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O relacionamento entre pais e filhos está passando por muitas mudanças. O interesse em construir uma relação mais próxima desde os primeiros dias de vida da criança impôs novos hábitos ao cotidiano dos homens, como carregar os pequenos e ajudar com a troca de fraldas e nos afazeres. Para os marinheiros de primeira viagem, a experiência é surpreendente.
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Frederico Andrade Matos, supervisor de TI, 34 anos, é pai do Bernardo Matos Prado, de apenas 8 meses. Ele conta que sua experiência como pai é totalmente nova. “Mesmo se procurarmos em livros, nunca saberemos como é de verdade. Pra mim está sendo maravilhoso. Me imaginar saindo do trabalho e ao chegar em casa ver o rosto e sorrisinho do Bernardo não tem preço”, disse Frederico.
Com chegada do garotão, o supervisor também falou sobre as mudanças que teve de fazer em seu comportamento, rotina e organização da vida pessoal. “Antigamente, por ser só, eu não tinha preocupação com muita coisa, diferente de hoje. Meu orçamento agora é voltado para fazer as coisas com ele. Penso bastante em como resolver um problema ou qualquer outro tipo de situação”, afirma.
Para Frederico, ser presente na vida do seu filho é importante, pois o pai pode ser, sim, o cuidador. “Já cheguei a falar brincando com a mãe dele que mesmo eu estando visivelmente cansado e com sono, não arredo o pé até que eles estejam em casa e dormirndo. Só assim fico despreocupado”, destacou.
Promover o engajamento entre pais e filhos contribui para um relacionamento mais saudável. "Não importa quão difícil foi o dia. Sempre que chegar em casa, dê um abraço e beijo no seu filho. Verá no rosto dele a alegria de rever você, então vai perceber que toda a dificuldade ficou para trás", finalizou Frederico.
Raul Costa, 29 anos e pai de primeira viagem, contou que sonhava em ser pai desde o início do casamento com Elainne, mas entende que as coisas acontecem no tempo certo. “Decidimos ter nosso primeiro bebê em novembro de 2018 e minha esposa engravidou em fevereiro de 2019. Fiquei muito feliz quando ela me contou; chorei muito de emoção, passou um filme e tudo que eu queria era contar para o mundo todo essa bênção”, disse.
Mesmo faltando dois meses para o nascimento do filho, Raul contou que já passou por alguns momentos difíceis durante o início da gestação de sua esposa e viu que seu papel dentro da família é fundamental. “Quando estávamos com 6 semanas foi diagnosticado um descolamento do saco gestacional. Minha esposa precisou ficar em repouso durante um mês, apenas deitada em uma cama sem fazer esforço. Depois, mais dois meses sem trabalhar, mas já se recuperando. Foi bem difícil, pois eu tinha que fazer tudo em casa, o que não é tão difícil, mas os problemas eram muito mais emocionais do que físicos. Passamos por dias difíceis”, explicou.
Para Raul Costa, ser pai é compreender o que seus pais sentiam. É passar segurança não apenas ao bebê, mas para a esposa, que tem sentido na pele o que é gerar uma criança. "É ter um coração fora do peito; é estar sempre disposto mesmo estando cansado; é amar além das promessas; é amar com atitudes."
Raul tem no pai sua maior inspiração. Ele diz que quer ser com seus filhos como o seu pai foi com ele e seus cinco irmãos. “Espero aproveitar cada minuto, já que todos dizem que passa tão rápido. A palavra de Deus diz em Provérbios 22:6 que devemos ensinar nossos filhos o caminho em que eles devem andar. Espero fazer sempre isso, pois assim eu sei que o Levi será um homem muito feliz e realizado”, finalizou o pai de primeira viagem Raul.
Mesmo sendo um desafio para muitos, ser pai é um grande privilégio e uma forma de se reconectar com o passado. O nascimento do primeiro filho é o momento de conexão e real entendimento do que significa ser pai. Esse é o entendimento de João Paulo Teixeira, que trabalha como serviços gerais em um edifício de Belém e é pai de Evelim Mendes, adolescente de 16 anos e estudante do ensino médio.
Joã Paulo não teve convivência com o pai, de quem só se aproximou com 15 anos de idade. Com o nascimento de Evelim, João Paulo vive um aprendizado. “O Dia dos Pais só veio ter real sentido depois do nascimento da minha filha. Minha vida mudou e hoje a minha relação com o meu pai é boa. Não é aquela relação de pai e filho, mas tenho respeito por ele”, explicou.
As comemorações pelo Dia dos Pais vão além de um almoço ou jantar especial. Estão na celebração que envolve gratidão e gera boas memórias. “Um Dia dos Pais diferente foi quando trabalhei até tarde da noite. E no domingo dos pais fui recebido logo cedinho com uma surpresa: café da manhã e a família, incluindo minha mãe e irmãos; foi especial”, recorda João.
Muitas recordações de aventuras envolvem o convívio de João e sua filha. "São muitas. Eu gosto muito e ela ama aventuras. Saímos para o mato para apanhar açaí, daí ficamos atolados na lama. Depois, pegamos siri, entrou espinho no pé e no final nós mesmos batemos o açaí para beber. Foi bem legal esse dia porque saiu da rotina”, relembra João.
Ser pai de adolescente tem os seus aprendizados, pois a geração atual vive e aprende todos os dias e também ensina. “Você ensina muito cedo as coisas, e quando chega a adolescência a gente é quem vai aprendendo com o mundo deles. Lógico, a gente traz dos nossos antepassados um tipo de criação, e a minha criação foi rígida; então isso eu passei e estou passando para a minha filha e até hoje ela vem seguindo alguns desses aprendizados e regras, digamos assim. Mas muita coisa eu aprendi com ela também. Eu passei e estou passando o meu conhecimento e ela me repassa o dela”, assegurou.
O que um pai pode deixar de ensinamento para o filho equivale a uma grande herança de aprendizado e determinação. A luta de cada dia é um incentivo para que muitos repassem para seus filhos toda a real visão da vida. Para João, isso é uma das coisas mais importantes. "Eu quero mostrar a realidade da vida sem fantasiar. É bom ela ir vivenciar certas coisas, ajudando os meus parentes que têm dificuldades. O que eu pretendo deixar de ensinamento para ela é humildade e respeito. Você tendo isso, supera qualquer coisa. Levar a vida sorrindo independente da dificuldade", afirmou João Paulo.
Por Thalía Araújo, Brenna Pardal e Natalia Lavoura.
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