Após estar desaparecida desde o último dia 5, uma adolescente de 13 anos foi encontrada pela Polícia Civil na manhã da última quinta-feira (11). A jovem havia fugido de casa porque sentia que os pais não lhe davam liberdade.
A adolescente é moradora do bairro de Pontezinha, no município do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Segundo o delegado Alberes Félix, responsável pelas investigações, a fuga foi premeditada. A garota colocou uma peça de roupas na mochila e, após a mãe deixá-la na escola, saiu e pegou um ônibus.
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Um amigo da adolescente, de 20 anos, que ela conheceu pelo Facebook, a levou para sua casa, em um sítio do município de Ipojuca, na RMR. “A mãe do rapaz queria trazê-la de volta, mas ela pediu por tudo que não e também não disse onde morava”, conta o delegado.
Para descobrir o paradeiro da adolescente, os policiais acompanharam as conversas dela com as amigas no WhatsApp. Nas mensagens enviadas, a estudante dizia estar em várias localidades diferentes, o que fez com que policiais fizessem diligências em diferentes lugares. Moradores de Pontezinha chegaram a fazer um protesto pelo desaparecimento da adolescente, visto na imprensa pela mãe do amigo dela, que então procurou a polícia.
Após ser entregue aos policiais, a jovem pediu para não voltar para casa e se recusou a cumprimentar os pais. “Ela diz que sofre maus tratos, que os pais forçam ela ir à igreja, que não deixam sair, nem namorar. Uma vez, um menino deu um selinho nela e a mãe bateu dela por causa disso”, relata Alberes. De acordo com o delegado, os pais desmentem os maus tratos, dizendo se preocuparem com a segurança da filha.
Por causa do impasse, a garota foi entregue ao conselho tutelar. Sobre o rapaz que abrigou a jovem, a polícia até o momento não vê crime. “Eu vejo boa fé. Ele a abrigou porque ela falava dos maus tratos”, analisa o diretor integrado metropolitano da Polícia Civil, Joselito Amaral. Segundo o diretor, análise preliminar não encontrou indícios de violência sexual na jovem. As investigações continuam para esclarecer as questões dos maus tratos e até um possível cárcere privado.
O destino da adolescente seria definido nesta manhã em audiência do conselho tutelar com o Ministério Público e o Judiciário. O juiz da Vara da Infância e da Juventude não estava na localidade e a previsão é que a audiência aconteça só na próxima segunda-feira (15). Até lá, ela segue aos cuidados do conselho tutelar.