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A filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) resgatou seus passaportes. Após autorização do juiz federal Sérgio Moro, o advogado retirou os documentos brasileiro e italiano de Danielle Dytz da Cunha Doctorovich, investigada na operação Lava Jato.

Os passaportes estavam retidos na 13ª Vara Federal de Curitiba. Em 17 de julho, a filha de Cunha pediu a Moro a devolução de seus documentos para ir ao exterior. O Ministério Público Federal não se opôs.

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Em 24 de agosto, o magistrado autorizou. "Considerando-se que a entrega do passaporte foi espontânea e que não vigem medidas cautelares contra a requerente, autorizo a devolução de seus passaportes, brasileiro e italiano, mediante termo."

Seis dias depois, a defesa da filha de Cunha assinou uma certidão para a devolução dos documentos.

A investigação contra a filha do ex-presidente da Câmara foi desmembrada de um inquérito que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) por ordem do então ministro Teori Zavascki em 11 de março de 2016, "a fim de que fosse dado prosseguimento a investigação de condutas atribuídas à peticionária e à sua madrasta, Cláudia Cordeiro Cruz".

Cláudia Cruz, a madrasta, foi denunciada pelo Ministério Público Federal pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas, mas acabou absolvida por Moro.

O magistrado apontou "falta de prova suficiente de que (Cláudia) agiu com dolo" ao manter conta na Suíça com mais de US$ 1 milhão, dinheiro supostamente oriundo de propina recebida pelo marido.

Eduardo Cunha está preso desde outubro de 2016 e já condenado por Moro a 15 anos e quatro meses de reclusão por crimes de corrupção, de lavagem e de evasão fraudulenta de divisas.

Suspensos das atividades partidárias ou em processo de expulsão, peemedebistas passaram a questionar a direção da legenda sobre a falta de punição para membros do partido acusados de corrupção, presos e até já condenados pela Justiça, como o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB). Cinco deputados federais - Jarbas Vasconcelos (PE), Celso Pansera (RJ), Vitor Valim (CE) , Veneziano Vital do Rêgo (PB), Laura Carneiro (RJ) - e dois senadores - Kátia Abreu (TO) e Roberto Requião (PR) - compõem a lista de alvos de processos partidários. 

Os deputados já estão suspensos das atividades internas por 60 dias, após votarem a favor da abertura da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva. Já os senadores, aguardam a análise da Comissão de Ética de pedidos de expulsão deles da legenda por se colocarem contrários às reformas trabalhista e previdenciária.  

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“Por que nunca puniram nenhum filiado condenado e preso por crimes graves como corrupção e formação de quadrilha?”, questionou Kátia Abreu, ao dizer que nessa quarta-feira (16) apresentou sua defesa no processo. “Minha única ‘infração’ foi fazer discursos contrários ao atual governo do Tocantins e ao presidente da República. Desproporcional, não acham?”, indagou acrescentando. Não é apenas Cunha que tem pendências com a Lava Jato, o presidente e senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) são outras figuras nacionais enroladas com denúncias de corrupção. 

Indo além do discurso, Roberto Requião encaminhou para a direção do PMDB o pedido de expulsão de Eduardo Cunha. Outra solicitação do peemedebista pede o afastamento Jucá da presidência do partido. 

“Vou forçar o PMDB a uma discussão mais profunda. Estou encaminhando o pedido de expulsão do Eduardo Cunha, que está preso e condenado, e o pedido de afastamento do senador Romero Jucá pelas posições contrárias a Constituição Cidadã e o documento Esperança e Mudança, que é a base do nosso partido. Ele precisa se dedicar em tempo integral a sua defesa, e o partido não pode ser comandado por quem tem tantas questões a resolver”, cravou. 

Requião também criticou as posturas adotadas pela legenda. “Querem me expulsar porque estaria agindo contra os princípios e teses do PMDB. Ninguém mais do que eu defender as teses do velho MDB de guerra. Hoje, o partido, comandado por essa gente, tem 1% de apoio da população brasileira. Estamos acabando. Não vou deixar barato essa atitude que tomam contra mim. Vamos ver se o PMDB é do pessoal da tornozeleira, de mil processos de desvio de recursos públicos, ou é aquele que trouxe o Brasil para a democratização depois da ditadura”, salientou. 

Deputados punidos

Os deputados do PMDB que sofreram retaliações por pedirem a continuidade da investigação contra Temer também apresentaram recursos nessa quarta. Eles estão impedidos de ocupar cargos de direção partidária ou de responder pelo partido nas comissões do Congresso por 60 dias. Além dos cinco já citados, o deputado Sérgio Zveiter (RJ), que deu parecer favorável ao prosseguimento das apurações na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), também era do PMDB e sofreu punição, mas decidiu deixar a legenda por estar recebendo ameaças.  

Já o pernambucano Jarbas Vasconcelos chegou a classificar a determinação como “algo esdrúxulo e completamente sem sentido”. "Só reforça minha avaliação de como  é fraca e despreparada a direção nacional do PMDB hoje. Fui um dos fundadores do MDB, que posteriormente deu origem ao PMDB, e ao longo de toda a minha trajetória dentro do partido nunca vi algo parecido. O respeito às ideias e posicionamentos é algo fundamental, e o caminho pelo qual está seguindo hoje o PMDB nacional ignora completamente essa condição, que é primordial para todos que exercem a política e principalmente para quem está a frente de qualquer partido numa democracia", disse.

Nova roupagem em meio a imbróglios

Ao tratarem das punições, tanto Jarbas quanto Requião lembraram do “velho MDB” e nas últimas semanas o partido vem discutindo a proposta de retirar o nome “partido” da sigla e voltar a nomenclatura de Movimento Democrático Brasileiro (MDB). A sugestão de nova roupagem surge em meio a imbróglios sobre a defesa ou não das teses que idealizam o partido e com boa parte da direção citada na Lava Jato, até mesmo com pendências de inquéritos judiciais na investigação do escândalo de corrupção. 

A decisão de mudar ou não o nome da legenda não deve amenizar as celeumas internas. MDB foi o nome do partido até 1980 e a definição sobre a proposta de retorno ao “velho MDB” deve ser conhecida na convenção nacional  da sigla marcada para  27 de setembro.

O presidente Michel Temer (PMDB) afirmou que não tem medo de um acordo de delação premiada de Lúcio Funaro, apontado como operador de propinas no esquema investigado pela Lava Jato, e do ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB). Segundo interlocutores dos dois, o presidente seria um dos alvos principais do que vier a ser revelado por eles. 

“As pessoas estão cansadas disso. Primeiro, não conheço Lúcio Funaro, segundo, não sei o que ele vai dizer. Portanto, não posso falar sobre hipóteses. Não tenho nenhuma preocupação com isso. Eduardo Cunha, sim, foi líder do PMDB, foi presidente da Câmara. Às vezes me perguntam, como é que você falava com ele? Meu Deus, estou falando com o líder do PMDB, com o presidente da Câmara... E eu não devo falar com ele?”, indagou, ao responder se tinha receio das delações durante uma entrevista concedida ao jornal Estadão, publicada na noite dessa sexta-feira (4). 

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Em julho, Lúcio Funaro foi transferido do Complexo Penitenciário da Papuda para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal. A mudança foi solicitada pela defesa do operador para, sob os argumentos deles, facilitar a produção dos anexos da delação premiada que Funaro está negociando com a Procuradoria-Geral da República (PGR). 

Já Eduardo Cunha teria se visto pressionado a firmar um acordo após a decisão de Funaro. Especula-se a ideia de realizar um acordo ‘casado’ dos depoimentos dos dois. Informações publicadas em jornais de circulação nacional dão conta de que Cunha já teria mais de 100 anexos a sua delação e estaria produzindo, inclusive, a próprio punho na cadeia.  

Michel Temer foi um dos principais alvos da delação de um dos donos da JBS, Joesley Batista. Em áudio entregue a Polícia Federal (PF), Joesley gravou o presidente dando anuência para que o empresário mantivesse o pagamento de uma suposta mesada a Cunha para que ele ficasse calado e não firmasse acordos com a Lava Jato. 

Após a prisão que já dura oito meses, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), especula a ideia de realizar uma casadinha na delação premiada. Isso porque um eventual acordo de colaboração feito por ele seria firmado juntamente com o de Lúcio Funaro. A informação é do jornal Folha de São Paulo. De acordo com a reportagem, a decisão de realizar a delação partiu após o doleiro – apontado como principal político operador de esquema que envolve a Caixa Econômica Federal – afirmar que tentaria um acordo.

Diante da decisão de Funaro, Cunha se viu sem saída, conforme publicou o jornal. A matéria informa que pessoas próximas ao ex-presidente da Câmara explicaram que com a delação do doleiro, Cunha fica sem chances de delação. Isso ainda desencadeia na possibilidade de liberdade ainda mais distante. 

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Outras fontes adiantaram que Cunha já está redigindo todas as informações que deve apresentar no acordo no Complexo-Médico Penal. Isto já soma mais de cem anexos, com informações da coluna Mônica Bergamo. Funaro já está em processo de realizar a delação. Chegou a contratar o mesmo advogado responsável por negociar o acordo da delação do ex-governador do Mato Grosso, Silval Barbosa.

A defesa do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba, avisou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que ele vai, enfim, delatar, segundo a coluna Radar, da revista Veja.

Conforme a publicação, os advogados de Cunha saíram da reunião com os procuradores dizendo que agora começarão a colher as informações que o ex-deputado tem para entregar.

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Condenado - O juiz federal Sérgio Moro condenou o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) por crimes de corrupção, de lavagem e de evasão fraudulenta de divisas, 15 anos e 4 meses de prisão. O peemedebista foi condenado em ação penal sobre propinas na compra do campo petrolífero de Benin, na África, pela Petrobras, em 2011.

"Entre os crimes de corrupção, de lavagem e de evasão fraudulenta de divisas, há concurso material, motivo pelo qual as penas somadas chegam a quinze anos e quatro meses de reclusão, que reputo definitivas para Eduardo Cosentino da Cunha. Quanto às penas de multa, devem ser convertidas em valor e somadas", condenou Moro.

O magistrado da Lava Jato afirmou ainda. "Considerando as regras do artigo 33 do Código Penal, fixo o regime fechado para o início de cumprimento da pena. A progressão de regime para a pena de corrupção fica, em princípio, condicionada à efetiva devolução do produto do crime, no caso a vantagem indevida recebida, nos termos do artigo 33, parágrafo 4º, do Código Penal."

Eduardo Cunha foi preso preventivamente por ordem do juiz federal Sérgio Moro em 19 de outubro, em Brasília.

Os valores da propina a Cunha teriam saído da compra, pela Petrobras, de 50% dos direitos de exploração de um campo de petróleo em Benin, na África, no valor de US$ 34,5 milhões. O negócio foi tocado pela Diretoria Internacional da estatal, cota do PMDB no esquema de corrupção.

Segundo a sentença, "a prática do crime corrupção envolveu o recebimento de cerca de US$ 1,5 milhão, considerando apenas a parte por ele recebida, o que é um valor bastante expressivo, atualmente de cerca de R$ 4.643.550,00". O prejuízo estima à Petrobras, pela compra do campo de petróleo, afirmou Moro, é de cerca de US$ 77,5 milhões, segundo a Comissão Interna de Apuração da estatal.

"A corrupção com pagamento de propina de US$ 1,5 milhão e tendo por consequência prejuízo ainda superior aos cofres públicos merece reprovação especial. A culpabilidade é elevada. O condenado recebeu vantagem indevida no exercício do mandato de deputado federal, em 2011", observou Moro.

"A responsabilidade de um parlamentar federal é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes. Não pode haver ofensa mais grave do que a daquele que trai o mandato parlamentar e a sagrada confiança que o povo nele deposita para obter ganho próprio. Agiu, portanto, com culpabilidade extremada, o que também deve ser valorado negativamente."

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), vai continuar preso. A decisão foi da Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), no Recife, que negou o pedido de habeas corpus dele. A defesa do ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB) também solicitou a soltura do seu cliente, mas os juízes seguiram a mesma linha e negaram.  

A decisão do TRF-5 segue os pareceres da Procuradoria Regional da República da 5ª Região, órgão do Ministério Público Federal (MPF), que afirma que “há indícios de que Alves e Cunha praticaram, de forma continuada, os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro”. O ministério diz que os dois se beneficiaram com propina para favorecer empresas de construção civil na obra do estádio Arena das Dunas, em Natal. 

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Ainda de acordo com o MPF, a prisão de Alves e de Cunha é necessária para garantir a ordem pública. “E assegurar a efetiva aplicação da lei penal, uma vez que ambos continuam a exercer intensa atividade política em âmbito nacional. Dessa forma, o cerceamento de sua liberdade tem o objetivo de evitar a continuidade das práticas ilícitas”, explicou em nota. 

Cunha está preso desde outubro de 2016, por conta de outro processo quando também se tornou alvo deste. Já Henrique Alves foi preso na Operação Manus, um desdobramento da Lava Jato, no último dia 6 de junho. 

O Ministério Público Federal (MPF) no Rio Grande do Norte apresentou denúncia contra os ex-presidentes da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha, além de mais quatro envolvidos em esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os ex-parlamentares são acusados de receber pelo menos R$ 11,5 milhões em propinas de empreiteiras, sem contar R$ 4 milhões repassados a clubes de futebol.

A denúncia ocorre no âmbito da Operação Manus, deflagrada no dia 6 de junho, e que deriva da Operação Lava Jato. A denúncia foi entregue nessa terça-feira (20) à Justiça Federal.

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Eduardo Cunha já se encontrava no Complexo Médico Penal do Paraná quando a Justiça Federal, a pedido do MPF no Rio Grande do Norte, acatou novo mandado de prisão preventiva contra ele e Henrique Alves. Este, por sua vez, foi preso pela Polícia Federal (PF) em sua residência, em Natal, e atualmente está na Academia de Polícia Militar do estado.

Além dos ex-parlamentares, também foram denunciados Leo Pinheiro, presidente da OAS e que está preso na PF no Paraná; o executivo da Odebrecht Fernando Luiz Ayres da Cunha, que vem colaborando com as investigações; o empresário e ex-secretário de Obras de Natal Carlos Frederico Queiroz Batista da Silva, conhecido como Fred Queiroz, atualmente preso no Quartel da Polícia Militar em Natal; e o empresário Arturo Silveira Dias de Arruda Câmara, sócio da Art&C Marketing Político Ltda., com sede na capital potiguar.

Para o MPF, entre Eduardo Cunha e Henrique Alves existia uma “parceria criminosa”. De acordo com a denúncia, os dois ex-parlamentares, ao menos entre 2012 e 2014, “solicitaram, aceitaram promessa nesse sentido e efetivamente receberam vantagens indevidas, de forma oculta e disfarçada, por meio de doações eleitorais oficiais e não oficiais, em razão da atuação política e parlamentar de ambos em favor dos interesses de empreiteiras”.

Por sua vez, Fred Queiroz, administrador da Pratika Locação de Equipamentos, e o cunhado de Henrique Alves, Arturo Arruda Câmara, contribuíram com a “estrutura organizada para lavagem, por meio de prestações de contas eleitorais, dos valores ilicitamente obtidos”. O esquema foi utilizado principalmente na campanha de Alves ao governo do Rio Grande do Norte em 2014.

Em 2013, Henrique Alves obteve ainda vantagens indevidas para os clubes de futebol ABC Futebol Clube e América de Natal, intercedendo à OAS para que celebrassem contratos de utilização da Arena das Dunas em condições mais favoráveis.

A Agência Brasil entrou em contato com a defesa de Henrique Alves, que não vai se manifestar sobre a denúncia.

Segundo o MPF, caso ela seja aceita pela Justiça Federal, os dois políticos responderão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; Léo Pinheiro e Fernando Ayres por corrupção ativa e lavagem de dinheiro; e os empresários Fred Queiroz e Arturo Arruda por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os ex-deputados e os executivos da OAS e Odebrecht não foram denunciados por organização criminosa porque já respondem por esse crime em outras ações.

O MPF pediu ainda a reparação dos danos materiais e morais, no valor mínimo de R$ R$ 15,5 milhões, e a perda da função pública para os condenados.

Responsável pela Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin acatou, nesta terça-feira (20), um pedido da defesa do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e determinou que a investigação sobre a suposta tentativa de obstrução do peemedebista na Lava Jato deixe de ser analisado pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro. 

Com a decisão, o processo será remetido à Justiça Federal do Distrito Federal, onde os atos ilegais teriam ocorrido. A denúncia contra Cunha é oriunda da delação premiada de Marcelo Odebrecht. Segundo o herdeiro da empreiteira, Cunha pediu a contratação da empresa de consultoria Kroll para investigar inconsistência nas delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousseff. 

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Sob a ótica de Fachin, o fato da suposta obstrução ser relativa a Lava Jato não é suficiente para que o caso fique a cargo de Moro, “pois não se revela, ao menos de forma aparente, qualquer liame objetivo, subjetivo ou probatório que justifique a concentração dos atos processuais”. O magistrado também retirou de Moro investigações sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se defendeu, nessa segunda-feira (19), das acusações que Joesley Batista, dono da JBS, fez em entrevista à revista Época, do fim de semana passado. Em carta redigida de próprio punho na cadeia em Curitiba, Cunha citou um encontro entre ele, Joesley e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no ano passado, para desmentir o empresário. Joesley disse ter encontrado Lula em duas ocasiões: uma em 2006 e outra em 2013.

"Ele (Joesley Batista) fala que só se encontrou o ex-presidente Lula por duas vezes em 2006 e em 2013. Mentira! Ele apenas se esqueceu que promoveu um encontro que durou horas no dia 26 de março de 2016, Sábado de Aleluia (anterior à Páscoa) na sua residência, entre mim, ele e Lula, a pedido de Lula, para discutir o processo de impeachment (de Dilma Rousseff)", disse, em carta. Cunha afirmou que, no encontro, pôde "constatar a relação entre eles e os constantes encontros que mantinham". Segundo o ex-presidente da Câmara, sua versão pode ser comprovada com o testemunho dos agentes de segurança da Casa, que o acompanharam, além da locação de veículos em São Paulo, que o teriam levado até lá.

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Defesa

Cunha disse ainda que "repudia com veemência as acusações" e desafia Joesley a comprová-las. O empresário disse à revista Época que Cunha respondia ao presidente Michel Temer, que era o chefe do que chamou de "Orcrim", "organização criminosa da Câmara". Temer também negou as acusações.

Além disso, o dono da JBS também afirmou que se tornou "refém" de Cunha e do corretor Lúcio Funaro - a quem ele deveria supostamente pagar uma "mesada" para não correr o risco de delatarem.

Além de negar as acusações, Cunha aproveitou para criticar o acordo de colaboração firmado entre Joesley e a Procuradoria-Geral da República (PRG), a que ele chamou de "delação bilionariamente premiada".

O deputado cassado afirmou que entrou com recurso no STF para a anulação do acordo. "Hoje fica claro que ele mente para obter benefícios pelos seus crimes, ficando livre da cadeia, obtendo uma leniência fiada, mas desfrutando dos seus bilionários bens à vista", disse.

Beneficiário

O peemedebista encerrou a carta enumerando os supostos benefícios da JBS com o governo, citando especificamente a Medida Provisória (MP) do Refis e da Leniência com o Banco Central. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) tinham uma relação 'íntima e delituosa', afirma o juiz da 10ª Vara Federal, Vallisney de Oliveira, em decisão que mandou prender preventivamente os peemedebistas, no âmbito da Operação Manus, desdobramento da Lava Jato, nesta terça-feira (6).

A Procuradoria da República no Rio Grande do Norte também integra a Operação Manus e investiga fraudes de R$ 77 milhões na construção da Arena das Dunas para a Copa 14 - aqui, também, Henrique Alves, ex-ministro do Turismo nos governos Dilma e Temer. A ação, executada em parceria entre a Polícia Federal e a Procuradoria da República no Distrito Federal, apura irregularidades que teriam sido cometidas pelo grupo liderado pelo ex-presidente da Cãmara Eduardo Cunha nas vice-presidências de Fundos e Loterias e Pessoas Jurídicas da Caixa Econômica Federal (CEF).

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A Procuradoria da República no Rio Grande do Norte também integra a Operação Manus e investiga fraudes de R$ 77 milhões na construção da Arena das Dunas para a Copa 14 - aqui, também, Henrique Alves está sob suspeita de receber propinas das empreiteiras OAS e Odebrecht na campanha eleitoral daquele ano, quando concorreu ao governo do Estado.

O juiz federal em Brasília Vallisney de Oliveira narra que, apesar de não poder ser considerado como ‘mentor ou participante direto junto às empresas’, o ex-ministro do Turismo foi beneficiário de ‘valores ilícitos’ de operações do FI-FGTS.

Segundo a Procuradoria, ele teria emprestado contas no exterior a Eduardo Cunha para receber propinas da Carioca Engenharia.

"Segundo a presente cautelar, sua ligação nas apontadas irregularidades com Eduardo Cunha é muito próxima, podendo ter havido uma combinação forte entre ambos dos valores que foram pagos pelas empresas que fizeram operação no FI-FGTS, principalmente a Carioca Engenharia, de Ricardo Pernambuco, que fez diversos depósitos para contas que têm como beneficiários Henrique Alves a pedido de Cunha e de valores muito expressivos", anota o magistrado.

O defensor de Alves, Marcelo Leal, foi procurado pela reportagem, mas não respondeu. 

Já o  advogado de Eduardo Cunha, Ticiano Figueiredo, disse, em nota, que "é inequívoco que não há qualquer contemporaneidade os fatos da investigação com a decretação da medida cautelar dessa gravidade. Isso expõe as vísceras de uma estratégia que tem sido adotada na Lava Jato e replicada pelos estados de se utilizar de uma pirotecnia para expor investigados e pressioná-los contra a sociedade. Lamentável esse abuso na utilização da prisão preventiva como forma de instrumento de investigação primário, e não como última opção".

O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, autorizou nesta terça-feira (30) o interrogatório do presidente Michel Temer no inquérito em que é investigado com base nas delações premiadas do empresários donos da JBS.

De acordo com a decisão, o interrogatório poderá ser realizado por escrito e respondido pelo chefe de Estado 24 horas após a entrega das perguntas pela Polícia Federal (PF).

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Temer é acusado de dar aval ao empresário Joesley Batista, dono da JBS, para realizar pagamentos de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha para silenciá-lo. A acusação foi divulgada durante a delação premiada de Joesley. 

O responsável pela Operação Lava Jato, o juiz Sérgio Moro, absolveu a jornalista e esposa do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, nesta quinta-feira (25). Ela foi acusada de cometer crimes de lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas. 

A justificativa dada por Moro teria sido a de que faltam provas que comprovem que ela ocultou dinheiro, supostamente de propina recebida do marido, em conta na Suíça com mais de US$ 1 milhão. A jornalista, no entanto, não poderá usufruir do alto valor, já que Moro bloqueou o dinheiro. De acordo com o juiz, o motivo é porque Cunha controlava a conta.

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O MPF havia pedido em suas alegações finais que a Cláudia fosse condenada e cumprisse a pena em regime fechado. Como foi inocentada, ela não será presa. 

Já Eduardo Cunha, que já foi considerado um dos homens mais “poderosos” da Câmara dos Deputados, cumpre pena desde outubro de 2016, após ter sido condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão.

Na sentença, o juiz listou 13 compras em alguns dos endereços mais famosos do mundo: Prada, Chanel, Louis Vitton e Balenciaga. Segundo o magistrado, "gastos de consumo com produto do crime não configuram por si só lavagem de dinheiro".

"A acusada teve participação meramente acessória e é bastante plausível a sua alegação de que a gestão financeira da família era de responsabilidade do marido e de que, quanto à conta no exterior, ela tinha presente somente que era titular de um cartão de crédito internacional", anotou Moro.

Moro destacou que "não há nada de errado nos gastos em si mesmos, mas são eles extravagantes e inconsistentes para ela e para sua família, considerando que o marido era agente público".

"Deveria, portanto, a acusada Cláudia Cordeiro Cruz ter percebido que o padrão de vida levado por ela e por seus familiares era inconsistente com as fontes de renda e o cargo público de seu marido", observou Moro.

"Embora tal comportamento seja altamente reprovável, ele leva à conclusão de que a acusada Cláudia Cordeiro Cruz foi negligente quanto às fontes de rendimento do marido e quanto aos seus gastos pessoais e da família", advertiu o juiz da Lava Jato.

Segundo Moro, a negligência de Cláudia não é "suficiente para condená-la por lavagem dinheiro".

O magistrado alertou que "a absolvição da imputação criminal não impede, porém, eventual responsabilização cível para a devolução do produto do crime gasto de maneira negligente".

Esta ação teve origem em contrato de aquisição pela Petrobras dos direitos de participação na exploração de campo de petróleo na República do Benin, país africano, da Compagnie Beninoise des Hydrocarbures Sarl - CBH. O negócio teria envolvido o pagamento de propina a Cunha de cerca de 1,3 milhão de francos suíços, correspondentes a cerca de US$ 1,5 milhão.

Segundo o Ministério Público Federal, parcela da propina recebida por Eduardo Cunha no contrato de Benin teria sido repassada à conta secreta na Suíça denominada de Kopek, de titularizada por Cláudia.

Com Agência Estado

O movimento Vem Pra Rua cancelou, nesta sexta-feira (19), as manifestações marcadas em algumas cidades do país para o próximo domingo (21). Em nota, o grupo diz que a medida é por questão de segurança e pontua não se tratar de “um recuo” diante das novas acusações de pagamento de propinas a políticos como o senador Aécio Neves (PSDB) e ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), para este com o suposto aval do presidente Michel Temer (PMDB). 

“O Vem Pra Rua sempre exerceu a coerência no seu posicionamento, pregando a ética na política, um estado desinchado e eficiente e respeitando os princípios democráticos e constitucionais. Ao adiar a manifestação de domingo, o movimento o faz sobretudo por questões de segurança”, frisa o texto. “Em muitas cidades não houve tempo hábil para planejar a segurança ideal. Sair sem segurança adequada colocaria em risco não só membros do movimento como seguidores e público em geral”, justifica, acrescentando.

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Na nota, o movimento garante que uma nova data será marcada para um ato em defesa da Lava Jato, com foco nas novas denúncias e pondera que “o adiamento não significa recuo”. “Ao contrário, nada abala nossa convicção de que todos, sem exceção e de que partidos forem, devem ser punidos pelos crimes cometidos”, ressalta. 

Ainda no texto o grupo também se coloca contra a campanha dos movimentos e partidos que integram as Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular pelo adiantamento das eleições gerais. “O Vem Pra Rua preza acima de tudo o que está determinado no texto constitucional e por isso mesmo repudia qualquer movimento em relação a eleições diretas neste momento”, destaca.

Apesar do cancelamento, a líder do Vem Pra Rua do em Pernambuco, Maria Dulce Sampaio, disse ao LeiaJá que eles não têm "políticos de estimação". Ela afirmou também que no Recife já não haveria o ato por “falta de tempo hábil para organizar”. Um adesivaço, que já estava previsto antes da divulgação da delação da JBS para o domingo (19), na Avenida Boa Viagem, também foi cancelado.

Além de assegurar que não renunciaria ao mandato, o presidente Michel Temer (PMDB) fez uma análise da semana para a sua gestão. Segundo o peemedebista, o governo foi “do melhor ao pior momento” em uma semana e, sob a ótica dele, as denúncias oriundas da delação da JBS trouxeram de volta o “fantasma da crise política”. 

“Quero deixar muito claro dizendo que o meu governo viveu nesta semana seu melhor e seu pior momento. Os indicadores de queda na inflação e os números de retorno do crescimento econômico criaram esperança de dias melhores, o otimismo retomava e as reformas avançavam”, salientou. “Ontem, contudo, a revelação de conversa gravada clandestinamente trouxe de volta o fantasma de crise política de proporção ainda não dimensionada”, acrescentou.

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Com um tom duro e demonstrando insatisfação com o clima em torno do nome dele, Michel Temer disse que “todo esforço de tirar o país da recessão pode ser tornar inútil” com as acusações. 

No início da tarde, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin autorizou a abertura de inquérito contra o presidente por obstrução. Ele é acusado de incentivar o dono da JBS a manter uma mesada destinada ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) para que ele ficasse em silêncio diante das investigações da Lava Jato. 

Finalizando o pronunciamento, o presidente disse que com “tanto esforço e dificuldades superadas”, o “único compromisso” dele é com o Brasil.

O presidente Michel Temer (PMDB) afirmou, nesta quinta-feira (18), que não vai renunciar ao cargo mesmo após as denúncias de que ele teria comprado o silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) diante de investigações da Lava Jato. Em pronunciamento, na tarde de hoje, ele foi enfático: "não renunciarei, repito, não renunciarei".

Uma matéria divulgada pelo jornal O Globo revelou a gravação de um áudio em que o peemedebista teria incentivado o dono da JBS a manter uma mesada destinada ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) para que ele ficasse em silêncio diante das investigações da Lava Jato. 

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Michel Temer confirmou a conversa, mas negou o incentivo da mesada. "Houve realmente o relato de um empresário que, por ter relação com o ex-deputado, auxiliava a família do deputados, mas não solicitei que isso acontecesse e em nenhum momento autorizei que pagassem a quem quer que seja para ficar calado, não comprei o silêncio de ninguém porque não temos nenhuma delação", argumentou. 

O pronunciamento do presidente aconteceu após o Supremo Tribunal Federal autorizar a abertura de inquérito contra ele para apurar o caso. Antes de falar com à imprensa, inclusive, Temer solicitou ao STF o acesso aos documentos que embasam as denúncias, mas “até o momento não conseguiu”. 

“Na investigação pedida pelo STF surgirão todas as explicações. Sei o que fiz e exigo uma investigação plena e muito rápida. Esta situação não pode persistir por muito tempo”, salientou. Antes disso, ele deixou claro que não tinha nada para esconder. “Não preciso de cargo público, nada tenho a esconder. Sempre honrei meu nome e nunca autorizei, por isso mesmo, que usassem meu nome indevidamente”, acrescentou. 

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin autorizou a abertura de inquérito contra o presidente Michel Temer por obstrução, segundo informações do Valor Econômico. O pedido foi realizado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Fachin já havia homologado a delação premiada dos empresários Wesley e Joesley Batista, do grupo J&F, o que tornava possível que Janot realizasse os pedidos de inquérito relacionados às informações divulgadas pelos irmãos. 

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O ministro teria já sinalizado ao procurador-geral a intenção de tornar públicas as delações ainda nesta quinta-feira (18) , de acordo com o Valor. A expectativa é que o suposto áudio de Temer comprando o silêncio de Eduardo Cunha seja divulgado nas próximas horas. 

O presidente Michel Temer (PMDB) não virá mais a Pernambuco nesta sexta-feira (18). A visita do peemedebista teria como objetivo devolver ao governo local a autonomia do Complexo Portuário de Suape, situado em Ipojuca, que desde o ano de 2013 pertencia ao Governo Federal. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Porto. Segundo eles, o cancelamento foi comunicado pelo Palácio do Planalto na manhã desta quinta (17). 

O cancelamento da agenda acontece após uma crise política nacional ser instaurada envolvendo o nome do presidente. De acordo com uma reportagem do jornal O Globo, o presidente teria incentivado o dono da JBS a manter uma mesada destinada ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) para que ele ficasse em silêncio diante das investigações da Lava Jato.

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Esta é a segunda vez que Temer deixa de vir ao estado para a devolução de Suape ao governo local.  A primeira vez, foi no dia 27 de abril, quando ele decidiu que deveria permanecer em Brasília para acompanhar a votação da reforma da Previdência e trabalhista, nas comissões e no plenário da Câmara. Apesar da justificativa, a suspensão da atividade aconteceu um dia após o PSB, que governa  Pernambuco, fechar questão para votar contra as duas matérias. 

Na última quinta-feira, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, negou que o primeiro cancelamento tivesse qualquer motivação política e anunciou a data da nova agenda. 

Apesar da crise nacional instaurada no cenário político, o governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB) não se pronunciou sobre o assunto após um encontro, na manhã desta quinta-feira (18), com um grupo de embaixadores da União Europeia. De acordo com assessoria de imprensa, ele decidiu que não participaria da coletiva após o evento.

Nessa quarta (17), ele teria participado de uma reunião com o presidente Michel Temer (PMDB) após a divulgação da reportagem do jornal O Globo que revelou a gravação de um áudio em que o peemedebista teria incentivado o dono da JBS a manter uma mesada destinada ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) para que ele ficasse em silêncio diante das investigações da Lava Jato.

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De acordo com o deputado estadual Aluísio Lessa (PSB), que também participou do encontro com os embaixadores, Paulo Câmara, que estava em Brasília ontem, também se reuniu antes de vir para Pernambuco com a direção nacional do PSB.

Segundo Lessa, tanto o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, quanto o governador comentaram sobre o assunto na reunião. "Incomoda a todo mundo. Incomoda a nós brasileiros, governaodres e embaixadores", frisou. 

Michel Temer completou um ano na Presidência do Brasil há apenas seis dias. Apesar de toda a instabilidade política causada pelo impeachment da petista Dilma Rousseff, pela crise econômica que assola o país e pelos protestos da oposição, o peemedebista enfrenta nesta quinta-feira (18) sua maior crise, com risco de tirá-lo do cargo.

Delatores disseram na noite dessa quarta-feira (17) terem um áudio bombástico no qual Temer autoriza o pagamento de suborno para manter calado o ex-deputado Eduardo Cunha. A conversa foi gravada pelos empresários Joesley e Wesley Batista, donos do grupo JBS, que fizeram acordo de delação premiada, a qual ainda não foi homologada e cita também outra negociação envolvendo o senador Aécio Neves (PSDB). A dupla contou ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que tinha gravado em março as palavras de Temer sobre Cunha.

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O presidente logo negou o teor das delações e garantiu que não renunciará ao cargo. Mas movimentos políticos prometem sair às ruas nesta quinta-feira para exigir a renúncia de Temer e a convocação de novas eleições, apesar da Constituição prever um pleito indireto.

Ontem à noite, um grupo já se reuniu na Avenida Paulista, em São Paulo, pedindo "Fora, Temer". Entre os manifestantes, havia apoiadores do PSOL e do Movimento Sem Terra (MST), que milita a favor de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em Brasília, foram protocolados dois pedidos de impeachment de Temer. O primeiro partiu do deputado Alessandro Molon, da Rede, alegando crime de responsabilidade. O outro pedido veio do terceiro-secretário da Câmara, João Henrique Holanda Caldas, do PSB.

A oposição também se uniu em uma nota assinada por PT, PDT, PC do B, PSB, PSOL e Rede para anunciar um fórum permamente de ação para pedir a renúncia ou o afastamento de Temer. Mas, desde o mês passado, tramita na Câmara outro requerimento de impeachment, aberto por ordem do ministro Marco Aurélio Mello, do STF. Só que a comissão especial que analisará o pedido ainda não foi instalada.

Apesar dos pedidos de impeachment, muitos parlamentares defendem que Temer opte pela renúncia, que é mais rápida que todo o processo de afastamento via Congresso. Outra opção seria acelerar o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do processo da chapa Dilma-Temer, marcado para 6 de junho. Com impeachment ou renúncia, caso Temer saia do poder, são realizadas eleições indiretas para a Presidência. O novo mandatário seria escolhido pelo Congresso, ideia à qual muitos brasileiros já se manifestam contrariamente.

Nesse sentido, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB), afirmou que avaliará a possibilidade de pautar nos próximos dias no colegiado a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê eleições diretas para presidente.

A divulgação do áudio em que o presidente Michel Temer (PMDB) aparece pedindo a manutenção do pagamento de uma mesada ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) deu fôlego aos movimentos, partidos e centrais sindicais que compõem as Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular. Com isso, os grupos já marcaram manifestações para esta quinta-feira (18), em diversas cidades do país, com o intuito de pedir a renúncia ou o impeachment do presidente, além da antecipação das eleições gerais.

Em Pernambuco, um ato deve reunir os militantes a partir das 16h na Praça do Derby, área central do Recife. Nas redes sociais, os eventos das duas frentes convidando os internautas para a mobilização são intitulados de "Assembleia Popular Fora Temer" e "Derrubar Temer nas ruas".

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Em outros nove estados, também terão protestos nesta quinta. No Rio de Janeiro, a mobilização será a partir das 17h, na Candelária; em Curitiba, às 18h30, na Praça da Mulher; em Brasília, às 17h, na rodoviária do Plano Piloto; e em Fortaleza, às 16h, na Praça da Bandeira. Já em São Paulo, o ato será no domingo (21), às 15h no vão do Masp.  

Além da oposição popular, a partir das frentes que apoiam o PT, a revelação do áudio de Temer também provocou a solicitação do impeachment dele no Congresso Nacional, mas apesar do trâmite legal, senadores da oposição também apelaram para o "bom senso" do presidente e pediram sua renúncia. 

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