Nesta quinta-feira (26) estreia o clipe da música 180, uma parceria de Alok com os MCs Hariel, Marks, Dricka, Davi, Leozinho ZS e DJ Victor. A faixa trata da violência contra a mulher e busca incentivar as vítimas a pedirem socorro, trazendo como personagem do vídeo ninguém menos que Luiza Brunet - que afirma ter sofrido esse tipo de agressão por parte do então namorado, Lírio Parisotto, cinco anos atrás.
Em conversa com o jornal Extra, a modelo admite que teve certas dificuldade ao gravar sua participação - que conta até mesmo com maquiagem para simular ferimentos no rosto - por conta das lembranças que acabou recordando, mas ressalta a importância de estimular as vítimas a denunciarem seus agressores:
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"No clipe, vivo uma mulher de classe média alta que sofre violência doméstica. Ela se empodera e faz a denúncia. É a minha história. E também de muitas mulheres. Quando fui gravar as minhas cenas, o ator que interpreta o meu marido, ficou todo preocupado, justamente pelo que vivi. Mas disse: Não se preocupe, estamos representando, o sentimento aqui é outro. Só que foi punk. Veio mesmo a lembrança muito nítida do que sofri", disse.
Incentivar as denúncias, aliás, é algo que Luiza vem se empenhando em fazer. Depois do que alega ter sofrido, ela decidiu realizar diversas palestras pelo Brasil afora falando sobre o enfrentamento da violência contra a mulher - mas ressalta que isso não significa que o trauma tenha sido superado, apesar de ela já conseguir controlar a emoção quando faz seu relato:
"Estava dando uma palestra na fronteira do Brasil com a Venezuela e fiquei feliz de ver várias mulheres, mesmo numa região tão simples, tendo coragem de dividir relatos fortes. Nunca cicatriza uma ferida de qualquer agressão. Elas abrem e se fecham dependendo do nosso estado emocional. E eu procuro não esquecer. Eu passei por um sofrimento e tive a oportunidade de transformar tudo isso em uma pauta positiva. Me emociono quando falo, mas aprendi com o tempo a controlar até para estar forte para inspirar as outras mulheres", ressaltou.
A empresária ainda fala sobre a vulnerabilidade das vítimas, o que muitas vezes torna a denúncia mais difícil, e entrega que mesmo agora ainda tem medo do ex-companheiro que a teria agredido: "Agressão é um processo que as mulheres movem e o agressor jamais vai admitir, sempre vai se sentir injustiçado. Isso deixa as vítimas vulneráveis. Tenho e nunca deixarei de ter medo, ainda mais de um homem na posição dele, que tem dinheiro e poder".
Encarando toda a situação com um misto de maturidade e autoconhecimento, Luiza admite que não apenas encontrou forças para lidar com a situação, mas também para ter coragem de se abrir para novos amores: "Não estou namorando, mas meu coração está abertíssimo. O problema é que o nicho de homens que tenho interesse vai se afunilando. Gosto dos mais velhos, diferenciados... Depois dessa experiência que tive, e que achei que seria meu último, não foi. Busco algo que seja agregador. Não tenho problema em ficar sozinha, gosto da minha companhia, me satisfaço. Só que obviamente é bom estar apaixonada e ao lado de quem nos faz bem".