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Ao participar hoje do lançamento do projeto Sinalização e Reconhecimento de Lugares de Memória dos Africanos Escravizados no Brasil, nesta quinta-feira, no Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Sílvio Almeida disse que não existe a possibilidade de reconstruir, reinventar e recriar o Brasil se não houver capacidade de construir políticas de memórias.

“Quando se fala de direitos humanos, estamos necessariamente reivindicando políticas de memórias, reivindicando esse processo, que não é apenas de recordar, de descrever como o passado era. É um processo político em que nós forjamos nossas identidades individuais e também coletivas.”  O projeto foi lançado no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), no Cais do Valongo, região portuária do Rio Janeiro..  “A memória nos faz pensar no passado, no presente e no futuro, mais do que isso nos faz ter um passado, dá sentido para o presente e nos projetarmos a partir das experiências que colhemos em direção ao futuro. É uma das formas fundamentais da existência”. 

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Projeto

O objetivo é é dar visibilidade à história da matriz africana. Uma das iniciativas é a instalação de placas alusivas ao reconhecimento feito pelo Programa Rotas dos Escravizados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Entre as indicações estão portos, igrejas, praças, terreiros de candomblé, quilombos e lugares onde ocorreram movimentos de resistência.

Segundo Almeida, o reconhecimento de lugares de memória dos africanos escravizados no Brasil é importante para manter a memória do que ocorreu na escravidão e o que representa até hoje para reforçar a luta para impedir que fatos como aquele não se repitam. 

Escravidão

“Falando sobre os horrores da escravidão e o que foi o tráfico, podemos agora entrar em uma disputa fundamental no campo da política que é a disputa pela verdade da história”, ressaltou o ministro, durante a solenidade.

“A memória também é uma arma de luta. Agora vamos para outro patamar, que é o da justiça e reparação da memória e da busca da verdade. Podemos pensar como podemos restituir aqueles que foram os condenados da terra, aqueles que foram violentados, aqueles que foram agredidos.”  De acordo com Sílvio Almeida, a partir desse reconhecimento é que podem seguir as politicas de não repetição da escravidão. “De como podemos fazer a partir da memória da descoberta da verdade, da busca por justiça e da reparação, criar mecanismos da não repetição para que o passado não aconteça de novo.” 

Almeida comparou a violência ocorrida na escravidão à praticada no período da ditadura militar. “Não se pode descolar a escravidão no Brasil, da ditadura militar no Brasil. As técnicas de tortura e sevícia que eram usadas na escravidão foram usadas na ditadura e ainda são usadas nas periferias e nas prisões, principalmente, contra as pessoas negras desse país”, destacou. 

Economia

O ministro contestou avaliações de que ao se falar da escravidão e política de reparação no Brasil, a discussão fica restrita a questões de cultura e de arte, deixando a economia de lado. 

“Não, estamos discutindo economia. A escravidão tem que ser estudada como parte fundamental da formação econômica do Brasil. A escravidão foi a forma política do Brasil. Ser contra as pessoas escravizadas era um modo de existência da sociedade brasileira no século 19.” 

Ele ressaltou que a escravidão não é a responsável direta por todas as mazelas do país, até porque as mazelas também se reatualizaram no republicanismo no Brasil. Para o ministro, é preciso também buscar a reparação pela escravidão do ponto de vista da economia e, a partir daí, definir políticas públicas nesta área.  Na segunda fase do projeto lançado hoje será feita a disseminação do projeto por meio de plataformas digitais e a educação e cultura em direitos humanos.

“A ideia é que sejam elaborados materiais pedagógicos e de apoio para professoras e professores para cumprimento da obrigatoriedade do estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena, prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).” 

Valongo

O Cais do Valongo é patrimônio cultural mundial reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 2017. “Pelo Valongo desembarcaram cerca de um milhão de africanos na cidade do Rio de Janeiro, sendo este, o maior porto de desembarque de africanos escravizados nas Américas e o segundo maior porto de origem dos navios negreiros depois do porto de Liverpool (Inglaterra)”, disse Sílvio Almeida.  Na placa inaugurada hoje pode se ler: “Cais do Valongo. Rio de Janeiro. Este é um lugar de memória da história dos africanos escravizados no Brasil reconhecido pelo Projeto Rotas dos Escravizados da Unesco em 2014”. 

Os vestígios do Cais foram descobertos em 2011, quando foram feitas escavações para as obras do Porto Maravilha, um projeto de revitalização da região portuária do Rio de Janeiro.

Igualdade Racial

Na solenidade, que encerrou o mês da Consciência Negra, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou que o projeto recupera a história do Brasil e desvenda a visão que retira dos livros e dos monumentos públicos a contribuição de negras e negros para erguer a nação brasileira.

“Reconhecemos o perigo de invisibilizar essa história e nos comprometemos em contar a história que a história não conta”, disse, lembrando que o Ministério da Igualdade Racial tem entre os seus principais eixos de atuação a memória e a reparação, diretriz que orienta as políticas públicas e programas formulados no caminho da busca da eliminação da desigualdades, fim das violências e garantia da vida digna para a maioria da população.

O projeto Sinalização e Reconhecimento de Lugares de Memória dos Africanos Escravizados no Brasil é uma parceria dos ministérios dos Direitos Humanos e Cidadania, da Igualdade Racial (MIR), da Educação (MEC) e da Cultura (MinC), com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e apoio do Laboratório de História Oral e Imagem da Universidade Federal Fluminense (UFF).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta segunda-feira, 20, que o Brasil teve supremacia branca ao longo de sua história. Ele deu a declaração no Palácio do Planalto, durante cerimônia em que assinou medidas voltadas à igualdade racial - como políticas para territórios quilombolas e de ações afirmativas. A solenidade foi para marcar o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro.

"O que nós fizemos aqui hoje é o pagamento de uma dívida histórica que a supremacia branca construiu nesse país desde que esse país foi descoberto. Nós queremos apenas recompor aquilo que é a realidade de uma sociedade democrática", declarou o presidente da República.

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O petista também fez críticas ao governo de Jair Bolsonaro, apesar de não ter citado diretamente o ex-presidente. Além disso, Lula fez uma comparação das políticas sociais do Executivo com o conflito entre Hamas e Israel na Faixa de Gaza.

"Aqui teve um furacão para destruir tudo quanto é política de inclusão social que a gente se matou para fazer em 13 anos e se destruiu em um dia. É como a Faixa de Gaza. Vocês estão vendo, aqueles prédios que estão sendo destruídos levaram décadas para serem construídos. Mas um foguete destrói aquilo em um segundo. E aqui se destruiu políticas públicas que estamos tentando reconstruir", declarou Lula.

O discurso de Lula foi mais curto do que de costume. O petista falou por alguns minutos e passou a palavra para a deputada Benedita da Silva (PT-RJ). Benedita é do PT desde a década de 1980 e possivelmente a principal líder negra da história do partido.

O Dia da Consciência Negra é celebrado todo 20 de novembro.

Presidente anuncia titulação de cinco territórios quilombolas

No evento, o presidente anunciou a titulação de cinco territórios quilombolas, dos quais dois federais e três estaduais. A ação faz parte do segundo 'Pacote pela Igualdade Racial', que engloba um conjunto de 13 iniciativas, apresentado pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, em parceria com outros dez ministérios e órgãos federais.

Uma das titulações assinadas se refere ao título integral para comunidade da Ilha de São Vicente, que fica em Araguatins, no Tocantins, e conta com 55 famílias. O outro foi o título de imóvel para 89 famílias de Lagoa dos Campinhos, que fica em Amparo de São Francisco e Telha, no Sergipe. Ambos são territórios federais.

Ao lado de Anielle, Lula lançou o segundo pacote com as medidas pela igualdade racial. O Programa Nacional de Ações Afirmativas conta com R$ 9 milhões de investimento. De acordo com informações do Ministério dos Povos Indígenas, o pacote busca formular, promover, articular e monitorar políticas voltadas para mulheres e pessoas negras, quilombolas, indígenas, ciganas ou com deficiência.

Dentre as iniciativas do pacote, está o investimento de R$ 2 milhões destinados à regularização fundiária quilombola. Outros R$ 5 milhões estão previstos para cursos de capacitação para o uso de tecnologia social sustentável de baixo custo, formação empreendedora para a comercialização do excedente de produção e ações de transferência de tecnologia.

No evento, Lula também assinou decreto presidencial de reconhecimento do Hip-Hop como referência cultural brasileira, estabelecendo as diretrizes nacionais de valorização da cultura.

O Banco do Brasil (BB) anunciou neste sábado, 18, um conjunto de medidas para promover a igualdade e a inclusão étnico-racial no País. As ações envolvem clientes, funcionários, fornecedores e outros parceiros estratégicos do banco, e serão adotadas de modo voluntário. O BB se tornou alvo de inquérito do Ministério Público Federal em setembro sobre sua participação na escravidão de pessoas negras no Brasil no século XIX e tem afirmado que reconhece o direito à verdade, mas que o período precisa ser analisado de modo mais amplo.

Em uma das ações anunciadas hoje, o banco incluiu uma cláusula de fomento à diversidade nos contratos com fornecedores, que entrará para a política de relacionamento com estes agentes. Uma licitação realizada em outubro deste ano foi piloto da iniciativa, com uma disposição para fomentar nos fornecedores a criação de políticas internas de diversidade, equidade e inclusão.

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O BB também fará parceria para encaminhar jovens egressos do programa de menor aprendiz ao mercado de trabalho. Esse acordo está em negociação com uma entidade externa, que não teve o nome revelado. Dos 2,2 mil jovens que estão no programa, 1,5 mil são pretos e pardos, de acordo com o banco.

A instituição também fará um workshop sobre a promoção da diversidade, equidade e inclusão com estatais e fornecedores. Neste workshop, serão compartilhados compromissos firmados pelo BB com o Pacto Global da ONU, e estimulada a criação de comitês de ética e diversidade nas empresas fornecedoras.

Em outra medida, o BB terá um programa de aceleração e desenvolvimento de carreira de funcionários pretos e pardos. Serão identificadas até 150 pessoas negras com potencial para atuar como líderes na empresa, e que terão auxílio para qualificação e prioridade para nomeações a cargos como gerente executivo, superintendente estadual e outros cargos gerenciais em unidades estratégicas e táticas.

Em paralelo, haverá um programa de mentoria em que atuais líderes negros do banco darão consultoria a 300 profissionais sobre temas ligados a raça e carreira.

O banco já possuía ações ligadas à promoção da igualdade racial, como um edital de empoderamento socioeconômico de mulheres negras e o Projeto Memória Lélia Gonzalez, que foi criado em 2013 e vai ser retomado.

Reparação

A investigação do MPF foi instaurada após uma manifestação de professores e universitários que afirmaram que o banco tinha na diretoria e no quadro de sócios, naquele século, pessoas ligadas ao tráfico de africanos e à escravidão. Desde então, houve reuniões entre o banco e o MPF.

Em nota, a presidente do BB, Tarciana Medeiros, afirma que toda a sociedade brasileira deveria, de forma direta ou indireta, pedir desculpas à população negra por algum tipo de participação na escravidão. "Neste contexto, o Banco do Brasil de hoje pede perdão ao povo negro pelas suas versões predecessoras e trabalha intensamente para enfrentar o racismo estrutural no País", diz.

Medeiros é negra e é a primeira mulher a presidir o BB nos 215 anos do banco. Ela afirma que o banco não se furta a encarar a real história de suas versões anteriores, mas que por ser uma instituição da atualidade, realiza atividades voluntárias para combater a desigualdade étnico-racial, com metas concretas.

Ela afirma ainda que é necessária uma reflexão de toda a sociedade, de forma permanente, sobre o tema, para que o debate não seja reduzido. "As sequelas da escravatura convocam todos os atores sociais contemporâneos a agir para a promoção da igualdade étnico-racial, a contribuir por meio de ações concretas, como as que o Banco já desenvolve de modo pioneiro, voluntário e destacado."

A diversidade é um dos pilares da gestão de Medeiros, que criou um comitê ligado ao tema de mesmo peso dos grupos que discutem outras questões estratégicas, como o crédito.

Na última década, pelos menos 30 lideranças quilombolas foram assassinados. É o que revela levantamento divulgado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).

Nesta quinta-feira (17), a líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, Yalorixá e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho (BA), Maria Bernadete Pacífico, 72 anos, foi assassinada na noite desta quinta-feira (17).

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Criminosos teriam invadido a comunidade, feito familiares reféns e executado Mãe Bernadete a tiros dentro de casa. O filho dela, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, mais conhecido como Binho do Quilombo, também foi executado há quase seis anos.

De acordo com a Conaq, a maioria das vítimas liderava territórios quilombolas. Os assassinatos ocorreram dentro dos quilombos e com uso de armas de fogo.  Os estados com maior número de assassinatos são Bahia (11), Maranhão (8) e Pará (4). Há casos registrados em Pernambuco, Paraíba, Minas Gerais e Alagoas. 

“O caso de Mãe Bernardete se junta a esses assassinatos que estão sem resolução nenhuma. Essa situação é muito grave. Trinta pessoas tiveram as vidas ceifadas ao longo dos anos. Queremos cobrar do Estado brasileiro uma posição. Não dá para o Sistema de Justiça ignorar as violências que acontecem nos territórios quilombolas”, afirma coordenador da Conaq, Denildo Rodrigues, em nota divulgada pela coordenação. 

Para o coordenador, a maioria dos assassinatos estão relacionados a pressões sobre os territórios quilombolas. “Existe uma disputa por terra muito ferrenha da qual nós negros e negra, apesar de estarmos nos territórios há mais de 400 anos, foi negado a nós o direito à terra. Isso é fruto do racismo fundiário que existe no país e esse racismo é responsável por deixar pessoas longe da terra”.  A Conaq cobra do Estado brasileiro resposta às execuções. 

A Polícia Federal da Bahia abriu inquérito nesta sexta-feira (18) para investigar o assassinato de Maria Bernadete Pacífico Moreira. A Superintendência da PF na Bahia é responsável pela investigação do assassinato do filho de Maria Bernadete, ocorrido em 19 de setembro de 2017.

Uma comitiva com representantes dos ministérios da Igualdade Racial, Justiça e Direitos Humanos está na Bahia para realizar reuniões presenciais junto a órgãos do estado da Bahia e prestar atendimentos às vítimas e familiares para que seja garantida proteção e defesa do território.

O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) publicou nota de pesar pelo assassinato de Mãe Bernadete.

“Urge, portanto, que o Poder Público das três esferas da Federação adote medidas emergenciais e estruturais para a contenção da violência contra grupos vulnerabilizados e para a incidência sobre as causas reais e originárias desses atos que revoltam e deixam a todas/os atônitas/os. O CNDH se solidariza com familiares e amigas/os da Mãe Bernadete e informa que acompanhará as investigações até que os executores e os mandantes dos crimes que resultaram na sua morte e na de seu filho sejam efetivamente responsabilizados. É dever também do governo do estado da Bahia e do Poder Público Federal assegurar proteção às/aos familiares da Mãe Bernadete e, dada a conotação de racismo religioso, adotar medidas de preservação da liberdade de expressão religiosa”, diz o conselho.

A estudante de direito Mirtes Renata recebeu, na manhã desta sexta-feira (2), no Centro do Recife, a secretária executiva do Ministério da Igualdade Racial, Roberta Eugênio. Mirtes, mãe do menino Miguel, estava acompanhada da advogada de acusação, Maria Clara, e de representantes da Articulação Negra de Pernambuco (Anepe). O contato, intermediado pelo Gabinete Assessoria Jurídica Organizações Populares (Gajop), foi o primeiro do Governo Federal com o caso desde 2021. 

O objetivo da reunião foi apresentar o Caso Miguel à esfera federal. De acordo com a representante que veio à capital pernambucana, a escuta faz parte de uma movimentação do ministério para recuperar o Plano Juventude Negra Viva. Assim, uma comitiva tem se inteirado de casos de racismo considerados emblemáticos no país, a fim de construir uma base que detalhe a estrutura para novas políticas públicas. 

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“É triste o Ministério estar aqui para ouvir mais uma mãe negra sobre um caso como esse de Miguel. Enquanto representante da Igualdade Racial estou aqui para manifestar a Mirtes e sua família que estamos acompanhando este caso. A vida de todas as crianças negras importa para nós. O racismo se manifesta das mais diversas formas e quando uma criança negra não é cuidada, quando ela é deixada, a gente não pode ignorar a descrição desse ato. O racismo é um dispositivo ideológico e desumanizador dessas vidas. Faz com que as vidas de crianças negras sejam fragmentadas, que elas não sejam vistas como crianças em sua integralidade”, disse Roberta. 

“É a primeira vez que a gente tem essa abertura”, desabafou Mirtes, mãe de Miguel. O caso que marcou a perda do filho da ex-empregada doméstica aconteceu em 2 de junho de 2020, quando Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, caiu do 9º andar do Condomínio Pier Maurício de Nassau, que compõe um tradicional condomínio de luxo à beira-mar do Recife, conhecido como "Torres Gêmeas". 

Mirtes havia descido ao térreo do prédio para passear com a cadela da patroa, Sari Corte Real, que estava responsável por cuidar do menino. A manicure dela também estava no apartamento, trabalhando para Sari. Durante a ausência da mãe, Miguel ficou inquieto. Sob permissão de Sari, o menino entrou no elevador do edifício sozinho, em busca da mãe, e acabou parando no 9º piso, sem acompanhamento ou supervisão.  

“É um momento importante não só para o Caso Miguel, mas diante das conversas que a gente tem, isso vai influenciar muito nas famílias de outras crianças negras, que infelizmente, partiram, e também na vida das crianças que ainda estão por vir”, continuou a mãe de Miguel. Ela relatou que o processo tem sido muito difícil e que só tem conseguido tocar a luta porque foi “abraçada” por movimentos sociais.  

"Meu neguinho estaria com 8 anos. Sinto falta dos abraços e dos beijos, principalmente pela noite, quando passávamos mais tempo juntos. Isso é bem difícil para mim. Para amenizar um pouco, eu tento ocupar minha mente, mas é difícil, porque tudo me lembra ele. Miguel não era só o meu filho, era o meu amigo, o meu parceiro", concluiu. 

Federalização do caso 

Sari Corte Real já cumpre pena desde 2022. No entanto, ela responde em liberdade, a nível domiciliar. De acordo com a defesa da ré, ela voltou a morar nas Torres Gêmeas, que foi cenário do crime. Na tarde desta sexta-feira (2), um protesto foi organizado em frente ao edifício, para lembrar os três anos da morte de Miguel e pedir justiça pelo caso. 

Mirtes, Marta e seus familiares acusam a família de tratá-los com hostilidade e de forma caluniosa. Sari é esposa de Sérgio Hacker Corte Real (PSB), ex-prefeito de Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco. Em sessões no Tribunal, Hacker também fez comentários questionando a maternidade de Mirtes e insinuou que a criança não era bem cuidada. O último encontro entre as partes aconteceu em setembro de 2022, mas Sari não quis depor. 

“O processo teve a sentença condenatória de primeiro grau, condenando Sari Corte Real à pena de oito anos e seis meses. O processo teve um recurso de apelação da parte da ré e também da nossa parte da assistência de acusação, porque consideramos que alguns elementos foram desconsiderados no âmbito do julgamento e que podem ainda ser levados em consideração. Pedimos que sejam retirados alguns trechos da sentença que endossam o discurso racista com relação aos cuidados que Mirtes e Marta realizavam com Miguel. Consideramos que a justiça deve levar em consideração também a memória de Miguel e do amor e carinho que a família tinha com ele. É necessário que, além de manter a condenação, se mantenha também a preservação da memória”, informou Maria Clara, advogada de acusação. 

Sobre as especulações quanto à federalização do caso, diante do encontro da família de Miguel com o Governo Federal, a representante informou que essa possibilidade ainda não é investigada, considerando a fase do processo. Segundo Maria Clara, ainda é necessário aguardar o julgamento dos recursos de apelação que, em último caso, pode se tornar recurso no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ainda não há previsão para o julgamento, mas a família tem expectativa de que aconteça este ano. 

Cronologia do caso 

- Miguel morreu em 2 de junho de 2020, após cair do 9º andar do prédio onde morava Sari Corte Real, patroa de sua mãe, Mirtes. O caso aconteceu na região central do Recife; 

- Sari foi presa em flagrante à época da morte do menino por homicídio culposo, mas pagou fiança de R$ 20 mil e foi liberada; 

- Em maio de 2022, quase dois anos após a tragédia, a ex-patroa de Mirtes foi condenada a 8 anos e seis meses de prisão por abandono de incapaz com resultado morte, mas responde ao processo em liberdade; 

- No mesmo ano, Mirtes entrou com recurso ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) pedindo para que a pena fosse aumentada. 

- A defesa de Sari solicitou, também em 2022, a absolvição da ré. O pedido ainda não foi julgado. 

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta terça-feira, 21, o programa Aquilomba Brasil para promover direitos à população quilombola no acesso à terra, inclusão produtiva e desenvolvimento local. A ação faz parte de um pacote de medidas assinado pelo chefe do Executivo, no Palácio do Planalto.

A assinatura ocorreu em cerimônia que celebra os 20 anos das políticas de igualdade racial no País, desde a criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, em 2003. O presidente também assinou a titulação de três territórios quilombolas que aguardam por quase duas décadas para ter direito sobre seu território.

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Na série de medidas assinadas, também está o decreto de criação do grupo de trabalho (GT) interministerial para a criação do novo Programa Nacional de Ações Afirmativas. De acordo com o Planalto, o grupo vai estruturar ações de acesso e permanência de estudantes negros na graduação e pós-graduação de universidades, além de propor políticas de reservas de vagas em órgãos governamentais.

Outros três GTs interministeriais foram assinados na cerimônia. Um deles é voltado para a elaboração de programa para redução de homicídios e vulnerabilidades sociais para a juventude negra, denominado Plano Juventude Negra Viva. Além disso, foram anunciados o GT Interministerial do Cais do Valongo para articular ações para a área portuária do Rio de Janeiro e o GT de enfrentamento ao racismo religioso, com o objetivo de formular ações de combate ao tema.

A advogada Vera Lúcia Santana de Araújo está na lista de prováveis candidatos à vaga de Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal (STF), que terá aposentadoria compulsória em maio, quando completará 75 anos. O nome para ocupar a vaga é indicado pelo presidente Lula (PT). A informação é do blog de Tales Faria, do Uol. 

O nome de Vera Lúcia entrou no páreo depois que a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco fez uma defesa pública para que Lula indique uma mulher negra para o STF. A fala de Anielle foi na quarta-feira (8), à GloboNews. No entanto, vale ressaltar que ela não defendeu, necessariamente, o nome de Vera Lúcia para ocupar a vaga. 

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As chances de Vera Lúcia ocupar a cadeira não são, obviamente, só por ela ser negra. Ela é qualificada. Integrou uma lista tríplice enviada pelos ministros do STF ao então presidente Jair Bolsonaro (PL), no ano passado, para uma vaga de ministro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Além disso, um documento assinado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, pelo Grupo Prerrogativas, e o Coletivo de Defensoras e Defensores pela Democracia, a Associação da Advocacia Pública pela Democracia, a Coalizão Nacional de Mulheres, entre outras entidades destacou que a indicação de uma mulher negra seria “a singular oportunidade de supressão da lacuna reveladora da baixa intensidade da democracia brasileira”.

O ministro do STF Edson Fachin também defendeu uma jurista negra no STF. “Quem sabe num lugar do futuro, colocará neste plenário uma mulher negra”. 

Ao lado de ativistas, artistas e esportistas que contribuíram para a representatividade feminina em todo o mundo, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi eleita pela revista Time como uma das 12 mulheres do ano de 2023. Sem pretensões políticas, ela começou a atuar na luta por direitos após o assassinato da irmã, a vereadora Marielle Franco, em 2018.

A postura de liderança de Anielle, ao mesmo tempo em que é reservada, foi mencionada em um perfil na publicação. Em uma história que inicia no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro e passa por 12 anos nos Estados Unidos por conta do vôlei, a ministra de 38 anos se agarrou no esporte para conseguir estudar inglês e jornalismo em duas universidades fora do país.

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Contudo, os planos mudaram com a trágica morte da irmã que lhe fez fundar o Instituto Marielle Franco e, desde então, ela vem cobrando igualdade social, racial e de gênero. 

"Eu espero que a população negra ocupe o papel de protagonista na nossa sociedade, e não apenas a capa de jornais como vítimas de um genocídio”, afirmou à Time. 

As outras mulheres do ano escolhidas para a lista da Time foram: 

  a atriz australiana Cate Blanchett; 

a atriz e cantora norte-americana Angela Bassett; 

a ambientalista paquistanesa Ayisha Siddiqa; 

a executiva japonesa Makiko Ono; 

a jornalista iraniana Masih Alinejad; 

a jogadora de futebol norte-americana Megan Rapinoe; 

a ativista ucraniana Olena Shevchenko; 

a cantora e compositora norte-americana Phoebe Bridgers; 

a escritora, produtora e atriz norte-americana Quinta Brunson; 

a boxeadora e modelo somali Ramla Ali; 

a ativista mexicana Verónica Cruz Sánchez. 

A jornalista e escritora Anielle Franco, irmã da ex-vereadora do Psol Marielle Franco, será ministra da Igualdade Racial no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em uma mensagem pública, ela comentou o que a levou a aceitar o convite e mencionou a memória da irmã, assassinada em 2018, por possíveis motivos políticos. Anielle também é educadora e ativista dos direitos raciais e das mulheres. 

“Em nome da memória da minha irmã e das mais de 115 milhões de pessoas negras no Brasil, que são maioria da população e que precisam de um governo que se preocupe com os seus direitos de bem viver, de oportunidades, com segurança, comida, educação, emprego, cultura, dignidade”, escreveu na publicação. 

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Anielle é natural do Rio de Janeiro, criada no Complexo da Maré, junto à irmã. É também bacharel em Jornalismo e em Inglês pela Universidade Central da Carolina do Norte, bacharel-licenciada em Inglês/Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mestra em Jornalismo e em Inglês pela Universidade da Flórida A&M e doutoranda em linguística aplicada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

A futura ministra integrou a equipe do governo de transição do presidente eleito e atuou no grupo que tratou de políticas para as mulheres. 

Leia o pronunciamento completo 

“Recebi o convite do presidente Lula para ser Ministra da pasta de Igualdade Racial. Depois de refletir com minha família, companheiras de caminhada e movimentos, aceitei o desafio. 

Em nome da memória da minha irmã e das mais de 115 milhões de pessoas negras no Brasil, que são maioria da população e que precisam de um governo que se preocupe com os seus direitos de bem viver, de oportunidades, com segurança, comida, educação, emprego, cultura, dignidade. 

Encaro com orgulho e responsabilidade a missão de estar na Seppir em 2023, órgão que foi pleiteado e conquistado pelo movimento negro anos atrás e construído pela gestão do presidente Lula. 

O movimento negro brasileiro há séculos vem pautando reivindicações e as principais políticas públicas de reparação e justiça neste país. 

Minha relação com o movimento se estreitou nos últimos cinco anos, mas tenho certeza que é por meio da troca, diálogo, abertura e participação que vamos avançar na busca por igualdade e dignidade para pessoas negras, todas as etnias, nações e povos que habitam o nosso país. 

Não será um ministério isolado. Vamos trabalhar com todos os ministérios para recuperar o retrocesso que foi feito nos últimos anos e para avançar de uma forma urgente, necessária e inédita na garantia de direitos e dignidades para o nosso povo e construir o Brasil do futuro. 

O Instituto Marielle Franco seguirá lutando por justiça, defendendo a memória e regando suas sementes. Deixarei de ocupar o cargo de Diretora Executiva e o Instituto será gerido temporariamente pela equipe de gestão e apoiado pelo conselho e a família até a transição completa. 

Precisamos de mais de nós em todos os espaços de decisão da sociedade e seguiremos por todos os lados inspirando, conectando e potencializando mulheres negras, pessoas LGBTQIAP+ e periféricas a seguirem movendo as estruturas.” 

 

A ativista Anielle Franco, irmã da vereadora carioca assassinada Marielle Franco, será a futura ministra da Igualdade Racial do governo do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela se reuniu nesta quarta-feira (21) com o petista para formalizar o processo de nomeação, que deve ser oficializado na manhã desta quinta-feira (22). Políticos do entorno de Lula confirmaram que Anielle ocupará a pasta a ser recriada.

Lula fará um pronunciamento na sede do governo de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde é esperando que ele anuncie a maioria de seus ministros, conforme antecipou o futuro chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT). Havia um impasse em torno da nomeação de Anielle para a pasta da Igualdade Racial. A ativista, que dirige o Instituto Marielle Franco, integrou o grupo temático de Mulheres na transição e demonstrava interesse em comandar essa área no ano que vem.

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O nome de Anielle, porém, teria enfrentado resistência da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, que deseja ter uma ex-colega de trabalho na estatal Itaipu Binacional no comando da pasta das Mulheres. A ativista então passou a ser cotada para assumir a Igualdade Racial e, nas últimas semanas, desbancou o sociólogo petista Marvs Chagas, que é secretário de Planejamento do território e Participação Popular da Prefeitura de Juiz de Fora (MG).

Anielle passou a contar mais recentemente com o apoio de setores dos movimentos antirracistas, como a Coalizão Negra por Direitos. No arranjo político para ocupar a pasta, a ativista deve ter Martvs como secretário de Promoção da Igualdade Racial, na SEPPIR. A equipe de Anielle deve contar ainda com Douglas Belchior (PT) na presidência da Fundação Palmares. Ele foi candidato a deputado federal por São Paulo e presidente da ONG de educação popular Uneafro.

O coordenador da equipe de transição do novo governo, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, definiu a composição da Coordenação do Grupo Técnico de Igualdade Racial do Gabinete de Transição Governamental. Ao todo, são oito integrantes.

Dentre eles, estão: Martivs das Chagas, secretário nacional de Combate ao Racismo do Partido dos Trabalhadores; Douglas Belchior, também conhecido como Negro Belchior, um dos fundadores e integrantes da UneAfro Brasil, movimento voltado para a educação de jovens pobres e negros; Nilma Lino Gomes, ex- ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos de 2015 a 2016; Givânia Maria Silva, educadora e quilombola de Conceição das Crioulas em Salgueiro (PE).

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Também fazem parte do grupo: Ieda Leal de Souza, Janice Ferreira da Silva (Preta Ferreira), Thiago Tobias e Yuri Santos Jesus da Silva.

Os nomes estão formalizados em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) da quinta-feira (17).

Na mesma edição, Alckmin designou ainda sete membros para a Assessoria Especial da Coordenação de Grupos Técnicos do Gabinete de Transição Governamental, com efeitos de requisição: André Augusto Dantas Motta Amaral; André Luís Macagnan Freire; Francisco Alexandre Melo Colares; Gustavo Caldas Guimarães de Campos; Júnior Divino Fideles; Elton Bernardo Bandeira de Melo; e Fernanda Machiaveli Morão de Oliveira.

Na cidade do Paulista, as pessoas vítimas de intolerância racial ou perseguição religiosa contam com apoio jurídico, psicológico, entre outros suportes. O acolhimento é feito pelo Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e Combate ao Racismo do Paulista, que encaminha os casos para as secretarias municipais responsáveis.

O serviço funciona no Centro Administrativo da Prefeitura, na Avenida Brasil Prefeito Geraldo Pinho Alves, 222, em Maranguape I. O atendimento ocorre de segunda a sexta, das 8h às 16h. Quem quiser também pode interagir pelo e-mail: cmppirpaulista@gmail.com 

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O Conselho promove reuniões na segunda terça-feira de cada mês. Um mês o encontro acontece pela manhã e o seguinte no período da tarde. A instituição é formada por 18 membros titulares e 18 suplentes.

O grupo é paritário, sendo constituído por nove integrantes da Gestão Municipal e nove da sociedade civil. O Conselho tem como presidenta, Gisele Tiburtino, e a vice, Nathália Bringel. Os membros tomaram posse no primeiro semestre de 2022.

*Da assessoria 

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, instituiu nesta sexta-feira, 20, Dia da Consciência Negra, um grupo de trabalho destinado à elaboração de estudos e propostas para a formulação de políticas sobre igualdade racial na corte.

A medida, que consta da Portaria 404/2020, vem na sequência das conclusões de uma comissão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que indicou a necessidade de aprofundar o debate sobre o tema e construir ações afirmativas em todos os segmentos do Poder Judiciário, com a finalidade de eliminar a desigualdade racial no Judiciário.

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"As diferenças econômicas e sociais motivadas pela cor da pele precisam ser abolidas do nosso país, e o Poder Judiciário tem uma grande contribuição a dar para o resgate dessa dívida histórica. O STJ, de mãos dadas com o CNJ, irá promover estudos para identificar e tornar mais efetivo o combate às desigualdades", afirmou o ministro Humberto Martins.

As informações foram divulgadas pelo STJ.

Em 2015, o CNJ publicou resolução que estabeleceu para os candidatos negros uma reserva de 20% das vagas nos concursos de ingresso na magistratura. Mesmo assim, após a edição do normativo, a comissão identificou um crescimento menor do que o esperado: na Justiça Federal, por exemplo, a expectativa era de aumento de 21,8% no número de novos magistrados negros, mas o resultado ficou em 16%.

De acordo com a Portaria 404/2020, o grupo de trabalho do STJ deverá apresentar um diagnóstico para subsidiar o aperfeiçoamento de normas sobre o problema, na esfera do tribunal, além de propor políticas públicas que garantam maior efetividade às orientações do CNJ.

Coordenado por Sandra Aparecida Silvestre de Frias Torres, juíza auxiliar da Presidência do STJ, o grupo poderá contar com a colaboração de autoridades ou especialistas de entidades públicas ou privadas com atuação em áreas correlatas.

O prazo para conclusão das atividades e apresentação do relatório final à Presidência do STJ é de 120 dias.

O flagrante da tentativa de assassinato de Jacob Blake por policiais, que atiraram sete vezes nas costas do homem de 29 anos enquanto ele tentava entrar no veículo, abalou a NBA e acabou com uma atitude história nesta quarta-feira (26). Pronto para entrar em quadra pelo jogo 5 dos Playoffs o Milwaukee Bucks boicotou o duelo e não enfrentou o Orlando Magic. As primeiras informações foram publicados pelo repórter da ESPN americana, Adrian Wojnarowski. 

Durante esta quarta se falava em um possível boicote na partida entre Boston Celtics e Toronto Raptors pela semifinal da Conferência Leste que acontece nesta quinta-feira (27), mas acabou que o Milwaukee decidiu não entrar, de acordo com Adrian. 

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A causa tem apoio massivo dos atletas da liga. Antes do retorno aos jogos, mais que a preocupação com as condições sanitárias devido a pandemia, os nomes como: Lebron James, Giannis Antetokounmpo, Russell Westbrook, Damian Lillard e outros pediam atenção à questão racial e cobraram apoio da NBA.

A liga então permitiu que as equipes usassem palavras de ordem nos uniformes e colocou a inscrição "black lives matter" em todas as quadras da bolha na Disney.

A morte do americano George Floyd, asfixiado pelo agora ex-policial de Mineápolis Derek Chauvin, repercutiu nas ruas da cidade e também entre os mais famosos. Atletas de todo o mundo repudiaram e criticaram o ato considerado racista que tirou a vida de um homem afro-americano. Ex-jogador da NFL conhecido pela seu ativismo pela luta racial, Colin Kaepernick, garantiu nesta sexta-feira (29) que pagará advogados dos manifestantes. 

“Na luta pela libertação, sempre há retaliação. Nós devemos proteger nossos combatentes da liberdade. Iniciamos uma iniciativa de defesa legal para dar representação legal aos Freedom Fighters em Minneapolis, pagos por Know Your Rights Cam”. O movimento criado pelo ex jogador luta pela "libertação do povo negro", como diz a descrição.

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As pessoas que quiserem ingressar no Conselho Municipal de Promoção de Igualdade Etnicorracial de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, podem se inscrever a um das vagas que estão sendo disponibilizadas pelo órgão municipal.

O cadastramento será realizado até o próximo dia 22 de outubro, na Secretaria de Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos, localizada na Avenida Getúlio Vargas, no Bairro Novo - das 8h às 14h. Para outras informações, o interessado pode acessar o site da prefeitura

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A Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), localizada na cidade do Recife, está disponibilizando 100 bolsas de 100% para jovens negros e indígenas. As inscrições, gratuitas, serão realizadas na próxima sexta-feira (16), no auditório G2 da instituição, das 8h30 às 11h e das 13h às 17h. A ação, inédita, tem como objetivo promover a igualdade racial e conta com o apoio do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi).  A seleção dos candidatos será feita pela nota do Enem 2016, 2017 ou 2018.

Para participar do processo seletivo é necessário que o candidato tenha cursado o ensino médio em escola da rede pública ou em escola particular como bolsista integral, além de possuir uma renda per capita do grupo familiar de até 1,5 salário mínimo. Também é fundamental que seja a primeira graduação.

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Para realizar a inscrição, o interessado deve apresentar a carteira de identidade (RG) e CPF, além do comprovante de haver cursado ensino médio completo em escola da rede pública ou em escola particular como bolsista, também é necessário que leve comprovante de rendimentos, entre outros documentos.

O processo seletivo tem como prioridade a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Portanto, primeiro o candidato deve ser aprovado pela nota da prova, para depois ser submetido à análise dos critérios raciais. Caso não atenda a estes critérios, ele pode ser contemplado com bolsa de assistência social de 100%, dependendo da sua condição socioeconômica.

Vagas na área de Medicina não estão inclusas na ação, visto que, na Unicap, todas as bolsas de 100% da área são destinadas ao Programa Universidade para Todos (ProUni).

Interessados podem conferir detalhes da documentação necessária para inscrição clicando aqui. Mais informações por meio do telefone (81) 2119.4016.

 

 

Na manhã desta terça-feira (10) foi publicada no Diário Oficial da União uma Portaria Normativa que regulamenta regras para verificação e autodeclaração de candidatos negros e pardos. Com a publicação, as normas já entram em vigor e, de acordo com o que foi estabelecido na publicação, o procedimento de heteroidentificação complementar será complementar à auto declaração e serão estabelecidas comissões de verificação da declaração dos candidatos.

Critérios 

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Os critérios estabelecidos pelo governo para determinar qual perfil de candidato atende ao sistema de reserva de vagas, de acordo com as novas normas, se norteiam pelo que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) define para realizar as pesquisas do perfil racial da população brasileira.  

Presunção relativa de veracidade

O texto publicado determina que a autodeclaração goza de “presunção relativa de veracidade” que deve ser confirmada através dos procedimentos de verificação. Ainda de acordo com o texto, em caso de “dúvida razoável a respeito de seu fenótipo, motivada no parecer da comissão de heteroidentificação”, a presunção de veracidade da autodeclaração feita pelo candidato prevalecerá. 

Eliminação

Em caso de constatação de auto declaração falsa, o candidato será eliminado do certame, ainda que tenham obtido nota suficiente para aprovação na ampla concorrência e independentemente de alegação de boa-fé. Os editais também deverão trazer regras a respeito da fase de recursos em relação ao parecer da comissão.

Antes da publicação da Portaria, os candidatos deveriam se submeter aos processos de heteroidentificação e poderiam recorrer do posicionamento da comissão em caso de discordância. O candidato que não comparecer ao procedimento de heteroidentificação será eliminado do concurso público, dispensada a convocação suplementar de candidatos não habilitados. 

Desistência

De acordo com a Portaria, os candidatos devem definir a autodeclaração no ato de inscrição e podem desistir de concorrer às vagas reservadas em qualquer etapa do processo de seleção. Após todas as fases do concurso, os candidatos seguirão para as comissões de heteroidentificação. 

Comissões

As comissões deverão ser constituídas por cinco membros e seus respectivos suplentes, que devem ser cidadãos “de reputação ilibada, residentes no Brasil, que tenham participado de oficina sobre a temática da promoção da igualdade racial e do enfrentamento ao racismo com base em conteúdo disponibilizado pelo órgão responsável pela promoção da igualdade étnica”. 

Eles também devem ser “preferencialmente experientes na temática da promoção da igualdade racial e do enfrentamento ao racismo”. Além disso, os integrantes devem atender ao critério da diversidade, garantindo que seus membros sejam distribuídos por gênero, cor e, preferencialmente, naturalidade.

Todos os membros deverão assinar termos de confidencialidade sobre as informações pessoais dos candidatos a que tiverem acesso durante o procedimento e, em caso de suspeição, a portaria determina que a substituição do membro em questão por um suplente.  

Procedimentos

Os editais dos concursos deverão determinar que os processos de verificação sejam realizados antes dos cursos de formação, em caso de certames que tenham esta fase. Também será necessário informar no edital se o procedimento será realizado presencialmente ou, em casos excepcionais, telepresencial, mediante utilização de recursos de tecnologia de comunicação. 

A comissão utilizará exclusivamente o critério fenotípico para aferição da condição declarada pelo candidato no concurso público no momento da realização da verificação, não sendo considerados registros ou documentos anteriormente apresentados, inclusive imagens e certidões referentes a confirmação em procedimentos de semelhantes realizados em concursos públicos federais, estaduais, distritais e municipais. 

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A Promotoria de Justiça de Direitos Humanos realizou uma reunião com os atores Kenia Maria e Érico Brás, responsáveis pelo canal do YouTube “Tá Bom pra Você?”, que recria peças publicitárias com negros como protagonista, para conhecer a experiência dos atores e debater os rumos da campanha que o MPSP iniciou na última semana de agosto para questionar a baixa participação dos negros nas campanhas.

O canal nasceu do questionamento da filha de Kenia Maria, que não se identificava com o que era veiculado na mídia. Gabriela Dias teve a ideia de criar um canal para falar sobre esse assunto em 2013 e, apoiada pela família composta de diversos artistas, criou uma web série que aborda temas como sexismo, direitos humanos e preconceito. Com mais de 100 milhões de visualizações, o canal serve de inspiração para o debate que o Ministério Público pretende incentivar com a abertura do inquérito que motiva as ações.

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De acordo com o Estatuto da Igualdade Racial, por recomendação, as peças e filmes publicitários devem ter a participação de atores negros a fim de refletir a sociedade diversa em que vivemos, sendo vedado qualquer tipo de discriminação ideológica, étnica, política ou artística, salvo casos em que representem grupos específicos. “Pretendemos discutir o tema com jovens acadêmicos de publicidade, em instituições de ensino, para despertar nos futuros profissionais a consciência de que a publicidade forja valores e deve espelhar a diversidade da sociedade brasileira”, informou o promotor de Justiça Eduardo Ferreira Valério.

Com 54% de negros no país (segundo último levantamento do IBGE de 2015), os promotores de justiça Eduardo Ferreira Valério e Beatriz Fonseca Budin não veem isso refletido na publicidade: “Estudos demonstram que a presença dos negros na publicidade não reflete sua participação e sua importância na composição da sociedade brasileira. E, mais grave que isto, a participação dos negros muitas vezes reforça estereótipos que, em decorrência da importância da publicidade na construção de imagens simbólicas e de valores de auto identidade, acabam reforçando os ‘espaços dos negros’, sempre marcados pela exclusão de direitos e pela desigualdade”.

Por Wagner Silva

A Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) promovem nesta quinta-feira, 5, das 9h às 18h no Auditório Elis Regina, no Anhembi, o II Fórum de Desenvolvimento Econômico Inclusivo para debater a inclusão de negros e negras no mercado de trabalho. O evento vai promover um diálogo entre empresas privadas, empreendedores e poder público. A abertura será feita pelo prefeito Fernando Haddad (PT).

A programação do fórum inclui palestras e mesas-redondas, que vão discutir, entre outros assuntos, empreendedorismo para a população negra, educação e tecnologia como fatores de inclusão e os benefícios da contratação de negros para a economia brasileira.

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Cerca de 37% da população paulistana é afrodescendente, conforme o relatório Igualdade Racial em São Paulo: Avanços e Desafios, publicado no ano passado pela Prefeitura com base em dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Incluir essa população no quadro de funcionários ajuda as empresas privadas a compreenderem melhor o mercado e a promoverem igualdade social, avalia o secretário municipal de Promoção da Igualdade Racial, Maurício Pestana. "Ao contratar afrodescendentes, as empresas se beneficiam na questão social e no financeiro, porque vão saber como pensa o seu público consumidor."

Desde dezembro de 2013, está em vigor em São Paulo a Lei 15.939/2013, que garante 20% das vagas em concursos públicos para negros. Segundo o secretário Pestana, mais de 1 mil pessoas já foram beneficiadas.

Também palestram no evento a ministra de Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, e o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo.

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