Tópicos | incêndios

A circulação de trens no ramal Santa Cruz, que atende à zona oeste no Rio, permanece alterada na manhã desta terça-feira (24). Apesar de as estações entre Santa Cruz e Campo Grande terem sido reabertas, o início da circulação de trens se deu às 4h, mais tarde que o normal, e houve suspensão de trens especiais e expressos que atendem à região.

Milicianos atacaram uma composição de trem da Supervia que partia de Santa Cruz na noite de segunda (23),  e a cabine do veículo foi incendiada. Segundo a concessionária, passageiros e maquinista desembarcaram em segurança. Com o ataque, a circulação de trens foi suspensa entre Campo Grande e Santa Cruz, fechando seis estações.

##RECOMENDA##

Ônibus incendiado na Zona Oeste do Rio de Janeiro        Foto: Reprodução/X

Os ataques ocorreram após uma operação da Polícia Civil de combate à maior milícia do estado, que atua na zona oeste da capital. Matheus da Silva Rezende, o Faustão, acusado de ser um dos líderes da milícia na zona oeste da capital, morreu durante a ação, e milicianos iniciaram uma série de atentados ao transporte público.

Segundo o Sindicato das Empresas de Ônibus do Município do Rio de Janeiro, Rio Ônibus, 35 veículos foram incendiados entre a tarde e a noite de ontem. Esse foi o maior ataque a ônibus já registrado em um único dia na cidade, segundo o sindicato.

Ao menos cinco veículos articulados do BRT também foram queimados, além de uma das estações do BRT Transoeste, que teve a circulação totalmente suspensa. O corredor é uma importante ligação entre Barra da Tijuca, Santa Cruz e Campo Grande.

"A operação na zona oeste está em processo de normalização na manhã de hoje. As empresas do consórcio Santa Cruz estão empenhadas em regularizar o serviço no menor prazo possível", disse o Rio Ônibus.

A MOBI Rio, que opera o BRT, informa que os serviços dos corredores Transcarioca e Transolimpica estão operando normalmente, mas o Transoeste está com intervalos irregulares. Os serviços das linhas eventuais Pingo D'água, Magarça e Mato Alto, os "diretões", já começaram a funcionar, mas o diretão Santa Cruz x Alvorada ainda não.

Às 23h15 de ontem, o Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que o município retornou ao Estágio de Mobilização, devido à redução  dos impactos provocados pelos ataques a ônibus iniciados na tarde de ontem.

O Estágio de Mobilização é o segundo nível em uma escala de cinco e significa que há riscos de ocorrências de alto impacto na cidade.

Uma forte onda de calor tem castigado os países do sul da Europa com incêndios florestais e elevado as temperaturas, que atingem recorde em vários países. Na Grécia, 20 pessoas morreram em três dias vítimas das chamas - 18 corpos carbonizados foram encontrados em Alexandroupolis, perto da fronteira com a Turquia.

A onda de calor vem aumentando as temperaturas nos Alpes, pulverizando as geleiras e mudando a paisagem da região. A altitude em que a temperatura cai a zero subiu para 5.298 metros, batendo o recorde anterior de 5.184 metros, de julho de 2022, segundo a Meteo Suisse.

##RECOMENDA##

Na prática, isso significa que todos os picos glaciais dos Alpes estão abaixo do nível de congelamento, segundo o pesquisador e meteorologista do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália, Claudio Tei.

Redução

Entre as paisagens mais afetadas estão o Glaciar de Aletsch, na Suíça, o maior da Europa, com pouco mais de 4 mil metros, e o Mont Blanc, na fronteira franco-italiana, o pico mais alto do continente, com pouco mais de 4,8 mil metros.

Especialistas de Áustria, França e Itália, entrevistados pela Reuters, confirmaram que as geleiras estavam sofrendo perdas recordes. Em julho, as temperaturas chegaram a 30ºC nas montanhas - 7ºC acima da média histórica.

Longe dos Alpes, a onda de calor tem sido mortal. Na Grécia, centenas de bombeiros lutam contra incêndios florestais impulsionados pelo tempo seco e ventos fortes. Os 18 corpos encontrados ontem, segundo os bombeiros, eram provavelmente de imigrantes. Uma equipe de especialistas foi acionada para identificar as vítimas.

Alexandroupolis fica ao longo da rota frequentemente percorrida por pessoas que fogem da pobreza e dos conflitos no Oriente Médio e buscam entrar na União Europeia. Nos arredores, em cidades como Avantas, autoridades decidiram ordenar a retirada da população, com alertas em grego e em inglês enviados para todos os telefones celulares na região.

O incêndio florestal mais letal da história recente da Grécia matou 104 pessoas, em 2018, em um resort à beira-mar perto de Atenas, quando moradores e hóspedes não foram avisados de que deveriam sair. Desde então, autoridades gregas são extremamente cautelosas, emitindo ordens rápidas de retirada em massa sempre que áreas habitadas são ameaçadas pelo fogo.

Espanha

Outro grande incêndio está queimando Tenerife, nas Ilhas Canárias, há uma semana - embora nenhum ferido ou dano a casas tenha sido relatado. Estima-se que as chamas, que atingiram 150 quilômetros quadrados, já tenham queimado mais de um terço das florestas de Tenerife.

Autoridades da União Europeia culparam as mudanças climáticas pelo aumento da frequência e da intensidade dos incêndios florestais na Europa, observando que 2022 foi o segundo pior ano registrado em prejuízos, atrás apenas de 2017. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Duas semanas após os incêndios que destruíram a ilha de Maui, as autoridades do Havaí anunciaram que pelo menos 1.100 continuam desaparecidas, segundo uma contagem provisória elaborada pelo FBI.

A Polícia Federal dos Estados Unidos trabalha para compilar as identidades de todas as pessoas desaparecidas nos incêndios, os mais letais em um século no país, com ao menos 115 mortos, de acordo com o balanço provisório mais recente.

A lista do FBI registra atualmente 1.100 desaparecidos, mas é provável que a lista sofra alterações porque as autoridades "continuam com o processo de compilar dados adicionais", afirmou o agente especial Steven Merrill.

Na segunda-feira, o prefeito de Maui anunciou que os incêndios deixaram 850 desaparecidos.

A tragédia, no entanto, pode ser muito mais grave.

Desde que as chamas destruíram quase por completo a cidade turística de Lahaina, de 12.000 habitantes, circulam nas redes sociais, ou entre as forças de segurança e equipes de emergência, listas com milhares de nomes de pessoas supostamente desaparecidas.

Agora, o FBI trabalha para verificar os dados.

"Estamos cruzando todas as listas para que possamos determinar quem de fato, continua desaparecido", disse o agente especial Merrill.

O FBI divulgou uma número telefônico exclusivo e pediu aos parentes dos desaparecidos que entrem em contato para fornecer informações adicionais, como sobrenomes ou a data de nascimento, o que pode ajudar a polícia a localizar ou confirmar o desaparecimento de uma pessoa.

As autoridades estão fazendo o possível para refinar os dados e pretendem publicar uma "lista verificada" de desaparecidos nos próximos dias, afirmou o chefe de polícia de Maui, John Pelletier.

O FBI também mobilizou agentes para coletar mostras de DNA de parentes que não podem viajar ao Havaí.

A identificação dos corpos encontrados entre as cinzas em Lahaina é complexa. Das 115 vítimas, até o momento apenas 27 foram identificadas e apenas 104 mostras de DNA foram obtidas.

As equipes de emergência prosseguiam nesta quarta-feira (16) com as missões de busca por vítimas entre os escombros dos incêndios devastadores no Havaí, que provocaram 106 mortes até o momento.

O governador do arquipélago, Josh Green, alertou que o balanço final do incêndio que devastou na semana passada a cidade de Lahaina - o mais letal nos Estados Unidos em mais de um século - pode "dobrar".

As autoridades do condado de Maui anunciaram na terça-feira à noite o balanço atualizado de 106 vítimas fatais. Dois mexicanos morreram nos incêndios, informou o governo do país latino-americano.

Até o momento, apenas 25% da área afetada em Lahaina, no litoral oeste da ilha de Maui, foi rastreada por cães farejadores treinados para missões de busca por corpos, segundo Green.

Um necrotério provisório, com vários contêineres refrigerados instalados ao redor da ilha, foi criado pelas autoridades, que também convocaram funcionários do Departamento de Saúde para tentar agilizar o complicado processo de identificação das vítimas.

Green destacou que as autoridades farão todo o possível para evitar que promotores imobiliários tentem aproveitar a situação para comprar terrenos.

"Nosso objetivo é ter um compromisso local - para sempre - com esta comunidade, enquanto reconstruímos", disse.

"Vamos garantir que faremos todo o possível para evitar que a terra caia nas mãos de pessoas de fora", acrescentou.

- Identificação difícil -

O processo para identificar as vítimas avança lentamente. As autoridades coletaram amostras de DNA de 41 pessoas com parentes desaparecidos na tragédia.

Apenas cinco mortos foram identificados até o momento.

Funcionários do condado de Maui divulgaram dois nomes de vítimas fatais depois que as famílias foram notificadas.

Centenas de pessoas ainda são consideradas desaparecidas, mas o número diminui à medida que os sistemas de comunicação são restabelecidos na ilha.

Em Lahaina, que tinha 12.000 habitantes antes da tragédia, mais de 2.000 edifícios foram destruídos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que pretende viajar ao Havaí com a primeira-dama Jill "assim que possível", mas destacou que não deseja interferir os trabalhos de resgate.

O chefe de Estado assinou uma declaração de catástrofe natural para permitir a liberação de recursos às equipes de emergência e reconstrução.

A gestão da crise foi muito criticada e vários moradores afirmaram que se sentiram abandonados pelas autoridades.

- Negligência -

"O que aconteceu, na minha opinião, beira a negligência (...) Só estou aqui porque me salvei sozinha", declarou à AFP Annelise Cochran, uma mulher de 30 anos que sobreviveu às chamas ao pular no mar.

Quando se viu cercada pelas chamas em Lahaina, esta nadadora experiente não pensou duas vezes e, como centenas de pessoas, percebeu que entrar no mar era a única alternativa.

Ela passou de cinco a oito horas na água, agarrada à parede de pedras que margeia o final do calçadão, antes de ser resgatada.

Mais de uma semana após o incêndio devastador, as autoridades de Maui tentam proporcionar abrigo aos sobreviventes que perderam quase tudo. Quase 2.000 alojamentos (quartos de hotel, estabelecimentos Airbnb ou de particulares) estão acessíveis de modo gratuito para os residentes por pelo menos 36 semanas.

As polêmicas sobre a gestão da crise são cada vez maiores. Muitos moradores afirmam que algumas equipes de bombeiros não conseguiram atuar rapidamente porque os hidrantes estavam secos ou com fluxo muito baixo.

A operadora Hawaiian Electric também é criticada por não ter desligado a energia elétrica, apesar do elevado risco de incêndio e dos fortes ventos procedentes de um furacão que passava ao sudoeste de Maui.

Os incêndios acontecem em um verão (hemisfério norte) marcado por eventos extremos em todo o mundo, como os incêndios sem precedentes no Canadá, todos relacionados com as mudanças climáticas, de acordo com os cientistas.

Incêndios fora de controle estão queimando nove países da bacia do Mar Mediterrâneo. As chamas fogo vêm se espalhando da Grécia até Portugal, além do Norte da África, alimentadas pelo tempo seco, calor extremo e ventos fortes. O fogo destruiu casas, forçou remoção de pessoas e ameaçou reservas naturais. Pelo menos 40 pessoas morreram nos últimos dias.

A Grécia tem sofrido mais do que o normal com o calor este ano. Na cidade de Cálcis, norte de Atenas, a temperatura chegou a 48ºC. Autoridades retiraram mais de 20 mil pessoas de casas e resorts nas ilhas de Rodes, Corfu e Evia. Cerca de 3 mil turistas tiveram de voltar às pressas para casa, segundo o Ministério dos Transportes - novas viagens foram canceladas.

##RECOMENDA##

Na terça-feira, 25, dois pilotos de combate a incêndios morreram na queda de um avião perto da cidade de Karystos, na ilha de Evia. O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, parecia desolado. "Diante do que todo o planeta está enfrentando, especialmente o Mediterrâneo, não há mecanismo mágico de defesa. Se houvesse, teríamos implementado."

Na Itália, o clima extremo é responsável por uma dupla tragédia: chuvas no norte e incêndios na Sicília. Sete pessoas morreram. Em Milão, uma tempestade seguida de uma chuva de granizo inundou a cidade e derrubou centenas de árvores. Uma delas matou uma jovem de 16 anos que acampava perto de Brescia.

Os corpos de dois idosos foram encontrados em uma casa consumida pelas chamas perto do aeroporto de Palermo, na ilha da Sicília, que foi temporariamente fechado por causa das chamas. Bombeiros lutam contra o fogo também na Sardenha.

"Vivemos na Itália os dias mais complicados das últimas décadas: tempestades, tornados e granizo no norte, e calor escaldante e incêndios devastadores no centro e no sul. A convulsão climática que atingiu nosso país exige de todos nós uma mudança de atitude", disse Nello Musumeci, ministro da Proteção Civil.

Crime

Mas nem todo fogo é culpa das mudanças climáticas. Os promotores de Palermo iniciaram nesta quarta-feira, 26, uma investigação sobre os incêndios florestais que atingiram a Sicília. De acordo com os investigadores, dezenas deles podem ter sido provocados deliberadamente.

Durante anos, a máfia foi suspeita de envolvimento em incêndios florestais, impulsionada pelos lucrativos contratos de reflorestamento, embora essa ligação ainda não tenha sido comprovada desta vez. Ontem, autoridades da Calábria divulgaram imagens capturadas por um drone de um piromaníaco começando um incêndio. O governador da Calábria, Roberto Occhiuto, disse que ele estava sendo procurado pela polícia.

Do outro lado do Mar Adriático, o fogo se espalhou pela cidade medieval de Dubrovnik, na Croácia, No entanto, os ventos eram tão fortes que os aviões de combate a incêndios não conseguiam decolar. "Temos de ter cuidado, porque o vento está aumentando e o fogo pode crescer novamente", disse Stjepan Simovic, comandante dos bombeiros. A força dos ventos também causou estragos em Montenegro, onde duas pessoas morreram afogadas e várias ficaram feridas nas cidades costeiras de Ulcinj e Petrovac.

Espanha

Incêndios também queimaram o centro da ilha de Gran Canária, na Espanha. Autoridades tiveram de remover centenas de moradores, fechar estradas e enviar helicópteros para combater as chamas. Em Portugal, vítima de uma seca que afeta 90% do país, os bombeiros lutam para apagar o fogo perto de Cascais, mas os fortes ventos complicam o trabalho. As chamas já consumiram 145 quilômetros quadrados do Parque Natural de Sintra-Cascais.

África

A maior quantidade de mortes até agora foi registrada na Argélia, onde a temperatura passou de 50ºC, segundo o Escritório Nacional de Meteorologia. Entre os 34 mortos estão 10 militares que ficaram presos pelas chamas em Beni Ksila, na Província de Bejaia.

O Exército argelino disse em comunicado que as temperaturas recordes e as difíceis condições climáticas estão dificultando os esforços de socorro. Na vizinha Tunísia, para onde a União Europeia enviou dois aviões de combate a incêndio, os termômetros chegaram a 49ºC. Segundo a TAP, agência oficial de notícias, o diretor de um escola de Nafza, no noroeste do país, morreu asfixiado pelas chamas.

Os incêndios também se espalharam pelas florestas de Latakia, província no noroeste da Síria. Helicópteros estão sendo usados para tentar extinguir o fogo. "Equipes de combate a incêndios estão trabalhando para apagar os enormes incêndios florestais nas florestas de Latakia, que estão fora de controle", informaram os bombeiros sírios. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os bombeiros gregos lutam, nesta quinta-feira (27), para conter os incêndios florestais que assolam o país há duas semanas e já mataram quatro pessoas, antes do retorno dos ventos fortes, que podem reacender as chamas.

A Grécia é um dos países da bacia do Mediterrâneo mais atingidos pela onda de calor excepcional e pelos incêndios florestais que afetam grandes áreas do hemisfério norte desde o início do verão boreal (inverno no Brasil).

Dezenas de milhares de pessoas foram retiradas das ilhas turísticas de Rodes, Corfu, Eubeia e Tessália.

As autoridades anunciaram na quarta-feira a morte de duas pessoas devido aos incêndios.

De acordo com um balanço revisado, quatro pessoas morreram desde o início de uma das mais longas ondas de calor enfrentadas pelo país.

Um balanço anterior apontava cinco mortos, mas um homem, cujo corpo foi encontrado na terça-feira em Eubeia, havia desaparecido dois dias antes dos incêndios e não é mais considerado vítima do mesmo, disse à AFP uma fonte policial.

"Lamentamos quatro concidadãos", incluindo dois pilotos de bombardeiros que morreram na terça-feira, disse o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, ao se encontrar com a presidente Katerina Sakellaropoulou nesta quinta-feira, segundo imagens da televisão.

Na Itália, pelo menos três pessoas morreram em incêndios violentos na Sicília.

O governo regional desta ilha declarou estado de crise após dois dias de altas temperaturas e incêndios, mas nesta quinta-feira registrou uma melhoria nos incêndios, segundo as autoridades locais.

A Argélia, também devastada pelas chamas no nordeste, é o país da bacia do Mediterrâneo com mais vítimas, com 34 mortos.

"Estamos vivendo dias perigosos de verão, assim como nove outros países mediterrâneos", disse o ministro grego da Defesa Civil, Vassilis Kikilias, na quarta-feira.

Toda a bacia mediterrânea sofre com os incêndios que se alastraram para Portugal e Croácia no início da semana.

Na Bulgária, onde o termômetro atingiu 42°C, as autoridades declararam na quarta-feira estado de emergência na região de Haskovo, perto da fronteira nordeste da Grécia, devido a um incêndio florestal que ganhava força na cordilheira Rhodope.

As autoridades gregas mantêm várias áreas em sete regiões do país em "extremo risco de incêndio". Embora sejam esperadas temperaturas mais amenas nesta quinta-feira - 36°C ante 46,1°C na quarta-feira - a chegada de ventos fortes pode complicar a tarefa dos bombeiros.

- Ondas de calor "mais intensas e frequentes" -

Na Tessália, no centro da Grécia, "todas as frentes" estavam sob controle e nenhuma zona habitável foi ameaçada, disse um bombeiro à rede ERT.

A zona industrial da cidade de Volos (centro) continua fechada como medida de precaução após um incêndio perigoso no dia anterior.

Além disso, várias cidades foram evacuadas no início da manhã nos arredores desta cidade portuária de 140.000 habitantes, no sopé do Monte Pelion. Foi nessa região que uma mulher com deficiência foi encontrada morta dentro de seu trailer incendiado e um fazendeiro morreu tentando salvar seu rebanho.

Em Rodes, ilha turística do arquipélago do Dodecaneso, no mar Egeu, de onde 20 mil pessoas foram resgatadas no último fim de semana, as chamas ganharam força nas localidades de Vati e Gennadi, segundo a agência de notícias grega ANA.

Por outro lado, em Corfu, as chamas diminuíam.

Um incêndio começou perto de casas no arborizado bairro de Kifissia, em Atenas, no início desta quinta-feira, mas foi rapidamente apagado.

Outro incêndio ocorreu na ilha de Eubeia, a segunda maior das ilhas gregas, na região de Kymi. Segundo os bombeiros citados pela ANA, o fogo atingiu uma zona de fazendas e floresta perto da localidade, mas não ameaça nenhuma habitação.

As autoridades gregas contabilizaram cerca de 600 incêndios, muitos deles em florestas, nos últimos doze dias, a maioria rapidamente apagada.

Cientistas do grupo World Weather Attribution (WWA) estimam que a onda de calor que atinge partes do hemisfério norte se deve às mudanças climáticas.

"Não são mais eventos excepcionais" e os que chegarão no futuro "serão ainda mais intensos e frequentes se as emissões não forem reduzidas rapidamente", alertam.

A névoa que cobre e atrapalha a vida diária de milhões de pessoas nos Estados Unidos e no Canadá deve persistir nesta quinta-feira (8) e, possivelmente, se estender até o final de semana, disse Bryan Ramsey, meteorologista do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA. "É provável que as condições permaneçam insalubres, pelo menos até que a direção do vento mude ou os incêndios sejam apagados", afirmou o especialista. "Como os incêndios estão intensos e são realmente grandes, eles provavelmente continuarão por semanas. Mas tudo depende da mudança do vento."

Em todo o leste dos EUA, autoridades alertaram os moradores a ficarem dentro de casa e limitarem ou evitarem atividades ao ar livre novamente hoje, estendendo os alertas de qualidade do ar "Código Vermelho" em alguns lugares pelo terceiro dia consecutivo. As previsões ainda mostram ventos empurrando o ar cheio de fumaça para o Sul.

##RECOMENDA##

A fumaça se moveu sobre a Groenlândia e a Islândia desde 1º de junho e deve chegar à Noruega ainda nesta quinta-feira, disse o Instituto Norueguês de Pesquisa Climática e Ambiental, mas não se espera que seja um problema de saúde. Em Washington, DC, a prefeita Muriel Bowser ordenou que as escolas cancelassem o recreio ao ar livre, esportes e excursões. No subúrbio da Filadélfia, autoridades montaram um abrigo de emergência para que pessoas em situação de rua possam se refugiar da neblina.

A governadora de Nova York, Kathy Hochul, disse que o Estado estava fabricando um milhão de máscaras N95 - o tipo mais recomendado no auge da pandemia do covid-19 - disponível em instalações estaduais, incluindo 400 mil locais na cidade de Nova York. Ela também pediu que a população se mantenha em casa. Até o momento, a cidade ainda não teve um aumento nas ligações para a emergência relacionadas a problemas respiratórios e paradas cardíacas.

Mais de 400 incêndios no Canadá deixaram 20 mil pessoas desabrigadas. Os EUA enviaram mais de 600 bombeiros e equipamentos para o país. Outros países também estão oferecendo ajuda.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, conversou com o presidente americano, Joe Biden, nesta quarta-feira, 7, por telefone. O gabinete de Trudeau disse que agradeceu a Biden por seu apoio e que ambos os líderes "reconheceram a necessidade de trabalharem juntos para lidar com os impactos devastadores das mudanças climáticas'. Segundo autoridades canadenses, esta será a pior temporada de incêndios florestais do país. Fonte: Associated Press.

Um incêndio atingiu um galpão mecânico em São Caetano do Sul, na região metropolitana de São Paulo, na madrugada desta quarta-feira (22). Segundo o Corpo de Bombeiros, 12 viaturas foram enviadas ao local para contenção das chamas. Ninguém ficou ferido.

Ainda segundo a corporação, ao menos quatro carros foram atingidos dentro do local. O fogo foi contido pelas equipes, depois de três horas, em ao menos duas partes da estrutura. Assustados, moradores da vizinhinça deixaram suas casas rapidamente no início do incêndio.

##RECOMENDA##

A Defesa Civil foi chamada até o local para averiguar a situação estrutural do imóvel.

Incêndio no centro de SP

Ainda durante a madrugada, seis viaturas foram enviadas para a Rua Boa Vista, na Sé, região central de São Paulo. O fogo atingiu um apartamento que armazenava bicicletas elétricas. Não havia nenhuma pessoa no local e o incêndio foi contido rapidamente.

[@#video#@]

Na madrugada desta terça-feira (14), pelo menos dez cidades do Rio Grande do Norte sofreram diversos atentados a prédios públicos, comércios e veículos. Entre meia-noite e 3h, foram registrados ataques a tiros e incêndios nas cidades de Natal, Parnamirim, Acari, Caicó, Campo Redondo, Cerro Corá, Jaçanã, Lajes Pintadas, Santo Antônio e São Miguel do Gostoso.

Dentre os prédios públicos atacados, estão a Secretaria Municipal de Obras de Parnamirim, localizada na região metropolitana de Natal. No local, dois carros foram consumidos pelas chamas. Na capital, um supermercado foi incendiado.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Em coletiva de imprensa sobre as ocorrências, o coronel Araújo Silva, titular da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte (Sesed), disse que as forças de segurança pública do estado acreditam que os ataques foram promovidos por uma facção criminosa local. "Nós começamos a implementar ações, depois da notícia pelos levantamentos de inteligência, e foi o que se desencadeou com ações preventivas à tarde, noite e madrugada, com as forças enfrentando a criminalidade", afirmou.

[@#podcast#@]

Por meio de suas redes sociais, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, também se manifestou sobre as ocorrências. "Desde cedo, o Ministério da Justiça está em contato com o governo do Rio Grande do Norte, a fim de verificar o apoio possível, à vista da crise local na Segurança Pública. Conversei com a governadora Fátima e ainda hoje medidas serão adotadas", publicou".

O Mato Grosso do Sul declarou estado de emergência por 180 dias em 14 municípios por causa de incêndios no Pantanal. O decreto foi publicado nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial do estado. 

Conforme o documento, o estado passa por uma das maiores estiagens dos últimos anos. O texto menciona que uma plataforma de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), registrou 2.165 focos de calor de junho a julho. 

##RECOMENDA##

Segundo a pesquisadora Julia Rodrigues, do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, até o dia 20 de julho, foram mais de 121 mil hectares queimados no Pantanal sul-matogrossense neste ano, 34% a mais que em 2021. 

"Maio teve uma área queimada ali entre os municípios de Corumbá e Aquidauana, no Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro. Por enquanto, foi o mês que mais queimou. Junho não teve tanta área queimada e em julho voltou o aumento da área queimada, ali na região de Corumbá, perto do Ladário, e em Porto Murtinho perto da terra indígena de Kadiwél.. 

O decreto autoriza a convocação de voluntários e a entrada de agentes de defesa civil em residências para prestar socorro ou para retirar pessoas. O texto ainda dispensa de licitação a aquisição de bens, serviços e obras de forma emergencial. 

Cerca de R$ 38 milhões podem ser usados para atender às medidas do decreto.

A situação dos incêndios melhorou nesta quinta-feira (21) na Espanha, país que viveu alguns dias difíceis com dezenas de milhares de hectares queimados, após a contenção do incêndio que mais preocupou, em Aragão (nordeste), o que permitiu a reabertura da rodovia Madri-Barcelona.

A evolução do incêndio de Ateca "tem sido positiva nas últimas horas, com ocasionais reproduções que foram sufocadas", disse o governo de Aragão no Twitter na manhã desta quinta-feira, referindo-se ao incêndio que manteve um perímetro de 14.000 hectares e que obrigou a deslocar preventivamente cerca de 1.700 pessoas.

"O retorno dos moradores às cidades evacuadas está cada vez mais próximo, mas devemos ter cuidado", disse o presidente regional aragonês, Javier Lambán.

A rodovia A2 entre Madri e Barcelona, bloqueada desde terça-feira em um trecho perto do incêndio de Ateca, foi "reaberta ao trânsito" na manhã desta quinta, disse o governo de Aragão no Twitter, embora uma ferrovia próxima ainda esteja fechada "por precaução".

A Espanha sofreu nos últimos dias com inúmeros incêndios, alimentados por uma onda de calor que durou de 9 a 18 de julho e foi a mais extrema registrada no país, segundo dados provisórios da Agência Estatal de Meteorologia (Aemet).

Desde o início do ano, cerca de 70.000 hectares foram queimados, "quase o dobro da média da última década", segundo o presidente do governo Pedro Sánchez nesta semana.

O Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), que faz uma contabilização diferente, indicou que 2022 está sendo o pior ano em termos de incêndios, com 319 incêndios e 193.247 hectares queimados desde janeiro, já superando o recorde de todo o ano de 2012, de 255 incêndios e 189.376 hectares afetados.

O incêndio em Zamora (noroeste), um dos mais destrutivos dos últimos dias, que deixou dois mortos - um bombeiro e um pastor - foi controlado e continua "calmo e sem chamas", informaram as autoridades da região de Castilla y León.

Após uma breve trégua com a queda de temperaturas entre terça e quarta-feira, os termômetros desta quinta devem chegar aos 41 ºC na região da Extremadura (sudoeste) e os 40 ºC em Andaluzia (sul), embora grande parte do território espanhol mantenha um alerta baixo para altas temperaturas, segundo a Aemet.

Incêndios de grandes proporções voltaram a atingir o Pantanal, um dos biomas mais ameaçados no País e fortemente afetado pelas queimadas nos últimos anos. Nesta sexta-feira, 8, equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil estadual combatiam grandes focos no Parque Estadual Pantanal do Rio Negro e em seu entorno, entre Aquidauana e Corumbá, no Mato Grosso do Sul, onde o fogo já queimou 28 mil hectares, área equivalente a 30 mil campos de futebol.

No primeiro semestre deste ano, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 517 focos de fogo em todo o bioma, 39,3% mais do que nos primeiros seis meses do ano passado, quando foram 317.

##RECOMENDA##

O Pantanal brasileiro se divide entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que detém 70% desse território. Os focos estão acontecendo principalmente na região de Corumbá e Porto Murtinho, na fronteira com a Bolívia. No início da semana, os bombeiros conseguiram conter um incêndio que atingiu a região do Passo do Lontra, em Nhecolândia. As chamas, no entanto, voltaram a aparecer e ainda cobrem de fumaça trechos de rodovias da região.

Na quinta-feira, 7, o Corpo de Bombeiros mobilizou um avião Air Tractor para auxiliar as equipes em terra no controle do fogo que se espalhava pelo interior e entorno do parque Pantanal do Rio Negro. De acordo com a corporação, as chamas estão em locais de difícil acesso, exigindo até seis horas de caminhada para o combate em terra. Equipes se deslocam também por barcos usando os rios da região.

Conforme o Corpo de Bombeiros, duas guarnições de combate a incêndios florestais estão atuando na região do Abobral, no interior do parque. Outras duas equipes trabalham no município de Porto Murtinho. Os 35 bombeiros militares, com apoio de brigadas e voluntários, estão equipados com viaturas auto-bombas, veículos de tração e abafadores, contando ainda como suporte do avião com lançador de água.

Conforme o analista de geoprocessamento do Instituto SOS Pantanal, João Vitor Dias, o incêndio no Parque Pantanal do Rio Negro está fora controle. "O fogo começou no dia 25 de maio, mas era o chamado fogo subterrâneo, que vai queimando a turfa no subsolo. Na quarta-feira, 6, as chamas atingiram a vegetação seca e se alastraram rapidamente. Não temos ainda uma medição oficial, mas acredito que já foram queimados 28 mil hectares (em torno de 30 mil campos de futebol) no parque e fora dele", disse. Segundo ele, a região é rica em fauna, abrigando inclusive onças-pintadas.

Um comunicado emitido pelo Instituto SOS Pantanal no dia 20 de maio último já alertava para o risco de incêndios no bioma devido ao tempo mais seco no inverno este ano. De acordo com Dias, as análises indicam que o Pantanal de Mato Grosso do Sul passará por uma seca intensa neste inverno.

"Isso já está acontecendo e a situação só não está pior porque houve mais chuva no Pantanal norte, em Mato Grosso, nos meses passados. A estiagem está chegando lá só agoa, mas aqui (Mato Grosso do Sul), choveu muito pouco, principalmentente nas regiões da Nhecolândia, Miranda, Rio Negro e Aquidauana, onde os rios estão com nível abaixo do padrão normal. O acúmulo de vegetação seca é muito grande, favorecendo os incêndios."

O governo do Mato Grosso informou que realiza o monitoramento das regiões de risco e mobiliza as operações de combate assim que os focos são detectados. Este ano, segundo o governo, o Corpo de Bombeiros foi reforçado com a compra de 25 viaturas, seis lanchas e um caminhão de auto transporte de combustível, além da aeronave Air Tractor, com capacidade para 3 mil litros de água em cada lançamento. Um segundo avião já teve a compra autorizada e deve ser incorporado em outubro.

Um quarto da França está sob vigilância para uma onda de calor nesta quinta-feira (16), com possíveis picos locais de 40ºC, temperaturas já superadas na Espanha, que lida com vários incêndios.

A França é afetada desde terça-feira (14) por uma onda de calor vinda do Magrebe via Espanha, que afetou primeiro o sudoeste do país antes de se espalhar.

Temperaturas entre 30 e 35°C foram registradas na quarta-feira na metade sul do país, e a onda de calor aumentará ainda mais.

A Météo-France espera máximas de 34 a 38ºC nesta quinta-feira, com possíveis picos de até 40ºC.

E o clima continuará escaldante na sexta-feira em grande parte do país, com a onda de calor se estendendo às regiões do norte e se intensificando ainda mais no oeste e no sul.

Na parte da tarde, Météo-France prevê 36 a 39ºC nestas regiões, com picos de 40ºC.

Atribuídas ao aquecimento global, as ondas de calor estão aumentando em todo o mundo.

Esta onda "tem um efeito agravante na secura do solo" após uma primavera e um inverno particularmente secos e acentua "o risco de incêndio florestal", explicou à AFP Olivier Proust, meteorologista da Météo-France.

Este é o cenário que enfrenta a vizinha Espanha, que há seis dias sufoca, com temperaturas que em alguns lugares ultrapassam os 40ºC.

O incêndio mais preocupante acontece perto de Baldomar, na província de Lérida (Catalunha, nordeste), onde o fogo já destruiu 500 hectares de floresta, mas tem "potencial" para se espalhar para 20.000 hectares, segundo o governo regional.

Nesta fase, ninguém foi evacuado na região, mas as autoridades colocaram algumas áreas residenciais em alerta como medida de precaução.

Em Lérida, são esperadas temperaturas de até 41ºC nesta quinta-feira, segundo a Agência Meteorológica Espanhola (Aemet), que também prevê temperaturas superiores a 40ºC em Badajoz (sudoeste) e Saragoça (nordeste).

Na Catalunha, outros dois incêndios florestais estavam ativos esta manhã em Solsonés e Tierra Alta, com quase 300 hectares queimados em ambos os casos, segundo o governo catalão.

Outro incêndio ocorre na Sierra de la Culebra, em Zamora (centro).

Esta onda de calor, incomum neste período do ano na Espanha, resultou desde o último fim de semana numa explosão de temperaturas em todo o país, com picos de até 43ºC.

Segundo Aemet, deve durar até sábado.

A Espanha, que este ano viveu o maio mais quente desde o início do século, segundo a agência meteorológica, já passou por quatro episódios de temperaturas extremas nos últimos dez meses.

A multiplicação das ondas de calor, particularmente na Europa, é consequência direta do aquecimento global, explicam os cientistas, com as emissões de gases de efeito estufa aumentando tanto a intensidade, quanto a duração e a frequência desses fenômenos.

Diante de temperaturas que colocam os corpos à prova, algumas empresas se adaptam modulando os horários, principalmente na construção civil.

Na França, as prefeituras adotam medidas para aliviar os moradores. Em Bordeaux (sudoeste), nebulizadores foram instalados em locais conhecidos como "fornos".

E em Lyon, a prefeitura ampliou o horário de funcionamento dos parques e jardins.

Pelo menos duas pessoas continuam desaparecidas após os incêndios devastadores que atingiram diversas cidades no estado do Colorado, no oeste dos Estados Unidos, e destruíram centenas de casas, informaram neste sábado (1º) as autoridades locais.

"Acreditamos que temos duas pessoas desaparecidas e estamos investigando", disse à AFP a porta-voz da Defesa Civil do condado de Boulder, Jennifer Churchill, ao esclarecer que não tem mais informações sobre esses indivíduos.

Até agora, não há registro de mortes relacionadas com os incêndios. O xerife de Boulder, Joe Pelle, assinalou ontem que era um "milagre" não haver muitas vítimas, dada a intensidade e a rápida propagação das chamas.

Pelo menos 500 casas, mas possivelmente muito mais do que isso, foram destruídas pelo fogo que arrasou a localidade de Superior na quinta-feira, situada nos arredores da capital Denver, e forçou dezenas de milhares de pessoas a deixar intempestivamente o local.

A destruição é descomunal: nas imagens aéreas é possível ver ruas inteiras reduzidas a cinzas e fumaça.

A princípio, o incêndio teria sido causado pela queda de postes elétricos sobre o solo com vegetação seca, e as chamas se propagaram rapidamente, alimentadas por ventos de até 160 km/h. Contudo, a neve que começou a cair ontem diminuiu a propagação do fogo.

Nos últimos anos, a região oeste do país tem registrado incêndios sem precedentes, sobretudo nos estados da Califórnia e do Oregon.

Além dos incêndios, os EUA sofreram recentemente com outros fenômenos extremos, como a passagem da tempestade Ida em Nova York e Nova Jersey, em setembro, e tornados mortais em dezembro no Kentucky. Por ora, não é possível saber se a ocorrência desses fatos está vinculada ao aquecimento global, conforme alegam algumas organizações de defesa do meio ambiente.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou, nesta terça-feira, 7, ao Supremo Tribunal Federal, manifestação contrária à ação que pede a elaboração de um plano do governo federal para impedir o desmatamento no Pantanal. Na avaliação do chefe do Ministério Público Federal, as atribuições relacionadas às políticas públicas de proteção ambiental são dos Poderes Executivo e Legislativo, que tem 'representantes eleitos e pessoal técnico com expertise específica para lidar com a questão'.

"O Judiciário há de pautar a aplicação dos princípios da prevenção, da precaução e da proibição do retrocesso ambiental de forma a velar pela preservação da esfera de tomada de decisão política e administrativa, atribuída constitucionalmente às instâncias democráticas e representativas", argumenta Aras.

##RECOMENDA##

O PGR diz ainda que 'existem ações concretas do Poder Público voltadas a minimizar ou a frear os efeitos dos incêndios'. Segundo o Ministério Público Federal, a ponderação leva em consideração informações apresentadas pela Presidência da República, com dados do Ministério do Meio Ambiente, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade (ICMBio).

"Substituir a atuação dos Poderes Legislativo e Executivo pelas ações pretendidas pelos requerentes representaria ingerência do Judiciário no mérito das ações adotadas, para impor determinado modo de agir em sobreposição aos órgãos competentes, providência incompatível com o objeto da ADPF e com a própria função jurisdicional", sustenta Augusto Aras.

Em setembro, uma coalizão de 32 entidades de defesa do meio ambiente chegou a pedir prioridade na tramitação do caso que era de relatoria do ministro Marco Aurélio Mello, que se aposentou em julho. Em carta enviada aos ministros, o grupo acusou omissão do Planalto e dos governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul diante dos riscos ao bioma.

Agora o processo deve ser herdado por André Mendonça, ex-advogado-geral da União do governo Bolsonaro. A posse do novo ministro será realizada no dia 16 de dezembro

O Pantanal sofreu em 2020 com o maior número de focos de incêndio desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) passou a monitorar e consolidar dados de queimadas, em 1988. A situação em 2021 continua preocupante: um levantamento do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa/UFRJ) aponta que, desde o início do ano, os incêndios consumiram 1,3 milhão de hectares do bioma, o que corresponde a 8,7% do total. A média histórica é 712 mil hectares até essa altura do ano, segundo os pesquisadores.

Não conhecimento

Aras deu parecer contrário à ação sobre os incêndios no Pantanal citando não só as atribuições do Executivo e do Legislativo quanto às políticas ambientais, mas alegando ainda 'motivos processuais'.

O PGR alegou que a avaliação das medidas implementadas no campo da política ambiental necessita da verificação de aspectos técnicos e operacionais, além da produção de provas, o que não pode ser feito em ação de controle objetivo de constitucionalidade - tipo de instrumento processual escolhido pelos partidos da oposição para entrar com a ação no STF.

Aras também sustentou 'necessidade de análise prévia de outras normas infraconstitucionais para verificar a suposta ofensa à Constituição Federal' e ainda argumentou que a ação não especificou, com clareza, quais atos do Poder Público deveriam ser praticados, não demonstrou como se deu a omissão do governo.

"Embora imputem falha estrutural à atuação do Poder Público - mais precisamente em relação à União - no combate às queimadas e aos desmatamentos ocorrentes no Pantanal, os arguentes não delimitaram quais atos comissivos ou omissivos são objeto de impugnação", ponderou o PGR.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que a Operação Guardiões do Bioma, coordenada pela pasta, combateu mais de 5,5 mil incêndios florestais no mês passado. O trabalho foi realizado nos 11 estados que possuem os biomas da Amazônia, do Cerrado e Pantanal.

Segundo o ministério, foram realizadas mais de mil ações preventivas, nas quais houve a participação de 4,5 mil agentes da Policia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), além do Corpo de Bombeiros e das polícias Militar e Civil. 

##RECOMENDA##

Durante a operação, a PRF prendeu 237 pessoas por crime ambiental e atendeu a 225 ocorrências de transporte irregular de madeira e apreensão de animais.

De acordo com o ministro da Justiça, Anderson Torres, a pasta está atuando com outras instituições para combater os incêndios. Também participam da operação os ministérios do Meio Ambiente, e do Desenvolvimento Regional e as secretarias estaduais de Segurança Pública e do Meio Ambiente. 

“O trabalho deve ser intenso no combate aos crimes contra o meio ambiente. Além de promover a capacitação dos profissionais, o ministério atua junto com outras instituições para atender às demandas dos estados e reforçar o efetivo no combate aos incêndios e crimes ambientais”, disse.

Pelo menos 90 pessoas, incluindo 33 militares, morreram desde segunda-feira nos incêndios florestais ocorridos no norte da Argélia, onde bombeiros, soldados e voluntários continuam a combater o fogo, informaram as autoridades locais.

Líderes políticos afirmaram que esses incêndios são, em sua maioria, de origem "criminosa" e que incendiários foram presos.

Por sua vez, especialistas e testemunhas apontam para a falta de prevenção por parte dos poderes públicos face a um fenômeno recorrente todos os anos na Argélia, que é agravado pelo calor extremo.

O Ministério da Defesa homenageou neste sábado os 33 militares falecidos em duas cerimônias, uma realizada no hospital militar de Argel, na presença do chefe do Estado-Maior, Saïd Chenegriha, e outra em Constantino, no nordeste do país.

"Esses heróis sacrificaram suas almas pela pátria e para salvar seus concidadãos dos incêndios criminosos que ocorreram em diferentes regiões do nosso país", declarou o general Boualem Madi, diretor de comunicação da Defesa durante a homenagem, no terceiro e último dia de luto nacional.

Os balanços divulgados pelas autoridades - Proteção Civil e Ministério da Defesa - notificam cerca de 90 mortes desde segunda-feira, enquanto o último balanço oficial global, divulgado na sexta-feira, elevou o número de vítimas para 71.

As autoridades disseram na quinta-feira que 100 incêndios foram identificados em todo o país.

"As equipes da Proteção Civil estão atualmente trabalhando para extinguir 29 incêndios em 13 províncias", especialmente em Tizi Uzu, Jijel e Bejaia, na Cabília, de acordo com um comunicado.

"Os helicópteros do Grupo Aéreo da Proteção Civil e do Exército realizaram 235 intervenções, não esquecendo outras 172 em Tizi Uzu, Bejaia e Jijel", acrescentou a Proteção Civil.

Dois hidroaviões franceses, disponibilizados através do mecanismo de ajuda da União Europeia, prestaram assistência na quinta e na sexta-feira no combate aos incêndios na Cabília.

O presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, informou na quinta sobre o fretamento de dois hidroaviões da Espanha e outro da Suíça.

Os bombeiros, apoiados por soldados e voluntários civis, lutam incansavelmente nesta quarta-feira (11) para tentar conter uma série de incêndios, que devastam o norte da Argélia e já causaram 65 mortes.

"O número de mortos pelos incêndios florestais subiu para 65 (28 soldados e 37 civis) principalmente em Tizi Ouzou", segundo o balanço divulgado pela televisão oficial, que acrescentou que 12 soldados tiveram de ser "hospitalizados em situação crítica".

Esses incêndios, em que as autoridades privilegiam a hipótese "criminosa", assolam várias regiões da Cabília, incluindo a cidade de Tizi Ouzou e arredores, enquanto imagens impressionantes circulam nas redes sociais - junto com pedidos de socorro - com árvores queimadas, gado morrendo por sufocamento e povoados cercados por chamas.

Imagens obtidas pela AFP mostram habitantes da região tentando desesperadamente apagar um incêndio, que teve o foco inicial em pequenos galhos secos.

Enquanto a Argélia enfrenta uma onda de calor extremo, os ventos espalham o fogo e complicam a tarefa das equipes de resgate, de acordo com Yucef Uld Mohamed, um bombeiro florestal local, citado pela agência de notícias oficial APS.

O porta-voz da Proteção Civil, Nasim Barnaui, declarou nesta quarta-feira a jornalistas que 69 incêndios ainda estão ativos em 17 localidades. Os mais importantes estão em Tizi Ouzou, que também sofreu o maior número de mortes, com 16 vítimas fatais.

"Abandonei todos os meus pertences em meu vilarejo e fugi com minha esposa e três filhos para a cidade de Tizi Ouzou", contou à AFP Abdelhamid Budraren, um comerciante da pequena cidade de Beni Yeni.

"Felizmente, tenho um apartamento no centro de Tizi Ouzou, onde nos refugiamos com minha família e alguns vizinhos", destacou.

Desde terça-feira, as convocações para a organização de comboios solidários com os moradores das aldeias da região de Tizi Ouzou se multiplicaram nas redes sociais.

Os internautas pedem principalmente doações de alimentos, remédios e ajuda na busca de água para combater os incêndios.

- Quatro pessoas detidas -

Vários caminhões saíram da capital com equipamentos doados por cidadãos e comerciantes, confirmou um jornalista da AFP.

E, uma página de "Médicos" na rede Facebook publicou uma convocação por voluntários para ajudar a equipe do hospital de Tizi Ouzou.

Nas redes sociais, as autoridades também são instadas a solicitar ajuda internacional.

A pista criminal foi mencionada várias vezes pelas autoridades argelinas que, no entanto, não deram detalhes a este respeito.

A rádio pública anunciou a prisão de três "incendiários" em Medeia na terça-feira. Outro foi preso em Anaba, informou a APS.

Segundo o ministro do Interior, Kamel Beldjud, na segunda-feira à noite ocorreram cinquenta incêndios "de origem criminosa", também facilitados pelas condições meteorológicas.

O primeiro-ministro Aiman Benabderahmane indicou um balanço de mais de 70 incêndios em 18 localidades o norte do país.

A Proteção Civil relatou quase 100 incêndios em 16 localidades.

Segundo os serviços meteorológicos argelinos, a onda de calor extremo no Magreb continuará até 15 de agosto, com temperaturas de até 46 ºC.

Na vizinha Tunísia atingiu 49ºC, mas 15 focos de incêndio no norte e noroeste do país felizmente não causaram vítimas.

Os bombeiros prosseguiam com seu combate nesta segunda-feira (9) na Grécia, pelo sétimo dia consecutivo, contra o incêndio de Eubeia, 200 km ao leste de Atenas, onde vários pontos ao norte da ilha foram cercados pelas chamas.

Embora a maioria dos incêndios tenha se estabilizado, ou diminuído de intensidade, nesta segunda-feira (9) na Grécia, o foco de Eubeia, a segunda maior ilha do país, permanece preocupante e apresenta um cenário apocalíptico.

Espessas e asfixiantes fumaças envolviam nesta segunda-feira a zona costeira de Pefki, onde mais de 100 moradores foram retirados pelo mar, e outros, reagrupados.

Os moradores mais jovens acompanhavam os mais idosos até a praia, onde embarcaram em uma balsa para deixar a ilha sob ameaça.

O vice-ministro grego da Proteção Civil, Nikos Hardalias, anunciou no domingo (8) "outra noite difícil" na ilha de Eubeia, devastada pelas chamas há sete dias.

Sem apoio aéreo, os bombeiros lutaram durante toda noite e até o amanhecer em Monokarya para impedir que o fogo atingisse a cidade de Istiaia, informou a agência grega de notícias ANA.

Uma por uma, dezenas de localidades foram sendo desalojadas à medida que chamas avançavam contra suas casas.

Os municípios de Kamatriades e Galatsades estão entre as prioridades dos bombeiros nesta segunda-feira.

"Se o fogo entrar por ali, as chamas encontrarão uma floresta espessa e difícil de apagar", afirmaram os bombeiros.

Entre os 650 bombeiros mobilizados na ilha, estão quase 200 procedentes de Ucrânia e Romênia, reforçados por 11 aviões e helicópteros de combate a incêndios.

"Os meios aéreos enfrentam sérias dificuldades, devido às turbulências, à fumaça espessa e à visibilidade limitada", descreveu Hardalias no domingo.

- "Situação crítica" -

O vice-governador de Eubeia, Giorgos Kelaïtzidis, advertiu no domingo que os recursos são "insuficientes, e a situação, crítica", na ilha. Ele afirmou que pelo menos 35.000 hectares e centenas de casas foram queimadas nos incêndios.

Grécia e Turquia, dois países vizinhos afetados pela onda de calor mais grave em décadas, lutam há quase duas semanas contra os incêndios. Os especialistas relacionam as temperaturas elevadas com a mudança climática.

Nas proximidades de Atenas, o incêndio que destruiu dezenas de casas perdeu intensidade, segundo os bombeiros gregos.

"Mas o risco de retorno é elevado", advertiu Hardalias.

Vários meios terrestres permanecem mobilizados no sopé do monte Parnitha, em especial unidades enviadas de Israel, Chipre, ou França, para colaborar com os bombeiros gregos.

Outro incêndio em Creta foi controlado, e a situação também era menos grave no Peloponeso, onde 300 bombeiros permanecem mobilizados, segundo as autoridades.

Até o momento, duas pessoas morreram na Grécia, e oito, na Turquia. Dezenas foram hospitalizadas.

As chamas destruíram mais de 56.000 hectares na Grécia, nos últimos dez dias, de acordo com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS, na sigla em inglês).

Quase 1.700 hectares foram queimados, em média, no mesmo período entre 2008 e 2020.

Os impressionantes incêndios que arrasam o sudoeste da Turquia há sete dias estão se aproximando de uma central termelétrica perto da cidade de Milas - alertou seu prefeito, enquanto milhares de pessoas são evacuadas por uma catástrofe que deixou oito mortos até o momento.

O prefeito de Milas, Muhammet Tokat, publicou uma série de mensagens urgentes no Twitter, alertando sobre o avanço descontrolado das chamas pela colina onde a termelétrica está instalada.

##RECOMENDA##

"É um lugar crítico", disse ele em um vídeo, no qual se veem as chamas.

Tokat é membro do maior partido de oposição ao presidente Recep Tayyip Erdogan e uma das vozes críticas à gestão de Erdogan durante esta catástrofe.

O líder turco se tornou alvo de críticas e de piadas nas redes sociais, após sua visita à área afetada no fim de semana passado, realizada sob um forte esquema policial. Nela, jogou saquinhos de chá, sob os olhares de moradores atônitos.

Ontem (2), o governo informou que 145 incêndios foram sufocados e que luta para controlar outros nove. Os Ministérios do Interior e da Defesa anunciaram o envio de tropas militares para ajudar os bombeiros.

A polícia disse ainda que usará caminhões-pipa, os mesmos que são utilizados para dissolver as manifestações contra o governo.

O prefeito de Milas denunciou, porém, que suas primeiras mensagens de ajuda, solicitando aviões de combate às chamas, ficaram sem resposta.

"Era óbvio que isso ia acontecer", tuitou, enquanto as chamas se aproximam cada vez mais da termelétrica.

Há décadas, este país de 84 milhões de habitantes vive aterrorizado pelas imagens de incêndios cada vez mais intensos, destrutivos e letais.

Apavorados, turistas na costa do mar Egeu, no sudoeste do país, tentam fugir das chamas, pulando em barcos. Enquanto isso, dezenas de vilarejos foram evacuados diante do avanço impetuoso das chamas, incentivadas por fortes ventos.

Uma equipe da AFP na cidade costeira de Marmaris registrou fazendeiros, conduzindo seus assustados animais para a relativa segurança das praias.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando