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O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi convocado a prestar esclarecimentos no plenário da Câmara sobre a sociedade que mantém em uma offshore em paraíso fiscal. O requerimento de convocação, apresentado pela oposição, foi aprovado por 310 votos favoráveis contra 142.

Guedes já tinha sido convocado por outras duas comissões da Câmara para falar sobre o assunto, as comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público e a de Fiscalização Financeira e Controle. Agora, no entanto, terá de comparecer a uma sessão no plenário da Casa, que ainda não tem data marcada, mas poderá ser realizada já na próxima semana.

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Os parlamentares querem ouvir explicações do ministro sobre uma offshore em seu nome que segue aberta nas Ilhas Virgens Britânicas.

Além das convocações, no Senado, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) também aprovou convite para ouvir tanto Guedes quanto o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que também possui offshores. Mas, como se trata de convite, os dois podem recusar a participação na audiência.

No início da sessão da Câmara, o líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR), tentou transformar o requerimento de convocação em convite. Mas o plenário acabou confirmando a convocação do ministro, que agora será obrigado a comparecer.

Na terça-feira, os advogados de Guedes informaram que irão protocolar uma petição à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) com esclarecimentos sobre a existência dessa offshore. Em nota, a defesa do ministro afirmou que Guedes "jamais atuou ou se posicionou de forma a colidir interesses públicos com privados".

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse nesta terça-feira, 5, que a revelação de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem recursos em uma offshore em Ilhas Virgens, um paraíso fiscal, não interfere na pauta do País.

"São coisas independentes. Temos situações macro no País que precisam ser resolvidas, e essas questões relativamente a aspectos pessoas têm que ser debatidas, isso tem que ser esclarecido alguma dúvida, mas elas não interferem na pauta do País. A pauta do País é muito mais importante do que tudo", disse Pacheco.

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O presidente do Senado afirmou ainda que as comissões do Senado são independentes, quando questionado sobre a possibilidade de convite ou convocação do ministro para prestar esclarecimentos.

Guedes esteve mais cedo no Senado para uma cerimônia privada de entrega do relatório da reforma tributária ampla (PEC 110/2019) pelo senador Roberto Rocha (PSDB-MA), mas saiu sem participar da coletiva de imprensa sobre o tema.

Pacheco minimizou a ausência do ministro e disse que a coletiva foi marcada de "improviso" e que, se programada, certamente Guedes teria aceitado o convite.

Na sua chegada ao Senado, o ministro da Economia desviou de jornalistas que o questionavam sobre a offshore. Ele ingressou nas dependências da Presidência da Casa sem responder às perguntas.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu ontem um procedimento de apuração preliminar sobre a atividade de offshores (empresas internacionais) em nome de Guedes e do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. A existência dessas empresas foi revelada no domingo pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ).

O ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou há pouco no Senado Federal para a entrega do relatório da reforma tributária ampla (PEC 110) pelo senador Roberto Rocha (PSDB-MA).

Na chegada, Guedes foi questionado por jornalistas sobre a abertura de um procedimento de investigação pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para apuração preliminar sobre a atividade de offshores em nome do ministro e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mas não respondeu às perguntas. Tecnicamente, o procedimento feito pela PGR é uma "notícia de fato", uma espécie de "pré-inquérito", que pode levar à abertura de uma investigação propriamente dita - ou ser arquivada.

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Ambos dizem ter declarado a existência das firmas em seus nomes à Receita Federal, conforme os termos da legislação brasileira. Mas especialistas acreditam que a existência das empresas em nome de Guedes e Campos Neto pode ferir o Código de Conduta da Alta Administração Federal e a Lei de Conflito de Interesses.

Pressionados pela divulgação das empresas que mantêm em paraísos fiscais, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, terão que ir ao Congresso falar sobre o assunto. Nesta terça-feira (5), dois movimentos, um na Câmara e outro no Senado, cobram dos dois explicações sobre o caso.

Na Câmara, a Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou a convocação de Guedes para explicar suas movimentações financeiras no exterior por meio de offshore em paraíso fiscal. Por ser convocação, o ministro terá de comparecer à audiência, que ainda terá a data definida.

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No Senado, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) quer ouvir tanto Guedes quanto Campos Neto. Neste caso, porém, foi aprovado apenas um convite aos dois, o que permite às autoridades recusar a participação na audiência. Se confirmarem, eles serão questionados pelos senadores da Comissão no dia 19 de outubro.

A notícia sobre as offshores de Guedes e Campos Neto foi publicada no último domingo pelos sites da Revista Piauí e Poder360, que integram o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). De acordo com os documentos, que ficaram conhecidos como Pandora Papers, são 330 políticos, funcionários públicos de alto escalão, empresários e artistas de 91 países e territórios que têm ou tinham empresas offshore, ou seja, fora de seu domicílio fiscal e abertas em locais conhecidos como paraísos fiscais, que cobram pouco ou nenhum imposto sobre os valores.

Nesta segunda-feira (4), o procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu um procedimento de apuração preliminar contra Guedes e Campos Neto. Tecnicamente, o procedimento é uma espécie de "pré-inquérito" que pode levar à abertura de uma investigação propriamente dita ou levar o caso a ser arquivado. Guedes e Campos Neto dizem ter declarado a existência das firmas em seus nomes à Receita Federal, conforme os termos da legislação brasileira. No entanto, especialistas acreditam que a existência das empresas em nome de Guedes e Campos Neto pode ferir o Código de Conduta da Alta Administração Federal e a Lei de Conflito de Interesses.

Também ontem, o episódio já havia gerado reação no Congresso. A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados começou a coletar assinaturas para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o assunto e a oposição disse que vai acionar o Ministério Público Federal para investigar possível conflito de interesses de Guedes e do presidente do Banco Central neste caso.

A Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) afirmou, nesta terça-feira (5), que as offshores do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, "denotam conflito de interesse, ferem a moralidade pública e tornam escandalosa a permanência de ambos no governo".

Em nota de posicionamento distribuída nesta terça, a entidade que reúne 32 sindicatos e mais de 37 mil servidores públicos fiscais tributários filiados disse que a divulgação dos documentos do 'Pandora Papers' evidencia outra artimanha dos super-ricos para não pagar impostos como o restante da população brasileira.

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"Guedes e Campos Neto lucram no exterior com dólar alto enquanto a situação econômica do País se degrada", destaca a nota. "Com a denúncia tornada pública por vários veículos da imprensa, se guardassem algum vestígio ético, ambos deveriam deixar imediatamente as funções públicas que exercem", acrescenta.

Para a Federação, a lista divulgada causa espanto ao relatar que 66 dos maiores devedores de impostos no Brasil mantêm offshores. "São mais de R$ 16,6 bilhões sonegados, enquanto brasileiros fazem filas para conseguir ossos e restos de carne para escapar da fome. Vários dos empresários pregam moralidade, patriotismo e se gabam dos empregos gerados enquanto mantêm fortunas em paraísos fiscais no exterior e não pagam tributos no País".

No documento, a Fenafisco diz reiterar a necessidade de uma reforma tributária ampla, social e justa, com a tributação dos super-ricos e isenção das camadas mais pobres da sociedade. "Não é suportável para o Brasil seguir com as atuais regras fiscais que penalizam os mais pobres com sobrecarga de impostos, enquanto os super-ricos têm mais de 70% de sua fortuna blindadas de tributação, sonegam impostos e ainda escondem dinheiro em paraísos fiscais".

No domingo, 3, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) publicou informações que denunciam a existência de empresas "offshore" no nome de Guedes e de Campos Neto. De acordo com os documentos, são 330 políticos, funcionários públicos de alto escalão, empresários e artistas de 91 países e territórios que têm ou tinham empresas offshore, ou seja, fora de seu domicílio fiscal e abertas em locais conhecidos como paraísos fiscais, que cobram pouco ou nenhum imposto sobre os valores.

Na segunda-feira, 4, o procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu um procedimento de apuração preliminar contra Guedes e Campos Neto. Tecnicamente, o procedimento é uma espécie de 'pré-inquérito' que pode levar à abertura de uma investigação propriamente dita ou levar o caso a ser arquivado. Guedes e Campos Neto dizem ter declarado a existência das firmas em seus nomes à Receita Federal, conforme os termos da legislação brasileira. No entanto, especialistas acreditam que a existência das empresas em nome de Guedes e Campos Neto pode ferir o Código de Conduta da Alta Administração Federal e a Lei de Conflito de Interesses.

O episódio também gerou reação no Congresso. A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados está coletando assinaturas para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o assunto.

A oposição também vai acionar o Ministério Público Federal para investigar possível conflito de interesses de Guedes e do presidente do Banco Central neste caso.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu nesta segunda-feira, 4, um procedimento de apuração preliminar sobre a atividade de offshores (empresas internacionais) em nome do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. A existência dessas empresas foi revelada nesta segunda-feira, 3, pelo o Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ).

De acordo com o consórcio, Guedes é dono da Dreadnoughts, sediada nas Ilhas Virgens - um paraíso fiscal que não cobra imposto de empreendimentos de outros países. A offshore permanece ativa mesmo após Guedes assumir a pasta da Economia, em janeiro de 2019. Já Campos Netto afirmou ter fechado sua empresa no exterior, a Cor Assets, no ano passado, 15 meses depois de assumir o BC. Ambos dizem ter declarado a existência das firmas em seus nomes à Receita Federal.

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Tecnicamente, o procedimento aberto pela PGR é uma "notícia de fato", uma espécie de "pré-inquérito" que pode levar mais à frente a abertura de uma investigação propriamente dita - ou ser arquivada. Aras não tinha prazo para abri-la, mas decidiu agir de ofício (sem que houvesse um pedido formal) um dia após a publicação da reportagem. Agora, o primeiro passo será enviar um ofício a Guedes e a Campos Neto para solicitar informações, o que até esta segunda-feira ainda não havia sido feito.

A legislação brasileira permite a existência de contas, empresas e negócios no exterior, desde que a origem das receitas seja lícita e tenha sido declarada à Receita Federal e ao Banco Central. No caso de Guedes, por exemplo, a existência de empresa ativa durante o seu período à frente da Economia não configura, necessariamente, conduta criminosa.

Entretanto, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, a eventual atuação empresarial no exterior de autoridades responsáveis pela política econômica-monetária do País atentam diretamente contra o Código de Conduta da Alta Administração Federal, cuja finalidade é, dentre outros compromissos, "minimizar a possibilidade de conflito entre o interesse privado e o dever funcional das autoridades públicas da Administração Pública Federal".

"É vedado o investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental a respeito da qual a autoridade pública tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou função, inclusive investimentos de renda variável ou em commodities, contratos futuros e moedas para fim especulativo, excetuadas aplicações em modalidades de investimento que a CEP (Comissão de Ética Pública) venha a especificar", diz o Código de Conduta editado pela Presidência da República.

Em julho de 2020, o Conselho Monetário Nacional (CNM), do qual Guedes e Campos Netto fazem parte, decidiu aumentar para US$ 1 milhão o valor mínimo para declaração de recursos e bens no exterior. Antes, pessoas e empresas que tinham ativos acima de R$ 100 mil fora do país eram obrigadas a fazer o registro no Banco Central. Além do ministro da Economia e do presidente do BC, o conselho é composto pelo secretário especial de Tesouro e Orçamento. Especialistas ouvidos pelo Estadão afirmam que, caso os órgãos competentes confirmem as informações de que os dois controlam offshores e elas estejam ativas, pode configurar conflito de interesse.

"Não é crime ter offshore, mas, no caso de Guedes, que é o ministro da Economia, cujas atitudes no cargo podem atender a interesses pessoais, há claro conflito de interesses e vai contra o código de conduta da Presidência da República", afirmou Marlene Matos, presidente da Comissão Nacional de Direito Administrativo da Associação Brasileira de Advogados.

Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal e colunista do Estadão, afirma que, para além do possível conflito de interesse exposto a partir das denúncias do consórcio, as atividades de Guedes e Campos Netto no exterior podem levar a efeitos econômicos, como a perda de confiança dos investidores no mercado nacional e o enfraquecimento.

Maciel ainda afirma que, caso seja comprovada a denúncia do consórcio de jornalistas, o ministro e o presidente do BC podem ter descumprido o princípio da moralidade tipificado no artigo 37 da Constituição. Esse item é um dos fundamentos essenciais da administração pública brasileira por cobrar dos seus agentes probidade e boa-fé nas ações. O descumprimento das leis constitucionais é crime de responsabilidade e pode levar à abertura de processo de impeachment contra ministros de Estado.

"No exercício de uma função pública, isso pode configurar uma contradição em termos do próprio discurso. O senhor ministro da Economia diz 'invistam no Brasil que é bom', mas ele próprio tem contas no exterior. A autoridade econômica do País é uma pessoa que orienta a sociedade e precisa dar o exemplo", afirmou Maciel. "Essa postura enfraquece a autoridade. Houve imprudência".

Procurado pela reportagem, Guedes não retornou aos contatos. À revista piauí, um dos veículos de imprensa que fazem parte do ICIJ, o ministro afirmou ter se desvinculado de toda sua atuação no mercado privado após assumir o cargo no governo.

Campos Neto, por sua vez, enviou nota ao Estadão na qual diz não ter enviado dinheiro às suas empresas após sua nomeação no Banco Central.

LEIA ABAIXO A ÍNTEGRA DA NOTA:

"Todo meu patrimônio foi construído com rendimentos obtidos ao longo de 22 anos de trabalho no mercado financeiro, inclusive em funções executivas no exterior. As empresas foram constituídas há mais de 14 anos. A integralidade desse patrimônio, no País e no exterior, está declarada à Comissão de Ética Pública (CEP/PR), à Receita Federal e ao Banco Central, com recolhimento de toda a tributação devida e a tempestiva observância de todas as regras legais e comandos éticos aplicáveis aos agentes públicos. Não houve nenhuma remessa de recursos às empresas após minha nomeação para função pública. Desde então, por questões de compliance, não participo da gestão ou faço investimentos com recursos das empresas. Por exigência legal, todas essas informações foram prestadas também ao Senado Federal."

O líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (4) um pedido de abertura de investigação preliminar contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, após documentos que os relacionam com empresas em paraísos fiscais, as chamadas "offshores".

"Solicitamos à Vossa Excelência, na qualidade de ministro responsável pela condução do presente caso, deveras grave, oficie à Procuradoria-Geral da República para que aquela promova a abertura de investigação preliminar, consequente instauração de inquérito e eventual posterior denúncia com vistas à persecução criminal ou demais procedimentos cabíveis", requereu Randolfe.

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No documento, obtido pelo Broadcast Político, o senador sustenta que as acusações contra Guedes e Campos Neto contemplam "abuso de direito, fraude à lei e desvio de finalidade/poder".

"É possível que o Presidente do Banco Central e o Ministro da Economia, ao manterem suas offshores em paraísos fiscais no exterior, tenham se aproveitado de suas condições de gestores das políticas públicas econômicas no Brasil para eventual enriquecimento, ou benefício lato sensu, próprio", diz Randolfe. O líder da Oposição no Senado pontua que, em tese, a denúncia contra Guedes configura o cometimento de crime de responsabilidade.

"Há indícios de severas irregularidades, de toda ordem, aptas a gerarem a necessidade de apuração mais detalhada pelo eminente Parquet Federal e eventual tentativa posterior de responsabilização dos culpados - se realmente se comprovar sua culpa no decorrer do devido processo legal", destaca.

Pandora Papers

No domingo, 3, foram divulgadas informações pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) dentro do projeto Pandora Papers que denunciam a existência de empresas "offshore" no nome de Guedes e de Campos Neto. De acordo com documentos, são 330 políticos, funcionários públicos de alto escalão, empresários e artistas de 91 países e territórios que têm ou tinham empresas offshore, ou seja, fora de seu domicílio fiscal e abertas em locais conhecidos como paraísos fiscais, pois cobram pouco ou nenhum imposto e protegem o sigilo bancário do cliente.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), informou que, junto com outros líderes da oposição na Câmara dos Deputados, irá acionar o Ministério Público Federal (MPF) para que investigue o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Os dois mantiveram empresas em paraísos fiscais depois de terem entrado para o governo do presidente Jair Bolsonaro, no início de 2019, conforme publicou neste domingo o projeto Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).

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Freixo afirmou, em publicação em suas redes sociais, que "a legislação brasileira proíbe que membros da cúpula do governo mantenham esse tipo de negócio".

Em resposta à publicação do consórcio de veículos jornalísticos, a assessoria do ministro da Economia esclarece que toda a sua atuação privada anterior à posse foi devidamente declarada à Receita Federal e à Comissão de Ética Pública.

Já a assessoria do presidente do BC disse que ele não participa da gestão ou faz qualquer investimento com recursos dessas empresas.

O presidente da Republica, Jair Bolsonaro, confirmou, nesta sexta-feira (1º), a apoiadores que se reuniu no período da manhã com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para discutir a alta dos combustíveis. Segundo o chefe do Executivo, os três voltarão a se encontrar ao longo do final de semana, como já havia informado Lira mais cedo. "Vamos ver solução, alternativa", afirmou Bolsonaro.

"Quando se fala em Petrobras, preço de combustíveis... Temos leis para cumprir. Sou obrigado a cumprir leis e não reclamo disso, não. Mas a composição dos preços, como que pode... A gente é autossuficiente em petróleo, retira a mais ou menos 15 dólares e vocês pagam a quase 80, é algo acertado lá atrás", voltou a comentar Bolsonaro sobre a política de paridade de preços da estatal, elogiada pelo mercado. "Bento Albuquerque ministro de Minas e Energia precisa rezar um Pai Nosso, está sentado em cima de abacaxi enorme", acrescentou, lembrando aos apoiadores, em seguida, que a inflação da energia "arrasta tudo" - isto é, impacta outras formações de preços.

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Os encontros de Bolsonaro com Lira e Guedes vêm em meio à pressão do governo sobre o Congresso para aprovar projeto de lei que obriga Estados a fixarem um valor nominal do ICMS incidente sobre combustíveis.

Na quinta, em transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente citou a possibilidade de repassar dividendos da Petrobras a um fundo regulador de combustíveis, que possa modular as oscilações dos preços.

Em busca de apoio, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe prepararam uma cartilha com uma espécie de bê-á-bá das principais mudanças aprovadas na reforma administrativa.

Foram listadas 21 mudanças, que na avaliação da equipe econômica trazem avanços no RH do serviço púbico brasileiro caso o texto seja aprovado pelo plenário da Câmara e do Senado.

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Entre as mudanças, a eliminação de benefícios para novos servidores, como férias superiores a 30 dias e promoções baseadas exclusivamente em tempo de serviço. A proposta não retira dos atuais servidores esses direitos já adquiridos.

O texto foi aprovado na comissão especial da Câmara, na semana passada, mas enfrenta resistências não só de categorias do funcionalismo público, mas também de apoiadores históricos da reforma que chamaram de antirreforma a proposta do relator, deputado Arthur Maia (DEM-BA).

A proposta inclui novos benefícios para os policiais, grupo de servidores que tem sido favorecido pelo presidente Jair Bolsonaro desde o início do seu governo.

Depois de um vaivém de alterações no parecer, o relator apresentou o relatório final na véspera da votação, sem tempo para uma ampla discussão, que deve se intensificar a partir de agora para as próximas votações. O projeto precisa passar ainda por dois turnos de votação no plenário da Câmara, com a necessidade de 308 votos favoráveis, antes de ir para o Senado.

A lista foi disparada neste domingo (26) pelo WhatsApp do próprio ministro Paulo Guedes. Ela foi acompanhada de perguntas e respostas sobre as principais dúvidas.

A proposta prevê, em caso de crise fiscal, a possibilidade de a jornada de trabalho dos servidores da União, Estados e municípios ser reduzida em até 25%, com correspondente redução da remuneração.

Um dos pontos polêmicos é a contratação temporária. O texto prevê regras comuns nacionais e ingresso por meio de processo seletivo, define em até 10 anos o prazo para duração dos contratos, deixando expressa a possibilidade de contratação para atividades permanentes.

Veja a lista do ministro Paulo Guedes:

1. eliminação de distorções e benefícios para novos servidores, como férias superiores a 30 dias e promoções baseadas exclusivamente em tempo de serviço (XXIII, art. 37, CF).

2. extinção de parcelas indenizatórias que não tenham sido instituídas por lei (art. 7º, PEC).

3. estabelecimento de regra geral para não pagamento de remuneração de cargo em comissão, de função de confiança, de bônus, de honorários, de parcelas indenizatórias ou de qualquer parcela que não se revista de caráter permanente durante os afastamentos e licenças do servidor por prazo superior a trinta dias (§ 17, art. 37, CF).

4. prevê que lei poderá estabelecer indenizações passíveis de inclusão no limite do teto remuneratório. No texto constitucional atual, nenhuma indenização é computada no teto (§ 11-A, art. 37, CF).

5. aprimoramento das regras de avaliação de desempenho individual, que deverão contribuir para o alcance dos resultados institucionais do órgão ou entidade, com definição de parâmetros claros e objetivos (art. 39-A, CF, e § 3º, art. 3º, PEC).

6. definição de critérios objetivos para demissão do servidor por baixo desempenho, já sendo possível a perda do cargo nessa hipótese, independentemente da regulamentação posterior sobre o modelo de gestão de desempenho (art. 41, CF; art. 11, PEC).

7. o servidor em período de experiência (estágio probatório) terá o desempenho avaliado em ciclos semestrais, admitida sua exoneração no caso de resultado insatisfatório em dois ciclos de avaliação, e não somente após cumpridos os três anos de estágio, como ocorre atualmente (§ 4º, art. 41, CF).

8. eficiência para a atuação da Administração Pública: dá flexibilidade para ajustes dos quadros de pessoal, mediante desligamento de futuros servidores que exerçam atividades obsoletas ou desnecessárias (§3º, art. 41, CF).

9. possibilidade de aproveitamento de servidores, inclusive atuais, que ocupam cargos em extinção em outras funções de complexidade compatível (art. 12, PEC). Somente no Executivo civil federal são 69 mil servidores nessa situação, que custam ao contribuinte R$ 8,2 bilhões ao ano.

10. profissionalização dos cargos em comissão: previsão de definição, em lei de âmbito nacional, de critérios de seleção e requisitos para investidura (XXX, art. 22, CF).

11. regras mais claras e ampliação das possibilidades de contratação temporária. Retira a subjetividade presente na atual redação constitucional e deixa expressa a possibilidade de contratação para atividades permanentes, desde que de natureza estritamente transitória (IX, art. 37, CF).

12. estabelece prazo máximo de 10 anos na contratação por prazo determinado, com ganhos de flexibilidade para o gestor público, inclusive no âmbito municipal. Além disso, prevê prazo máximo de 2 anos para as contratações excepcionais em que houver dispensa de processo seletivo (art. 4º, PEC).

13. segurança jurídica para contratos temporários: com o estabelecimento de regras comuns nacionais e direitos mínimos para esses profissionais, corrige-se problema jurídico recorrente para a gestão pública (XXXI, art. 22, CF; art. 4º, PEC).

14. em situação de crise fiscal, inclusão de medida que permite a redução da carga horária no limite de 25%, com correspondente redução de remuneração, antes que seja aplicada medida mais drástica de demissão de servidor, hipótese já prevista no texto atual da Constituição (art. 169, CF).

15. definição das atividades exclusivas de Estado: resolve lacuna existente no texto constitucional desde 1998 (art. 247, CF). 16. previsão de regras gerais de âmbito nacional sobre temas de gestão de pessoas, uniformizando diretrizes, eliminando lacunas e reduzindo distorções entre Poderes e entre União, Estados e Municípios (XXX e XXXI, art. 22, CF). 17. introdução de regras sobre gestão de desempenho institucional, mecanismo essencial à gestão pública e que passa a ser obrigatório para todos os entes e Poderes (§ 2º, art. 3º, PEC).

18. previsão de instrumentos de cooperação entre setor público e privado, criando ferramentas para a prestação de serviços públicos (art. 37-A, CF).

19. obrigatoriedade de adoção de plataforma eletrônica para acesso e avaliação dos serviços pelos cidadãos e reforço da transparência das informações sobre a gestão de recursos públicos (XXIV, art. 37, CF).

20. estabelecimento de extinção do vínculo e aposentadoria compulsória para empregados públicos da administração direta, autárquica e fundacional que atingirem 75 anos, padronizando a regra já aplicável a outros empregados (art. 201, CF).

21. vedação da concessão de estabilidade para empregados públicos, promovendo isonomia em relação aos empregados do setor privado (art. 173, CF).

Uma nova rodada de conversas, agora com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi agendada pelos presidentes do Senado e Câmara, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (PP-AL), para esta terça-feira (21). Eles querem encontrar, ainda nesta semana, uma solução sobre o pagamento dos precatórios, dívidas reconhecidas da União que somam uma conta de R$ 89 bilhões em 2022, sem estourar o teto de gastos e ainda com espaço no Orçamento para bancar o programa social do governo, o Auxílio Brasil.

Segundo a regra do teto de gastos, as despesas previstas no Orçamento não podem crescer mais do que a inflação do ano anterior, o que limita o espaço do governo para gastos no ano que vem.

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O governo Bolsonaro defende uma ampliação do novo Bolsa Família, mas o Orçamento ficou limitado por causa do pagamento de precatórios, bem acima dos R$ 54 bilhões pagos este ano. Além disso, a alta da inflação também limita o espaço no teto de gastos, uma vez que os benefícios previdenciários são reajustados de acordo com o INPC.

O governo propôs inicialmente parcelar as despesas com as dívidas judiciais com valores acima de R$ 66 milhões (60 mil salários mínimos), por meio de uma PEC.

A proposta foi criticada por especialistas como uma espécie de calote, mas foi aprovada recentemente na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Outras propostas em estudo incluem a retirada dos precatórios, ou de parte deles, da regra do teto de gastos, ou colocar um limite para o crescimento das dívidas judiciais, também atrelado à inflação -- como ocorre com as demais despesas do governo, por causa da regra do teto de gastos.

A solução do impasse, segundo Lira, é a votação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que possa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado. "Não há outro caminho que não seja, nesse momento, a votação de uma PEC na Câmara e essa mesma PEC, no Senado. Por isso que nós precisamos ter muita cautela no encaminhamento desses temas, como bem frisou o presidente Rodrigo [Pacheco], mantendo respeito ao teto, mantendo o respeito às decisões judiciais, levando em conta a questão urgente de se realinhar um novo programa social, mais justo e amplo, para esse momento. Mas o caminho a ser seguido é o caminho legislativo", disse Lira ao final da reunião da segunda-feira, 20.

O encontro da segunda-feira, na residência oficial da Câmara, não teve a participação de Guedes. Conversaram Lira, Pacheco e o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE). "Esse assunto deve ser tratado com a máxima responsabilidade. Nós não finalizamos ainda o entendimento completo sobre o assunto. Faremos outra reunião amanhã [terça]", anunciou Lira.

O presidente do Senado enfatizou a urgência do problema e disse acreditar que uma solução poderá ser encontrada ainda esta semana. "Nós temos de ter responsabilidade fiscal. Isso é uma tônica que a gente busca imprimir no Senado e na Câmara. Portanto, não é uma equação fácil. É uma operação complexa e nós temos de exaurir todas as alternativas", disse Pacheco.

Ele afirmou que a participação do Poder Executivo é imprescindível no debate. Por isso, uma nova reunião com a presença de Guedes foi agendada para a manhã desta terça-feira, às 10 horas.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu, à Jovem Pan, que o clima eleitoral acaba afetando o avanço da agenda econômica e que o "componente político vai diminuindo o vetor liberal" do governo. "Fica uma fixação de reeleição o tempo inteiro", disse Guedes, que classificou a aprovação da mudança na Constituição para garantir a reeleição como "o maior erro político que já aconteceu no País".

"Quando foi criada a emenda de reeleição, no primeiro ano, todo mundo fala: podemos fazer alguma coisa. No segundo ano, agora tem eleições municipais. No terceiro ano: ah, mas você tem de fazer tudo agora, porque o quarto ano já é o ano de eleição e não dá tempo. Aí o quarto ano, bom esse ano é de eleição. Então, fica quase que uma fixação de reeleição o tempo inteiro", disse o ministro do governo de Jair Bolsonaro, que pretende se candidatar à reeleição no ano que vem.

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Durante a entrevista, Guedes também disse que o presidente tem feito "60%" do que ele pede em relação à economia, mas avaliou o movimento como natural da política. "O presidente diz que fazia 99% do que eu pedia e agora faz 98%. Eu digo ao presidente que ele está fazendo 60% do que eu peço, e é natural, é da política", disse o ministro. "Eu não entendo de política, sou economista tentando fazer o melhor possível", afirmou.

O ministro também rechaçou críticas de economistas que apontam riscos de uma "estagflação" no Brasil - período em que há inflação elevada mesmo sem crescimento econômico. "Que conversa é essa?", disse Guedes, emendando que o Brasil está "há 30 anos" sem exibir crescimento econômico pujante.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, elogiou a "fábrica de ideias", que é o ministro da Economia, Paulo Guedes. Os dois participam de um evento virtual e Guedes acabou falando mais do que seu tempo previsto, o que diminuiu a participação do chefe do Judiciário. "Mas Guedes é meu amigo. É tão meu amigo que coloca no colo um filho que não é meu", alfinetou, brincando.

Fux se refere à sugestão de se criar uma espécie de "microparcelamento" dos precatórios no ano que vem para evitar o pagamento de despesas judiciais que extrapolem o teto de aumento do gasto público. A ideia foi apresentada em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

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Logo após a "brincadeira" de Fux, Guedes respondeu também em tom de brincadeira. "É só um pedido desesperado de socorro, de forma alguma depositar o filho ou a responsabilidade no seu colo. É que, quando a gente está desesperado, pede proteção aos presidentes dos poderes", afirmou.

Ainda no evento, Fux afirmou que o diálogo institucional depende de um pressuposto: democracia é inegociável. "Toda a evolução e diálogo institucional dependem de um pressuposto, que é uma democracia inegociável, respeito à democracia de forma intransigente", considerou.

O magistrado também discorreu sobre o patrimonialismo, que seria a tomada do patrimônio público para o enriquecimento pessoal. "Isso é corrupção, e exige o combate em todas as instâncias", afirmou. Ele também defendeu que é preciso acabar com benesse no Brasil. "O Judiciário tem obrigação de garantir segurança jurídica, e isso vem por meio de decisões estáveis."

Os dois participaram do painel 'Sem tempo a perder: debate sobre a urgência de transformar o Brasil e o papel das instituições e do Estado', realizado durante o evento virtual 'Diálogos para um melhor Estado', do Movimento Pessoas à Frente, criado pela Fundação Lemann, Instituto Humanize e República.org.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira, 15, que o Brasil aprendeu duas grandes lições durante a pandemia de coronavírus. A primeira foi a liberdade para os governos decidirem para onde vão usar os recursos. A segunda, a importância de se diminuir a desigualdade no País.

"Estamos devendo isso para a população e temos como fazer isso", afirmou Guedes, durante o painel 'Sem tempo a perder: debate sobre a urgência de transformar o Brasil e o papel das instituições e do Estado', realizado durante o evento virtual 'Diálogos para um melhor Estado', do Movimento Pessoas à Frente, criado pela Fundação Lemann, Instituto Humanize e República.org,.

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Sobre o Orçamento, Guedes salientou que o governo federal transferiu mais de R$ 150 bilhões durante a pandemia para Estado e municípios. "Nunca receberam tanto dinheiro", garantiu.

Para ele, um prefeito ou governador não deveria ser obrigado a gastar 96% do dinheiro carimbado e contar com o resto para a atividade política, trabalhar com 4% do orçamento. "Isso não é correto, isso é errado. Na margem, a decisão tem que ser feita a cada vez. Essa decisão é incontornável e foi grande decisão da pandemia, a do poder político decidir sobre orçamento."

Investimentos

O ministro da Economia disse também que a recuperação da economia doméstica já está em andamento e agora é preciso assegurar a continuidade dos investimentos. "Brasil já está com crescimento contratado, precisamos de persistência desse capital instalado", comentou.

Ele voltou a dizer que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu menos do que outras grandes economias e ressaltou que há mais de R$ 540 bilhões já contratados em investimentos. Citou avanços feitos durante o governo de Jair Bolsonaro, como a aprovação da reforma da Previdência, da independência do Banco Central, da lei de falências, da estatais, do marco do gás, da cessão onerosa, além de venda de aeroportos e concessões rodovias, entre outros.

Guedes salientou que há 30 anos, há revezamento do poder no País e que a atual administração está trabalhando para a transformação do Estado. Ele disse que, apesar da iniciativa em tentar manter o equilíbrio fiscal, o Brasil "sempre se perdeu" no meio desse caminho e citou que o País no passado recente parou de crescer. "Teve estagnação crônica", pontuou.

Ao enfatizar que é preciso fazer planejamento, o ministro disse que nem tudo e soluciona com a criação de uma Pasta voltada apena para esse fim. "Foi com a formação desse ministério que o Brasil perdeu o rumo", afirmou. "Planejamento não significa que vai ter mais recursos", continuou.

Conversa entre Poderes

O ministro da Economia disse que os poderes brasileiros "precisam conversar", independentemente de afinidades. "Nossos supremos poderes precisam conversar. Principalmente quando a decisão de um afeta o outro", afirmou, se referindo às decisões judiciais que determinam o pagamento de valores pelo Executivo. "Executivo está tentando fazer seu trabalho com respeito e União".

No evento do Movimento Pessoas à Frente, Guedes defendeu ainda um aumento "moderado" no Bolsa Família. "Ímpetos eleitorais aconteceram no passado e acabou em impeachment, não queremos que isso se repita", completou.

Carta de Bolsonaro

O ministro da Economia voltou a apostar as fichas na carta divulgada pelo presidente Jair Bolsonaro em que recuou de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Presidente mostrou em sua carta à nação que podemos ter arroubos, mas todos temos que jogar dentro das linhas", afirmou no evento que também contou com o presidente do STF, Luiz Fux, como participante.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) também faria parte do debate, mas alegou um compromisso e falou antes da entrada de Fux e Guedes. Em sua fala, Guedes disse ainda que o governo pode fazer "mais e melhor" com menos recursos.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que "é evidente" que a crise hídrica bota pressão nos preços. Em evento do BTG Pactual, Guedes ressaltou que a aprovação da autonomia do Banco Central ajudará a manter a alta de preços sob controle.

No evento, Guedes afirmou ainda que o teto de gastos é um símbolo de austeridade. "O teto precisa ficar lá como um sinal de que o Executivo não pode exorbitar", afirmou.

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O ministro voltou a dizer que é preciso mudar os pagamentos dos precatórios, que somam R$ 89,1 bilhões, porque, segundo ele, o governo não conseguirá fazer frente à despesa dentro do teto de gastos em 2022. "Tirar precatório do teto é solução que parece fácil, mas teto só pode ser removido quando política assumir responsabilidade por orçamentos", completou.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Brasil atualmente passa pelo pior momento de inflação, mas que deve terminar o ano entre 7,5% e 8%, voltando ao topo da banda de inflação em 2022, se aproximando de 4% em 2022.

Guedes, em evento do Credit Suisse, comentou sobre a independência formal do Banco Central, que tem o objetivo de controlar a "inflação transitória". E disse que a outra parte do trabalho será feita pelo Ministério da Economia, que tem lutado uma batalha diária a favor do compromisso fiscal. "Acho que vamos ser bem sucedidos em conter inflação. Também temos gatilhos fiscais em todos os entes federativos."

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O ministro ainda destacou que sua equipe foi bem sucedida em não transformar os gastos transitórios com a pandemia de Covid-19 em permanentes, citando que os gastos em proporção do PIB devem terminar o governo em 17,5%, aquém do início da administração Bolsonaro.

Quanto ao déficit primário em relação ao PIB, Guedes repetiu que deve terminar este ano em 1,5% e 2022 em 0,3% ou "até mesmo zero".

Guedes ainda citou novamente a criação de empregos formais e que os informais estão voltando com a vacinação massiva.

Apesar do acirramento da crise entre os Poderes, o ministro da Economia, Paulo Guedes, argumentou nesta sexta-feira, 3, que existe um "clima de cooperação" entre as instituições.

"O Brasil está acima desses interesses e disputas. Não podemos permitir que elas causem uma ruptura institucional. As instituições democráticas, todos nós apoiamos", afirmou, em participação no 'Scoop Day', organizado pelo TC.

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2022

Questionado sobre qual desafio será maior para 2022 - desemprego, inflação ou eleições - Paulo Guedes respondeu que considera "os três". "Eu mesmo não sei ordenar. Não sei qual dos três fará mais barulho", afirmou.

Ele lembrou que o Banco Central independente tem que fazer o controle monetário para evitar que uma alta temporária de preços no mundo todo se transforme em algo estrutural. "Temos que ter austeridade fiscal, e de outro lado o BC calibrando os juros para travar essa alta de inflação. O pior da inflação estamos atravessando agora, daqui para frente a taxa deve começar a cair. Está batendo em 9% (em 12 meses) e esperamos que feche o ano em torno de 7%, já descendo. Em 2022 deve ficar em torno de teto da meta, em cerca de 4%, é o que estamos tentando", completou.

Guedes voltou a citar o desafio da crise hídrica e mais uma vez se explicou sobre sua fala de que não adiantava "ficar chorando" pela alta do preço da energia. "Era uma convocação aos empresários para trabalharem e investirem. Isso virou uma narrativa de que não tenho preocupação com os mais frágeis", acrescentou.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou nesta quinta-feira, 2, que o Senado "deu um passo para trás" ao rejeitar a Medida Provisória (MP) 1045, que previa programas de incentivo à criação de empregos. "O problema do desemprego é muito grave", disse ele, ao sair da reunião do Conselho de Saúde Suplementar, no Ministério da Saúde. "Acho que foi equívoco, mas acontece", acrescentou.

Guedes disse que agora a equipe econômica estudará quais foram os pontos contrários à proposta. "Vamos ver por que houve isso. Provavelmente vamos ter de atacar o problema do desemprego de outra forma, mas esperamos colaboração", avisou.

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O ministro citou dados do mercado de trabalho, que segundo ele, têm mostrado aquecimento nos últimos meses. "Criamos realmente empregos em um ritmo forte e queríamos acelerar isso com alguns programas para jovens", disse, salientando que se trata de uma faixa em que o desemprego é mais cruel."

Ninguém está fragilizando Consolidação de Leis Trabalhistas (CLT)", garantiu Guedes.

A ideia, de acordo com o ministro, é que jovens frequentem empresas para qualificação profissional para que, no futuro, possam chegar ao mercado de trabalho formal.

A preocupação com o impacto de mais um aumento no preço da energia sobre a inflação foi o que fez o ministro da Economia, Paulo Guedes, entrar no debate da definição da bandeira vermelha nível dois, que terá de ser reajustada novamente em razão do agravamento da crise hídrica. A proposta do Ministério de Minas e Energia (MME) foi classificada de "bandeiraço" pela área econômica e levou até o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a entrar nas discussões.

Ainda não há previsão para quando a agência reguladora irá definir o novo valor da bandeira vermelha 2. O órgão pode convocar reunião extraordinária para analisar o tema até terça-feira, 31, para que o reajuste já passe a valer em setembro. Também é possível que a diretoria colegiada se reúna ao longo da próxima semana e defina a correção com efeitos retroativos a 1º de setembro.

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O tema passou a ser tratado como prioridade número um pela equipe econômica, diante do efeito sobre a inflação, que já acumula alta de 8,99% em 12 meses até julho, passando de dois dígitos em algumas capitais. A disparada de preços ocorre em um momento de queda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro e levou o Banco Central a apertar o passo na elevação dos juros básicos da economia.

O Ministério da Economia defendeu uma bandeira mais baixa, entre R$ 14 e R$ 15 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, a vigorar entre setembro e maio. O argumento é a manutenção de um patamar mais elevado para dar tempo de recompor os reservatórios. A interlocutores, o ministro da Economia tem dito que Bolsonaro apoia a ideia de um reajuste menor, porém mais duradouro, no valor da bandeira, embora o martelo ainda não tenha sido batido.

Já a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) calculou que seria necessário um valor mais alto, por volta de R$ 25 a cada 100 kWh, até dezembro deste ano, com possibilidade de retorno aos atuais R$ 9,49 em janeiro. Essa última possibilidade, no entanto, era vista como menos provável devido ao impacto de curto prazo que teria nas contas de luz e na inflação. Por outro lado, era a preferida das distribuidoras, que estão estranguladas por despesas muito elevadas e com dificuldades para carregar os gastos por muito tempo. Há ainda uma terceira alternativa em estudo, com um valor mais alto entre setembro e dezembro e um mais baixo entre janeiro e maio.

O impasse sobre o valor da bandeira esbarra em questões políticas e econômicas. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, Guedes defendia que o reajuste na bandeira tivesse sido adotado mais cedo, mas o MME e a Aneel acabaram adiando a decisão. Diante da demora, o ministro da Economia passou a argumentar que a decisão deveria sair apenas depois do anúncio do Auxílio Brasil, novo programa social do governo, que vai substituir o Bolsa Família. Para o ministro, era necessário haver uma agenda positiva para rebater o impacto de mais um aumento na conta de luz em um momento de alta no preço da gasolina e do gás de cozinha.

Mesmo com a perspectiva de piora da crise hídrica entre setembro e novembro, o governo tenta evitar a todo custo um racionamento e impor meta de economia de energia para a população. A aposta é um programa voluntário de bonificação para os consumidores que pouparem energia a partir de setembro. Até agora, não há definições sobre como o programa vai funcionar, e novas reuniões devem ser realizadas ao longo dos próximos dias para tentar encontrar um modelo equilibrado.

O problema, nesse caso, é o financiamento do bônus. O governo não quer destinar recursos do Orçamento para premiar os consumidores conscientes. Até agora, a ideia de abrir um crédito extraordinário (possibilidade para gastos emergenciais e imprevisíveis) desagrada a equipe econômica e não tem tido respaldo.

Outra possibilidade, adotada no racionamento de 2001, era premiar quem poupa energia com os recursos das multas impostas a quem gasta demais. O governo, porém, descartou essa hipótese para afastar qualquer medida que pudesse remeter ao apagão de 20 anos atrás.

O agravamento da crise hídrica foi também tema de uma reunião entre Guedes, Roberto Campos Neto, Bento Albuquerque e o Bolsonaro na última segunda-feira, 23. Ficou definido que tudo que puder ser feito para evitar o racionamento deverá ser feito, ainda que os custos sejam elevados. Em seu estilo, Guedes tem deixado claro esse posicionamento em eventos públicos.

A preocupação é evitar impactos políticos que possam prejudicar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. O racionamento de 2001 e seus efeitos na economia são apontados como uma das causas da perda da popularidade do então presidente Fernando Henrique Cardoso e da derrota de seu candidato, José Serra, nas eleições de 2002.

A definição da bandeira sempre foi uma atribuição única e exclusiva da Aneel. Mas a agência decidiu envolver outras áreas do governo para não ter que arcar com o peso de uma decisão tão impopular sozinha. Isso porque boa parte dos motivos que levaram a um aumento ainda maior da bandeira estão relacionados a decisões recentes da pasta chefiada pelo ministro Bento Albuquerque.

Desde que a Câmara de Regras Excepcionais para a Gestão Hidroenergética (Creg) foi criada, o governo adotou diversas ações para tentar evitar apagões ou ainda a necessidade de um racionamento de energia. A termelétrica William Arjona, em Mato Grosso do Sul, por exemplo, tem um custo variável superior a R$ 2,4 mil por megawatt-hora (MWh), e a importação de energia da Argentina e do Uruguai, por exemplo, custa mais de R$ 2 mil por megawatt-hora (MWh). Por dia, o Brasil importa 2 mil megawatts dos países vizinhos. Novas ações com custos ainda mais elevados devem ser adotadas ao longo das próximas semanas.

As despesas com térmicas mais caras são pagas pelas distribuidoras praticamente à vista, e o repasse ao consumidor pode ser feito de duas formas: ou pelas bandeiras, ou no reajuste anual, com incidência de juros. Cálculos da agência indicaram que os recursos não seriam suficientes para cobrir os custos das térmicas. A Aneel projetou um déficit de R$ 8 bilhões na conta Bandeiras no final do ano. Somente as medidas adotadas pelo governo devem aumentar o rombo em mais de R$ 2,4 bilhões a R$ 4,3 bilhões. As empresas reclamam que estão com o caixa no limite e que não há como carregar valores tão elevados por tanto tempo.

Depois de perguntar qual o problema de a conta de luz ficar "um pouco mais cara", o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a taxa extra deverá ser novamente aumentada por causa da crise hídrica. "Não adianta ficar sentado chorando", disse, em audiência pública no Senado nesta quinta-feira, 26.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, novos cálculos internos do governo apontam para a necessidade de que a bandeira vermelha nível 2, hoje em R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh), seja elevada para algo entre R$ 15 e R$ 20. Há ainda um cenário limite de até R$ 25, mas é improvável que ele seja adotado.

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"Temos de enfrentar a crise de frente. Vamos ter de subir a bandeira, a bandeira vai subir. Vou pedir aos governadores para não subir automaticamente (o ICMS, imposto estadual, cobrado no valor total da conta de luz), eles acabam faturando em cima da crise. Isso não é interessante. Temos de enfrentar, não adianta ficar sentado chorando", declarou Guedes.

Na quarta-feira, 25, o ministro já tinha questionado: "Qual é o problema" de a energia ficar "um pouco mais cara?". Nesta quinta ele disse que a frase foi retirada de contexto e que há uma antecipação das eleições.

O País enfrenta a pior crise hídrica nos últimos 91 anos, com grave escassez nos reservatórios das principais usinas hidrelétricas. Nesta semana, o Ministério de Minas e Energia (MME) admitiu, em nota, uma "relevante piora" no cenário hídrico do País e nas projeções para os próximos meses.

O governo anunciou novas medidas para restringir o uso de água e afirmou ser "imprescindível" a adoção de todas as ações em andamento e propostas para garantir o fornecimento de energia.

Na quarta, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que as perspectivas de chuvas até o fim do período seco deste ano, meados dos meses de setembro e outubro, "não são boas no momento". Em entrevista coletiva, ele afirmou que os meses de julho e agosto registraram a pior quantidade de águas que chegaram nos reservatórios da série histórica.

Para evitar o apagão, o governo vem tomando algumas medidas, como:

Redução voluntária da indústria: grandes consumidores de energia que aceitarem reduzir ou deslocar o consumo de energia, de forma voluntária, receberão compensação financeira. As empresas deverão oferecer um lote mínimo de economia de 5 megawatts médios (MWm), por um período de quatro a sete horas. A medida valerá até 30 de abril de 2022;

Redução voluntária de consumidores residenciais: consumidores que economizarem energia, de forma voluntária, nos próximos meses receberão desconto na conta de luz. Apesar do anúncio oficial, as regras só devem ser apresentadas no início da próxima semana, para que o programa comece a partir de 1º de setembro;

Redução de consumo em órgãos públicos: órgãos e entidades da Administração Pública deverão reduzir em 10% a 20% o consumo de energia em relação aos anos de 2018 e 2019. Caso os órgãos não consigam reduzir o consumo neste porcentual, em relação aos anos de 2018 e 2019, terá que justificar o porquê. A medida valerá de setembro a abril de 2022.

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