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Estudo inédito realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) traça um retrato dramático da burocracia que recai sobre o comércio exterior brasileiro. As exportações brasileiras, apesar da informatização de parte dos processos, ainda são sujeitas a 46 procedimentos diferentes, administrados por 12 órgãos, que afetaram 23% das vendas ao exterior realizadas no ano passado. Nas importações, são 72 obrigações controladas por 16 órgãos do governo, com impacto sobre 59% das compras.

"É um levantamento sistematizado de um conjunto de custos e encargos que chamamos de invisíveis", disse a gerente de Política Comercial da entidade, Constanza Negri. "Não que eles não sejam sentidos na pele das empresas, mas porque são de difícil acesso pela falta de transparência e de disponibilidade das informações."

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"Grande parte da falta de competitividade da indústria brasileira é provocada por esses custos", afirmou o ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral. "O Brasil não conseguirá fazer uma abertura comercial sem resolver as ineficiências, que vão de logística inexistente a greves extorsivas (dos fiscais)."

A variedade de problemas é tanta que o estudo não conseguiu chegar a seu objetivo original: estimar o peso dessas obrigações sobre a economia brasileira. Em nove casos, os autores não conseguiram apurar valores de algumas taxas nem recorrendo à Lei de Acesso à Informação.

Protegida pelo anonimato, uma empresa do setor de alimentos relatou à CNI que decidiu importar uma nova máquina. Mas só quando o equipamento chegou ao porto e ficou retido, a empresa descobriu que tinha de ter pedido, antes de iniciar a importação, uma autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). O problema só foi resolvido depois de a empresa contratar uma consultoria especializada e pagar uma multa por ter importado sem a devida documentação.

A deficiência nas informações e a falta de previsibilidade, além de um aparente exagero nas exigências e da burocracia, são os problemas apontados pelas 114 empresas ouvidas pela CNI para o estudo. Constanza destaca que o controle na importação e exportação de produtos por parte do governo é legítimo e necessário. "Mas questionamos se não há excessos."

Ao fazer o levantamento, ela se surpreendeu pela existência, no Ibama, de um certificado cuja função é atestar que aquele produto não precisa de um documento chamado Licença para Uso da Configuração de Veículos ou Motor (LCVM) para ser importado.

O diretor técnico da Kia Motors do Brasil, Gabriel Loureiro, explicou ao jornal O Estado de S. Paulo que esse papel é usado, no caso dos automóveis, quando a empresa decide importar um modelo novo e precisa trazer um primeiro exemplar para ser testado quanto à emissão de poluentes e outros requisitos. A primeira "amostra" entra no Brasil sem licenciamento. Só depois desses ensaios é que o novo modelo passa pelo processo de licenciamento do Ibama para sua importação, com a emissão da LCVM.

Custo

O estudo alerta ainda que o custo elevado de determinadas taxas pode ser até mesmo questionado na Organização Mundial do Comércio (OMC) como uma barreira ao comércio. Como algumas são fixadas em reais, e não como um porcentual do valor da mercadoria, há risco de serem desproporcionalmente caras.

As empresas questionam até hoje por que o governo elevou de R$ 30 para R$ 185 a taxa de uso do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), onde são registradas as operações de exportação e importação. O aumento ocorreu em 2011. Questionada, a Receita Federal não se posicionou até a publicação desta reportagem.

A taxa de R$ 88,17 cobrada pelo Banco do Brasil para analisar documentos necessários para a emissão de licenças para as operações comerciais foi discutida até no Tribunal de Contas da União (TCU). Relatório elaborado pelos técnicos da Corte aponta que, em 2010, o banco arrecadou R$ 30 milhões, mas os custos administrativos foram da ordem de R$ 11 milhões. Os acordos internacionais dizem que as taxas devem ter um valor proporcional ao serviço prestado.

Questionada, a instituição informou que não divulga receitas obtidas com tarifas específicas e que faz o serviço por delegação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic). O Mdic informou que delegou serviços ao BB por sua capilaridade e que o TCU julgou não haver irregularidade na tarifa ou na transferência de atribuições. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cedendo a uma medida unilateral imposta pelos Estados Unidos, o setor siderúrgico concordou em reduzir suas exportações para aquele mercado com a adoção de cotas, informou na última quarta-feira (2), o presidente executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo Mello Lopes.

Na comparação com 2017, haverá uma redução de 7,4% nas exportações de aço semiacabado, que representam 80% das vendas para aquele mercado. Para os produtos acabados, a queda será de 20% a 60%, dependendo do produto. No ano passado, as exportações de aço para os EUA renderam US$ 2,5 bilhões.

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Nos dois casos, a cota será dada pela média das exportações brasileiras para os Estados Unidos no período de 2015 a 2017. No caso dos produtos acabados, será aplicado ainda um redutor de 30% sobre a média. Esse redutor não será aplicado aos semiacabados, que são insumo para a indústria local. "Exportação continua sendo vital", disse Lopes, ao explicar que a indústria siderúrgica ocupa no momento 68% de sua capacidade e precisa manter a produção. Para o executivo, "o acordo não foi de todo ruim", principalmente porque foi apresentado num formato "pegar ou largar".

Na segunda-feira, 30, os americanos, que vinham dialogando sobre a possibilidade de excluir o Brasil das sobretaxas ao aço e ao alumínio anunciadas em março, deram suas negociações com o Brasil por encerradas e colocaram sobre a mesa duas opções: cota ou sobretaxa de 25% sobre as vendas de aço e de 10% sobre as de alumínio.

Com base nisso, o presidente Donald Trump disse na noite de segunda-feira que havia um acordo "em princípio" com o Brasil e faltariam fechar os detalhes. O governo brasileiro negou. "Foi uma decisão unilateral, é bom deixar isso muito claro", afirmou ontem o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge. O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, disse ao O Estado de São Paulo que os americanos não deixaram opção.

Acertos

Segundo o presidente do IABr, a proposta das cotas será aceita e a entidade discutirá com seus associados a distribuição dos volumes a serem exportados aos EUA. O sistema de cota é do tipo "duro" - ou seja, volumes acima da cota não poderão ser exportados, nem se pagarem a sobretaxa de 25%.

"Nós estamos pedindo que os EUA mantenham o volume das nossas exportações para o comércio americano", disse Marcos Jorge. Uma hipótese seria alterar o critério de cálculo da cota, usando como base apenas o ano de 2017, já que em 2015 e 2016 as vendas foram menores. Esse foi o pedido apresentado pelo IABr, segundo Lopes. Ele acrescentou que haverá um sistema de monitoramento das exportações e que, dependendo, poderá haver algum tipo de ajuste. "Nossa visão é que faltará aço nos Estados Unidos."

Alumínio

Embora o governo brasileiro tenha colocado numa nota conjunta dos Ministérios da Indústria e das Relações Exteriores que o setor de alumínio optou pela sobretaxa de 10%, a informação foi negada pelo presidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Milton Rego. Ele afirmou ao Estado que essa é uma opção menos ruim do que a cota. Mas, como o governo dos EUA deu um prazo adicional para concluir as negociações, ele prefere esperar.

Para o alumínio, os EUA ofereceram uma cota de 41 mil toneladas, correspondente à média exportada nos últimos cinco anos. No entanto, as exportações do ano passado somaram 55 mil toneladas. E o ritmo das vendas neste ano aponta para 60 mil toneladas. A cota oferecida pelos americanos não acomoda nem o que já foi contratado de exportações neste ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ano de 2017 pode ser considerado como o segundo melhor em número de exportações em Pernambuco. É o que aponta os dados divulgados pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE). No ano passado, o Estado alcançou 1,9 bilhão em exportações, um aumento de 38,4% em relação a 2016, atingindo o segundo melhor resultado dos últimos 10 anos de balança comercial. 

Há quase três anos operando em Pernambuco, a Fábrica da Jeep já é responsável por 37,54% das exportações e conquistou a liderança da pauta. Em Goiana, na Região Metropolitana do Recife, a fábrica produz os veículos Jeep Renegade e Compass e a picape Fiat Toro. De acordo com a Fiat Chrysler Automobiles (FCA), dos 179 mil carros produzidos no Polo Automotivo Jeep em 2017, cerca de 35 mil foram exportados principalmente para a América Latina, para países como a Argentina, México, Caribe, Peru, Colômbia e Costa Rica.

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Ainda de acordo com a empresa, a exportação da FCA foi responsável por 83,6% da movimentação de veículos em Suape em 2017, sendo a segunda carga mais movimentada no porto. “[a Fiat/Jeep] É um divisor de águas. Ela tem produto com alto valor agregado e tem uma capacidade produtiva muito grande, uma fábrica muito moderna, que consegue atender o mundo todo. Então, enquanto ela puder produzir e tiver capacidade para continuar exportando, certamente esse número só tende a aumentar”, avaliou o gerente de desenvolvimento empresarial da Fiepe, Maurício Laranjeira. 

A exportação de combustíveis também foi um destaque na pauta e alcançou o segundo lugar no ranking, com 17,99%. A Refinaria Abreu e Lima (Rnest), criada especialmente para produzir óleo diesel para o Norte e Nordeste, também passou a exportar e auxiliou no aumento desses números. A empresa está atendendo mercados como Argentina, Estados Unidos, Caribe, Cingapura, além de países da Europa e da África. A refinaria envia para o exterior, principalmente, o diesel S-10, que é conhecido pelo baixo teor de enxofre e pela redução de emissão de poluentes. 

Para o economista e professor de economias e finanças da UFRPE, Luiz Maia, esse protagonismo entre veículos e combustíveis no topo das exportações não deve ser encarado como algo completamente positivo. “Não é uma notícia muito boa porque o ideal seria que a gente tivesse uma pauta de exportação mais diversa, que a gente não tivesse sujeito a tanto risco de um ou dois setores”, avaliou.

Por outro lado, o economista enxerga o aumento das exportações como algo positivo para o estado, refletindo, inclusive, diretamente na balança comercial. “A gente compra muito de fora, principalmente os insumos que vão ser utilizados na própria produção aqui, inclusive o óleo que vem pra gente. Na medida que essas exportações vão ganhando volume, a gente busca uma posição de um desequilíbrio menor na nossa balança comercial”, pontuou Maia. 

Para Maurício Laranjeira, a indústria pernambucana está começando a olhar mais pra fora. “Ela antes não tinha esse olhar tão grande para exportação, mas agora ela está mais ativa, mais atenta com relação às oportunidades do mercado internacional e isso está levando as nossas exportações a aumentarem e a balança diminuir um pouquinho a diferença”, afirmou. 

Além dos automóveis e combustíveis, os plásticos (12,3%), frutas (8,2%) e açúcares (7,5%) também apresentaram crescimento no envio para o comércio exterior. “A indústria pernambucana está mais preparada para atender essa demanda mais específica do mercado internacional, que costuma ser bastante exigente”, comemorou Laranjeira. 

As exportações de Pernambuco encerraram o ano de 2017 com um salto de 38,4% em relação a 2016, atingindo o segundo melhor resultado dos últimos 10 anos de balança comercial. Já as importações, tiveram um desempenho de elevação semelhante, crescendo 28,2% em relação ao ano anterior, após dois anos de queda acumulada em 39,3%. Ainda assim, o saldo da balança comercial local continua deficitário em função da característica importadora do Estado. Para se ter ideia, as vendas de produtos para o mercado externo totalizaram US$ 1.961.882.370, enquanto que as importações, US$ 5.703.995.162.  Os dados foram divulgados pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE).

Apesar de o comportamento da balança comercial local ter seguido o fluxo dos meses – quando se observou mais compra do que venda para o mercado externo -, considera-se que a mesma teve um bom comportamento graças à venda de veículos do polo automotivo de Goiana, para, principalmente, o mercado latino americano. No detalhamento, as exportações de veículos assumiram o topo das vendas pela primeira vez (US$ 736.505.331), representando um aumento de 141,9%.  Ano passado, ocupava o segundo lugar, perdendo para a venda de combustíveis.

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Um fator curioso deste levantamento é que, a partir de agora, a Região Metropolitana do Recife (RMR) será a grande propulsora de exportações do Estado depois que Goiana passou a integrar o Grande Recife. Isso quer dizer que, além de o município ter acesso ao Fundo de Desenvolvimento da Região Metropolitana, a RMR passa, agora, ser responsável por 80% das exportações do Estado. Considerando a situação anterior, sem Goiana, seriam 45,3% das exportações.

Da Fiepe

Bastou o dólar baratear, e a velha tendência voltou: as exportações diminuíram de importância na produção da indústria nacional. Ao mesmo tempo, os importados ganharam espaço no mercado brasileiro. É o que aponta pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) obtida pelo ‘Estado’.

Os números mostram que um processo iniciado em 2015, de fortalecimento dos produtos brasileiros na competição com os internacionais, parou. "O movimento de aumento da importância das exportações e queda no uso de importados aparentemente está se revertendo", disse o gerente executivo de Pesquisas e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.

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No período entre julho de 2016 e junho de 2017, as indústrias brasileiras exportaram 15,6% da produção. Nos 12 meses anteriores, as vendas para outros países responderam por um pouco mais: 15,8%.

O que chama a atenção é que os 15,8% eram resultado de um avanço de 2,6 pontos sobre os 13,2% registrados entre julho de 2014 e junho de 2015. Ou seja, as exportações vinham claramente ganhando importância na produção. Esse movimento agora se inverteu.

Ao mesmo tempo, a penetração de produtos importados no mercado brasileiro se fortaleceu. A medida sobre a participação desses itens no mercado nacional atingiu 16,8% nos 12 meses terminados em junho passado, ante 16,5% no período anterior. O uso de insumos importados pela indústria atingiu 23,1%, ainda abaixo dos 23,4% no período anterior.

Na avaliação de Fonseca, os números deixam evidente a dependência da indústria em relação ao câmbio. Com o dólar na casa dos R$ 4 e o mercado interno retraído pela crise, as empresas partiram para as exportações em 2015 e 2016. Houve também substituição de insumos importados por nacionais. Agora, com o dólar na casa dos R$ 3 e o mercado interno dando sinais de recuperação, todo esse movimento tende a se inverter.

Susto

"A competitividade não deve se dar só pelo câmbio", afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel. As exportações tiveram participação de 9,4% na produção, uma queda de 2,4 ponto. "Mas, com taxas de juros reais absurdas, crédito escasso, infraestrutura deficiente e sem acordos comerciais, estamos no pior dos mundos." Para ele, o resultado da pesquisa da CNI não traz surpresa. Dado o cenário adverso, o câmbio é a variável de ajuste mais rápida.

"O Brasil não tem política de comércio exterior, tem só uma política de susto para o comércio exterior", afirmou Pimentel. Como exemplo, ele citou o fato que o governo decidiu manter em 2% a alíquota do Reintegra, um programa que dá créditos tributários aos exportadores. A promessa era elevá-la para 3% em 2018, mas o plano foi abortado pelas dificuldades de caixa do governo federal.

Avaliação semelhante é feita pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein. No setor de couro e calçados, 21,1% da produção foi exportada, nos 12 meses encerrados em junho, queda de 1,1 ponto ante dezembro.

"O custo da produção no Brasil é muito alto, por isso temos um problema de competitividade sistêmica", avaliou o ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral, sócio da consultoria Barral MJorge. Ele observou que vários países já começam a aumentar suas exportações, mas não é o que está acontecendo com o conjunto das exportações brasileiras.

Automotivo

Embora no global as vendas ao mercado externo tenham perdido importância na produção das indústrias, houve segmentos que se destacaram na direção oposta. É o caso das madeiras, com 29,8% de sua produção exportada, uma alta de 1,8 ponto em relação a dezembro passado. A segunda maior alta se deu no setor automotivo, que chegou a 15,7%, alta de 1,4 ponto ante 2016.

Na direção contrária, a maior queda foi observada no setor de fumo, que chegou a 43,1%, uma queda de 9,3 pontos em relação a dezembro. Mas esse desempenho se deu por um fator climático. Em 2016, houve queda na produção de tabaco por causa do El Niño, segundo informou a Souza Cruz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com dados divulgados hoje (31) pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) o setor de produção de madeira, papel e celulose do Brasil apresentou aumento em 7,3% das exportações no primeiro semestre de 2017 – faturamento de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 12,4 bilhões). Foram 6,8 milhões de toneladas de celulose neste período.

O relatório indica que de janeiro a julho deste ano 597 mil metros cúbicos (m³) de madeira foram exportados, número 34,8% maior do que o apresentado no mesmo período de 2016. A receita da exportação de madeira ficou em US$ 137 milhões (R$ 427,4 milhões) – 25,7% maior do que o primeiro semestre do ano passado. Já as vendas de papel cresceram menos em comparação com a celulose e a madeira – 1%.

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Na América Latina, a importação de papel brasileiro resultou no faturamento de US$ 593 milhões (cerca de R$ 1,85 trilhão) com alta de 10%. A madeira adquirida pelos países latino-americanos renderam ao Brasil US$ 75 milhões (R$ 234 milhões), crescimento de 27,1% se comparado ao mesmo período de 2016.

Já no mercado interno, a venda de papel apresentou retração de 1,6% no final do primeiro semestre – 2,6 milhões de toneladas. Houve recuo ainda de 1,6% na comercialização doméstica de painéis de madeira que atingiu a marca de 3,1 milhões de m³.

O Brasil, maior produtor e exportador global de café, deverá exportar cerca de 32 milhões de sacas de 60 kg na temporada 2017/18 (julho/junho), volume abaixo das 33,4 milhões de sacas projetadas para a temporada 2016/17, que se encerra neste mês, estima o diretor nos Estados Unidos da exportadora Comexim, Rodrigo Costa.

De acordo com ele, com uma safra menor colhida neste ano no País, no período de baixa do ciclo bianual do arábica, a expectativa é de uma exportação mais baixa em relação ao ciclo anterior. Segundo estimativas, a safra de café do Brasil deverá atingir 52 milhões de sacas em 2017/18, ante 55 milhões de sacas em 2016/17. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A alta dos preços internacionais, principalmente de produtos básicos, contribuiu para o crescimento das exportações brasileiras e para o superávit de US$ 29 bilhões da balança comercial do período de janeiro a maio.

De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, de janeiro a maio de 2017 o preço dos produtos exportados pelo Brasil subiu 19,7% em relação ao mesmo período de 2016. Os produtos básicos puxaram a alta, com aumento de preço de 29,5%. Os principais responsáveis foram o minério de ferro (alta de 94,1% nos preços) e petróleo bruto (68%). “Estamos com demanda pelos produtos do Brasil, preços aquecidos e safra agrícola recorde”, disse o diretor de Estatística e Apoio à Exportação do ministério, Herlon Brandão.

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Os preços dos semimanufaturados aumentaram 19,9%, devido a ferro e aço (alta de 54%) e açúcar (elevação de 41,8%). Nos manufaturados, veículos de carga (5%) e automóveis de passageiros (1,8%) também tiveram altas de preços que influenciaram no valor das exportações. Além disso, com exceção do açúcar, todos esses itens registraram aumento nas quantidades exportadas. 

De acordo com Brandão, técnicos do governo preveem que o crescimento do preço continuará a ter influência sobre as exportações nos próximos meses, embora menor do que na primeira metade do ano. “Os preços estavam em um patamar muito baixo e começam a se recuperar. Nos próximos meses deverá ter uma contribuição positiva ainda, mas em menor medida”, afirmou.

As exportações brasileiras de carne bovina totais (in natura e processada) caíram em abril em comparação com igual mês do ano anterior, em volume e em receita. Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), foram embarcadas 88,95 mil toneladas, 18% menos ante abril de 2016. Em receita, o recuo foi de 14%, para US$ 362,2 milhões.

Entre os motivos para a queda, a Abrafrigo destaca os efeitos da Operação Carne Fraca, o mês relativamente curto (18 dias úteis) e problemas em importantes compradores, como o Egito. A associação observa que este foi o pior resultado para este mês nos últimos cinco anos.

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No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o Brasil exportou 420,43 mil toneladas (-10%), com receita de US$ 1,66 bilhão (-6%). A China continua sendo o maior cliente do produto brasileiro. Hong Kong comprou 88,55 mil toneladas (-19% ante igual período do ano passado) no acumulado do ano e a China Continental 64,77 mil toneladas (+26,6%).

A Rússia foi o segundo maior comprador da carne bovina brasileira com 50,383 toneladas (+15,2%). Já o Egito comprou 21,85 mil toneladas de janeiro a abril deste ano, ante 74,2 mil toneladas em igual período do ano passado, uma queda de 70%.

Dados apontam que as importações e exportações no Porto de Suape cresceram em março de 2017, quando comparadas com o mesmo período em 2016. As exportações de combustíveis, químicos e derivados do petróleo fora 690% maiores que as do ano anterior, assim como as importações, que aumentaram em 17%. 

Segundo nota divulgada à imprensa, “os contêineres também mostraram desempenho positivo”, com um aumento de 30% na quantidade, com 37,7 mil TEUs - unidade de medida equivalente a 20 pés. 

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Ao todo, no ano, a movimentação subiu 12% em comparação com o primeiro trimestre de 2016. A carga líquida foi responsável por 72% de toda a movimentação, contudo, os granéis sólidos foram responsáveis pelo maior crescimento: foi registrado um aumento de 116% em relação aos três primeiros meses do ano anterior.

De acordo com informações do Porto, o período também se mostrou favorável para a movimentação de veículos, sendo registrado um aumento de 31%. No início do ano anterior, foram movimentados 2.523 veículos a menos. A GM, Toyota e Grupo FCA foram responsáveis pelas exportações.

O faturamento das montadoras com exportações subiu 45,3% em fevereiro, na comparação com igual período de 2016, chegando a US$ 1,18 bilhão. Em relação a janeiro, houve alta de 46,1% no montante obtido pelo setor com embarques ao exterior, de acordo com levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a associação que abriga os fabricantes de veículos instalados no País.

O resultado leva para US$ 1,99 bilhão - alta de 46,4% no comparativo interanual - o total faturado no primeiro bimestre. Além de veículos, o balanço inclui as exportações de autopeças feitas pelas montadoras, assim como as vendas externas das fábricas de máquinas agrícolas, também associadas à Anfavea.

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No mês passado, 66,3 mil veículos saíram do Brasil com destino a mercados do exterior, um crescimento de 82,2% na comparação anual. Em relação a janeiro, o crescimento foi de 74,7%. No acumulado do primeiro bimestre, as montadoras exportaram 104,2 mil veículos, o que corresponde a um crescimento de 73,1%. Segundo a Anfavea, o desempenho corresponde ao maior volume de exportações num primeiro bimestre em toda a série histórica.

Emprego

As montadoras voltaram a contratar em fevereiro, quando 414 vagas foram abertas no setor, incluindo nessa conta as fábricas de máquinas agrícolas, também associadas à Anfavea. A indústria automobilística terminou o mês passado com 121,5 mil pessoas ocupadas.

O presidente da Anfavea, Antonio Megale, considerou que, apesar da geração de empregos, o número de vagas criadas não foi significativo. Ainda assim, ele avaliou em entrevista a jornalistas que o desempenho indica estabilidade da ocupação no setor, após o corte de 8,8 mil postos nos últimos 12 meses, segundo balanço divulgado nesta terça pela Anfavea, entidade que abriga os fabricantes de veículos instalados no País.

Acordos

Segundo o presidente, as montadoras ainda mantêm 10.350 trabalhadores em jornada de trabalho restrita por força de acordos de lay-off (suspensão de contratos de trabalho) ou adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE).

De acordo com a Anfavea, 8.681 estão no PSE, ferramenta na qual a jornada de trabalho é reduzida, assim como os salários. Outros 1.669 estão em regime de lay-off, no qual os operários ficam afastados das fábricas por até cinco meses - ou por mais tempo se o acordo for renovado.

A China exportou um volume recorde de combustíveis no ano passado, uma vez que sua produção superou a demanda doméstica.

Em 2016, as vendas externas de diesel do país asiático mais do que dobraram, a 15,4 milhões de toneladas, enquanto as exportações de gasolina saltaram 65%, a 9,7 milhões de toneladas, segundo dados publicados hoje pela Administração Geral de Alfândega do país.

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De acordo com analistas, os avanços vieram em linha com as expectativas. A China passou a exportar derivados de petróleo de forma mais agressiva a partir do começo do ano passado.

Em todo o ano de 2016, a China embarcou para o exterior 48,3 milhões de toneladas de combustíveis, 34% mais que em 2015. Fonte: Dow Jones Newswires.

Em termos comerciais, a China superou tradicionais exportadores, como Alemanha e Japão. Se em 2003 ela representava 5% das vendas globais, essa taxa hoje representa 12% de todas as exportações do mundo. A China também compra 10% de toda a produção do planeta. E a diplomacia chinesa argumenta que, em 15 anos, reduziu suas tarifas de importação de uma média de 15% para 9%. Refratária a tratados bilaterais até o início do século 21, a China conta hoje com 14 acordos de livre comércio com 22 países.

Essa combinação levou o país a ser atualmente o maior parceiro comercial de 120 economias, algo que apenas os Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial tinham obtido. Em 2016, ela ainda responde por 39% do crescimento do comércio internacional.

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Apesar da atual freada no PIB, o resultado de médio prazo foi profundo. Em 2001, quando o acordo foi assinado, o PIB chinês era de US$ 1,33 trilhão e o país era a sexta maior economia do mundo. Hoje, são US$ 11 trilhões, o segundo maior PIB do mundo, atrás apenas dos EUA.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A média diária de exportações (US$ 737,4 milhões) entre janeiro e setembro deste ano caiu 4,6% em relação à média por dia útil dos primeiros nove meses do ano passado (US$ 772,7 milhões). No total, as vendas ao exterior somaram US$ 139,361 bilhões entre janeiro e setembro deste ano.

De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 3, pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), houve queda de 9,1% nas exportações de básicos (US$ 62,036 bilhões), principalmente em petróleo em bruto, café em grão, minério de ferro, fumo em folhas, minério de cobre, farelo de soja, carne de frango, soja em grão e carne bovina.

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Também no acumulado do ano, houve queda de 1,4% nas vendas de manufaturados (US$ 53,531 bilhões), sobretudo em autopeças, laminados planos, motores para veículos e partes, motores e geradores elétricos, óxidos e hidróxidos de alumínio e bombas e compressores.

Já as vendas de semimanufaturados cresceram 4% na comparação anual (US$ 20,634 bilhões), com destaque para açúcar em bruto, ouro em forma semimanufaturada, madeira serrada, catodos de cobre e celulose.

Pelo lado das importações, a média diária de US$ 546,0 milhões de janeiro a setembro reflete uma queda de 23,9% ao resultado registrado por dia útil no mesmo período de 2015 (US$ 717,9 milhões). Nos primeiros nove meses de 2016, as compras do exterior totalizaram US$ 103,186 bilhões.

Nesse comparativo, caíram as compras de bens de capital (-22,2%), combustíveis e lubrificantes (-43,7%), bens de consumo (-24,5%) e bens intermediários (-20,1%).

O Brasil é o maior exportador do mundo de jogadores de futebol. Mas os clubes nacionais que formam os craques e os colocam no mercado ganham apenas uma pequena fração dos recursos que circulam pelo planeta. Dados compilados pelo prestigioso Centro Internacional de Estudos do Esporte apontam que apenas dois clubes brasileiros, Santos e São Paulo, fazem parte do grupo que, nesta década, mais lucrou com a venda de atletas.

Ainda assim, eles estão bem distantes daqueles clubes que encheram os cofres com negociações. O Santos aparece na 42ª posição, com vendas de 147 milhões de euros (cerca de R$ 538 milhões), e o São Paulo na 50ª, com 108 milhões de euros (R$ 395,2 milhões). Os valores incluem vendas como as de Neymar, do Santos para o Barcelona, e de Lucas, que o São Paulo negociou com o Paris Saint-Germain.

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Mas, mesmo assim, os números estão muito abaixo dos lucros obtidos pelo times europeus, muitos dos quais sequer formam jogadores. O Liverpool, que lidera o ranking, obteve desde 2010 uma renda de 442 milhões de euros (R$ 1,617 bilhão) com a venda de atletas, contra 432 milhões de euros (R$ 1,581 bilhão) ganhos pelo Valencia e 415 milhões de euros (R$ 1,519 bilhão) de renda obtida pela Juventus de Turim.

Entre os 100 clubes que mais tiveram renda com a venda de jogadores, o Internacional de Porto Alegre aparece na 71ª posição, com 72 milhões de euros (R$ 263,5 milhões), valor equivalente ao do modesto time holandês do Twente. O Corinthians, com vendas de 71 milhões de euros (R$ 259,8 milhões), vem logo atrás, na 73ª posição.

Dois outros times brasileiros ainda aparecem na lista dos cem que mais ganharam dinheiro com negociações: o Palmeiras, na 92ª posição com 52 milhões de euros (R$ 190,3 milhões) em renda desde 2010, e o Fluminense, na 97ª, com 50 milhões de euros (R$ 183 milhões) em vendas.

No total, mais de 1,9 mil jogadores brasileiros atuam pelo mundo. Mas muitos deles saem com preços baixos ao exterior e apenas registram um salto em seu valor numa eventual segunda transferência, que ocorre normalmente entre clubes do continente europeu.

RECORDE - A atual década, segundo os especialistas do centro com sede na Suíça, tem sido marcada por um movimento de dinheiro jamais visto no mercado de jogadores. Entre 2010 e 2016, um total de 19,4 bilhões de euros (R$ 71 bilhões) já foram gastos por clubes para reforçar seus elencos. O Brasil, de acordo com o levantamento, ficou apenas com uma fração disso, apesar de ser o maior fornecedor de jogadores ao mundo.

Do total gasto pelos europeus na compra de jogadores, quase tudo fica na Europa. Apenas 7% dos recursos destinados a reforçar equipes acabaram nos cofres de clubes de fora do continente europeu, entre eles os brasileiros e argentinos.

Em alguns dos casos, o investimento superou todos os patamares já conhecidos no fluxo de recursos. O Manchester City, sozinho, destinou 1 bilhão de euros (R$ 3,66 bilhões) na compra de jogadores entre 2010 e 2016, contra 877 milhões de euros (R$ 3,2 bilhões) investidos pelo Chelsea e 841 milhões de euros (R$ 3,07 bilhões do Manchester United. O Paris Saint Germain aparece na quarta posição, seguido pelo Barcelona, com gastos de 680 milhões de euros (R$ 2,48 milhões).

Entre os países, a liderança é da Inglaterra. Em seis anos, foram gastos 7,5 bilhões de euros (R$ 27,4 bilhões). O segundo maior gasto nesta década veio da Itália, com um total investido de 4,3 bilhões de euros (R$ 15,7 bilhões) entre 2010 e 2016. Na Espanha, foram 3,1 bilhões de euros (R$ 11,3 bilhões) gastos neste período.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) quer que o governo do presidente em exercício Michel Temer denuncie o tratado, assinado em 1974, com o Chile, que praticamente criou um duopólio na rota marítima entre os dois países. Apenas duas empresas operam no transporte entre Brasil e Chile, ambas subsidiárias dos grupos alemães Hamburg Sud e Hapag Lloyd: a Aliança, de bandeira brasileira e a CSAV, chilena.

Segundo a CNI, há apenas oito navios para atender os 3.685 exportadores e 1.149 importadores brasileiros, sem contar os empresários chilenos. O duopólio aumenta o frete entre 20% e 40%, de acordo a confederação. Afeta principalmente o agronegócio e setores industriais como automotivo, máquinas e equipamentos, cerâmica, papel e celulose e cosméticos.

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O Chile é o sétimo mercado das exportações brasileiras de bens básicos, semimanufaturados e manufaturados. Em 2015, a corrente de comércio foi de US$ 7,5 bilhões, mas já chegou a US$ 10 bilhões em 2008.

De acordo com a CNI, o frete pode ser até 40% mais alto do que em rotas mais longas, como Brasil-Equador ou Brasil-Peru, nas quais a concorrência é livre. O preço da milha náutica entre o Brasil e o Chile é 30% mais alto do que a milha náutica entre Brasil e a China. Isso ocorre, diz a CNI, porque o Convênio de Transporte Marítimo entre Brasil e Chile, assinado há mais de 40 anos, só permite que navios de bandeira brasileira ou chilena façam o transporte de carga nesse trajeto. A CNI pede que o tratado seja rediscutido.

Temporário

A confederação defende a denúncia do acordo, que foi feito para ser temporário. O texto do tratado tem prazo de cinco anos, prorrogado caso as partes não se manifestem, o que ocorreu nos últimos 40 anos. Na avaliação da indústria, a denúncia não apresenta insegurança jurídica, pois é cláusula integrante do tratado.

"O acordo foi criado para fomentar a indústria nascente de transporte marítimo. Passados mais de 40 anos, a proteção artificial das frotas nacionais não surtiu efeito. Não desenvolveu essa indústria nem aumentou a capacidade de transporte. Em um momento em que a indústria busca incessantemente ampliar sua competitividade, fatos como esse oneram o frete, um dos componentes mais importantes no custo da exportação", diz o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi.

"Com a denúncia, o Brasil manda uma mensagem forte de que muda as regras no meio do jogo", discorda o diretor-superintendente da Aliança Navegação e Logística e da Hamburg Süd no Brasil, Julian Thomas. Segundo ele, o grupo investiu US$ 700 milhões na cabotagem brasileira e na reconfiguração da frota com a certeza de que o acordo valeria por mais cinco anos, pelo menos.

Thomas diz que o fim do tratado vai aumentar o prazo de entrega das mercadorias entre os dois países, que hoje é de 12 dias, entre Santos e San Antonio. Se a rota for feita por Cartagena, na Colômbia, o prazo aumenta para 33 dias. "Se denunciar o acordo, o Brasil deixa de ser competitivo na comparação com a China, que vai conseguir enviar as mercadorias para a costa oeste da América do Sul em tempo menor", afirmou.

Para a CNI, porém, a restrição na oferta de navios obriga o setor produtivo brasileiro a conviver com fretes elevados ou mesmo proibitivos justamente em um período em que há uma redução mundial do custo do transporte marítimo, por causa da superoferta de navios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Num momento em que as empresas brasileiras fazem esforço extra para exportar, mais uma exigência da China está encarecendo o produto nacional. Contêineres com produtos industriais estão tendo de passar por fumigação para evitar que cheguem ao país com ovos, larvas ou mosquitos transmissores da zika. Um certificado deve ser emitido para comprovar o procedimento.

Como a exigência não faz parte de nenhum acordo oficial entre os países, as exportadoras brasileiras estão recorrendo a empresas privadas para obter o certificado. Indústrias consultadas pelo Estado não quiseram comentar o assunto, mas há informações de companhias que já gastaram cerca de R$ 1 milhão com o procedimento.

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A exigência chinesa para que as indústrias realizem o processo de fumigação não é exclusiva para o Brasil. Empresas da Colômbia também são obrigadas a emitir o certificado, e o governo colombiano já enviou uma declaração ao governo chinês para tentar reverter a decisão.

Na carta enviada ao embaixador da China no país, o governo colombiano cita uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que não seja feita nenhuma exigência e restrição comercial aos países afetados pelo vírus.

Outra regra recente que pesa na conta dos exportadores, e que tem sido adotada em alguns portos, é o escaneamento dos contêineres (para verificar se o produto declarado está de fato sendo embarcado). O custo de cada escaneamento é de R$ 200 e é de responsabilidade do vendedor.

"Hoje, barreiras não tarifárias são mais prejudiciais aos produtores brasileiros do que a redução de tarifa de um produto", diz Carlos Eduardo Abijaordi, diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Entraves. Pesquisa feita pela CNI em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que, ao todo, as empresas exportadoras brasileiras listam 62 entraves que dificultam suas exportações.

Numa escala que varia entre 1 a 5 de acordo com a gravidade do problema, os empresários apontaram o custo de transporte (3,61) como o principal problema. Na sequência apareceram as tarifas cobradas por portos e aeroportos (3,44) e a baixa eficiência governamental no apoio à superação das barreiras às exportações (3,23).

No topo da lista dos entraves também foram listadas a dificuldade para ofertar preços competitivos (3,11) e tarifas cobradas pelos órgãos anuentes (3,04). O câmbio - uma frequente reclamação dos empresários não apareceu nas principais reclamações e recebeu a pontuação de 2,83. "Se as exportações tivessem mantido o ritmo de crescimento de uns anos atrás, hoje portos e estradas não dariam conta da demanda", afirma Abijaordi. "É preciso privatizar e fazer mais concessões."

Para a GE, por exemplo, as deficiências em infraestrutura do Brasil obrigam a empresa a esperar mais tempo pelas turbinas que são recebidas para manutenção em Petrópolis. Com a estrutura precária do aeroporto do Rio, a empresa optou por escolher Viracopos, em Campinas, como centro de recebimento das peças. Isso faz com que a viagem que poderia ter 50 quilômetros de distância se estenda para 500 quilômetros. "Chegamos a conclusão que é melhor operar via Viracopos. A operação no Rio é um pouco complicada por causa da estrutura do aeroporto. Além disso, nem sempre todas as empresas aéreas operam no Rio", diz Gilberto Peralta, presidente da GE para o Brasil.

O estudo também confirmou a pouca internacionalização das companhias. Da amostra de 847 empresas consultadas para o estudo, 64,3% exportam para no máximo cinco países. Outras 20,6% exportam para entre seis e dez destinos, e 11,9% embarcam seus produtos para 11 a 30 países. Apenas 3,3% exportam para mais de 30 mercados.

As exportadoras do Brasil também sonham em alcançar destinos tradicionais. Os Estados Unidos (20,5%) lideram a lista dos principais países desejados. Na sequência estão Argentina (11,6%), Chile (7,1%), China (6%) e México (4,6%).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A recente valorização do real não estava no radar das empresas e pegou a indústria brasileira no contrapé. Em duas semanas, a moeda americana saiu do patamar de R$ 3,40 para R$ 3,20. Na quinta-feira, chegou a bater em R$ 3,18.

A alta do dólar ante o real no ano passado havia recolocado as empresas brasileiras de volta no jogo das exportações. As companhias se tornaram mais competitivas, promoveram uma reorganização interna e passaram a enxergar o mercado externo como uma válvula de escape, no momento em que o País estava mergulhado na pior recessão desde a década de 30.

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Entre os empresários, os indícios de valorização do real dão uma sensação de déjà vu. Nos últimos anos, um mantra repetido pelo setor industrial era de que o real valorizado tirava a competitividade das exportações. E foi o que ocorreu: as empresas brasileiras perderam espaço no mercado internacional.

"A valorização do real tem nos deixado apreensivos. A empresa fez planos imaginando que o dólar estaria mais próximo de R$ 4 do que de R$ 3", afirma o presidente da calçadista Vulcabrás/Azaleia, Pedro Bartelle. "Calculamos os nossos preços e fizemos as nossas pré-vendas, mas essa valorização tem corroído o resultado das exportações." ano, a empresa planejava um crescimento de 30% nas vendas para o mercado internacional. Com a mudança de patamar do câmbio nas últimas semanas, reduziu a projeção para alta de 20%.

O cenário se torna mais difícil porque as empresas também estão tendo de lidar com a volatilidade do câmbio. No início deste ano, por exemplo, o dólar chegou a ser cotado acima de R$ 4.

"É muito difícil trabalhar com essa oscilação do câmbio", afirma o presidente da Cedro Têxtil, Marco Antonio Branquinho Junior. "A volatilidade, talvez, seja o maior desafio. A exportação exige um planejamento para 30, 60 ou 90 dias. Num cenário como o atual, de grande oscilação, os empresários estão assumindo riscos muito grandes."

Nos anos de real valorizado, entre 2% e 3% do faturamento da Cedro vinha da exportação. Com a desvalorização do real, a companhia projetou um aumento dessa fatia para 10% em 2016, e chegou a sonhar com 15%. "O volume de 10% já foi alcançado no primeiro semestre. Eu até pensei que essa projeção fosse um pouco tímida e cheguei a projetar 15%", afirma o empresário. "Agora, ela fica em suspenso. A fatia que já alcançamos pode ser considerada um bom patamar."

Risco

Na Fakini Malhas, todas as vendas feitas com um câmbio inferior a R$ 3,50 estão representando uma perda de rentabilidade para a empresa. "Para o segundo semestre, as propostas para o mercado internacional foram feitas com um câmbio na casa dos R$ 3,50. Nesse momento, se fecharmos algum negócio, vamos levar um prejuízo", afirma Francis Giorgio Fachini, diretor comercial da empresa. "Como o volume de exportação não é tão expressivo para comprometer o nosso negócio, nós conseguimos administrar essa redução de margem momentânea."

Na avaliação de André Leone Mitidieri, economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), o atual patamar do dólar já prejudica as exportações brasileiras. "Para reduzir os estoques acumulados, a indústria conseguia baixar o preço em dólar por causa da taxa de câmbio desvalorizada", afirma Mitidieri. "Com essa valorização recente, a margem do início do ano pode ter sido perdida." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo interino de Michel Temer publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 22, mudanças no decreto que instituiu em 2003 a Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex Brasil) - serviço social autônomo antes ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e agora vinculado ao Ministério das Relações Exteriores, comandado pelo tucano José Serra.

Uma das mudanças diz que o titular do Itamaraty será o presidente do Conselho Deliberativo da Apex. A regra anterior previa que esse cargo seria ocupado mediante eleição dentre os conselheiros, por maioria simples.

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Além do Itamaraty, ainda fazem parte do colegiado os ministérios da Agricultura e o da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a Secretaria Executiva do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

A demanda por exportações na indústria automobilística gerou, nos últimos dois meses, a abertura de 1.230 vagas, número que está perto de compensar as 1,4 mil demissões ocorridas de janeiro a abril. Por enquanto são empregos temporários, mas a expectativa é de receber novas encomendas.

A Renault anunciou na semana passada a contratação de 550 funcionários em São José dos Pinhais (PR) para atender a "pedidos momentâneos" de modelos Sandero, Duster Oroch e Logan para Argentina, Chile, Colômbia e Peru. O contrato dos trabalhadores é por seis meses.

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Também na semana passada, a Ford convocou 180 trabalhadores em Camaçari (BA) que estavam com os contratos suspensos desde março. Eles vão reforçar a produção de modelos Ka e EcoSport para a Argentina.

Uma semana antes, a General Motors havia decidido abrir 200 vagas na fábrica de São José dos Campos (SP) para ampliar a produção da picape S10 em razão de pedidos da Argentina e do México. Inicialmente, são contratos por sete meses.

Marcos Munhoz, vice-presidente da General Motors, afirma que o câmbio ajudou a melhorar a competitividade do produto nacional e há novos acordos comerciais fechados pelo Brasil, como o da Colômbia, para onde a empresa iniciou a venda do compacto Onix. "Estamos olhando a América do Sul de maneira mais integrada em vista de novos acordos de livre-comércio e da renovação do acordo com o México, para onde começamos a enviar a S10. Antes, só exportávamos a picape Montana para lá."

Em relação a 2015, a GM espera um crescimento de 52% nas vendas externas, que devem somar 100 mil unidades. Outras 300 contratações ocorreram em abril, quando a BMW, de Araquari (SC), obteve contrato de venda de 10 mil unidades do utilitário X1 para os Estados Unidos. A entrega será feita de julho a dezembro.

Da produção de caminhões da Volvo em Curitiba (PR), 35% serão destinadas ao mercado externo, participação que era de 15% há três anos. No caso dos ônibus, metade da produção vai para fora do País, especialmente para Argentina, Chile e Peru.

"Claro que há três anos a produção era maior, o que significa que, em números, o aumento não é significativo, mas, como o mercado interno caiu, o peso da exportação é crucial para nossos negócios", diz o presidente da Volvo, Carlos Marassutti.

Segundo o executivo, os negócios externos não levam a contratações, "mas evitam dispensa de número maior de pessoas". A Volvo abriu recentemente um programa de demissão voluntária (PDV) e afirma ter 400 trabalhadores excedentes.

As recentes contratações são alento para um setor que vem reduzindo o quadro de pessoal há quase 30 meses seguidos. As montadoras, contudo, ressaltam que, em razão do fraco desempenho das vendas internas - que caíram 27% nos quatro primeiros meses do ano - operam com alta ociosidade e excesso de pessoal. O consumo local fica com 80% de toda a produção.

Desconto

De janeiro a abril, as montadoras exportaram 136,3 mil veículos, 24,3% mais que em igual período de 2015. Em valores, porém, houve queda de 7,6%, para US$ 3 bilhões.

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, diz que as empresas brasileiras estão dando descontos aos clientes internacionais. "Hoje, mais importante do que ganhar dinheiro é estar no mercado externo, pois é uma forma de passar por esse período crítico."

Segundo ele, como ainda há muita oscilação cambial, as empresas não se sentem seguras para firmar contratos de longo prazo e negociam períodos de seis meses a um ano. "O principal incentivo hoje para as exportações seria a previsibilidade".

Castro aposta em aumento de 5% nas exportações de manufaturados neste ano ante os US$ 72,7 bilhões de 2015. "O cenário não é ruim, mas não está ocorrendo o que se imaginava com a desvalorização cambial", diz. "A expectativa era de que haveria uma explosão de exportações." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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