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O Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul entregou à Justiça Federal de Santa Maria as alegações finais da denúncia criminal contra 32 acusados de participação na fraude do Detran nesta quinta-feira, mantendo o pedido de condenação por formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica, indevida dispensa de licitação e locupletamento em dispensa de licitação.

A irregularidade foi descoberta em 2007 pela Operação Rodin da Polícia Federal. A investigação indicou que fundações contratadas pelo Detran terceirizavam serviços para empresas que superfaturavam os preços e distribuíam propinas para agentes públicos. O esquema funcionava desde 2003 e teria desviado R$ 44 milhões dos cofres públicos.

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A entrega das alegações é o último ato do MPF no processo. A partir de agora, os advogados de defesa têm mais 30 dias para apresentar seus argumentos finais. Depois o caso entra em sua fase final, a do julgamento.

O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco ajuizou ação de improbidade administrativa contra nove ex-funcionários do Programa Federal Bolsa Família, em Jaboatão dos Guararapes. Os servidores são suspeitos de conceder benefícios assistenciais indevidos.  Os nomes dos suspeitos não foram revelados.

Segundo as investigações, os acusados iseriam dados falsos no sistema de cadastro único do programa e com isso, pessoas que não tinham critérios legais necessários para participar do Bolsa Família, eram incluídos. Os ex-funcionários colocaram familiares, colegas de trabalho e até eles mesmos no registro. Os dados falsos referiam-se à ocupação e remuneração do suposto beneficiário, bem como ao número de dependentes no núcleo familiar. A bolsa é concedida para cidadãos em situação de pobreza ou extrema pobreza, com renda familiar per capta de até R$ 140,00 por mês. Entretanto, nenhum dos beneficiários enquadrava-se nessa situação. A fraude foi descoberta por meio de denúncia de cidadãos do município.

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Se forem condenados, as penas são: perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano causado, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por até dez anos e pagamento de multa, bem como proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios por 10 anos.

O caso está sob responsabilidade do procurador da República Anastácio Nóbrega Tahim Júnior. De acordo com os inquéritos, outras pessoas podem ter participado da fraude, o que levará o MPF a ajuizar outra ação para responsabilizar os envolvidos.

Com informações da assessoria

Depois da decisão da 3ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, a operadora Claro foi condenada a pagar R$ 30 milhões em danos morais coletivos por descumprir regras do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), nesta terça-feira (17). Segundo os advogados públicos, em apenas seis meses foram registradas mais de 500 demandas de consumidores acerca da prestação inadequada do SAC, pelos Procons de todo o país e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que colocaram a empresa como recordista de quaixas no setor de telefonia.

A ação foi realizada de forma conjunta entre a AGU (Advocacia-Geral da União) com os Ministérios Públicos Federal (MPF), do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), de Tocantins (MPTO) e Pará (MPPA), além dos Institutos de Defesa do Consumidor de todo o Brasil. A empresa foi punida após descumprir o Código de Defesa do Consumidor e também o Decreto nº 6523/2008, que regulamenta o atendimento do SAC por meio do seu callcenter.

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Depois de passar por exame de corpo de delito na Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio, o ex-banqueiro Marcos Magalhães Pinto e os ex-executivos do Banco Nacional Clarimundo Sant'anna, Arnoldo Oliveira e Omar Bruno Correia foram levados para o Presídio Ary Franco, no bairro de Água Santa, na zona norte da capital fluminense, espécie de porta de entrada do sistema penitenciário.

O Ministério Público Federal (MPF) requisitou e a Justiça Federal decretou a prisão de cinco executivos do banco condenados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta, prestação de informações falsas a sócio-investidor ou à repartição pública e inserção de elementos falsos em demonstrativo contábil de instituição financeira.

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A alegação para o pedido de prisão foi a de que não há mais possibilidade de interposição de recursos pela defesa que possam modificar a condenação imposta aos réus. Esse argumento é contestado pelo advogado de Pinto, Nélio Machado, que afirma ainda caber recurso. Todos os presos foram condenados a cumprir pena, inicialmente em regime fechado. De acordo com a procuradora da República Ariane Guebel de Alencar, "levar o princípio da presunção de inocência ao extremo de impedir a execução de sentença condenatória quando não há mais recurso com efeito suspensivo seria, de fato, um brinde à impunidade e à ineficiência da Justiça".

O ex-banqueiro, o único não condenado por formação de quadrilha, foi sentenciado a 12 anos e 2 meses; Sant'anna, a 15 anos e 1 mês; Oliveira, a 17 anos e 1 mês, e Correia a 8 anos e 10 meses de prisão. A crise do Nacional resultou num dos maiores escândalos financeiros do País. Em 1995, o Banco Central (BC) descobriu que a instituição maquiava os balanços com contas fictícias, que somavam R$ 5,5 bilhões.

