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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse, em uma troca de mensagens com o empresário e ex-senador Luiz Estevão, que tirou uma "soneca" enquanto manifestantes golpistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro deste ano.

O governador recebeu às 14h23 uma mensagem de áudio do ex-secretário-executivo de Segurança Pública do Distrito Federal Fernando de Souza Oliveira dizendo que, ao meio-dia, "não havia nenhum informe de questão de agressividade" e que "tudo estava de forma ordeira e pacífica". Minutos antes, os manifestantes radicais haviam rompido as barreiras de proteção dos prédios públicos.

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De acordo com a revista Veja, a troca de mensagens entre Ibaneis e Estevão ocorreu no final da tarde do dia 8 de janeiro. Os dois comentam o áudio enviado pelo número 2 de Secretaria de Segurança e o ex-senador diz que "o áudio é tão tranquilizador que, depois de ouvi-lo, dá para tirar uma soneca". O governador responde: "Foi o que fiz".

Depois disso, Ibaneis reclamou do serviço de inteligência da Polícia Federal (PF) e do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Eles agora se colocam como vítima, como se não tivessem nenhuma responsabilidade."

No mesmo dia das manifestações do 8 de janeiro, Ibaneis foi afastado do cargo por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na época, o magistrado argumentou que havia "diversos e fortíssimos indícios apontam graves falhas na atuação dos órgãos de segurança pública do Distrito Federal, pelos quais é o responsável direto o governador".

O celular do governador foi entregue à Polícia Federal para perícia. É desse relatório que constam as mensagens enviadas a Estevão. Ibaneis ficou 65 dias afastado e recuperou o cargo no dia 16 de março. Moraes autorizou o retorno.

CPMI

O relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e a aprovado pelo colegiado, não pede o indiciamento do emedebista, mas afirma que ele agiu com "extrema negligência". O texto afirma que ele não agiu com dolo.

"Ibaneis Rocha, portanto, tinha pleno conhecimento do risco de atos violentos. Ignorou a situação preocupante que se desvelava no Distrito Federal, mormente com a chegada de inúmeros indivíduos em caravanas, com claro intuito de realizar atos violentos na capital federal", disse Eliziane Gama no relatório.

O governador está incluído no inquérito do STF, que apura a responsabilidade de agentes públicos no 8 de janeiro. O processo é sigiloso e também está sob relatoria de Moraes. Ibaneis não foi denunciado até o momento. As primeiras denúncias e condenações são dos manifestantes que invadiram as sedes dos Três Poderes. Eles têm sido condenados a penas de até 17 anos de prisão.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou nesta sexta-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer pela revogação do afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, do cargo.

Ibaneis foi afastado pelo ministro Alexandre de Moraes por 90 dias após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. O afastamento termina no dia 9 de abril.

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No parecer, o subprocurador Carlos Frederico Santos, chefe do grupo que investiga os atos, entende que o retorno de Ibaneis ao cargo não vai trazer prejuízos para a investigação, como o impedimento da coleta de provas, a obstrução das investigações e o risco à ordem pública. 

“Atualmente não estão preenchidos os requisitos da medida cautelar de afastamento da função pública, sem embargo da futura análise a respeito da existência ou não de provas para a responsabilização penal”, diz o parecer.

O afastamento do governador pelo prazo de 90 dias foi deferido para apurar a suposta omissão de Ibaneis e outras autoridades na contenção dos atos violentos na capital federal.  Após o afastamento, Ibaneis Rocha declarou que respeita a decisão do ministro e reiterou “fé na Justiça e nas instituições democráticas”.

A defesa do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação na qual pede que a Corte revogue a decisão que o afastou do cargo, após os atos golpistas de 8 de janeiro, solicitando “imediato retorno” do gestor. A decisão, tomada pelo ministro Alexandre de Moraes ainda no dia dos atos, foi referendada em sessão virtual no dia 11 de janeiro, há um mês.  

No pedido, a defesa de Ibaneis, liderada pelo advogado Alberto Toron, utiliza como argumento a determinação de Moraes em soltar o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Fábio Augusto Vieira. O magistrado citou o relatório da intervenção federal, que apontou que Vieira, embora exercesse o cargo de chefe da PM, "não teria sido diretamente responsável pela falha das ações de segurança". 

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“Está claro que houve, por parte de membros das forças de segurança pública –estaduais e federais–, deliberado descumprimento das ordens de seus superiores e intencional sabotagem das medidas previstas no Protocolo de Ações Integradas. Foi isso que proporcionou o caos visto dia 8 de janeiro no Distrito Federal”, diz a defesa. 

Segundo os advogados, Ibaneis, na posição de gestor público, atuou concretamente, antes do dia dos fatos, para dar fim aos acampamentos, frente a uma possível represália. 

