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As exportações de petróleo do Irã voltaram a subir em março, notícia que preocupa dias antes de uma reunião prevista em Doha, capital do Catar, para discutir o congelamento da produção da commodity. Segundo o ministro de Petróleo iraniano, Bijan Zanganeh, as exportações de petróleo e condensado de gás de seu país cresceram 250 mil barris por dia no mês passado, ultrapassando 2 milhões de barris diários.

O forte avanço nas exportações do Irã, que foi noticiado ontem pela agência de notícias oficial iraniana Shana, veio após uma autoridade saudita afirmar na semana passada que a Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, só irá limitar sua produção se o Irã e outros grandes produtores fizerem o mesmo.

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A Arábia Saudita e outros integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) vão se reunir com produtores de fora do grupo, como a Rússia, no próximo dia 17, em Doha, para discutir um possível congelamento da produção.

Em fevereiro, representantes da Arábia Saudita, Rússia, Venezuela e Catar chegaram a um acordo preliminar para limitar a produção. O pacto, contudo, foi condicionado à participação de outros grandes produtores.

O Irã vem se recusando a congelar sua produção, após o recente levantamento de sanções internacionais que prejudicaram suas exportações de petróleo por vários anos.

Uma outra agência de notícias iraniana, a semioficial Mehr, publicou ontem que Zanganeh havia rejeitado a exigência saudita e que o ministro só participaria da reunião em Doha "se tivesse tempo". Uma autoridade do Ministério de Petróleo iraniano, porém, negou a reportagem, ao afirmar que Zanganeh não deu entrevista à Mehr neste fim de semana. De acordo com a autoridade, o comentário do ministro havia sido feito no último dia 10 de março. Fonte: Dow Jones Newswires.

Vale, Petrobras e Bunge continuaram como as maiores exportadoras do País em 2015, apesar de verem suas vendas externas recuarem devido, principalmente, aos preços de suas respectivas commodities. Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), no ano passado, a mineradora, que se manteve na primeira colocação, teve receita cambial de US$ 11,251 bilhões, 45,07% a menos do que a de US$ 20,484 bilhões de 2014. Na sequência, Petrobras somou exportações de US$ 8,504 bilhões, diminuição de 34,70% ante 2014. A Bunge, que ficou no terceiro lugar no ranking geral e a primeira do segmento do agronegócio, apresentou receita cambial de US$ 5,056 bilhões, queda de 17,86% na comparação anual.

No quarto lugar ficou a Cargill Agrícola, cujas vendas externas totalizaram US$ 4,494 bilhões em 2015, aumento de 5,56%. Em 2014, a trading ficou na sexta colocação do ranking do Secex. A Embraer também subiu de posição, passando do sétimo para o quinto lugar, com exportações de US$ 4,078 bilhões, aumento de 7% frente a 2014.

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A empresa de alimentos JBS, que registrou exportações de US$ 3,887 bilhões em 2015, recuo de 16,72% ante 2014, caiu da quarta para a sexta colocação na lista da Secex. Mesmo caso aconteceu com a sua concorrente, a BRF, que passou do quinto para o oitavo lugar, com receita de US$ 3,146 bilhões, queda de 26,15%.

A ADM do Brasil, por sua vez, pulou da nona para a sétima colocação, com vendas externas de US$ 3,285 bilhões, leve recuo de 0,27%. A Braskem ficou no nono lugar da lista de 2015, com exportações de US$ 2,685 bilhões, queda de 12,26%, e a Louis Dreyfus Commodities Brasil ocupou a 10ª colocação, com receita cambial de US$ 2,403 bilhões, diminuição de 29,41%, no lugar que foi ocupado em 2014 pela Samarco Mineração. A empresa que protagonizou o maior desastre ambiental do País apresentou recuo de 33,54% em suas vendas externas no ano passado, para US$ 2,110 bilhões.

Mal secou a tinta da legislação que suspendeu a proibição às exportações de petróleo dos EUA, em vigor havia quarenta anos, e as petrolíferas norte-americanas já estão se movimentando para fazer seus primeiros embarques.

Dois navios com carregamentos de petróleo zarparam de portos no Texas nas duas últimas semanas e há expectativa de mais embarques. As primeiras vendas seguiram para a Europa mas, no longo prazo, a América Latina e a Ásia deverão se tornar clientes dos EUA, segundo especialistas da indústria.

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As exportações de petróleo começaram menos de um mês depois de o presidente dos EUA, Barack Obama, assinar a lei que aboliu a proibição. Grandes empresas de infraestrutura, como a Plains All American Pipeline e a Enterprise Product Partners, passaram os últimos anos investindo bilhões de dólares na construção de novos oleodutos, tanques de armazenamento e docas em portos.

O primeiro carregamento de petróleo partiu de Corpus Christi, no Texas, na véspera do ano-novo, e foi feito pela ConocoPhillips, com destino ao Estado alemão da Baviera.

Outro carregamento foi feito a partir do terminal da Enterprise em Houston, no começo do ano, e segue para a cidade francesa de Marselha. De lá, o petróleo será transportado via oleoduto para uma refinaria na Suíça. Fonte: Dow Jones Newswires.

A montadora chinesa Chery pretende iniciar, em 2016, exportações do modelo Celer, produzido em Jacareí (SP). O primeiro cliente será a Argentina, onde está em processo de homologação. A empresa também negocia com Colômbia, Peru e Uruguai.

A previsão é que ao menos mil unidades sejam exportadas em 2016. O volume deve aumentar quando a Chery passar a produzir no País o compacto QQ e o utilitário Tiggo 5, ambos previstos para o próximo ano.

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O grupo iniciou operações em fevereiro, em plena crise econômica e política, e opera com 10% de sua capacidade, de 50 mil carros anuais. Luis Curi, vice-presidente da Chery do Brasil, disse que a produção este ano será de apenas 5 mil veículos. Para o próximo, a previsão é de 8 mil a 10 mil unidades, das quais mil serão exportadas.

"Este ano não foi fácil, mas estamos aprendendo com os erros", disse Curi. Um deles foi ter iniciado a produção com um modelo de pequeno porte, segmento que mais perdeu vendas em razão da queda da renda da população e da falta de crédito.

A aposta agora é nos utilitários-esportivos, segmento que vem crescendo com a chegada de novos produtos, como o Honda HR-V e o Jeep Renegade. A ideia é ter três versões do Tiggo em produção até 2017.

O grupo mantém o projeto de ter um parque de fornecedores com 25 empresas próximo à fábrica, a maioria deles chineses. Oito já estão em fase adiantada de negociações, disse Curi.

Para melhorar a imagem de segurança dos carros da marca, Curi informou que, em 2016, exemplares serão enviados para o Latin NCAP, entidade independente que testa a segurança dos veículos da região. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A indústria calçadista brasileira vai terminar o ano com queda nas exportações, mas com a perspectiva de verificar uma recuperação dos embarques a partir de janeiro, motivada pelos efeitos da desvalorização do real. A expectativa positiva para 2016, porém, não se estende ao comércio com a Argentina. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, levará pelo menos dois anos para que a atitude do presidente eleito argentino, Mauricio Macri - mais inclinado ao liberalismo econômico -, beneficie os exportadores.

"Num primeiro momento, a situação não deve melhorar, talvez fique até mais difícil do que está hoje, porque certamente o novo governo vai aplicar medidas fortes de ajuste fiscal, inclusive assumindo uma desvalorização do peso argentino com relação ao dólar. Isso vai fazer com que as exportações (de produtos para a Argentina) fiquem mais caras e, portanto, diminuam de volume", explicou. Já no médio e no longo prazo, a percepção é de que haverá um ambiente de negócios favorável. "Por ideologia política e econômica, Macri representa um governo mais liberal, portanto não afeito a práticas que têm imposto barreiras muito fortes ao comércio entre os dois países."

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O setor calçadista é um dos mais interessados na melhoria da relação com o país vizinho. A Argentina é, historicamente, o segundo maior destino das exportações brasileiras de calçados - fica atrás somente dos Estados Unidos. Só que, nos últimos anos, o Brasil perdeu um espaço valioso no mercado argentino.

Segundo Klein, até o início desta década o Brasil fornecia 70% dos calçados importados pela Argentina. Os outros 30% do mercado eram abocanhados por China e Vietnã. De lá para cá, esta proporção se inverteu. Hoje, ele diz, 70% dos calçados importados pelos argentinos saem da Ásia e 30% do Brasil. Os empresários daqui reclamam que o problema não está apenas nos baixos custos de produção dos chineses ou na trajetória de valorização do real no passado recente - que tornou a mercadoria brasileira mais cara. Eles alegam que o nível de exigência é maior quando se trata do produto brasileiro, alvo das chamadas "barreiras técnicas" adotadas no governo de Cristina Kirchner.

De acordo com o Klein, só neste ano as exportações de calçados do Brasil para a Argentina caíram 20%. No acumulado de janeiro a outubro, os embarques somaram US$ 60 milhões, ante US$ 74 milhões no mesmo período do ano passado. As exportações globais do setor recuaram 12% na mesma base de comparação - US$ 766 milhões em 2015 contra US$ 874 milhões de 2014.

"Estamos caindo em todos os mercados, com exceção de exemplos pontuais como a Bolívia e os Emirados Árabes, que aumentaram as compras", disse. Ele afirmou que a diminuição nas vendas ao exterior, praticamente linear, deve-se à valorização da moeda brasileira nos últimos anos. "Esse fenômeno da desvalorização do real é recente, a negociação internacional toma tempo para produzir algum impacto. Isso poderá ocorrer em janeiro de 2016, quando começam os embarques que correspondem à temporada primavera-verão, cuja negociação ocorreu nos meses de julho e agosto de 2015."

No caso da Argentina, será necessário ter paciência. "Lá para frente, daqui a dois ou três anos, poderemos ter uma retomada no crescimento desse comércio", resumiu Klein. Ele defende que, hoje, prever algo além disso seria pura especulação.

As exportações da China medidas em dólares caíram 6,9% em outubro na comparação com o mesmo período do ano anterior depois de uma queda de 3,7% em setembro, informou hoje a Administração Geral das Alfândegas. A queda foi maior que o esperado por economistas ouvidos pelo Wall Street Journal. As estimativas indicavam recuo de 4,1%.

As importações em dólares, por sua vez, recuaram 18,8% em outubro deste ano ante o mesmo mês do ano anterior após uma queda de 20,4% ter sido registrada em setembro na comparação anual. A queda de outubro também foi maior do que as previsões, que indicavam retração de 15%.

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Com o resultado, o superávit comercial chinês aumentou para US$ 61,64 bilhões ante US$ 60,3 bilhões em setembro, abaixo da média das estimativas, que era de US$ 62,2 bilhões.

Medidas em yuans, as exportações caíram 3,6% em outubro ante mesmo mês de 2014. As importações caíram 16% na mesma comparação. Já o superávit ficou em 393,22 bilhões de yuans, saindo de 376,16 bilhões de yuans em setembro. Fonte: Dow Jones Newswires.

O diretor de estatística e apoio às exportações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Herlon Brandão, enfatizou nesta terça-feira (3) que a queda mensal da média diária das exportações de 4,1% em outubro na comparação com o mesmo mês de 2014 foi a menor do ano. "Essa foi a menor queda mensal das exportações e, mesmo assim, foi causada por preço", salientou. "O efeito preço vem se dissipando ao longo do ano com a estabilidade", acrescentou.

Segundo Brandão, como o efeito do preço é menos importante para o comportamento das exportações, é possível já ter crescimento mensal das exportações em novembro. "O preço deve afetar menos daqui para frente. Os preços estavam altos em 2014, tiveram baixa nos últimos meses e 2015 veio nesse patamar baixo", citou. Ele disse também que a queda dos preços vai deixar de pesar na comparação anual. A expectativa do MDIC é de superávit de US$ 15 bilhões este ano.

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O crescimento das quantidades também é importante, de acordo com o diretor. No ano, a alta está em 9%. "No mundo, é um dos maiores (crescimentos)", disse. "Enquanto em valor a baixa foi de 21,8%, o quantum teve aumento expressivo de 9%. No mês de outubro é mais significativa ainda a alta do quantum, de 25%", continuou.

Ao mesmo tempo, ele citou que o Brasil continuou a ter queda do déficit da conta petróleo este ano em outubro, o que contribui para o resultado de 2015. Nos primeiros 10 meses a conta está negativa em US$ 4,526 bilhões. O petróleo bruto teve aumento de 51,7% do volume exportado em 2015 e os preços caíram 50% este ano.

China

Brandão enfatizou que as exportações brasileiras para a China subiram pelo segundo mês seguido em outubro. Em setembro, a alta em relação ao mesmo mês de 2014 foi de 22,8% e no mês passado de 31,9% na comparação com outubro de 2014. Os principais destaques de venda foram soja, milho e petróleo. "A China deve manter crescimento ao longo dos próximos meses por conta do efeito preço", previu o diretor.

Depois de dois anos, é a primeira vez também que há aumento das exportações para a Argentina, puxadas, principalmente, pelo setor automotivo. O diretor disse ainda ser cedo para falar que se trata de uma tendência. "Precisamos analisar menor", enfatizou. Segundo ele, o setor automotivo brasileiro tem se beneficiado pela desvalorização cambial, mas pode também ser um motivo ou indício de recuperação econômica do país vizinho. "É interessante notar o crescimento para a Argentina e a China. Talvez elas se mantenham nos próximos meses."

Brandão destacou o crescimento das exportações e carne bovina para China, fruto da liberação sanitária de frigoríficos. "Estava incipiente até então", comparou. De janeiro a outubro de 2014, o Brasil vendeu US$ 338 mil em carnes para o País e nos mesmos meses deste ano a cifra saltou para US$ 306 milhões. Em quantidade, a elevação foi de 79 toneladas nos primeiros 10 meses de 2014 para 61 mil toneladas este ano.

Destaques

Especificamente sobre o mês de outubro, Brandão citou alguns itens que mereceram destaque de exportação, como minério de ferro, soja, milho, celulose e petróleo. Ele também disse que a venda de automóveis tem ajudado o resultado da balança comercial em alguns mercados, como o da Argentina e do México. Segundo ele, as vendas de veículos de janeiro a outubro tiveram aumento de 72,9% em termos de volume para o México em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a alta foi de 56,3% em valor. O Brasil exportou para esse país 30 mil unidades de automóveis de passageiros nos primeiros 10 meses do ano passado e 51 mil em igual período deste ano.

Para a Argentina, de acordo com o diretor, as vendas de veículos subiram 4% em volume, mas ainda têm queda de 3,8% em valor. "Possivelmente isso ocorre por causa da venda de automóveis mais baratos", intuiu. O Brasil vendeu para o país vizinho 207 mil carros de janeiro a outubro de 2014 e 215 mil nos mesmos meses de 2015.

Com a fraqueza do mercado interno e a depreciação do câmbio, a indústria brasileira de autopeças aposta nas exportações para voltar a crescer em 2016. A afirmação é do presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Paulo Burtori, que participa nesta quarta-feira (21) do congresso AutoData, com lideranças do setor automotivo.

"A desvalorização do real gera uma competitividade adicional a uma indústria que está sem competitividade", disse o executivo, que espera que o dólar termine o ano a R$ 4,10 e chegue a R$ 4,59 no fim do ano que vem. "O mercado externo não está uma maravilha, mas está bem melhor do que o interno", afirmou.

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A melhora das exportações já tem sido observada neste ano, disse Burtori. Segundo ele, o déficit comercial deve ser reduzido a US$ 5 bilhões em 2015, contra US$ 10 bilhões em 2014. Para o setor, os principais destinos são a América do Sul, a Europa e os Estados Unidos.

Mencionando também o mercado de reposição (conserto e atualização de peças em oficinas mecânicas) como uma aposta positiva para 2016, Burtori disse que o setor deverá ter um crescimento de 2,0% no faturamento do ano que vem. "Mas isto porque a base de 2015 será muito baixa", explicou. "E estamos dependendo também de quanto tempo vai durar a crise política", lembrou. De janeiro a agosto de 2015, o setor acumula queda de 12%.

"Estamos com uma crise política muito acentuada, que realimenta a crise econômica. Isso gera uma deterioração relevante para o País", continuou o executivo. Segundo ele, 17 empresas do setor já fecharam as portas neste ano, em levantamento feito até junho. Em 2014, foram 13 falências. "Então podemos ter o dobro em 2015", disse.

Burtori afirmou ainda que a indústria de autopeças deve realizar novas demissões até o fim do ano, mesmo com a adesão de algumas empresas ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), do governo federal. "É que a produção caiu muito", explicou. O Sindipeças prevê retração de 3,2% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano.

Duas unidades exportadoras de carne de frango tiveram suas licenças de exportação para a China suspensas por suspeita de contágio químico. A China identificou cargas contaminadas por dioxina, substância que pode fazer mal à saúde humana. Os produtos eram provenientes de unidade da BRF em Rio Verde (GO) e da Bello Alimentos Ltda em Itaquiraí (MS).

Documentos e e-mails obtidos pelo Estado mostram que os chineses passarão a exigir um laudo a mais para os exportadores de proteína animal para comprovar que as cargas entregues ao país não estejam contaminadas pela substância. O governo brasileiro chegou a alegar que a medida geraria aumento de custos e burocracia e ponderou, durante encontro com representantes da Defesa Sanitária da China, que o caso é pontual.

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A suspeita de contaminação ocorre quatro meses depois da visita ao Brasil do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, na qual o governo Dilma Rousseff assinou uma série de acordos, entre eles alguns de exportação de proteína animal. Ocorre também na véspera da viagem da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, para a Ásia, na qual espera fechar novos acordos. O objetivo do governo é evitar que esse caso possa ser usado como justificativa para futuras barreiras.

E-mails trocados entre a embaixada brasileira na China, o Itamaraty e o Ministério da Agricultura mostram que o primeiro comunicado chinês ocorreu em 29 de julho, quando dois lotes de carne de frango da BRF apresentaram níveis de dioxina classificados como elevados pelo governo chinês.

Os documentos relatam ainda que em um encontro com o Encarregado de Negócios da Embaixada do Brasil em Pequim, ministro Marcelo Della Nina, o vice-diretor geral do Import and Export Food Safety Bureau, Bi Kexin, classificou o caso como "delicado e importante".

O executivo chinês disse ao ministro brasileiro que não foi dada publicidade ao caso para buscar resolver o assunto "delicadamente, mas salvaguardando o interesse dos consumidores". Ele e outro executivo chinês fizeram questão de lembrar ao brasileiro que em casos recentes envolvendo Irlanda e Chile o tratamento foi diferente, com suspensão comercial imediata e divulgação do problema.

No primeiro carregamento, além de dioxina, foi encontrada, segundo as autoridades chineses, a bactéria salmonela. Os relatos da embaixada, no entanto, não informam o nível de contaminação no carregamento. No dia 21 de agosto, a aduana detectou novo caso de dioxina.

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, disse ao Estado que esses procedimentos são rotineiros. "Não deixaremos de manter o rigor na defesa agropecuária. Estamos em conversação com a China."

Em nota, a BRF classificou o caso como pontual. "A BRF informa que está tratando de um tema isolado, relacionado a exportação pontual de frango da unidade de Rio Verde para a China. A questão já está sob controle e de acordo com a legislação vigente no País." A reportagem não conseguiu contato com a Bello Alimentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A decisão do Banco do Povo da China (PBoC) de desvalorizar abruptamente a moeda do país, o yuan, pode afetar negativamente a exportação de carne bovina brasileira no curto prazo, diz a analista Lygia Pimentel, sócia-diretora da AgriFatto. Mas apesar do transtorno para o comércio exterior, ela avalia que a maior preocupação para a pecuária nacional é o fato de a medida sinalizar que o crescimento da economia asiática segue "artificialmente induzido" e que o governo chinês tem deixado mudanças estruturais necessárias para depois. "A China é uma promessa para a exportação de carne bovina brasileira no longo prazo, então a mudança cambial é preocupante", afirmou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. "O governo chinês segue em esforços para tentar resultados positivos em uma economia que já não responde tão bem aos estímulos. No longo prazo, isso é muito ruim, porque vai postergando problemas", diz a especialista.

Lygia acredita que a medida pode levar importadores chineses a limitar compras do Brasil. "Moeda fraca é moeda que compra menos, então, no curto prazo, vejo isso como negativo. Mas esse impacto deve ser diminuído pela desvalorização do real", afirma. Em agosto do ano passado, o real chegou a 2,70 yuans. Hoje, mesmo com a ação do PBoC, está em 1,80 yuan.

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O PBoC limita diariamente as oscilações do yuan no mercado de câmbio por meio de uma taxa de paridade com o dólar. No entanto, na terça-feira, 11, o banco central chinês decidiu desvalorizar em 1,9% essa banda de referência e fez a divisa afundar. Com isso, o dólar atingiu a máxima de 6,3391 yuans durante o pregão em Xangai, ante 6,2097 yuans do fechamento de segunda-feira. Segundo o Deutsche Bank, durante o dia a moeda chinesa registrou a maior queda desde 1994. A medida busca aumentar a competitividade de exportadores da China, após as vendas externas registrarem queda de 8,3% nas receitas em dólares em julho, e estimular a economia, que avança no menor ritmo desde 1989.

A China oficializou a reabertura de seu mercado interno aos produtos bovinos brasileiros em maio, após anos de embargo sanitário. O país é encarado pelo mercado como um dos destinos de maior potencial de expansão do consumo, dados o crescimento econômico e o aumento da renda de sua população. Desde a retomada dos embarques foram vendidas ao país 15,1 mil toneladas de carne bovina, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). O desempenho já fez com que a China continental se tornasse o décimo maior comprador de cortes bovinos do Brasil. O primeiro da lista é Hong Kong, província chinesa semiautônoma, que adquiriu 152,8 mil toneladas entre janeiro e julho de 2015. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretor de estatística e apoio à exportação da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Herlon Brandão, afirmou há pouco que não há perspectiva de melhora nos preços internacionais de produtos exportados pelo Brasil em um horizonte curto de tempo.

"Dada a instabilidade internacional, não vemos um desempenho mais robusto no curto prazo dos preços desses bens. É uma realidade que vamos ter que conviver", afirmou. Ele ressaltou também que, com uma economia desaquecida, a demanda do Brasil por bens importados é menor.

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Sobre o cenário de câmbio valorizado, ele afirmou que encarece os bens importados e, teoricamente, tem efeito, mas evitou se aprofundar em uma análise sobre o tema. "A magnitude desse efeito e quando esse efeito vai ocorrer é difícil mensurar", disse.

Depois de acompanhar o lançamento do Plano Nacional de Exportações (PNE) divulgado pela presidente Dilma Rousseff (PT), nesta quarta-feira (24), o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro (PTB), comentou que Pernambuco pode ser beneficiado com a iniciativa. Para o petebista, a partir do PNE o Estado terá uma agenda positiva e proativa com países parceiros. 

Para Monteiro, Pernambuco poderá ser fortemente beneficiado pelos mecanismos do PNE. Segundo ele, as exportações do Estado foram de US$ 944 milhões, em 2014, e os principais destinos dos produtos pernambucanos no ano passado foram a Holanda (US$ 185,5 milhões), a Argentina (US$ 172,4 milhões), os Estados Unidos (US$ 104,4 milhões) e a Venezuela (US$ 71,7 milhões). A pauta exportadora do Estado é formada, principalmente, por açúcar, polímeros, compressores, frutas frescas, calçados, geradores e máquinas e equipamentos da indústria sucroalcooleira.

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O ministro também acredita que o Plano Nacional de Exportações terá um impacto positivo nas vendas externas de Pernambuco, uma vez que alguns dos principais destinos do estado estão entre os mercados prioritários escolhidos. “Teremos uma agenda proativa e pragmática com países que são parceiros comerciais importantes de Pernambuco. Vamos trabalhar para diversificar esta pauta e para que mais empresas do estado aproveitem as oportunidades oferecidas pelo comércio exterior, gerando emprego e renda para regiões que hoje não se beneficiam do setor exportador”, anseia o petebista.

Acompanhada dos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro (PTB), do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho, a presidente Dilma Rousseff (PT), lançou nesta quarta-feira (24), o Plano Nacional de Exportações (PNE). A iniciativa foi apresentada no Palácio do Planalto, em Brasília, e tem vigência até 2018. 

O Plano nasceu de amplo debate com o setor privado e busca conferir um novo status ao comércio exterior, com ações que vão além de uma visão de curto prazo. Para isso, o PNE foi estruturado em cinco pilares: Acesso a mercados; promoção comercial; facilitação de comércio; financiamento e garantias às exportações e aperfeiçoamento de mecanismos e regimes tributários para apoio às exportações.

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Entre o objetivo da ação, a principal é fomentar a cultura exportadora no país, com diversificação da pauta, foco nos produtos de maior densidade tecnológica e aumento da base de empresas exportadoras, com destaque para ações que promovam uma maior regionalização das vendas ao exterior. “Estamos adotando uma nova palavra de ordem: aumentar nossa participação no comércio mundial”, destacou a presidente.

Nos seis primeiros meses deste mandato, afirmou Dilma, foram definidas uma estrutura de negociações e de busca de relações comerciais e de parcerias de investimento. “Conquistar mercados para nossos produtos é algo que tem um sentido interno e doméstico importante. Significa criar empregos e renda para toda a população brasileira. Significa criar oportunidades, riqueza e renda para todos os empreendedores brasileiros”, ressaltou, acrescentando a ampliação do comércio exterior. “Seremos parceiros do setor produtivo para que o comércio exterior amplie sua importância como setor e como vetor de estímulo à competitividade e ao crescimento da economia”, pontuou. 

Durante apresentação, Armando Monteiro declarou que o crescimento médio do comércio exterior é maior que o crescimento do PIB mundial. “Há um PIB equivalente a 32 “Brasis” além das nossas fronteiras, 97% dos consumidores está lá fora. O mercado internacional nos oferece mais oportunidades do que risco, temos espaço para ocupar”, avaliou o ministro. 

O Plano – Com validade até o ano de 2018, o PNE foi construído em parceria com a coordenação do setor privado. Desde janeiro de 2015, foram realizadas diversas reuniões para discussão e consulta, em todas as regiões do país. Participaram desse processo cerca de 80 entidades representativas dos mais diversos setores produtivos, entre empresas, entidades setoriais e sindicais, patronais e de trabalhadores. 

O líder do DEM na Câmara Federal, o deputado Mendonça Filho, lamentou que o aumento de impostos esteja sendo o caminho encontrado pelo governo para reforçar o “ajuste do mal”. Segundo ele, com a Medida Provisória (MP) 668, com votação agendada para esta semana, a gestão da presidente Dilma transfere “o custo do seu ajuste para os brasileiros”. 

A MP eleva de 9,25% para 11,75% as alíquotas somadas de contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a importação de mercadorias. “Nos últimos dias, a maldade materializou-se na forma de retirada de direitos; agora é de aumento de carga tributária”, disparou o oposicionista.

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“Os brasileiros, já penalizados com uma das cargas tributárias mais altas do mundo, serão convocados a pagar pelo desastre da política econômica de um governo que não admite seus erros e não corta seus próprios gastos”, acrescentou Mendonça. 

O Ministério do Comércio chinês se opõe a qualquer medida contra as exportações de aço do país, afirmou hoje o porta-voz do órgão, Shen Danyang.

A declaração foi feita após notícias de que a União Europeia (UE) irá impor tarifas sobre a importação de aço da China e da Rússia.

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Sem identificar a UE, Shen disse que as exportações chinesas cresceram recentemente por causa da "maior demanda global". Ele também reiterou que os produtos chineses são bastante competitivos.

"Com tais condições, acredito que é normal que as exportações de aço chinesas cresçam, o que é justificável", disse, acrescentando que Pequim está disposto a resolver qualquer questão com seus parceiros comerciais através do "diálogo e da cooperação". Fonte: Dow Jones Newswires.

O governo federal lançará nos próximos dias o Plano Nacional de Exportação, um conjunto de medidas para estimular e desburocratizar as exportações do País. A informação foi confirmada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, que nesta semana esteve reunido com o Conselho Consultivo do Setor Privado (Conex).

Segundo Armando, o plano visa atingir cerca de 30 países considerados “estratégicos” para as exportações brasileiras, atingindo um novo status à área de comércio exterior no País.  Pelo menos 80% dos setores de exportação brasileiros foram consultados para a definição das linhas atuação do plano, que também envolveu uma intensa articulação com órgãos de governo. “Nós recebemos diversas propostas e sugestões. Estamos analisando e harmonizando esse conteúdo, como o pessoal do Ministério da Fazenda, Agricultura e  das Relações Exteriores”, informou.

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Entre as ações previstas estão acordos comerciais e a remoção de barreiras não tarifárias. “As premissas desse plano foram validadas com forte representação do setor privado, que, evidentemente, é quem exporta no País. Essa interlocução com o setor privado é fundamental para o êxito do programa e, sobretudo, para esse objetivo estratégico de fortalecer a inserção internacional do Brasil”, frisou o ministro.

Monteiro também anunciou que são prioridades do programa a concessão de créditos para exportação, a adoção de medidas de facilitação de comércio e a utilização de ferramentas de inteligência comercial. “A ação hoje no comércio externo exige informação. Os mercados mudam, têm características distintas. Hoje, é necessário ter ferramentas de inteligência comercial para orientar as ações do Brasil”, defendeu.

A queda nos preços das commodities fez as exportações brasileiras para a China despencarem 35,4% no primeiro trimestre do ano. Entre janeiro e março, as vendas do Brasil para o gigante asiático somaram US$ 6,190 bilhões, ante US$ 9,582 bilhões exportados no mesmo período do ano passado.

A retração para a China foi a mais intensa no primeiro trimestre entre os principais destinos dos produtos brasileiros - ao todo, as exportações caíram 13,7%.

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A economia chinesa é uma grande importadora de produtos básicos e o crescimento mais fraco do país tem prejudicado o valor das commodities no mercado internacional. Neste ano, o governo da China anunciou que a meta de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) é de 7%. Se confirmado, será um resultado bastante inferior ao dos últimos anos. No auge do avanço chinês, os preços das commodities subiram, transformando o país no principal parceiro comercial do Brasil e garantindo elevados superávits para a economia brasileira.

"O crescimento da China está mais fraco, logo a pressão sobre a demanda de commodities é menor. Além disso, o comércio mundial está crescendo menos do que crescia antes da crise internacional. Tudo isso colabora, em parte, para a queda do preço das commodities", afirma Lia Valls Pereira, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Em março, o preço da soja e do minério de ferro ficaram, respectivamente, 20% e 50% menores do que no mesmo mês de 2014.

O resultado do comércio exterior brasileiro é dependente do desempenho econômico chinês porque a pauta de produtos vendidos para a China é concentrada. No ano passado, 41% da exportação brasileira para a China foi de soja, 30% de minério de ferro e 8,5% de óleo bruto de petróleo. Em 2011, no auge dos preços das commodities no mercado internacional, a lista de produtos exportados era a mesma para a China - a diferença era a maior participação do minério de ferro, que respondeu por 45% do total. Em seguida, apareceram a soja (25%) e o óleo bruto de petróleo (11%). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo criou grupo de trabalho interministerial para discutir com as montadoras de automóveis incentivos ao setor automotivo e contribuições ao Plano Nacional de Exportações. O objetivo é estimular os investimentos, a competitividade e ampliar as exportações do setor, que acumula queda nas vendas nos últimos meses.

A decisão foi tomada nessa quarta-feira (1º), durante reunião da presidente Dilma Rousseff com dirigentes de todas as montadoras filiadas à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, além da própria Anfavea. Dentro de 30 dias, o governo responderá à pauta das montadoras, indicando o que pode ser resolvido imediatamente e o que será encaminhado a médio e longo prazo.

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De acordo com o presidente da Anfavea, Luiz Moan, o “caminho correto da indústria é buscar ganhos de competitividade”, aproveitando principalmente a alta do dólar, que favorece às exportações.

O ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Aloizio Mercadante, disse que o grupo poderá estudar a integração de cadeias produtivas, removendo barreiras às exportações, em especial para países da América Latina. “Descuidamos um pouco das exportações no nosso entorno, porque o mercado brasileiro cresceu muito. Precisamos agora dar mais foco para exportações".

Para Moan, o esforço do governo brasileiro para renovar o acordo automotivo com países como o México foi um “alento” para que o setor automotivo possa expandir  suas vendas, com melhores condições de competitividade. A Anfavea pretende também participar das negociações para a prorrogação do acordo feito com Argentina, que vence em 30 de junho.

Ainda segundo o presidente da Anfavea, as montadoras apoiam o ajuste fiscal que está sendo promovido pelo governo. Além de compreender, Moan disse que torce para que toda a estrutura do ajuste seja aprovada, para que o setor possa retomar, o mais rápido possível, seu nível de atividade econômica.

O grupo terá também representantes da Casa Civil e dos ministérios da Fazenda, das Cidades e das Relações Exteriores. Mercadante citou, como exemplo dos temas a serem discutidos, melhorias que podem ser feitas para agilizar a burocracia de transferência de veículos e a revisão de exigências de acessórios em automóveis, que, segundo ele, não é aplicada por outros países.

A forte depreciação do euro ante o dólar começa a ter impacto na atividade industrial da zona do euro. Em março, quando a desvalorização se deu de forma acentuada, as exportações do bloco cresceram no ritmo mais acelerado desde abril de 2014, o que contribuiu para que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria subisse a 52,2, o maior nível em 10 meses.

A avaliação é da Markit Economics, responsável pela divulgação dos dados. "As companhias informaram que a queda da moeda foi o principal fator para o aumento das encomendas e das exportações", diz o documento. Ao comentar o resultado, o economista-chefe da Markit, Chris Williamson, lembrou que, além de impulsionar os embarques, a depreciação torna os produtos importados concorrentes mais caros.

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Entre os países, o destaque ficou por conta da Alemanha. O PMI industrial da maior economia do continente avançou para 52,8 em março, o maior patamar em 11 meses. O índice da Itália também atingiu seu nível mais alto em 11 meses, a 53,3. Os relatórios de ambos os países destacam a depreciação da moeda como acelerador da atividade, também por meio de uma maior demanda do mercado externo. A mesma avaliação é feita na Espanha, onde o PMI subiu a 54,3.

No último dia útil de fevereiro, o euro era negociada a US$ 1,1188. No fim da tarde de ontem, a moeda era cotada a US$ 1,0740, após ter operado ligeiramente abaixo de US$ 1,0500 ao longo de março, seu menor nível desde janeiro de 2003. Às 5h48, o euro caía para US$ 1,0719, na mínima do dia.

Depois de perder a liderança para a China em 2009, os Estados Unidos poderão voltar a ser o principal destino das exportações brasileiras em poucos anos, como resultado do coquetel que une queda no preço das commodities, crescimento da economia americana, perda de fôlego da locomotiva chinesa e desvalorização do real. Em janeiro, os embarques para os EUA já superaram os destinados ao país asiático, que tiveram um tombo de 35%.

Se o resultado do mês passado se repetir ao longo do ano, os Estados Unidos poderão fechar 2015 à frente da China. Mas o mais provável é que isso ocorra dentro de dois a quatro anos, segundo projeção de Diane Santos, economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).

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No ano passado, os EUA superaram a Argentina e se tornaram o principal destino de exportações de produtos manufaturados do Brasil, com embarques de US$ 15,1 bilhões. Com a recuperação da economia americana e a queda do real no Brasil, esse movimento deve se acelerar em 2015. A previsão de Santos é que a exportação de produtos industriais para os EUA cresçam 6,8% neste ano.

Enquanto vendas para a China são dominadas por produtos básicos, os embarques para os Estados Unidos têm maior participação de bens manufaturados e semimanufaturados. Além de representarem maior valor agregado no mercado doméstico, as exportações industriais estão menos sujeitas às oscilação de preços internacionais que afetam as commodities.

Soja, minério de ferro e petróleo representaram 80% das vendas brasileiras à China no ano passado. Os produtos manufaturados responderam por 54% dos embarques para os EUA no mesmo período, mostram dados da Funcex. A participação dos semimanufaturados foi de 21% e a dos básicos, de 25%.

Até os anos 2000, o mercado americano era líder absoluto no ranking dos maiores destinos das vendas brasileiras, com participação de 24% no início daquela década. A China aparecia em um distante 12º lugar e respondia por 2% dos embarques.

Nos anos seguintes, o espetacular crescimento do país asiático gerou o boom nas commodities, que elevou o preço de produtos como minério de ferro, o principal item da pauta brasileira na maior parte da década passada. A China ultrapassou os EUA em 2009 e, em 2014, foi o destino de 18% dos embarques nacionais. O mercado americano veio em seguida, com 12%.

"Os Estados Unidos são o único mercado do mundo que cresce continuamente", disse o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Para ele, os EUA devem ser a prioridade do governo e dos exportadores brasileiros.

O ritmo do aumento das vendas para a maior economia do mundo neste deve ser limitado pela queda dos preços do petróleo e a expansão da produção de petróleo e gás nos EUA, avaliou Santos, da Funcex.

Desde 2006, o produto é o maior item na pauta de exportações para os Estados Unidos. No ano passado, as vendas de petróleo somaram US$ 3,4 bilhões e representaram 12,6% dos embarques ao país. Em seguida vieram produtos manufaturados de ferro e aço (US$ 2,2 bilhões), aviões (US$ 1,93 bilhão), motores e turbinas para aviões (US$ 1,57 bilhão) e café em grão (US$ 1,2 bilhão).

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