O BC decretou Regime de Administração Especial Temporária na tentativa de preservar a saúde do sistema bancário brasileiro. O Nacional foi a primeira instituição a receber recursos do Programa de Reestruturação do Sistema financeiro (Proer). Em novembro de 1996, o Unibanco assumiu a parte não contaminada pela maquiagem nos balanços do Nacional.

Um acordo entre o Ministério Público Federal (MPF) e a concessionária de energia elétrica AES Tietê pode levar à derrubada de 357 imóveis construídos na área próxima da represa da usina hidrelétrica de Água Vermelha, no Rio Grande, entre São Paulo e Minas Gerais. Entre as propriedades ameaçadas estão ranchos e casas de veraneio construídas, segundo o MPF, de forma ilegal em área pública.

A população da área tem 60 dias para tentar obter uma licença ambiental ou desocupar a região para que seja feita a recuperação ambiental - o MPF alega que as ocupações irregulares prejudicam a preservação da área. Segundo o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelo MPF e pela AES, a concessionária terá 180 dias para entrar com a ação de reintegração de posse das propriedades que não conseguirem atender à exigência.

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Centenas de famílias serão atingidas pelo acordo. Segundo a AES Tietê informou, no momento estão sendo notificadas as supostas ocupações irregulares na região de Frutal (MG). Rancheiros, pescadores e outras pessoas que residem nessas áreas ainda acreditam que possam reverter a situação, apesar de a concessionária já ter tomado medidas como a interdição das chamadas "casas flutuantes".

Na cidade mineira, o acordo da empresa com o MPF afeta principalmente a região da Prainha, que faz parte do reservatório de Água Vermelha. No local há 85 ranchos, muitos deles habitados por pescadores que vivem do rio já há bastante tempo. A aposentada Luzia Aparecida Silva tem um rancho e frequenta a área diariamente. Ela alega que cuida da região plantando árvores, mantendo as margens do rio limpas e tomando outras medidas de preservação. "Não prejudicamos em nada o meio ambiente, pelo contrário, temos interesse em conservar a natureza, porque precisamos dela e temos consciência ecológica."

Sentada numa rede em um rancho, a poucos metros da água, Olirde Pereira Teixeira conta que saiu de São José do Rio Preto para morar com a filha e o genro, que é pescador, no imóvel em Frutal. "Acho que a presença dessas pessoas aqui é importante até para evitar que haja degradação. Aqui o lixo é recolhido e temos um cuidado muito grande com a represa", diz.

Resistência

Adão Silvestre é pescador profissional e mora há mais de 10 anos na beira do rio. Ele diz que, em dias ruins, pesca cerca de 10 quilos. "Eu sou ribeirinho e vivo disso, não saio daqui nem se derrubarem meu rancho. Monto uma barraca debaixo das árvores e fico aqui, esta é minha vida e aqui está o meu sustento", afirma.

Até mesmo para quem não é pescador, a retirada dos ranchos deve causar prejuízo. É o caso do vendedor de abacaxis João Francisco da Silva, que há 15 anos fica na rodovia de acesso às propriedades. "Se expulsarem esse pessoal daqui, minha freguesia vai cair bastante." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Assim com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério Público Federal encaminhou hoje (29) à Câmara dos Deputados um projeto de lei que eleva a R$ 30.658,42 o salário do procurador-geral da República. Segundo o projeto, o impacto da proposta será de R$ 51.542.337,00 no Orçamento do Ministério Público da União.

No projeto de lei encaminhado pela procuradora-geral em exercício, Helenita Caiado de Acioli, o Ministério Público pede a recomposição das perdas sofridas pelo processo inflacionário no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2013.

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O valor requerido é resultante da aplicação do porcentual de 4,06% ao subsídio previsto para vigorar a partir de janeiro do próximo ano (R$ 29.462,25). A justificativa do projeto diz que a estimativa do IPCA para 2013 é de 5,8% e o índice já concedido pela lei 12.770, de dezembro passado, é de 5%.

O Ministério Público Federal (MPF) entrou com ação civil pública contra a Caixa Econômica Federal, o Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da 4ª Região, o Sindicato dos Corretores de Imóveis de Minas Gerais e a Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais, para impedi-los de cobrar taxa de corretagem das pessoas que adquirem imóveis remanescentes dos chamados Feirões da Casa Própria.

O MPF pede que a Justiça Federal declare a nulidade da cláusula que exige a obrigatoriedade da intermediação de corretor nas operações de venda direta de imóveis, proibindo-se a Caixa de exigir a contratação. Segundo o MPF, a cobrança seria ilegal e abusiva, porque obriga o consumidor a pagar uma comissão de 5% sobre o valor do imóvel, ainda que não tenha havido qualquer interveniência de corretores no processo de compra e negociação.

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De acordo com o procurador da República, Fernando de Almeida Martins, autor da ação, os imóveis que não são vendidos nos leilões patrocinados pela Caixa são posteriormente negociados com o primeiro interessado que apresentar proposta de valor igual ou superior ao mínimo estabelecido no edital do leilão.

Ao comprador não seria dada a opção de escolher a contratação do serviço. Caso queira adquirir o imóvel, ele é obrigado a pagar a taxa de corretagem. Para o MPF, é clara a configuração de venda casada, pois o banco não oferece qualquer liberdade de escolha ao interessado.

O MPF afirma que, segundo o banco, a contratação obrigatória dos serviços de corretagem fundamenta-se em convênio, válido em Minas Gerais, firmado no ano de 2000. Nesse acordo estaria expressamente consignado que a remuneração do corretor será custeada diretamente pelo comprador.

O Ministério Público Federal (MPF) no Mato Grosso do Sul ajuizou uma ação civil pública para que a Justiça Federal determine a reanálise individual, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), das 536 ocupações irregulares encontradas nos assentamentos Itamarati I e II, situados em Ponta Porã. Segundo os procuradores, o objetivo é identificar os trabalhadores que dependem exclusivamente da terra pra sobreviver e quais enquadram no perfil da Reforma Agrária, a fim de apurar as situações que podem ser legalmente regularizadas.

O MPF de Ponta Porã argumenta que, devido "aos anos de inércia do Incra no combate a ocupações indevidas, muitas situações foram socialmente consolidadas". Os procuradores reconhecem que há trabalhadores mais necessitados e de menor instrução escolar, que estão no local há muitos anos, produzindo e criando suas famílias. "Expulsá-los, sem analisar caso a caso, provocaria um grave problema social que pode ser evitado", esclarece o MPF.

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Segundo os procuradores, o Incra ajuizou ações possessórias para reaver as terras ocupadas ilegalmente nos assentamentos, "mas apresentou demandas mal instruídas, em formato padrão, sem análise de cada situação e sem qualquer explicação sobre a possibilidade ou não de regularização, o que é possível observados alguns requisitos legais". Eles observam que há relatos de assentados de que várias ocupações ocorreram com o conhecimento do Incra, que prometeu regularizar algumas situações.

"Não há como negar a injustiça social da expulsão das famílias que têm o perfil da Reforma Agrária, que dependem da terra pra sobreviver e que foram iludidas pela promessa de regularização", dizem os procuradores, que solicitaram à justiça a suspensão do andamento das ações possessórias até que o novo levantamento seja realizado pelo Incra.

O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco avaliou uma ação de improbidade administrativa contra um funcionário dos Correios, por violar correspondências para subtrair mercadorias recebidas como encomendas no Centro de Distribuição da empresa pública, no Recife. Na ocasião da prisão em flagrante do funcionário, foram encontrados smartphones, telefones celulares, câmeras fotográficas e equipamentos de fotografia.

O empregado já havia sido alvo de ação movida pelo MPF na esfera criminal, sendo condenado pela Justiça Federal - em março - a oito anos e quatro meses de reclusão. Em depoimento à Polícia Federal, ele afirmou que praticou a violação de encomendas por aproximadamente quatro meses, chegando a vender parte das mercadorias no centro do Recife.

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Conforme a procuradora da República Mona Lisa Duarte Ismail, responsável pelo caso, o empregado aproveitava de seu cargo - inspetor de segurança, para a violação das encomendas. A prática foi descoberta a partir de uma investigação iniciada pelos Correios por conta do aumento do número de reclamações de extravio feitas pelos clientes.

Após o procedimento administrativo disciplinar instaurado nos Correios, o funcionário foi demitido por justa causa em março de 2012. Para o MPF, a conduta do mesmo ocasionou enriquecimento ilícito e danos aos usuários do serviço e à própria empresa pública, que ressarciu vários clientes prejudicados, além de violar princípios constitucionais da administração.

Pena 

Se for condenado pela Justiça Federal, a pena poderá incluir ressarcimento integral do dano; perda da função pública; suspensão dos direitos políticos de oito a 10 anos; pagamento de multa civil e proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo de 10 anos.

A 3ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, em Brasília, instaurou, após solicitação do presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal, deputado Eduardo da Fonte (PP), um procedimento contra a Celpe, em relação às 34 mortes ocorridas por choque elétrico em vias públicas em Pernambuco de 2011 a 2013.

De acordo com o documento, assinado pelo subprocurador-geral da República, Antônio Fonseca, o MPF iniciou procedimento para averiguar causas do problema e indícios de responsabilidades. 

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O relatório cita o caso do advogado  Davi Lima Santiago Filho, de 37 anos, morto eletrocutado, em junho de 2013, após esbarrar em um fio desencapado em uma via pública em Boa Viagem. Somente em 2012, segundo o documento, 31 pessoas foram mortas por choque elétrico em vias públicas no Estado, o que rendeu à Celpe multa de R$ 3,1 milhões. 

O documento do MPF também afirma que “a responsabilização objetiva por morte decorrente de descargas elétricas não é novidade para a Celpe, que foi condenada a indenizar em R$ 250 mil à família de Marcelo Gomes da Silva, que  também morreu em maio de 2005, em decorrência de choque”.   

“A Celpe, que já foi condenada pelo Tribunal Regional do Trabalho por práticas de terceirização ilícita, além de prestar um péssimo serviço aos pernambucanos, agora passa a tirar a vida das pessoas por não fazer a devida manutenção nos postes. A Celpe recebe por cada empresa que passa um fio em um poste que pertence a ela. Por isso que é obrigação dela fiscalizar”, afirmou Eduardo da Fonte. 

Em audiência pública realizada pela Comissão de Minas e Energia em julho, o subprocurador-geral da República, Antônio Fonseca, chegou a cogitar um possível afastamento da presidência da Celpe, após a conclusão do procedimento. 

Ao Ministério Público Federal, o deputado solicitou ação civil pública,ou seja,uma intervenção na licença de concessão da Celpe. À Procuradoria Geral da República foi solicitada a responsabilidade criminal da concessionária e da agência reguladora do setor, a Aneel. Na última quarta-feira(14), o progressista também protocolou representação contra a Celpe no Ministério Público de Pernambuco.

A empresa de telefonia Oi S.A. deve interromper imediatamente qualquer forma de compartilhamento de informações pessoais e dados cadastrais dos consumidores de seus serviços de comunicação multimídia (Oi Velox). Além disso, a Oi deve apresentar as medidas concretas que foram tomadas para reforçar a segurança no acesso às bases de dados dos clientes Oi Velox, sob pena de multa diária de R$ 5 mil. 

Segundo o Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF/MS), o objetivo é cessar definitivamente o vazamento de dados pessoais dos consumidores, prática que vem ocorrendo, ao menos, desde 2012. Foram compartilhados dados como nomes, telefones, informações bancárias e CPF. Balancete financeiro divulgado pela Oi informa que o número de clientes do serviço de banda larga chega a 5,69 milhões, entre residenciais e corporativos. 

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A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – também sob pena de multa diária de R$ 5 mil – deve instaurar investigação sobre a prática da Oi, para identificar as causas, medir a proporção do vazamento de dados sigilosos e processar a operadora, caso os indícios de ilegalidade sejam confirmados. 

As medidas foram solicitadas pelo Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF/MS) e valem para a base de clientes da Oi Velox em todo o país, que chega quase a 6 milhões de pessoas. Os pedidos foram acatados pela Justiça Federal em Três Lagoas,  que considerou “fortíssimos” os indícios de responsabilidade da empresa pelo vazamento dos dados de seus clientes.  

Máfia da informação privilegiada

A investigação do Ministério Público Federal constatou que, ao adquirir a conexão banda larga Oi Velox, os clientes forneciam dados pessoais à empresa para efetivar a contratação. Para o MPF, “ao que tudo indica, o compartilhamento ou vazamento de informações pessoais dos clientes da empresa Oi para provedores de conteúdo se dá por meio de um livre acesso ao seu banco de dados, ou, no mínimo, pela transmissão dos dados de consumidores a terceiros”. 

Em seguida, representantes das empresas, “em especial, Terra Networks S.A e UOL S.A”,  ligavam para os clientes - passando-se por funcionários da Oi - e constrangiam os consumidores a contratar seus serviços, “para que login e senha de acesso à internet fossem liberados”. 

A contratação do serviço é totalmente dispensável, pois a própria Oi fornece acesso à internet. Os clientes só percebiam que haviam contratado serviço de outra empresa quando a fatura com a cobrança chegava. 

Para o MPF, a situação se configurou como “verdadeiro estelionato mercadológico para ludibriar o consumidor e impor-lhe a contratação de um serviço de que na verdade ele não precisa”. Nesta  “máfia da informação privilegiada, é certo que a Oi S.A desempenha a função primordial na empreitada: o vazamento de dados pessoais de seus clientes a empresas provedoras de conteúdo quando tinha o dever de zelar pela integridade e sigilo dos mesmos”.

A empresa afirmou no inquérito que é “vítima de um ardiloso esquema de venda de dados de seus clientes e que está tomando todas as providências ao seu alcance para dar fim a tais práticas”.

Já a Anatel informou que, apesar de ter conhecimento sobre a prática ilegal narrada, estavam sob “análise pelo escritório” as medidas a serem adotadas em “eventual” procedimento fiscalizatório. 

Fonte: Ministério Público Federal

Cotada para assumir interinamente a chefia da Procuradoria Geral da República durante o julgamento dos recursos do mensalão, a subprocuradora-geral da República Raquel Dodge afirmou nesta quinta-feira que o povo brasileiro espera que não haja "descontinuidade" na atuação do Ministério Público Federal (MPF) no processo após a saída de Roberto Gurgel. O atual procurador-geral deixa o cargo no dia 15 sem ter deixado um "herdeiro" para cuidar da apreciação dos embargos apresentados pela defesa dos 25 réus condenados da ação penal.

O julgamento do processo será retomado no dia 14 e, como a presidente Dilma Rousseff nem sequer indicou o nome para sabatina no Senado, o mais provável é que o início da análise dos recursos seja conduzido por um substituto interino. Pela legislação, a chefia da instituição será ocupada temporariamente pelo vice-presidente do Conselho Superior do MPF e Raquel Dodge é uma das cotadas a assumir esse posto. "A gente fica sempre na expectativa, positiva e legítima de todo o povo brasileiro, de que não haja descontinuidade na atuação do Ministério Público Federal como um todo, seja em qualquer dos seus órgãos", afirmou ela, em entrevista na manhã desta quinta-feira, após ter participado de ato público no Congresso Nacional em defesa da criação de quatro tribunais regionais federais (TRFs).

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Raquel Dodge disse não acreditar que possa ocorrer algum prejuízo para o julgamento, uma vez que, segundo ela, todos os atos processuais do caso já foram tomados por Roberto Gurgel. Em maio, o procurador-geral pediu a rejeição dos recursos de todos os condenados. Ela afirmou que faltará apenas a presença dele em sessão. Questionada pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, se, por conta da independência funcional, o chefe interino da instituição pode mudar as manifestações de Gurgel, a integrante do MPF disse que a prática não é "usual" nem "frequente". "Não tenho acompanhado esse processo especificamente, mas a expectativa é que aquela manifestação está dada e será ela que deve prevalecer", destacou.

A subprocuradora-geral da República lembrou que a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) mandou a lista tríplice para a presidente da República "com bastante antecedência" para não ser acusada de ser a responsável pelo atraso na indicação do sucessor de Gurgel. Desde abril a lista está com Dilma Rousseff, que legalmente não é obrigada a segui-la. Raquel Dodge disse que os nomes escolhidos pela entidade deixam a presidente "à vontade" para indicar o novo procurador-geral. Ficaram na lista os subprocuradores Rodrigo Janot, Ela Wiecko e Deborah Duprat. Ela nem sequer colocou seu nome para votação e também negou que seja uma das favoritas para assumir a chefia interina do MPF.

BAHIA - O Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) inicia, nesta quinta-feira (1°) , inscrições para o 10º Processo Seletivo para preenchimento de 16 vagas e formação de cadastro reserva de estagiários de nível superior de Direito. Do total de vagas ofertadas, dez são para a sede do MPF, em Salvador, e uma é destinada para cada uma das Procuradorias da República nos Municípios (PRMs) de Eunápolis, Ilhéus,Barreiras e Paulo Afonso.

Estágio - Com jornada de 20 horas semanais e bolsa no valor de R$ 800, o estágio oferece seguro contra acidentes pessoais e auxílio transporte de R$ 7 por dia de trabalho. Do total das vagas do processo seletivo, 10% é destinado aos candidatos portadores de necessidades especiais e outros 10% àqueles que se declararem participantes do sistema de cotas para minorias etnico-raciais.

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Seleção - Para participar da seleção, é preciso que o interessado esteja matriculado em uma das instituições de ensino conveniadas ao MPF e não seja estudante com previsão de concluir o curso de graduação em 2013. Já para inscrever-se, é necessário preencher, entre os dias 1º e 8 de agosto, a ficha de inscrição disponível no site do MPF/BA.  Entre os dias 8 e 9 de agosto, das 13h às 17h, o candidato deve comparecer à unidade do MPF em que deseja realizar o estágio para entrega dos documentos e de duas latas de leite em pó que serão doadas a uma ou mais instituições de assistência a pessoas carentes.

O edital com a relação de documentos a ser apresentada, o endereço das unidades do MPF e todos os detalhes do concurso está disponível na página do candidato.

Impulsionado pela delação da empresa alemã Siemens de existência de cartel nas licitações para construção e manutenção de linhas metroviárias e compra de equipamentos em São Paulo e no Distrito Federal, o Ministério Público Federal (MPF) na Bahia quer saber se existe o esquema em Salvador.

A Divisão de Combate à Corrupção (Diccor) do MPF enviou ofício, nesta terça-feira, 16, à Siemens para que preste informações sobre eventuais irregularidades que teriam acontecido na licitação para a construção do metrô da capital baiana, realizada em 1999. A empresa integra o Consórcio Metrosal, vencedor da licitação, ao lado das construtoras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também foi notificado pelo procurador da República Vladimir Aras para esclarecer se a autarquia teve conhecimento de supostas irregularidades na licitação. O movimento é mais uma tentativa de o MPF de apurar irregularidades na construção do metrô, iniciada em 2000 e ainda não concluída.

As obras já consumiram cerca de R$ 1 bilhão, sem que o equipamento tenha sequer entrado em testes. No início de 2013, a prefeitura da capital, responsável pelo metrô até então, passou a construção e operação do sistema para o governo da Bahia. O edital de licitação para conclusão e operação do sistema foi lançado pelo governo do Estado no fim de maio, com previsão de conclusão para o dia 30.

De acordo com o edital, o sistema terá, no primeiro momento, 6,6 quilômetros. O trecho, chamado Linha 1, está com as obras físicas praticamente concluídas e previsão de inauguração para junho. O MPF tem um inquérito civil e outro criminal sobre o metrô da capital cidade, além de duas ações judiciais em andamento em torno das relações entre órgãos e agentes públicos e o Consórcio Metrosal - uma por improbidade administrativa e um processo penal.

As duas ações foram derivadas da Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal (PF), deflagrada em 2009, que investigava um esquema de doações ilegais da Camargo Corrêa a partidos e políticos. Elas, porém, foram suspensas pela Justiça Federal em 2011, após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolher um pedido de anulação de provas obtidas pela Polícia Federal (PF) e o MPF, por meio de quebras de sigilo de dados telefônicos, em São Paulo. O MPF da Bahia recorreu para retomar as ações - o pedido está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF).

O Ministério Público Federal (MPF), em Palmares (PE), denunciou à Justiça federal ex-empregado dos correios por crime de Peculato, crime que só pode ser cometido por servidor público. O acusado levou R$ 26 mil de agência em Catande, na Zona da Mata Pernambucana, para interesses particulares. O ex-empregado também é acusado pelo MPF de improbidade administrativa, ato ilegal contrário aos princípios básicos da administração pública.

O MPF acusa o ex-empregado por se apropriar do dinheiro público que tinha posse em razão do cargo que ocupava. O crime foi descoberto após inspeção extraordinária realizada na agência em janeiro de 2011.

Caso condenado por peculato, o acusado cumprirá uma pena de dois a 12 anos de reclusão, além do pagamento de multa. Se for condenado por improbidade administrativa, estará sujeito ao ressarcimento integral da quantia, perda de função pública, suspensão dos direitos políticos por oito anos e pagamento de multa.

 

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Por Moriael Bandeira, com informações da assessoria



O Ministério Público Federal pediu à presidente Dilma Rousseff informações sobre a sindicância de Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete do Escritório da Presidência da República em São Paulo, denunciada pela Operação Porto Seguro - investigação conjunta da Procuradoria da República e da Polícia Federal que desarticulou organização criminosa para compra de pareceres de órgãos públicos federais. O Ministério Público Federal também tenta obter acesso aos documentos por meio da Controladoria Geral da União.

O Ministério Público Federal havia solicitado a documentação inicialmente à Chefia de Gabinete da Presidência, mas o pedido foi negado. Diante da negativa da Casa Civil ao pedido de informações sobre o processo administrativo de Rose o MPF enviou a requisição diretamente à Dilma Rousseff, por intermédio do procurador geral da República.

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Rose foi chefe do Gabinete Regional da Presidência da República em São Paulo e já está sendo processada na esfera criminal pela prática dos crimes de tráfico de influência, falsidade ideológica, corrupção passiva e formação de quadrilha. A ex-servidora agora é alvo de um inquérito civil público para apurar suas responsabilidades também na área cível, pelos fatos investigados na Operação Porto Seguro.

Para a Procuradoria, o acesso ao processo administrativo de Rose pode contribuir com as investigações. No ofício à presidenta, datado de 22 de maio, o procurador da República José Roberto Pimenta Oliveira volta a requisitar a cópia integral do processo administrativo - sindicância e/ou processo disciplinar - instaurado para apurar os ilícitos funcionais atribuídos a Rose.

Pimenta Oliveira destaca que o primeiro pedido de informações, feito em 22 de maio, foi negado pela Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República sob o argumento de que a Chefia de Gabinete da Presidência da República não tem competência para prestar a informação e que a requisição deve ser direcionada à Presidência da República pela Procuradoria-Geral da República.

"Independentemente do mérito da alegação da Subsecretaria para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, o importante é o acesso mais célere possível aos autos do processo", ressalta o procurador. No ofício à Dilma, o procurador escreveu. "Serve o presente para requisitar a Vossa Excelência, nos termos da Lei Complementar nº 75/1993, cópia integral do(s) processo(s) administrativo(s) instaurados para apuração de ilícitos funcionais (sindicâncias ou processos administrativos disciplinares) atribuídos à sra. Rosemary Novoa de Noronha que estejam em curso na administração pública federal."

Pimenta Oliveira também solicita à Presidenta que, caso haja documentação sigilosa, "Vossa Excelência indique a referida documentação, e a abrangência do eventual sigilo decretado, à luz da Lei nº 12.527/2011 e da Lei nº 8.112/1990".

O procurador da República José Roberto Pimenta Oliveira também encaminhou ofício ao chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage Sobrinho, por meio do qual requisita informações sobre "todos os processos administrativos em curso (sindicâncias e processo administrativos disciplinar), no âmbito da CGU, tendo como referência fatos vinculados à denominada 'Operação Porto Seguro', com a remessa integral da documentação existente (impressa ou eletrônica), instruindo a resposta com demonstrativo sintético das principais informações dos procedimentos, como identificação do objeto, número, servidores públicos investigados e situação atual".

O Ministério Público Federal pediu à presidente Dilma Rousseff informações sobre sindicância de Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo, denunciada pela Operação Porto Seguro - investigação conjunta da Procuradoria da República e da Polícia Federal que desarticulou organização criminosa para compra de pareceres de órgãos públicos federais. O Ministério Público Federal também tenta obter acesso aos documentos por meio da Controladoria Geral da União.

O Ministério Público Federal havia solicitado a documentação inicialmente à chefia de gabinete da Presidência, mas o pedido foi negado. Diante da negativa da Casa Civil ao pedido de informações sobre o processo administrativo de Rose o MPF enviou a requisição diretamente à Dilma Rousseff, por intermédio do procurador geral da República.

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Para a Procuradoria, o acesso ao processo administrativo de Rose pode contribuir com as investigações.

No ofício à presidenta, datado de 22 de maio, o procurador da República José Roberto Pimenta Oliveira volta a requisitar a cópia integral do processo administrativo - sindicância e/ou processo disciplinar - instaurado para apurar os ilícitos funcionais atribuídos a Rose.

Pimenta Oliveira destaca que o primeiro pedido de informações, feito em 22 de maio, foi negado pela subchefia de assuntos jurídicos da Casa Civil da Presidência da República sob o argumento de que a chefia de gabinete da Presidência da República não tem competência para prestar a informação e que a requisição deve ser direcionada à Presidência da República pela Procuradoria-Geral da República.

Pimenta Oliveira também solicita à presidente que, caso haja documentação sigilosa, "Vossa Excelência indique a referida documentação, e a abrangência do eventual sigilo decretado, à luz da Lei nº 12.527/2011 e da Lei nº 8.112/1990".

O procurador da República também encaminhou ofício ao chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage Sobrinho, requisitando informações sobre "todos os processos administrativos em curso (sindicâncias e processo administrativos disciplinar), no âmbito da CGU, tendo como referência fatos vinculados à denominada 'Operação Porto Seguro', com a remessa integral da documentação existente (impressa ou eletrônica), instruindo a resposta com demonstrativo sintético das principais informações dos procedimentos, como identificação do objeto, número, servidores públicos investigados e situação atual".

O Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas recomendou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anule o edital de licitação para a construção de linha de transmissão a ser instalada entre Manaus e Boa Vista, com extensão aproximada de 315 quilômetros. O traçado do empreendimento, de acordo com o projeto, cortará a Terra Indígena Waimiri Atroari e o processo licitatório foi iniciado sem a realização de consulta prévia ao povo local, segundo o MPF.

O leilão foi realizado em setembro de 2011, tendo como vencedor do lote A (interligação Manaus-Boa Vista) o Consórcio Boa Vista, composto pelas empresas Eletronorte (49%) e Alupar Investimento (51%). Para esse lote, o Consórcio Boa Vista ofereceu o lance de R$ 121 milhões. A recomendação do MPF foi encaminhada também ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que anule o processo de licenciamento ambiental da construção e suspenda qualquer atividade até que o edital seja invalidado. Conforme o Ministério Público, os dois órgãos têm 20 dias, a partir da data de recebimento, para informar à Procuradoria-Geral da República (PGR) no Amazonas sobre o acatamento da recomendação, encaminhando comprovação do cumprimento das medidas indicadas no documento.

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Investigação do MPF-AM em inquérito civil público aponta que a trajetória da linha de transmissão teria sido definida sem consulta prévia ao povo indígena waimiri atroari e sem a realização de estudos técnicos que indicassem in loco e de forma fundamentada todas as alternativas possíveis para locação do empreendimento.

Na recomendação, o MPF-AM ainda aponta que o traçado indicado para a construção da linha, além de atravessar 123 quilômetros na terra indígena, passa também em área próxima de lugar habitado pelo povo indígena isolado pirititi. "A ausência de consulta prévia aos povos indígenas e populações tradicionais afetados, direta ou indiretamente, por empreendimentos ou atividades potencialmente degradantes macula o processo de licenciamento ambiental e vicia todos os atos administrativos correlacionados, impondo-se a anulação destes", afirma, em nota, o procurador da República Júlio José Araújo Júnior.

De acordo com o Ministério Público, os estudos de impacto ambiental relacionados à adoção da linha de transmissão foram realizados em dezembro de 2011, data posterior à realização do leilão que definiu as empresas responsáveis pelo empreendimento. Na análise do MPF, o licenciamento ambiental é irregular e não pode ser validado com a realização da consulta na fase atual do empreendimento - é necessária a anulação do consentimento. (Colaborou Wellington Bahnemann)

Um ex-empregado dos Correios foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), em Palmares, (PE) à Justiça Federal pelo crime de peculato, delito praticado por funcionário público contra a administração pública. O suspeito se apropriou de R$ 26 mil de uma agência em Catende, na Zona da Mata de Pernambuco.

De acordo com o MPF, a prática criminosa foi descoberta após inspeção extraordinária realizada na agência em janeiro de 2011. Após a comprovação, o homem foi demitido por justa causa. 

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Ele também é alvo de ação de improbidade administrativa movida pelo MPF. A procuradora da República, Silvia Regina Pontes Lopes, é a responsável pelo caso. 

Se for condenado pelo crime de peculato, o ex-empregado pode cumprir pena de dois a 12 anos de reclusão, além do pagamento de multa. No caso de condenação por improbidade administrativa, estará sujeito ao ressarcimento integral da quantia, perda de função pública, suspensão dos direitos políticos por oito anos e pagamento de multa civil no valor de duas vezes da quantia do dano.

Com informações da assessoria

O Ministério Público Federal (MPF) no Estado do Rio instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar possíveis infrações na compra da refinaria de Pasadena (Texas, EUA) pela Petrobras. A portaria fala em possível evasão de divisas e peculato, por indício de superfaturamento.

A atual presidente da Petrobras, Graça Foster, foi intimada a depor. Também foram intimados dirigentes que estavam no comando da companhia na época em que o negócio foi feito: o ex-presidente José Sergio Gabrielli, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o ex-diretor de Internacional Nestor Cerveró.

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A portaria é assinada pelo procurador da República Orlando Monteiro Espíndola da Cunha. O procurador também pede uma série de documentos à companhia, incluindo os contratos com a Odebrecht Engenharia Industrial, que contemplam serviços em Pasadena. A Petrobras revisou este ano para quase à metade o contrato fechado na gestão anterior por US$ 840 milhões. Serão apurados tanto o acordo com a Odebrecht quanto a aquisição de Pasadena por valor acima do de mercado, dois casos revelados pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

O MPF diz que o fato de a Petrobras ter gastado US$ 1,18 bilhão para a compra de uma refinaria que, há oito anos, custou à sua ex-sócia US$ 42,5 milhões "revela possível compra superfaturada de ações pela Petrobras". E que o teor da representação oferecida ao MPF neste ano pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União relata "ocorrência de fatos capazes de configurar (possível) delito de evasão de divisas".

"Se houve superfaturamento tem de ficar esclarecido, assim como o motivo", disse Espíndola ao Broadcast. "Em tese, dirigentes que participaram podem ter se beneficiado". A investigação pode gerar denúncia à Justiça Federal. Peculato é o crime em que se enquadra desvio de recursos por funcionários públicos. Evasão de divisas é crime contra o sistema financeiro, passível de prisão.

O episódio também é investigado, paralelamente, pela secretaria do Tribunal de Contas da União (TCU) no Rio, e está sob relatoria do ministro José Jorge, em Brasília. O caso chegou ao ministro do TCU e ao Ministério Público após investigação e representação feita pelo procurador Marinus Marsico.

Depois de encerrado seu relatório, Marsico considera que a transação em torno da refinaria foi "um fracasso retumbante" e que o melhor seria a Petrobras assumir o prejuízo, em vez de investir ainda mais na refinaria. Graça decidiu tentar, com investimentos adicionais, de montante não revelado, recuperar o valor da planta antes de vendê-la.

"Continuo acompanhando o caso. Se for surpreendido com novos indícios (que indiquem prejuízo ao patrimônio público), estudarei a viabilidade de interpor medida cautelar no TCU para que tal fato não ocorra, em defesa da União, principal acionista", disse Marsico, procurador do MP junto ao TCU. Procurada, a Petrobras não se manifestou a respeito até as 16h40.

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