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É a sua primeira saída em um ano. Cerca de 100 idosos de várias casas de repouso em Madri, que acabam de ser vacinados, foram ao teatro nesta quarta-feira (24), uma experiência emocionante para esses pioneiros da imunização.

Com as unhas pintadas, cabelos cuidadosamente penteados e seu casaco de pele, Milagro Fernández, de 98 anos, se junta à excursão.

Ela chega ao salão do lar onde mora entre aplausos: a equipe não perderia este momento por nada no mundo. Milagro superou a covid-19 na primavera passada.

Ela embarca em um ônibus com outros três colegas, Antonio Alonso, de 87 anos, Concha Martínez, de 90, e José Tellez, de 92 anos e que diz à diretora da casa: "Obrigado pelo 'tour'!"

Eles se dirigem para a Gran Vía, a "Broadway" de Madri.

"Depois vamos comer em algum lugar?", convida José, muito empolgado com esta primeira saída em tanto tempo.

Um ano sem poder sair de casa. Um ano sem ver Madri e suas ruas movimentadas.

Laura Egea, a diretora do lar de idosos, afirma que teria adorado acompanhá-los. Ela enxuga algumas lágrimas quando se lembra das "dezenas" de residentes, de um total de 180, que não sobreviveram. "Um luto" que ainda não acabou.

No início de dezembro, o governo espanhol estimou que entre 47% e 50% dos falecimentos na primeira onda da pandemia foram registrados em lares de idosos. O país contabilizou até agora mais de 68.000 mortes no total.

- Esperança -

Dentro do ônibus, eles não param de falar. Um deles aponta para o salão de beleza que costumava ir, outro recomenda restaurantes, um terceiro dá dicas ao motorista.

Em frente ao teatro EDP Gran Via, dezenas de outros ônibus já estão estacionados. Com precaução, eles abaixam suas cabeças grisalhas enquanto descem do veículo.

O teatro convidou 150 aposentados vacinados de sete casas de repouso de Madri e 50 enfermeiros, também imunizados, para o show humorístico do ator Santi Rodríguez.

O verdadeiro espetáculo, no entanto, não está em cima do palco. A imprensa, que veio em massa, se reúne para eternizar o momento.

Esses idosos encarnam a esperança de um retorno à vida normal, apesar de respeitarem a distância de segurança e usarem máscaras.

Conchita olha ao redor: "É estranho ver tanta gente. Que haja união, somos muitos". Com um sorriso estampado no rosto, Milagro senta na cadeira de veludo vermelho.

O espetáculo vai começar.

- "Já era hora" -

Meia hora de piadas e gargalhadas iluminam esta manhã de fevereiro, mais de um ano depois do começo da pandemia.

Na saída, Antonio resmunga sobre a fila para ir ao banheiro. Já Milagro tem os olhos brilhando: "Pouco a pouco, vamos desfrutar de tudo outra vez", disse. E então fica em silêncio, dominada pela emoção.

Clotilde Frías, a representante da residência autorizada a acompanhá-los, disse ser "a mais emocionada dos cinco".

"Estamos muito felizes por ter saído. Depois de um ano e 10 dias, já era hora, não?", comenta.

Para os mais velhos, "é uma injeção de vitalidade, de ilusão, de otimismo tremendo", estima, e diz esperar que esse seja apenas o começo de voltar a fazer o que eles tanto gostam: "sair, comer e nos divertir".

Até o momento, a Espanha vacinou 1,2 milhão de pessoas, em uma campanha que começou em dezembro com as casas de repouso.

A última estátua pública do ditador Francisco Franco que restava na Espanha foi retirada de Melilla, território do norte da África, 45 anos depois de seu falecimento.

"Dia para a História", tuitou o governo da cidade autônoma de Melilla na terça-feira (23) à noite, ao lado de várias fotografias de operários retirando a estátua com a ajuda de uma retroescavadeira.

A estátua de bronze do general, na entrada da cidade, havia sido construída em 1978 para recordar o papel de Franco como comandante da Legião Espanhola na Guerra do Rif (1920-1926), um conflito em que a Espanha enfrentou tribos berberes ao norte de Marrocos.

Esta era a última celebração em via pública do homem que liderou a revolta em 1936 contra o governo republicano e, após uma violenta guerra civil, governou com mão de ferro o país de 1939 até sua morte em novembro de 1975.

As autoridades de Melilla informaram que a estátua foi levada para um depósito municipal, sem explicar qual o futuro uso.

Em 2007, o governo espanhol liderado pelo primeiro-ministro socialista José Luis Rodríguez Zapatero aprovou uma lei que obrigava a retirada dos símbolos da ditadura do espaço público e a mudança de nome de várias ruas dedicadas a figuras do franquismo.

Na segunda-feira, a assembleia municipal de Melilla aprovou, em acordo com esta lei, a retirada da estátua, apesar do voto contrário do partido de extrema-direita Vox e da abstenção do conservador Partido Popular.

O Vox alegou que a estátua prestava tributo a Franco por defender a cidade durante a Guerra do Rif e não como homenagem à ditadura.

O atual primeiro-ministro da Espanha, o socialista Pedro Sánchez, transformou a reparação e a reabilitação das vítimas do franquismo em uma de suas prioridades desde que chegou ao poder em 2018.

Após uma longa batalha judicial com os descendentes do ditador, em outubro de 2019 o Executivo retirou os restos mortais de Franco do grande mausoléu nas proximidades de Madri em que estava enterrado e os transferiu para um discreto jazigo da família em um cemitério da capital.

Uma manifestação em Barcelona nesta segunda-feira (22) resultou em confrontos esporádicos e atos de vandalismo urbano, na sétima noite consecutiva de protestos na Catalunha em favor do rapper Pablo Hasél.

Depois de uma manifestação pacífica com gritos de "Liberdade para Pablo Hasél", os manifestantes marcharam pelo centro de Barcelona até a sede da Polícia Nacional, onde pessoas atiraram garrafas e outros objetos contra os veículos das forças de segurança que protegiam o perímetro, segundo imagens de televisão.

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Após advertências das forças de segurança de que revidariam, os manifestantes dirigiram-se a outras ruas da principal cidade catalã, onde incendiaram contêineres de lixo e os usaram como barricadas.

“Grupos de desordeiros montam barricadas com fogo (...) e atiram objetos nos vizinhos que recriminam sua atitude”, escreveu a tropa de choque catalã, a Mossos d'Esquadra, no Twitter.

Três pessoas foram presas, informaram os policiais, elevando para 112 o número de manifestantes presos desde a última terça-feira na Catalunha.

Um terço dos presos em Barcelona são menores de idade, entre 13 e 17 anos, e dezenas deles têm ficha criminal, disse a comissária Joan Carles Moliner à televisão pública.

O protesto desta segunda-feira, em noite chuvosa, teve menor afluência e os confrontos foram mais leves do que nas noites anteriores, quando ocorreram fortes altercações entre polícia e manifestantes.

Os protestos começaram no dia 16 de fevereiro, após a prisão de Pablo Hasél, condenado a nove meses de prisão por glorificar o terrorismo com mensagens no Twitter, nas quais elogiava as pessoas envolvidas nos ataques e acusava a polícia de matar e torturar migrantes e manifestantes.

A prisão do rapper alimentou o debate sobre a liberdade de expressão na Espanha.

A Espanha, que já limita voos do Brasil e da África do Sul, irá impor quarentena obrigatória a todas as pessoas que chegam desses países, a fim de evitar a propagação de novas variantes do coronavírus, anunciou nesta quarta-feira (17) a ministra da Saúde, Carolina Darias.

A medida, que entrará em vigor na madrugada de domingo para segunda-feira e valerá por 14 dias, significa que quem chega do Brasil e da África do Sul "deve ficar em casa, limitando seus deslocamentos e o acesso a terceiros", explicou Darias em entrevista coletiva.

A quarentena será de dez ou sete dias se a pessoa for submetida a um teste de covid-19 e obtiver resultado negativo, disse a ministra. Como "supõe uma limitação de direitos fundamentais", a medida precisará ainda ser homologada pelos tribunais, afirmou.

Desde o início de fevereiro, o governo mantém uma limitação estrita às chegadas do Brasil e da África do Sul, de modo que apenas os passageiros com nacionalidade ou residência na Espanha ou Andorra podem entrar no país.

A regra não se aplica a passageiros em trânsito, mas eles não podem sair do aeroporto nem ficar por mais de 24 horas.

No final de dezembro, a Espanha suspendeu, assim como outros países, a chegada de viajantes do Reino Unido, exceto cidadãos espanhóis e residentes no país, devido à expansão da variante britânica, mais contagiosa.

Segundo a ministra da Saúde, até agora foram registrados no país 613 casos confirmados da variante britânica, seis da sul-africana e dois da brasileira. As autoridades alertaram que a variante britânica pode se tornar predominante na Espanha até março.

As variantes detectadas no Reino Unido, África do Sul e Brasil preocupam a comunidade internacional, que questiona sua contagiosidade e a eficácia das vacinas contra elas.

A Espanha, um dos países europeus mais afetados pela pandemia do coronavírus, contabiliza mais de 66 mil mortes e 3,1 milhões de casos.

A Universidad de La Rioja, da Espanha, está selecionando candidatos para cursos de língua e cultura espanhola. As atividades da qualificação serão realizadas na própria instituição de ensino.

Os candidatos devem ter nacionalidade brasileira e estudar em universidade ou instituto brasileiros em cursos de bacharelado. Também são aceitos alunos de licenciatura, pós-graduação, especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado.

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Outro critério do processo seletivo é que o participante não pode ser residente da Espanha. De acordo com a Universidad de La Rioja, 1.500 euros são utilizados pelos intercambistas para gastos com passagem aérea e manutenção durante a qualificação.

Ao todo, oito bolsas trimestrais serão concedidas aos selecionados. Para mais detalhes informativos, acesse o edital da seleção.

A Coreia do Norte solicitou imunizantes da Gavi, parte do programa Covax apoiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), contra a Covid-19 e deve receber quase 2 milhões de doses, embora o País tenha insistido que está livre do vírus. É a primeira confirmação oficial de que o País pediu ajuda internacional.

A infraestrutura médica na Coreia do Norte é vista como inadequada para lidar com qualquer surto em grande escala, afirmou a agência AFP. Ainda de acordo com o relatado, o País vai receber doses do imunizante da Oxford/AstraZeneca.

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Alemanha

As restrições na Alemanha contra a Covid-19 podem ser suspensas antes do início da primavera no Hemisfério Norte, em 20 de março, diante da baixa do número de casos, disse o ministro da Saúde, Jens Spahn. Segundo ele, a meta nacional continua sendo a de "evitar que o sistema de saúde fique sobrecarregado, e não evitar novas infecções".

A chanceler alemã, Angela Merkel, e os líderes dos 16 estados da Alemanha irão se reunir na quarta-feira, 10, para decidir se estenderão as restrições depois que elas expirarem em 14 de fevereiro. "Não podemos ficar neste bloqueio rígido durante todo o inverno. Não toleraríamos isso bem como uma sociedade. Reduzir a zero infecções e mantê-lo assim tem um custo desproporcional em outras áreas da vida", afirmou Spahn. A Alemanha entrou em um bloqueio parcial em novembro e o intensificou em dezembro.

O número de novas infecções e de pacientes em terapia intensiva na Alemanha vem caindo continuamente desde o início do ano, uma tendência que Spahn chamou de "encorajadora". Na quarta-feira, 3, a Alemanha relatou 14.211 novos casos de coronavírus e 786 mortes. Apesar da aparente estabilidade de novas infecções, a contagem de mortes continua sendo uma estatística preocupante. A esperança é que a tendência acabe caindo à medida que a contagem diária de casos e as hospitalizações diminuam.

Espanha

A região espanhola da Catalunha retirou algumas restrições de combate à pandemia, diante do menor número de infecções e internações hospitalares. "Acreditamos que estamos deixando para trás o pico máximo da terceira onda", disse o secretário-geral da saúde catalão, Marc Ramentol. No entanto, ele alertou que ainda há ameaças sérias de novas variantes do vírus, intensa pressão sobre os hospitais e uma implementação lenta da vacinação. (Com agências internacionais).

A Espanha vai restringir voos do Brasil e da África do Sul, permitindo apenas a entrada de passageiros de países que tenham nacionalidade ou residência espanhola e andorrana, para reduzir a propagação de novas variantes do coronavírus, anunciou terça-feira (2) a porta-voz do governo. As restrições, semelhantes às adotadas por outros países europeus, entrarão em vigor nesta quarta-feira (3) e terão duração de duas semanas, disse em entrevista coletiva a porta-voz María Jesús Montero. A decisão está de acordo com a que foi adotada por outros países europeus como a Alemanha, que restringiram as entradas de países afetados por variantes da covid-19.

Com o anúncio, cresce o número de países que já estabeleceram algum tipo de restrição para viajantes provenientes do Brasil. Nas últimas semanas, os governos da Itália, Alemanha, Portugal e dos vizinhos Colômbia e Peru proibiram voos partindo do Brasil.

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Montero também afirmou que além dos cidadãos e pessoas com visto de residência na Espanha e em Andorra, o país também permitirá a entrada de passageiros em trânsito a partir do Brasil e da África do Sul que não permaneçam mais de 24 horas no país e que não saiam do aeroporto. As restrições integram a "ação decidida por este governo para proteger a saúde dos cidadãos, contendo o avanço da doença", disse María Jesús Montero.

Desde o fim de dezembro, a Espanha só permite a entrada a partir do Reino Unido de pessoas com nacionalidade ou residência na Espanha e no microestado de Andorra, após a detecção da nova variante neste país, que é mais contagiosa. De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde local, a Espanha registrou mais de 350 casos confirmados da variante britânica.

A Espanha, um dos países europeus mais afetados pela pandemia, se aproxima de 60.000 mortes e já superou 2,8 milhões de casos de covid-19.

A região de Madri, na Espanha, anunciou nesta quarta-feira (27) que está suspendendo a administração de novas doses da vacina contra o coronavírus por falta de suprimentos, enquanto a Catalunha avisa que suas reservas estão se esgotando.

Apesar de ter fechado acordos antecipados de fornecimento, muitos países da União Europeia estão enfrentando atrasos nas remessas das vacinas Pfizer e Moderna, as únicas autorizadas até agora por Bruxelas.

Por isso, o vice-presidente do governo regional de Madrid, Ignacio Aguado, informou a suspensão de novas vacinações para garantir a aplicação da segunda dose naqueles que já a aguardam.

“Não sabemos o que vai acontecer a partir da próxima semana, esperamos que o fluxo de entregas normal seja restabelecido e que a chegada de doses aumente”, explicou em coletiva de imprensa.

Mais tarde, por meio do Twitter, ele indicou que primeiras doses não serão administradas "pelo menos pelas próximas duas semanas" e pediu ao Ministério da Saúde espanhol que "mova céus e terras" para obter mais vacinas.

Além disso, alertou que no ritmo atual apenas 10% da população madrilena será vacinada até o final de julho, longe da meta de 70% fixada pelo governo da Espanha.

Na Catalunha, o diretor de saúde pública do governo regional, Josep Maria Argimon, advertiu que quando forem administradas as 30 mil doses previstas para esta semana, “o estoque estratégico terá sido consumido e as geladeiras estarão vazias”.

Isso fará com que 10 mil pessoas com a primeira dose já injetada não recebam a segunda dentro do tempo planejado, afirmou ele.

De acordo com o Ministério da Saúde, a Espanha aplicou 76,7% das 1,77 milhão de doses recebidas dentro do programa europeu de imunização.

O país vive a terceira onda da pandemia que, desde o seu início, já causou mais de 57 mil mortes e tem quase 2,7 milhões de casos confirmados entre seus 47,5 milhões de habitantes.

Uma série de terremotos sacudiu a região de Granada (sul da Espanha) por dias e três tremores consecutivos em apenas alguns minutos desencadearam o pânico na noite de terça para a quarta-feira, apesar de nenhum dano material significativo ter sido registrado.

Imagens nas redes sociais mostraram os habitantes de Granada saindo de casa assustados à noite, alguns de pijama, apesar do toque de recolher que está em vigor por causa da pandemia do novo coronavírus.

A situação levou o presidente do governo, Pedro Sánchez, a pedir calma. "Vários terremotos voltaram a fazer Granada tremer esta noite. Estou consciente da preocupação de milhares de pessoas. É hora de manter a serenidade e seguir as recomendações dos serviços de emergência. Esperamos que logo retornem à normalidade", escreveu Sánchez no Twitter, na terça-feira à noite.

De acordo com o Instituto Geográfico Nacional (IGN), os três terremotos da noite de terça-feira ocorreram em um período de menos de meia hora e tiveram magnitude registrada entre 4 e 4,5, seguidos "de uma série de terremotos com magnitude superior a 3".

Desde o início de dezembro, cerca de 300 tremores ocorreram na região, segundo o IGN, dos quais cerca de quarenta foram sentidos pela população.

No entanto, os movimentos de terra deixaram apenas alguns danos materiais - principalmente depois de um terremoto no sábado que foi um dos mais potentes - como rachaduras em casas ou queda de objetos próximo ao epicentro, segundo o instituto.

"O sismo registrado é comum nesta zona", explicou o IGN, "uma das regiões com maior atividade sísmica da Península Ibérica", por causa da "convergência entre as placas Africana e Euroasiática" que origina "inúmeros terremotos de baixa a moderada magnitude e, ocasionalmente, com intensidade significativa".

Qualificando a situação como "muito preocupante", o prefeito de Granada, Luís Salvador, declarou nesta quarta-feira à televisão pública TVE compreender "o medo da população", mas clamava por "tranquilidade" já que esses tremores contínuos impedem "que haja um mais intenso e devastador".

O ministro da Saúde da Espanha, Salvador Illa, o rosto visível da luta contra a Covid-19 no país, deixará o cargo na terça-feira (26) para fazer campanha como candidato nas eleições regionais da Catalunha, em plena escalada de infecções, anunciou o governo nesta segunda-feira (25).

Illa "inicia hoje suas últimas 24 horas à frente do ministério. Amanhã, terça-feira, será seu último Conselho de Ministros e seu substituto na Saúde será anunciado", informou o governo do socialista Pedro Sánchez.

A saída de Illa, responsável pela pasta da Saúde desde janeiro de 2020, havia sido anunciada no final de dezembro, mas o governo não havia especificado a data em que ele deixaria o cargo.

Segundo a imprensa espanhola, ele será substituído no cargo pela ministra da Política Territorial, Carolina Darias.

Illa, que foi incluído no governo Sánchez como representante dos socialistas da Catalunha, logo foi pego pela pandemia de coronavírus.

Este político catalão de 54 anos ganhou muita visibilidade como coordenador da resposta à pandemia do novo coronavírus, com constantes aparições na televisão para atualizar a situação da saúde perante os espanhóis.

Aproveitando sua fama, o partido socialista o escolheu como candidato à presidência da Catalunha nas eleições regionais na rica região de 7,8 milhões de habitantes, que foi palco de uma tentativa fracassada de secessão em 2017.

As eleições devem ser realizadas em 14 de fevereiro, conforme inicialmente planejado, depois que a Justiça invalidou a decisão do governo catalão de adiá-las até maio devido à pandemia.

Segundo as últimas pesquisas, os socialistas poderiam se impor como primeira força regional, sobre os partidos pró-independência, que hoje governam a região.

Illa deixa o governo em um momento em que as infecções por covid-19 estão se multiplicando na Espanha, um dos países europeus mais atingidos pela doença, com mais de 55.000 mortes e quase 2,5 milhões de casos.

Nesse contexto, Illa e o governo enfrentam grande pressão de várias regiões do país que exigem um aumento das restrições para conter o vírus, mas o Executivo se recusa, alegando que as medidas à disposição das regiões são suficientes, em um país traumatizado pela estrito confinamento decretado entre março e junho passado.

"Illa é o pior ministro da Saúde da Europa", afirmou o chefe do Partido Popular (direita), Pablo Casado, em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal La Vanguardia, onde disse que "não entende" que o governo não autorize as regiões, competentes em matéria de saúde pública, a reforçar as restrições.

O jornal espanhol El País noticiou neste sábado (23) que chefe do Estado-Maior de Defesa (Jemad), general Miguel Ángel Villarroya, renunciou. Na sexta-feira, 22, soube-se que ele próprio e outros comandantes militares já haviam sido vacinados contra covid-19, apesar de não fazerem parte dos grupos de imunização prioritária.

Segundo o jornal, o chefe da liderança militar enviou uma carta à ministra da Defesa, Margarita Robles, na qual pede sua demissão para não "prejudicar a imagem" das Forças Armadas. Robles aceitou a demissão a seu próprio pedido, segundo fontes ouvidas pelo jornal. Ainda assim, a demissão não se concretiza até terça-feira, 26, ao ser aprovada pelo Conselho de Ministros.

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A reportagem diz ainda que esta é a primeira vez, desde a criação do cargo de Chefe do Estado-Maior da Defesa , em 1984, que seu titular é extinto. A situação mais semelhante ocorreu em 1992, quando o então chefe da liderança militar, Gonzalo Rodríguez Martín-Granizo, morreu de derrame durante o mandato.

Uma forte explosão atingiu ao menos quatro prédios no centro de Madri, capital da Espanha, por volta das 15h pelo horário local (11h em Brasília) desta quarta-feira (20). O impacto derrubou a parede de vários andares de um edifício, onde serviços de emergência trabalham para socorrer feridos. As autoridades ainda não divulgaram o motivo da explosão, mas há suspeita de que tenha ocorrido um vazamento de gás.

O Gabinete de Informação de Emergências de Madri informou, por meio de sua conta oficial nas redes sociais, que está atendendo "várias pessoas feridas". Há grande quantidade de escombros no local. O prefeito de Madri disse que pelo menos duas pessoas morreram, informou a Globonews.

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A explosão ocorreu no número 98 da Rua Toledo, na área central da capital espanhola. Todos os prédios atingidos estão sendo evacuados, segundo as autoridades. Bombeiros também evacuaram idosos de uma casa de repouso que fica próxima ao local. (Com agências internacionais).

A Espanha começou, neste domingo (17), a administrar a segunda dose da vacina contra a covid-19 em pessoas que já receberam a primeira no final de dezembro, destinada a residentes de lares de idosos e seus cuidadores.

O país europeu, um dos mais afetados pela pandemia, continua com seu plano de vacinação em meio a uma escalada de contágios, diante da qual o governo insiste que não está previsto um novo confinamento geral, solicitado por algumas regiões.

Entre os primeiros a receber a segunda dose, está Leocadia Peña, uma senhora de 85 anos em um lar de idosos na Catalunha (nordeste), segundo mostrou a televisão TV3.

Peña foi uma das pessoas vacinadas em 27 de dezembro, quando a Espanha começou o processo de imunização, administrando a vacina do laboratório Pfizer.

Outras seis regiões também começaram neste domingo a administrar a segunda dose, segundo a televisão pública TVE, enquanto o restante começará na segunda-feira.

O governo espanhol informou que priorizará as pessoas que precisam da segunda dose, devido ao atraso na entrega das vacinas anunciado na sexta-feira pela Pfizer.

A Espanha administrou 768.950 doses de vacinas, tanto da Pfizer quanto da Moderna, acima dos dois terços das mais de 1 milhão de doses que recebeu até o momento, segundo os últimos dados do ministério da Saúde.

Com escolas, tribunais e museus fechados, neve acumulada nas calçadas e bloqueando ruas e avenidas, Madri e o centro da Espanha seguiam paralisados na manhã desta segunda-feira (11), dois dias depois de uma histórica tempestade de neve.

Quase 36 horas após o fim das chuvas, as mais volumosas em 50 anos, o grande perigo agora é o gelo, já que à nevasca se seguirá, esta semana, uma onda de frio no interior do país.

A geada multiplica o risco de escorregar na rua, e blocos de neve caem continuamente dos telhados dos prédios.

"A neve vai continuar presente durante um tempo nas ruas de Madri, com estas temperaturas" abaixo de zero, advertiu o prefeito de Madri, José Luis Martínez-Almeida, no canal Antena 3.

E, embora a Unidade de Emergências Militares (UME) tenha liberado alguns eixos centrais, a maioria das ruas continua sendo difícil de transitar em Madri, com até meio metro de neve em muitas delas.

Muitas árvores cederam ao peso da neve acumulada e, por toda cidade, galhos quebrados podem ser vistos nas ruas.

Diante das dificuldades de circulação, as autoridades pediram aos moradores que evitem qualquer deslocamento desnecessário.

Na região de Madri, os centros educacionais, dos jardins de infância às universidades, ficarão fechados hoje e amanhã, assim como tribunais, museus, centros culturais e bibliotecas.

As autoridades regionais informaram que foram distribuídas 277 toneladas de sal aos diferentes municípios da região, e esperam receber outras 3.500 toneladas.

Os ônibus de transporte público continuam sem circular em Madri, embora o metrô esteja funcionando, sem interrupção, pela segunda noite consecutiva.

Os trens suburbanos (Cercanías) voltam a circular em algumas linhas, embora com menos freqüência do que o habitual. A retomada também está sendo progressiva no aeroporto internacional Madri-Barajas.

Os trens de alta velocidade também foram afetados. Nesta segunda-feira, as rotas entre Madri e cidades como Barcelona, Salamanca, ou Zaragoza, ainda não haviam sido retomadas.

As autoridades madrilenas pediram ao governo espanhol a declaração de zona catastrófica, embora o ministro dos Transportes, José Luis Ábalos, tenha respondido que isso será estudado "assim que a tempestade melhorar e pudermos fazer uma avaliação dos danos".

Batizada de "Filomena", a tempestade também causou fortes chuvas em outras regiões da Espanha e deixou pelo menos três mortos.

A maior tempestade de neve dos últimos 50 anos cobriu grande parte da Espanha, matou ao menos quatro pessoas e deixou outras milhares presas em carros, estações de trens e aeroportos, que suspenderam todos os serviços. Os corpos de um homem e de uma mulher foram recuperados pelo serviço de emergência da região da Andaluzia depois que o carro deles foi levado pela correnteza de um rio inundado perto da cidade de Fuengirola. O Ministério do Interior disse que um homem de 54 anos também foi encontrado morto em Madri, sob um grande monte de neve. Um sem-teto morreu de hipotermia na cidade de Zaragoza, no norte do país, informou a polícia local.

Em resposta aos acontecimentos, o Rei Felipe VI e a Rainha Letizia tuitaram: "a família real gostaria de expressar sua tristeza pelas vítimas da tempestade (...) e pedir extrema cautela contra os riscos de acúmulo de gelo e neve". O ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, pediu aos espanhóis que evitem tudo, exceto viagens essenciais. "Estamos enfrentando a tempestade mais intensa dos últimos 50 anos", disse.

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Mais de 650 estradas foram bloqueadas pela neve, disse Grande-Marlaska. Os serviços de resgate chegaram a 1.500 pessoas presas em carros, enquanto esquiadores deslizavam pela Gran Via, normalmente uma das ruas mais movimentadas da capital. Outros residentes de Madri usaram a nevasca anormal para fazer snowboard na estrada ou atirar bolas de neve uns nos outros.

A Aena, que controla os aeroportos do país, disse que o aeroporto de Barajas, em Madri, que foi fechado na noite de sexta-feira, permanecerá fechado pelo resto do sábado. A agência informou que pelo menos 50 voos para Madri, Málaga, Tenerife e Ceuta, território espanhol no norte da África, foram cancelados.

Todos os trens que entram e saem de Madri, tanto as rotas urbanas quanto os trens de passageiros de longa distância, bem como as linhas ferroviárias entre o sul e o nordeste do país, foram suspensos, disse a operadora ferroviária Renfe.

O jogo do Atlético de Madrid contra o Athletic Bilbao, programado para começar às 15h15 GMT no sábado, foi adiado, disse o La Liga em um comunicado.

Mais de 50 centímetros de neve caíram na capital. Às 7 horas da manhã de sábado, a agência meteorológica nacional AEMET registrou a maior queda de neve em 24 horas desde 1971 em Madri.

Sandra Morena, que ficou presa na noite de sexta-feira ao ir para o turno da noite como segurança em um shopping center, chegou em casa, a pé, depois que uma unidade de emergência do exército a ajudou a sair na manhã de sábado. "Costumo levar 15 minutos, mas dessa vez já faz 12 horas congelando, sem comida nem água, chorando com outras pessoas porque não sabíamos como sairíamos de lá", disse Morena, 22 anos. "A neve pode ser muito bonita, mas passar a noite presa em um carro por causa disso não é divertido", acrescentou.

A AEMET havia alertado que algumas regiões estariam recebendo mais de 24 horas de queda de neve devido à estranha combinação de uma massa de ar frio estagnada sobre a Península Ibérica e a chegada da tempestade mais quente Filomena do sul. A tempestade deve se mover para o nordeste durante o sábado, mas deve ser seguida por uma onda de frio, disse a agência.

As regiões de Castilla, La Mancha e Madri, onde vivem 8,6 milhões de pessoas, anunciaram que as escolas fechariam pelo menos na segunda e terça-feira.

Apesar dos inúmeros galhos e até de árvores inteiras derrubadas pelo peso da neve, a nevasca também rendeu imagens surreais que divertiram muitos madrilenos, incluindo alguns bravos esquiadores e um homem em um trenó puxado por cães que foi visto em vídeos amplamente divulgados nas redes sociais.

Lucia Valles, treinadora de um clube de esqui com sede em Madri, que geralmente tem que viajar para montanhas distantes com seus clientes, ficou emocionada ao ver as camadas brancas de neve se acumulando literalmente à sua porta. "Nunca imaginei isso, foi um presente", disse Valles, 23. "Nunca tirei tantas fotos de mim", acrescentou ela enquanto deslizava pelo prédio do final do século 18 que abriga o Museu do Prado. (Com agências internacionais).

Centenas de motoristas presos em seus veículos, aeroporto fechado, esquiadores e trenós nas ruas: uma nevasca paralisou Madri e parte da Espanha neste sábado (9), onde o pior ainda está por vir devido à neve que deve cair durante o dia.

"Evitem deslocamentos e respeitem as instruções dos serviços de emergência. Estejam vigilantes diante da tempestade Filomena", tuitou o primeiro-ministro Pedro Sanchez, elogiando o trabalho dos "profissionais que procuram ajudar as pessoas presas na neve".

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Em Madri, coberta por uma camada de neve inédita em meio século, os moradores tiraram dos armários seus esquis ou mesmo um trenó puxado por cinco cães, segundo imagens da AFP ou postadas nas redes sociais.

Devido a esta nevasca histórica, a mais forte desde 1971 na Espanha, cinco regiões do centro do país, incluindo Madri, foram colocadas em alerta vermelho na manhã deste sábado.

Na capital, "a situação é gravíssima", alertou o prefeito José Luis Martinez-Almeida no Twitter, pedindo aos moradores que não saiam de suas casas, pois a neve não parou de cair desde sexta-feira à noite.

Os parques foram fechados, enquanto os ônibus públicos e a coleta de lixo foram suspensos.

O Aeroporto Internacional Madrid-Barajas, fechado desde a noite de sexta-feira, continuará paralisado neste sábado por "razões de segurança", enquanto cerca de trinta voos já foram cancelados na sexta e quase o mesmo número precisou pousar em outro lugar.

Chegando ao aeroporto na sexta-feira às 17h, Covadonga Solares, de 24 anos, disse à AFPTV que chegou a embarcar em seu avião, mas esperou "por 3h30 sem informação" enquanto aguardava a pista ser limpa de neve.

A jovem e todos os outros passageiros do voo foram finalmente levados de volta para o aeroporto, onde dormiram "nas esteiras e balcões" do terminal.

- Partidas adiadas -

A partida válida pelo campeonato espanhol de futebol entre Atlético de Madrid e Bilbao foi adiada indefinidamente, pois o avião que transportava o time basco não conseguiu pousar.

A partida de handebol entre Espanha e Croácia marcada para sábado às 18h em Madri também foi cancelada, informou a federação espanhola.

“Perante a situação provocada pela tempestade Filomena”, todos os trens que chegavam ou saíam de Madri foram cancelados, disse a empresa ferroviária nacional Renfe, enquanto pelo menos duas linhas de metrô tiveram seu tráfego interrompido na capital.

Os serviços de emergência na região de Madri disseram que "trabalharam a noite toda para ajudar" motoristas presos e "liberaram 1.000 veículos", pedindo a outros que "continuem pacientes".

Além de Madri, Aragão, a região de Valência e a de Castela-La Mancha e Catalunha são as áreas mais afetadas por esta tempestade devido à interação entre um fluxo de ar muito úmido e relativamente ameno vindo do sudeste e uma massa de ar muito fria.

No total, 36 das 50 províncias da Espanha são afetadas por alertas de diferentes níveis.

A Catalunha proibiu a circulação de veículos pesados de mercadorias, assim como Castela-La Mancha, que indicou ainda que 1.300 caminhões estão estacionados em várias áreas da região.

Patricia Manzanares, uma motorista, contou à televisão nacional que ficou presa por 15 horas sem comida na rodovia M-40, na região de Madri.

“Estou aqui desde 19h da noite passada, somos muitos nessa mesma situação, há 60 cm de neve e em breve ficaremos sem gasolina (para acionar o aquecimento do carro)”, disse ela.

Várias regiões da Espanha anunciaram um endurecimento das medidas anticovid, mas o governo descarta um confinamento geral, apesar do esperado aumento dos casos após as festas de fim de ano - disse o ministro da Saúde, Salvador Illa, nesta quinta-feira (7).

A situação sanitária do país com o aumento da incidência do vírus gera "muitíssima preocupação", destacou o ministro em uma coletiva de imprensa.

"Semanas complicadas estão por vir, e é preciso voltar a manter a guarda muito alta", alertou Illa.

No entanto, um confinamento da população "não está em nossa mente e não é uma medida que contemplemos neste momento", afirmou o ministro, acrescentando que as restrições que podem ser aplicadas, graças ao estado de alarme em vigor até maio, são suficientes.

No país, ainda está fresca a memória do confinamento adotado entre março e junho do ano passado em todo território, um dos mais rigorosos do mundo.

O ministro fez essas considerações ao ser questionado sobre o pedido feito pela região de Castela e Leão (centro), uma das mais afetadas, para impor um confinamento domiciliar por um curto período.

Com mais de 51.000 mortes desde o início da pandemia, a Espanha se aproxima dos dois milhões de casos notificados.

Diante do agravamento da situação, várias regiões espanholas, que são as competentes em questão de saúde, endureceram as restrições desde o início do ano, como adiantar a hora do toque de recolher noturno, ou fechar determinadas categorias de estabelecimentos comerciais.

A maior parte das regiões mantém também há semanas bloqueios perimetrais, o que significa que não é permitido entrar ou sair do território sem um motivo convincente.

Na Catalunha (nordeste), uma das regiões com maior população, está proibido a partir desta quinta-feira o deslocamento entre municípios, salvo em casos de força maior.

A região de 7,5 milhões de habitantes com capital em Barcelona decretou também o fechamento de centros comerciais. Academias, bares e restaurantes podem servir apenas café da manhã e almoço e, no fim de semana, poderão abrir somente os comércios essenciais como farmácias e supermercados.

Por último, as crianças voltarão às aulas em 11 de janeiro, para atrasar o máximo possível seu retorno após as festas de fim de ano.

O ministro da Saúde da Espanha, Salvador Illa, informou nesta segunda-feira (28) que as pessoas que se negarem a tomar a vacina contra o coronavírus Sars-CoV-2 serão incluídas em um "registro".

Illa afirmou em uma entrevista ao canal "La Sexta" que o documento será compartilhado com outros países da União Europeia (UE), mas garantiu que o registro "não será público" e respeitará a privacidade dos indivíduos.

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Na Espanha, que ultrapassou a marca de 50 mil mortes por coronavírus desde o início da pandemia, a vacinação contra a doença não será obrigatória.

O político, no entanto, admitiu que a vacinação deve ser considerada pela população como "um ato de solidariedade para com nossos entes queridos e cidadãos".

De acordo com o programa de vacinação da Espanha, o país pretende imunizar cerca de 2,5 milhões de pessoas entre janeiro e março de 2021, começando por trabalhadores de asilos e profissionais de saúde.

Da Ansa

A Espanha superou nesta segunda-feira (28) os 50.000 mortos pela pandemia de coronavírus, segundo o balanço oficial atualizado do ministério da Saúde.

O país registrou 298 mortos a mais em comparação com o último balanço divulgado na quinta-feira, e totaliza 50.122 desde o início da pandemia, segundo o ministério.

Os casos diagnosticados subiram para 1.879.413 contagiados, 24.462 a mais que quinta-feira (24).

A Espanha é o quarto país da Europa Ocidental com o maior número de óbitos desde o início da pandemia, atrás da Itália (72.370), Reino Unido (71.109) e França (62.746).

Há alguns meses, o número oficialmente divulgado pelo Ministério da Saúde tem sido alvo de polêmicas, já que outras fontes oficiais apontam um balanço mais alto.

Em 10 de dezembro, o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) revelou que o número estimado de mortos pelo coronavírus na Espanha durante a primeira onda (março, abril e maio) superou os 45.600, ou seja cerca de 18.500 a mais que os contabilizados pela Saúde no mesmo período.

A estimativa da INE inclui 32.652 mortes em que a covid-19 foi certificada como a causa principal do óbito, e outros 13.032 "com suspeita, por ter sintomas compatíveis com a doença".

Nas primeiras semanas da epidemia, a multiplicação de pacientes e de mortos colapsou os hospitais, funerárias e cartórios civis a tal ponto em que as autoridades não tinham capacidade suficiente para submeter os corpos a testes do coronavírus.

Diante do atual período de festas de fim de ano, as autoridades dobraram os alertas e pedem para a população que limitem suas celebrações a no máximo 10 pessoas ou até seis pessoas, dependendo da região.

A Espanha se encontra em estado de calamidade desde maio, o país segue com seu toque de recolher noturno, exceto nas Ilhas Canárias.

Menos de uma semana depois da autorização da União Europeia (UE) para o uso da vacina dos laboratórios Pfizer e BioNTech, países como Itália e Espanha iniciaram neste domingo a vacinação contra o coronavírus, que infectou mais de 80 milhões de pessoas no mundo e provocou 1,76 milhão de mortes.

"Não senti nada, nada (...) muito obrigado", afirmou, sorridente, Araceli Hidalgo Sánchez, de 96 anos, a primeira pessoa a receber a tão aguardada dose na Espanha, em uma casa de repouso de Guadalajara (centro do país).

Em seguida, Mónica Tapias, auxiliar de enfermagem na mesma instituição, foi a segunda espanhola a receber a vacina. "O que queremos é que a maioria das pessoas receba a vacina", declarou.

As autoridades espanholas esperam vacinar até junho de 2021 entre 15 e 20 milhões de pessoas, de uma população de 47 milhões.

A Espanha foi um dos países da Europa mais afetados pela pandemia, com 50.000 mortes e mais de 1,8 milhão de casos, segundo os dados do ministério da Saúde.

"Hoje Araceli e Mónica representam uma nova etapa de esperança. Um dia de emoção e confiança", escreveu no Twitter o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que prometeu um processo de vacinação "rápido, confiável e equitativo".

Quase ao mesmo tempo, na Itália a enfermeira Claudia Alivernini e Maria Rosaria Capobianchi, diretora de um laboratório de virologia no hospital Spallanzani de Roma, foram as primeiras a receber a vacina no país.

"É um gesto pequeno, mas fundamental para todos nós", disse Alivernini. "Eu afirmo de coração: vacinem-se. Por nós, por nossos entes queridos e pela sociedade", completou.

Na Itália, a vacinação generalizada começará em 8 de janeiro, data em que passará a receber 470.000 doses por semana. No país mais afetado da União Europeia (UE) pela pandemia, com mais de 71.000 vítimas fatais, o governo teve que decretar importantes medidas de confinamento antes do Natal.

A milhares de quilômetros, em Bucareste, a enfermeira romena Mihaela Anghel, de 26 anos, a primeira a atender um paciente com Covid-19 em fevereiro no país, foi a primeira vacinada.

As primeiras doses da vacina Pfizer/BioNTech chegaram durante o fim de semana aos países membros da UE, escoltadas pelas forças de segurança. Alemanha, Hungria e Eslováquia imunizaram algumas pessoas no sábado. A Europa é a região mais afetada do mundo por esta pandemia, com mais de 25 milhões de casos e 546.000 mortes.

- Mais casos da nova cepa -

Antes da UE, vários países iniciaram a vacinação contra o coronavírus. O primeiro foi a China, que aplicou as primeiras injeções no verão (hemisfério norte, inverno no Brasil). Em dezembro foi a vez de Rússia, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Suíça, México, Costa Rica e Chile .

Paralelamente à vacinação, cada vez mais países detectam casos da nova cepa de coronavírus, possivelmente mais contagiosa, descoberta inicialmente no Reino Unido.

Canadá, Itália, Suécia, Espanha e Japão notificaram nas últimas horas infecções desta variante, depois de França, Alemanha, Líbano e Dinamarca.

De acordo com um estudo da London School of Hygiene and Tropical Medicine, a nova cepa é entre "50% a 74%" mais contagiosa, o que provoca o temor de que 2021 registre mais internações e mortes por Covid-19 que 2020 caso os recursos necessários não sejam disponibilizados.

Depois de confirmar a mutação, que só pode ser detectada se a sequência do genoma do vírus for analisada após um teste de PCR, muitos países fecharam as portas para o Reino Unido e alguns mantêm as restrições para as conexões aéreas, marítimas ou terrestres.

O Japão anunciou a proibição de entrada de estrangeiros não residentes a partir de segunda-feira e até o fim de janeiro.

- Retorno das restrições -

Durante o fim de semana, vários países anunciaram o retorno das restrições, como a Áustria, que determinou o confinamento da população a partir de sábado e até 24 de janeiro.

Israel inicia neste domingo um confinamento quase geral e de pelo menos duas semanas para conter a aceleração de casos de Covid-19. O governo deseja reduzir o número de contágios, atualmente acima de 1.000 por dia.

Os israelenses não poderão se deslocar a mais de um quilômetro de suas casas e a maioria dos estabelecimentos comerciais só está autorizada a fazer entregas. Setores profissionais que não recebem público podem manter apenas 50% dos funcionários em suas instalações.

Mas os israelenses podem sair para tomar a vacina e as escolas funcionarão parcialmente.

No Reino Unido, milhões de pessoas já estão confinadas desde antes do Natal, sobretudo no sul da Inglaterra, devido à nova cepa do vírus.

A nível global, Estados Unidos permanecem como o país mais afetado pela doença, tanto em número de mortos (331.916) como de infecções (18.945.149). O presidente eleito, Joe Biden, advertiu que se o presidente Donald Trump não assinar o pacote de estímulo econômico aprovado pelo Congresso, de 900 bilhões de dólares, podem acontecer "consequências devastadoras" para milhões de cidadãos.

Na América Latina e Caribe, região com mais de 496.000 vítimas fatais e 15 milhões de contágios, o México recebeu no sábado um segundo carregamento com 42.900 doses de vacinas da Pfizer/BioNTech.

Na Argentina, a campanha de vacinação começará na terça-feira, com 300.000 doses da vacina Sputnik V do laboratório russo Gamelaya. É o primeiro país da América Latina que autoriza esta vacina. O governo argentino também aprovou o fármaco da Pfizer/BioNTech.

Em um vídeo divulgado por ocasião do primeiro Dia Internacional da Preparação para Epidemias, que acontece neste domingo, o diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que o coronavírus não será a última pandemia e recordou que qualquer avanço será pequeno caso as pessoas não mudem os comportamentos para reduzir o aquecimento global e favorecer o bem-estar animal.

"Gastamos dinheiro quando explode a crise, mas quando acaba nos esquecemos e não fazemos nada para prevenir a seguinte. Este é o perigo dos comportamentos a curto prazo", lamentou.

burs-bl/zm/fp

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