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De acordo com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, a Corte deve julgar, ainda neste ano, o foro privilegiado do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) no caso das 'rachadinhas'. O ministro sinalizou aos colegas que quer levar para julgamento da Segunda Turma, nas próximas semanas, o recurso do Ministério Público do Rio de Janeiro contra o foro especial concedido para Flávio no caso Queiroz. As informações são do jornal O Globo desta tarde (11).

Ainda de acordo com a reportagem, para integrantes do órgão carioca, é importante que haja a definição do foro do senador para que os promotores possam dar andamento ao caso. A investigação regrediu após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na última terça-feira, que anulou todas as decisões do juiz Flávio Itabaiana, dia 27ª Vara Criminal do Rio.

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O magistrado determinou medidas como a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio apontado como operador do esquema de desvios de salários de funcionários do gabinete do senador no tempo em que ele foi deputado estadual.

O tema chegou a ser pautado em setembro, mas foi retirado. A Segunda Turma vai analisar um recurso apresentado pelo MP do Rio que tenta derrubar a decisão da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, que garantiu foro especial a Flavio, em junho de 2020, e transferiu o processo para a segunda instância.

Após a decisão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de anular todas as decisões de primeira instância sobre as "rachadinhas" envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o Ministério Público do Rio ainda estuda os próximos passos para tentar reverter a situação. Para o professor da UFRJ Salo de Carvalho, no entanto, novas provas teriam de ser produzidas a partir de agora.

"Seria imprescindível a produção de novas provas ou a renovação dos elementos probatórios anteriormente obtidos para que tenha justa causa para a ação penal", disse Carvalho. Isso porque, na prática, a decisão do STJ esvazia a denúncia oferecida contra o senador por peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e apropriação indébita.

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DEPOIMENTOS

"No caso da prova testemunhal, a renovação é mais simples se comparada com as que envolvem perícia, busca e apreensão, interceptação telefônica e telemática", afirmou Carvalho. "Mesmo que se considere que o depoimento seja, em tese, válido, isto é, que não está viciado pela incompetência do juízo, seria recomendável a repetição do ato na nova investigação".

Ontem, Flávio voltou a dizer que é alvo de "perseguição". "A perseguição promovida por alguns poucos membros do Ministério Público do Rio de Janeiro chega ao fim."

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) comemorou a decisão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que anulou, nessa terça-feira (9), todas as decisões de primeira instância tomadas pela Justiça nas investigações do caso das rachadinhas.

Flávio afirmou que a alegada perseguição de membros do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) contra ele, para "tentar atingir o presidente Bolsonaro", chegou ao fim com o resultado do julgamento.

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"Após quase três anos de investigação ilegal e que, mesmo ante as inúmeras arbitrariedades, vazamentos e covardias, nada foi encontrado contra mim, justiça finalmente foi feita. A perseguição promovida por alguns poucos membros do honrado Ministério Público do Rio de Janeiro, para tentar atingir o Presidente Bolsonaro, chega ao fim", declarou o senador em publicação no Twitter.

Flávio também trouxe um trecho da Bíblia constantemente usado pelo pai e presidente da República. "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará", citou ao finalizar a postagem com o versículo 32 do capítulo 8 do Evangelho de João.

A Quinta Turma do STJ atendeu a um pedido apresentado pela defesa do senador para anular a investigação das rachadinhas. Os ministros analisaram um agravo contra a decisão do colegiado que negou, em março, pedidos para invalidar todas as medidas tomadas pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27.ª Vara Criminal do Rio, que conduziu o inquérito na primeira instância.

No julgamento, o colegiado definiu que não é possível aproveitar provas colhidas mediante autorização do juiz de primeira instância. Na prática, a decisão desidrata quase toda a denúncia oferecida pelo MP-RJ contra o senador. Com isso, a investigação volta à estaca zero.

O MP-RJ afirmou na noite dessa terça que vai aguardar a publicação do acórdão referente à decisão da Corte para "analisar as providências cabíveis".

O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) chamou de "piada de muito mau gosto" as acusações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e imitou a risada do pai para mostrar como ele reage aos crimes a ele imputados pelo relatório da Comissão. A crítica, que não é novidade por parte do parlamentar, foi feita durante entrevista à imprensa nas dependências do Congresso nesta quarta-feira (20). 

Questionado por jornalistas sobre como o presidente vai receber o conteúdo do relatório final, Flávio respondeu: “ele receberia da seguinte forma. Conhece aquela gargalhada dele? Ha ha ha. Não tem o que fazer de diferente disso. É uma piada de muito mau gosto”. 

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Após mais de seis meses de atividade e com mais de 500 requerimentos, a CPI da Pandemia apresentou as conclusões do trabalho por meio do relatório final, que foi lido pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL). No documento, que possui mais de mil páginas, o ato mais grave associado à gestão de Bolsonaro foi a demora na compra de vacinas e as constantes infrações sanitárias, que foram planejadas e custeadas com dinheiro público, como no caso das motociatas. 

O crime de homicídio qualificado foi retirado do parecer final da CPI. A acusação surgiu a partir de evidências sobre aglomerações, medicamentos de tratamento precoce ineficazes e motociatas promovidas pelo mandatário. Já o crime de genocídio contra indígenas também passou por uma “permuta” e se tornou mais uma acusação de crime contra a humanidade no relatório. No total, são três acusações por crimes contra a humanidade: no caso da Prevent Senior, no atentado contra as vidas indígenas e sobre as questões da pandemia no estado de Manaus. 

Desta forma, Bolsonaro deve responder por cerca de nove crimes, de acordo com o parecer da CPI. São eles: infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documento particular, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, crime contra a humanidade, violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo. 

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Antes do início da apresentação do relatório da CPI da Pandemia, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) criticou o documento elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-PE) e defendeu a gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A leitura do relatório acontece nesta quarta-feira (20).

Para ele, o documento é fraco e inconstitucional porque, de acordo com o senador, a Constituição não permite a uma CPI investigar ou indiciar o presidente da República.

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"Não há outra coisa a ser feita pela Procuradoria-Geral da República a não ser arquivar o relatório", declarou.

Veja a entrevista completa:

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Humberto Costa considera o texto sólido

Em econtrapartida, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que considera o relatório da CPI "consistente e sólido", espelhando o que aconteceu no país na pandemia. Imprecisões identificadas no texto foram resolvidas nesta terça, relatou o senador, para evitar questionamentos de autoridades que deverão fazer avançar o processo. Ele explicou a retirada, do documento, da acusação de genocídio, explicando que ainda poderá ser feita investigação mais aprofundada sobre a questão.

*Da Agência Senado

O ex-assessor do gabinete de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), Fabrício Queiroz, resolveu sanar a curiosidade do povo brasileiro que passou os últimos 18 meses perguntando-se: ‘onde está Queiroz’. Desde que teve liberdade concedida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em março deste ano, ele vem compartilhando, pelo Instagram,  momentos descontraídos ao lado da família, em churrascos com frutos do mar e bebidas alcóolicas. 

Fabrício Queiroz foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) em 2020, acusado de ter desviado salários de assessores no gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro. Ele foi preso preventivamente em junho do mesmo ano e passou pouco menos de um mês na cadeia, tendo recebido o direito à prisão domiciliar. Há pouco mais de seis meses, a mesma Corte lhe garantiu a liberdade. 

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Reprodução/Instagram

Desde então, o ex-assessor do filho do presidente Bolsonaro tem compartilhado, com os seguidores do Instagram, um dia a dia descontraído e leve ao lado da família. Nas publicações, é possível ver Queiroz aproveitando churrascos, refeições com frutos do mar e bebidas como whisky.

No twitter, os internautas têm comentado com deboche sobre as aparições de Queiroz. “Nesse quesito, a justiça brasileira mostrou-se realmente imparcial. ela solta bandido de todos os espectros políticos”; "Não era esse cara que tinha câncer e pediu prisão domiciliar por isso?”; “Não tava com câncer esse miserável? Agora que stf soltou já está bom de novo?”; “Eles zombam de nossa cara. Mas mais ainda dos otários que vão às ruas defendê-los”.

Após o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmar que não tomará a vacina contra covid-19, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho "01" do chefe do Planalto, tomou a segunda dose do imunizante. Ele foi vaiado durante a passagem por uma unidade de saúde em Brasília, nesta quinta-feira, 14.

Conforme vídeos publicados por internautas nas redes sociais, o senador foi chamado de "fura-fila", "miliciano" e "genocida" por pessoas que estavam no local.

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O parlamentar foi até uma unidade de saúde na Asa Sul, na capital federal, acompanhado do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Também houve gritos de "Fora, Bolsonaro" enquanto os dois estavam no posto de vacinação.

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Diferente da primeira dose, quando recebeu a vacina do ministro da Saúde, Flávio Bolsonaro não postou vídeos ou fotos da segunda dose nas redes sociais até o fim da tarde desta quinta.

No Senado, Flávio tem defendido o governo do pai em meio ao desgaste na CPI da Covid e atribuído ao Executivo federal o mérito pela vacinação da população.

O governo, no entanto, é investigado na comissão por omissão ao ter ignorado ofertas de grandes laboratórios no ano passado.

A entrada da mansão de R$ 6 milhões do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), na área nobre de Brasília, foi tomada por manifestantes do Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST) na manhã desta quinta-feira (30). A mobilização protesta contra a desigualdade social no Brasil, exposta no aumento dos índices de insegurança alimentar e falta de moradia.  

"Tem rachadinha financiando a fome do nosso povo! Basta o povo não vai viver de ossos e migalhas", publicou o MTST em seu perfil oficial nas redes sociais. O coordenador do movimento, Guilherme Boulos (PSOL), também se pronunciou. "Enquanto o povo está na fila do osso, a família Bolsonaro esbanja luxo com dinheiro duvidoso", escreveu.

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A mansão acomodada em um terreno de 2.500m², constitui 1.100 m² de área construída no Setor de Mansões Dom Bosco, Lago Sul de Brasília. De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), este foi o 20º imóvel adquirido por Flávio em 16 anos.

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Na denúncia do caso de "rachadinhas", o MPRJ entende que a compra e venda de, pelo menos, dois imóveis do senador serviram para lavar dinheiro. A aquisição da mansão ocorreu às vésperas do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anular a quebra de sigilo bancário e fiscal solicitada pela investigação, publicou a Folha de S. Paulo.

A escritura informa que o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) financiou R$ 3,1 milhões pelo Banco de Brasília (BRB) para negociar o novo empreendimento e parcelou em prestações de R$ 18.744,16, reforça o documento do 1º Ofício do Registro de Imóveis do Distrito Federal.

No entanto, Flávio e a esposa Fernanda declararam renda mensal de R$ 36.957,68, sendo R$ 28.307,68 dele e R$ 8,650 dela. A soma é menor que o valor mínimo exigido pelo BRB para o tipo de financiamento contratado, já que a parcela compromete cerca da metade da renda do casal. O BRB é comandado pelo governador do Distrito Federal e aliado do presidente Bolsonaro, Ibaneis Rocha (MDB).

 

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, apura a ligação entre o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e o diretor Institucional da Precisa Medicamentos, Danilo Trento. Os senadores querem saber se o dirigente acompanhou o filho do presidente e uma comitiva do Senado que foi a Las Vegas no ano passado.

Em depoimento aos senadores nesta quinta-feira, 23, Trento confirmou que esteve na cidade americana uma vez e disse que viajou em voo comercial. Questionado se estava acompanhado de algum senador, sobre a data da viagem e sobre o que fez em Las Vegas, o diretor da Precisa optou por ficar em silêncio.

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O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) apresentou registros da viagem de Trento para Las Vegas. Segundo o parlamentar, o diretor saiu de São Paulo em 23 de janeiro do ano passado e retornou ao País quatro dias depois. Girão afirmou que a viagem fez parte de uma caravana de autoridades brasileiras, incluindo o atual ministro do Turismo e ex-presidente da Embratur, Gilson Machado.

Dados do portal do Senado apontam que Flávio Bolsonaro esteve nos Estados Unidos entre 19 e 26 de janeiro do ano passado. Segundo o site, o filho do presidente acompanhou uma comitiva da Embratur em reuniões com o Carnival Group e a Royal Caribbean International, em Miami, e com o presidente e CEO do Las Vegas Sand Corporation, Sheldon Adelson. Foram gastos R$ 12,5 mil em diárias. Segundo o portal, o senador Irajá (PSD-TO) também esteve na delegação e foram gastos R$ 14,4 mil em diárias.

Na avaliação do senador Humberto Costa (PT-PE), a viagem "demonstra, mais do que qualquer coisa, a proximidade entre um determinado senador" e Trento. "A investigação que vai ser feita pode demonstrar que essa viagem se prolongou", disse. "Não é comum um lobista, um dono de uma empresa que tem negócios com o governo, viajar com um senador e, mais ainda, para fazer tratativas que dizem respeito à tentativa de trazer para o Brasil a prática do jogos de azar."

Segundo o Portal da Transparência, entre setembro de 2019 e o mesmo mês do ano seguinte, a Precisa teve um contrato de R$ 41 milhões em vigor com o Ministério da Saúde para fornecimento de preservativos femininos. Em fevereiro deste ano, a empresa intermediou um acordo de R$ 1,6 bilhão com a pasta para fornecer 20 milhões de doses da vacina Covaxin. O contrato foi rescindido após indícios de irregularidades.

Durante a audiência, Trento confirmou conhecer Flávio Bolsonaro de eventos institucionais, mas negou ter relação com o filho do presidente ou com outro integrante da família.

Em nota, Flávio Bolsonaro afirmou que "alguns poucos senadores irresponsáveis da CPI distorcem fatos e criam narrativas" para atacá-lo. Disse ainda que "nunca se reuniu com o sr. Danilo Berndt Trento em Las Vegas, nem possui vínculo de qualquer espécie com o mesmo". "O senador esteve na referida cidade em missão oficial e suas agendas estão publicadas no site do Senado Federal."

Depoimento

A sessão para ouvir Danilo Trento durou cerca de 5 horas. O diretor da Precisa não respondeu à maioria das perguntas da CPI, amparado em uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que lhe concedeu o direito ao silêncio. A CPI quebrou os sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático do dirigente e de seu irmão Gustavo Trento durante a sessão.

Trento declarou ser diretor da Precisa há cerca de três anos e disse cumprir "atividades institucionais em órgãos institucionais". Ele não explicou à comissão quais são as atividades de sua própria empresa, a Primarcial Holding e Participações.

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), em posse da CPI, registrou como atípicas transações milionárias entre a 6M Participações, controlada por Francisco Maximiano, dono da Precisa, e a Primarcial.

O diretor da empresa disse ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), que a Primarcial "é uma empresa de participação". "Eu tenho que olhar o contrato social dela, as outras atividades, mas é uma empresa de participação."

As declarações e o silêncio de Trento reforçaram as suspeitas da CPI sobre um suposto esquema de corrupção no governo. "Essa gente que foi escolhida pelo presidente da República para comprar vacina quando recusava comprar vacina à Pfizer, ao Butantan e à OMS. Ele preferiu esse tipo de negociação. Governo corrupto", disse o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL).

Antes do início da sessão, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que Trento é o "chefe da lavanderia da Precisa", "da lavanderia do dinheiro" da empresa. "Através da empresa dele circulam muitos recursos que vão para outras empresas que mandam para terceiras empresas", disse.

Próximos passos. A CPI aprovou requerimento para quebrar os sigilos bancário, fiscal e telefônico da empresa Barão Turismo, suspeita de abrir uma offshore no exterior para supostamente movimentar dinheiro de propina oriunda da compra da Covaxin. Também durante a sessão, os senadores aprovaram uma nova convocação do empresário Luciano Hang para prestar depoimento na próxima quarta-feira, 29. Ele já havia sido convocado anteriormente pela CPI.

A comissão aprovou ainda a convocação do secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, para falar sobre o caso Prevent Senior, e da advogada Bruna Morato, que representa os médicos que denunciaram fraudes na rede.

Embasada nas mesmas suspeitas de desvio de dinheiro público que recaem sobre o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), a investigação do Ministério Público contra o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) também identificou ex-assessores que mantinham ocupações incompatíveis com funções públicas enquanto nomeados no gabinete dele. Provas citadas no pedido de quebra de sigilo de Flávio, em abril de 2019, foram obtidas do mesmo modo que as utilizadas no documento que resultou na quebra de sigilo de Carlos, em maio deste ano.

Por meio de consultas no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Ministério Público do Rio mostrou nas duas investigações que funcionários que deveriam trabalhar com exclusividade no Legislativo mantinham ocupações paralelas na iniciativa privada. No caso de Flávio - que já foi denunciado por peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e apropriação indébita no caso das "rachadinhas" -, a quebra de sigilo aprofundou os indícios de que havia funcionários "fantasmas" no gabinete.

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A informação sobre oito assessores de Carlos que se enquadram nesse perfil foi revelada pelo jornal O Globo. Para a Promotoria, os caminhos podem levar à comprovação de que esses "fantasmas" desviavam parte de seus salários para o vereador. Quando conseguiu esmiuçar os dados bancários, fiscais e de celular dos ex-funcionários de Flávio, o MP mostrou transações financeiras e mapas de calor que corroboravam a tese de que eles desviavam o dinheiro público. Configurava-se assim o suposto crime de peculato, que ocorre quando servidor se apropria de recursos oficiais.

Entre os funcionários envolvidos naquela época e que foram descobertos por meio de buscas no Caged, estavam duas filhas de Fabrício Queiroz, o suposto operador do esquema do então deputado estadual. Agora, com os ex-assessores de Carlos, aparecem parentes da própria família do presidente Jair Bolsonaro - mais especificamente da segunda ex-mulher dele, Ana Cristina Valle. Um irmão e uma cunhada dela aparecem na lista dos oito que tinham outros empregos. Ele, numa fábrica de automóveis; ela, numa creche.

Acumular empregos públicos e privados é vedado

A manutenção de outros empregos enquanto há nomeação para o cargo público é proibida tanto pelo regimento interno da Câmara Municipal quanto pela Assembleia Legislativa, que se baseiam no entendimento da Câmara dos Deputados. A creche da prima Marta Valle, por exemplo, ficava em Juiz de Fora, Minas Gerais. A descoberta deixa clara a incompatibilidade das jornadas de trabalho - são exigidas 40 horas semanais no Legislativo carioca.

A decisão da Justiça que autorizou as medidas cautelares contra Carlos e 26 assessores foi assinada no dia 28 de maio deste ano. Ou seja, há quase quatro meses. Em 2019, o MP deflagrou mandados de busca e apreensão cerca de oito meses depois da primeira quebra de sigilo. A investigação ficou parada durante metade daquele período por causa de uma decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).

As apurações contra Carlos, inclusive, tendem a passar por menos problemas judiciais que o caso do irmão. A defesa de Flávio, ciente do grau de embasamento no mérito das acusações, sempre optou por achar possíveis brechas legais na investigação. Naquele caso, contudo, havia de fato questões que os advogados podiam alegar, como o suposto direito a foro privilegiado. Ele era deputado estadual na época dos crimes que teriam sido praticados e virou senador pouco depois.

Sem foro privilegiado, Carlos Bolsonaro está mais exposto que Flávio

Com Carlos, o caminho é mais livre. Os vereadores não têm mais direito a foro. Além disso, o próprio ponto de partida da investigação é mais simples. Revelações por parte da imprensa a partir do caso Flávio, motivaram a abertura do procedimento contra Carlos, ainda em meados de 2019. A revista Época apontou os indícios de supostas irregularidades envolvendo os parentes de Ana Cristina Valle, principal gatilho para o início das apurações do MP. Pouco antes, o Estadão revelara que dois ex-assessores ligados a Fabrício Queiroz, o suposto operador do esquema de Flávio, não emitiram crachá funcional quando trabalharam para Carlos.

Um dos questionamentos da defesa do senador que fizeram com que a investigação ficasse parada por mais tempo tinha como argumento o próprio início do procedimento, aberto com base num Relatório de Inteligência Financeira (RIF) do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Atualmente, o que paralisa o caso é a anulação, por parte do Superior Tribunal de Justiça (STJ), da quebra de sigilo de abril de 2019, considerada mal fundamentada pela maioria dos ministros.

No caso de Carlos, os principais indícios citados pelo MP começaram com revelações da imprensa. Além das suspeitas de peculato, há um caso - noticiado pelo Estadão - envolvendo um imóvel comprado em dinheiro pelo vereador quando tinha apenas 20 anos, em 2003. Ele pagou R$ 150 mil pelo apartamento na Tijuca, zona norte da cidade. O desembolso de grandes quantias em espécie costuma levantar suspeita sobre possível lavagem de dinheiro, já que não deixa rastros no sistema financeiro. Este foi um dos pontos-chave da investigação contra o irmão Flávio, que é ativo no mercado imobiliário.

Bolsonaros negam acusações

O vereador Carlos Bolsonaro tem negado todas as acusações. O irmão, idem: a defesa alega que desconhece qualquer indício de irregularidade no antigo gabinete dele na Assembleia Legislativa, apesar de uma ex-assessora já ter confessado que participava do esquema. Flávio costuma atribuir as acusações a perseguições de adversários políticos. O alvo seria o governo de Jair Bolsonaro.

A Justiça autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal da assessora parlamentar Ana Cristina Siqueira Valle, durante o período em que esteve casada com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ela é investigada no inquérito sobre a prática de “rachadinha” no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). As informações são da Folha de S. Paulo.

Segundo a Folha, a suspeita dos promotores é a de que o vereador mantinha um esquema semelhante ao anteriormente atribuído ao senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), seu irmão, já acusado de liderar uma organização criminosa, lavagem de dinheiro, peculato e apropriação indébita.

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O papel de Ana Cristina, neste caso, teria ligação com o que Fabrício Queiroz supostamente fazia no gabinete de Flávio, como operador financeiro da “rachadinha”, um esquema em que o parlamentar fica com a maior parte do salário dos funcionários. Durante os últimos 20 anos, ao menos sete parentes da assessora parlamentar foram registrados como funcionários de Carlos.

A determinação da Justiça permite que o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) tenha acesso a dados bancários de Ana Cristina desde maio de 2005 até maio de 2021. Bolsonaro e ela oficializaram o divórcio em junho de 2008, em um processo litigioso com acusação de furto e relato de patrimônio não-declarado do casal a partir de 2007.

Em meio a separação, a ex-mulher do atual presidente relatou que ele chegava a alcançar uma renda mensal de R$ 100 mil. Para isso, Bolsonaro, até então deputado, que recebia R$ 26,7 mil como parlamentar e outros R$ 8.600 como militar da reserva, precisaria de uma “renda extra”, cuja origem não foi especificada.

 

Considerado amigo íntimo da família Bolsonaro, o sargento da Polícia Militar (PM) Luiz Carlos Chagas, conhecido como Chagas Bola, ganhou um cargo no Governo do Rio de Janeiro após as eleições de 2020. Desde dezembro, ele atua em uma área da Zona Oeste indicada como reduto do eleitorado bolsonarista.

 Além do salário como PM, em torno de R$ 6.698, Chagas recebe mais R$ 9.122 desde que passou a ser coordenador da Secretaria de Governo. Seu campo de atuação engloba os bairros da Barra da Tijuca e Jacarepaguá, base eleitoral da família Bolsonaro.

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A pasta informou que o sargento trabalha com demandas que chegam da população e busca soluções com órgãos do Estado e do município. Ainda em nota enviada ao Uol, reforça que não houve indicação do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) e que a escolha foi decorrente de suas 'qualidades técnicas'.

Na prisão do ex-assessor da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz - apontado como operador do esquema de ‘rachadinha’ no gabinete de Flávio na Alerj -, foi encontrado em sua carteira um cartão de visitas de Chagas. Na época, a PM confirmou a amizade e descartou qualquer troca de serviços.

Vestido com a camisa da Seleção Brasileira com número das urnas do partido ao qual Bolsonaro foi eleito, o sargento defendeu o presidente de cima de um trio elétrico na manifestação antidemocrática do dia 7 de setembro.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal retirou da pauta da sessão desta terça-feira (14) o processo que discute o foro privilegiado do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) na investigação das "rachadinhas". O caso havia sido listado para discussão pelo presidente da 2ª Turma, ministro Kassio Nunes Marques, no último dia 1º. Caberá ao magistrado inserir o processo novamente no calendário de julgamento.

O primeiro adiamento do caso se deu no dia 31 de agosto, quando o ministro Gilmar Mendes atendeu a um pedido da defesa do senador. Um dia antes, o advogado Rodrigo Roca disse que estaria 'impossibilitado' de comparecer na sessão e pediu que a análise fosse transferida para a próxima reunião da Segunda Turma.

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No aguardado julgamento, a Segunda Turma do STF vai decidir se referenda ou derruba a decisão da Justiça do Rio de Janeiro que garantiu foro especial a Flávio e transferiu o inquérito das rachadinhas para segunda instância. Tal decisão foi tomada em junho do ano passado pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio.

Na Segunda Turma, o pano de fundo da discussão será a tese dos "mandatos cruzados", usada pela defesa do senador no caso, pela qual um político pode manter o foro privilegiado do cargo antigo após assumir um novo posto.

Embora o STF já tenha restringido o foro privilegiado a políticos para os crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo, os ministros ainda precisam definir o que internamente tem sido chamado de "pontas soltas" da decisão, tomada em 2018. Uma delas diz respeito justamente à situação de parlamentar que deixa de ocupar o cargo e, na sequência, assume outro.

O Ministério do Rio argumenta que Flávio não tem direito a foro privilegiado, porque concluiu o seu mandato em 2018, mesmo ano em que a investigação foi aberta. Na eleição daquele ano, Flávio foi eleito senador, mas os procuradores alegam que o foro adquirido no atual mandato, portanto, não deveria ter validade sob as apurações que miram práticas adotadas por ele quando ainda era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Denunciado em novembro do ano passado, Flávio Bolsonaro é acusado pelo MP de comandar um suposto esquema de desvio de salário de funcionários, muitos deles fantasmas, que trabalhavam em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio durante os mandatos como deputado estadual.

Um ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, declarou ao portal Metrópoles e ao UOL que, durante o período no qual trabalhou no gabinete do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), era obrigado a devolver mensalmente 80% de seu salário.

Além da quantia, Nogueira afirmou que entregava também uma porcentagem similar ao 13°, das férias, vale-alimentação e ainda restituição do imposto de renda. Segundo ele, a ex-esposa do presidente Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, advogada, era a pessoa responsável por receber o dinheiro vivo. O esquema teria acontecido entre 2003 e 2007.

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Até 2004, por exemplo, o salário bruto do assessor chegava a R$ 1.791,79. A partir de um reajuste realizado em 2005, passou a ser R$ 4.253,69 e no ano seguinte alcançou a marca de R$ 4.466,37. No total, estima-se que Marcelo Luiz tenha recebido cerca de R$ 382,805 da Alerj, em valores corrigidos pela inflação da época.

Ao UOL, Nogueira informou que não era funcionário fantasma e que desempenhava funções no gabinete, a exemplo de atendimentos aos eleitores e outros trabalhos manuais. Desde o início, segundo a entrevista, a proposta de trabalho feita por Ana Cristina, que o conheceu através do intermédio de um namorado dele, deixava claro que o objetivo era devolver a maior parte do salário registrado em seu contracheque.

No mesmo período, Ana Cristina atuava também como chefe do gabinete de Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), em seu primeiro mandato na Câmara Municipal do Rio. Em entrevista, Nogueira afirmou que as mesmas condições foram impostas a funcionários de Carlos. “Tudo a mesma coisa”, disse ao UOL.

No mês de maio, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) chegou a autorizar a quebra de sigilo bancário e fiscal de Carlos, Ana Cristina e outros 25 assessores apontados como participantes do esquema de “rachadinhas”.

O sigilo bancário de Flávio Bolsonaro

Os saques feitos por Nogueira, no entanto, aparecem na quebra de sigilo bancário autorizada no âmbito das investigações de Flávio Bolsonaro. Só em 2007, conforme a jornalista Juliana Dal Piva, do UOL, o assessor realizou pelo menos 13 saques de mais de R$ 1 mil. As transações ocorriam dias após a data de pagamento da Alerj.

O relato feito por Marcelo Nogueira é semelhante ao processo que envolve Luiza Sousa Paes, outra ex-assessora de Flávio, nomeada em 2011. Em um acordo de colaboração firmado com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) no ano passado, Luiza disse que ficava com R$ 700 dos quase R$ 5 mil que recebia na suposta função.

A principal diferença, neste caso, é que Paes admitiu não ter trabalhado no gabinete oficialmente, sendo assim uma “funcionária fantasma”. Segundo ela, a quantia era entregue nas mãos de Fabrício Queiroz, apontado pela Justiça do Rio como um dos operadores do esquema. Esse é um dos principais elementos contra o atual senador na investigação sobre o gabinete dele.

As compras dos Bolsonaro

Ainda de acordo com as declarações do ex-assessor Marcelo Nogueira, que morou durante os últimos 5 anos com Ana Cristina, em Resende, no Sul do Rio de Janeiro, a ex-mulher de Bolsonaro era a principal responsável pelas compras realizadas pelo casal.

“Ela que comprava isso tudo. Tudo quem fazia era ela. Tudo quem comprava era ela. Ele mesmo nunca se envolveu muito. Ela tomava conta de tudo”, disse Nogueira ao UOL. No fim do casamento, Ana Cristina e Jair Bolsonaro acumulavam 14 imóveis, dos quais cinco foram comprados em dinheiro vivo, segundo o portal.

Marcelo Nogueira e Ana Cristina se desentenderam quando, segundo ele, a advogada o convidou para ir trabalhar em Brasília e não pagou os valores combinados anteriormente.  Nogueira considera ainda que Ana Cristina foi “praticamente” racista com ele. “Ela me viu como o quê? Só porque eu era preto”.

Ele afirmou ainda que pretende ingressar com uma ação na Justiça por danos morais contra a ex-mulher de Bolsonaro. Na semana passada, Ana Cristina se mudou para uma mansão avaliada em R$ 3,2 milhões no Lago Sul, região nobre de Brasília (DF).

Através de nota enviada ao UOL, a defesa do senador Flávio Bolsonaro afirmou que “o parlamentar desconhece supostas irregularidades que possam ter sido praticadas por ex-servidores da Alerj ou possíveis acertos financeiros que eventualmente tenham sido firmados entre esses profissionais”.

 

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), adiou o julgamento na Segunda Turma, previsto para começar nesta terça-feira, 31, sobre o foro privilegiado do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) na investigação das "rachadinhas". O colegiado vai decidir se referenda ou derruba a decisão da Justiça do Rio de Janeiro que reconheceu a prerrogativa.

Relator do caso, Gilmar Mendes atendeu a um pedido da defesa do senador. Ontem o advogado Rodrigo Roca disse que estaria ‘impossibilitado’ de comparecer na sessão e pediu que a análise fosse transferida para a próxima reunião da Segunda Turma. Como as sessões têm sido quinzenais, o julgamento deve passar para o próximo dia 14.

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O impasse é sobre qual instância deveria julgar as acusações contra Flávio, que foi denunciado por peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro enquanto era deputado estadual no Rio de Janeiro.

A decisão que garantiu foro especial a Flávio e transferiu o inquérito das rachadinhas para segunda instância foi tomada em junho do ano passado pela 3.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. Na Segunda Turma, o pano de fundo da discussão será a tese dos ‘mandatos cruzados’, usada pela defesa do senador no caso, pela qual um político pode manter o foro privilegiado do cargo antigo após assumir um novo posto.

Embora o STF já tenha restringido o foro privilegiado a políticos para os crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo, os ministros ainda precisam definir o que internamente tem sido chamado de ‘pontas soltas’ da decisão, tomada em 2018. Uma delas diz respeito justamente à situação de parlamentar que deixa de ocupar o cargo e, na sequência, assume outro.

Denunciado em novembro do ano passado, Flávio Bolsonaro é acusado pelo Ministério Público do Rio de comandar um suposto esquema de desvio de salário de funcionários que trabalhavam em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Estado durante os mandatos como deputado estadual.

A defesa do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que adie o julgamento na Segunda Turma sobre a decisão que lhe garantiu foro privilegiado na investigação das "rachadinhas". O processo está na pauta desta terça-feira (31).

Em ofício encaminhado ao gabinete do ministro Gilmar Mendes, relator do caso, o advogado Rodrigo Roca diz que está 'impossibilitado' de comparecer na sessão e pede que a análise seja transferida para a próxima reunião do colegiado. Como as sessões da Segunda Turma têm sido quinzenais, caso o pedido seja aceito, o julgamento será jogado para o próximo dia 14.

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A data foi definida pelo ministro Kassio Nunes Marques, presidente da Segunda Turma, na semana passada. O impasse é sobre qual instância deveria julgar as acusações contra Flávio, que foi denunciado por peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro enquanto era deputado estadual no Rio de Janeiro.

A decisão que garantiu foro especial a Flávio e transferiu o inquérito das rachadinhas para segunda instância foi tomada em junho do ano passado pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. Na Segunda Turma, o pano de fundo da discussão será a tese dos 'mandatos cruzados', usada pela defesa do senador no caso, pela qual um político pode manter o foro privilegiado do cargo antigo após assumir um novo posto.

Embora o STF já tenha restringido o foro privilegiado a políticos para os crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo, os ministros ainda precisam definir o que internamente tem sido chamado de ‘pontas soltas’ da decisão, tomada em 2018. Uma delas diz respeito justamente à situação de parlamentar que deixa de ocupar o cargo e, na sequência, assume outro.

Denunciado em novembro do ano passado, Flávio Bolsonaro é acusado pelo Ministério Público do Rio de comandar um suposto esquema de desvio de salário de funcionários que trabalhavam em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Estado durante os mandatos como deputado estadual.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu nesta terça-feira (25) a tramitação da denúncia que corre no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), o ex-assessor Fabrício Queiroz e outras 15 pessoas investigadas no caso das “rachadinhas”, ligado a uma espécie de comissão retirada do salário dos assessorados para garantia do cargo e cuja quantia seria direcionada ao filho do presidente, quando ainda era deputado estadual.

A decisão é do ministro João Otávio de Noronha e atendeu a um pedido da defesa de Queiroz, apontado como operador do esquema. A suspensão está relacionada com a decisão da 5ª Turma do STJ, que, em fevereiro deste ano, anulou a quebra de sigilo bancário de Flávio e outras 100 pessoas.

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Em novembro de 2020, o Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou Flávio Bolsonaro, Queiroz e outras 15 pessoas por organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita no esquema que supostamente funcionava no gabinete do parlamentar.

A defesa de Queiroz alegava que a denúncia apresentada pelo Ministério Público teve como base os dados da quebra de sigilo que foi invalidada pela maioria dos ministros do colegiado do STJ. A medida permitiu colher informações que serviram como base para a autorização de outras diligências relevantes para o caso.

No julgamento de fevereiro, a 5ª Turma considerou que faltou fundamentação na decisão do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, que autorizou as quebras. Os votos favoráveis a Flávio partiram dos ministros João Otávio Noronha, Reinaldo Soares da Fonseca, Ribeiro Dantas e Joel Ilan Parcionik. Os quatro divergiram do ministro Félix Fischer, relator do caso, que optou por negar o pedido da defesa e foi vencido pelos colegas do colegiado.

O ministro Jorge Mussi, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou mais um pedido do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) para interromper o inquérito das rachadinhas.

O filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro acionou a Corte depois que o Tribunal de Justiça do Rio autorizou o seguimento do processo. O argumento é que o próprio STJ anulou a quebra do sigilo do senador, medida que subsidiou a denúncia oferecida contra ele, o que segundo sua defesa coloca em xeque todo o caso.

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Em sua decisão, Mussi disse que o recurso foi enviado fora do prazo. Isso porque a defesa apresentou o pedido em um processo já encerrado no STJ.

"O presente pedido foi apresentado após o trânsito em julgado. Eventual descumprimento do acórdão proferido nestes autos deve ser impugnado pelos meios processuais adequados, mediante o ajuizamento de reclamação constitucional ou a impetração de habeas corpus. Assim, diante do exaurimento da prestação jurisdicional por esta Corte Superior de Justiça, nada há a prover", escreveu.

Denunciado em novembro do ano passado pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e organização criminosa, Flávio Bolsonaro é acusado pelo Ministério Público do Rio de comandar um esquema de desvio de salário de funcionários que trabalhavam em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Estado durante os mandatos como deputado estadual.

O caso voltou a andar depois que o MP pediu à Justiça do Rio a validação das provas que não têm relação direta com a quebra de sigilo anulada pelo STJ, o que na prática garantiu sobrevida à denúncia, embora mais enfraquecida.

Os filhos do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usaram as redes sociais, nesta terça-feira (17), para proferir críticas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

As falas do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) acontecem após o corregedor-geral do TSE, Luis Felipe Salomão, acolher o pedido da Polícia Federal (PF) e determinar o bloqueio de repasses de dinheiro de redes sociais para canais bolsonaristas investigados por propagação de informações falsas sobre o processo eleitoral brasileiro.

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Em seu Twitter, Flávio Bolsonaro acusou o TSE de censurar pessoas “que vivem de dar suas opiniões”. “Ao invés de o TSE trabalhar para que o mais humilde brasileiro tenha certeza de que seu voto [sic] mesmo para seu representante, parte para a censura contra pessoas que vivem de dar suas opiniões. Sombrio”, publicou.

Já Eduardo Bolsonaro chamou de mais um “passo da ditadura” a  decisão que busca frear o disparo em massa de notícias falsas.  “Mais um passo da ditadura. Em decisão monocrática corregedor do TSE determina a desmonetização dos canais e que eles sumam das ferramentas de buscas”, disse.

Ainda na manhã desta terça, Carlos Bolsonaro tuitou o significado da palavra censura em seu perfil. Os internautas rebateram, acusando a família Bolsonaro de não ser transparente. “Fala pro seu papai liberar os dados que ele colocou em sigilo por 100 anos, aí você volta com esse assunto. Até lá, você não tem moral alguma pra falar sobre isso”, respondeu um dos perfis.

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O procurador-geral da República Augusto Aras enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal contra o pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) para arquivar as investigações sobre o esquema de 'rachadinha' que o filho 01 do presidente é acusado de ter liderado à época em que ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio. No documento, o PGR disse não ver as ilegalidades e o constrangimento ilegal alegados pelo advogado de Flávio, Frederick Wassef.

O parecer foi encaminhado ao gabinete do ministro Gilmar Mendes na última quinta-feira, 5, no âmbito de habeas corpus impetrado por Wassef em maio. O caso corre sob sigilo no STF.

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O processo foi apresentado à corte máxima dois meses depois de o Superior Tribunal de Justiça negar dois recursos da defesa de Flávio, um deles sobre o compartilhamento de informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) com o Ministério Público do Rio no caso das "rachadinhas".

Os relatórios revelados pelo Estadão apontaram movimentação atípica de R$ 1,2 milhão do ex-assessor Fabrício Queiroz e foram o ponto de partida das investigações, que já resultaram em uma primeira denúncia apresentada no caso. Segundo o MP fluminense, a organização criminosa 'comandada' por Flávio desviou R$ 6,1 milhões dos cofres da Alerj.

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