ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) leu uma carta de próprio punho na qual afirma que tem um aneurisma e que não tem condições de se tratar na prisão onde está detido atualmente.

A audiência desta tarde foi o primeiro interrogatório do peemedebista diante de Moro e começou por volta das 15h. Responsável por aceitar o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ele levou um calhamaço de folhas para a audiência em Curitiba.

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Até então, Cunha havia adotado o silêncio como estratégia. Oficialmente, ele não deu qualquer sinal à Polícia Federal e Ministério Público Federal de que quer colaborar com as investigações. Mas logo após ser preso, contrato o criminalista Marlus Arns, de Curitiba, responsável por algumas das delações da Lava Jato.

Nesta ação, a segunda em que Cunha é réu na Lava Jato, o deputado cassado é acusado de ter recebido em suas contas na Suíça propinas de ao menos R$ 5 milhões referentes à aquisição, pela Petrobrás, de 50% do bloco 4 de um campo de exploração de petróleo na costa do Benin, na África, em 2011.

O negócio foi tocado pela Diretoria Internacional da estatal, cota do PMDB no esquema de corrupção.

O Ministério Público Federal sustenta que parte destes recursos foi repassada para Cláudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha, também em contas no exterior - a transação está sendo investigada em outra ação, específica contra a mulher do peemedebista.

O deputado cassado Eduardo Cunha será interrogado nesta terça-feira (7), pela primeira vez, pelo juiz federal Sérgio Moro, no processo em que é réu na Operação Lava Jato. Cunha é acusado de receber propina no valor de R$ 5 milhões em contrato para a compra de um campo de petróleo pela Petrobras em Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro. O depoimento está marcado para as 15h.

De acordo com o advogado de Cunha, Marlus Arns de Oliveira, apesar de ter o direito de ficar calado, o deputado cassado falará. “É um interrogatório em que ele não deve permanecer em silêncio. Ele vai responder às questões que serão formuladas. Temos trabalhado cotidianamente o preparo das resposta às acusações que lhe foram imputadas”.

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O defensor afirma também que não há, por enquanto, previsão de delação premiada. “Não há nenhuma sinalização relativa à colaboração premiada. Não se tratou dessa questão entre cliente e advogados, tampouco se tratou dessa questão com o Ministério Público. Então, não há tratativa referente à colaboração premiada de Eduardo Cunha”.

O deputado cassado está preso preventivamente desde o dia 19 de outubro. De acordo com o Ministério Público Federal, a prisão preventiva se justifica porque há evidências de que Cunha tem contas no exterior que ainda não foram identificadas, o que poderia colocar em risco as investigações. Os procuradores também alegam que ele tem dupla nacionalidade – brasileira e italiana - e poderia fugir do país.

Cunha ficou na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, mas em dezembro foi transferido para o Complexo Médico Penal, na região metropolitana da capital paranaense.

O processo contra ele foi aberto pelo Supremo Tribunal Federal, mas após a cassação do mandato, ele perdeu o foro privilegiado e a ação foi encaminhada a Sérgio Moro. Após a prisão, a defesa de Cunha negou que ele tenha praticado qualquer conduta ilegal.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki morreu nesta quinta-feira (19), aos 68 anos, em um acidente aéreo. Ele já era viúvo e deixa três filhos. Membro do STF desde 2012, Teori foi o ministro responsável pelas investigações da Operação Lava Jato na Corte, tratando dos processos dos investigados com foro privilegiado. A morte de Teori foi confirmada pelo filho do magistrado Francisco Zavascki, em uma rede social.

Teori foi nomeado para o Supremo pela então presidenta Dilma Rousseff para ocupar a vaga de Cezar Peluso, que se aposentou após atingir a idade limite para o cargo, de 70 anos. Ontem, ele tinha interrompido o recesso para determinar as primeiras diligências nas petições que tratam da homologação dos acordos de delação de executivos da empreiteira Odebrecht na Operação Lava Jato.

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Teori Zavascki nasceu em 1948 na cidade de Faxinal dos Guedes (SC), e é descendente de poloneses e italianos. Aprovado em concurso de juiz federal para o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) em 1979, ele foi nomeado, mas não tomou posse. Advogado do Banco Central de 1976 até 1989, chegou à magistratura quando foi indicado para a vaga destinada à advocacia no TRF4, onde trabalhou entre 2001 e 2003. De 2003 a 2012, Zavascki foi ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Respeitado nas áreas administrativa e tributária, Zavascki também era considerado minucioso em questões processuais. “Espero que todos os bons momentos apaguem minha fama de apontador ou cobrador das pequenas coisas”, brincou, ao se despedir da Primeira Turma do STJ, antes de ir para o STF. O ministro declarou em diversas ocasiões ser favorável ao ativismo do Judiciário quando o Legislativo deixa lacunas.

Atuação na Lava Jato

Ao longo de sua atuação como relator da Lava jato no STF, Zavascki classificou como "lamentável" os vazamentos de termos das delações de executivos da Odebrecht antes do envio ao Supremo pela Procuradoria Geral da República (PGR).

Entre suas decisões relativas à operação estão a determinação do arquivamento de um inquérito contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) , a transferência da investigação contra o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para Sérgio Moro e a anulação da gravação de uma conversa telefônica entre Lula e a ex-presidenta Dilma Rousseff.  Além disso, Teori negou um pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que investigações contra ele, que estão nas mãos do juiz Sérgio Moro, fossem suspensas e remetidas ao Supremo.

Sobre as críticas recorrentes de demora da Corte em analisar processos penais, Teori disse que "seu trabalho estava em dia". No fim do ano passado, Zavascki disse que trabalharia durante o recesso da Corte para analisar os 77 depoimentos de delação premiada de executivos da empreiteira Odebrecht que chegaram em dezembro ao tribunal.

Durante seu trabalho na Lava Jato, chegou a criticar a imprensa. Ele disse que decisões sem o glamour da Lava Jato, operação na qual ele foi relator dos processos na Corte, muitas vezes mereceram pouca atenção da mídia. Ele também relativizou os benefícios do foro privilegiado, norma pela qual políticos e agentes públicos só podem ser julgados por determina Corte.

"A vantagem de ser julgado pelo Supremo é relativa. Ser julgado pelo Supremo significa ser julgado por instância única", afirmou o ministro, acrescentando que processos em primeira instância permitem recursos à segunda instância e ao STJ, além do próprio Supremo. "Não acho que essa prerrogativa tenha todos esses benefícios ou malefícios que dizem ter", comentou Zavascki.

Certa vez, ao participar de uma palestra na Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) ele disse que achava “lamentável” que as pessoas que obedecem as leis são, algumas vezes, taxadas pejorativamente no Brasil. "Em muitos casos, as pessoas têm vergonha em aplicar a lei. Acho isso uma coisa um pouco lamentável, para não dizer muito lamentável", afirmou o ministro.

Um dos principais aliados do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Câmara, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) afirmou nesta sexta-feira, 30, que visitou o correligionário hoje na prisão em Curitiba (PR). Marun disse ter encontrado Cunha em bom estado de saúde, preocupado com sua defesa e ligado nas questões nacionais.

"Estou em Curitiba, saindo do Complexo Médico Penal de Pinhais, onde fiz uma visita de caráter natalino a Eduardo Cunha. Encontrei-o em boa saúde, preocupado com a sua defesa e concatenado com as questões nacionais. É evidente a sua revolta por estar em prisão preventiva sem ter sido até agora sequer ouvido em juízo", afirmou Marun por meio de mensagem enviada pelo WhatsApp.

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Cunha foi preso preventivamente no dia 19 de outubro, por ordem do juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da Operação Lava Jato na primeira instância. Nos dois primeiros meses, ele ficou preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, de onde foi transferido em 19 de dezembro para a penitenciária de Pinhais, onde estão outros políticos envolvidos na Lava Jato, como o ex-ministro José Dirceu.

Desde que foi preso, aumentaram as especulações nos bastidores da política de que o ex-presidente da Câmara pudesse fazer delação premiada, o que não se concretizou até agora. Em Curitiba, o deputado cassado contratou o escritório do advogado Marlus Arns de Oliveira, que foi responsável pelas delações de executivos da construtora Camargo Corrêa.

Marun contou que, durante a visita a Cunha na prisão, presenteou o ex-presidente da Câmara com o livro "Ditadura Acabada", do jornalista Élio Gaspari, colunista do jornal Folha de S. Paulo. "E expressei votos de um 2017 menos infeliz", acrescentou Marun na mensagem do WhatsApp enviada ao Brodcast Político, sistema de notícias em tempo real da Agência Estado.

Análise da quebra de sigilo de dados telemáticos da família do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) identificou, segundo a Operação Lava Jato, o "testa de ferro" do ex-deputado. O Ministério Público Federal apontou para Sidney Roberto Szabo, ligado à Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), do Rio.

A força-tarefa da Lava Jato examinou mensagens da publicitária Danielle Dytz da Cunha e da jornalista Cláudia Cruz, respectivamente filha e mulher do peemedebista.

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"Foi possível verificar que a pessoa denominada Sidney Roberto Szabo atuava como 'testa de ferro' de Eduardo Cunha e sua família, efetuando, principalmente, pagamentos em espécie", indica a análise da Procuradoria da República.

"Essa atuação é comprovada em diversos e-mails encaminhados a Sidney Szabo pelas nominadas (Danielle Dytz e Cláudia Cruz), como, por exemplo, o encaminhado em 21 de março de 2012, no qual Sidney pergunta ao contador Paulo Lamenza qual o valor de nota fiscal 'para se ter 40 liquido'. Em outro e-mail, Cláudia Cruz encaminha para Sidney Szabo solicitação de transferência referente ao 'carro da jesus'."

Eduardo Cunha foi alvo de uma investigação pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM). A suspeita é de que, por meio de indicações políticas, o deputado tenha se beneficiado de operações realizadas entre 2003 e 2006 pelo fundo de previdência ligado à Cedae, empresa de saneamento do Rio, com ganho ilícito de R$ 900 mil.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, em outro e-mail enviado pela filha do ex-deputado é solicitado "o pagamento de R$ 79.940,00 aparentemente para pessoas que atuaram na campanha de Eduardo Cunha para presidência da Câmara dos Deputados".

"Quanto a Sidney Szabo, o quadro probatório obtido com o afastamento do sigilo decretado nos presentes autos igualmente indica a prática de atos de lavagem de dinheiro e a utilização de mensagens eletrônicas para execução destes atos", observa a Procuradoria.

Defesas

Sidney Szabo não foi localizado pela reportagem. O espaço está aberto para sua manifestação. A defesa de Eduardo Cunha informou que não iria comentar o assunto.

O juiz Sérgio Moro vetou nesta segunda-feira, 28, 21 das 41 perguntas da defesa do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) ao presidente da República Michel Temer (PMDB), arrolado como sua testemunha de defesa. Das 21 perguntas proibidas pelo juiz da Lava Jato, 13 foram consideradas "inapropriadas" pelo magistrado que levou em conta que "não há qualquer notícia do envolvimento do Exmo. Sr. Presidente da República nos crimes que constituem objeto desta ação penal".

Uma das preocupações do juiz da Lava Jato é a citação a autoridades com prerrogativa de foro privilegiado - caso do presidente da República. A menção a pessoas nessas condições em processo de primeiro grau judicial pode levar até à anulação do caso ou provocar o deslocamento dos autos.

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Dentre as perguntas indeferidas, está uma que é praticamente a mesma feita pelo advogado de Cunha ao ex-diretor da Petrobras e delator Nestor Cerveró em audiência na Justiça Federal na quinta-feira, 24: "Essa proposta financeira que o sr (Cerveró) recebeu para se manter no cargo de pagar 700 mil dólares por mês também foi levada ao presidente do PMDB à época (Michel Temer)?", perguntou na ocasião o criminalista Marlus Arns, a Cerveró.

Na sexta, por escrito, a defesa reiterou o questionamento, desta vez para Temer: "Vossa Excelência foi comunicado pelo Sr. Nestor Cerveró sobre uma suposta proposta financeira feita a ele para sua manutenção no cargo?", indaga a defesa do peemedebista, na tentativa de ligar o presidente às investigações.

"Ressalve-se, considerando o teor inapropriado de parte dos quesitos, que, nos depoimentos extrajudiciais do colaborador Nestor Cuñat Cerveró, apesar de sua afirmação de que teria procurado o então Deputado Federal Michel Temer para lograr apoio político para permanecer no cargo de Diretor da Petrobras, não há qualquer referência de que a busca por tal apoio envolveu algo de ilícito ou mesmo que a conversa então havida tenha tido conteúdo ilícito", assinala o juiz Sérgio Moro ao negar várias perguntas de Cunha.

Além disso, em relação a outras oito perguntas, Moro entendeu que elas não tinham "pertinência" com a ação penal na qual Cunha é réu em Curitiba. Dentre os questionamentos estavam perguntas sobre a bancada do PMDB na Câmara, alianças do partido, indicações para a presidência de Furnas e para a vice-presidência da Caixa, dentre outros.

Nesta ação penal, o ex-presidente da Câmara é acusado pela Procuradoria da República de ter recebido, entre 2010 e 2011, propinas relacionadas à aquisição pela Petrobras de um campo de petróleo em Benin. O ex-presidente da Câmara é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas pela manutenção de contas secretas na Suíça que teriam recebido propina do esquema na Petrobras.

A ação já havia sido aberta pelo Supremo Tribunal Federal em junho. O processo foi remetido para a primeira instância em Curitiba, pois Cunha perdeu foro privilegiado desde que foi cassado pela Câmara, por 450 votos a 10, no dia 12 de setembro. Com isso, o Supremo remeteu esta ação contra o peemedebista para a Justiça Federal em Curitiba, sede da Lava Jato.

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