O promotor da Vara de Execuções Penais de Pernambuco Marcellus Ugiette vai solicitar formalmente que o Estado planeje a desativação do Complexo do Curado. O pedido acontece após a fuga em massa do último sábado (23) na unidade prisional, que resultou em 40 detentos fugidos e dois mortos – segundo a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), 39 já foram recapturados.
Para o promotor Marcellus Ugiette, o Governo do Estado vem investindo em medidas paliativas, como remendar o muro por onde os detentos escaparam, o que não tem surtido efeito. “Chegamos ao limite. Interditar o Complexo do Curado não é para hoje ou amanhã, mas deve ser uma providência imediata, não tem outra medida”, explica.
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A sugestão do promotor é investir em prisões de menor capacidade, para que haja um maior controle do Estado. “Precisamos de um modelo inteligente, em que o Estado consiga tomar conta, sem que haja a presença do chaveiro [detento que toma conta dos pavilhões] ou da pessoa que trafica drogas lá dentro”, opina.
Além da interdição do Complexo do Curado, Ugiette reforça que é o momento de pensar em uma nova filosofia. “Chega dessa política do encarceramento. Eu sugiro a implementação das penas alternativas e o desencarceramento responsável”. Ugiette se refere ao projeto do promotor de Justiça Criminal André Silvani, que visa a utilização da tecnologia, como tornozeleira eletrônica, para ampliar as medidas alternativas e desafogar os presídios.
Fugas – Segundo informações da Seres, 40 presos fugiram do Complexo do Curado no sábado (23) através de um buraco feito no muro do presídio. Desses, apenas um segue foragido.
Na quarta-feira (20), 53 detentos conseguiram escapar da Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Até sábado, a Polícia Militar havia confirmado a recaptura de 14 pessoas. Homens também foram detidos suspeitos de terem contribuído para a fuga, atirando do lado de fora contra as guaritas.