Tópicos | Papuda

A Polícia Civil do Distrito Federal apreendeu barras de chocolate importados e pelo menos cinco pendrives na cela em que estão o ex-senador Luiz Estevão e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA), no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. A informação é da TV Globo. A vistoria foi realizada nesse domingo (17), após denúncias de que os políticos estariam recebendo “regalias” na Papuda.

No momento da operação, de acordo com informações repassadas pelos investigadores,  o ex-senador teria tentado se livrar de um dos pendrives, colocando-o na privada, mas o dispositivo foi recuperado e deve passar por uma perícia. Um bloco com anotações de Geddel também foi encontrado pela polícia. 

##RECOMENDA##

As buscas foram autorizadas pela Justiça, além do conteúdo apreendido, a polícia também descobriu quem facilitou a entrada dos alimentos e das mídias na prisão. À reportagem, as defesas de Geddel e Luiz Estevão disseram não saber das buscas e estranharam o fato da imprensa ter a informação antes deles. 

Luiz Estevão está preso desde março de 2016, condenado por desvio de recursos públicos destinados à construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. Em janeiro de 2017, ele ficou no isolamento da prisão por dez dias em janeiro após encontrarem cafeteira, cápsulas de café, chocolate e macarrão importado na sua cela. Naquele ano, ele ainda foi denunciado pelo Ministério Público do DF por ter financiado a reforma do local onde está preso. 

Já Geddel Vieira Lima foi denunciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução de investigação e está preso em Brasília desde setembro. Ele cumpre prisão preventiva, desde que a Polícia Federal descobriu R$ 51 milhões em malas e caixas em um apartamento atribuído a ele, em Salvador. 

Os remédios apreendidos com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) na cela em que está preso no Complexo Penitenciário da Papuda poderiam causar a morte do emedebista se ingeridos de uma só vez. A conclusão é de laudo do Instituto Médico Legal (IML) enviado à Justiça do Distrito Federal.

A juíza da Vera de Execuções Penais, Leila Cury, reproduziu trecho do documento em despacho publicado na terça-feira, 5, após solicitar uma apuração sobre centenas de medicamentos encontrados na cela do ex-ministro, sem que ele tivesse receita médica.

##RECOMENDA##

Geddel está preso desde que a Polícia Federal encontrou em um apartamento em Salvador caixas e malas de dinheiro vivo, somando R$ 51 milhões. A fortuna é atribuída ao ex-ministro.

"O ilustre perito signatário do laudo e seu aditamento afirmou que 'se todas essas substâncias forem ingeridas em sua totalidade (todos os comprimidos encontrados de todas as substâncias), poderia causar a morte do periciando'", cita a juíza.

Os peritos informam que "alguns medicamentos possuem o mesmo princípio ativo, e, por isso, podem ser potencialmente perigosos se tomados em conjunto, a depender da posologia de cada um".

Outros transtornos potenciais levantados pelo laudo do IML são "hepatite tóxica medicamentosa, insuficiência hepática, insuficiência renal aguda, arritmia ventricular cardíaca (com potencial evolução para assistolia), síndrome de Stevensjohnson, síndrome convulsiva), hipersonia medicamentosa e insuficiência respiratória, entre outros".

O jornal O Estado de S. Paulo revelou, no fim de abril, que centenas de comprimidos haviam sido encontrados em posse de Geddel na Papuda e que ele se recusara a passar por um exame pericial de emergência, após ter sido visto com comportamento alterado por funcionários do setor de saúde do presídio. Os agentes penitenciários apreenderam centenas de comprimidos dos medicamentos antidepressivos, contra insônia, tranquilizantes, analgésicos e para tratamento gástrico, além de uma pomada.

A defesa de Geddel disse que os remédios foram repassados a ele pela equipe médica do Centro de Detenção Provisória (CDP) e que não procede que ele não possuísse autorização. "Os medicamentos são preceitos e dados pela penitenciária", disse o advogado Gamil Foppel à reportagem.

Na terça-feira, 5, a juíza determinou que a direção do CDP controle o acúmulo excessivo de remédios prescritos a Geddel, que está preso provisoriamente. Ela também afirma que o político pode ter necessidade de acompanhamento de psiquiatras.

"Embora Geddel não tenha sido submetido a exame psiquiátrico e, em razão disso, não tenha havido qualquer conclusão psicopatológica, resta inegável que a apreensão de diversos medicamentos e em quantidades que extrapolavam as respectivas ingestões diárias, requer cuidados, sobretudo quando uma das possibilidades resultantes de eventual de ingestão concomitante seria a morte", anotou Leila Cury.

"Além do mais, o quadro comportamental apontado pela equipe médica do CDP no sentido de que, ao ser abordado no dia dos fatos, Geddel 'estaria se portando de maneira estranha em razão de o mesmo estar sob efeito de alguns remédios', aliada ao conteúdo do laudo psiquiátrico e seu aditamento sinalizam no sentido de que pode haver necessidade de acompanhamento psiquiátrico."

A magistrada comunicou ao Ministério Público e à Ordem dos Advogados do Brasil sobre a conduta de um estagiário do escritório que atua na defesa de Geddel. Ele é apontado como responsável por orientar expressamente o ex-ministro a não se submeter ao exame pericial e psicopatológico de emergência, quando o flagrante ocorreu, em abril. Ela afirma que ele agiu como alguém que "tenta impedir procedimento médico que visa salvar vidas, por motivos religiosos".

O juiz federal Sérgio Moro autorizou que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares comece a cumprir na Penitenciária da Papuda sua pena de 6 anos de prisão por lavagem de dinheiro, na Operação Lava Jato. O petista se apresentou à Polícia Federal em São Paulo, na tarde desta quinta-feira, 24, e vai ser transferido para a capital federal.

Na decisão, Moro afirma que a continuidade de Delúbio na Papuda deve ser autorizada pela 12.ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela execução penal. A defesa do ex-tesoureiro do PT alega que familiares do petista moram em Brasília.

##RECOMENDA##

O petista teve prisão decretada pelo juiz Moro na quarta-feira, 23, pouco depois de o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) negar os embargos de declaração, um recurso decisivo, do ex-tesoureiro e de outros réus - o operador Enivaldo Quadrado, o economista Luiz Carlos Casante e o empresário Natalino Bertin.

Ao final do voto, o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF-4, determinou "o início do cumprimento das penas por estarem esgotados os recursos em segundo grau".

Delúbio já havia sido condenado no escândalo no mensalão. O ex-tesoureiro pegou 6 anos e 8 meses de prisão no regime semiaberto por corrupção ativa e foi preso em novembro de 2013. Menos de um ano depois, em setembro de 2014, ele passou para o regime aberto.

Esse processo contra Delúbio é um desdobramento do polêmico empréstimo de R$ 12 milhões tomado pelo pecuarista José Carlos Bumlai junto ao Banco Schahin, em outubro de 2004. O dinheiro era destinado ao PT, segundo a força-tarefa da Lava Jato.

Em março, o TRF-4 julgou a apelação criminal de Ronan Maria Pinto, Natalino Bertin, Enivaldo Quadrado, Delúbio Soares e Luiz Carlos Casante. Eles tiveram as condenações por lavagem de dinheiro confirmadas pela 8.ª Turma. A pena para de Delúbio subiu de cinco anos para seis.

Apenas Ronan teve a condenação em 5 anos mantida pela Corte, os demais tiveram a pena aumentada "com base na culpabilidade negativa, ou seja, no fato de os réus terem condições sociais e intelectuais de reconhecer e resistir à prática do ilícito e, ainda assim, praticá-lo".

A turma manteve a absolvição do jornalista Breno Altman e do executivo Sandro Tordin também denunciados neste processo por lavagem de dinheiro.

Como ficaram as penas na apelação:

Luiz Carlos Casante: lavagem de dinheiro. A pena passou de 4 anos e 6 meses para 5 anos de reclusão, em regime inicial fechado;

Ronan Maria Pinto: lavagem de dinheiro. A pena foi mantida em 5 anos de reclusão em regime inicial fechado;

Enivaldo Quadrado: lavagem de dinheiro. A pena passou de 5 anos para 6 anos de reclusão em regime inicial fechado;

Delúbio Soares de Castro: lavagem de dinheiro. A pena passou de 5 anos para 6 anos de reclusão, em regime inicial fechado;

Natalino Bertin: lavagem de dinheiro. A pena passou de 4 anos para 4 anos e dois meses de reclusão, em regime inicial semiaberto.

Defesas

Em nota, o advogado Pedro Paulo de Medeiros, que defende Delúbio Soares, afirmou: "A defesa de Delúbio Soares reafirma que ele nunca pediu ou anuiu que fosse feito qualquer empréstimo pelo Banco Schain ao PT ou a qualquer outra pessoa. Até poderia ter feito em nome do PT, sem qualquer impedimento, mas não o fez. Os próprios donos do Banco afirmaram isso em Juízo. Provará que é inocente perante os Tribunais Superiores, onde espera ser julgado com isenção e imparcialidade, o que infelizmente não tem ocorrido. É um risco para toda a sociedade se condenar por presunção. Em nenhum momento se indicou no processo algum ato de Delúbio para 'lavar dinheiro', apenas se presumiu que ele 'deveria saber' que houve lavagem de dinheiro. A Constituição prevê que, na dúvida, a presunção é em favor do cidadão, mas os tempos atuais são outros, infelizmente há uma absurda inversão dessa regra. Até mesmo considerá-lo reincidente por um fato acontecido antes do processo do Mensalão se fez, para prejudicá-lo. Apesar de tudo isso, segue confiante na Justiça brasileira, que há de reparar essas injustiças o quanto antes, não permitindo que se submeta a uma pena ilegal em regime fechado.

A defesa de Ronan Maria Pinto afirmou que vai "analisar a íntegra da decisão do TRF-4; e somente então poderão ser decididos os próximos passos da defesa que, de qualquer forma, continuará buscando provar o não envolvimento de Ronan Maria Pinto."

Por 5 a 0, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira, 8, manter na prisão o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Geddel está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, depois que veio à tona o episódio do bunker de R$ 51 milhões, encontrado em Salvador (BA).

