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A rede de fast-food Burger King anunciou nesta quinta, 10, que também irá suspender todo o suporte à operação que detém na Rússia, aumentando a pressão do mundo corporativo contra Moscou. Ícones do capitalismo ocidental como McDonald's, Coca-Cola, Pepsi e Starbucks, dentre outros, anunciaram que irão suspender seus negócios no país ao longo dessa semana diante da extensão do conflito na Ucrânia.

O negócio do Burger King na Rússia é todo franqueado e, conforme a companhia, é controlado por um "master franqueado local", o que, na prática, contém futuras perdas. A rede conta com cerca de 800 restaurantes no país, de acordo com números citados pela imprensa internacional.

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"O Burger King suspendeu todo o seu suporte corporativo ao mercado russo, incluindo operações, marketing e cadeia de suprimentos, além de recusar aprovações para investimento e expansão", informou a rede, em comunicado divulgado hoje.

A lista de grupos empresariais que estão encerrando seus negócios em Moscou tem crescido a cada dia enquanto governos elevam as sanções contra os russos por conta da guerra. Após anunciarem a suspensão das operações, as companhias já começam a calcular o prejuízo de fecharem as portas na Rússia como protesto ao ataque feito à Ucrânia, que se arrasta para a terceira semana.

O McDonald's estima em torno de US$ 50 milhões por mês as perdas potenciais com a suspensão das atividades dos seus 850 restaurantes no país, conforme a imprensa norte-americana. Diferente do rival Burger King, a rede é proprietária da maior parte dos restaurantes que possui na Rússia, o que a deixa mais exposta.

O Reino Unido anunciou, nesta quarta-feira (9) o embargo a exportações de tecnologias e bens ligados a aviação e exploração espacial para a Rússia, em mais um conjunto de sanções pela ofensiva militar de Moscou na Ucrânia.

O país insular também definiu novos poderes para apreender aeronaves russas em território britânico e fixou como "ofensa criminal" sobrevoar o espaço aéreo com aviões da Rússia.

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"Continuaremos a apoiar a Ucrânia diplomática, econômica e defensivamente diante da invasão ilegal de Vladimir Putin e trabalharemos para isolar a Rússia no cenário internacional", afirmou a secretária das Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, ao anunciar as medidas.

O McDonald's Corp. informou que fechará temporariamente suas 847 lanchonetes na Rússia, após investidores e consumidores pedirem que a cadeia rompa laços com o país, diante da invasão na Ucrânia.

A companhia disse que continuará a pagar seus 62 mil empregados no país e que não podia determinar quando reabriria suas operações na Rússia, sendo que avaliará qualquer passo adicional necessário. "Nossos valores significam que não podemos ignorar o sofrimento humano desnecessário visto na Ucrânia", afirmou o executivo-chefe, Chris Kempczinski, em mensagem a funcionários nesta terça-feira.

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O McDonald's possui e opera 84% de seus restaurantes na Rússia, com o restante sendo franquias, com milhões de clientes ao dia. A companhia informou que tanto suas próprias lojas quanto as franquias serão temporariamente fechadas.

Além disso, o McDonald's opera 108 lanchonetes na Ucrânia, com quase 10 mil funcionários. Esses locais estão fechados, mas a companhia trabalha para manter a folha de pagamentos, informou ela na semana passada, em mensagem interna. Rússia e Ucrânia representaram 9% da receita da companhia no ano passado.

Na última quinta-feira (3), a empresa de aluguel de móveis, Airbnb tornou-se mais uma marca global a suspender os serviços na Rússia e Belarus após invasão na Ucrânia. A empresa também anunciou a moradia temporária gratuita para 100 mil refugiados ucranianos na segunda-feira (28). 

O presidente-executivo do Airbnb, Brian Chesky, tuitou sobre a suspensão, que também inclui Belarus, aliado da Rússia. Grandes companhias como General Motors, Boeing e Google também tomaram medidas semelhantes. “As pessoas estão reservando Airbnbs na Ucrânia em que não pretendem ficar apenas para ajudar os anfitriões”, acrescentou Chesky, dando exemplo de uma maneira que estrangeiros encontram para enviar apoio financeiro aos ucranianos. 

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Em comunicado, explica que os calendários para novas reservas serão bloqueados em acomodações que fiquem nos dois países até nova definição. “Os usuários da plataforma também terão suas reservas como hóspedes restritas em acomodações nestes países”, afirma a empresa.  

O Airbnb está em recuperação de um período de poucos negócios por causa da pandemia, porém projetou resultados para o primeiro trimestre devido à forte demanda nos Estados Unidos e estadias mais longas aos hóspedes.

Por Camily Maciel

 

 

 

A companhia alemã de produtos químicos Basf anunciou a interrupção de novos negócios na Rússia e em Belarus, nesta sexta-feira (4). A empresa afirmou que continuará realizando atividades já existentes nesses locais em acordo com as sanções ocidentais.

A Basf se junta a uma série de companhias ocidentais que congelaram investimentos na Rússia, após a invasão da Ucrânia. No início desta semana, a Wintershall Dea AG, uma empresa alemã de petróleo e gás que a Basf detém participação majoritária, disse que cancelaria seu financiamento de 1 bilhão de euros, no gasoduto Nord Stream 2 e não daria mais andamento a novos empreendimentos de energia na Rússia.

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"Novas oportunidades de negócios na Rússia e em Belarus não serão buscadas; a única exceção está relacionada à produção de alimentos no contexto de esforços humanitários", disse uma porta-voz da Basf. Ainda segundo ele, a empresa vai apenas conduzir os negócios já existentes nos países "para cumprir seus compromissos de acordo com as leis, regulamentos e regras internacionais aplicáveis".

A Basf atua na Rússia há mais de 145 anos e tem cerca de 700 funcionários no país trabalhando em 12 localidades. A companhia atende principalmente os setores de indústrias de agricultura, saúde, desenvolvimento automotivo e construção. Em 2021, a Rússia respondeu por cerca de 1% das vendas totais da Basf. Fonte: Dow Jones Newswires.

Um porta-voz de Downing Street afirmou nesta segunda-feira (28) querer "derrubar o regime de Putin" com as sanções impostas pela invasão da Ucrânia, mas recuou e explicou não buscar "uma mudança de regime", mas sim "parar" a Rússia.

As sanções britânicas, dirigidas em particular ao presidente russo e ao banco central, "são projetadas para derrubar o regime de Putin", disse um porta-voz do primeiro-ministro Boris Johnson a repórteres.

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Questionado sobre essas palavras, o porta-voz imediatamente se retratou: "Não estamos procurando uma mudança de regime de forma alguma. A questão aqui é a maneira como deteremos a Rússia".

Essas declarações vêm após uma série de trocas virulentas entre Moscou e Londres. Na semana passada, Johnson chamou Putin de "ditador".

Na segunda-feira, o Kremlin explicou que a decisão de Putin de colocar sua força de dissuasão nuclear em alerta foi uma reação às palavras da diplomata britânica, Liz Truss, sobre possíveis confrontos entre a Rússia e a Otan.

Truss declarou no domingo que "se não pararmos Putin na Ucrânia, haverá outros países ameaçados, como os países bálticos, Polônia, Moldávia. E isso pode acabar em um conflito com a Otan".

Os países do G7 anunciaram neste domingo (27) que estão prontos para adotar novas sanções contra a Rússia, após as medidas "devastadoras" comunicadas na quinta-feira, se Moscou não encerrar sua ofensiva contra a Ucrânia.

Durante uma reunião por videoconferência das potências ocidentais do G7 (Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos), os chefes da diplomacia exigiram que a Rússia ponha "fim imediatamente aos ataques contra a Ucrânia, sua população civil e suas infraestruturas civis, e retire rapidamente suas tropas", segundo um comunicado divulgado pela presidência rotativa do G7, que está com a Alemanha.

Os sete países alertaram Moscou que não reconhecerão nenhuma "mudança de status" na Ucrânia pela força, como seria o caso, por exemplo, de anexações territoriais.

Em declaração posterior, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que o grupo "nunca esteve tão alinhado em todo o mundo para defender e preservar a liberdade e soberania da Ucrânia e todos os seus Estados".

A Rússia anexou a península da Crimeia em 2014 e acaba de reconhecer a independência das duas autoproclamadas repúblicas de Donbass (leste da Ucrânia), controladas por forças separatistas pró-russas.

Os países ocidentais já endureceram suas sanções financeiras no sábado, ao excluir vários bancos russos da plataforma global de pagamentos interbancários Swift, o que poderia complicar as transações russas.

Também tomaram medidas para impedir que o banco central russo possa respaldar o rublo, a moeda russa, limitando seu acesso aos mercados internacionais de capitais.

O Japão anunciou neste domingo que também removeria certos bancos russos da plataforma Swift, ofereceu milhões de dólares em ajuda humanitária e irá congelar bens de Putin e outras autoridades russas. Segundo Blinken, as medidas japonesas mostram a "união e determinação" do G7 a "impor custos maciços à Rússia e conter sua capacidade de travar uma guerra" contra a Ucrânia.

O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, participou desta reunião com seus colegas do G7, de acordo com o comunicado. Os Estados do G7 também concordaram em fornecer ajuda humanitária à Ucrânia.

Uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU discutirá nesta segunda-feira a situação humanitária naquele país.

A Fifa (Federação Internacional de Futebol) anunciou neste domingo (27) um pacote de sanções contra a Rússia, que invadiu a Ucrânia nesta semana. Entre as punições estão a realização de jogos da seleção russa em território neutro e a não execução do hino ou uso da bandeira do país europeu.

“A Fifa gostaria de reiterar sua condenação ao uso da força pela Rússia na invasão da Ucrânia. A violência nunca é uma solução e a Fifa expressa sua mais profunda solidariedade a todas as pessoas afetadas pelo que está acontecendo na Ucrânia”, diz a entidade.

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Além disso, a entidade máxima do futebol mundial fez um apelo pela “restauração urgente da paz e o início imediato do diálogo construtivo”.

Segundo o comunicado, a decisão, que foi tomada por unanimidade pelo Bureau do Conselho da Fifa, é de que: “Nenhuma competição internacional será disputada no território da Rússia, com partidas 'em casa' sendo disputadas em território neutro e sem espectadores; A associação membro que representa a Rússia deve participar de qualquer competição sob o nome 'União de Futebol da Rússia (RFU)' e não 'Rússia'; Nenhuma bandeira ou hino da Rússia será usado em partidas em que equipes da União de Futebol da Rússia participem”.

Além disso, a Fifa afirmou que continuará avaliando a situação, considerando, inclusive, a possibilidade de uma sanção mais dura: “uma possível exclusão das competições, que serão aplicadas em um futuro próximo, caso a situação não esteja melhorando rapidamente”.

A entidade máxima do futebol encerra o comunicado afirmando que “os pensamentos da Fifa permanecem com todos os afetados por essa situação chocante e preocupante”.

A invasão da Ucrânia iniciada na quinta-feira (24) pelo presidente russo Vladimir Putin provocou uma onda de sanções internacionais contra Moscou, especialmente por parte dos países ocidentais.

- União Europeia -

Após a reunião de cúpula de seus líderes, a União Europeia (UE) anunciou um endurecimento das sanções contra a Rússia nos setores de energia, finanças e transportes, mas sem incluir até o momento a rede bancária Swift, que permite receber ou emitir pagamentos em todo o mundo.

Trata-se de limitar "drasticamente" o acesso da Rússia aos mercados de capitais europeus. A UE também busca reduzir o acesso do país a "tecnologias cruciais" como componentes eletrônicos e de informática.

De acordo com o rascunho do projeto obtido pela AFP, as medidas incluem o veto à exportação de tecnologia, peças e serviços de aeronáutica e aeroespaciais, assim como de equipamentos para reforma de refinarias de petróleo.

Além disso, as sanções afetam indivíduos nos círculos de poder, com o congelamento de ativos ou proibição de entrada no território da UE, que são adicionadas às aplicadas na quarta-feira contra personalidades próximas a Putin.

Belarus, acusada de envolvimento na invasão, será objeto de medidas adicionais.

- Estados Unidos -

O presidente Joe Biden anunciou uma série de novas sanções contra bancos, representantes da elite e estabelecimentos comerciais russos.

Quatro bancos adicionais, incluindo os dois maiores do país (Sberbank e VTB Bank), serão serão sancionados e mais da metade das importações de tecnologia da Rússia serão proibidas.

O grupo de energia Gazprom e outras grandes empresas do país não poderão obter financiamento nos mercados de crédito do Ocidente, uma medida que já era aplicada contra o governo russo.

Washington também ampliou a lista de oligarcas russos punidos e limitou as exportações para a Rússia de produtos tecnologia destinados aos setores de defesa e aeronáutica.

Além disso, o Departamento do Tesouro anunciou sanções contra 24 pessoas e organizações bielorrussas.

- Reino Unido -

O Reino Unido impôs uma série de sanções contra o setor bancário, as importações de tecnologias e cinco empresários da Rússia. O país também fechou seu espaço aéreo à companhia aérea Aeroflot.

Além dos cinco bancos já afetados por sanções anunciadas na terça-feira, o gigante VTB entrou na mira e teve os ativos congelados em território britânico. As novas medidas "permitirão excluir por completo os bancos russos do setor financeiro britânico", disse o primeiro-ministro Boris Johnson.

As medidas também impedirão que empresas públicas e privadas obtenham fundos no Reino Unido e limitarão a quantidade de dinheiro que os russos podem ter em suas contas bancárias britânicas.

No total, 100 novas entidades estão no alvo das autoridades do Reino Unido.

- Japão -

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, anunciou nesta sexta-feira sanções contra a Rússia que incluem o "congelamento de ativos e a suspensão de vistos para pessoas e organizações russas".

Ele também anunciou medidas "sobre as exportações para organizações russas vinculadas ao exército" e sobre "bens de uso geral como os semicondutores".

- Canadá -

O Canadá vai adotar sanções contra "58 pessoas e entidades russas", anunciou o primeiro-ministro Justin Trudeau.

Entre os afetados estão os ministros da Defesa, Finanças e Justiça, assim como o grupo de mercenários russos Wagner, considerado próximo a Putin.

O Canadá também cancelou permissões de exportação para a Rússia no valor de 700 milhões de dólares canadenses (US$ 550 milhões), principalmente de produtos dos setores aeroespacial, tecnologia da informação e mineração.

- Austrália -

O primeiro-ministro Scott Morrison anunciou uma "segunda série" de sanções contra quatro instituições financeiras e 25 pessoas vinculadas a quatro entidades responsáveis pelo desenvolvimento e venda de equipamento militar.

Também indicou que estão previstas outras sanções, especialmente contra mais de 300 parlamentares russos que votaram a favor da "invasão ilegal da Ucrânia".

- Suíça -

A Suíça decidiu não se alinhar com as sanções ocidentais à Rússia, mas atuará para evitar que o país seja usado por Moscou para 'driblar' as medidas punitivas que afetam o governo russo, declarou seu presidente Ignazio Cassis.

Os líderes dos países da União Europeia (UE) chegaram a um acordo nesta quinta-feira (24) para impor sanções "maciças e severas" contra a Rússia, em resposta à ofensiva militar na Ucrânia, de acordo com uma declaração adotada durante a cúpula de emergência realizada em Bruxelas.

"As sanções cobrirão os setores financeiro, de energia e de transportes da Rússia", diz a declaração emitida após a cúpula, e deverão ser adotadas "sem demora".

As medidas, cujos detalhes ainda não foram divulgados, também envolverão o controle das exportações, a emissão de vistos e a inclusão de funcionários russos na lista de sancionados.

A UE já tinha adotado medidas restritivas esta semana contra funcionários e entidades russas pelo reconhecimento da independência de dois territórios separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.

Na declaração, a UE pede "que a Rússia cesse imediatamente suas ações militares, retire incondicionalmente todas as suas forças e equipamentos militares de todo o território da Ucrânia e respeite a integridade territorial, soberania e independência" deste país.

A Rússia, apontam os líderes europeus no texto, é "plenamente responsável por este ato de agressão e toda a destruição e perdas de vidas humanas que causará. Será responsabilizada por suas ações".

- 'Sanções dolorosas' -

O alto representante da UE para a política externa, Josep Borrell, havia advertido durante esta quinta que o enorme pacote de sanções em estudo - o maior lançado pelo bloque - colocaria a Rússia em risco de um "isolamento sem precedentes".

Por sua vez, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que, com as sanções, "debilitaremos a base econômica da Rússia e sua capacidade de modernização".

"Ademais, congelaremos os ativos russos na UE e impediremos o acesso dos bancos russos ao mercado financeiro europeu", adiantou.

"Precisamos de sanções dolorosas", disse o primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, ao chegar à sede da reunião, utilizando uma expressão que, com numerosas variantes, foi repetida por várias fontes.

Contudo, os países da UE optaram por não excluir agora o sistema financeiro russo do sistema interbancário SWIFT, como havia pedido o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky.

- Uma carta na manga -

Um diplomata europeu revelou à AFP que "vários países" se opuseram a adotar agora essa medida, já que preferiam manter essa carta na manga.

Ao chegar ao local da cúpula, o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que "é muito importante que decidamos sobre as medidas que foram preparadas nas últimas semanas e que guardemos todo o resto para uma situação em que seria necessário fazer outras coisas".

Contudo, o primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, afirmou que a eventual exclusão da Rússia do sistema SWIFT deveria ser coordenada de forma estreita com outros países ocidentais, em particular os Estados Unidos e o Reino Unido.

De acordo com o site da associação nacional russa Rosswift, a Rússia é o segundo país - superado apenas pelos Estados Unidos - em número de usuários, com cerca de 300 bancos e instituições membros do sistema.

Mais da metade das organizações creditícias russas estão representadas no SWIFT, segundo a Rosswift.

Hoje, o ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, escreveu no Twitter que os que se opõem à exclusão russa do sistema SWIFT terão em suas mãos "o sangue de homens, mulheres e crianças ucranianas inocentes".

A declaração adotada nesta quinta também expressa a "firme condenação" da UE à "participação de Belarus na agressão contra a Ucrânia".

Nesse sentido, o documento formula uma "convocação para a preparação urgente e a adoção de um pacote de sanções econômicas e individuais que também inclua Belarus".

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, anunciou sanções contra a Rússia e as regiões separatistas ucranianas Donbass e Luhansk, que tiveram a independência reconhecida pelo presidente russo, Vladimir Putin. Kishida disse nesta quarta-feira (23) que o governo proibirá a negociação de títulos da dívida soberana russa no Japão, em resposta às "ações que a Rússia vem tomando na Ucrânia''.

Segundo o primeiro-ministro, o Japão também suspenderá a emissão de vistos para pessoas das duas regiões rebeldes ucranianas e congelará seus bens que estão no país asiático, além de proibir o comércio com ambas. "Instamos fortemente a Rússia a retornar ao processo diplomático", afirmou Kishida.

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Também nesta quarta-feira, a Austrália anunciou sanções adicionais à Rússia e alertou as empresas do país sobre possíveis ciberataques russos como retaliação. O primeiro-ministro, Scott Morrison, disse que sanções financeiras direcionadas e proibições de viagem farão parte da primeira leva de medidas em resposta à investida da Rússia contra a Ucrânia. Fonte: Associated Press.

A secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, afirmou por meio de sua conta no Twitter que "amanhã anunciaremos novas sanções à Rússia em resposta à violação do direito internacional e ao ataque à soberania e integridade territorial da Ucrânia".

Segundo ela, a decisão do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de reconhecer a independência de Donetsk e Luhansk representa um ataque à soberania ucraniana e demonstra a escolha do país pelo confronto ao invés do diálogo. "Vamos coordenar nossa resposta com aliados. Não permitiremos a violação dos compromissos internacionais pela Rússia fique sem punição."

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A Ucrânia confirmou nesta quarta (26) que recebeu em Kiev, na terça-feira (25) um carregamento com armas, munições e equipamento militar dos EUA. Segundo a vice-ministra ucraniana da Defesa, Hanna Maliar, a carga faz parte de um pacote de US$ 200 milhões aprovado pelo presidente americano, Joe Biden, para reforçar a segurança do país diante de uma iminente invasão da Rússia.

Além da ajuda direta, Biden também trabalha nos bastidores para tentar conter o avanço russo. Ontem, ele afirmou que estuda sanções pessoais contra o presidente Vladimir Putin, caso ele decida invadir a Ucrânia. O Kremlin respondeu, afirmando que a medida seria um risco. "Sanções individuais contra Putin não seriam dolorosas, mas politicamente destrutivas", disse o porta-voz do governo, Dimitri Peskov.

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As portas para uma saída diplomática, no entanto, parecem cada vez mais fechadas. Os EUA apresentaram ontem por escrito sua resposta à exigência da Rússia de vetar a adesão da Ucrânia à Otan. Na mensagem, entregue pelo embaixador americano em Moscou, John Sullivan, a Casa Branca rejeita o pedido e defende o direito ucraniano de fazer parte da aliança. Em Bruxelas, o embaixador russo recebeu a mesma resposta dos países da Otan.

Horas antes, o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, havia ameaçado adotar retaliações se as respostas dos EUA e da Otan não satisfizessem o Kremlin. "Se o Ocidente continuar seu curso agressivo, Moscou tomará as medidas retaliatórias necessárias", afirmou Lavrov em discurso ao Parlamento. "Não permitiremos que nossas propostas se percam em discussões intermináveis."

A movimentação de soldados e armas indica que um conflito é iminente. A Rússia tem 100 mil homens mobilizados na fronteira com a Ucrânia, enviou tropas para Belarus e iniciou um exercício militar em várias partes de seu território. Do outro lado, membros da Otan despacharam caças e navios de guerra para o Leste da Europa e os EUA colocaram 8,5 mil soldados de prontidão para serem deslocados para a região.

Ontem, a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, afirmou que a Rússia deve atacar em algumas semanas. "Tudo indica que Putin fará uso da força militar em algum momento, talvez entre agora e meados de fevereiro", disse.

Pedido de calma

No entanto, mesmo diante da intensa movimentação, o governo ucraniano dá sinais de que não acredita em uma invasão em larga escala. Ontem, o presidente da Ucrânia, Volodmyr Zelenski, pediu calma à população. "Proteja seu corpo dos vírus, seu cérebro das mentiras, seu coração do pânico", disse.

Em artigo publicado na segunda-feira (24) Andriy Zagorodnyuk, ex-ministro da Defesa da Ucrânia, afirmou que a Rússia não tem o número de soldados necessário para uma invasão em larga escala. Vários elementos estão faltando, segundo ele, incluindo grupos táticos, tanques e paraquedistas, além da falta de pessoal para atuar nos poucos hospitais de campanha montados.

Analistas da Rochan Consulting, com base na Polônia, calculam que a Rússia tenha cerca de 68 batalhões de prontidão na fronteira da Ucrânia e 11 em Belarus. Especialistas americanos acreditam, no entanto, que uma invasão exigiria pelo menos 100 batalhões. Outros analistas ocidentais afirmam que, com base na dificuldade em manter o controle do Iraque, os russos precisariam de pelo menos o dobro disso para combater uma contrainsurgência na Ucrânia. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os Estados Unidos e o Reino Unido anunciaram, nesta segunda-feira (15), mais sanções contra a Nicarágua, em resposta "à farsa das eleições nacionais" que reelegeram em 7 de novembro Daniel Ortega como presidente.

O Departamento de Tesouro americano impôs sanções ao Ministério Público da Nicarágua e a nove altos funcionários do governo, entre eles o vice-ministro das Finanças, José Adrián Chavarria Montenegro; o ministro de Minas e Energia, Salvador Mansell Castrillo; e vários prefeitos.

As medidas punitivas implicam no bloqueio de todas as propriedades e possíveis bens dessas pessoas nos Estados Unidos.

Os EUA acusam o Ministério Público nicaraguense de ter "prendido e investigado injustamente candidatos presidenciais e os impedido de concorrer a cargos públicos, minando a democracia na Nicarágua".

O presidente americano Joe Biden chamou as eleições de uma "farsa", na qual Ortega venceu pelo quarto mandato consecutivo, junto com sua esposa Rosario Murillo como vice-presidente, sem opositores relevantes.

O Reino Unido, por sua vez, coordenado com os Estados Unidos, sancionou oito altos funcionários nicaraguenses, incluindo Murillo, "por seu envolvimento na repressão às manifestações", e magistrados do alto escalão, como o presidente do Supremo Tribunal.

O presidente da Assembleia Nacional e oficiais da polícia também figuram na lista.

“O regime de Ortega está negando ao povo da Nicarágua seus direitos humanos básicos”, disse Wendy Morton, secretária de Estado do Reino Unido para a Europa e as Américas.

As sanções incluem a proibição de viagens e o congelamento de bens contra aqueles que, segundo Londres, são "responsáveis por comprometer os princípios e instituições democráticas da Nicarágua", por "graves violações dos direitos humanos e pela repressão da sociedade civil".

Os Estados Unidos e o Reino Unido estão trabalhando em ações coordenadas relativas à situação nicaraguense também com o Canadá e a União Europeia.

Depois de sufocar metodicamente seus rivais e dissidentes, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, garantiu uma vitória tranquila nas eleições presidenciais deste domingo (7) obtendo um quarto mandato consecutivo, que pode deixá-lo no poder até 2026. A vitória sinaliza ainda que os nicaraguenses subiram alguns degraus na direção de um regime cada vez mais autocrático.

O domingo foi marcado pela apatia. Os centros de votação ficaram praticamente vazios. As poucas filas registradas eram de policiais, militares e funcionários públicos. Com seus rivais presos ou exilados, Ortega mostrou que não permitirá que ninguém lhe tome o poder - ele deve obter entre 60% e 70% dos votos, segundo analistas. As autoridades anunciaram que não divulgarão resultados até a meia-noite (3 horas da madrugada de hoje em Brasília). Os dados sobre participação eleitoral também não serão divulgados.

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Segundo analistas, com todos os opositores presos, para milhões de nicaraguenses a única possibilidade de demonstrar insatisfação é não se aproximar das urnas e ficar em casa em sinal de protesto.

DESCONFIANÇA

Uma pesquisa recente mostrou que 78% dos nicaraguenses veem a reeleição de Ortega como ilegítima e apenas 9% apoiam o partido governista. Muitos, porém, se recusam a questionar o governo em público, com medo de serem presos ou perseguidos. "Isto não é uma eleição, é uma farsa", disse Berta Valle, mulher de um dos líderes da oposição que foi preso. "Ninguém vai eleger ninguém, porque o único candidato é Daniel Ortega."

Para garantir o quarto mandato consecutivo - Ortega cumpriu ainda um quinto mandato, entre 1985 e 1990 -, ele deteve todos os rivais que representassem uma ameaça, colocou partidos de oposição na clandestinidade e proibiu grandes eventos de campanha.

A comissão que monitora a eleição foi coordenada por aliados. Não há observadores eleitorais na Nicarágua, apenas os chamados "companheiros eleitorais", mistura de funcionários importados de países como Espanha, Argentina e Chile, muitos dos quais são membros de partidos comunistas locais.

"Este é um ponto de virada para o autoritarismo na região", disse José Miguel Vivanco, chefe das Américas da Human Rights Watch, que chamou a repressão de Ortega de "um filme de terror em câmera lenta". "Ele nem mesmo está tentando preservar algum tipo de fachada de governo democrático", disse Vivanco, sobre o líder nicaraguense.

PRISÕES

Jesús Tefel, ativista político exilado que fugiu para a Costa Rica em julho, depois que vários aliados foram presos, descreveu a eleição como uma "farsa" e pediu que comunidade internacional faça mais para restabelecer a democracia da Nicarágua. "Este é um precedente terrível para a democracia global. A mensagem que envia é que você pode ser um ditador e não há consequências. Isso vai encorajar outros inimigos da democracia."

Ortega chegou ao poder pela primeira vez depois de ajudar a liderar a revolução que derrubou a ditadura de Anastasio Somoza, em 1979. Mais de uma década depois, ele perdeu a eleição, mas assumiu o cargo de novo em 2007. A partir de então, como presidente, ele passou anos minando as instituições que mantinham a frágil democracia do país - e reforçou suas táticas após uma série de protestos, em 2018.

Tiziano Breda, especialista em América Central do Crisis Group, um centro de estudos americano, disse ao jornal britânico The Guardian que o desmonte das instituições democráticas feito por Ortega foi executado com esmero. "Ele mostrou que a sobrevivência política supera qualquer pressão interna ou externa. Era uma questão de vida ou morte para ele garantir a reeleição ontem", disse.

Para Breda, no entanto, Ortega terá de mudar sua tática para governar. "Ele terá um objetivo diferente depois de 7 de novembro, e acho que ele está ciente de que precisará buscar um acordo de governabilidade com alguns setores que são cruciais para o funcionamento do Estado e para a estabilidade econômica do país, inclusive no exterior."

BIDEN ASSINARÁ LEI PARA IMPOR NOVAS SANÇÕES

O presidente dos EUA, Joe Biden, aguarda apenas a oficialização do resultado da eleição na Nicarágua para impor novas sanções contra o regime de Daniel Ortega. Na semana passada, ele assinou a Lei Renacer (acrônimo em espanhol para "Reforçando a Adesão da Nicarágua às Condições para a Reforma Eleitoral), com a qual a Casa Branca se compromete a punir o governo nicaraguense por realizar eleições consideradas ilegítimas.

A informação foi confirmada na sexta-feira (5) por um funcionário de alto escalão do governo americano, que pediu anonimato. Ele disse que haverá uma "ampla rejeição internacional das eleições fraudulentas na Nicarágua". As sanções seriam coordenadas entre EUA, Canadá e União Europeia.

Questionado sobre por que Biden não anunciou as sanções antes das eleições, o assessor respondeu que é importante que a Casa Branca não faça nada que tire a atenção do que está acontecendo na Nicarágua, segundo ele, "um claro abuso de poder". "A assinatura de uma lei não vai mudar o que (Ortega e seu governo) já fizeram, que é roubar as eleições", disse.

As novas medidas ampliarão o monitoramento de empréstimos ao país, além de punir funcionários do regime. A lei também deve acrescentar a Nicarágua à lista de países da América Central sujeitos a restrições de vistos dos EUA.

Em junho, depois que a polícia da Nicarágua começou a colocar opositores na cadeia, os EUA já haviam imposto sanções. O governo americano anunciou punições contra quatro figuras do alto escalão da burocracia estatal: o presidente do Banco Central, Leonardo Ovidio Reyes Ramírez; o general do Exército Julio Modesto Rodríguez Balladares; o deputado Edwin Ramon Castro Rivera; e Camila Antonia Ortega Murillo, filha de Ortega.

Todos tiveram contas e bens congelados nos EUA e foram proibidos de fazer transações em dólar, o que impede acesso ao sistema financeiro internacional. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira, 30, sanções à Polícia Nacional Revolucionária (PNR) de Cuba e dois de seus líderes, com o presidente americano Joe Biden afirmando que mais punições serão aplicadas se não houver uma "mudança drástica" na ilha.

Em nota, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou sanções ao PNR, a seu diretor Óscar Callejas Valcarce e a seu vice-diretor, Eddy Sierra Arias, por seu suposto papel na repressão aos protestos antigovernamentais de 11 de julho.

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As sanções bloqueiam quaisquer ativos que Callejas, Sierra ou membros do PNR possam ter sob jurisdição dos Estados Unidos e proíbem aqueles nos Estados Unidos de negociar com eles, com base na lei Magnitsky.

O anúncio veio uma hora antes de Biden dar as boas-vindas na Casa Branca a um grupo de americanos de raízes cubanas, reunião em que planejava anunciar medidas sobre o acesso à Internet na ilha e, possivelmente, o envio de remessas para Cuba, um alto funcionário dos EUA disse a repórteres.

"Vamos anunciar medidas para melhorar a conexão à Internet na ilha, para garantir que apoiamos a capacidade das pessoas de se comunicarem e receberem informações, que é algo que deve ser tratado como um direito humano", disse o oficial, que pediu anonimato, em entrevista coletiva por telefone.

Esta é a segunda rodada de sanções que o governo Biden impôs em relação aos protestos antigovernamentais sem precedentes de 11 de julho em Cuba.

Na quinta-feira passada, o Tesouro sancionou o ministro das Forças Armadas Revolucionárias (FAR) de Cuba, Álvaro López-Miera, e uma unidade militar de elite popularmente conhecida como "vespas negras" ou "boinas negras".

Biden disse então que essas sanções eram "apenas o começo" de sua resposta àqueles que supostamente reprimiram os protestos deste mês, e a citada autoridade norte-americana disse nesta sexta-feira que as novas restrições buscam manter ativa "a conversa sobre os direitos dos cubanos". (Com agências internacionais)

Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira que irão impor uma série de sanções contra Belarus, após o desvio de um voo da Ryanair no último domingo e a prisão de um opositor político em Minsk.

Além das medidas anunciadas nas últimas semanas, a Casa Branca informou que elabora com a União Europeia "uma lista de sanções seletivas contra membros-chave do regime de Alexander Lukashenko".

Presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, a senadora Kátia Abreu (PP-TO) afirma que o Brasil já sente as consequências internacionais da política ambiental promovida pelo governo Bolsonaro e que, em breve, essas restrições poderão se converter em sanções econômicas.

"É uma situação extremamente grave essa em que o País se encontra na área ambiental. Isso tem um custo altíssimo para o Brasil lá fora e deverá acarretar em sérios prejuízos econômicos", disse a senadora. "Sanções poderão vir muito rapidamente. Os Estados Unidos têm um governo pragmático, que vai cobrar medidas. Temos 160 produtos que vão para os Estados Unidos. Eles podem, por exemplo, taxar esses produtos."

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Na avaliação de Kátia Abreu, o presidente Jair Bolsonaro fez "um bom aceno" ao governo americano com a carta enviada, nesta quinta-feira (15), ao presidente Joe Biden. No próximo dia 22, os Estados Unidos realizam a Cúpula do Clima, por videoconferência, com diversos países, entre eles o Brasil.

"Foi uma carta boa, apesar de muito longa. O governo americano não é um governo falastrão. Diante dessa crise toda, o que o Brasil precisa é transformar seus discursos em coisas concretas", afirmou Abreu.

Ao comentar sobre o desempenho de Ricardo Salles à frente do Ministério do Meio Ambiente, Kátia Abreu disse que a permanência ou saída do ministro é uma decisão que cabe ao governo, mas afirmou que o titular da pasta se encontra em "uma situação muito delicada". A senadora também criticou a posição do governo, de cobrar repasses financeiros para cumprir metas de proteção ao meio ambiente.

"É preciso ter alguém com boa interlocução. E essa ideia de pedir dinheiro é uma estratégia totalmente equivocada. Todos sabem que isso só vem com tarefa cumprida. Os Estados Unidos não estimulam nem premiam o crime. É preciso mudar agora para premiar depois", disse.

Na avaliação da presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, a imagem ambiental que o Brasil passou a nutrir internacionalmente também passou a comprometer a sua entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo que reúne os países mais ricos.

"Se o governo tem realmente vontade de entrar na OCDE, tem que saber que essa postura na área ambiental inviabiliza a entrada do Brasil. É preciso reduzir o desmatamento urgentemente. Só com isso vamos fechar acordos internacionais. Esse assunto é igual a 'fogo de munturo', como se diz no interior. Vai queimando devagarinho e por baixo. Quando você vê, já levou tudo."

A Rússia advertiu o governo dos Estados Unidos a "não brincar com o fogo" depois da adoção de sanções contra sete altos funcionários russos, em uma resposta ao envenenamento do opositor Alexei Navalny, atribuído por Washington ao Kremlin.

O ministério russo das Relações Exteriores denunciou em um comunicado um "ataque hostil contra a Rússia" como parte de uma "política americana insensata e ilógica que prejudica ainda mais as relações bilaterais com Moscou.

"Triunfa o absurdo", afirmou a diplomacia russa, ao acusar Washington de utilizar Navalny como "pretexto para interferir abertamente nos assuntos internos" da Rússia.

"Vamos reagir com base no princípio da reciprocidade", completou o ministério. A nota oficial afirma ainda que "os cálculos para impor algo à Rússia por meio de sanções ou outras pressões fracassaram no passado e fracassarão hoje".

"Seguiremos defendendo nossos interesses nacionais de forma sistemática e decidida, rejeitando qualquer agressão. Pedimos a nossos colegas que para não brincar com com fogo", destacou o ministério, antes de acrescentar que o governo dos Estados Unidos "perdeu o direito moral de dar lições nos demais".

Washington anunciou na terça-feira (2) sanções contra altos funcionários de Moscou.

Estas foram as primeiras sanções contra a Rússia anunciadas por Joe Biden que, desde que assumiu a presidência em 20 de janeiro, adotou um tom mais duro com Moscou que o de seu antecessor Donald Trump.

As sanções afetam Alexánder Bortnikov, diretor do Serviço Federal de Segurança (FSB), o diretor do serviço penitenciário Alexander Kalashnikov, o procurador-geral Igor Krasnov e um grande colaborador do presidente Vladimir Putin, Serguei Kiriyenko.

Na segunda-feira, a União Europeia formalizou sanções contra quatro altos funcionários russos envolvidos no processo judicial contra Navalny e a repressão de seus partidários.

Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (2) a imposição de sanções contra sete altos funcionários russos, em resposta ao envenenamento do dissidente preso Alexei Navalny, pelo qual os serviços de inteligência de Washington responsabilizam Moscou.

Em um esforço coordenado com a União Europeia, os Estados Unidos insistiram em seu pedido para que a Rússia liberte o líder opositor, cuja prisão em janeiro ao retornar para Moscou despertou uma onda de manifestações contra o governo.

"A comunidade da inteligência estima com um alto nível de confiança que funcionários do Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia usaram um agente nervoso conhecido como Novichok para envenenar o líder opositor russo Alexei Navalny em 20 de agosto de 2020", disse um alto funcionário que preferiu o anonimato.

O governo americano informou que as sanções, dirigidas particularmente contra "sete altos membros do governo russo", foram impostas "em coordenação estreita com nossos parceiros da UE".

"Estamos enviando um claro sinal para a Rússia de que há consequências claras pelo uso de armas químicas", disse outro funcionário.

Essas são as primeiras sanções contra a Rússia anunciadas pelo governo de Joe Biden.

Navalny, de 44 anos, se sentiu muito mal durante um voo interno, que teve que fazer um pouso de emergência na Sibéria e depois foi hospitalizado em Berlim. Ele afirma que os serviços secretos russos o envenenaram com um agente neurotóxico.

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