“No dia dos fatos, pautou a sua conduta nos informes recebidos dos subordinados com atribuição específica sobre a segurança pública e tão logo tomou conhecimento que atos criminosos estavam ocorrendo na Praça dos Três Poderes, adotou medidas enérgicas para conter o vandalismo e prender os responsáveis”, afirmou a defesa. 

Após ter a casa, o Palácio Buriti e o antigo escritório visitados pela Polícia Federal no cumprimento de mandados de busca e apreensão, o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), deve entregar o celular para perícia ainda nesta segunda (23). A defesa reforça sua inocência no inquérito que apura omissão na invasão à Praça dos Três Poderes, no último dia 8.

Uma nota assinada por seus advogados informa que o celular será entregue "para que se cumpra na íntegra a decisão do ministro Alexandre de Moraes". "O governador estava fora de Brasília por ocasião da busca em sua residência, mas faz questão de que o seu telefone seja periciado, pois, como já dito, ele não tem nada a esconder e é o maior interessado na plena apuração dos fatos", complementa o comunicado.

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As medidas contra Ibaneis foram expedidas após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) na busca por provas que possam confirmar uma eventual omissão no controle dos atos golpistas que resultaram na depredação de prédios públicos.

Afastado um dia após a destruição, o governador permanecerá longe da gestão por 90 dias. Assessores ouvidos pelo G1 informaram que ele está em sua fazenda no Piauí e volta à Brasília nesta segunda para entregar o aparelho. No último dia 13, Ibaneis prestou depoimento à PF.

“Não há nada que possa me ligar aos golpistas que atacaram os três Poderes. Eu sempre me comportei de modo a colaborar com as investigações e mantenho a mesma postura”, defendeu-se nas redes sociais.

A defesa do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), informou que, na segunda-feira, 23, entregará o celular do governador pela manhã, na sede da Polícia Federal, em Brasília. A entrega do aparelho atende à determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal, ministro Alexandre de Moraes.

Segundo a defesa, o governador estava fora de Brasília quando ocorreu a operação de busca em sua residência, "mas faz questão de que o seu telefone seja periciado", declarou o advogado Cleber Oliveira, que representa Ibaneis, ao lado de Alberto Toron. "Como já dito, ele não tem nada a esconder e é o maior interessado na plena apuração dos fatos."

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Ontem, Toron disse ter sido pego de surpresa pela determinação de busca e apreensão na casa e no escritório do governador afastado, nesta sexta-feira, 20.

Toron disse que causou estranhamento o fato de a ordem ter ocorrido dias após o depoimento de Ibaneis à Justiça, há uma semana. A diligência foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e acatada pelo ministro Alexandre de Moraes.

"A busca e apreensão sempre representa uma surpresa. Agora, nós estranhamos que essa medida tenha sido determinada tanto tempo depois de ele ter sido ouvido… ele que havia se colocado à disposição. Mas, a defesa não se preocupa com a busca e apreensão", declarou o advogado à Coluna do Estadão.

Toron acrescentou que respeita a diligência e que vai aguardar o esclarecimento dos fatos após ter conhecimento do material apreendido. Ibaneis não estava nos endereços no momento da operação.

O ex-secretário da Justiça do governo do DF, Anderson Torres, considerado um dos personagens centrais para as investigações, deve prestar depoimento na próxima segunda-feira.

O governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha garantiu ser inocente com relação aos atos terroristas do dia 8 de janeiro, em Brasília, após a Polícia Federal cumprir, nesta sexta-feira (20), mandado de busca e apreensão nos endereços dele e do ex-secretário de Segurança Pública do DF Fernando de Sousa Oliveira.

A defesa de Ibaneis foi publicada no seu perfil do Instagram no início da noite desta sexta. Ele alegou que “não há nada que possa me ligar aos golpistas que atacaram os Três Poderes”, e que sempre se comportou de modo a “colaborar com as investigações”.

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“Cheguei a fazer um depoimento espontâneo à Polícia Federal, mostrando que não há o que temer. Mantenho a fé em nosso sistema Judiciário e a certeza de que tudo restará esclarecido. Estou afastado do Distrito Federal exatamente para que o trabalho dos policiais e da Justiça transcorra sem qualquer óbice, sempre à disposição para novos esclarecimentos”, disse.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afastou Ibaneis do cargo por 90 dias pela omissão por parte do governador nos atos terroristas que aconteceram em Brasília no dia 8 de janeiro. 

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No centro das discussões do ataques ocorridos em Brasília, no último domingo (8), o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), prestou esclarecimentos sobre a conduta adotada durante a invasão à Praça dos Três poderes. 

Mensagens de texto e áudio obtidos pelo jornal O Globo expõem detalhes do depoimento de Ibaneis, que afirma "sabotagem" no domingo e culpa a cúpula da segurança local pelos atos terroristas. Além disso, nas mensagens, o governador afastado tenta comprovar que foi enganado.

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"Tira esses vagabundos do Congresso e prenda o máximo possível", teria escrito Ibaneis, às 15h39, em mensagem enviada ao secretário interino de Segurança Pública, Fernando de Souza Oliveira. Na manhã da invasão, o então secretário chegou a afirmar que a ação dos bolsonaristas estava "pacífica, ordeira e democrática" e que não havia necessidade de alarde.

Horas depois, por meio de áudio para Ibaneis Rocha, Fernando de Souza alegou que estava negociando a saída dos invasores dos arredores da Esplanada dos Ministérios. "Governador, bom dia. Delegado Fernando falando. Governador, passar o ultimo informe aqui do meio dia para o senhor. Tudo tranquilo. Os manifestantes estão descendo lá do SMU, controlado, escoltado pela policia. Tivemos uma negociação para eles descerem de forma pacifica, organizada, acompanhada. Toparam", teria dito secretário.

E complementou: "Não precisou conter lá em cima. É um ou outro ônibus que vai descer. Se descer perto da Rodoviária, eles desembarcam ali na alça leste e seguem acompanhados pela polícia militar. Então, assim, tá um clima bem tranquilo, bem ameno, uma movimentação bem suave e a manifestação totalmente pacifica. Até agora, nossa inteligência está monitorando, não há nenhum informe de questão de agressividade ligada a esse tipo de comportamento. Tem aproximadamente cento e cinquenta ônibus já no DF, mas todo mundo de forma ordeira e pacifica".

O áudio foi respondido, às 13h39, pelo governador afastado apenas com um "maravilha". Com esse diálogo, a defesa de Ibaneis pretende comprovar que ele foi ludibriado. 

Nova troca de mensagens

Ainda em depoimento, Ibaneis Rocha argumentou que teria visto pela televisão que bolsonaristas estavam invadindo os prédios públicos e, às 15h39, voltou a entrar em contato com o secretário. "Coloca tudo na rua. Tira esses vagabundos do Congresso e prenda o máximo possível".

Aos investigadores, ele ressalta que pediu apoio das Forças Armadas ao ministro da Justiça Flávio Dino. Segundo o jornal O Globo, Ibaneis se disse "decepcionado" e "revoltado" com a possível passividade da polícia, que foi registrada fazendo selfie e fotografando os bolsonaristas. 

Em contato com o ex-secretário Anderson Torres, que estava nos Estados Unidos no dia dos ataques, ele foi informado que a responsabilidade estava com Oliveira. Anderson foi exonerado por "omissão", afirmou Inabeis. "A exoneração do secretário Anderson se deu em razão do fato de que este estava ausente do país no momento do trágico acontecimento e, portanto, o declarante perdeu a confiança no seu então secretário", justificou o governador afastado em depoimento obtido por O Globo. 

O julgamento que confirmou o afastamento do governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha (MDB), por 90 dias, terminou com placar de 9 a 2 no Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi imposta em decorrência dos atos de vandalismo praticados por militantes bolsonaristas no último domingo (8), em Brasília.

A medida cautelar foi julgada nessa quarta (11) no plenário virtual, e os ministro tiveram até as 23h59 para votar. A maioria acompanhou o relator, ministro Alexandre de Moraes, que afastou Ibaneis de suas funções ainda na madrugada de segunda-feira (9), horas depois dos atos de vandalismo terem deixado o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do próprio Supremo depredados.

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Moraes indicou aparente conivência de Ibaneis Rocha, cujo governo era responsável por garantir a segurança dos prédios públicos de Brasília, mas que não montou esquema de segurança especial, mesmo tendo conhecimento de que atos violentos estariam sendo planejados.

O ministro escreveu que Ibaneis “não só deu declarações públicas defendendo uma falsa ‘livre manifestação política em Brasília’ – mesmo sabedor, por todas as redes, que ataques às instituições e seus membros seriam realizados – como também ignorou todos os apelos das autoridades para a realização de um plano de segurança”. Ele se referiu a pedidos do governo federal pela proteção de prédios públicos e interdição do acesso à Esplanada dos Ministérios, que foram ignorados pelo governo do DF.

A decisão de Moraes foi referendada pelos ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Os que divergiram, votando por manter Ibaneis Rocha no cargo, foram os ministros Nunes Marques e André Mendonça.

Nos votos divergentes, ambos escreveram não haver elementos suficientes para apontar a conivência ou a omissão intencional do governador nos episódios de domingo, e que seu afastamento do cargo seria medida excessiva, diante dos poucos indícios apresentados nas investigações até o momento.

Prisões

Com o mesmo placar de 9 a 2, foi mantida também a prisão do ex-secretário de Segurança Pública no DF Anderson Torres e do ex-comandante da Polícia Militar do DF Fábio Augusto Vieira. De acordo com a tese vencedora, há indícios suficientes para apontar a conivência de ambos com os atos golpistas.

Entre os indícios citados estão as imagens publicadas em redes sociais e divulgadas pela imprensa, mostrando policiais militares sem agir diante da prática de vandalismo contra os prédios públicos. O efetivo também não teria sido reforçado. Outro indício, no caso do ex-secretário, foi o fato de ele ter viajado para os Estados Unidos dias antes do domingo, mesmo tendo conhecimento do planejamento de atos violentes em Brasília.

Novamente, os únicos a divergirem nesse ponto foram Nunes Marques e André Mendonça. Ambos argumentaram que a medida de restrição de liberdade é excepcional e não deveria ser aplicada ao caso do ex-secretário e do ex-comandante. Entre outras razões, os ministros argumentaram que Torres e Vieira já foram exonerados, e portanto não mais representam risco às investigações.

Fábio Augusto Vieira já se encontra preso. Torres disse que retornará dos EUA - para onde disse ter ido de férias com a família - para se entregar, mas até o momento não voltou ao país. 

Outras medidas

Foram referendadas também outras medidas determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes em decorrência dos atos de vandalismo de domingo (8), como a dissolução de acampamentos golpistas em frente a unidades das Forças Armadas e a prisão em flagrante de todos que se recusassem a sair desses locais, a apreensão dos ônibus que trouxeram militantes bolsonaristas de outros estados e a proibição da entrada de ônibus de excursão com manifestantes no DF até 31 de janeiro.

O único a apresentar ressalvas em relação a algumas das medidas foi o ministro Nunes Marques, que discordou, por exemplo, da prisão em flagrante das pessoas que se encontrassem nos acampamentos golpistas. Ele disse ser necessário primeiro investigar se “haveria em tais ambientes o acolhimento de ‘terroristas’”.

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou contra o afastamento cautelar do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e a prisão do ex-secretário de Justiça do DF, Anderson Torres, na investigação sobre os atos golpistas em Brasília.

Até agora, o ministro está isolado. O STF já tem nove votos para confirmar as medidas, decretadas pelo ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do inquérito sobre a ação dos extremistas na Praça dos Três Poderes.

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Ao votar para derrubar o afastamento do governador, Mendonça usou como argumento a intervenção federal na segurança pública do DF. Para o ministro, o cenário "torna desnecessária" e "desproporcional" a destituição temporária de Ibaneis. Na avaliação dele, a realidade atual "afasta qualquer possibilidade de influência" do emedebista.

Ele classificou o afastamento como uma medida de "extrema gravidade" e defendeu que o governador teve a "legitimidade democrática renovada" nas eleições "recém-ocorridas".

André Mendonça também foi contra a prisão preventiva do delegado federal Anderson Torres, que o substituiu no Ministério da Justiça e Segurança Pública quando foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o STF.

Ele defendeu que a prisão processual deve ser "excepcionalíssima" e que, no caso, não há "perigo" para a investigação ou para a ordem pública se o ex-ministro aguardar o andamento das apurações em liberdade.

Com a derrota de Bolsonaro, Anderson Torres foi nomeado para comandar a Secretaria de Segurança do Distrito Federal, cargo que ocupava antes do convite para integrar o governo federal. A segunda passagem pela pasta, no entanto, foi "relâmpago". Pressionado, Ibaneis Rocha exonerou o secretário após os atos golpistas.

Mendonça lembrou que Torres não está mais no cargo e, por isso, não pode mais "ocasionar, por ação ou omissão na condução de políticas de segurança pública, a citada reiteração na prática dos delitos investigados".

"Ausente, portanto, a contemporaneidade na presença dos motivos ensejadores da custódia cautelar ante a ausência de indicação de que tais investigados poderão, de algum modo, permitir a reiteração das condutas delitivas. Reforça esse entendimento o fato de a segurança pública no Distrito Federal se encontrar, no presente momento, sob intervenção e responsabilidade federal", argumentou.

Anderson Torres estava de férias nos Estados Unidos quando teve a prisão decretada. Ele anunciou que voltará ao Brasil para se entregar às autoridades.

Os argumentos de Mendonça também se estenderam ao ex-comandante da Polícia Militar do DF, Fabio Augusto Vieira, outro que teve a prisão preventiva decretada. Ele coordenou o trabalho da corporação no último domingo, 8, quando os golpistas vandalizaram os prédios da Presidência, do STF e do Congresso, mas foi substituído pelo interventor Ricardo Cappelli.

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quinta-feira, 11, para referendar determinações do ministro Alexandre de Moraes relacionadas aos atos golpistas do último domingo, inclusive o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por 90 dias, e a prisão preventiva do ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres.

Na mesma decisão, Moraes determinou a desmobilização dos acampamentos em frente aos quartéis-generais do Exército e unidades militares no país em 24 horas, a desocupação de vias e prédios públicos e a prisão em flagrante dos envolvidos na invasão e depredação das sedes dos três Poderes.

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Acompanharam Moraes os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso.

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) começou, nesta quarta-feira (11), a julgar se mantém o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), bem como a prisão do ex-secretário de Segurança Pública distrital, Anderson Torres. As medidas são decorrência da invasão e ampla depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8).

Até o momento, além do relator, Alexandre de Moraes, votaram por manter as medidas cautelares os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Cármen Lúcia e Dias Toffoli. O caso é julgado em plenário virtual, e os demais ministros têm até as 23h59 desta quarta-feira (11) para votar.

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Entenda

Ibaneis Rocha foi afastado do cargo por Moraes ainda na madrugada de segunda-feira (9), horas depois dos atos de vandalismo que depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do STF, que ficam na Praça dos Três Poderes, no centro de Brasília.

Na mesma decisão, o ministro impôs uma série de outras medidas, como o desmonte de acampamentos golpistas que pediam intervenção militar em frente a unidades das Forças Armadas de diferentes cidades do país, bem como a prisão em flagrante dos militantes bolsonaristas que não se retirassem desses locais. Tais medidas também foram referendadas pelos ministros que votaram até o momento.

O ex-secretário de Justiça do DF Anderson Torres, por sua vez, teve a prisão decretada pelo ministro na tarde de ontem (10). Moraes atendeu a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), que apontou aparente conivência do ex-secretário com os atos golpistas, uma vez que não teria tomado qualquer providência para proteger os prédios públicos, mesmo tendo conhecimento sobre o planejamento das ações criminosas.

Torres encontra-se ainda nos Estados Unidos, para onde foi dois dias antes da depredação no centro da capital. Apesar de ter sido assumido o cargo no início deste mês, ele disse ter viajado de férias com a família. Após sua prisão ser decretada, o ex-secretário de Segurança Pública do DF, que é também ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, informou que voltaria ao Brasil para responder ao processo judicial.

A Polícia Federal informou ainda não ter conhecimento sobre quando Torres chegará ao Brasil. Ele deve ser preso ainda no aeroporto. Nesta quarta-feira (11), uma pane no sistema aéreo provocou o cancelamento de todos os voos nos EUA, o que pode ter prejudicado o retorno do ex-secretário, disse o delegado da PF responsável pelo caso, Rodrigo Teixeira, em entrevista coletiva.

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar nesta qaurta-feira (11) a decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, pelo prazo de 90 dias.   

O julgamento será realizado virtualmente. Nesse formato, os ministros inserem os votos no sistema eletrônico e não há deliberação presencial. A Corte vai analisar se a liminar de Moraes será referendada.   

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O afastamento foi deferido na madrugada de domingo (8), no mesmo dia dos atos terroristas que depredaram as instalações da sede da Corte, do Congresso e do Palácio do Planalto. 

Na determinação, Moraes citou descaso e omissão por parte do governador e do então secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, que foi exonerado.  Ontem, a presidente do STF, ministra Rosa Weber, convocou sessão virtual da Corte para atuar até 31 de janeiro, durante o recesso judiciário. 

Com a decisão, a Corte funcionará de forma permanente para julgar questões urgentes que forem protocoladas no tribunal. Em função do recesso no STF, os trabalhos presenciais só serão retomados em 1º de fevereiro.

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu, nesta quarta-feira (10), o bloqueio de bens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do governador afastado do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) e do ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres, pelos ataques terroristas aos Três Poderes no domingo (8), em Brasília. 

O pedido foi assinado pelo subprocurador geral do MP/TCU Lucas Rocha Furtado e encaminhado a Bruno Dantas, presidente do Tribunal. Furtado também menciona no pedido de bloqueio outros responsáveis pelos atos terroristas de domingo, “sobretudo de financiadores de mencionados atos ilegais”. 

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Além dos civis e empresários envolvidos no grande esquema de patrocínio dos atos golpistas, responsabilizar Ibaneis Rocha e Anderson Torres pela depredação de prédios públicos durante os ataques está entre os interesses do TCU. O MP junto ao tribunal de contas já solicitou que a Corte identifique os responsáveis por atos de vandalismo e o eventual ressarcimento aos cofres públicos. 

Leia a íntegra do pedido feito a Bruno Dantas, presidente do TCU

"Exo. Sr. Presidente do Tribunal de Contas da União, 

Ministro Bruno Dantas 

Em razão de processo de Tomada de Contas e do vandalismo ocorrido no Distrito Federal no dia 8 de janeiro de 2023, que provocou inúmeros prejuízos ao erário federal, solicito seja decretada a indisponibilidade de bens dos Srs. Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República, do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, bem como do sr. Anderson Torres, secretário de segurança do Distrito Federal exonerado, bem como de outros responsáveis, sobretudo de financiadores de mencionados atos ilegais. Aproveito a oportunidade para me colocar à disposição desta Corte para novos pedidos de indisponibilidade. 

Fortaleza, 10 de janeiro de 2023."

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O governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha, ficará 90 dias afastado do cargo. Em decisão publicada na madrugada desta segunda-feira (9), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), citou descaso e omissão por parte do governador  e do então secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, que foi exonerado ontem.

“O descaso e a conivência do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e, até então, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres – cuja responsabilidade está sendo apurada em petição em separado – com qualquer planejamento que garantisse a segurança e a ordem no DF, tanto do patrimônio público – Congresso Nacional, Presidência da República e Supremo Tribunal Federal – só não foi mais acintoso do que a conduta dolosamente omissiva do governador do DF, Ibaneis Rocha, que não só deu declarações públicas defendendo uma falsa “livre manifestação política em Brasília” – mesmo sabedor, por todas as redes, que ataques às instituições e seus membros seriam realizados – como também ignorou todos os apelos das autoridades para a realização de um plano de segurança semelhante ao realizado nos últimos dois anos, em 7 de setembro em especial, com a proibição de ingresso na Esplanada dos Ministérios pelos criminosos terroristas; tendo liberado o amplo acesso”, destacou o magistrado.

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O chefe do Executivo local e o secretário de Segurança exonerado Anderson Torres também serão incluídos no inquérito que investiga atos antidemocráticos. A vice de Ibaneis, Celina Leão (PP), assumirá o comando do Executivo local nesse período.

Moraes determinou ainda a desocupação total do acampamento bolsonarista em frente ao Quartel do Exército, na área central de Brasília, em até 24 horas. Os que insistirem, alerta o ministro, poderão ser presos em flagrante e enquadrados em pelo menos sete crimes diferentes. “Determino a desocupação e dissolução total, em 24 (vinte e quatro) horas, dos acampamentos realizados nas imediações dos quartéis generais e outras unidades militares para a prática de atos antidemocráticos e prisão em flagrante de seus participantes pela prática dos crimes previstos nos artigos 2ª, 3º, 5º e 6º (atos terroristas, inclusive preparatórios) da Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016 e nos artigos 288 (associação criminosa), 359-L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito) e 359-M (golpe de Estado), 147 (ameaça), 147-A, § 1º, III (perseguição), 286 (incitação ao crime)”.

A desocupação deverá ser feita pelas polícias militares dos estados e Distrito Federal, com o apoio da Força Nacional e Polícia Federal se necessário, devendo o governador do estado e DF ser intimado para efetivar a decisão, sob pena de responsabilidade pessoal.

Em vídeo divulgado ontem (8) a noite, Ibaneis Rocha pediu desculpas aos chefes dos Três Poderes. Segundo o governador afastado, não se imaginava que os atos tomariam tal proporção. “Quero me dirigir aqui, primeiramente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para pedir desculpas pelo que aconteceu hoje em nossa cidade. Para a presidente do Supremo Tribunal Federal [Rosa Weber], ao meu querido amigo Arthur Lira [presidente da Câmara], ao meu querido amigo Rodrigo Pacheco [presidente do Senado]”, disse.

Intervenção

Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a publicação de um decreto que prevê a intervenção na área de segurança pública do governo do Distrito Federal (GDF). A intervenção vai até 31 de janeiro deste ano.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), confirmou no final da tarde deste domingo pelo Twitter que determinou a exoneração do secretário de Segurança Anderson Torres.

A exoneração do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) ocorre após terroristas que apoiam o ex-presidente invadirem a sede dos Três Poderes, em Brasília.

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Ibaneis também informou que colocou todo o efetivo das forças de segurança nas ruas, com a "determinação de prender e punir os responsáveis".

"Também solicitei apoio do governo federal e coloco o GDF à disposição do mesmo", disse o governador, que completou que está em Brasília monitorando as manifestações e tomando "as providências para conter a baderna antidemocrática" na Esplanada dos Ministérios.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi reconduzido neste domingo (1º) ao cargo em cerimônia na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Acompanhado da vice-governadora Celina Leão, também empossada na cerimônia, Ibaneis prometeu cumprir a Constituição Federal, desempenhar fiel e lealmente o mandato e trabalhar pela justiça social, pelo progresso e pelo desenvolvimento integral da capital federal. 

Após a assinatura dos termos de posse, o governador, em discurso, agradeceu à família, à esposa, aos três filhos, aos deputados distritais e aos representantes do Poder Judiciário presentes, citando que governar o Distrito Federal tem “algo de encanto e magia”. “Brasília é a capital de todos os povos, da esperança, da união, de todos os brasileiros. Governar o Distrito Federal tem uma emoção que vai além”. 

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Ibaneis lembrou que, há quatro anos, foi empossado para o que seria um mandato marcado pela pandemia de covid-19 e que exigiu dos governantes empenho no intuito de unir a sociedade. Ele lembrou que o vírus segue causando novas infecções e mortes e destacou o importante papel da vacinação no combate à doença. O governador citou ainda o contexto de desigualdade social na capital federal. 

“Temos que avançar cada vez mais. Brasília ainda é uma cidade muito díspar, muito difícil. Aqui, temos uma região bastante rica e, ali ao lado, bem ao nosso lado, temos muitas dificuldades que precisam ser vencidas”, disse, destacando regiões como Pôr do Sol e Sol Nascente.

“Os desafios são enormes, mas a vontade de fazer o Distrito Federal prosperar, de ver as famílias saindo da situação de miséria é muito grande’”.  O governador também comentou sobre o cenário político nacional, defendendo que o momento agora é de união pelo Brasil.

Para Ibaneis, o país deve se unir para enfrentar "problemas reais”, como fome, miséria e desigualdade social, racial e de gênero. “É hora de olhar pra frente, com respeito às diferenças, com respeito a quem pensa diferente de nós”, disse, ao cobrar um ponto de equilíbrio.

“Precisamos muito de união e temos que ser exemplo. Somos a capital do país”, completou. “Lutar para que o diálogo sempre prevaleça, para que haja harmonia entre os poderes, respeito entre o parlamento e o Executivo”, concluiu. 

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Mais cedo, Ibaneis participou de missa em ação de graças no Santuário Dom Bosco, na região central da capital federal. A cerimônia foi conduzida pelo arcebispo de Brasília, dom Paulo Cezar. Após a solenidade que o reconduziu ao cargo na Câmara Legislativa, ele dá posse aos secretários de governo no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e, mais tarde, participa da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, disse nesta terça-feira (27) que a Polícia Civil acredita que o segundo suspeito de ajudar a montar um artefato explosivo em Brasília tenha fugido da capital federal. No último sábado (24), um homem foi preso com um arsenal de armas e confessou ter colocado uma bomba em um caminhão-tanque que seguia para o Aeroporto Internacional de Brasília.

Em coletiva de imprensa no Palácio do Buriti, o chefe do Executivo local - que se reuniu hoje com os futuros ministros da Justiça, Flavio Dino, e da Defesa, José Múcio Monteiro - disse que a polícia já identificou a pessoa e que as buscas estão em andamento.

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“Devemos ter notícias nas próximas horas”. Segundo Ibaneis, o primeiro suspeito, George Washington de Oliveira Sousa, está detido preventivamente no Complexo Penitenciário da Papuda e, conforme investigação, chegou a fazer curso de sniper para manusear armamento.

“Realmente existia ali uma mentalidade totalmente voltada para o crime”, afirmou o governador. Ibaneis destacou que todo o efetivo da Polícia Militar estará em condições para atuar na cerimônia de posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no próximo domingo (1º).

Haverá ainda apoio por parte da Polícia Civil de forma infiltrada, sobretudo, segundo ele, por conta dos “últimos acontecimentos”.

“Temos um grande sistema de inteligência voltado para grandes eventos. Para todos aqueles que estiverem pensando em algo parecido [com o que ocorreu no último sábado], podem ter certeza de que serão repreendidos”, reforçou.

O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que, caso não haja desocupação voluntária dos acampamentos bolsonaristas no QG do Exército em Brasília, "pode haver retirada compulsória". De acordo com o governador reeleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), haverá uma aceleração da retirada desses acampamentos. Segundo ele, mais de 40 barracas já foram retiradas.

"Quanto mais se der a desmobilização de modo compactuado mediante conciliação, melhor", ponderou Dino, em entrevista coletiva de imprensa nesta terça-feira (27), ao lado de Ibaneis e do futuro ministro da Defesa, José Múcio. Sobre mais providências a serem tomadas em relação à posse no dia 1º de janeiro, o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública destacou que "o planejamento da segurança da posse é dinâmico e algumas medidas serão definidas apenas no momento".

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Ibaneis afirmou que há um "grande sistema de inteligência" para esses eventos que ocorrem no Distrito Federal. "Não haverá hiato no comando das equipes de segurança; equipe tomará posse à 00h01", declarou Dino.

Múcio confirmou também que o próximo general do Exército assumirá o cargo na sexta-feira (30) às 10h, como antecipado pelo Estadão.

Carro aberto na posse

Flávio Dino também disse na coletiva que a decisão do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de desfilar, ou não, em carro aberto será tomada no momento da cerimônia de posse. "Os dois cenários estarão disponíveis no dia", disse.

"Essa decisão será tomada no momento, se ele vai embarcar de carro aberto, de carro fechado", declarou Dino. "Como disse, planejamento dinâmico envolve várias rotas, várias opções, e todas elas estarão disponíveis", emendou.

Ato de terrorismo é 'isolado', diz Múcio

O futuro ministro da Defesa, José Múcio, disse na coletiva que a tentativa de explodir um caminhão de combustível na véspera de Natal foi um ato de terrorismo isolado e destacou que as manifestações em frente ao quartel do Exército são pacíficas. Múcio, que foi ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), é considerado um bom interlocutor do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva junto aos militares.

"Na hora em que o cidadão coloca uma bomba num caminhão de querosene nós entramos no campo do terrorismo. O movimento aqui é pacífico", sublinhou. "O movimento terrorista é isolado, o que tem acontecido no quartel são pessoas vestidas de verde e amarelo e torcemos que isso seja coisa passageira".

Múcio afirmou que as forças de segurança estão realizando um monitoramento diário dos acampamentos e, de acordo com a avaliação das pessoas que estão acompanhando as manifestações, o movimento é cada vez menor.

O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, garantiu que a posse do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será mantida "em todas as suas dimensões". De acordo com Dino, há o compromisso com policiamento ostensivo no dia.

"Nós temos toda a tranquilidade de reiterar o convite para que as pessoas participem da posse", disse o futuro ministro em coletiva de imprensa nesta terça-feira (27), ao lado do futuro ministro da Defesa, José Múcio, e do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). "Não serão pequenos grupos terroristas e extremistas que irão emparedar as instituições", declarou, em referência à tentativa de um militante bolsonarista de explodir uma bomba nas imediações do aeroporto de Brasília na véspera de Natal.

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O governador reeleito reiterou o compromisso de Dino. "Estaremos com todo o efetivo da Polícia Militar de prontidão" na posse, disse Rocha. Sobre os acampamentos bolsonaristas, ele detalhou que a desmobilização está sendo feita pouco a pouco.

Por sua vez, Múcio destacou: "saímos daqui mais confiantes e com absoluta garantia que a posse será um dia de festa".

Na noite de sábado (24), véspera de Natal, autoridades policiais prenderam em flagrante, por atentado contra o Estado, o gerente de posto de combustível George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, que confessou ter tentado explodir um caminhão de combustível perto do aeroporto da capital federal para provocar falta de energia e dar início, segundo o próprio acusado, a um caos que levasse à decretação de um estado de sítio no País. Ele também planejava explodir uma bomba no estacionamento do aeroporto.

O evento aumentou a tensão para a posse do presidente eleito, que será realizada dia 1º. Manifestantes bolsonaristas acampam em frente ao quartel-general do Exército desde a proclamação do resultado das eleições e pedem intervenção militar para impedir a posse de Lula.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que determinou às forças de segurança que prendessem todos os bolsonaristas que estão fazendo depredações e outros atos de vandalismo. "A ordem é prender", afirmou o governador ao Estadão/Broadcast. Questionado sobre reforço no efetivo de policiais militares, o emedebista afirmou que "já está ocorrendo".

Os apoiadores do atual governo de Jair Bolsonaro têm queimado carros e ônibus em Brasília. Os vândalos chegaram a espalhar botijões de gás em volta dos carros pegando fogo.

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Os ataques começaram após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pedir a prisão temporária, por dez dias, do líder indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A prisão foi decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) por indícios de crimes de ameaça, perseguição e manifestações antidemocráticas em vários pontos de Brasília, insufladas por Serere Xavante.

Bolsonaristas têm acampado em frente a quartéis e fazendo apelos golpistas por intervenção militar para que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não assuma o governo. A série de depredações aconteceu no mesmo dia em que o petista foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do DF afirmou que orientou os motoristas a evitarem o centro de Brasília. "Como medida preventiva, o trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e outras vias da região central está restrito até nova mudança de cenário, após avaliação de equipe técnica", informou a pasta. O governo do DF declarou também que a segurança do hotel onde está o presidente eleito foi reforçada. "Destacamos, por fim, que as imediações do hotel em que o presidente da república eleito está hospedado tem vigilância reforçada por equipes táticas e pela tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal".

O senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), futuro ministro da Justiça, e Andrei Passos, chefe da segurança de Lula e futuro chefe da Polícia Federal, vão dar uma entrevista a imprensa para falar sobre o assunto. Dino se manifestou poucos minutos após o início dos ataques nas redes sociais. Cerca de três horas após o início dos ataques, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que a pasta tenta "conter a violência e restabelecer a ordem".

A Polícia Federal também publicou nota sobre o caso e disse que os "distúrbios verificados nas imediações do Edifício-Sede da Polícia Federal estão sendo contidos com o apoio de outras forças de Segurança Pública do Distrito Federal (PMDF, CBMDF e PCDF)". Ao comentar sobre a prisão determinada por Moraes, a PF declarou que o bolsonarista "encontra-se acompanhado de advogados e todas as formalidades relativas à prisão estão sendo adotadas nos termos da legislação, resguardando-se a integridade física e moral do detido".

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