Mais cedo, o colegiado havia aceitado, por unanimidade, a denúncia contra Geddel Vieira Lima, e seu irmão, o deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), que se tornaram réus no caso do bunker de R$ 51 milhões. Também pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa se tornaram réus a mãe dos políticos, Marluce Vieira Lima, o ex-assessor parlamentar, Job Ribeiro Brandão, e o empresário Luiz Fernando Machado da Costa Filho.

##RECOMENDA##

Para o relator do caso, ministro Edson Fachin, o episódio do bunker apontou que há indícios suficientes que sugerem o risco de reiteração criminosa e afronta à ordem pública por parte de Geddel.

Os demais ministros da Segunda Turma concordaram com os argumentos de Fachin. "Existem indicações de reiteração criminosa que estão a justificar a permanência da prisão tal como decretada, afastando por ora a utilização de medidas alternativas", observou o ministro Ricardo Lewandowski.

O ministro Celso de Mello seguiu o mesmo entendimento, ressaltando não ver ilegalidade nem excesso de prazo na prisão de Geddel.

Os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes também acompanharam Fachin na sessão desta terça-feira.

Defesa

Em nota, o advogado Gamil Foppel, que representa a família Vieira Lima, declarou: "Diante da sessão de julgamento ocorrida na presente data, a defesa técnica de Geddel Vieira Lima, Lúcio Vieira Lima e Marluce Vieira Lima esclarece que aguardará a publicação do acórdão para estudar a adoção das providências legais cabíveis."

Os advogados de Paulo Maluf (PP-SP) fizeram nesta quinta-feira, 4, novo pedido à Justiça de prisão domiciliar para o deputado e ex-prefeito de São Paulo (1993/1996). A defesa de Maluf, de 86 anos e com "graves problemas cardíacos", usou como argumento principal a morte de dois detentos, vítimas de enfarte, na Penitenciária da Papuda - onde o parlamentar está recolhido desde o dia 22 de dezembro - em pouco mais de 24 horas, na véspera do final do ano.

"Excelência, a situação é gravíssima e apenas confirma que a defesa tinha razão em se preocupar e alertar este Juízo sobre os problemas cardíacos de Paulo Maluf e, principalmente, sobre a incapacidade de o sistema prisional poder prestar a devida e necessária assistência médica a um idoso cardíaco de 86 anos, quadro especialmente delicado e de enorme risco", sustentam os advogados, na petição levada ao juiz substituto da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Vinícius Santos Silva.

##RECOMENDA##

Maluf foi para a Papuda por ordem do juiz Bruno Macacari, que deu dez dias para o Instituto Médico Legal de Brasília preparar laudo em resposta a 33 quesitos formulados pelos defensores do deputado.

A estratégia da defesa é derrubar a versão de que a Papuda conta com logística para atender casos de emergência em suas dependências.

Maluf foi condenado, em maio de 2017, pelo Supremo Tribunal Federal a 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão por lavagem de dinheiro de desvios em obras, quando era prefeito de São Paulo (1993-1996). No dia 19 de dezembro, o ministro Edson Fachin ordenou a execução da pena em regime fechado.

"A pena não é e não deve ser a imposição desnecessária do sofrimento, sob pena de enveredar para a vingança privada, abolida há séculos do sistema penal brasileiro", alega a defesa, encabeçada pelo criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro.

Condições

"O Centro de Detenção Provisória (CDP), em resposta a ofício expedido por Vossa Excelência questionando as condições de assistência médica oferecidas pela unidade prisional, informou expressamente que teria condições de prestar a assistência médica de que necessita o sentenciado", afirmou a defesa.

"A lista de profissionais, numa primeira análise, até pareceria suficiente a um atendimento básico, não fosse o fato de que, conforme confirmado pela Secretária de Segurança Pública em resposta aos órgãos de imprensa: 'as unidades prisionais do Distrito Federal contam com equipes médicas multidisciplinares, compostas de médicos, psicólogos, dentistas e auxiliares, que funcionam em dias úteis no horário das 9h às 16h'".

Ainda segundo os advogados de Maluf. "Do esclarecimento, constata-se o óbvio: a unidade prisional conta com profissionais apenas em horário extremamente reduzido e tão somente em dias úteis. Vale dizer que não há regime de plantão para os profissionais de saúde no CDP. Tanto é que, nos feriados do Natal e Ano Novo, os signatários estiveram em visita com o ora requerente, oportunidade em que relatou alguns desconfortos intestinais e problemas para dormir, por ausência do medicamento adequado."

"Inacreditavelmente, o requerente teve que aguardar o término dos feriados para receber, enfim, o atendimento médico necessário, o que resultou em dias de sofrimento desnecessário e cruel, em clara afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana. Por sorte, os problemas de saúde ali incidentes não eram graves, mas a situação poderia ter sido muito diferente e trágica."

Os advogados alertam para a "completa ausência de qualquer equipe médica para situações emergenciais".

"Ocorre que Paulo Maluf é um senhor de 86 anos de idade, com diagnóstico de recidiva de câncer de próstata, hérnia de disco em estágio grave, com limitação severa de mobilidade; longo histórico de problemas cardíacos devidamente comprovados, com intervenções cirúrgicas", insistem os advogados. "Logo, é extremamente preocupante o quadro ora revelado, que demonstra a completa impossibilidade de o CDP conseguir prestar a devida assistência médica ao peticionário no caso de incidente cardíaco."

"Impossível não ressaltar, por fim, a enorme preocupação da defesa com a prisão em regime fechado na qual se encontra o ora requerente que, aliás, claramente, não representa qualquer risco à sociedade. Ao contrário, a prisão domiciliar garantiria a proporcionalidade da decisão de execução da pena com as condições pessoais do requerente, possibilitando os devidos cuidados com a saúde física e mental de Paulo Maluf. A pena não é e não deve ser a imposição desnecessária do sofrimento, sob pena de enveredar para a vingança privada, abolida há séculos do sistema penal brasileiro."

Se nenhuma nova decisão mudar o curso dos acontecimentos, o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) ficará detido em uma cela de 30 metros quadrados e com capacidade para abrigar até dez internos, na ala B, bloco 5, do Centro de Detenção Provisória (CDP) do Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. A defesa ainda tenta suspender no STF o início da execução da pena de 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão em regime fechado e aguarda uma decisão da presidente do Supremo, Cármen Lúcia.

A Ala B - junto com as alas A e C - deste bloco reúne políticos, idosos, ex-policiais, além de presos com ensino superior. O ex-ministro Geddel Vieira Lima e o empresário e senador cassado Luiz Estevão se encontram na mesma ala onde ficará Maluf, mas ainda não está definida a cela exata em que o deputado condenado ficará. As três alas reúnem presos que são considerados "vulneráveis", que poderiam correr riscos se confinados junto aos demais detidos.

##RECOMENDA##

Em janeiro, em uma vistoria realizada no bloco 5, foram encontrados itens proibidos na cela de Luiz Estevão, como chocolate, cafeteira elétrica, cápsulas de café e massa importada. O empresário chegou a ser mandado temporariamente para a solitária por desrespeitar regras internas. Na época, a Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) abriu uma sindicância para apurar se houve facilitação por parte de carcereiros para a entrada desses itens em troca de propina por parte de Luiz Estevão.

Como os demais detentos, Maluf terá direito a quatro refeições diárias - café da manhã, almoço, jantar e lanche noturno - e duas horas de banho de sol.

O ex-prefeito de São Paulo poderá cadastrar até dez pessoas para visitá-lo, sendo nove familiares e um amigo. Nos dias de visita, apenas os quatro primeiros que agendarem poderão entrar na unidade prisional. Advogados, por regra, têm direito a acesso a qualquer momento.

A pedido do juiz substituto que determinou a transferência de Maluf para o CDP, a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal (SSP/DF) informou que o local conta com equipe médica multidisciplinar, composta por médicos, psicólogos e dentistas. Informou também que, em caso de necessidade, os custodiados podem ser encaminhados a unidades de saúde fora dos presídios.

A secretaria disse à reportagem no início da tarde desta quinta-feira, 21, ainda não ter previsão da chegada do condenado. E acrescentou que, assim que houver a transferência para Brasília, Maluf passará por exame de corpo delito para, então, dar entrada no CDP.

Maluf foi condenado no Supremo Tribunal Federal a 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão, em regime fechado, por crime de lavagem de dinheiro. A ordem de execução da pena foi dada pelo relator, Edson Fachin, na terça-feira (19), ao rejeitar um novo recurso após a Primeira Turma do STJ já ter negado embargos de declaração. Para o relator, os embargos infringentes foram um recurso "meramente protelatório".

A prisão de Maluf, que se entregou nesta quarta-feira (20) à Polícia Federal em São Paulo, se deu após longa tramitação de uma ação que apurou desvios milionários dos cofres da Prefeitura de São Paulo, que ele administrou entre 1993 e 1996. O dinheiro teria saído de obras viárias marcantes de sua gestão, o Túnel Airton Senna e a Avenida Água Espraiada, hoje Jornalista Roberto Marinho. Maluf sempre negou contas no exterior. "Não tenho e nunca tive contas no exterior", recita, sempre que indagado sobre o tema.

O corretor Lúcio Bolonha Funaro deixou a Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal e retornou ao Complexo Penitenciário da Papuda nesta sexta-feira, 11. Em negociação de uma colaboração premiada com a PF e com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Funaro estava na carceragem da PF, desde o dia 5 de julho, para preparar os anexos de sua delação e prestar esclarecimentos no âmbito das operações Sépsis e Cui Bono?.

Preso em julho de 2016, na operação Sépsis, o corretor voltou a negociar um acordo com a Lava Jato após a revelação do acordo de colaboração dos executivos da JBS, na qual Funaro foi apontado pelo empresário Joesley Batista como operador financeiro do PMDB da Câmara, grupo político de Temer.

##RECOMENDA##

Funaro promete confirmar ter recebido valores de Joesley para não fazer um acordo e complicar a vida dos integrantes do PMDB da Câmara. Seus depoimentos devem ser utilizados na denúncia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, prepara contra o presidente Michel Temer pelo crime de obstrução de Justiça.

A reportagem apurou que os principais alvos do acordo são o presidente Michel Temer, os ex-ministros Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves, além do ex-deputado Eduardo Cunha, todos do PMDB. Outro alvo será o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral).

Um dia temido por muitos políticos brasileiros aconteceu para o ex-deputado federal e ex-assessor do presidente Michel Temer (PMDB) Rodrigo Rocha Loures (PMDB). Ele foi transferido, na tarde desta quarta-feira (7), para o Presídio da Papuda, em Brasília. Loures, até então, estava detido na Superintendência da Polícia Federal também na capital federal desde o último dia 3. 

Rocha viu sua vida ser virada de cabeça para baixo depois das denúncias do dono da JBS, Joesley Batista. O ex-parlamentar foi flagrado pela PF recebendo uma mala com R$ 500 mil, que seria a primeira parcela de uma propina a ser paga nos próximos 20 anos. 

##RECOMENDA##

No presídio, ele vai ficar na denominada “ala de vulneráveis”, onde ficam os presos do mensalão. Entre os pedidos feito pela defesa, foi a que Rocha Loures não tivesse um “tratamento cruel”. Os advogados também chegaram a pedir que ele não tivesse a cabeça raspada. 

Loures prestaria seu primeiro depoimento à PF, nesta quarta, porém foi prorrogada pela polícia para a próxima sexta (9) porque o relato do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, disponibilizou à defesa do ex-deputado todo o conteúdo da investigação pelas próximas 48 horas. 

O ex-assessor do presidente Michel Temer (PMDB) e ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) fez alguns pedidos por meio de sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF): a de que não tivesse o cabelo raspado, nem tampouco tivesse um “tratamento cruel e desumano”. Os advogados também solicitaram o acesso “em sua totalidade” das gravações feitas pelo dono da JBS, Joesley Batista. 

Entre outras solicitações, a defesa quer que Loures preste seu depoimento, à Polícia Federal, “o mais rápido possível” e antes dele ser transferido para o Presídio da Papuda, em Brasília. O advogado Cezar Bitencourt também fez críticas à imprensa declarando que se divulga com insistência a transferência de Loures para o presídio. 

##RECOMENDA##

Segundo Bitencourt, o objetivo é apenas “aumentar o constrangimento” e expor Rocha “como se fosse um troféu aos famintos que desejam saborear um banquete”. 

O ex-parlamentar Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. Ele teria sido indicado por Temer para “resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS)”.  A suposta propina seria a primeira parcela de um valor total de R$ 480 milhões a ser pago em 20 anos, conforme êxito dos negócios da empresa. Tanto Rocha como Temer são investigados por corrupção, obstrução de Justiça e organização criminosa.

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RH), nessa quinta-feira (10), no Recife, também citou o Partido dos Trabalhadores (PT) entre as diversas declarações polêmicas que fez. Questionado sobre o cenário político nacional, ele direcionou a sua resposta ao PT. “A corrupção está enraizada, no Brasil, há muito tempo, mas perdeu-se a noção do direito de roubar. Quando o PT assumiu, ela [corrupção] foi institucionalizada”, disparou.

“É algo muito grave. Enquanto a Petrobras estava sendo assaltada porque a chave da Petrobras foi entregue para bandidos, pelo PT, tudo o que interessava para o Governo era aprovado dentro da Câmara. Isso é um grande perigo porque quando você pega um Congresso, que está completamente servil ao Executivo, acaba se impondo uma Ditadura no nosso país. Veja áfrica do Sul, por exemplo, há pouco tempo, porque o racismo lá era legal? porque estava na lei. Estávamos indo para o mesmo caminho”, declarou Bolsonaro.

##RECOMENDA##

O parlamentar carioca também falou sobre o ex-presidente Lula. “Ele tinha um projeto de poder e o desfecho dele, com certeza, vai ser na Papuda [Penitenciária no Distrito Federal]”, finalizou.

Agenda

O deputado está em Pernambuco para participar do encontro anual da Academia Militar das Agulhas Negras que acontece no fim de semana em Porto de Galinhas, Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Ontem, no Recife, ele esteve na Associação dos Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS-PE).

Entre outras declarações, Bolsonaro disse que é perseguido na Câmara e que a Constituição diz que a família é constituída por um homem e por uma mulher. “Uma pessoa cresce, um garoto cresce, na sua integridade, vendo um homem e uma mulher ao seu lado e não dois homens ou duas melhores com todo o respeito que eu tenho aos casais homossexuais”, chegou a dizer.

Ainda falou sobre a questão da violência. “Eu pergunto: quantos bandidos e quantos inocentes? Se for 60 mil bandidos [mortos], têm que passar para 120 mil e não preservar a vida de marginal. Eles não poupam as nossas vidas, então, é por aí”, também disse, na ocasião.

 

 

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, visitou neste sábado (5), por cerca de duas horas e meia, o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. A visita, de acordo com a assessoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), entidade que a ministra também preside, foi surpresa. Segundo o órgão, a proposta de inspeções repentinas "é verificar in loco as condições em que os presídios funcionam". É a segunda vez que Cármen Lúcia faz vistorias em unidades do sistema prisional brasileiro. No último dia 21 de outubro, a ministra esteve em prisões do Rio Grande do Norte.

