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O papa Francisco se reúne neste sábado (4) com deslocados internos do Sudão do Sul, depois de exortar os líderes a dar um "novo salto" aos esforços de paz neste empobrecido país africano devastado por lutas pelo poder.

Acompanhado por líderes das Igrejas da Inglaterra e da Escócia, representantes das outras duas confissões cristãs do Estado mais jovem do mundo, o pontífice destacou em discurso às autoridades de Juba, a capital, que o caminho "tortuoso " da paz não pode mais ser adiado.

Este país de 12 milhões de habitantes, de maioria católica, conquistou em 2011 a independência do Sudão, de maioria muçulmana, após décadas de conflito. De 2013 a 2018, uma guerra civil entre apoiadores dos líderes Salva Kiir e Riek Machar deixou 380.000 mortos.

Apesar de um acordo de paz assinado em 2018, a violência persiste e o país registrou 2,2 milhões de deslocados em dezembro, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha).

O papa argentino, muito empenhado na defesa dos migrantes, se reunirá com alguns deles na tarde deste sábado.

O papa chegou em uma cadeira de rodas e em meio a canções à Catedral de Santa Teresa pela manhã.

Cerca de 4.000 pessoas, segundo as autoridades, reuniram-se desde cedo para esperar o sumo pontífice no pátio da catedral, muitas delas agitando bandeiras nacionais, em clima de festa.

"Viemos aqui para receber suas bênçãos. É tudo uma questão de paz. O papa Francisco não pode nem andar, mas vem encorajar nossos líderes", disse à AFP John Makuei, 24 anos, que chegou antes do amanhecer para não perder esse "dia histórico".

"Estou muito feliz", disse Adongpiny Harriet, 36 anos, enxugando o suor da testa depois de dançar em frente à catedral. "Esta é a primeira vez que vejo o papa em meu país. Me sinto muito privilegiada!"

No final do dia, o papa fará seu terceiro e último discurso do dia durante uma oração ecumênica. Ao seu lado estarão o Arcebispo de Canterbury, Justin Welby, chefe espiritual da Igreja Anglicana, e Iain Greenshields, a personalidade mais importante da Igreja da Escócia.

- "Basta de destruição" -

Na sexta-feira, o santo padre exortou as autoridades deste país de 60 grupos étnicos, atormentado pela fome e pela miséria, a tomar medidas concretas.

"As gerações futuras honrarão ou apagarão a memória dos vossos nomes com base naquilo que agora fizerdes", advertiu Francisco às autoridades.

"Basta de sangue derramado, basta de conflitos, basta de violências e recíprocas acusações sobre quem as comete, basta de deixar à míngua de paz este povo dela sedento. Basta de destruição, é a hora de construir", clamou Francisco.

A Igreja Católica preenche um vazio em áreas sem serviços governamentais e onde os trabalhadores humanitários costumam ser vítimas de ataques ou mortos violentamente.

A ONG Human Rights Watch pediu aos líderes religiosos que pressionem dirigentes do Sudão do Sul a "resolverem a atual crise de direitos humanos do país e a impunidade generalizada".

"A visita do papa chega em um momento oportuno (...) Pedimos aos líderes e ao povo do Sudão do Sul que atendam a seu apelo por paz e estabilidade duradouras", tuitou Workneh Gebeyehu, secretário-executivo da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD).

Após seu encontro com o papa, o presidente Salva Kiir anunciou um decreto para o indulto de 71 presos, 36 deles condenados à morte, mas sem dar mais detalhes.

"Quando pousou em Juba, todos nos sentimos abençoados. Sua presença nos trará uma paz duradoura", disse Gladys Mananyu, 62 anos, depois de ver o papamóvel passar.

Em 2019, um ano após a assinatura do acordo de paz, Francisco recebeu os dois inimigos, Salva Kiir e Riek Mashar, no Vaticano e se ajoelhou para beijar-lhes os pés, suplicando que fizessem as pazes.

O Sudão do Sul é a segunda e última etapa desta terceira viagem de Francisco pela África subsaariana.

A jornada começou na terça-feira na República Democrática do Congo (RDC), onde condenou as ações de grupos armados durante décadas, que deixaram centenas de milhares de mortos e milhões de deslocados.

Esta viagem deveria ter sido realizada em julho de 2022, mas foi adiada por problemas no joelho de Francisco.

O papa Francisco viaja nesta sexta-feira (3) da República Democrática do Congo (RDC), após uma visita marcada pelos apelos à paz, para o Sudão do Sul, outro país africano muito afetado pela violência.

Em Kinshasa, capital do país com o maior número de católicos na África, o pontífice argentino condenou o conflito no leste da RDC, pediu aos governantes que lutem contra a corrupção e fez um apelo aos jovens para que se envolvam no futuro da nação.

Antes do fim da visita ao país, Francisco fará um discurso para os bispos.

Em seguida ele fará uma "peregrinação da paz" no Sudão do Sul, país mais jovem do mundo (conquistou a independência em 2011), de maioria cristã, que está entre os mais pobres do planeta e sofre com a devastação provocada por uma guerra civil.

Em Juba, o papa, de 86 anos, será acompanhado pelos líderes das Igrejas da Inglaterra e da Escócia, representantes das outras duas confissões cristãs deste país de 12 milhões de habitantes.

Os três líderes religiosos se envolveram pessoalmente no processo de paz - os dirigentes políticos, no entanto, ignoraram os apelos à reconciliação.

Depois de décadas de luta com o Sudão, e dois anos após sua independência, o país iniciou em 2013 uma guerra civil de cinco entre os grupos de Salva Kiir (atual presidente do país) e Riek Mashar (atual primeiro vice-presidente).

Quase 380.000 pessoas morreram no conflito, que deixou milhões de deslocados e uma economia em ruínas.

Apesar do acordo de paz de 2018, a violência prossegue, estimulada pelas elites políticas.

A Igreja preenche um vazio em áreas sem serviços governamentais e onde os trabalhadores humanitários são vítimas frequentes de ataques violentos.

Em 2019, Francisco recebeu os dois inimigos no Vaticano, se ajoelhou e suplicou pela paz.

O pontífice deve chegar ao país às 15H00 (10 de Brasília) e fará uma visita de cortesia ao presidente e aos vice-presidentes. Também fará um discurso no palácio presidencial.

No sábado, ele se reunirá com religiosos católicos e deslocados internos para uma oração ecumênica. No domingo celebrará uma missa.

Centenas de pessoas viajaram a Juba de outras partes do país.

Quase 60 jovens caminharam 400 quilômetros até a capital para divulgar uma mensagem de unidade, em um país com mais de 60 grupos étnicos.

Quase 5.000 policiais e soldados foram mobilizados para a visita e esta sexta-feira foi declarado feriado nacional.

Até o momento a viagem do papa foi marcada pelo apelo de Francisco pelo fim das "cruéis atrocidades" no leste da República Democrática do Congo, assim como da corrupção.

Na terça-feira, primeiro dia da visita, ele criticou o "colonialismo econômico", que impede a RDC "de "aproveitar de modo suficiente de seus imensos recursos naturais".

Esta é 40ª viagem internacional de Francisco desde que foi eleito papa em 2013 e a terceira para a África subsaariana.

O papa Francisco visitará a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul de 2 a 7 de julho, anunciou nesta quinta-feira o Vaticano.

"Em resposta ao convite dos chefes de Estado e das respectivas Conferências Episcopais, o papa Francisco fará em breve uma viagem apostólica à República Democrática do Congo de 2 a 5 de julho, durante a qual visitará as cidades de Kinshasa e Goma. Depois visitará o Sudão do Sul, de 5 a 7 de julho, para seguir até Juba", anunciou em um comunicado o diretor de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

Esta será uma viagem delicada, a países africanos que estiveram envolvidos em violentas guerras civis que provocaram muitas vítimas e deslocados.

Em novembro de 2017, Francisco celebrou uma missa na basílica de São Pedro que começou com cantos em suaíli pela paz nestes dois países, que o pontífice deveria ter visitado na ocasião, uma viagem adiada em consequência da guerra civil.

A RDC, um país de quase 90 milhões de habitantes, tem 40% de católicos e 35% de protestantes, além de outras igrejas cristãs.

A última visita de um pontífice a Kinshasa aconteceu em 1985, quando João Paulo II permaneceu dois dias no país, que na época ainda era chamado Zaire e era governado por Mobutu Sese Seko.

A viagem ao continente africano será a segunda do papa argentino, de 85 anos, ao exterior em 2022, depois de sua visita a Malta prevista para 2 e 3 de abril.

Pelo menos dez pessoas morreram na terça-feira (2) em um acidente de avião comercial em Pieri, no Estado de Jonglei, no Sudão do Sul, informou o governador por meio de comunicado. "Foi com espanto e horror que soube da notícia do acidente do avião (HK-4274) da companhia aérea South Supreme Airlines, ocorrido hoje (ontem, terça), 2 de março de 2021, por volta das 17h05", disse Denay Jock Chagor.

"Dez pessoas, incluindo os dois pilotos, perderam a vida. Nossas orações vão para suas famílias e entes queridos", acrescentou. O comunicado explica que a queda da aeronave ocorreu na pista de pouso de Pieri, pequeno município localizado no leste do país. Não há informações sobre o que provocou o acidente.

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A agência AFP não conseguiu confirmar o número exato de passageiros que estavam no avião. A empresa indicou, por sua vez, que alguns relatórios mencionam "10 pessoas, outras 11 e outras 24", mas afirma que "todas morreram".

A aeronave acidentada era um Antonov. As autoridades de aviação do país afirmam que foi enviada uma equipe de investigação para a "averiguar as causas do acidente".

Outras ocorrências

Em 2017, um avião da South Supreme Airlines pegou fogo ao pousar no Estado de Wau, no noroeste do país. Trinta e sete passageiros ficaram feridos, mas todos sobreviveram. O Sudão do Sul é um dos países menos desenvolvidos do mundo. Dois anos após sua independência em 2011, alcançada após um conflito sangrento, o país viveu uma guerra civil mortal - com cerca de 380 mil vítimas - que terminou oficialmente em fevereiro de 2020 com a criação de um governo de unidade nacional. (Com agências internacionais).

Após 17 anos de conflitos na República do Sudão do Sul, no continente africano, um acordo de paz foi assinado entre governantes e rebeldes do país. A resolução, homologada na capital Juba foi viabilizada pelas autoridades do Sudão. Em 2019, a coalizão que comanda o país vizinho depôs o então presidente Omar Al-Bashir e atuou junto à Frente Revolucionária Sudanesa (FRS) para pacificar a zona de combate sulista.

O acerto teve o aval de diplomatas de países da região, considerada uma das mais conflituosas do planeta. Na assinatura do acordo, representantes de Cartum, capital do Sudão, membros do governo de transição sul-sudanesa, além dos movimentos rebeldes e lideranças de territórios como Chade, Catar, Egito, da União Africana e da Organização das Nações Unidas (ONU), participaram da cerimônia em Juba.

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Segundo o acordo, que havia sido celebrado no fim de agosto, os grupos armados deixarão de existir e todos os membros passam a fazer parte das Forças Armadas do país. Ainda conforme o documento, o exército deve se reorganizar para representar todo o povo sudanês. O acerto também vai tratar de assuntos como propriedade da terra e assegurar o retorno de cidadãos refugiados ou expulsos por questões políticas.

Paz e recuperação da economia

Marcado por diversidades étnicas e religiosas, os conflitos são resquícios das três décadas em que Al-Bashir ficou à frente do governo sudanês. De acordo com o atual governo de Cartum, a paz com os rebeldes era ponto fundamental para que a economia dos dois países se recupere. A separação do Sudão do Sul deixou o vizinho sem 75% da produção de petróleo. Além da baixa, os Estados Unidos ainda inseriram a nação em uma lista de territórios que financiam ações terroristas.

A missão da Organização das Nações Unidas no Sudão do Sul denunciou neste domingo (2) que cerca de 125 mulheres e meninas foram estupradas nos últimos dias em uma região controlada pelas tropas do governo no Estado de Unity, no norte do país.

Os estupros ocorreram ao longo de dez dias e tiveram como alvo mulheres que viajavam a pé para a cidade de Bentiu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Um grupo de 46 policiais de Gana das forças de paz da ONU foi expulso de sua base no noroeste do Sudão do Sul, após acusações de abuso sexual contra refugiadas, informou um porta-voz da ONU nesta segunda-feira (26).

Os 46 policiais foram confinados no sábado em quartéis de Juba, após uma investigação preliminar determinar que ganenses "participaram de atividades sexuais com mulheres", revelou o porta-voz da ONU Stéphane Dujarric.

"A informação recebida indica que alguns membros da unidade policial supostamente participaram de transações sexuais".

A missão de manutenção da paz no Sudão do Sul tem "tolerância zero, sem desculpas, com a exploração e o abuso sexual".

Gana coopera com as Nações Unidas para realizar uma exaustiva investigação da denúncia, realizada no dia 8 de fevereiro, acrescentou o porta-voz.

As Nações Unidas têm 7 mil militares e 900 policiais em sua missão no Sudão do Sul, e cerca de 200 mil sudaneses estão refugiados em centros da ONU protegidos pelas forças de paz da organização.

Quinze crianças morreram após receberem uma vacina contaminada em uma região isolada do sudeste do Sudão do Sul, país em guerra desde o final de 2013, anunciou nesta sexta-feira o ministro da Saúde.

"A equipe de vacinação não respeitou as normas de segurança aprovadas pela Organização Mundial de Saúde", declarou o ministro Riek Gai Kok em coletiva, que denunciou a utilização de somente uma seringa durante a campanha contra o sarampo, que durou quatro dias.

Na manhã desta segunda-feira (20) foi registrado mais um acidente aéreo. Desta vez, com uma aeronave da South Supreme Arilines, uma Fokker F50, no Sudão do Sul. 

Segundo informações preliminares, o avião se encontra no aeroporto de Wau, mas ainda não há confirmação se ele pegou fogo após a decolagem ou em solo. Imagens mostram pessoas na pista de pouso e o avião em cinzas ao fundo. Quanto aos passageiros, foi informado que estavam a bordo 44 pessoas, no entanto, não há relato de mortos, mas cerca de 17 pessoas ficaram feridas.

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O Papa Francisco pediu nesta quarta-feira (22) ajuda urgente e concreta para o Sudão do Sul, que enfrenta uma situação de fome que ameaça quase metade dos 11 milhões de habitantes daquele país africano.

"Neste momento, é mais do que nunca necessário o compromisso de todos e não se conformar com declarações, e sim colocar em andamento gestos concretos de ajuda alimentar e permitir que possa alcançar as populações que sofrem", afirmou o papa ao final de sua audiência-geral na Praça de São Pedro.

O governo do Sudão do Sul declarou pela primeira vez várias zonas do país em situação de fome causada pelo homem.

Várias áreas do estado de Unidade, no norte do país, estão em situação de "fome ou risco de fome", provocada pela guerra que atinge o Sudão do Sul há mais de três anos, declarou à imprensa Isaiah Chol Aruai, presidente do Gabinete Nacional de Estatísticas do Sudão do Sul.

A declaração se baseia na escala CIF, a mais utilizada para classificar a segurança alimentar.

Três organizações da ONU - o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e Programa Alimentar Mundial (PMA) - indicaram que os 100.000 sul-sudaneses de Unidade são vítimas da fome, o nível mais alto na escala IPC.

A intensificação dos combates levou mais de 185.000 pessoas a fugir do Sudão do Sul desde julho, o que eleva a mais de um milhão o número de refugiados deste jovem país africano, indicou a ONU nesta sexta-feira.

"O número de refugiados sul-sudaneses acolhidos em países vizinhos superou nesta semana a marca do milhão", disse em um comunicado a Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), afirmando que outros 1,6 milhão de cidadãos estão deslocados dentro do país.

O ex-vice-presidente e líder da oposição do Sudão do Sul, Riek Machar, fugiu do país na sequência do que um porta-voz diz ser uma tentativa de assassinato por forças leais a seu rival de longa data, o presidente Salva Kiir.

Machar chegou à República Democrática do Congo ontem, de acordo com Lambert Mende, o ministro de Informação do país. Os assessores de Machar disseram que ele pretende ficar no Congo por uns dias antes de se dirigir para a Etiópia.

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Hoje, a Organização das Nações Unidas (ONU) disse que sua missão congolesa, conhecida como Monusco, transferiu Machar para o Congo, uma vez que ele fez seu caminho para a fronteira com o Sudão do Sul.

"Nós podemos confirmar que uma operação foi conduzida pela Monusco para facilitar a retirada de Riek Machar, sua esposa, e dez outras pessoas de um local no Congo, em apoio às autoridades de país. Riek Machar foi entregue às autoridades do Congo. Não estamos em condições de confirmar sua localização", disse um porta-voz da ONU.

A partida do ex-vice-presidente acontece semanas depois do colapso de um acordo de partilha de poder com o intuito de acalmar uma disputa entre ele e Kiir - uma briga que tem afundado o Sudão o Sul em conflito quase que constante desde a independência do país, em 2011. Fonte: Dow Jones Newswires.

Uma facção da oposição armada do Sudão do Sul anunciou neste sábado (23) que substituiu seu líder, Riek Machar, que é também o primeiro vice-presidente do país. A decisão pode aumentar a instabilidade no Sudão do Sul, cuja capital, Juba, registrou violentos confrontes neste mês.

Machar, que liderou uma rebelião contra o presidente Salva Kiir em dezembro de 2013 mas assinou um acordo de paz no ano passado, será substituído por Taban Deng como vice-presidente. Deng tinha atuado como principal negociador dos rebeldes durante as conversações de paz.

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Segundo o chefe de gabinete de Machar, Ezekiel Lol Gatkuoth, Deng deve permanecer no posto até Machar retornar à capital. Machar fugiu de Juba neste mês após as forças de Kiir bombardearem sua casa, durante os confrontos na capital que deixaram centenas de mortos. O presidente deu prazo até este sábado para que ele volte a Juba.

Nyarji Roman, um porta-voz de Machar que também está escondido, disse que sua substituição é uma "conspiração" e que Deng teria sido demitido na sexta-feira por manter negociações unilaterais com Kiir. Deng também é contrário ao envio de uma força da União Africana para Juba, algo defendido por Machar. Apoiadores de Machar não podem retornar com segurança a Juba a menos que uma força externa esteja presente na cidade.

Um porta-voz do governo, Michael Makuei, disse que Kiir não vê problemas na decisão da oposição de substituir Machar. Deng liderou uma equipe da oposição que retornou a Juba após o acordo de paz, abrindo caminho para que Machar reassumisse seu posto de vice-presidente de Kiir em abril, em um governo de união nacional.

No entanto, divergências dentro da oposição levaram à atual ruptura. Há também forte oposição à figura de Deng entre grupos que lutaram ao lado de Kiir durante a guerra civil. Fonte: Associated Press.

Soldados levaram vários corpos para um hospital em Juba, capital do Sudão do Sul, após violentos confrontos na sexta-feira à noite entre facções rivais do exército, disse um médico neste sábado. Segundo ele, o número total de mortos não estava disponível porque os soldados não estavam permitindo que os médicos examinassem os corpos. Outro médico estimou o número de mortos em 110, entre soldados e civis.

A troca de tiros começou do lado de fora do complexo presidencial, enquanto o presidente Salva Kiir se reunia com o primeiro vice-presidente e ex-líder rebelde Riek Machar, e o confronto logo se espalhou pela cidade. Os ex-rivais emitiram um comunicado conjunto pedindo calma à população.

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Também houve troca de tiros perto de uma base da Organização das Nações Unidas (ONU) que abriga mais de 25 mil pessoas. Budbud Chol, responsável pela segurança de uma clínica dentro da base, disse que recebeu cerca de 40 pessoas com ferimentos de tiros, quase todos homens. Segundo ele, muitos foram atingidos no fogo cruzado do lado de fora da base.

Neste sábado, quinto aniversário da independência do Sudão do Sul, as ruas da capital pareciam calmas, segundo moradores. O ministro de Defesa do país, Kuol Manyang Juuk, disse que a situação está relativamente tranquila, de acordo com uma postagem da missão da ONU no tweeter.

"Os líderes do governo estão tentando restabelecer a calma. No entanto, ainda não tiveram sucesso. Um grande número de soldados continua nas ruas", disse em sua página no Facebook a embaixada dos EUA em Juba.

Algumas entidades como o Fundo Monetário Internacional (FMI) estavam retirando seus funcionários do país. O escritório do FMI foi transferido temporariamente para Nairóbi, no Quênia, disse Philippe Egoume Bossogo, chefe do escritório do Fundo no Sudão do Sul.

A maior parte do corpo diplomático em Juba buscou abrigo no complexo da União Europeia, e a chefe da missão da ONU estava na embaixada americana, disse a porta-voz da missão da ONU, Shantal Persaud. Fonte: Associated Press.

Grupos armados mataram mais de 140 civis em uma área próxima da fronteira da Etiópia com o Sudão do Sul, informaram autoridades da Etiópia. Os ataques vieram do Sudão do Sul entre os mortos estão mulheres e crianças, afirmou o ministro das Comunicações da Etiópia, Getachew Reda.

"As forças de defesa de nosso país estão perseguindo os criminosos", afirmou Reda, acrescentando que não há relação entre os ataques e o governo do Sudão do Sul ou com os rebeldes do país. "Nossas forças de defesa mataram 60 das pessoas que realizaram os ataques até agora", disse ele. Oficiais de defesa podem atravessar a fronteira com o Sudão do Sul para perseguir os criminosos, afirmou o ministro.

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O ataque aconteceu na sexta-feira na província de Jakawa, na região de Gambella, e os autores eram membros da tribo murle, do Sudão do Sul. Crianças foram sequestradas, mas ainda não se sabe o número. Os ataques mais recentes são maiores que os anteriores, segundo o ministro das Comunicações da Etiópia. Essa região abriga milhares de refugiados do Sudão do Sul, que fogem da guerra que assola o seu país desde dezembro de 2013. Fonte: Associated Press.

Um relatório da ONU descrevendo crimes como crianças e deficientes sendo queimados vivos e permissão para que combatentes estuprem mulheres como forma de pagamento do governo mostram que o Sudão do Sul está enfrentando "uma das mais horrendas situações de direitos humanos do mundo", afirmou Zeid Raad al-Hussein, chefe de direitos humanos da organização.

Zeid lamentou que a crise no país que tem apenas cinco anos venha sendo negligenciada pela comunidade internacional. Seu escritório afirmou que os ataques contra civis, os desaparecimentos forçados, os estupros e outras violações podem configurar crimes de guerra e contra a humanidade.

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O relatório da ONU foi feito por uma equipe enviada para o Sudão do Sul entre outubro e janeiro e diz que "atores do Estado" têm a maior responsabilidade pelos crimes. Zeid recomenda que o Conselho de Segurança da ONU considere uma ampliação das sanções já impostas ao país com um "embargo abrangente a armas" e considere levar o caso para o Tribunal Criminal Internacional se outras vias judiciais falharem.

Em detalhes, o relatório cita casos de pais sendo forçados a ver seus filhos sendo estuprados e diz que investigadores receberam informações de que algumas milícias armadas filiadas ao governo "invadiram propriedades, roubaram pertences pessoais, estupraram e sequestraram mulheres e meninas" como um tipo de pagamento.

"A quantidade de ataques e estupros coletivos descrita no relatório deve ser apenas uma pequena parte do verdadeiro total", disse Zeid.

Segundo a ONU, a situação dos direitos humanos "se deteriorou dramaticamente" desde que o Sudão do Sul entrou em guerra civil, em dezembro de 2013. A crise foi gerada pela derrubada do presidente Salva Kiir e seu vice, Riek Machar, que gerou uma rebelião armada. Milhares de pessoas morreram e pelo menos 2 milhões tiveram de fugir de casa.

O relatório observa que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em maio de 2014 já havia apontado razão para considerar crimes contra a humanidade o que acontecia no Sudão do Sul. Recomendações de relatórios anteriores para o Conselho de Direitos Humanos da ONU, porém, "permanecem amplamente não implementadas". Fonte: Associated Press.

A Anistia Internacional criticou a decisão de soldados pró-governo do Sudão do Sul de deixar, em outubro de 2015, mais de 60 homens e crianças morrerem asfixiados em um contêiner sob sol forte, e comparou o ato a um crime de guerra.

No relatório que será publicado nesta sexta-feira, a ONG relembra do ocorrido no prédio de uma igreja católica em Leer, no estado de Unidade, e pede que os soldados envolvidos sejam julgados pela Justiça.

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O crime foi mencionado pela primeira vez pela Comissão de Vigilância e Avaliação do acordo concluído em 26 de agosto passado entre o chefe de Estado, Salva Kiir, e o da rebelião, Riek Machar, outrora aliados, para pôr fim à guerra civil deflagrada em dezembro de 2013 no jovem país.

O documento se baseia nos depoimentos de 23 pessoas que viram as vítimas sendo levadas à força para o interior do contêiner, de mãos atadas. Depois, viram alguns cadáveres sendo retiradas.

"As testemunhas descreveram a situação e disseram ter ouvido as pessoas presas chorarem e gritarem angustiadas, assim como bater nas paredes do contêiner de carga, no qual não havia qualquer entrada de ventilação", segundo a AI.

"Dizem também que as autoridades civis e militares tinham conhecimento de que os detentos estavam angustiados e morrendo, mas que não fizeram nada para ajudá-los", completa o documento.

No Sudão do Sul, os contêineres metálicos de carga são utilizados, frequentemente, como celas improvisadas. No estado da Unidade, as temperaturas costumam passar dos 40ºC durante o dia.

Cerca de 16.000 crianças foram recrutadas à força este ano por diferentes partidos em conflitos no Sudão do Sul, denunciou o Unicef nesta sexta-feira.

"A situação das crianças continua sendo grave. Apesar da assinatura de um acordo de paz em agosto, há poucos sinais de melhora. Continuam ocorrendo em todo o país graves violações dos direitos das crianças, incluindo assassinatos, sequestros e violências sexuais", declarou um porta-voz da Unicef, Christophe Boulierac.

Estas crianças são usadas para participar em combates e também exercer funções de carregadores e mensageiros enviados a zonas extremamente perigosas.

As meninas, por sua vez, são usadas para fins sexuais e casamentos forçados.

O Sudão do sul proclamou sua independência em julho de 2011, para depois mergulhar em uma guerra político-étnica, nutrida por rivalidades entre o chefe da rebelião, Riek Machar, ex-vice-presidente, eo atual chefe de Estado, Salva Kiir.

Mesmo com um acordo de paz assinado em 26 de agosto, os combates não cessaram.

Um avião de carga que decolou da capital do Sudão do Sul, Juba, caiu em uma região de barragem do rio Nilo, em um acidente que matou pelo menos 25 pessoas, segundo fontes do governo e testemunhas. Partes do avião foram lançadas contra uma área onde há algumas casas, no lado leste do Nilo.

Uma testemunha no local, Bashir Yashin, disse que aparentemente o avião cairia em uma área onde há um mercado, antes de o piloto mudar a rota. Outra testemunha, Angelo Kenyi, disse que uma criança, que não parecia ter mais de 1 ano, e uma senhora idosa foram retirados da fuselagem.

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O porta-voz presidencial Ateny Wek Ateny disse que o avião seguiria para os campos de petróleo Paloch, no Estado do Alto Nilo. Rebeldes e forças do governo têm lutado pelo controle do Estado. Juba, a capital, não tem sido palco de ataques recentes.

O avião Antonov, construído na União Soviética em 1971, caiu pouco após decolar. Não estava claro se parte das vítimas estava em terra no momento do acidente.

Os aviões continuavam a chegar e partir do aeroporto em Juba. Muitas áreas do Sudão do Sul, que se tornou uma nação independente em 2011, tem sido atingidas pela violência desde dezembro de 2013, com as forças do governo do presidente Salva Kiir enfrentando rebeldes liderados por seu ex-vice, Riek Machar. Os confrontos persistem apesar de um acordo de paz fechado em agosto. Fonte: Associated Press.

O primeiro compromisso da seleção do Sudão do Sul em uma edição das Eliminatórias Africanas para a Copa do Mundo de 2018 não chegou ao fim. Nesta quarta-feira (7), na capital Juba, o duelo contra a Mauritânia precisou ser paralisado após apenas dez minutos do seu início em razão da forte chuva.

Até então, Sudão do Sul e Mauritânia empatavam por 1 a 1. Os visitantes haviam aberto o placar aos três minutos, com o gol de Bagili, mas o time da casa igualou o placar logo depois, aos cinco, com Abui Pretino. De acordo com a Fifa, o confronto será retomado nesta quinta-feira.

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Mais novo país do mundo, atualmente envolvido em guerra civil, o Sudão do Sul participa das fase classificatória para a Copa do Mundo de 2018 depois de ser admitido como membro da Fifa em 2012. Também nesta terça-feira, a Tanzânia aplicou 2 a 0 no Malavi e Comores só empatou em casa com Lesoto por 0 a 0. Além disso, dois visitantes ficaram em ótima situação para se classificarem à segunda fase. O Quênia goleou a seleção das Ilhas Maurício por 5 a 2, com dois gols marcados por Johanna Omollo. Já o Burundi derrotou as Ilhas Seychelles por 1 a 0.

A primeira fase das Eliminatórias Africanas é disputada pelas 26 seleções piores colocadas no ranking da Fifa do continente, que se enfrentam em 13 duelos de mata-mata. Os vencedores enfrentarão as principais seleções do continente, que já estão classificadas para a segunda fase. Serão mais 20 jogos mata-mata. Quem passar vai à terceira e última fase, que terá cinco grupos com quatro seleções cada. O melhor de cada chave garante vaga na Copa do Mundo da Rússia.

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