Tópicos | Egito

Líderes muçulmanos do Egito acreditam que a renúncia de Bento XVI poderá reabrir o caminho do diálogo com a Igreja Católica, interrompido após declarações polêmicas do Papa feitas em 2006.

No entanto, para que haja uma melhora na relação entre a Igreja e Al-Azhar, a mais alta autoridade do Islã sunita no Cairo, dependerá da postura do futuro Papa sobre o mundo muçulmano, afirmam.

"A retomada das relações com o Vaticano depende da nova atmosfera criada pelo futuro Papa", declarou Mahmoud Azab, conselheiro do imã de Al-Azhar, Ahmed al-Tayeb, para as questões inter-religiosas.

"A iniciativa está agora nas mãos do Vaticano", ressaltou.

Em 2006, Bento XVI provocou mal-estar ao citar um imperador bizantino que descrevia o profeta Maomé como alguém que propagava ideias "más e desumanas" por meio da violência.

O diálogo chegou a ser retomado em 2009, antes de ser interrompido novamente após o Papa fazer um apelo pela proteção das minorias cristãs, depois de um ataque suicida contra uma igreja em Alexandria, no Egito, na noite de 31 de dezembro de 2010.

Na ocasião, Al-Azhar decidiu suspender suas reuniões com o Vaticano, por considerar as declarações de Bento XVI sobre os cristãos do Oriente como "repetidos ataques contra o Islã".

O influente teólogo qatari de origem egípcia Yusef al-Qaradawi indicou que a União Internacional de Sábios Muçulmanos boicota o Papa desde suas afirmações de 2006.

"Agora, se Deus quiser, retomaremos o diálogo após a eleição de um novo Papa", declarou, se mostrando "otimista".

O diálogo poderá se concretizar em um momento em que os islâmicos se tornaram a principal força política em vários países da região após as revoluções árabes de 2011, o que complica ainda mais as relações com as minorias cristãs.

Grupos pragmáticos, como a Irmandade Muçulmana no poder no Egito, provavelmente acolhem o diálogo de maneira favorável "devido ao seu desejo de manter uma boa aparência", segundo Ashraf al-Sherif, professor de Ciência Política da Universidade Americana do Cairo.

Já os movimentos salafistas, muçulmanos fundamentalistas, são tradicionalmente menos abertos ao diálogo interreligioso, mas, de acordo com Sherif, não devem criar problemas, já que "o diálogo é essencialmente uma formalidade".

Al-Azhar e o Vaticano mantiveram discussões sobre a coexistência religiosa durante o papado de João Paulo II, antecessor de Bento XVI.

A retomada do diálogo deve ser baseada em uma relação entre instituições, e não em laços pessoais, considerou Waguih Hasan, professor de Ciência Política da Universidade Al-Azhar.

"O perigo está no fato de reduzir a relação a uma relação pessoal. Este deve ser um relacionamento institucional", ressalta.

Segundo ele, o futuro Papa deverá resolver os problemas entre o Vaticano e os muçulmanos e promover o "respeito mútuo".

Após suas declarações de 2006, que provocaram protestos em países muçulmanos, Bento XVI tentou reparar as relações ao visitar a Mesquita do Sultão Ahmet, em Istambul, naquela que foi a segunda visita de um pontífice a uma mesquita na história papal.

"O futuro Papa não deve atacar o Islã", declarou um alto funcionário da Al-Azhar, Mahmoud Ashur, para quem as relações com o Vaticano devem basear-se no princípio de que as religiões "se completam, ao invés de competir".

Homens e mulheres egípcios tomaram mais uma vez as ruas do Cairo para exigir o fim da violência sexual contra as mulheres no Egito, que se proliferou nos últimos meses.

"A voz da mulher é uma revolução", gritavam os manifestantes, agitando bandeiras com os rostos de ícones femininos.

Esta manifestação é a última de uma série de ações exigindo o fim da cultura de impunidade das agressões sexuais cometidas por grupos de homens na Praça Tahrir e seus arredores.

Estes ataques são "uma arma no atual conflito político", disse um manifestante, Mayar Abdel Aziz, acusando "os adversários da liberdade" pelas agressões.

O assédio contra as mulheres nas ruas do Egito é um antigo problema, mas o fenômeno aumentou recentemente. Agressões e estupros são regulares à margem de protestos.

Os manifestantes também criticaram as declarações de membros do Parlamento culpando as mulheres pelos ataques.

"As mulheres, muitas vezes, provocam o estupro, colocando-se numa posição que a torna suscetível de ser estuprada", declarou o senador Adel Afifi, citado pela imprensa local.

Na semana passada, a Anistia Internacional pediu ao presidente Mohamed Mursi "medidas drásticas" para acabar com a violência sexual contra as mulheres.

Na manifestação desta terça-feira, as mulheres denunciaram os "sistemáticos" ataques.

"Nós sempre fomos assediadas. O que é novo é que a violência tornou-se uma rotina", lamentou Asmaa Ali, que lidera um grupo contra o fenômeno. "O assédio é um termo educado. Devemos chamá-lo de agressão sexual. Ele chegou ao nível de estupro na praça Tahrir", acrescentou.

A Moody's revisou nesta terça-feira o rating dos títulos soberanos do Egito de B2 para B3 devido ao impacto da intensificação dos conflitos na economia. Citando contínuas incertezas quanto à capacidade do governo egípcio para garantir suporte financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI), a agência de classificação de risco manteve a nota em revisão para um possível rebaixamento. As informações são da Dow Jones.

Homens mascarados bloquearam a estação de metrô central do Cairo nesta segunda-feira (11), mesmo dia em que os egípcios comemoram o aniversário de dois anos da destituição de Hosni Mubarak da presidência do país. Os protestos eram contra o atual presidente, Mohammed Morsi, sucessor de Mubarak.

Outros manifestantes bloquearam o tráfico no principal viaduto da cidade, enquanto milhares marchavam pela cidade, pedindo justiça em homenagem aos mortos em confrontos com as forças de segurança do governo depois que o islamita Morsi assumiu o poder em meados do ano passado.

##RECOMENDA##

O Egito está em turbulência política desde a saída de Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011. Na ocasião, ele foi substituído por um conselho militar que ficou no poder por 17 meses. Morsi venceu a primeira eleição democrática livre em junho, por uma pequena margem de diferença com seu adversário.

Os manifestantes, no entanto, dizem que pouco mudou desde a era Mubarak e acusam Morsi e a Irmandade de tentar monopolizar o poder e ignorar as demandas de grupos secular e liberal. As informações são da Associated Press.

Um tribunal do Egito ordenou, no último sábado (9), que o acesso ao site de compartilhamento de vídeos YouTube seja bloqueado por um mês. O motivo da polêmica se deve à exibição do filme A inocência dos muçulmanos, que foi considerado ofensivo ao islamismo. O filme foi divulgado no YouTube em julho de 2012 e resultou em protestos contra os Estados Unidos no Egito, na Líbia e em outros países muçulmanos, deixando 30 mortos.

O tribunal administrativo exige que o governo tome as atitudes necessárias para bloquear o acesso ao site no Egito por 30 dias. O porta-voz do governo egípcio não pôde ser contatado para comentar o assunto, e, de acordo com o site Cnet, representantes da Google afirmaram que ainda não foram notificados oficialmente sobre a punição.

##RECOMENDA##

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, chegou ao Cairo nesta terça-feira para a primeira visita de um chefe de Estado iraniano ao Egito desde a revolução islâmica de 1979. Imagens mostram o presidente egípcio, Mohamed Morsi, saudando Ahmadinejad no aeroporto do Cairo, assim que ele desembarcou do avião.

Ahmadinejad, que está numa visita de três dias ao país, vai participar da conferência da Organização da Conferência Islâmica e vai se reunir com autoridades egípcias, segundo informações divulgadas por meios de comunicação iranianos antes da viagem. As informações são da Dow Jones.

##RECOMENDA##

Onze fotógrafos de países como Colômbia, Nepal, Egito, Vietnã e Filipinas venceram o concurso Picture Inequality, promovido pelo Banco Mundial, que seleciona fotos da realidade de pobreza de desigualde destes países. O concurso contou a participação de mais de 750 fotos e de mais de 70 países.

Os vencedores tiveram como prêmio uma câmera fográfica no valor de US$ 500 e a oportunidade de mostrar ao mundo suas fotos. A problemática situação de crianças morando nas ruas, brincando com armas de brinquedo e trabalhando desde cedo em vez de estudar, está ilustrada nas fotos. O concurso ressalta as  dificuldades de educação, dos serviços de saúde, água potável e saneamento que representam um importante obstáculo ao desenvolvimento de vários países.

##RECOMENDA##

O concurso Picture Inequality faz parte de uma série de iniciativas que o Banco Mundial promove em torno da desigualdade e necessidade de equidade social.

Um partido de oposição do Egito alega que um de seus ativistas, Mohammed el-Gindy, de 28 anos, morreu de ferimentos sofridos durante tortura enquanto estava sob custódia da polícia.

Esse é o caso mais recente que destaca a brutalidade da polícia do Egito na tomada de medidas enérgicas contra protestos contra o governo, que inflamaram a ira pública durante a semana passada. Mas de 60 pessoas morreram nas manifestações através do país.

##RECOMENDA##

O Partido Corrente Popular disse que o ativista morreu na manhã desta segunda-feira após ter sido "torturado até a morte". A porta-voz do partido, Mona Amer, disse que viu o corpo de el-Gindy e que ele tinha marcas de tortura.

Segundo ela, ele foi eletrocutado, tinha as costelas quebradas e um cabo "parecia ter

sido enrolado no pescoço". Um relatório médico citou como hemorragia cerebral como causa da morte.

El-Gindy estava desaparecido há vários dias após um protesto no dia 27 de janeiro na praça Tahrir, no Cairo. Os manifestantes são contrários às políticas do presidente islamita egípcio, Mohammed Morsi, e estão pressionando para que ele modifique a constituição, que foi elaborada por um painel de islamitas e aprovado em um referendo público no ano passado.

Membros do Partido Corrente Popular estão organizando um funeral para el-Gindy and Mohammed Saad, um manifestante de 20 anos que também morreu por ferimentos sofridos durante confrontos com forças de segurança na sexta-feira passada. As informações são da Associated Press.

Milhares de egípcios foram às ruas do Egito nesta sexta-feira (1°) em uma demonstração de oposição ao presidente islâmico Mohamed Morsi e sua Irmandade Muçulmana, depois de uma semana de violência mortal que varreu o país.

Os manifestantes enfrentaram uma chuva rara no Cairo para marchar em direção à Praça Tahrir e ao palácio presidencial. Milhares de pessoas também marcharam no porto mediterrâneo de Alexandria e na cidade de Port Said, que ficou no coração dos confrontos da semana passada, depois que 21 moradores foram condenados à morte por violência ligada ao futebol há um ano.

##RECOMENDA##

A Fronte de Salvação Nacional (NSF) se juntou a facções rivais ontem para condenar a violência e apoiar os esforços para um diálogo nacional. Mas a coalizão dos principais grupos liberais e esquerdistas também convocou protestos hoje para pedir um governo de unidade e alteração da constituição elabora por islamitas, que polarizou a nação quando foi aprovada em dezembro.

As informações são da Dow Jones.

O presidente do Egito, Mohammed Morsi, declarou neste domingo estado de emergência por 30 dias no país, além de toque de recolher em três províncias do Canal de Suez, atingidas mais fortemente pela onda de violência política durante o fim de semana, que deixou mais de 50 mortos.

Morsi anunciou a medida em um pronunciamento transmitido pela televisão. Nervoso, ele prometeu que não hesitará em agir para combater a violência no país. O presidente também convidou as forças políticas do país para diálogos a partir de segunda-feira para resolver a crise.

##RECOMENDA##

Protestos na cidade de Port Said, no Egito, deixaram três mortos neste domingo, um deles um adolescente, segundo autoridades. Outras 433 pessoas ficaram feridas no segundo dia de conflitos na cidade. Dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Port Said para um funeral em massa dos 37 mortos nos confrontos do dia anterior, protestando contra Morsi.

A violência eclodiu quando algumas pessoas da multidão atiraram e a polícia reagiu com gás lacrimogêneo, disseram testemunhas. "Estamos muito preocupados com o que pode ocorrer após o funeral", disse um ativista, afirmando que a cidade está sob tensão.

Durante o funeral, tropas do Exército, apoiadas por veículos blindados, protegiam prédios estatais e tentavam restaurar a ordem. Enquanto isso, os participantes do funeral entoavam frases como: "Não há outro Deus que não Alá" e "Morsi é inimigo de Deus". O comércio na cidade está fechado pelo segundo dia seguido.

Os conflitos em Port Said eclodiram no sábado após uma corte condenar e sentenciar 21 réus à morte por suas participações em um confronto em massa durante uma partida de futebol em 1º de fevereiro de 2012, que deixou 74 mortos. A maior parte dos réus é composta de torcedores. A corte ainda decidirá o futuro de 73 outros réus em março. Os conflitos em Port Said já haviam deixado pelo menos 31 mortos no sábado.

A onda de violência é a mais recente de uma crise que deixou um total de 48 pessoas mortas em dois dias, incluindo 11 mortos em confrontos entre a polícia e manifestantes, marcando o segundo aniversário do levante que derrubou o regime do então presidente Hosni Mubarak. No Cairo, manifestantes entraram em confronto com a polícia nas proximidades da Praça Tahrir, o símbolo do levante contra Mubarak. Eles também bloquearam a ponte 6 de Outubro, que liga as zonas leste e oeste da cidade.

O presidente do Egito, Mohammed Morsi, cancelou uma viagem à Etiópia no sábado e, em vez disso, se reuniu pela primeira vez com altos generais que fazem parte de um Conselho Nacional de Defesa recém-formado.

Confrontos também eclodiram na cidade de Suez, onde pelo menos oito pessoas morreram na sexta-feira. Os manifestantes invadiram quatro delegacias de polícia e libertaram 25 presos, além de roubar armas. Neste domingo embarcações da Marinha estavam escoltando navios mercantes no Canal de Suez, que também era sobrevoado por helicópteros do Exército.

Enquanto isso, a oposição ameaça boicotar as eleições parlamentares que se aproximam se Morsi não encontrar uma "solução abrangente" para o tumulto. A Frente de Salvação Nacional, principal coalizão de partidos e movimentos contrários aos islamitas que estão no poder, disse que "não vai participar da votação" se não for formado um "governo de salvação nacional". As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

Pelo menos 32 pessoas morreram em confrontos sábado na cidade costeira de Port Said, no segundo dia de uma onda de violência iniciada na sexta-feira que deixou pelo menos 41 mortos no país. Veículos blindados e policiais militares foram mobilizados e centenas de pessoas ficaram feridas.

Os novos enfrentamentos foram desencadeados por manifestantes revoltados com a condenação de 21 homens à morte pela participação no tumulto que matou 74 torcedores em um estádio de futebol no dia 1º de fevereiro do ano passado.

##RECOMENDA##

Na ocasião, espectadores foram esmagados e algumas testemunhas viram pessoas sendo jogadas de arquibancadas depois do jogo entre o Al Ahly, do Cairo, e a equipe local, o Al-Marsi. A torcida do time da capital participou ativamente de protestos contra o ex-presidente Hosni Mubarak na Praça Tahrir durante a Primavera Árabe.

No total, 73 pessoas foram julgadas por envolvimento no episódio no estádio de Port Said. Em março serão emitidas outras sentenças, segundo o juiz.

Os confrontos violentos no Egito começaram na sexta-feira, com manifestações para marcar o segundo aniversário da derrubada de Mubarak.

Os manifestantes acusam o atual presidente, Mohamed Morsi, e seus aliados da Irmandade Muçulmana de traírem os ideais da revolução contra Mubarak.

Nove pessoas foram mortas na violência na sexta-feira, a maioria na cidade de portuária de Suez, para onde o Exército também foi deslocado. Prédios do governo foram atacados nas quatro maiores cidades do país e uma sede da Irmandade foi incendiada. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

Protestos irromperam no Cairo, capital do Egito, e deixaram oito mortos depois que um tribunal condenou à morte 21 torcedores e membros de clubes de futebol por causa de um confronto ocorrido na cidade de Port Said em fevereiro do ano passado. Naquela ocasião 74 pessoas morreram. O Cairo já vinha sendo palco de manifestações desde a última quinta-feira (24), em razão do segundo aniversário do levante que derrubou o regime do então presidente Hosni Mubarak.

Quando o veredicto foi anunciado, parentes dos condenados tentaram invadir a prisão em Port Said, o que provocou fortes confrontos com as forças de segurança. Alguns manifestantes usaram armas automáticas contra a polícia, que respondeu com bombas de gás lacrimogêneo, segundo testemunhas.

##RECOMENDA##

De acordo com médicos, o total de mortos em Port Said já chegou a oito, mas ainda não está claro se esse número inclui dois policiais que haviam sido assassinados no começo deste sábado. O general Ahmed Wasfi afirmou, em um comunicado lido pela agência de notícias estatal MENA, que tropas do exército estão sendo enviadas à cidade para tentar conter o tumulto.

Apesar da forte reação negativa à decisão do tribunal, houve quem ficasse contente. Um homem que perdeu o filho no confronto de fevereiro passado comemorou: "Estou satisfeito como veredicto", disse. Outro homem, Hassan Mustafa, que carregava a foto de um amigo que também faleceu na ocasião, afirmou que queria "justiça para os que planejaram a matança".

Em fevereiro do ano passado torcedores do Al-Masry, de Port Said, e do Al-Ahly, do Cairo, entraram em confronto durante uma partida de futebol que se transformou em violentos protestos nos dias seguintes. Muitos egípcios acreditam que a violência foi orquestrada ou pela polícia ou por apoiadores do presidente deposto Hosni Mubarak.

O tribunal do Cairo enviou o veredicto para o mais alto clérigo do Egito em busca de uma opinião final, como é de costume no país, e marcou o dia 9 de março como a data para dar o veredicto sobre outros 52 acusados, incluindo policiais. Nas manifestações de ontem pelo segundo aniversário do levante no Egito, pelo menos nove pessoas morreram e 530 ficaram feridas. As informações são da Dow Jones.

Um tribunal egípcio condenou à pena de morte 21 pessoas acusadas de terem participado de massacre em um estádio da cidade de Port Said no ano passado. Naquela oportunidade, um conflito entre torcedores do clube local, o Al Masry, e do Al Ahly, do Cairo, provocou a morte de 74 pessoas.

O juiz disse durante a leitura da sua decisão, transmitida ao vivo neste sábado pela TV estatal do Egito, que vai anunciar o veredicto dos outros 52 réus do caso no dia 9 de março. No tribunal, as família de pessoas mortas na briga celebraram a sentença.

##RECOMENDA##

Entre os réus do caso, estão nove policiais. A briga, que aconteceu no dia 1º de fevereiro de 2012, foi a mais letal do futebol no mundo nos últimos 15 anos. No incidente, centenas de torcedores do Al Masry invadiram o campo e atacaram os fãs do Al Ahly.

Torcedores de futebol estão tendo um papel de liderança nos protestos ao longo dos últimos dois anos no Egito. No incidente em Port Said, há acusações de que ex-membros do regime deposto de Hosni Mubarak ajudaram a instigar o ataque, e que a polícia, no mínimo, foi negligente.

Como é costume no Egito, as sentenças de morte serão enviadas a uma autoridade religiosa, o Grande Mufti, para aprovação. Todos os réus, que não estavam presentes na sala do tribunal neste sábado por razões de segurança, têm o direito de recorrer da sentença. As informações são da Associated Press.

A polícia do Egito atirou gás lacrimogêneo nesta quinta-feira em dezenas de manifestantes que tentavam derrubar um muro de cimento construído para evitar que os protestos cheguem ao Parlamento do país no centro de Cairo.

A violência ocorreu na véspera do aniversário de dois anos da revolta que derrubou o ex-presidente Hosni Mubarak. Três semanas de protestos massivos que eclodiram em 25 de janeiro de 2011 forçaram Mubarak a deixar o cargo.

##RECOMENDA##

Os conflitos de hoje podem continuar amanhã, data em que ativistas e oposicionistas farão grandes manifestações. A oposição exige que mudanças radicais sejam feitas na constituição do Egito. As informações são da Associated Press.

Manifestantes atearam fogo a um tribunal em Alexandria, no norte do Egito, no segundo dia consecutivo de distúrbios no país, antes do segundo aniversário do levante popular que derrubou o regime do general Hosni Mubarak. Nesse tribunal estão para ser julgados seis altos funcionários da polícia acusados de responsabilidade pela morte de ativistas durante a rebelião contra Mubarak.

De acordo com um oficial da polícia, jovens manifestantes atiraram pedras contra as forças policiais, que reagiram usando gás lacrimogêneo. Durante o tumulto, manifestantes atearam fogo a dois caminhões da própria polícia que estavam estacionados junto à sede do tribunal. Os confrontos aconteceram horas depois de o juiz Mohammed Hammad Abdel-Hadi anunciar que não vai mais presidir o julgamento.

##RECOMENDA##

A demora em julgar oficiais acusados de atrocidades causa frustração entre as famílias dos ativistas mortos nos combates de dois anos atrás. Entidades de defesa dos direitos humanos dizem haver no Egito uma "cultura de impunidade policial". A renúncia do juiz Abdel-Hadi implica que o julgamento dos oficiais terá de começar de novo.

O ex-chefe das forças de segurança em Alexandria, Mohammed Ibrahim, é um dos oficiais em julgamento; ele se aposentou depois da queda de Mubarak, enquanto os outros acusados ainda trabalham para o Ministério do Interior. No sábado, familiares de vítimas da repressão do regime anterior e outros manifestantes entraram em confronto com a polícia diante do mesmo tribunal, depois de o juiz Abdel-Hadi negar um pedido da promotoria para que testemunhas fossem chamadas a depor no julgamento.

Desde a deposição de Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011, depois de 29 anos no poder, cerca de 100 oficiais da polícia egípcia foram levados a julgamento sob acusações de matar ou ferir participantes do levante. Todos foram absolvidos ou tiveram sentenças suspensas. Mubarak e o último ministro do Interior de seu regime foram condenados a penas de prisão perpétua por sua responsabilidade na repressão, mas terão direito a um novo julgamento.

No levante iniciado em 25 de janeiro de 2011 foram mortas cerca de 900 pessoas, das quais cerca de 300 em Alexandria.

No começo deste mês, uma comissão de investigação criada pelo presidente Mohammed Morsi, que havia assumido em junho como o primeiro presidente livremente eleito do Egito, apresentou um relatório de 700 páginas sobre as mortes de manifestantes ocorridas nos últimos dois anos. A comissão é formada por juízes, advogados, representantes do Ministério do Interior, do serviço de inteligência do governo e familiares das vítimas. Ela recomendou que um único órgão investigue as mortes, independentemente de os acusados serem civis, policiais ou militares.

Neste domingo, 17 organizações, entre elas o Partido Social Democrático do Egito, de oposição, exortaram Morsi a adotar as recomendações da comissão. Em comunicado à imprensa, essas organizações disseram que Morsi apenas repassou as recomendações para a Procuradoria, sem ter tomado nenhuma medida para implementá-las, e destacaram que ainda está em vigor uma lei segundo a qual somente os militares podem investigar crimes cometidos por militares.

"O resultado dos veredictos será como o daquele soldado que fez 'testes de virgindade' em manifestantes presas nos protestos de 9 de março", diz o comunicado. Naquele caso, um tribunal declarou o acusado inocente, alegando que havia contradições nos depoimentos das testemunhas.

Também neste domingo, no Cairo, choques entre policiais e moradores do bairro de Shubra al-Kheima deixaram 4 mortos e 12 feridos. Segundo o Ministério da Saúde, entre os feridos estavam dois oficiais e um recruta da polícia.

De acordo com funcionários da polícia, o confronto começou quando um morador foi atingido por uma bala perdida durante a perseguição de um traficante de drogas por policiais. Os manifestantes passaram a atacar a polícia com pedras atiradas dos prédios em volta. As informações são da Associated Press.

Ao menos 22 pessoas morreram e 11 ficaram feridas nesta quarta-feira, no desabamento de um edifício em Alexandria, norte do Egito, informou uma fonte dos serviços de segurança.

Ao final da tarde, a busca de sobreviventes prosseguia enquanto os feridos presos sob os escombros pediam socorro, informou esta fonte, que afirmou que dez delas já haviam sido resgatadas.

##RECOMENDA##

No edifício de oito andares situado no bairro de Maamura viviam 24 famílias. Ele desabou na madrugada desta quarta-feira.

Este tipo de drama é relativamente frequente no Egito devido ao envelhecimento dos edifícios e ao descumprimento da legislação urbanística.

O presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, disse ao presidente egípcio que as garantias de liberdade de expressão e religião são essenciais para atrair investidores estrangeiros e turistas ao país árabe. Ele afirmou que a democracia genuína só pode ser alcançada por meio de consensos e inclusões. Rompuy se reuniu neste domingo com Mohammed Morsi, que enfrenta uma crise econômica decorrente de dois anos de turbulência política no Egito.

Morsi é o primeiro presidente eleito do país, mas os seis meses em que esteve no cargo foram definidos pelos críticos seculares e liberais como uma tentativa da Irmandade Muçulmana de monopolizar o poder e acelerar a adoção de uma constituição redigida por aliados islâmicos e aprovada por 64% dos eleitores em um referendo com 32% de participação. As informações são da Associated Press.

##RECOMENDA##

A mais alta corte criminal do Egito hoje anulou a sentença de prisão perpétua decretada em junho do ano passado ao ex-presidente Hosni Mubarak. Ele havia sido condenado por cumplicidade no assassinato de centenas de protestantes durante a revolução que tomou conta do país há dois anos.

A decisão determina um novo julgamento e ameaça empurrar o Egito para uma outra rodada de instabilidade quase duas semanas antes de milhares de egípcios tomarem as ruas para marcar o segundo aniversário do levante popular que derrubou Mubarak do poder.

##RECOMENDA##

O ex-presidente será novamente julgado ao lado do seu ministro do Interior, Habib Al Adly, que também foi sentenciado à prisão perpétua. A notícia deve enfurecer os egípcios, que vinham pedindo por vingança contra Mubarak e seus principais aliados, envolvidos no assassinato de centenas de manifestantes. As informações são da Dow Jones.

O maior partido político ultraconservador islamita do Egito, al-Nour (luz, em árabe), elegeu nesta quarta-feira seu novo presidente, o dentista Younis Makhyoun, de 58 anos. Ele foi escolhido em uma votação de consenso entre os salafistas, que formam a base do al-Nour. O partido dos salafistas saiu da clandestinidade após a revolução de fevereiro de 2011 que derrubou Hosni Mubarak. Nas eleições parlamentares de 2012, o al-Nour emergiu como a segunda força política mais importante do Egito, atrás apenas do partido da Liberdade e Justiça, que representa a relativamente mais moderada Irmandade Muçulmana.

O al-Nour foi abalado, contudo, por uma disputa entre os radicais políticos e religiosos. Analistas políticos dizem que a disputa interna poderá custar votos aos salafistas na próxima eleição parlamentar. O dentista Makhyoun é considerado o líder da ala religiosa, que derrotou os radicais políticos na disputa interna. O presidente do Egito, Mohammed Morsi, deverá marcar a data das próximas eleições parlamentares no final de fevereiro. No ano passado, o al-Nour capturou cerca de 25% das 270 cadeiras da Câmara Baixa do Parlamento, a Shura. A Câmara Baixa foi dissolvida pela suprema corte.

##RECOMENDA##

Makhoyun fez parte da Assembleia Constituinte do Egito, que redigiu a conservadora Constituição do país, aprovada recentemente em um referendo cujo resultado foi contestado pelos seculares, cristãos e mulheres. Apenas 33% dos eleitores participaram do referendo.

Os islamitas afirmam que a entrada em vigor da Constituição é apenas o primeiro passo para islamizar totalmente a sociedade egípcia. "Queremos libertar o Egito da escravidão e da submissão", disse hoje Makhyoun. Ele tentou acalmar os cristãos e as mulheres, ao dizer que a lei islâmica, a Sharia, "libertará até mesmo as mulheres ocidentais da moral decadente do Ocidente".

As informações são da Associated Press.

Faruq Hosni, que foi ministro da Cultura do Egito por mais de duas décadas na administração do presidente deposto Hosni Mubarak, foi absolvido de acusações de corrupção e enriquecimento ilícito por uma corte criminal da cidade de Giza neste sábado, segundo uma fonte judicial.

Em setembro, a mídia estatal do país divulgou que Hosni havia sido acusado de desviar 18 milhões de libras egípcias, o equivalente a quase US$ 3 milhões. Hosni também foi acusado por "abuso de poder no exercício de suas funções". O ex-ministro negou todas as acusações, de acordo com a fonte.

##RECOMENDA##

No passado, Hosni se envolveu numa polêmica internacional ao dizer a um parlamentar islamita que iria pessoalmente queimar quaisquer livros israelenses que encontrasse em bibliotecas egípcias. As informações são da Dow Jones.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando