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O Ministério Público do Estado do Paraná vai investigar a ação que deixou na quarta-feira, 29, 213 manifestantes e 21 policiais feridos no Centro Cívico de Curitiba. Ao menos 30 pessoas foram nesta quinta-feira, 30, ao MP para denunciar aos procuradores abusos e truculência dos agentes. O governo negou e reiterou que a infiltração de black blocs causou o confronto. Sem citar diretamente o Paraná, a presidente Dilma Rousseff disse na quinta-feira que "manifestações dos trabalhadores são legítimas e temos de estabelecer o diálogo sem violência".

O MP ainda recolhe relatos sobre o que motivou os policiais a deixarem o cerco que faziam à Assembleia Legislativa - onde foi votado e aprovado um projeto que muda a previdência estadual. "Vamos depois ver como é a cadeia de comando, quem deu as ordens. Fizemos as mesmas recomendações da Copa; garantir a ordem é também garantir o direito de manifestação", comentou o promotor dos Direitos Humanos, Olympio de Sá Sotto Maior.

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Enquanto testemunhas relatavam abuso da PM, que usou gás e balas de borracha para conter os manifestantes, a coordenadora de imprensa da PM do Paraná, Marcia Santos, dava entrevista à BBC Brasil afirmando que "desproporcional seria o uso de armas letais". "O uso da força foi progressivo. Se você olhar as imagens, os policiais estavam pacíficos. Foi gradativo."

Já o presidente da Associação de Praças do Paraná (Para), Orelio Fontana Neto, foi ao MP para entregar imagens que comprovariam a existência de black blocs na manifestação. Ele estava acompanhado da soldado Kátia Queiróz, que teve uma luxação na perna durante o conflito. "Eu estava na grade e depois que (black blocs) a derrubaram, minha perna ficou presa e ainda passaram por cima."

Aos procuradores, Célio Rinaldin Spósito, que leciona História há 22 anos em Cianorte, dava outra versão. "Foram duas horas de guerra. São servidores, não homens armados. Eu estava a poucos metros quando eles vieram em nossa direção."

Em reunião com líderes de centrais sindicais, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff repudiou a violência em qualquer protesto e defendeu "respeito às manifestações, respeito às diferenças de opinião". "Para construir consenso e evitar a violência, o único caminho existente é o caminho do diálogo", disse.

(Colaboraram Ana Fernandes, Rafael Moraes Moura e Carla Araújo)

Dias antes de o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, haver admitido em público que as obras de sua pasta podem parar e que o atraso do governo nos pagamentos é insuportável para as médias e pequenas construtoras, sua equipe havia sido informada de uma manifestação do Tribunal de Contas da União (TCU) que ameaça tornar a situação das empresas ainda mais grave. O TCU questiona a decisão do governo de repassar rapidamente, aos contratos de obras rodoviárias em andamento, o aumento de 35% no preço do asfalto.

Esse reajuste, imposto no início do ano pela Petrobrás, tem impacto de até 15% no custo da obra, segundo estimativas do setor. O asfalto representa perto de metade dos gastos nas obras rodoviárias. Diante desse quadro, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) iniciou negociações com as construtoras para incluir o gasto extra nos contratos.

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Mas, no último dia 24, o órgão recebeu uma correspondência do TCU solicitando mais informações. A base é um despacho do ministro Augusto Nardes orientando que, nesse caso, é preciso considerar a variação de preço de todos os insumos utilizados na obra e o estágio de cada contrato.

"É um retrocesso fatal", disse o presidente da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor), José Alberto Pereira Ribeiro. O temor das construtoras é que uma avaliação detalhada, como quer o TCU, demande tempo e atrase por meses o socorro financeiro. E isso é uma pressão adicional no caixa das empresas, que já convivem com atrasos de pagamento do governo.

As empreiteiras que trabalham para o Dnit têm faturas a receber desde dezembro, segundo informou Ribeiro. A dívida está estimada em RS 1,7 bilhão.

Há, além disso, uma indefinição quanto ao orçamento deste ano. Mas, se for mantido o nível atual de aperto, a perspectiva é de um corte de 50% nos recursos da pasta, estimam as construtoras. Para evitar que novas dívidas se acumulem, as empresas colocaram o pé no freio. O ritmo das obras caiu para 30% a 40% do usual. "Precisamos continuar vivos", afirmou o presidente da Aneor. "Nosso oxigênio acabou."

A participação de investidores estrangeiros nas fusões e aquisições concluídas nos primeiros três meses do ano voltou a superar a fatia do capital nacional, algo que não ocorria desde 2005, num 1º trimestre. Dos 189 negócios fechados entre janeiro e março, 167 tiveram a origem do capital identificado. Destes, os investidores estrangeiros participaram de 51% dos negócios e os nacionais ficaram com 49%, segundo Relatório de Fusões e Aquisições da PricewaterhouseCoopers (PWC).

A valorização do dólar em relação ao real, que neste ano acumulou alta de quase 14% até ontem (20), é o principal fator que explica esse movimento de avanço dos estrangeiros. "Neste momento, os preços em dólar ficaram mais razoáveis para os estrangeiros. O Brasil é um país caro, mas agora é menos caro em dólar", afirma o sócio da PwC Brasil e em líder em fusões e aquisições, Rogério Gollo.

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Ele explica que o fato de o câmbio ter se estabilizado num novo patamar (o dólar fechou ontem cotado a R$ 3,024) contribuiu para que os estrangeiros acelerassem a conclusão de negócios no País. Um dos temores dos investidores é finalizar a compra de uma empresa e logo em seguida constatar que poderia ter desembolsando menos porque o real se depreciou ainda mais.

Além disso, Gollo observa que a liquidez de recursos é muito grande hoje no mercado financeiro internacional. "Tem muito dinheiro circulando no mundo à procura de oportunidades de investimento e o Brasil, apesar de não estar entre as principais oportunidades, é uma delas."

O sócio da PwC acredita que a tendência de avanço dos investidores estrangeiros nas fusões e aquisições deve se acelerar nos próximos meses não só pelos efeitos do câmbio, mas também pela maior confiança no País, depois que os escândalos de corrupção envolvendo empresas de peso como a Petrobrás e empreiteiras vieram à tona. "Os escândalos representam notícias velhas. Os estrangeiros tendem a ficar mais confiantes à medida que o ajuste fiscal for implementado e que uma agenda positiva de investimentos for colocada em prática." Segundo o executivo, a principal preocupação hoje dos investidores estrangeiros diz respeito às negociações entre o poder Executivo e o Congresso para fechamento de acordos com o objetivo de aprovar o ajuste fiscal.

Março

Entre nacionais e estrangeiros, só no mês de março foram fechados 75 negócios de fusões e aquisições, um número 19% maior do que no mesmo mês do ano passado. Em março deste ano foi fechado o maior número de fusões e aquisições desde 2010. Naquele ano foram 83 negócios.

Gollo explica que vários eventos de 2014, como Copa do Mundo, eleições e escândalos de corrupção represaram o fechamento de muitos negócios. O resultado foi que eles acabaram sendo concluídos no 1º trimestre, especialmente no mês passado. Para o ano inteiro de 2015, o sócio da PwC acredita que haverá crescimento de 10% no número de transações em relação ao ano passado, quando foram concluídas 879 transações de fusões e aquisições.

Mesmo superada boa parte da crise de confiança que adiou o fechamento de negócios, os investidores continuam cautelosos. Tanto é que a maioria das transações concluídas no 1º primeiro trimestre (47,1%) foi de participações minoritárias. "Os investidores estão vindo primeiro para conhecer o mercado brasileiro, adquirindo parcelas menores das empresas. Eles são novos entrantes que querem experimentar o mercado", diz Gollo. O estudo mostra também que a compra do controle acionário, modalidade de negócio que sinaliza uma aposta mais firme da parte do investidor, respondeu por 41,3% dos negócios fechados entre janeiro e março.

Saúde

Em relação aos setores, as empresas de Tecnologia da Informação (TI) lideraram o ranking em número de negócios fechados no mês passado. Foram 40 transações, ante 28 em março de 2014. "TI tem liderado o ranking de segmentos nos últimos quatro anos e deve se manter na primeira posição", prevê Gollo.

Ele baseia o seu prognóstico no fato de que há um grande número de empresas prestadoras de serviços de TI no País com faturamento anual abaixo de US$ 100 milhões. "Há poucos grandes players e muitos pequenos, o que abre espaço para consolidação nesse setor." Gollo lembra que pequenas empresas localizadas em polos de tecnologia, como Campinas (SP) e São Carlos (SP), ficaram mais atraentes para os investidores.

A previsão da PwC para os próximos meses é de que o setor de saúde ganhe destaque nas transações de fusão e aquisição, depois que a legislação permitiu a entrada de empresas de capital estrangeiro no segmento. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A juíza Melissa Pinheiro Costa Lage, da 9.ª Vara Criminal de Belo Horizonte, declinou da competência e determinou a remessa de uma das ações penais do mensalão mineiro para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O processo que apura os crimes de peculato (desvio de recursos públicos) e lavagem de dinheiro ocorridos durante a campanha à reeleição do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998, tem como réu o economista José Afonso Bicalho, que foi nomeado secretário estadual da Fazenda pelo atual governador Fernando Pimentel (PT).

Ao assumir o cargo de secretário em janeiro, Bicalho passou a gozar de foro privilegiado e só pode ser processado criminalmente no tribunal. A ação a que ele responde tem outros sete réus, entre eles Marcos Valério, que cumpre pena de 37 anos de prisão em regime fechado pela condenação no mensalão federal.

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O Ministério Público Estadual deu parecer favorável à remessa da ação para o tribunal, que poderá decidir sobre eventual desmembramento do processo em relação aos outros réus sem foro privilegiado. "Aguardo o desmembramento, espero que aconteça", disse o promotor João Medeiros.

Denunciados nesta mesma ação penal, o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia e Cláudio Mourão, ex-tesoureiro da campanha de Azeredo, dois personagens centrais do caso, já se livraram do processo após completarem 70 anos, em novembro de 2012 e janeiro de 2014, respectivamente. A Justiça determinou a extinção da punibilidade por prescrição dos dois.

Bicalho foi secretário de Finanças de Pimentel quando o petista foi prefeito de Belo Horizonte, entre 2004 e 2008. Ele também assessorou Pimentel no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Antes, tinha ligação com os tucanos e foi presidente do extinto Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) durante a gestão de Azeredo.

A denúncia do mensalão mineiro sustenta que R$ 3,5 milhões (R$ 9,7 milhões atualizados) de empresas estatais estaduais, incluindo o Bemge, foram desviados para a campanha do tucano, que não se reelegeu - ele foi derrotado por Itamar Franco. O então procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza classificou o esquema como "origem e laboratório" do mensalão federal, revelado durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005.

As outras duas ações penais do mensalão mineiro que tramitam na primeira instância têm como réus Azeredo e Clésio Andrade (PMDB). Ambos renunciaram aos mandatos de deputado e senador, respectivamente, e perderam o foro perante o Supremo Tribunal Federal.

Segundo a juíza Melissa Pinheiro, o processo do tucano está concluso para sentença, que será dada após análise dos 52 volumes dos autos. A ação de Clésio está ainda na fase de instrução. A reportagem não conseguiu contato nesta sexta-feira com a defesa de Bicalho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) confirmou em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público já ter ouvido falar sobre corrupção dentro do PP. Heinze é um dos investigados perante o Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta formação de quadrilha no esquema de corrupção da Petrobras. "Como parlamentar integrante dos quadros do PP o declarante já tinha ouvido falar de esquemas de corrupção no partido. Que, agora com a divulgação desses fatos, as suposições são ratificadas ante o escândalo da Petrobras", relatam os investigadores, sobre o depoimento do parlamentar.

Heinze afirmou aos investigadores que o PP foi uma das siglas partidárias "que participou e deu apoio ao esquema de manutenção do poder organizado pelo Partido dos Trabalhadores". Em depoimento colhido durante as investigações, o deputado nega que tenha recebido valores decorrentes do esquema. O parlamentar negou ter recebido diretamente ou por meio de outros valores decorrentes do esquema de corrupção. Ele disse ainda que, mesmo desconfiando que a cúpula do partido pudesse estar corrompida, não mudou de sigla em razão de suas tradições e vínculo com a base eleitoral no Rio Grande do Sul.

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"Que acredita que parlamentares do PP possam ter tido seu nome envolvidos neste escândalo de maneira injusta, mas que a citação do envolvimento de deputados do partido está relacionada com uma estrutura corrompida de exercício partidário patrocinada pelas lideranças do partido", continuam os investigadores, narrando o depoimento.

O depoimento foi incluído no inquérito que investiga o parlamentar no Supremo. Também constam os depoimentos dos deputados do PP-RS Renato Molling e Jerônimo Goergen. Os dois negam o envolvimento no esquema.

A fase de depoimentos dos políticos investigados no esquema foi suspensa nesta semana como efeito de uma queda de braço entre Polícia Federal e Procuradoria-Geral da República (PGR).

A informação publicada nesta sexta-feira pelo jornal O Estado de S; Paulo de que o modelo de outorga voltará a ser adotado nas concessões de ferrovias para socorrer o caixa federal causou desconforto no grupo que acompanha o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em reuniões em Washington. Houve uma preocupação de que a notícia contaminasse o resultado das reuniões do governo com investidores estrangeiros.

O grupo tem conversado com investidores no intuito de criar um diálogo realista, que desperte a confiança do setor privado. A expectativa é de que as concessões sejam apresentadas como um programa estruturante e de longo prazo, que nada tem a ver com o ajuste fiscal em curso.

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"É uma alternativa entre várias outras em estudo", minimizou um integrante da delegação sobre o modelo de outorgas. A comitiva em Washington e integrantes da equipe econômica em Brasília confirmaram o plano, mas se empenharam para negar que sua execução esteja atrelada ao ajuste fiscal.

"A opção pela outorga é considerada um dos possíveis mecanismos para a seleção do investidor que fará o uso mais eficiente da concessão. É importante não distorcer a discussão e tratar os prós e contras de cada opção de maneira técnica", disse um membro da delegação.

Ele acrescentou que Levy coloca, como objetivos das concessões em infraestrutura, a retomada do crescimento e o aumento da competitividade. No entanto, há dentro do governo quem defenda a medida como uma forma de abrir uma nova fonte de recursos que garanta a meta de superávit primário para este ano.

Apesar das dificuldades evidentes nas contas da União, integrantes do governo informaram que está em estudo a possibilidade de bancar, com recursos públicos, parte dos investimentos necessários para viabilizar algumas concessões ferroviárias. Seria uma Parceria Público Privada (PPP). Essa opção faz parte de um cardápio com pelo menos três tipos de engenharia financeira que está em discussão no governo.

As outras possibilidades são o modelo lançado pela presidente Dilma Rousseff em 2012 (menor tarifa) e a cobrança de outorga. A ideia é manter aberta a possibilidade de atuar com as diversas formas, que serão acionadas conforme o perfil do empreendimento, segundo o governo. No entanto, fica mais difícil para o Tesouro bancar o modelo de PPP nesse momento de ajuste fiscal.

A novidade é o uso de recursos públicos para complementar o investimento necessário à construção das linhas. Esse sinal vai na direção de atender a pressões que já estavam nos bastidores desde o lançamento do Programa de Investimentos em Logística (PIL). Os empreendedores consideram que há riscos muito elevados na construção de novas linhas, principalmente aquelas que cortam áreas de floresta. Há os que defendem até que essas ferrovias sejam construídas como obras públicas, e só depois concedidas - como parece ser o destino da Norte-Sul. Nessas PPPs, o governo se oferecerá para complementar o investimento, o que torna a medida difícil de ser aplicada no curto prazo. Venceria o candidato que pedir a menor cobertura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os advogados de Alexandrino Alencar, diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, prestaram esclarecimentos ao ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), dizendo que a Polícia Federal é a autoridade mais indicada para realizar diligências com imparcialidade.

Na petição, apresentada nessa sexta-feira, 17, a defesa afirma que o diretor da empreiteira esteve na sede da PF em Brasília na quinta-feira, 16, para a prestação de esclarecimentos, mas que foi surpreendido "com a notícia da suspensão do feito e cancelamento da oitiva". Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou, o depoimento de Alencar está entre as oitivas da Lava Jato que foram suspensas pelo STF esta semana, a pedido do Ministério Público.

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No documento, a defesa de Alencar também faz críticas aos acordos de delação premiada firmados por investigados da Lava Jato com o Ministério Público Federal (MPF), dizendo que o órgão, "antes mesmo de verificar a (in)veracidade de suas declarações (dos delatores), apressou-se em assinar acordos de colaboração que, num passe de mágica, evitam prisões preventivas ou as transformam em domiciliares", escreveram os advogados. Os 26 inquéritos abertos no STF envolvendo parlamentares tiveram início nos acordos de delação firmados pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

A petição é assinada pelos advogados Dora Cavalcanti, Augusto Botelho e Rafael Tucherman e foi protocolada dois dias depois de Zavascki deferir o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), de adiar os depoimentos que estavam marcados para os dias 15, 16 e 17 de abril. "Cumpre ressalvar que, ao contrário dos membros do Ministério Público, as autoridades policiais não são parte no processo penal, sendo por essa razão as mais indicadas para realizar as diligências investigativas de forma neutra e imparcial", escreveram os advogados.

O posicionamento da defesa ocorre em meio a uma queda de braço entre a PGR e a PF, sobre quem deve ditar os rumos das investigações. "Com todo o respeito, os peticionários confiam que a providência requerida pela Procuradoria não implicará a submissão da autoridade policial a eventuais (e de todo inesperados) desígnios de se conduzir as diligências investigativas com finalidade diversa da obtenção da verdade", diz o texto.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse, na manhã desta sexta-feira, que o Ministério Público, aliado à Controladoria-Geral do Município (CGM), "está recolhendo indícios e provas para levar adiante, até as últimas consequências, as investigações" sobre o envolvimento de servidores públicos na Máfia do Imposto sobre Serviços (ISS). Em relação à nova denúncia contra sete pessoas por causa da Máfia, revelada ontem pelo Estado, Haddad afirmou que desconhece o caso. O prefeito ainda elogiou a parceria entre MP e Controladoria, que juntos estariam procurando "provas robustas para eventualmente indiciar as pessoas".

Na nova acusação, o empresário Marco Aurélio Garcia, irmão do secretário estadual da Habitação, Rodrigo Garcia, foi denunciado por lavagem de dinheiro em parceria com o ex-subsecretário da Receita municipal, Ronilson Bezerra Rodrigues, apontado como principal líder do esquema. A peça criminal menciona ainda seis empresas que colaboraram com atos de lavagem. Quatro delas têm participação societária de Marco Aurélio ou de sua mulher.

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A nova denúncia é um desdobramento das investigações iniciadas em 2013, que ainda estão em curso, e já resultaram em outras duas acusações. Todas são analisadas pela 21.ª Vara Criminal da Capital. "A Controladoria tem reuniões periódicas com o Ministério Público. Nós fornecemos informações adicionais periodicamente e ele (MP) obtém informações em função da quebra de sigilo", disse o prefeito ontem. Segundo Haddad, a CGM, que é "autônoma e isenta", coloca na internet todos os dados das estatais municipais. "Isso dá a tranquilidade para o gestor público sério de que tem ali um órgão zelado pela lisura administrativa."

Haddad afirmou que não avançou a ideia do promotor de Justiça Roberto Porto, no comando da CGM, de recrutar policiais para atuar como agentes de rua na investigação de casos de corrupção. "Requisitamos, mas não houve cessão."

O órgão deve receber reforço de pessoal. Em 25 de março, a Câmara aprovou a criação de cem vagas para auditores, chamados de "superfiscais". O prefeito afirmou ontem que o concurso está em fase de preparação e os novos gestores vão "melhorar muito a transparência e a qualidade da gestão". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil está preparado para receber investimentos em infraestrutura e oferecer segurança aos investidores privados, disse o ministro da Fazenda Joaquim Levy, num evento paralelo às reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Uma economia "grande como a do Brasil, em termos de população e recursos naturais", acrescentou, oferece ao setor privado muitas oportunidades de participação. Capitais de todo o mundo, têm sido aplicados em infraestrutura no Brasil há mais de cem anos.

Levy destacou a possibilidade de parceria do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com os investidores e os planos de atuação conjunta com o mercado de capitais. Citou também o trabalho das agências reguladoras no acompanhamento da execução dos projetos.

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O País, disse ele, tem regras claras, e as agências, com experiência de 20 anos, têm autonomia para resolver problemas. Ao apresentar esse ponto, omitiu a tradicional oposição do PT - e da presidente Dilma Rousseff - à autonomia formal e à independência política dos órgãos reguladores.

Levy falou sobre oportunidades de investimento em um painel sobre infraestrutura, com participantes do Peru, Índia, Reino Unido e do FMI. Quase no final, o apresentador do painel fez uma pergunta sobre corrupção nos projetos de investimento. Três dos convidados responderam, até com bom humor, mas, quando chegou a vez de Levy, o apresentador interrompeu a sequência e passou às perguntas do público. Mas uma jornalista brasileira reapresentou a pergunta. Levy limitou-se a falar sobre a independência do Judiciário e a importância de uma imprensa livre e investigativa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A cooperativa de médicos Unimed Paulistana virou alvo de uma investigação do Ministério Público Estadual (MPE), após promotores do Grupo Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec) identificarem um pagamento da cooperativa à Pedra Branca Assessoria, empresa de Ronilson Bezerra Rodrigues, apontado como chefe da Máfia do Imposto sobre Serviços (ISS).

A Pedra Branca emitiu uma nota fiscal de prestação de serviços de R$ 60 mil à Unimed Paulistana em 8 de setembro de 2011, com a descrição "serviços de consultoria". A nota recolhe R$ 900 de imposto de renda e R$ 2.790 de outros tributos. A transação entre Unimed e Ronilson aconteceu dois meses depois de uma lei municipal conceder isenção de impostos à cooperativa, que chegou a ser uma das dez maiores devedoras de ISS da cidade.

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Para o MPE, a Pedra Branca é uma empresa constituída apenas para lavar o dinheiro que Ronilson obteve de forma ilícita enquanto esteve na Subsecretaria da Receita Municipal, durante a gestão Gilberto Kassab (PSD). "Um dos delatores diz que a empresa não tinha nenhum negócio real", afirmou o promotor Roberto Bodini, que lidera as investigações do caso.

Bodini confirmou que há uma investigação em que a Unimed é citada, mas informou que não daria detalhes do caso, que corre em segredo de Justiça. O diretor Financeiro da empresa, Valdemir Gonçalves da Silva, já foi ouvido como testemunha pelos promotores.

A Unimed Paulistana chegou a ser alvo de um processo de direção fiscal (intervenção) por parte da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) até 2011, por causa de dívidas. Somente com ISS a dívida da empresa, em 2011, era calculada em R$ 700 milhões - em valores da época.

Naquele ano, embutido na lei municipal que instituiu a Nota Fiscal Paulistana (Lei 15.406/11), havia uma autorização de reabertura do Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) e uma alteração na cobrança do Imposto sobre Serviços que permitiu que cooperativas médicas - como a Unimed Paulistana - recolhessem menos ISS, uma vez que médicos já pagavam o imposto.

A proposta era evitar a bitributação sobre a classe médica e atendia a uma demanda antiga da categoria. O médico Pedro Kassab, pai do ex-prefeito autor da lei, é um dos fundadores da Unimed Paulistana. O projeto do Executivo, sancionado em 8 de julho de 2011, foi escrito pelo então subsecretário Ronilson.

A mudança de regras do ISS permitiu que o setor de saúde suplementar reduzisse em cerca de 40% o total de impostos pagos pela categoria médica somente na capital paulista. Em março do mesmo ano, antes da promulgação da lei, a cooperativa já havia aderido ao PPI, negociando cerca de R$ 530 milhões, em valores da época. Ainda endividada, a empresa fez uma nova adesão ao PPI no ano passado, quando parcelou cerca de R$ 25o milhões em tributos.

A reportagem tentou, sem sucesso, contato na sexta-feira à noite com o criminalista Marcio Sayeg, defensor legal de Ronilson nas três denúncias de lavagem de dinheiro em que ele é alvo, após a descoberta da Máfia do ISS. Por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa, a Unimed Paulistana afirmou desconhecer o caso.

"A Unimed Paulistana informa que ocorreu a renovação da Diretoria Executiva e do Conselho de Administração em 28 de março de 2015, não sendo de conhecimento dos atuais diretores empossados nessa data quaisquer fatos relacionados à questão em apreço", diz o texto. "Igualmente, a Unimed Paulistana informa que não recebeu nenhuma comunicação ou manifestação de quaisquer autoridades sobre os atos e fatos noticiados por esse veículo de comunicação", destacou em nota oficial. Por fim, a Unimed Paulistana informa que "manifesta que caso seja cientificada oficialmente sobre o tema empenhará seus melhores esforços na elucidação da questão".

A reportagem também procurou ontem à noite o criminalista Luiz Eduardo Greenhalgh, que responde pela Unimed, mas não conseguiu localizá-lo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Bonecos da presidente Dilma e do ex-presidente Lula são os que têm mais saída entre os vendedores ambulantes de Fortaleza, neste sábado (4) de aleluia que, pela tradição católica, é dia de malhar Judas Iscariotes, aquele que vendeu Jesus para ser crucificado. A ambulante Maria das Candeias vendeu neste sábado (4) quatro bonecos representado a presidente Dilma e o último - de um estoque que fez de dez - do ex presidente Lula. "Só resta uma Dilma e não tenho mais nenhum Lula. São os que estão saindo mais. Ontem (3) vendi dez Dilma e cinco Lula", disse Maria.

A ambulante disse que até o começo da tarde deste sábado (4) estava com um estoque de dez bonecos, sendo a maioria de não políticos, como o cangaceiro Lampião. "Eles não estão tendo tanta saída como os políticos, mas espero vender pelo menos a metade até o final do dia", estimou.

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Maria disse que não fez boneco do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, por ele não ser conhecido em Fortaleza. "Fiz da Dilma e do Lula porque são conhecidos e todos compram para malhar", afirmou. O boneco de Eduardo Cunha foi malhado e queimado ainda na quinta-feira (2), durante a representação da via crucis do trabalhador, promovida pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Ceará (Sindsaúde).

Cada boneco custa R$ 100,00. A movimentação de compradores na esquina das avenidas Washington Soares com Oliveira Paiva onde Maria expõe os bonecos era grande, por ali ser o caminho das praias de Fortaleza e Aquiraz, onde fica o Beach Park.

Quem não investiu nos bonecos de políticos não realizou bom negócio. Foi o caso de José Renato. Ele revendia bonecos do fabricante Ze do Judas, na esquina das avenidas Borges de Melo com Raul Barbosa, no caminho do aeroporto Pinto Martins. "Não fizemos Judas de político e só vendi um boneco", afirmou José Renato, que ainda tinha um estoque ao meio-dia desde sábado (4) de mais de 15 bonecos ao preço de R$ 100,00. Segundo ele, as vendas foram ruins porque o fabricante não confeccionou bonecos de políticos.

Jean Carlos Alves, o Zé do Judas, já havia comercializado quase todos nos dias anteriores ao sábado de aleluia. Dos 200 bonecos que ele fabricou este ano, 90% faziam referência a políticos envolvidos na Operação Lava Jato.

A tradição de malhar o Judas é forte em Fortaleza. A Secretaria de Cultura do Estado, de acordo com edital "Ceará da Paixão 2015", disponibilizou R$ 887 mil para 78 entidades e pessoas físicas que programaram festejos para queima e malhação de Judas. A maioria de Fortaleza.

A banda Far From Alaska confirmou as expectativas no Lollapalooza Brasil, abrindo os trabalhos no palco Onix neste domingo, 29. A excelente Thievery tomou o público de assalto: quem estava sentado no imenso gramado atrás do palco se sentiu obrigado a levantar assim que Rafael Brasil tocou o primeiro acorde da sua guitarra. A voz de Emmily Barreto é a melhor coisa que o rock brasileiro produziu na última temporada.

Misturando um rock' n' roll moderno com pegadas eletrônicas lideradas pelo sintetizador de Cris Botarelli e letras criativas em inglês, o Far From Alaska consegue receber as influências do stoner e fazer uma música que é ainda mais vibrante ao vivo. Demonstrando entrosamento de campeão, a banda fez um dos melhores shows do festival até aqui. Merecia um horário melhor.

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O grupo formado em Natal (RN) apareceu em todas as listas de melhores do ano em 2014 com o ótimo modeHuman, álbum de estreia, e sua mistura potente e criativa de uma guitarra barulhenta, sintetizadores bem empregados e a voz impressionante de Emmily Barreto.

Se neste sábado, 28, Jack White encerrou o festival com sua poderosa demonstração de poder, bebendo em fontes diferentes do rock e da música eletrônica, neste domingo, 29, o Far From Alaska mostrou que não é preciso ir longe para fazer um show divertido. "Cheguei ao topo", brincou Emmily no palco. Não chegou, não. Ainda tem muito chão. Roqueiros, fiquem tranquilos. Quem diz, em 2015, que o rock está morto, certamente nunca viu um show do Far From Alaska.

A banda é formada por Emmily Barreto(vocal), Cris Botarelli (sintetizadores), Lauro Kirsch (bateria), Rafael Brasil(guitarra) e Eduardo Filgueira (baixo).

Brasília, 22/03/2015 - O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), informou há pouco por meio de nota que pedirá informações ao governo sobre a atuação do Estado Islâmico no País. Como traz o Estadão em sua edição de hoje, os órgãos de inteligência detectaram pelo menos dez brasileiros convertidos, que estariam atuando nas redes sociais. O Planalto já recebeu relatórios sobre o assunto e a Casa Civil está coordenando as discussões internas.

"Este é um tema que deve unir Executivo, Legislativo e o Judiciário porque, sem debate e sem estratégia conjunta, não é possível somar forças para enfrentar esta eventual ameaça", comentou o deputado. "O Congresso precisa estar envolvido até para fazer as alterações necessárias no nosso ordenamento jurídico, visando fortalecer as instituições."

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Ele informou ainda que pedirá esclarecimentos à Autoridade Pública Olímpica (APO) sobre os protocolos de segurança. (Lu Aiko Otta - lu.aiko@estadao.com).

São Paulo, 22/03/2015 - Em quatro anos, o número de processos movidos por erro médico que chegaram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) cresceu 140%. Dados obtidos com exclusividade pelo Estadão mostram que, em 2010, foram 260 ações encaminhadas à corte sobre o tema. No ano passado, foram 626 processos. São casos já julgados nos tribunais estaduais que passam para a esfera superior quando uma das partes entra com recurso.

No mesmo período, 18 médicos tiveram seus registros cassados e outros 625 receberam outros tipos de punições do Conselho Federal de Medicina (CFM) por agir com imprudência, imperícia ou negligência, práticas que caracterizam o erro médico.

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Para especialistas em direito à saúde, o aumento de casos de erros médicos reportados à Justiça está relacionado com a baixa preocupação de alguns profissionais e unidades de saúde com a qualidade do serviço prestado. "O número de clientes de planos de saúde vem aumentando, mas a qualidade, não. Há médicos que têm de atender com cronômetro, fazer várias cirurgias no mesmo dia. É óbvio que, dessa forma, os erros começam a se tornar mais frequentes", diz a advogada Renata Vilhena.

Problemas estruturais dos hospitais, falta de mão de obra, baixa remuneração e longas jornadas de trabalho são apontados pelo advogado Julius Conforti também como causas de falhas no atendimento médico. "Outro fator importante que explica esse aumento do número de ações judiciais é a quantidade alucinante de cirurgias plásticas realizadas no Brasil", diz.

Corregedor do CFM, José Fernando Vinagre admite que há problemas na qualidade do serviço prestado e nas condições de trabalho oferecidas aos médicos, mas destaca também o peso da má formação nos casos de erro. "As faculdades têm sido abertas sem critérios técnicos, sem a certeza de que vão oferecer aos alunos um ensino adequado", diz ele. (Fabiana Cambricoli) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo, 22/03/2015 - A combinação entre a Operação Lava Jato e o pacote de ajuste fiscal do Ministério da Fazenda, além de uma certa dose de burocracia e brigas contratuais, resultou em obras paradas ou em ritmo lento pelo Brasil. Uma sondagem feita pelo Estado, com sindicatos do setor de construção pesada, levantou quase 30 grandes projetos em ritmo extremamente lento e, muitos deles, com demissões em massa.

Só nos primeiros dois meses deste ano foram fechadas 35.552 vagas no setor de construção civil, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. Se retroagir a setembro de 2014, quando as investigações da Operação Lava Jato se intensificaram, esse número sobe para 241.580.

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O Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil, considerado um dos motores de crescimento do País, despencou 5,6% em 2014 e pode cair mais 5% neste ano, segundo cálculos da GO Associados a pedido da Associação Paulista dos Empresários de Obras Públicas (Apeop). A maior preocupação está na continuidade dos atrasos de pagamentos do governo federal aos construtores.

A prática começou no ano passado como instrumento para o governo fechar suas contas e foi mantida no início deste ano com a demora na votação da Lei Orçamentária e por causa do ajuste fiscal proposto pela Fazenda. Em situação normal, as empresas até conseguiriam suportar atrasos com empréstimos bancários, afirma a Apeop. Mas, com o escândalo de corrupção nos contratos da Petrobrás, os bancos se retraíram e fecharam os cofres para novos créditos às empreiteiras. Sem dinheiro, as empresas optaram pelas demissões e mantiveram só alguns poucos trabalhadores nos canteiros de obras para não terem os contratos rompidos.

Nessa situação estão grandes projetos estruturantes como a transposição do Rio São Francisco, Ferrovia da Integração Oeste-Leste (Fiol), Cinturão das Águas do Ceará e Rodoanel Norte de São Paulo, além dos grande projetos da Petrobrás que estão em ritmo lento. "O Brasil está parado. As obras não avançam", reclama o presidente do Instituto de Engenharia, Camil Eid.

O que era para ser oportunidade de desenvolvimento - já que o governo apostava em grandes obras para turbinar o crescimento - virou pesadelo. "Nas cidades onde estão grandes projetos, os pequenos empresários que investiram em restaurantes, hotéis e empresas de transporte estão endividados e sem dinheiro para pagar os bancos", afirma Irailson Warneaux, do Sindicato dos Trabalhadores nas indústrias da Construção da Bahia (Sintepav-BA).

(Renée Pereira). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo Dilma Rousseff está prestes a criar um grande fundo de previdência complementar para administrar as aposentadorias de mais de 460 mil servidores públicos de Estados e municípios. O ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, informou ao Estado que vários governadores e prefeitos já buscaram o governo. "Estão aguardando a criação do fundo para poder aderir e instituir o novo regime previdenciário", disse. O fundo será administrado pela Caixa Econômica Federal.

A nova presidente da Caixa, Miriam Belchior, já teve uma reunião com o ministro Gabas para tratar exclusivamente do assunto. O martelo está para ser batido nos próximos dias e será a primeira bandeira da gestão de Miriam Belchior na Caixa. O jornal O Estado de S. Paulo apurou com o banco estatal que o projeto está pronto - aguarda apenas o "momento certo" para o anúncio público.

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O chamado déficit atuarial previdenciário de Estados e municípios chega a R$ 1,7 trilhão no acumulado até o fim de 2014. Esse déficit é a diferença entre o que o governo terá de pagar no futuro (o saldo entre os benefícios e as receitas líquidas no longo prazo) e os ativos em valores atuais. Este é o rombo que o governo quer reduzir. Para Estados e municípios, a reforma do regime é positiva, avalia o governo federal, já que reduzirá os gastos com aposentadorias.

"Os servidores de Estados e municípios vão se equivaler aos servidores federais e ao restante dos trabalhadores", disse Gabas. Os servidores federais que ingressaram nos quadros federais a partir de 2013, e recebem acima de R$ 4,5 mil mensais do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), estão sob um novo regime de previdência, similar ao dos demais trabalhadores da iniciativa privada brasileira.

A aposentadoria desses servidores está limitada ao teto do INSS. Para receber mais, eles precisam contribuir para um fundo de previdência, tal qual os demais trabalhadores brasileiros. No caso dos servidores federais, o fundo é a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp), criada em 2012.

O sistema é o mesmo dos Estados de São Paulo e Rio. Os outros 24 Estados, além do Distrito Federal, e todos os 5,6 mil municípios ainda não contam com esse sistema. Hoje, os servidores contribuem com 11% do salário, em média, e os Estados e municípios chegam a fazer contrapartidas superiores a 20%. Com o novo fundo, que será administrado pela Caixa, os aportes devem cair a 8,5% - como é com a Funpresp. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal de Justiça de São Paulo recebeu denúncia do Ministério Público e determinou o afastamento imediato do prefeito de Barueri, Gilberto Macedo Gil Arantes, nesta terça-feira, 24. Ele é acusado de crimes de responsabilidade e lavagem de dinheiro. A ordem vale enquanto durar a instrução do processo criminal.

O filho de Arantes e uma pessoa ligada ao ramo imobiliário também foram denunciados. O prefeito está no terceiro mandato. Ele é suspeito de desviar recursos públicos, em proveito próprio e de terceiros, por meio de indenizações de desapropriações efetuadas entre 1997 e 2004.

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"A despeito do inconformismo da defesa, a denúncia narra condutas que consubstanciam crimes, em tese, expondo minuciosamente os fatos referentes aos eventuais delitos de responsabilidade, descrevendo o meio empregado pelos acusados para tais práticas, apontando os imóveis expropriados, seus valores, e acenando, ainda, com a forma com que se deu o suposto direcionamento da licitação, fazendo em todas as oportunidades referências e apontando peças trazidas aos autos que corroboram sua narrativa minimamente", declarou em voto o relator Edison Brandão.

A defesa alegou que a denúncia não apontou os elementos sobre os quais recaíram as condutas descritas em lei. A defesa afirmou também que as desapropriações ocorridas na gestão Gil Arantes foram idôneas. Quanto ao crime de lavagem de dinheiro, o desembargador afirmou que a conduta foi descrita a contento pela Procuradoria Geral de Justiça, "indicando, ainda, as movimentações financeiras utilizadas para ocultação do dinheiro obtido, em tese, com o produto do delito, não havendo, neste momento, que se falar em excesso acusatório."

Arantes informou que irá recorrer da decisão, permanecendo no cargo e argumentou que a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo pelo seu afastamento é liminar e não unânime.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP), condenado por peculato e corrupção passiva no julgamento do mensalão, participou de audiência na tarde desta terça-feira, 24, na Vara de Execuções das Penas e Medidas Alternativas (Vepema) e obteve autorização para cumprir pena em casa. O petista chegou à Vara às 13h15 desta terça e passou por uma audiência, onde ouviu instruções sobre o regime aberto.

O ex-deputado foi autorizado em 18 de fevereiro pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) a migrar do regime semiaberto para o aberto depois de ter efetuado o pagamento de R$ 536,4 mil para a administração pública, o equivalente ao ressarcimento pelo dano causado com o crime de peculato praticado pelo ex-deputado no esquema do mensalão. Desde o ano passado, o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, já cumprem pena em casa.

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Cunha foi o último do núcleo-duro dos petistas condenados no mensalão a conquistar o direito de cumprir pena em casa. Em dezembro, embora ele já tivesse cumprido o tempo de prisão necessário para progredir de regime e tivesse registrado bom comportamento carcerário, Barroso negou ao ex-deputado a passagem para o regime até a devolução integral dos recursos desviados no mensalão.

Durante a audiência, Cunha ouviu as instruções que deve seguir: permanecer em casa entre 22h e 5h, não deixar o Distrito Federal sem autorização, comparecer bimestralmente em juízo, não andar em companhia de outros condenados, não frequentar bares nem locais de prostituição, não portar armas, drogas e álcool e, durante os primeiros cinco meses, não poderá deixar sua residência aos domingos e feriados por tempo integral. O regime aberto deveria ser cumprido em casa do albergado, contudo, como esse tipo de estabelecimento não existe no Distrito Federal, os presos são autorizados a passar o restante da pena em prisão domiciliar, dentro das exigências feitas.

A Justiça suspendeu nesta terça-feira, 24, o leilão de cinco carros do empresário Eike Batista marcado para quarta-feira, 25. O item mais caro a ser oferecido era uma Lamborghini Aventador, ano de fabricação 2011/2012, avaliada em R$ 1,6 2 milhão. Os veículos foram apreendidos pela Polícia Federal como consequência do bloqueio de bens do empresário determinado pelo juiz Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio, em meio à ação penal em que Eike é réu sob acusação de crimes contra o mercado de capitais.

A liminar suspendendo o leilão foi concedida pelo desembargador federal Messod Azulay, da segunda turma especializada do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, após a defesa de Eike ter entrado com mandado de segurança.

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No documento, obtido pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, é citado que o sequestro dos bens foi determinado para garantir eventual reparação do dano e custas processuais, "não se tratando de bens ilícitos ou utilizados para a prática de infração penal, pelo que se descarta a possibilidade de perdimento dos bens".

Além disso, é informado que a venda antecipada de bens apreendidos para garantir ressarcimento de dano, antes da sentença, é admitida para garantir a preservação do valor dos bens. No entanto, a avaliação é de que por se tratarem de automóveis, bens não perecíveis, a "deterioração não é iminente".

"A apreensão dos bens se deu há menos de 30 dias, não se justificando a designação de data para o leilão sem que o réu ou terceiros proprietários tenham tido a oportunidade da interposição dos recursos cabíveis quanto à medida constritiva que recaiu sobre seu patrimônio", diz o desembargador.

Além dos cinco veículos, a Polícia Federal (PF) apreendeu outros bens do empresário, como o Porsche Cayenne branco que o juiz da 3ª Vara Federal dirigiu na manhã de hoje. Ainda não há data prevista para o leilão dos demais itens.

Além do item mais valioso, a Lamborghini Aventador, estava prevista a oferta de outros quatro carros. O automóvel mais em conta era um Smart Fortwo (2009), de R$ 30 mil. Havia ainda três Toyota Hilux blindadas, avaliadas entre R$ 45 mil e R$ 50 mil. Os lances mínimos deveriam superar o valor de avaliação.

O juiz determinou os bloqueios com objetivo de reter até R$ 3 bilhões em ativos financeiros e imóveis de Eike, dos dois filhos mais velhos do empresário (Olin e Thor), da mãe deles e ex-mulher de Eike, Luma de Oliveira, e de sua atual mulher, Flávia Sampaio. Isso para garantir o pagamento de indenizações e multas, no caso de condenação do empresário.

A lista de bens retidos na casa do empresário, no Rio, inclui ainda 16 relógios, dois motores de lancha, um computador, um piano, uma escultura e o telefone celular de Eike, além de R$ 127 mil em espécie (R$ 37 mil em moedas estrangeiras). Em sua casa em Angra dos Reis, litoral sul do Estado do Rio, foram levados um iate, três motos aquáticas e um jetboard.

Na casa de Luma de Oliveira, a Polícia Federal apreendeu, no último dia 12, três carros. Do imóvel, localizado no bairro do Jardim Botânico, zona sul do Rio, foram levados dois Toyota Hilux e um BMW X5.

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informou nesta terça-feira, 24, por meio de sua assessoria de comunicação, não ter detectado até o momento problemas na chegada dos caminhões agendados para fazer o desembarque de soja no Porto de Santos, em virtude da paralisação de caminhoneiros e transportadores em rodovias brasileiras. Os manifestantes protestam desde quinta-feira contra o aumento do preço do diesel e as tarifas de frete abaixo dos custos de transporte.

O fluxo de embarques em Santos também continua ocorrendo normalmente, já que os terminais com armazéns têm grãos que chegaram ao porto nas últimas semanas. A Codesp informou, entretanto, que está monitorando a evolução da paralisação pelo País.

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Participantes do setor projetam que as interrupções do trânsito em rodovias devem trazer impacto na chegada de cargas em Santos em breve, já que boa parte dos grãos movimentados pelo porto vem do Centro-Oeste. Até o dia 3 de março, são esperados navios para carregar 1,17 milhão de toneladas de soja a granel.

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