Ela cancelou ontem a sua participação no encerramento do 6.º Encontro Nacional de Juízes Estaduais (Enaje), programada para hoje, 05, em Arraial d'Ajuda, no litoral da Bahia. Essa seria a primeira participação da ministra em um evento da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) desde que assumiu a presidência do STF, em setembro.

##RECOMENDA##

A decisão da ministra foi tomada depois de o jornal O Globo informar que o Enaje tem entre seus patrocinadores a empresa de celulose Veracel, que já foi condenada pela Justiça por crimes ambientais, além de condenações trabalhistas e fiscais. Oficialmente, a assessoria do STF alega que o cancelamento da participação da ministra se deve a questões de agenda, mas o Estadão Conteúdo apurou que a divulgação da notícia causou uma má repercussão na Corte.

Problemas

Conforme informações do CNJ, Cármen encontrou uma série de problemas durante sua vistoria hoje na Papuda. "A presidente visitou uma ala onde havia uma cela com 18 homens ocupando oito vagas. Para dormir, os detentos afirmaram que precisam forrar a superfície da cela apinhada com colchões porque não há camas para todos. Não era possível enxergar o piso do alojamento com tantos presos sentados no chão e sobre as camas", disse a assessoria, em nota.

Segundo o CNJ, a ministra também verificou pessoalmente o déficit de pessoal do sistema prisional do Distrito Federal. Para atender os cerca de 15 mil presos do complexo, existem apenas 1.483 servidores.

Após a vistoria, Cármen reuniu-se com a presidente da Associação de Familiares de Presos do DF, Alessandra Paiva, que ressaltou para a ministra a precariedade dos serviços médicos prestados no Complexo da Papuda. A representante das famílias de detentos criticou ainda a má qualidade da alimentação fornecida pela instituição aos presos. "O transporte das marmitas não é bem feito, várias delas acabam chegando destampadas, o que aumenta o risco de contaminação. Se fosse melhor a qualidade, não haveria tanta comida jogada fora pelos presos", disse.

A ministra conversou ainda com os presos que estavam trabalhando. "A três deles, com idades entre 21 e 41 anos, perguntou sobre o tempo de pena que ainda faltava cumprir e sobre os planos para o futuro longe da prisão. Todos afirmaram planejarem uma nova vida, fora do crime.

Ao final do encontro, segundo a nota, a ministra afirmou que todas as denúncias e observações "serão analisadas com atenção para a elaboração do diagnóstico da atual situação carcerária do País, que está sendo construído a partir das visitas da ministra às unidades prisionais dos Estados". Cerca de 622 mil pessoas cumprem pena ou aguardam julgamento nas prisões do País, de acordo com as estatísticas mais recentes do Ministério da Justiça.

O Ministério Público Federal voltou à Papuda para verificar as condições em que cumpre pena o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e sete meses de prisão no processo do Mensalão.

Foi a quarta vez que procuradores da República inspecionaram o Centro de Detenção Provisória da Papuda, em Brasília, seguindo o compromisso assumido com a Itália de acompanhar o cumprimento da pena de Pizzolato.

##RECOMENDA##

A nova inspeção ocorreu na terça-feira, 30.

Depois de condenado na Ação Penal 470 por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, Pizzolato fugiu para a Itália. Em 23 de outubro de 2015, ele foi extraditado para o Brasil. Pizzolato tem dupla cidadania e foi o primeiro italiano entregue ao Brasil para cumprir pena aqui.

Segundo a Procuradoria, em todas as inspeções na Papuda "verificou-se que as condições da unidade atendem aos padrões exigidos pela legislação".

Além de representantes da Secretaria de Cooperação Internacional do Ministério Público Federal, a Embaixada da Itália participou da visita.

A inspeção teve o apoio da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) e da Diretoria do CDP da Papuda.

Os procuradores vão elaborar um relatório a ser encaminhado aos órgãos envolvidos na execução penal e às autoridades italianas.

A primeira inspeção ocorreu em 10 de novembro de 2015; a segunda, em 19 de janeiro de 2016; e a última em 11 de maio.

Antes da chegada de Pizzolato ao Brasil, o Ministério Público Federal conduziu uma vistoria detalhada "para se certificar de que as condições da Papuda eram adequadas para receber o extraditando e respeitar seus direitos fundamentais".

O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, único condenado no processo do mensalão que ainda não havia cumprido pena em solo brasileiro, já está encarcerado. Ele chegou ao Brasil pouco antes das 7h, vindo da Itália, para onde fugiu em 2013 antes do fim do julgamento que o condenou a 12 anos e sete meses de prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.

No Complexo Penitenciário da Papuda, Pizzolato ficará recluso em uma cela do Bloco 5 do Centro de Detenção Provisória. Seguindo padrões definidos pela Lei de Execução Penal, as instalações do complexo possuem área mínima de seis metros quadrados.

##RECOMENDA##

O preso terá a mesma rotina dos demais internos, podendo sair para o banho de sol por duas horas diárias. A realização de atividades laborais poderá ser feita por Henrique Pizzolato conforme suas "aptidões e capacidade", informou a subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe).

A ala em que Pizzolato ficará é destinada a receber condenados que precisam ficar afastados da maior parte dos presos, como ex-policiais e outras pessoas em situações específicas.

Pizzolato chegou à Papuda pouco antes das 10h30 e antes disso, já em Brasília, permaneceu por 30 minutos no Instituto Médico Legal, onde fui submetido a exame de corpo de delito.

O desembarque em São Paulo, em um voo comercial vindo de Milão, põe fim à história de fuga de um dos condenados no processo da Ação Penal 470, que envolveu também vários recursos judiciais e tentativas do governo brasileiro de trazê-lo de volta ao Brasil.

A Polícia Federal estuda transferir o ex-ministro José Dirceu da Superintendência da Polícia Federal para a Penitenciária da Papuda caso o ministro precise dormir esta noite em Brasília. Policiais federais e a defesa de Dirceu já trabalham com a possibilidade de, mesmo se houver autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) de transferência para Curitiba, que o ex-ministro durma em Brasília.

Isso poderá ocorrer por dificuldades logísticas da PF em realizar o deslocamento a Curitiba, no Paraná, devido ao horário. A transferência de Dirceu aguarda ainda autorização do ministro Luis Roberto Barroso, do STF, responsável pelo mensalão no Supremo. Como o ex-ministro cumpre pena em regime aberto em Brasília por condenação no caso do mensalão, qualquer deslocamento precisa de aval do STF.

##RECOMENDA##

Mesmo se houver ainda hoje uma autorização do Supremo para que o ex-ministro seja levado a Curitiba, a PF estuda a viabilidade de transporte. A aeronave que aguardava o ex-ministro já saiu da capital federal com destino a São Paulo para buscar outros presos na Lava Jato. Com isso, seria necessário que o avião retornasse ainda hoje a Brasília para o transporte de Dirceu, o que é considerada uma possibilidade remota. Em casos como esse, que envolvem presos que poderiam causar qualquer "tumulto", a PF evita fazer deslocamentos em voos comerciais.

A transferência para a Papuda se daria porque a penitenciária possui uma ala federal em suas dependências. Além disso, a carceragem da Superintendência da PF em Brasília é considerada apenas "de passagem" e não teria as condições necessárias de abrir um preso por uma noite.

O advogado de Dirceu, Roberto Podval, chegou à Superintendência da PF pouco das 17h e não quis comentar a prisão do ex-ministro. Mais cedo, a defesa encaminhou ao Supremo um pedido para que Dirceu permaneça em Brasília.

Barroso, que é relator do mensalão no STF, disse que decidiria ainda hoje sobre o pedido de transferência de Dirceu, encaminhado pelo juiz Sérgio Moro, que decretou a prisão temporária do ex-ministro e responsável pela condução da Operação Lava Jato na 1ª instância.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu autorização ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, para fotografar e fazer vídeos do complexo penitenciário da Papuda, em Brasília. De acordo com ele, os registros a serem feitos durante a diligência são "imprescindíveis" para a instrução do processo de extradição do ex-diretor do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato.

Condenado por participação no esquema do mensalão, Pizzolato fugiu para a Europa no ano passado. Com cidadania brasileira e italiana, ele foi preso na Itália. No dia 5 de junho ocorrerá o julgamento do pedido do governo brasileiro para que o ex-diretor do BB seja extraditado. Em abril, autoridades italianas perguntaram ao Brasil se existem estabelecimentos prisionais que respeitam os direitos humanos no País para abrigar Pizzolato no caso de ele ser extraditado.

##RECOMENDA##

"Conforme solicitação do ministro da Justiça italiano, o estado brasileiro deverá assegurar formalmente que, caso Henrique Pizzolato seja extraditado para o Brasil, o sentenciado cumprirá pena em um estabelecimento prisional onde sejam assegurados todos os seus direitos fundamentais", justificou Janot. Joaquim Barbosa revelou num despacho da semana passada que Pizzolato deverá cumprir pena na Papuda. No entanto, ele observou que pela Lei de Execução Penal um preso pode pedir que lhe seja garantido o direito de cumprir a pena num estabelecimento prisional próximo ao lugar onde vive a família.

A extradição de Pizzolato para o Brasil não é certa. Como ele tem cidadania italiana, o governo daquele país pode recusar a entrega para o Brasil. Num episódio parecido, a Itália resolveu não extraditar o ex-banqueiro Salvatore Cacciola. Ele apenas foi extraditado para o Brasil após ter viajado para Mônaco.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, informou ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que o ex-diretor do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato deverá cumprir pena no complexo penitenciário da Papuda se for extraditado pelo Itália.

Condenado por envolvimento com o esquema do mensalão, Pizzolato fugiu no ano passado para a Europa. Com cidadania italiana e brasileira, ele foi localizado na Itália. O julgamento do pedido de extradição está marcado para 5 de junho.

##RECOMENDA##

No despacho, Joaquim Barbosa afirma que Pizzolato deverá cumprir a pena na Papuda, em Brasília. Mas ele ressalta que pela Lei de Execuções Penais um preso pode pedir que lhe seja garantido o direito de cumprir a pena num estabelecimento prisional próximo ao lugar de residência da família.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou documento ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual afirma que há indicativos claros de concessão de tratamento diferenciado aos presos do processo do mensalão que cumprem pena no Distrito Federal, entre eles, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Entre esses indicativos, ele citou o fato de os presos terem recebido, no Complexo Penitenciário da Papuda, visitas em horários diferenciados.

O procurador ressaltou ainda depoimento no qual outros presidiários relataram que os condenados do mensalão recebem café da manhã diferenciado. "Há indicativos bastante claros que demandariam uma atitude imediata das autoridades", disse.

##RECOMENDA##

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira requerimento do deputado Nilmário Miranda (PT-MG) para que um grupo de parlamentares visite o Complexo Penitenciário da Papuda e verifique as condições em que os presos cumprem suas penas. O requerimento inicial previa que os parlamentares checassem a situação do ex-deputado José Dirceu e se o petista tem regalias na prisão, mas o pedido só foi aprovado após a inclusão de um adendo que exige que a visita se estenda a todos os presos da penitenciária.

O requerimento foi apresentado após um pedido dos filhos de Dirceu, que relataram a Miranda a deterioração do estado de saúde do petista e seu "abatimento". Joana Saragoça e o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) disseram que todos os recursos jurídicos para que o condenado no processo do mensalão possa cumprir sua pena no regime semiaberto se esgotaram e que as notícias de supostas regalias no presídio estariam postergando a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de autorizá-lo a trabalhar.

##RECOMENDA##

Ainda não foi definida quando será a visita, mas o grupo parlamentar será encabeçado por Miranda, que é ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e vice-presidente da comissão permanente da Câmara. Durante a reunião da comissão, o petista sugeriu que o grupo fosse suprapartidário, com deputados de partidos que não compõem a base aliada do governo, e já convidou a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) para integrar o grupo.

O requerimento aprovado prevê que os deputados verifiquem as condições dos presos da Papuda, a regularidade dos processos e a execução das penas. Após a visita, um relatório sobre a visita a Dirceu deve ser encaminhado ao presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal pretende abrir sindicância na próxima segunda-feira (17) para investigar as condições em que o ex-ministro José Dirceu foi fotografado dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde cumpre pena por condenação no processo do mensalão. As fotos foram publicadas pela revista Veja, mostrando um Dirceu bem mais magro e abatido, na biblioteca do presídio.

A Secretaria de Segurança afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que investigará se houve participação de servidores na produção e vazamento das fotos. Os detentos não podem ser fotografados. A suspeita inicial é de que as imagens tenham sido feitas por uma microcâmera, cuja entrada no presídio pode ter ocorrido por falha de segurança da Papuda.

##RECOMENDA##

Dirceu cumpre lá, desde novembro do ano passado, a pena de 7 anos e 11 meses em regime semiaberto aplicada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além dele, outros condenados do mensalão estão na Papuda. Entre eles o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o ex-deputado João Paulo Cunha e o operador do mensalão, Marcos Valério.

A reportagem da revista afirma ainda que o ex-ministro da Casa Civil recebe tratamento diferenciado em relação aos demais presos do complexo da Papuda. Dirceu receberia visitas de um podólogo, alimentação diferente da dos demais internos e usufruiria de um horário especial de visitas. A Secretaria de Segurança nega que o ex-ministro receba privilégios.

No semiaberto, Dirceu tem direito a circular pelas dependências da Papuda durante o dia e deve se recolher à cela à noite, enquanto é aprovado um pedido de trabalho que o autorize a deixar o presídio durante o dia. Já os presos sob o regime fechado não podem andar pelo presídio livremente como os do semiaberto. Mas todos, incluindo o Dirceu, devem ser atendidos sem as 'regalias' mostradas pela revista.

Celular

Dirceu já foi acusado de falar ao celular de dentro do presídio com o secretário da Indústria, Comércio e Mineração do estado da Bahia, James Correia. A denúncia está sendo investigada pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal. Em depoimento por videoconferência ao juiz Bruno Ribeiro esta semana, Dirceu negou ter usado o celular na prisão.

A conclusão do inquérito é esperada pela defesa do ex-ministro para que a VEP julgue o pedido de trabalho externo que pode autorizar Dirceu a passar o dia fora da Papuda. Ele recebeu uma proposta de emprego do escritório do advogado José Gerardo Grossi, que pretende pagar salário de R$ 2,1 mil para o antigo Chefe da Casa Civil do governo do ex-presidente Lula.

A Secretaria de Segurança Pública abriu nesta sexta-feira (17) processo administrativo para investigar denúncia de que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu usou um telefone celular na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Dirceu, condenado a sete anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto na Ação Penal 470, o processo do mensalão, e preso desde novembro do ano passado, conversou por telefone, na semana passada, com James Correia, secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia.

##RECOMENDA##

Em nota, a secretaria diz que o resultado da investigação deve ser apresentado em 30 dias e encaminhado à Vara de Execuções Penais.

Com informações da assessoria.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando