Nesta terça-feira (28), o secretário de Desenvolvimento de Pernambuco Guilherme Cavalcanti apresentou os projetos do setor produtivo que foram atraídos ao estado através do Programa de Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe). A previsão é que sejam investidos R$ 54,6 milhões e gerados 242 empregos diretos.
O resultado da votação do Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic) foi divulgado nesta manhã, no auditório da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), no bairro dos Aflitos, Zona Norte do Recife.
##RECOMENDA##Com o incentivo a 16 projetos de ampliação e implantação de atividades industriais, 14 municípios serão beneficiados com estímulo no setor, sendo cinco na Região Metropolitana do Recife (RMR) - com a possibilidade de abertura de 78 vagas de emprego - e nove no interior - com 164 vagas projetadas.
Os maiores incentivos do governo atenderão à Ambev, em Itapissuma, no valor de R$ 10 milhões; à Indústria Brasileira de Farmoquímicos (IBF), com o aporte de R$ 19,8 milhões, em Vitória de Santo Antão; e à Maxlim Indústria em Lajedo, com o investimento de R$ 4,3 milhões.
O anúncio também contou com a aprovação de seis projetos de Importação, com a previsão anual de R$ 161,2 milhões, sendo cinco na RMR e uma no Agreste Setentrional. Além de 14 Centrais de Distribuição com a projeção de R$ 301,3 milhões entre compras e transferências anuais previstas. Dessas, 11 serão espalhadas na RMR, duas no Pajeú e uma no Agreste Meridional.
Com a próxima reunião do Condic marcada para abril, Guilherme Cavalcanti pregou cautela sobre a expectativa pela vinda de novas empresas até o fim do semestre e apontou que a retomada da competitividade da Indústria de Pernambuco passa por mudanças na Legislação.
"A partir da próxima reunião, a gente deve perceber uma mudança de perfil no tipo de aprovação e no tipo de empresa. À medida que for implementando as mudanças legislativas para melhorar e simplificar o campo tributário, à medida que o mercado retome confiança no programa de investimentos em infraestrutura que estamos fazendo no estado e à medida que a econômica como um todo vá retomando a sua capacidade, a gente vai ver um avanço significativo", afirmou o secretário de Desenvolvimento.
O gestor sinalizou que "o mar tá alto", mas pontuou que Pernambuco, além de sofrer os reflexos da macroeconomia, ainda tenta contornar os impactos deixados por gestões passadas.
"Aqui a gente tem um agravante, a gente tem um lapso investimento em infraestrutura, a gente tem um lapso de investimento em uniformização de práticas na atração de investimento, então a gente tem um conjunto de problemas que resultam do natural acúmulo e não alternância de gestões. São fatores que estão efetivamente contribuindo para os altos índices de desemprego e o baixo desempenho da nossa economia", analisou Cavalcanti.
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Três projetos de indústria e um de Importação foram rejeitados pelo Conselho. Segundo o secretário, a avaliação das propostas precisa estar alinhada aos critérios de isonomia para garantir igualdade de condições de competição entre o setor privado. Entretanto, é preciso "forçar a barra" em determinados casos para manter essa competitividade em relação a outros estados.
"Não é papel do Governo criar situações de excepcionalidade, a gente pode eventualmente tratar setores com abordagem específica, que alguns setores têm complexidade própria, mas não é papel do Governo dar diferenciais competitivos", complementou.