Tópicos | sanções

Sob sigilo, funcionários do governo brasileiro teriam dito que Brasília está facilitando a deportação de brasileiros sem passaporte dos EUA, após ameaças de sanções de Washington.

Ao realizar uma viagem internacional, as companhias aéreas e governos exigem que o passageiro tenha um passaporte válido, salvo raras exceções.

##RECOMENDA##

No entanto, três funcionários do governo brasileiro teriam dito em sigilo à Reuters que, em junho, a Polícia Federal teria enviado às companhias aéreas permissão para o transporte de brasileiros deportados dos Estados Unidos sem passaporte.

Sendo assim, a simples apresentação de um certificado de nacionalidade, emitido por consulado brasileiro, seria o suficiente para que o deportado fosse repatriado ao Brasil.

Ameaças

A decisão teria vindo direto de Brasília, após ameaças de sanções por parte de Washington. Segundo as fontes, desde que o presidente Trump assumiu seu cargo, iniciou-se um grande combate à imigração ilegal, tendo sido tomadas medidas para agilizar os processos de deportação.

No entanto, muitos dos brasileiros detidos pelo Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE) não teriam passaporte válido para voltar ao Brasil. Hoje, os brasileiros são a sexta nacionalidade mais deportada dos Estados Unidos.

A decisão do governo brasileiro teria sido facilitada devido às boas relações entre os presidentes americano e brasileiro, Donald Trump e Jair Bolsonaro respectivamente.

Atualmente, muitos países possuem acordos com os Estados Unidos que permitem a deportação de cidadãos não munidos de passaporte.

Da Sputnik Brasil

O presidente do Irã, Hassan Rohani, pediu ao governo dos Estados Unidos que dê o primeiro passo com a retirada de todas as sanções contra seu país, um dia depois de o presidente americano Donald Trump considerar possível uma reunião com o colega iraniano.

"A primeira etapa é retirar as sanções. Você deve retirar as sanções. Você deve retirar todas as sanções ilegais, injustas e equivocadas contra a nação iraniana", afirmou Rohani a Trump em um discurso exibido pela televisão estatal.

Rohani insistiu que "a chave para uma mudança positiva está nas mãos de Washington", porque o Irã já descartou fazer o que mais preocupava os Estados Unidos: produzir uma bomba atômica.

"Se honestamente esta é sua única preocupação, esta preocupação já foi eliminada por meio de uma fatwa emitida pelo líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei", disse Rohani.

"Não (estamos tentando) fabricar uma bomba nuclear... nossa doutrina militar se baseia em armas convencionais", completou.

Khamenei emitiu uma fatwa contra as armas nucleares em 2003 e a reiterou diversas vezes desde então.

"Assim que dê o primeiro passo", completou Rohani.

O presidente americano deu a entender na segunda-feira em Biarritz (França), onde aconteceu a reunião do G7, um possível avanço na crise iraniana, ao considerar realista uma reunião com Rohani.

Depois de anunciar a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, Trump implementou uma política de "pressão máxima" sobre Teerã, com sanções que são consideradas um risco de conflito no Oriente Médio.

Em Biarritz, o presidente francês Emmanuel Macron disse que as "condições para um encontro entre Trump e Rohani "nas próximas semanas" foram estabelecidas por meio da diplomacia intensiva e das consultas.

Na última entrevista coletiva do G7, Trump disse que "certamente estaria disposto" a uma reunião com o Irã e afirmou que o período proposto por Macron parecia realista. Também considerou que Rohani se mostraria favorável.

"Acredito que vai querer uma reunião. Acredito que o Irã quer ajustar esta situação", disse Trump.

Rohani indicou que está aberto a manter conversas com os americanos, mas este enfoque provocou críticas da ala ultraconservadora na República Islâmica.

No discurso desta terça-feira, o presidente iraniano declarou que a política de seu governo de "interação construtiva" com o mundo está de acordo com o enfoque de "interação extensiva" do líder supremo.

Ele destacou, no entanto, que Washington deve "retratar-se de seus erros" e voltar a seus compromissos sobre o acordo nuclear.

"Nosso caminho está claro, se retornarem a seus compromissos, nós também atuaremos completamente de acordo com os nossos", afirmou o presidente do Irã.

Ao mesmo tempo, Rohani advertiu que não quer apenas uma foto.

"Nós queremos resolver problemas de uma forma racional, não buscando uma foto. Se alguém quer a fotografia com Hassan Rohani, não será possível", afirmou.

Trump e Rohani devem participar na assembleia geral da ONU no fim de setembro, um cenário que poderia ser propício para o início das conversações.

Na ressaca do encontro das sete maiores economias do mundo em Biarritz, na França, o jornal belga Euobserver, um dos sites de notícias mais acessados da Bélgica com quase 700 mil acessos mensais, publicou artigo de opinião que afirma que é chegada a hora de a União Europeia aplicar sanções econômicas ao Brasil em virtude do atual contexto ambiental do País.

O artigo afirma que as queimadas na Amazônia nesta época não são novidade, mas o fato novo é "a evidente responsabilidade política da liderança brasileira por sua destruição". A publicação ressalta que em um contexto normal, poderia-se esperar um "alto senso de responsabilidade política do líder do país onde o tesouro natural está localizado, mas infelizmente, esse definitivamente não é o caso".

##RECOMENDA##

Na sequência, o texto discorre sobre as declarações que o presidente da República, Jair Bolsonaro, já deu sobre a região amazônica. "Bolsonaro prometeu veementemente, durante sua campanha, explorar a região e reverter medidas de proteção para a floresta e seus povos. Também prometeu acabar com a demarcação de novas terras indígenas, reduzir o poder dos órgãos ambientais e liberalizar a mineração e a agricultura industrial nas reservas indígenas", ressalta.

Sanções

Diante desse contexto, o artigo afirma que a União Europeia não pode ficar inerte ou tomar medidas moderadas contra o Brasil. "É hora de tomar medidas decisivas e alertar o presidente brasileiro com a imposição de sanções consideráveis caso seu governo continue com a atual política", afirma o texto, que diz que a UE tem uma economia "muito maior que a do Brasil e uma enorme influência política para impulsionar esse caminho".

Por fim, o texto reforça que a UE é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, respondendo por 18,3% de seu comércio total, enquanto o Brasil é o 11º parceiro comercial do bloco europeu, "respondendo por apenas 1,7% do comércio da UE em 2017". Nesse cenário, "a UE poderia absorver quaisquer efeitos negativos das sanções diversificando seu comércio com outros parceiros da América do Sul e de outras partes do mundo".

O governo iraniano disse estar disposto a negociar com os Estados Unidos, caso Washington suspenda suas sanções contra Teerã - anunciou o presidente Hassan Rohani nesta terça-feira (6).

"A República Islâmica do Irã é favorável às negociações e, se os Estados Unidos quiserem realmente conversar, antes de mais nada têm de suspender todas as sanções", declarou Rohani na televisão.

Depois de se retirar em maio de 2018 do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano firmado em 2015, Washington restabeleceu uma série de sanções econômicas contra Teerã, acusado de desestabilizar a região.

Desde então, as tensões aumentaram entre ambos os países.

Em julho, o Irã deixou de cumprir alguns compromissos do acordo e ameaça continuar nesse caminho, se os demais Estados-parte (Reino Unido, Alemanha, França, China e Rússia) não o ajudarem a evitar as sanções americanas, que asfixiam sua economia.

Nesta terça, o presidente iraniano afirmou que Teerã está disposta a negociar, mesmo que os Estados Unidos não façam mais parte do acordo.

"Queiram, ou não, fazer parte do JCPOA [as siglas do acordo de 2015], eles têm de decidir", completou Rohani.

"Se quiserem discussões, devem abrir o caminho. O caminho que leva a elas passa pelo arrependimento. Não há outras vias", insistiu, considerando que "a paz com o Irã é a mãe de todas as pazes" e, "a guerra com o Irã, a mãe de todas as guerras".

O presidente deu estas declarações do Ministério das Relações Exteriores em Teerã, onde se reuniu com o ministro Mohammad Javad Zarif.

- Ponto morto -

Em resposta, o embaixador americano para o Desarmamento, Robert Wood, assegurou que o presidente Donald Trump "estava disposto a sentar e discutir com o Irã".

"Mas não estamos seguros de que o Irã queira manter esta discussão", acrescentou.

Na segunda, Zarif confirmou ter rejeitado um convite para se reunir com Trump, apesar das ameaças de sanções.

Dois dias antes, a revista americana "The New Yorker" havia informado que o senador americano Rand Paul se reuniu com Zarif em Nova York em julho. Neste encontro, contando com o sinal verde de Trump, convidou Zarif a ir à Casa Branca.

Hoje, o presidente Rohani saiu em defesa de seu chanceler, criticado no Irã pelos partidários da linha-dura em relação aos Estados Unidos. O acordo trouxe "tantas vitórias econômicas [para o Irã] que enfureceu alguns", afirmou.

Segundo o portal de Internet do governo dolat.ir, Rohani conversou por telefone com o presidente francês, Emmanuel Macron. Durante o telefonema, ambos concordaram quanto a uma maior cooperação entre Irã e Europa.

"Infelizmente, apesar das tentativas simultâneas de Irã e França de reduzir as tensões e criar as condições favoráveis para uma coexistência pacífica na região, assistimos a medidas de escalada da parte dos Estados Unidos", teria dito Rohani a Macron, de acordo com a mesma fonte.

Desde maio, a tensão foi aumentando entre Washington e Teerã, após várias sabotagens e ataques de navios no Golfo e da destruição de um drone americano por parte do Irã.

A derrubada do drone fez surgir o medo de uma escalada no conflito. No último minuto, Trump afirmou que havia cancelado um ataque de represália ao Irã, após enviar mais soldados para a região.

"Se quiserem segurança, se seus soldados quiserem segurança na região, [então aceitem] a segurança em troca de segurança", disse Rohani nesta terça.

Pouco depois, o ministro iraniano da Defesa, general Amir Hatami, apresentou três novos tipos de mísseis teleguiados de precisão. Segundo ele, são a prova da capacidade do Irã de se defender diante "da traição e das conspirações" americanas.

Nesse contexto, a captura por parte do Irã de três petroleiros estrangeiros no Golfo em menos de um mês avivou a pressão.

O segundo incidente de barco interceptado, um navio sueco com bandeira britânica, aconteceu 15 dias depois de as autoridades britânicas capturarem, em 4 de julho, um petroleiro iraniano frente a Gibraltar, no sul da Espanha.

"É impossível que o Estreito de Ormuz esteja livre para vocês e que o Estreito de Gibraltar não esteja (livre) para nós", frisou Rohani.

O governo dos Estados Unidos impôs neste sábado novas sanções à Rússia pelo ataque com um agente químico contra o ex-agente duplo Serguei Skripal na Inglaterra, em 2018.

Com estas sanções, Washington fará oposição a qualquer ajuda à Rússia "por parte de instituições financeiras internacionais", limitará o acesso dos bancos americanos à dívida soberana russa e restringirá as exportações de bens e tecnologia, destacou a porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, em um comunicado.

O governo americano também limitará as exportações para a Rússia de produtos e tecnologia "de importância estratégica para o programa de armas químicas e biológicas" russo.

Estas medidas - adotadas de acordo com uma lei americana de 1991 relativa à eliminação de armas químicas e biológicas - entrarão em vigor "em 19 de agosto", após uma notificação do Congresso americano.

Depois da entrada em vigor, permanecerão operacionais durante 12 meses.

O comunicado afirma que "as medidas poderiam impedir a Rússia de ter acesso a bilhões de dólares de atividades comerciais bilaterais com os Estados Unidos".

A lei determina que as sanções somente poderão ser suspensas caso a Rússia ofereça garantias de que "não utilizará armas químicas no futuro" e se submeta ao controle de inspetores internacionais, assim como se indenizar as vítimas do ataque com o o agente Novichok.

Esta é a segunda bateria de sanções americanas neste caso. Em agosto de 2018, Washington adotou uma primeira série de medidas de represálias econômicas a Moscou, sobre a exportação de alguns produtos tecnológicos e sobre a venda de armas à Rússia.

Em 4 de março de 2018, o ex-agente duplo russo e sua filha Yulia foram encontrados inconscientes na cidade de Salisbury, no sul da Inglaterra, sendo imediatamente hospitalizados em estado grave.

Londres acusou Moscou de ser responsável pela tentativa de envenenamento de Skripal com um poderoso agente neurológico de concepção soviética - Novitchok - como represália por sua colaboração com os serviços britânicos de inteligência.

Uma ordem de prisão foi emitida contra dois russos suspeitos de executar o ataque e apresentados como membros da inteligência militar russa (GRU).

Moscou sempre negou qualquer responsabilidade no envenenamento do ex-espião.

O caso provocou uma crise diplomática que levou à expulsão de mais de 300 diplomatas, russos e ocidentais.

Serguei Skripal, ex-oficial do GRU, foi condenado em 2006 por "alta traição", mas foi beneficiado mais tarde por uma troca de espiões organizada por Moscou, Londres e Washington.

Skripal e sua filha receberam alta poucos meses depois do ataque e atualmente vivem escondidos. O episódio causou uma vítima colateral, uma mulher que faleceu depois de supostamente ter manipulado objetos contaminados com Novichok.

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (31) sanções contra o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, em um momento de aprofundamento das tensões entre os dois países.

"Javad Zarif implementa a agenda temerária do líder supremo do Irã e é o principal porta-voz do regime no mundo", disse em um comunicado o secretário do Tesouro, Steven T. Mnuchin.

Em 24 de junho, o Tesouro impôs sanções ao líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei como parte da estratégia impulsionada por Washington para pressionar o Irã depois de os Estados Unidos decidirem se retirar do acordo nuclear de Teerã.

Estas sanções implicam o congelamento de todos os ativos que o ministro possa ter nos Estados Unidos e a proibição de ter negócios com ele.

"Os Estados Unidos está mandando uma mensagem clara ao regime iraniano de que seu comportamento recente é completamente inaceitável", disse Mnuchin.

As tensões entre os dois países se intensificaram nas últimas semanas, com ataques a petroleiros no Golfo, atribuídos por Washington a Teerã, e a apreensão de navios petroleiros por parte do regime iraniano e do governo britânico, respectivamente.

"O tema-chave é que ele teve esta fachada (...) de ser um interlocutor sincero e razoável do regime. O que queremos dizer hoje é que ele não é assim", disse um alto funcionário do governo de Donald Trump, que falou com a condição do anonimato.

Além de tentar congelar seus ativos, Washington também busca restringir sua capacidade de viajar, embora se espere que apesar das sanções, possa seguir visitando a sede da ONU em Nova York, mas com severas restrições.

O cargueiro Bavand, um dos dois navios iranianos que ficaram quase dois meses parados no Porto de Paranaguá (PR) por falta de combustível precisou atrasar neste domingo (28) sua saída por causa de um problema mecânico, confirmaram os administradores portuários e a empresa que contratou as embarcações.

Os cargueiros ficaram retidos depois que a Petrobrás se negou a fornecer combustível por medo de violar as sanções americanas contra a República Islâmica.

##RECOMENDA##

Após uma decisão da Suprema Corte, a Petrobrás abasteceu os navios no sábado e a previsão era que deixassem Paranaguá ainda no fim de semana.

Um dos navios, o Termeh, zarpou no sábado para o Porto de Imbituba, Santa Catarina, onde seria carregado com milho antes de voltar para o Irã.

Mas o Bavand, que já estava carregado com 48 mil toneladas de milho e partiria na manhã deste domingo, sofreu um problema mecânico e precisou atrasar sua saída, prevista agora para as 11 horas de hoje. Ele seguirá para o Porto de Bandar Imam Khomeini, no Irã, uma viagem que deve durar 37 dias.

"Foram feitas as primeiras manobras, mas ficou constatado que precisava de uma manutenção porque ficou muito tempo parado sem combustível", informou à AFP um porta-voz da Eleva Química, a empresa brasileira que contratou as embarcações. A administração do porto confirmou a informação.

Na terça-feira, o Irã ameaçou cortar as importações do Brasil, se a Petrobrás não reabastecesse os dois navios. No dia seguinte, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, determinou que a estatal abastecesse os cargueiros ao considerar que as embarcações iranianas estão sob contrato com a empresa brasileira Eleva Química, que não faz parte da lista de agentes sob efeito de sanções dos EUA.

As sanções foram implementadas em novembro, após o presidente Donald Trump abandonar o acordo nuclear com o Irã. Segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, empresas ou países negociarem com as entidades podem ser alvos de multas e sanções. (Com agência internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 26, que espera resolver o "problema" dos navios iranianos parados há quase 50 dias no porto de Paranaguá (PR) "no máximo até segunda-feira (29) e sem criar qualquer rusga" com os Estados Unidos. Ele afirmou que "o governo está alinhado, sim, com o governo de Donald Trump".

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, determinou na noite de quarta-feira, 24, que a Petrobras abasteça os dois navios com bandeira do Irã que estão parados no litoral do Paraná desde junho. Ao recusar-se a fornecer o combustível, a estatal brasileira alegava que poderia ser punida pois as embarcações são alvo de sanções norte-americanas.

##RECOMENDA##

"Nosso governo está alinhado, sim, com o governo Trump. Estamos entrando em contato, temos conversado desde ontem (quinta) com o embaixador do governo americano nessa questão, tem a decisão do Toffoli. Agora, os bancos não querem, outros, né, não querem receber o recurso para esse reabastecimento do navio. Então espero que nas próximas horas, ou até no máximo segunda-feira, a gente resolva esse problema sem criar qualquer rusga com os Estados Unidos", declarou o presidente.

Bolsonaro falou com a imprensa ao deixar o Palácio da Alvorada, no final da manhã. O presidente passará o resto do dia em Goiâni, onde participará do 161º Aniversário da Polícia Militar de Goiás.

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, afirmou que seu país está disposto a negociar com os Estados Unidos, caso o governo americano retire sanções econômicas contra os iranianos. A declaração foi divulgada neste domingo no site oficial da presidência. "No momento em que vocês pararem com as sanções e as provocações, estamos prontos para negociar."

As tensões regionais têm aumentado um ano após o governo do presidente Donald Trump se retirar unilateralmente do acordo nuclear entre Teerã e potências globais. Os EUA desde então voltaram a impor sanções duras contra as exportações de petróleo iraniano, o que exacerba uma crise econômica que leva a moeda local, o rial, a se desvalorizar fortemente.

##RECOMENDA##

Mais cedo neste domingo, líderes de Reino Unido, França e Alemanha pediram o fim da "escalada de tensões" na região. O Irã recentemente começou a superar os limites de enriquecimento de urânio estabelecidos no acordo de 2015, mas diz que isso pode ser revertido se houver incentivos econômicos suficientes para compensar as sanções americanas. Fonte: Associated Press.

O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, criticou os comentários de autoridades japonesas que questionaram a credibilidade de Seul contra a Coreia do Norte, ao mesmo tempo em que justificavam o controle mais rigoroso de Tóquio sobre as exportações de alta tecnologia para a Coreia do Sul. A questão comercial se tornou uma disputa diplomática entre os dois países asiáticos.

Em reunião com líderes empresariais nesta quarta-feira (10), Moon disse que os sul-coreanos estão comprometidos em encontrar uma solução diplomática e pediu ao Japão que se abstenha de empurrar a situação para uma "rua sem saída".

##RECOMENDA##

Os comentários foram feitos horas depois de autoridades da Coreia do Sul terem dito, em reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, que as medidas japonesas teriam repercussão para os produtos eletrônicos em todo o mundo. Autoridades japonesas disseram que as medidas não correspondiam a um embargo comercial, mas sim a uma revisão dos controles de exportação com base em preocupações de segurança. Fonte: Associated Press.

Um navio suspeito de levar petróleo para a Síria foi interceptado nesta quinta-feira (4) na costa de Gibraltar, segundo o governo do território britânico. A ação, se comprovada, viola as sanções europeias contra a Síria.

Em um comunicado, o governo disse que tinha motivos razoáveis para acreditar que a embarcação Grace 1 transportava carregamento de petróleo bruto para a refinaria de Banyas, na Síria. "Essa refinaria é propriedade de uma entidade sujeita às sanções da União Europeia contra a Síria", disse o chefe do governo de Gibraltar, Fabian Picardo.

##RECOMENDA##

Segundo ele, com o seu consentimento, as "agências portuárias e de aplicação da lei buscaram a assistência dos fuzileiros navais na realização da operação." O governo publicou regulamentações na quarta-feira, 3, para impor as sanções contra a embarcação e sua carga.

As sanções europeias contra a Síria, adotadas no final de 2011 e prorrogadas em maio até 1º de junho de 2020, incluem um embargo ao petróleo. (Com agências internacionais).

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos impôs sanções a duas autoridades venezuelanas ao afirmar que os dois continuam a se envolver em atitudes corruptas e em fraudes significativas em detrimento do povo da Venezuela.

"O povo venezuelano confiou a seus funcionários públicos a prestação de serviços cívicos fundamentais, como água e eletricidade. O regime ilegítimo de [Nicolás] Maduro explora a confiança pública ao saquear bens, enriquecendo-se e observando sistemas públicos básicos falharem desnecessariamente e catastroficamente", disse o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin.

##RECOMENDA##

O ex-ministro de Energia Elétrica e presidente da Corporação Elétrica Nacional (Corpoelec), Luis Alfredo Motta Dominguez, e o vice-ministro de Finanças, Investimento e Alianças Estratégicas do Ministério de Energia Elétrica, Eustíquio José Lugo Gómez, foram as duas autoridades a quem foram impostas as sanções americanas.

De acordo com o Tesouro, "blackouts persistentes em todo o país são os mais recentes e piores de uma longa lista de falhas na eletricidade, decorrentes de anos de corrupção maciça, negligência e má administração da infraestrutura de eletricidade da Venezuela pelo ilegítimo regime de Maduro".

Fiéis a sua defesa do acordo nuclear com o Irã, as potências europeias signatárias do pacto rejeitaram nesta quinta-feira (9) o "ultimato" feito por Teerã.

O Irã anunciou ontem que deixará de aplicar dois de seus compromissos do acordo internacional assinado em 2015 com Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha, uma resposta à decisão unilateral de Washington de abandonar o pacto em 2018 e restabelecer sanções.

Teerã ameaçou ainda renunciar a outros compromissos, caso os demais signatários do acordo não encontrem uma solução no prazo de 60 dias para aliviar os efeitos das sanções americanas contra o Irã, em particular nos setores petroleiro e bancário.

"Rejeitamos qualquer ultimato e avaliaremos o cumprimento por parte do Irã de seus compromissos nucleares", advertiram Alemanha, França e Reino Unidos, assim como a alta representante da UE para Política Externa, Federica Mogherini, em uma declaração conjunta.

Pouco depois, o presidente francês, Emmanuel Macron, considerou que "sair do acordo nuclear de 2015 é um erro, porque acaba com o que trabalhamos. É por isso que a França continua e vai continuar, e desejo profundamente que o Irã também continue".

"Não podemos cair na febrilidade, cair numa escalada. É preciso trabalhar pela nossa segurança coletiva e, portanto, (trabalhar) para preservar a presença do Irã neste acordo", acrescentou Macron.

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, criticou a declaração conjunta, estimando que "os Estados Unidos intimidaram a Europa" e que "a UE pode apenas expressar seu pesar".

Em um clima de crescente tensão entre Irã e Estados Unidos, que anunciou na terça-feira o envio de bombardeiros B-52 ao Golfo, os europeus pediram a Teerã que evite uma escalada. Os europeus também lamentaram a adoção de novas sanções por parte de Washington.

"Seguimos totalmente comprometidos com a preservação e a plena implementação do acordo nuclear, uma conquista essencial na arquitetura global da não-proliferação nuclear, que está dentro do interesse da segurança de todos", afirma o comunicado conjunto, que também faz um apelo ao Irã para que se "abstenha de qualquer escalada".

"Esperamos que o Irã siga respeitando os formatos e mecanismos estabelecidos pelo acordo nuclear", afirmam os três países e a UE.

Já a Rússia condenou "com firmeza" a decisão americana e pediu negociações a todas as partes para tentar salvar o acordo, "diante da gravidade do que está acontecendo".

"Autorizar o aço e outros metais iranianos em seus portos não será mais tolerado", advertiu o presidente Donald Trump aos demais países.

Em relação ao Irã diretamente, o presidente Trump pareceu amenizar o tom. "Gostaria que me ligassem", disse ele a jornalistas na Casa Branca. "Deveriam ligar", acrescentou. "Se fizerem isso, estamos abertos a falar com eles", completou.

Validado por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, o acordo permitiu ao Irã obter uma suspensão parcial das sanções internacionais, em troca de limitar seu programa nuclear.

Por considerar que o acordo não oferecia garantias suficientes, Donald Trump retirou seu país do pacto há apenas um ano e retomou as sanções contra Teerã. A medida afetou duramente sua economia e as relações comerciais com outros países.

Apesar da promessa dos demais signatários de permitir que o Irã se beneficiasse das vantagens econômicas do acordo, o mecanismo criado pela UE para manter o comércio e evitar as sanções dos Estados Unidos não permitiu nenhuma transação.

O Grupo de Lima pediu nesta segunda-feira à comunidade internacional que siga impondo sanções contra o governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao mesmo tempo em que pediu a China, Cuba, Rússia e Turquia o apoio a um processo de transição no país sul-americano, após considerar que o apoio dessas nações a Maduro tem um impacto negativo na região.

Horas antes da divulgação de uma declaração de 17 pontos - firmada por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai e Peru -, o governo canadense anunciou a imposição de mais sanções contra o governo do presidente Maduro, que considera "ilegítimo". A ministra das Relações Exteriores canadense, Chrystia Freeland, afirmou que as sanções afetam 43 altos funcionários venezuelanos, entre eles governadores regionais, por estar implicados no enfraquecimento das instituições democráticas. O Canadá já havia imposto sanções contra outras 70 pessoas ligadas ao governo do líder socialista. As sanções incluem o congelamento de ativos e a proibição de que canadenses possam realizar qualquer transação financeira com essas pessoas.

##RECOMENDA##

Em seu comunicado, o Grupo de Lima ainda pediu que o chamado Grupo de Contato - formado por países europeus e alguns latino-americanos, como México, Uruguai e Bolívia, além de outros membros da comunidade internacional - concorde em agir para "exigir o fim da usurpação e a celebração de eleições livres, justas e transparentes, com acompanhamento e observação internacional".

O Grupo de Lima reiterou seu reconhecimento e apoio ao oposicionista Juan Guaidó como líder legítimo do país. O encontro do grupo ocorreu 48 horas após um giro do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, por Chile, Paraguai, Peru e Colômbia, com o quadro na Venezuela em pauta.

A próxima reunião do Grupo de Lima deve ocorrer na Guatemala, em data ainda a definir. Fonte: Associated Press.

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse, nesta quinta-feira (31), que o Brasil pode adotar “pequenas sanções” para aumentar a pressão para que sejam adotadas medidas sobre o agravamento da crise na Venezuela. Ele reiterou que o Brasil não vai intervir na política interna do vizinho. Segundo ele, a possibilidade de bloqueio de bens de autoridades venezuelanas no Brasil “é uma solução que pode ser aventada”.

“Podemos adotar essas pequenas sanções, mas não vamos cruzar uma linha que a gente sabe como começa, mas não sabe onde termina”, afirmou, ao destacar a posição do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

##RECOMENDA##

Mourão acredita que a solução para a crise venezuelana está próxima. De acordo com ele, a indicação do desfecho é a decisão de hoje da União Europeia que reconheceu o deputado federal Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela e recomendou aos países da região seguirem o mesmo sentido.

Para o vice-presidente, a questão venezuelana só será resolvida quando “as Forças Armadas venezuelanas se derem conta de que não dá para continuar da forma como está”.

“Acho que está chegando [o fim do impasse]. As pressões estão cada vez maiores e o país está fechado em si mesmo. Acho que entenderam que chegaram a esse limite. Nós, militares, em todos os lugares do mundo, a gente entende que tem um limite ate onde a gente pode ir”, afirmou.

O vice-presidente da República voltou a lamentar a represália a jornalistas estrangeiros que atuam na região e lembrou os profissionais que foram recentemente presos por agentes que apoiam o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Ontem (30), dois jornalistas chilenos foram detidos enquanto faziam a cobertura de um protesto contra Maduro. “A liberdade de imprensa na Venezuela já foi banida há um tempo”, disse Mourão.

Comissões bilaterais

Ao deixar o gabinete no Anexo 2, do Palácio do Planalto, Mourão ainda anunciou a retomada das atividades de comissões bilaterais como a do Brasil com China e Rússia. Ainda neste semestre, Mourão pretende visitar o território chinês para o primeiro encontro desde que a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível (Cosban) foi suspensa.

“Está parada porque, por legislação, o vice-presidente é quem conduz esse trabalho. Como o presidente [Michel] Temer passou a ser presidente e não tinha vice, [ficou suspenso]”, explicou.

As conversas com a Rússia serão retomadas no segundo semestre e, segundo Mourão, o encontro será em território brasileiro. As datas ainda serão acertadas com o presidente Jair Bolsonaro.

A agenda internacional dominou a manhã de hoje em seu gabinete. O vice-presidente recebeu a chefe da delegação da União Européia, Cláudia Gintersdorfer, e, em seguida, o embaixador do Canadá, Riccardo Savone.

O governo americano impôs na segunda-feira, 28, pela primeira vez sanções à PDVSA, estatal do petróleo da Venezuela. Todo o dinheiro da compra de petróleo pelos EUA vai agora para contas bloqueadas que só poderão ser movimentadas pelo "governo democraticamente eleito da Venezuela", segundo o secretário do Tesouro, Steve Mnuchin. De acordo com ele, US$ 7 bilhões em ativos da estatal foram bloqueados pelos EUA.

O objetivo das sanções é impedir o acesso da cúpula chavista e do presidente Nicolás Maduro à renda do petróleo e pressionar os militares, que comandam atualmente a PDVSA, a mudar de lado. Além de congelar os bens da PDVSA, os EUA também impediram que empresas americanas façam negócios com a estatal venezuelana.

##RECOMENDA##

"Os EUA estão punindo os responsáveis pelo declínio trágico da Venezuela e seguirão usando medidas diplomáticas e econômicas para apoiar o presidente interino Juan Guaidó", disse Mnuchin. "Essa medida também impedirá Maduro de desviar recursos da PDVSA. O caminho para a remoção das sanções será transferir o controle da empresa para o presidente interino e um governo eleito."

Nesse sentido, pouco antes do anúncio, o líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, que na semana passada se declarou presidente interino do país, disse que dará início ao processo de nomeação de novos diretores da PDVSA e da Citgo, a filial americana da empresa. Guaidó afirmou também que o Parlamento assumirá o controle de contas do Estado venezuelano em instituições internacionais.

Reconhecido por grande parte da comunidade internacional, principalmente no continente americano, Guaidó pretende com isso ter acesso a recursos financeiros que antes eram controlados pelo presidente Nicolás Maduro.

As exportações de petróleo venezuelano para os EUA caíram bastante nos últimos anos, principalmente a partir do agravamento da crise na Venezuela. Em 2017, segundo o Departamento de Energia, os EUA compravam diariamente 500 mil barris, frente a 1,2 milhão de 2008. Apesar disso, a Venezuela oscila entre o terceiro e o quarto lugar de maior fornecedor de petróleo dos EUA.

Analistas lembram, no entanto, que Caracas ainda tem aliados e clientes importantes que reconhecem Maduro, como é o caso de Rússia, China, Índia, Turquia e Malásia. Esses países, em tese, poderiam absorver os 500 mil barris que são vendidos diariamente aos EUA.

O problema para os chavistas é que sem acesso a bancos europeus e americanos, a logística das exportações fica complicada. De acordo com o economista Russ Dallen, da Caracas Capital, os custos da operação também aumentariam, porque os portos venezuelanos não estão aptos a carregar navios para países tão distantes. Com isso, a escassez de alimentos e remédio tende a se agravar.

A estratégia arriscada e incomum de reconhecer um governo alternativo tem por trás um objetivo econômico: bloquear o acesso do regime chavista aos recursos do petróleo e aos ativos venezuelanos no exterior, o que traz inúmeras implicações jurídicas e financeiras.

O principal alvo da estratégia é a Citgo, a filial americana da PDVSA com sede em Houston, responsável por grande parte das receitas da empresa. Outro alvo seria a quantia de US$ 1,2 bilhão em reservas de ouro depositadas no Banco da Inglaterra, que correspondem a 15% das reservas internacionais do país.

Caso a União Europeia também reconheça o governo da oposição, Maduro poderia ter ainda mais dificuldades para vender petróleo, ampliando os efeitos da crise. Bruxelas deu até o fim desta semana para Maduro organizar eleições. "A perda da Citgo e do mercado americano afetará o fluxo de caixa do governo, o que levará a mais fome e mais gente fugindo do país", disse Dallen.

A produção venezuelana de petróleo está em crise há pelo menos sete anos, com o sucateamento da PDVSA e a fuga de cérebros após o presidente Hugo Chávez demitir diretores críticos de seu governo. Nos últimos anos, a queda se acentuou e hoje a produção é só um terço do que era há 20 anos.

Para Diego Area, do centro de estudos Atlantic Council, a manobra dos EUA é um dos passos de uma espiral veloz de mudança política. "A reconstrução de países é um processo de médio prazo, mas a mudança política é inevitável, porque a comunidade internacional está comprometida e há uma pressão social interna", afirma Area. A decisão de ontem, porém, foi considerada "perigosa" por economistas como Jeffrey Sachs, que disse à CNN que o passo tomado poderia levar a Venezuela a uma "catástrofe".

Dólar. Ainda ontem, o governo venezuelano desvalorizou o bolívar soberano para pessoas físicas e jurídicas e equiparou a cotação da moeda em relação ao dólar ao câmbio paralelo. Ainda não estava claro se a taxa preferencial para empresas públicas, alvo de denúncias de corrupção, seguirá existindo. (Com agências; colaborou Beatriz Bulla)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um representante do Tesouro dos EUA esteve reunido nesta semana com líderes da oposição venezuelana em Brasília para negociar sanções contra a Venezuela. A informação foi revelada ao 'Estado' pelo ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, que esteve na reunião. A discussão deve continuar em Davos, onde seis presidentes latino-americanos debaterão a crise a partir de terça-feira (22).

Segundo Ledezma, a ideia de asfixiar o regime ganhou forma no início de janeiro, quando o Grupo de Lima - aliança de países da região formada para pressionar a Venezuela - chegou a um entendimento de que algumas medidas poderiam ser aplicadas. "Agora, é uma questão de avaliar como cada governo pode realizar isso", disse o opositor.

##RECOMENDA##

Ledezma fugiu da Venezuela em novembro de 2017, passou pela Colômbia e se refugiou na Espanha. Seu trajeto é mantido em sigilo, mas ele garante que foi ajudado por "militares venezuelanos e por um terço" que até hoje leva consigo. Ele admitiu que chegou a planejar uma fuga por Roraima, mas optou pela fronteira com a Colômbia.

Ledezma revelou que, em Brasília, o grupo de opositores venezuelanos esteve reunido com o presidente do Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi), o americano Marshall Billingslea. Além de chefiar a instituição, Billingslea comanda a Secretaria de Crimes Financeiros e Financiamento do Terrorismo, ligada ao Departamento do Tesouro dos EUA.

"As sanções estão na agenda", disse Ledezma, que indicou que espera que o governo brasileiro siga a mesma orientação. Ao Estado, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, indicou que, por enquanto, não há uma ordem do presidente Jair Bolsonaro para aplicar sanções, mas o Brasil não descarta medidas duras no futuro. "Dependendo de como será a evolução nos próximos meses, pode não apenas ter gestos de apoio, mas adotar outras medidas", afirmou Lorenzoni.

Ledezma acredita que os governos latino-americanos estão buscando uma "forma constitucional" de colocar em andamento essas sanções. Segundo ele, a oposição venezuelana aposta nos brasileiros para acelerar a transição. "O Brasil busca um papel destacado na solução da crise. Vemos o presidente Bolsonaro como um homem que está cumprindo o que prometeu durante a campanha eleitoral", afirmou.

Davos

Ledezma diz que o próximo passo no debate sobre a crise venezuelana será dado em Davos, durante o Fórum Econômico Mundial. Uma sessão sobre o assunto está programada para a quarta-feira, 23, com a presença de Bolsonaro e de outros líderes regionais. Na pequena estação de esqui da Suíça, seis presidentes latino-americanos confirmaram presença no evento que reúne a elite financeira mundial.

Na quinta-feira, 24, outro debate será realizado sobre a Venezuela em Davos, com a participação do chanceler do Equador e pesquisadores. "A comunidade internacional está preocupada e existe um risco de uma crise regional", disse Ledezma.

Para o ex-prefeito de Caracas, a proposta lançada por Maduro, na sexta-feira, 18, de ter um encontro "cara a cara" com o presidente americano, Donald Trump, "não tem chance de ocorrer". "Ele (Maduro) não é o presidente da Venezuela. Isso mostra que ele está desesperado. Maduro não aproveitou as oportunidades que teve para um diálogo real. Agora, ninguém acredita que ele queira o diálogo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Milhares de iranianos saíram às ruas neste domingo (4) em comemoração ao 39º aniversário da tomada da embaixada americana em Teerã, apenas algumas horas antes de os Estados Unidos restabelecerem todas as sanções internacionais contra o Irã. A crise dos reféns americanos, após a queda do Xá do Irã, aliado dos EUA, durou 444 dias e só terminou em janeiro de 1981, com a libertação dos 52 diplomatas americanos.

Alguns iranianos aproveitaram a ocasião neste domingo para expressar sua raiva contra o presidente americano, Donald Trump. "Hoje, a nação iraniana vai mostrar que o sr. Trump é muito pequeno para conseguir fazer o Irã se ajoelhar", disse o presidente do parlamento, Ali Larijani. Em maio, Trump retirou os EUA do acordo nuclear de 2015 com o Irã e na última sexta-feira anunciou que as punições seriam retomadas nesta segunda-feira (5). Segundo a Organização das Nações Unidas, porém, Teerã continua honrando o acordo.

##RECOMENDA##

"Sr. Trump! Nunca ameace o Irã, porque os gemidos de forças americanas assustadas em Tabas ainda podem ser ouvidos", disse o general Mohammad Ali Jafari, referindo-se a uma tentativa fracassada dos EUA de resgatar os reféns, conhecida como Operação Garra de Águia.

O Irã já está passando por uma crise econômica. A moeda local, o rial, é negociada a 145 mil por dólar, em comparação a 40.500 por dólar um ano atrás. No fim do ano passado, a situação econômica desencadeou grandes protestos contra o governo, que resultaram em quase 5 mil prisões e pelo menos 25 mortes.

"O povo iraniano está sentindo a pressão econômica na mesa de jantar, mas não vai abandonar o Islã, seus valores e a Revolução Islâmica por causa da alta dos preços, disse Jamshid Zarei, que participou das comemorações neste domingo.

Segundo os EUA, as sanções não têm como objetivo derrubar o governo, mas persuadi-lo a mudar radicalmente suas políticas, como o apoio a grupos militantes regionais e o desenvolvimento de mísseis balísticos de longo alcance. No entanto, o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, e o assessor de segurança nacional do presidente, John Bolton, já deram declarações públicas apoiando a derrubada do governo iraniano. Fonte: Associated Press.

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou sanções contra o que qualificou como uma "vasta rede de negócios que fornece apoio financeiro" à milícia Basij, uma força paramilitar ligada à Guarda Revolucionária do Irã. Em comunicado, o Tesouro americano afirma que essa milícia recruta e treina crianças como soldados, além de controlar vários interesses empresariais em áreas como mineração, automóveis, metais e bancos, com negócios no Oriente Médio e na Europa.

Secretário do Tesouro, Steven Mnuchin afirma que a atuação da força iraniana "tem consequências humanitárias reais no mundo" e ajuda a fazer valer as "violentas ambições do regime no Oriente Médio". A sanção busca punir terroristas e quem fornece apoio a eles, diz a nota oficial.

##RECOMENDA##

Os EUA impuseram sanções contra uma rede de 22 bancos, fundos e companhias que seriam usados para financiar a milícia Basij, formada pouco após a Revolução Islâmica de 1979. Segundo o governo americano, são recrutadas até crianças de apenas 12 anos para essa força. Agentes da milícia são enviados à Síria para apoiar o "brutal regime" de Bashar al-Assad, complementa o comunicado.

O Tesouro americano afirma ainda que uma série de entidades mantêm negócios com as companhias suspeitas, na Ásia e na Europa. Segundo o governo do presidente Donald Trump, essas entidades devem garantir que evitem negócios que apoiem atividades ilegais do regime iraniano, ou podem acabar também alvo de sanções.

Um tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) ordenou hoje que os EUA suspendam as sanções que afetam o comércio de bens humanitários e a aviação civil com o Irã, decisão que Teerã alegou ter vencido sua batalha contra o governo Trump.

Não está claro se Washington seguirá a decisão da Corte Internacional de Justiça, o que complicaria seus esforços para aumentar a pressão econômica contra o Irã.

##RECOMENDA##

Washington argumenta que o tribunal não tem jurisdição sobre suas medidas de sanções. Não houve comentários imediatos do Departamento de Estado.

A decisão de quarta-feira foi uma decisão provisória sobre um caso mais amplo em que o Irã questionou a legalidade das sanções dos EUA. Esse caso principal pode levar anos para ser resolvido.

Embora Washington tenha dito que suas sanções não terão como alvo a ajuda humanitária, a decisão pode minar sua estratégia de sanções, se implementada.

Os EUA está reimpondo amplas sanções a Teerã após a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, em maio de retirar os EUA do acordo nuclear iraniano de 2015.

O tribunal disse que os canais de pagamento necessários para realizar o comércio humanitário e de aviação devem estar disponíveis, o que significa que as poderosas sanções financeiras dos EUA podem precisar ser relaxadas. A ameaça dos EUA de cortar o acesso de empresas estrangeiras e bancos ao mercado do dólar e o sistema financeiro dos EUA é a principal ferramenta financeira que permitiu a Washington reduzir o comércio internacional com inimigos dos EUA, como Irã e Coreia do Norte.

A decisão também exigiria que os EUA suspendessem a revogação de licenças para a venda de aeronaves comerciais e peças para o Irã. Esse movimento foi parte de uma primeira rodada de sanções renovadas que entraram em vigor em agosto.

Fonte: Dow Jones Newswires.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando