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Candidato à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) afirmou que o teto de gastos não pode ficar "intocado". Em entrevista ao Estadão/Broadcast, ele defendeu uma discussão sobre a retomada do auxílio emergencial ou um aumento do Bolsa Família a partir de fevereiro.

Pacheco é apoiado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e pelo presidente Jair Bolsonaro. Fechou uma aliança com nove partidos, entre os quais o PT, que reúnem 41 senadores, sem contar dissidências. Na disputa, terá como principal adversária a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que até agora conquistou a adesão de quatro legendas (28 senadores) à sua campanha.

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Diante das críticas e da pressão que Bolsonaro vem sofrendo, Pacheco disse que o impeachment não pode ser banalizado e considerou que a conduta do presidente não representa uma ameaça à democracia.

Qual é o melhor caminho para o auxílio emergencial?

Temos um compromisso absoluto com o teto de gastos e o ajuste fiscal. Não é possível gastar o que não tem. Todavia, há um estado de necessidade em função da pandemia. Precisamos, enquanto Estado, encontrar uma solução para remediar o problema dessas pessoas mais vulneráveis, seja com auxílio emergencial renovado seja com incremento do Bolsa Família ou de algo assemelhado.

Poderia ser feito com crédito extraordinário, fora do teto?

A forma de fazer, se é com crédito extra, com cumprimento do teto, rompimento do teto, isso tudo precisamos dialogar com o Ministério da Economia. Tem que ser rápido porque a fome não espera. Precisamos compatibilizar a observância da rigidez fiscal com a necessidade de ter esse auxílio.

O teto corre risco com a execução do Orçamento neste ano. A regra precisa ser rediscutida?

Seria difícil. Exigiria mudança de regra e muita boa vontade e sacrifício do governo federal e do País. Essa é uma discussão que devemos fazer à luz da técnica, dos números, do regramento, mas à luz também da sensibilidade humana e política de atender às pessoas.

Então o teto de gastos não vai ficar intocado?

O teto não pode ficar intocado em um momento de extrema necessidade em que é preciso salvar vidas. Obviamente, essa rigidez pode ser relativizada, mas vamos trabalhar muito para que não seja relativizada.

O governo errou na condução da vacinação contra a Covid-19?

Vejo erros e acertos do governo federal, dos estaduais e das prefeituras. Não vejo erro deliberado, com vontade de errar, especialmente em um tema que sacrifica a população. São erros decorrentes do inusitado da situação. Agora, temos que reunir o Congresso e buscar mais acertar do que errar.

Durante a pandemia, é possível avançar com alguma pauta fora do combate à Covid-19?

Podemos evoluir com a reforma tributária e administrativa, não necessariamente nos moldes concebidos pelo governo federal.

Reforma tributária com CPMF?

A reforma tributária não pode ser errada e sacrificar setores inteiros e Estados. Não se pode criar mais um imposto sem modificar os atuais. É até aceitável se pensar na criação de um tributo, desde que haja desoneração na outra ponta, um sistema que não imponha sacrifício ao contribuinte. Aí, eventualmente, pode ser discutido, cria CPMF e desonera a folha. Acho que este ano a reforma sai do papel e vira realidade.

Tem ambiente para discutir privatizações? O Congresso pode aprovar a privatização da Eletrobras neste ano?

Tem espaço para discutir privatizações. Eu defendo o conceito, mas não pode ser entreguismo sem critério num momento de muita dificuldade econômica, porque, se não, vira uma gota de água na chapa quente do orçamento. Não é raciocínio fácil dizer que a Eletrobras precisa ser vendida. Episódios recentes demonstraram que a iniciativa privada é muito boa, mas por vezes não tem o compromisso social que o setor público tem, vide o que aconteceu no Amapá.

Em 2018, o sr. disse que chegaria ao Senado para "dar uma chacoalhada naquilo lá". O que pretende fazer agora?

A pandemia é o mote principal. O foco haverá de ser a preservação da saúde pública, um programa social e o crescimento econômico a partir das reformas que sejam necessárias.

Bolsonaro declarou ter simpatia pela sua candidatura. O sr. é o candidato do governo?

Eu sou candidato dos senadores e das senadores. A manifestação do presidente foi por mim muito bem recebida. Não há interferência do presidente Bolsonaro. É uma sinalização positiva de que podemos ter um ambiente de pacificação nos próximos dois anos, mas sempre resguardada a independência do Senado.

Um advogado criminalista disputando a presidência do Senado é uma ameaça à Lava Jato?

Não podemos considerar um partido A ou B como inimigo da Lava Jato. A operação cumpriu e cumpre papel importante por alcançar toda e qualquer pessoa, mas não se pode atropelar a Constituição. É questão interna corporis da Procuradoria-Geral da República a manutenção ou não da Lava Jato. Não haverá da minha parte resistência a pautas de moralidade, ética e combate à corrupção. Essa é uma pauta do Senado, não da Lava Jato.

Cresce a pressão pelo impeachment do presidente Bolsonaro. Tem espaço para discutir isso?

Impeachment é algo muito grave, que abala as estruturas da República e que precisa ter fundamento de fato e jurídico. Nós já tivemos dois episódios de impeachment recentemente. Não foram passagens boas para a estrutura da República. Justo ou não, é sempre um episódio ruim da vida nacional. Não podemos banalizar o instituto do impeachment. De qualquer forma, minha percepção de nada vale neste momento porque, caso haja algum pedido, será submetido à Câmara.

Vê crime de responsabilidade nos pedidos feitos até agora?

Seria leviano da minha parte dizer. Isso é um exame que tem que ser muito apurado, responsavelmente feito.

O presidente participou de atos pelo fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso. Recentemente, falou que as Forças Armadas decidem se o país vai viver em uma democracia ou em uma ditadura. Isso preocupa?

Vivemos numa democracia. Há divergências que, às vezes, evoluem para atritos. E esses atritos, por vezes, têm algum tipo de rispidez. A democracia do Brasil está consolidada. Obviamente, teremos toda a observância e cautela para preservar a defesa do estado democrática de direito. Há uma distância muito longa entre manifestações e ameaça concreta às instituições democráticas. Não acredito que passe pela cabeça do presidente qualquer iniciativa de ruptura democrática.

Pretende reativar o Conselho de Ética para analisar as representações contra Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Chico Rodrigues (DEM-RR)?

O conselho deverá ter funcionamento oportuno assim que as regras sanitárias permitirem.

O Senado vai pautar a prisão em segunda instância, se o sr. se tornar presidente?

Aguardamos a elaboração da Câmara de algo que concilie o anseio da sociedade com a observância do princípio da culpabilidade. É preciso compatibilizar o trânsito em julgado com o efeito da pena.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O candidato à presidência da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), foi ao Twitter agora à tarde reforçar o discurso de disciplina fiscal no País, após tecer comentários sobre a possibilidade de extensão do auxílio emergencial na manhã desta quinta-feira, 21.

"Apenas ratificando o que eu quis dizer em reunião hoje pela manhã com investidores: primeiro reforçar meu compromisso com a disciplina fiscal que vem sendo implementada", escreveu Lira. "Qualquer discussão sobre eventual auxílio emergencial adicional deve ser feita de forma responsável e acompanhada do aprofundamento de reformas que viabilizem a consistência fiscal de médio e longo prazos no Brasil."

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Pela manhã, o deputado respondeu sobre a possibilidade da retomada do auxílio emergencial e disse que, dentro do teto de gastos, e com o Orçamento aprovado, o mercado poderia aceitar um gasto entre R$ 20 bilhões e R$ 50 bilhões por um período máximo de seis meses.

"Penso que (o auxílio) foi providencial para manutenção da economia aquecida, mas sabemos que ele teve falhas. Acho que a base de recebimento será menor. O cadastro será mais polido", disse ele, durante reunião mensal do Conselho Político e Social (COPS), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Ele disse ainda no evento que não tinha conversado com o governo sobre o tema.

Candidato do governo Jair Bolsonaro à presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL) lidera a corrida pelo cargo nas três principais bancadas temáticas da Casa. De acordo com levantamento feito com base no placar Estadão, o líder do Centrão tem mais votos declarados do que seu principal adversário, Baleia Rossi (MDB-SP), entre os deputados que integram as bancadas ruralista, evangélica e "da bala". A eleição está marcada para o dia 1º de fevereiro.

A maior diferença proporcional entre os dois se dá entre os evangélicos. Neste grupo, Lira soma cem votos declarados enquanto Baleia alcança 21. Para reverter este quadro, o emedebista teria de conquistar os "indecisos" e ainda tirar votos de seu concorrente, já que nem a soma de seus apoios com o total de parlamentares que não quiserem responder à enquete seria suficiente para ultrapassar o alagoano.

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Pesquisas que medem a taxa de aprovação de Bolsonaro colocam os eleitores evangélicos como os mais satisfeitos em relação ao governo, o que poderia explicar a vantagem de Lira entre os deputados que representam esse eleitorado. Em dezembro, por exemplo, pesquisa XP/Ipespe mostrou que 53% dos entrevistados que se dizem fiéis a alguma denominação evangélica consideravam a gestão federal boa ou ótima.

No caso da bancada ruralista, Bolsonaro já cobrou por diversas vezes o apoio dos deputados, argumentando que o campo "nunca teve um tratamento tão justo e honesto" como em seu governo. O líder da bancada, deputado Alceu Moreira, no entanto, criticou a insistência do presidente e até já declarou apoio a Baleia. Neste grupo, a vantagem de Lira é menor: 106 a 47.

Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Moreira afirma que o apoio ao emedebista não é geral entre a bancada, mas que vai exigir do candidato o compromisso com pautas nas quais não houve abertura com o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A prioridade, segundo ele, é a reforma tributária.

Uma das propostas em discussão no Congresso foi apresentada por Baleia Rossi. Além disso, a frente dos ruralistas vai cobrar a votação de projetos do setor, entre eles a regularização fundiária. O projeto foi um dos temas de atrito entre Maia e o líder da bancada ruralista.

Já os representantes da chamada 'bancada da bala', que reúne deputados que já foram militares, que compuseram equipes da Polícia Civil e que apoiaram majoritariamente a eleição de Bolsonaro em 2018, a diferença de apoios é da ordem de 40% pró-Lira. Neste grupo, porém, 89 parlamentares não aceitaram responder à enquete do Estadão, o que, em tese, aumenta as chances do emedebista de reduzir a margem para seu concorrente. 

Candidato à presidência da Câmara, o líder do Centrão, deputado Arthur Lira (PP-AL), disse que, se eleito, vai priorizar a rápida votação do Orçamento 2021 e que terá um "tripé de reformas" para o primeiro semestre como meta, incluindo, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial, que está no Senado, e as reformas tributária e administrativa.

"Sabemos que temos um tripé de reformas para trabalhar nesse primeiro semestre", disse. "Votando o Orçamento, poderemos discutir diversos assuntos. Temos a responsabilidade de manter os gastos sobre controle", afirmou Lira, que participa da reunião mensal do Conselho Político e Social (COPS) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "A administrativa, na nossa visão, dará sim uma sinalização forte de que as despesas devem ser contidas", acrescentou.

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Na conversa, ele fez acenos ao setor de comércio. "Sabemos que a geração de emprego e renda tem de ser prioridade", disse ele, citando a necessidade de manutenção de condições favoráveis para o pequeno e o micro empresário fazerem negócios.

Lira também defendeu uma linha de crédito para o setor. O deputado reiterou que terá uma pauta "previsível" na Câmara, divulgada com uma semana de antecedência, e que trabalhará pela volta dos trabalhos presenciais no plenário da Casa.

A disputa pelo comando da Câmara já chegou à Justiça. O presidente do PDT, Carlos Lupi, e o deputado Mário Heringer (PDT-ES) pediram ontem a interferência do Supremo Tribunal Federal (STF) para que a votação no próximo dia 1º de fevereiro seja virtual para os deputados do grupo de risco da Covid-19.

Após pressão de apoiadores da candidatura de Arthur Lira (PP-AL), a Câmara decidiu na segunda-feira (18) que a eleição para a sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) será em votação estritamente presencial. A decisão foi tomada em reunião da Mesa Diretora da Casa, com votos contrários de Maia e também de Heringer, que é médico e o relator da questão.

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Maia estudava a possibilidade de realizar um formato misto de eleição, liberando a votação virtual para o grupo de risco. Segundo ele, cerca de 2 mil servidores precisam ser mobilizados no dia.

PSL

Lira, que recebeu apoio formal do PTB nesta terça, 19, disse neta quarta, 20, que a adesão do PSL à sua candidatura "é fato consumado". Segundo o deputado, ele já tem maioria dentro do partido, que estava dividido e havia anunciado apoio a Baleia Rossi (MDB-SP). "Havia aquelas questões internas (no PSL) de suspensões, mas nós não concordamos com a decisão monocromática. Encontramos politicamente uma outra forma. Essa questão está resolvida", afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O PSB declarou apoio para Simone Tebet (MDB-MS) na disputa pela presidência do Senado. O partido tem uma integrante na Casa, a senadora Leila Barros (DF). Com isso, a candidata do MDB soma quatro partidos na aliança, incluindo a própria bancada, e 28 senadores, sem contar as divisões internas.

Tebet também atraiu o apoio do Podemos e do Cidadania. O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), por sua vez, fechou acordo com nove legendas, que representam 41 senadores, número suficiente para uma vitória na eleição. Dos dois lados, porém, há dissidências. No dia da eleição, o voto é secreto.

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Uma nota assinada como posicionamento oficial do PSB e da senadora justifica a escolha pela possibilidade de o Congresso ter a primeira mulher como presidente, além de independência em relação ao Palácio do Planalto. Leila Barros é aliada de Davi Alcolumbre, mas faz parte de um partido de oposição ao governo e decidiu se aliar à candidata do MDB. "A candidatura inédita de uma mulher à presidência do Senado é um fato histórico."

"Simone Tebet garantirá independência e autonomia para o Senado e o Congresso Nacional. A senadora também demonstrou em diversos momentos que tem capacidade para dialogar com diversas lideranças políticas", diz a nota.

Para contrapor o favoritismo de Pacheco, apoiado pelo atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e pelo presidente Jair Bolsonaro, Tebet decidiu apostar em uma bandeira de independência em relação ao Executivo. A intenção é formar um discurso único com o candidato Baleia Rossi (MDB-SP), candidato à presidência da Câmara, para contrapor o Palácio do Planalto na sucessão.

Líder do Centrão na Câmara dos Deputados e candidato favorito de Jair Bolsonaro para a presidência da Casa, o deputado Arthur Lira (PP-AL) afirmou, nesta quarta-feira (20), que a discussão sobre eventual processo de impeachment contra Bolsonaro não é assunto de sua campanha. "Impeachment é tema pertinente ao presidente atual da Casa. Não vou usurpar nem um dia do mandato dele", declarou Lira, que faz visita ao Rio. "Se eu me eleger no dia 1º, eu falo dessa questão."

O candidato, que na terça-feira recebeu apoio formal do PTB e também de parte da bancada do PSL, garantiu ainda que o apoio a sua campanha já é o maior "em termos quantitativos" na Câmara dos Deputados. Segundo Arthur Lira, o apoio do PSL à sua candidatura "é fato consumado". "Temos regras regimentais, já tínhamos maioria absoluta. Havia aquelas questões internas (no PSL) de suspensões, mas nós não concordamos com a decisão monocromática. Encontramos politicamente uma outra forma. Essa questão está resolvida", declarou. "Tivemos também a entrada do PTB, o que nos faz hoje o único bloco formal dentro da Casa e o maior em números quantitativos."

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O deputado também negou que tenha conversado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre eventual apoio a um novo imposto sobre transações financeiras. E acrescentou: "quero deixar claro uma mudança de rumo a partir de 2 de fevereiro. O presidente (da Câmara) vai sempre pautar, mas vai sempre ouvir o colégio de líderes, a maioria. A política do 'eu faço' vai acabar. Nós vamos fazer."

O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) oficializou a candidatura à presidência do Senado nesta terça-feira, 19. O candidato já vinha atuando nos bastidores e atraiu o apoio de nove partidos. Em nota, ele formalizou a intenção de concorrer à vaga. Além do DEM, líderes de PSD, Progressistas, PT, PL, PDT, PROS, Republicanos e PSC declaram apoio a Pacheco.

O senador é apoiado pelo atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que, após ter o projeto de reeleição barrado no Supremo Tribunal Federal (STF), tenta fazer o sucessor. O candidato do DEM também tem a simpatia do presidente da República, Jair Bolsonaro, conforme o chefe do Planalto afirmou a apoiadores.

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Na eleição, a principal adversária será a senadora Simone Tebet (MDB-MS), lançada pelo MDB com apoio de outras duas bancadas, Podemos e Cidadania, somando 27 senadores. Nos dois lados, porém, há dissidências.

Em nota, Rodrigo Pacheco falou em continuidade da gestão de Alcolumbre, mas prometeu esforços para avançar com pautas dos senadores e reativar o Colégio de Líderes para definição da agenda.

A declaração é um aceno a adversários internos descontentes com a condução do atual presidente da Casa, alinhado ao Palácio do Planalto. O senador defendeu independência do Senado e reformas para o País, sem especificar projetos.

Para Rodrigo Pacheco, o foco imediato do Senado na sucessão deve ser saúde pública, crescimento econômico e desenvolvimento social, diante dos efeitos da pandemia de covid-19.

Na nota, o candidato destaca o objetivo de "preservar vidas humanas, socorrer os mais vulneráveis e gerar emprego, renda e oportunidades aos brasileiros e brasileiras, sem prejuízo de outras matérias de igual relevância, que merecerão, a seu tempo, atenção e prioridade."

Em uma sinuca de bico, Pacheco tem evitado se comprometer com pautas polêmicas e projetos que aumentem os gastos do Executivo, como a retomada do auxílio emergencial. De um lado, ele em apoio de Bolsonaro, que não se comprometeu com a continuidade do benefício. De outro, é cobrado por partidos como PT e PDT, que viraram aliados, mas pressionam pela prorrogação do auxílio.

A pouco mais de dez dias da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, o Solidariedade declarou, nessa segunda-feira (18), apoio à candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP). O partido chegou a flertar com o candidato Arthur Lira (Progressistas-AL), principal oponente do emedebista, mas alegou que desistiu do movimento por causa da proximidade do líder do Centrão com o Palácio do Planalto.

Em reunião na sede do Solidariedade em São Paulo, com a presença de Baleia e líderes de PT, PV, PSL e Cidadania, a avaliação foi a de que o desgaste do governo federal provocado pela condução da pandemia do novo coronavírus deve ajudar a atrair mais parlamentares para o bloco do emedebista, que tem aval do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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"Acredito que todo esse bate cabeça (na questão da pandemia e da vacinação) pode ajudar no fortalecimento da nossa candidatura. Os parlamentares vão fazer essa análise, porque uma Câmara independente vai dar condições de os parlamentares exercerem o seu mandato, de se colocarem quando o governo erra de maneira clara e objetiva", afirmou Baleia. Presidente do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força disse que a legenda se afastou de Lira por causa da "aproximação com o governo Bolsonaro". "Isso pesou bastante dentro do partido."

Candidato do Planalto, Lira buscou se posicionar em meio à crise sanitária e cobrou ontem o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por soluções para a vacinação contra a Covid-19. O líder do Centrão, no entanto, evitou comentar a postura do presidente Jair Bolsonaro, que entrou em uma disputa com o governador João Doria (PSDB) na questão dos imunizantes.

Ideologia

"Qualquer vacina, seja de onde for, que tiver homologação ou certificação da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) deve ser usada e comprada independentemente de ideologia ou de pensamentos", declarou Lira. "Se houver críticas ao ministro Pazuello, nós vamos fazê-lo, como fiz aqui, tem de apresentar soluções de logística, tem de cuidar da temática de não deixar faltar insumos nem vacinas para o Brasil. Tem de tratar junto do Ministério das Relações Exteriores, no tratamento com Índia e China. A população acredita no seu parlamentar para solucionar", disse o candidato do Progressistas durante entrevista concedida pela manhã em um hotel de Brasília.

Lira, porém, negou que a cobrança tenha o objetivo de pressionar pela saída do general Pazuello do ministério. Nos bastidores, o Centrão tenta reaver o comando da pasta, que tem um dos maiores orçamentos da Esplanada. Um dos nomes que sempre aparecem como cotado para assumir o lugar de Pazuello é o do atual líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR).

Apoios

Baleia Rossi minimizou a "erosão" de votos em partidos que apoiam sua candidatura. Levantamento do Estadão mostrou que siglas como DEM e PSDB têm parlamentares que, apesar do posicionamento da legenda, declararam votos em Lira. O PSL é o partido com a divisão mais evidente. Formalmente, o partido está com Baleia Rossi, mas a maioria da bancada manifestou apoio ao adversário.

"É natural que, com a pressão que o governo está fazendo em cima dos parlamentares, mesmo parlamentares que prefiram uma Câmara independente sinalizem para o outro lado, para evitar represálias", disse o emedebista.

Votação presencial

Após a polêmica criada com a possibilidade de uma votação virtual para definir a nova presidência da Câmara, o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem que a escolha será feita apenas de forma presencial, no dia 1.º de fevereiro. A decisão foi tomada pela Mesa Diretora - formada por sete integrantes - com voto contrário de Maia.

Segundo o presidente da Câmara, a eleição poderá envolver a circulação de até 3 mil pessoas em um único dia no Congresso. "Temos de mobilizar mais de 2 mil funcionários, tem a imprensa, de alguma forma é uma circulação mínima de 3 mil pessoas no dia", disse. A eleição no Senado será realizada na mesma data.

Maia estudava a possibilidade de voto virtual ao menos para os deputados do grupo de risco, mas o bloco do candidato Arthur Lira (Progressistas-AL), líder do Centrão, era contra. O Progressistas já havia questionado oficialmente a Câmara, e levantou suspeitas sobre a integridade da votação, citando até mesmo a possibilidade de ataques de hackers.

A Mesa Diretora da Câmara foi convocada para deliberar e definir o formato da eleição. "Se decidiu por maioria, contra meu voto, não haver flexibilidade na votação presencial", disse Maia. Ele era a favor da flexibilização para os idosos e para parlamentares com comorbidades. O placar ficou em 4 a 3 pela votação presencial.

Fux

De acordo com Maia, em razão dessa decisão, todos os 513 deputados e um total de pelo menos 3 mil pessoas terão de comparecer à Câmara no dia da votação. Ele lembrou a posse do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, em que vários convidados, incluindo ele próprio, se contaminaram com a Covid-19. "Vamos trazer parlamentares de 27 Estados em um momento de crescimento da pandemia", alegou.

"Eu achei que uma parte lá (Mesa) ia pedir voto impresso, contaminada pelo governo", ironizou Maia, em referência à defesa do presidente Jair Bolsonaro pela mudança no modelo adotado pelo País em votações gerais. Na Câmara, o voto é feito também de forma eletrônica, por meio de computadores instalados no plenário da Casa.

Na reunião desta segunda-feira, a Mesa Diretora adiou a discussão sobre a validade das assinaturas de deputados suspensos do PSL, o que pode tirar o partido do bloco de Baleia Rossi (MDB-SP) e colocar no de Lira. A sigla é a segunda maior bancada da Casa, com 52 parlamentares.

A pouco mais de dez dias da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, o Solidariedade declarou apoio à candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) nesta segunda-feira, 18. O partido chegou a flertar com o candidato Arthur Lira (PP-AL), principal oponente de Rossi, mas desistiu do movimento por causa da proximidade de Lira com o governo de Jair Bolsonaro.

Em uma reunião na sede do Solidariedade em São Paulo, com a presença de Rossi e líderes do PT, PV, PSL, Cidadania e Solidariedade, a avaliação foi que o desgaste do governo na condução da pandemia do coronavírus deve atrair mais deputados para o bloco. A candidatura do emedebista foi lançado pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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"Isso fortalece a nossa candidatura", disse Rossi, aos ser questionado sobre a imagem do governo na crise do coronavírus. "Acredito que todo esse bate-cabeça pode ajudar muito no fortalecimento da nossa candidatura."

O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), deu declarações no mesmo sentido, mesmo aos reconhecer que parte da bancada chegou a defender um apoio do partido a Lira. "O que mais pesou foi a aproximação do Arthur Lira com o governo Bolsonaro, isso pediu bastante dentro do partido", disse.

Rossi minimizou a erosão de votos em partidos que declararam apoio à sua candidatura. Levantamento do Estadão mostrou que siglas como DEM e PSDB têm parlamentares que declaram votos ao oponente, e uma vantagem de Lira nos cultos declarados, embora não o suficiente para garantir vitória. Seguindo o candidato, o fenômeno acontece porque ele não aposta na "exposição" dos candidatos.

"É natural que, com a pressão que o governo está fazendo em cima dos parlamentares, mesmo pode parlamentares que prefiram uma Câmara independente às vezes sinalizem para o outro lado, para evitar represálias", disse Rossi.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), confirmou, nesta segunda-feira (18), que as eleições para o comando da Casa serão realizadas de forma totalmente presencial em 1º de fevereiro. A decisão foi tomada pela Mesa Diretora da Casa, com voto contrário de Maia.

A Casa estudava a possibilidade de voto virtual ao menos para os deputados do grupo de risco na pandemia de Covid-19, mas o bloco do candidato Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão, era contra. O Progressistas já havia questionado oficialmente a Câmara, inclusive, levantando suspeitas sobre ataques hackers.

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Para resolver o imbróglio, a Mesa Diretora da Câmara foi convocada para reunião hoje para deliberar e definir o formato da eleição. "Se decidiu por maioria, contra meu voto, não haver flexibilidade na votação presencial", disse Maia. Ele era a favor da flexibilização para os idosos e para parlamentares com comorbidades.

De acordo com Maia, em razão dessa decisão, 513 deputados e um total de ao menos 3 mil pessoas terão que comparecer à Câmara no dia da votação.

Ele lembrou a posse do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Fux, em que vários convidados, incluindo Maia, se contaminaram com Covid-19. "Vamos trazer parlamentares de 27 Estados em um momento de crescimento da pandemia", disse, destacando que a nova variante do vírus é mais contagiosa e letal.

A Mesa Diretora adiou a terceira decisão que deveria ter tomado sobre a validade das assinaturas de deputados suspensos do PSL, o que pode tirar o partido do bloco de Baleia Rossi (MDB-SP) e colocar a sigla no de Lira. A legenda é a segunda maior bancada da Casa.

Ainda sobre a eleição, Maia disse ter divergido da Mesa, mas que precisa respeitar o resultado. "Eu achei que uma parte lá (Mesa), ia pedir voto impresso, contaminada pelo governo", disse Maia em tom de brincadeira. "Parece que vêm manifestantes defender candidato do governo e voto impresso já. Você vê que risco nós estamos correndo para 2022", disse. Maia afirmou ter certeza que o ministro do STF, responsável pelas eleições de 2022, Alexandre de Moraes (...) terá bastante comando sobre o processo eleitoral.

Como o Broadcast Político mostrou na semana passada, grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro organizam caravanas em direção a Brasília para pressionar pela eleição de Lira na presidência da Câmara. Na visão deles, o líder do Centrão é o único nome na disputa que pode levar adiante a adoção do voto impresso para as eleições presidenciais de 2022. O novo modelo de votação é bandeira de Bolsonaro, que tem colocado em xeque a lisura do sistema eleitoral brasileiro, mas sem apresentar provas.

Candidato à presidência da Câmara e líder do Centrão, o deputado Arthur Lira (PP-AL) cobrou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por soluções para a vacinação contra Covid-19. O parlamentar negou, porém, pressão para troca do titular da pasta. Nos bastidores, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que foi ministro da Saúde no governo Michel Temer, é apontado como uma opção para a vaga.

"Vamos deixar claro toda hora que se quer atirar uma pedra, tem uma vidraça e quem atira a pedra é o Centrão, não é isso? Ninguém está tratando desse assunto, nós estamos tratando de assunto de pandemia e tem que ser uma coisa de muito respeito e preocupação de todos os parlamentares", afirmou Lira em entrevista coletiva de imprensa nesta manhã.

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Nesta segunda-feira (18), o Ministério da Saúde iniciou a distribuição de doses da vacina contra o coronavírus desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.

"Se houver críticas ao ministro Pazuello, nós vamos fazê-lo, como fiz aqui, tem de apresentar soluções de logística, tem de cuidar da temática de não deixar faltar insumos e nem vacinas para o Brasil, tem de tratar junto do Ministério de Relações Exteriores, no tratamento com Índia e China. Essas pontuações, a gente faz porque é nossa obrigação fazer. A população, ela acredita no seu parlamentar para solucionar", disse Lira.

O deputado disse ainda que nenhum ministro está imune a críticas. "Agora, não ouvi de nenhum membro nem de nossa comitiva ou dos partidos, uma especulação sobre queda ou ascensão de qualquer ministro ou de tratativa para troca de ministro, principalmente, em um período crítico como esse", disse.

O candidato do Progressistas defendeu o Sistema Único de Saúde (SUS) e disse que, na Câmara, um grupo de estudos poderá fazer uma avaliação crítica do sistema. "É muito importante o respeito ao SUS no Brasil", disse.

Lira afirmou que o Ministério da Saúde precisa resolver questões burocráticas para evitar falta de vacina no País. Por outro lado, criticou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), por "passar na frente de todos os governadores e prefeitos" ao iniciar a vacinação no Estado. "Qualquer vacina, seja de onde for, que tiver homologação ou certificação da Anvisa, deve ser usada e comprada independentemente de ideologia ou de país", disse Lira. "Não devemos nesse momento fazer a politização da vacina", disse. "Não defendo radicalismos e nem posições abruptas de ninguém".

Lira evitou comentar sobre a postura do presidente Jair Bolsonaro em relação à vacina. "Qualquer vacina, seja de onde for, que tiver homologação ou certificação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve ser usada e comprada independente de ideologia ou de pensamentos", reforçou Lira.

As promessas feitas pelo Palácio do Planalto para atrair votos em benefício de seus aliados nas eleições que renovarão o comando da Câmara e do Senado esbarram no orçamento apertado deste ano. O cenário das contas públicas é crítico para a liberação de emendas parlamentares e aumento de gastos. Além disso, o projeto de lei do Orçamento, enviado pelo governo ao Congresso, no ano passado, prevê um aumento de R$ 30,5 bilhões nas despesas, que precisa ser acomodado no teto de gastos.

O Planalto já tem "pendurada" uma conta de R$ 19 bilhões de emendas não pagas no ano passado, como mostrou o Estadão. A cifra, indicada por deputados e senadores para transferir verbas a seus redutos eleitorais, vai "competir" com as despesas programadas para o Orçamento deste ano. Agora, emendas extras e cargos estão sendo negociados pelo governo, nos bastidores, para favorecer a candidatura do deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), chefe do Centrão, à presidência da Câmara.

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A votação do projeto de lei do Orçamento será depois das eleições para o comando da Câmara e do Senado, marcadas para fevereiro. As emendas parlamentares ao Orçamento são indicadas por deputados e senadores, que destinam recursos para obras em suas bases e funcionam como moeda de troca com o Executivo. Neste ano, o governo está prometendo liberar recursos adicionais para quem apoiar seus candidatos.

O presidente Jair Bolsonaro entrou nas negociações. Cobrou publicamente a adesão da bancada ruralista à campanha de Lira, já se reuniu com deputados de vários partidos para pedir votos e também disse ter "simpatia" pela candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) ao comando do Senado.

Além das emendas oferecidas pelo Planalto, que deu carta-branca a Lira e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para fazer as ofertas em nome do governo, os próprios candidatos defendem propostas que elevam despesas e não têm como ser cumpridas.

Principal adversário de Lira, o candidato do MDB, Baleia Rossi (SP), defendeu a prorrogação do auxílio emergencial enquanto a pandemia não acabar. Disse, porém, que todas as soluções precisam estar dentro do teto de gastos, a regra constitucional que limita o crescimento das despesas de um ano para outro à variação da inflação. "Ficar de braço cruzado é que não adianta. Vamos cobrar o governo que se reorganize e estabeleça prioridades", afirmou Baleia, por meio de sua assessoria.

Lira, por sua vez, negou que esteja negociando emendas em troca de votos, com aval do Planalto. "Os deputados e senadores sabem melhor do que qualquer servidor do Executivo quais são as necessidades de suas localidades, de seu eleitorado, da população", disse ele. "Tudo deve ser olhado com base no teto de gastos. Esse é um importante limite que precisamos respeitar."

As emendas impositivas (individuais e de bancada) para este ano somam R$ 16, 3 bilhões. Na hipótese de contingenciamento do Orçamento, que deve ocorrer em março, mesmo essa rubrica, porém, pode ser bloqueada na mesma proporção do corte de verbas.

"Vai ser preciso tratar essas emendas a pão e água e tudo isso faz os dentes rangeram no mundo político", disse o pesquisador do Insper Marcos Mendes. Para ele, a prioridade do País em 2021 não pode ser obras em redutos de parlamentares. "Eles deveriam direcionar esses recursos para o Bolsa Família, para que mais famílias vulneráveis, afetadas pela covid, pudessem ser assistidas", destacou.

Pressão

No Senado, tanto Rodrigo Pacheco, do DEM, como a candidata do MDB, Simone Tebet (MS), são pressionados por bancadas a pautar uma nova rodada do auxílio emergencial, caso vençam a eleição. "O auxílio emergencial, observando os critérios da Lei de Responsabilidade Fiscal e o limite do teto de gastos, ainda que com menor valor, tem, sim, que estar na agenda de qualquer candidato", disse Simone Tebet.

Pacheco evita tocar no assunto por estar em uma sinuca de bico. De um lado, tem apoio de Bolsonaro, que não se comprometeu com a continuidade do benefício. De outro, é cobrado por partidos como PT e PDT, que viraram aliados, mas pressionam pela prorrogação do auxílio.

Promessas e custos

- Emendas 'extras': Governo negocia emendas - além daquelas a que parlamentares têm direito - para favorecer a candidatura de Arthur Lira (Progressistas-AL) na Câmara. Já estão reservados R$ 16,3 bi.

- Auxílio emergencial: O custo estimado de uma prorrogação do benefício por mais quatro meses é de R$ 15,3 bilhões, caso o valor do pagamento seja de R$ 300, segundo cálculo da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado.

- Bolsa Família: Na Câmara, tanto Lira quanto seu adversário, Baleia Rossi (MDB-SP), defendem o fortalecimento de políticas sociais, desde que respeitados os limites impostos pelo teto de gastos.

- PEC dos Municípios: Proposta que aumenta o repasse de verbas federais para prefeituras tem o apoio dos candidatos na Câmara. A proposta deve voltar à pauta assim que a eleição na Casa passar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A interferência do presidente Jair Bolsonaro na eleição para o comando da Câmara e do Senado transformou a disputa, marcada para fevereiro, em um "referendo" sobre o governo. Enquanto o País discute o início da vacinação contra a Covid-19, Bolsonaro entrou no varejo das negociações. Em campanha para angariar votos para Arthur Lira (Progressistas-AL), chefe do Centrão, ao comando da Câmara, o presidente recebeu ontem sete deputados em seu gabinete, no Palácio do Planalto.

O resultado da queda de braço no Congresso antecipa a correlação de forças para a disputa de 2022, quando o presidente pretende concorrer a novo mandato. Bolsonaro quer eleger Lira para ter o controle da Câmara, aprovar sua agenda e evitar eventual processo de impeachment. Na outra ponta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pede votos para Baleia Rossi (MDB-SP), em um bloco que quer derrotar Bolsonaro e impedir a sua reeleição.

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Deputados do PTB que estiveram com Bolsonaro aproveitaram para fazer a ele um convite de filiação ao partido, que é comandado por Roberto Jefferson. Ainda não há, porém, definição por parte do presidente, que ainda vai esperar até março para ver se o Aliança pelo Brasil - partido idealizado por ele - consegue sair do papel.

De 9h30 ao meio-dia, Bolsonaro teve três reuniões diferentes com parlamentares. Wilson Santiago (PTB-PB), um dos que participaram do encontro, confirmou a tendência do partido de apoiar Lira. Disse que o tema foi tratado no Planalto, mas negou pressão por parte do presidente. "É natural que se toque nesses assuntos (eleições na Câmara). Mas não houve, por parte do presidente, nenhuma cobrança no que se refere a posicionamento partidário", afirmou Santiago. "Estamos de braços abertos para receber o presidente no PTB", emendou Paulo Bengtson (PA).

Cobrança

Nos últimos dias, Bolsonaro cobrou de integrantes da bancada ruralista o respaldo a Lira, sob o argumento de que é preciso manter os bons resultados econômicos do setor agropecuário. O chefe do Executivo entrou no jogo de forma mais agressiva depois que o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), declarou apoio a Baleia Rossi.

"Não podemos ter mais dois anos pela frente com a esquerda fazendo a pauta", disse Bolsonaro na segunda-feira, em referência ao bloco de Baleia, que tem aval de Maia e do PT, entre outros partidos de oposição.

Dos sete deputados que conversaram ontem com Bolsonaro, cinco fazem parte da bancada ruralista: Paulo Bengtson (PTB-PA), Santini (PTB-RS), Nivaldo Albuquerque (PTB-AL), Marcelo Moraes (PTB-RS) e Capitão Wagner (PROS-CE).

Articulador político do Planalto, o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, participou da reunião. Como revelou o Estadão no mês passado, foi no gabinete do general que deputados ouviram argumentos do governo em defesa da eleição de Lira.

De lá, saíram com promessas de emendas parlamentares, algumas além daquelas a que já têm direito, e de cargos em seus redutos eleitorais.

Na lista dos deputados que Bolsonaro recebeu ontem também estava Osmar Terra (MDB-RS), seu ex-ministro da Cidadania. Embora correligionário de Baleia, Terra deve fechar acordo com Lira.

Para a eleição no Senado, o "referendo" é entre o governo Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, por causa da Lava Jato. O presidente disse ter "simpatia" pelo candidato do DEM, Rodrigo Pacheco (MG), lançado pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Nesta semana, Pacheco aumentou sua rede apoio: ontem, por exemplo, conquistou o respaldo do Progressistas, com sete senadores.

O candidato do DEM também ganhou a adesão do PT, em uma aliança inusitada que reúne Bolsonaro e o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nessa disputa nem o Planalto nem o PT quiseram apoiar Simone Tebet (MS), candidata do MDB. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Simone virou uma espécie de "Moro de saias" no confronto com o Planalto, vestindo o figurino da Lava Jato.

A parceria do PT com bolsonaristas no bloco do DEM recebeu críticas. "Pois é! Para acabar com a Lava Jato vale tudo! Incrível!", escreveu no Twitter o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. "Nunca foi razoável o apoio explícito do presidente a um candidato do Senado porque isso afeta a independência do Congresso", disse o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que disputou a candidatura do MDB com Simone, em 2019. 

O PDT, com três senadores, declarou apoio a Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a presidência do Senado. Com isso, os partidos que manifestaram apoio público ao candidato do DEM somam 41 senadores, quantidade suficiente para uma vitória na disputa de fevereiro, desconsiderando traições.

O apoio do PDT já estava precificado por Pacheco, candidato do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A oficialização, porém, era aguardada para fazer o concorrente chegar aos 41 votos. Além do PDT, o senador do DEM também garantiu apoio do maior partido de oposição no Senado, o PT, que tem seis integrantes.

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Em nota, a bancada tentou desvincular o apoio à concordância com pautas defendidas por Rodrigo Pacheco, candidato que conta com a simpatia do presidente Jair Bolsonaro na sucessão do Senado. "Esse apoio não representa um apoio automático da bancada pedetista às pautas defendidas por todos os partidos que estão na base da candidatura do senador Rodrigo Pacheco."

A eleição de fevereiro vai definir quem comandará o Senado pelos próximos dois anos. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) será a adversária de Pacheco na eleição. O grupo que chegar ao poder terá influência direta na eleição presidencial de 2022, cenário destacado pelo PDT ao oficializar o apoio ao candidato do DEM.

De acordo com a bancada do PDT, o País tem a tarefa de superar a pandemia de covid-19, recuperar a economia, "garantir a estabilidade institucional e democrática e preparar um clima saudável e equilibrado para as eleições de 2022". Para o partido, Rodrigo Pacheco reúne características para uma condução "firme, independente, porém serena, madura e visando acima de tudo os interesses do País."

Alianças

Com o PDT, já são nove os partidos fechados Pacheco - DEM, PSD, PT, PL, PROS, Republicanos, PSC e Progressistas. Juntas, essas legendas somam 41 senadores - quantidade de votos suficientes para dar uma vitória na disputa. Nem todos os integrantes das bancadas, porém, vão seguir seus partidos. No dia da eleição, a votação é secreta.

No Progressistas, por exemplo, o senador Esperidião Amin (SC) declarou voto em Simone Tebet. Pacheco, por sua vez, conta com dois votos do Podemos, que anunciou aliança com a candidata do MDB, e quatro no PSDB, que liberou os integrantes para votar em qualquer candidato.

Até o momento, a candidata do MDB garantiu o apoio do Podemos e do Cidadania, além do próprio partido. Essa aliança soma 27 senadores, desconsiderando as dissidências.

Nos próximos dias, os dois candidatos vão tentar atrair os três partidos que ainda não anunciaram apoio oficial: Rede (2 senadores), PSL (2) e PSB (1). No PSL, Major Olimpio (SP) é candidato. Outro que corre por fora é Jorge Kajuru (Cidadania-GO). Os dois tendem a manter a candidatura como forma de protesto e, no dia da eleição, declarar voto em Simone Tebet.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, reservou a manhã desta quarta-feira, 13, para receber deputados federais em seu gabinete, no Palácio do Planalto. Ao todo, foram três reuniões diferentes, com 8 parlamentares. O assunto dos encontros não foi divulgado, mas participantes admitem que as eleições no Congresso, marcadas para fevereiro, esteve entre os temas.

Bolsonaro tem feito campanha a favor de Arthur Lira (Progressistas-AL), líder do Centrão que disputa o comando da Câmara contra Baleia Rossi (MDB-SP), do grupo de Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Casa.

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Um dos que participaram do encontro foi o deputado Wilson Santiago (PTB-PB). Seu partido tende a apoiar Lira, mas a bancada ainda não bateu o martelo. "É natural que se toque nesses assuntos (eleições na Câmara). Mas não houve, por parte do presidente, nenhuma cobrança no que se refere a posicionamento partidário", afirmou o deputado na saída do Planalto.

Nos últimos dias, Bolsonaro cobrou publicamente deputados da bancada ruralistas a apoiarem Lira por causa dos bons resultados econômicos do setor agropecuário no País. Dos 11 parlamentares que constavam originalmente na agenda presidencial, cinco fazem parte do grupo: Emanuel Pinheiro Neto (PTB-MT), Paulo Bengtson (PTB-PA), Nivaldo Albuquerque (PTB-AL), Marcelo Moraes (PTB-RS) e Capitão Wagner (PROS-CE).

Não é comum o envolvimento direto do presidente nas disputas do Legislativo, função que geralmente é delegada a auxiliares. Bolsonaro inova ao negociar com deputados no "varejo", sem a presença de líderes ou dirigentes das siglas, e ao se expor ao cobrar publicamente parlamentares a votarem em seu candidato.

O articulador político do Planalto, ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, também participou dos encontros. Como revelou o jornal O Estado de S. Paulo no mês passado, foi no gabinete do general, no 4.º andar do Planalto, que deputados participaram de reuniões para ouvir os argumentos do governo em defesa da eleição de Lira. De lá, saíram com promessas de emendas parlamentares, algumas além daquelas a que já têm direito, e de cargos a preencher em seus redutos eleitorais.

Além dos parlamentares do PTB, Bolsonaro recebeu o deputado Capitão Wagner (PROS-CE) e Osmar Terra (MDB-RS), seu ex-ministro da Cidadania e correligionário de Baleia, mas que deve apoiar Lira na disputa.

O deputado Fred Costa (Patriotas-MG) também constava na agenda, mas ele disse ao jornal O Estado de S. Paulo não ter comparecido ao encontro. Patriota e Pros também estão ao lado do candidato do governo.

Em meio a pedidos de apoio para o candidato do governo nas eleições na Câmara em fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que pretende avançar com a pauta armamentista. Para apoiadores, ele destacou querer que "cidadãos de bem" tenham armas por ser uma garantia de liberdade.

"Eu quero destravar a questão de armas no Brasil. Em 2020, vendemos quase o dobro de armas que em 2019, armas legais", ressaltou em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada nessa terça-feira (12). "Quero que vocês cidadãos de bem tenham armas porque a arma é uma liberdade para vocês, é a garantia que você, dentro de casa, vai dar o direito da sua família ser protegida", disse.

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Na conversa com apoiadores, Bolsonaro afirmou que partidos da oposição, como PT, PCdoB e PSOL, travaram a pauta do Congresso nos últimos dois anos. Ele cobrou apoio ao candidato do governo, Arthur Lira (PP-AL), na disputa da presidência da Câmara para evitar que as pautas prioritárias do Executivo fiquem paradas.

"Povo armado é povo que não será escravizado. Isso passa pelas direções da Câmara e do Senado", disse. "A gente quer que as questões sejam votadas e não sejam travadas porque quem faz a pauta são presidente da Câmara e do Senado e, se não bota em votação, não tem como a gente buscar soluções para muita coisa", destacou.

Bolsonaro já havia falado nesta semana sobre a questão do porte de arma em conversa com simpatizantes. Sem entrar em detalhes, ele afirmou que, a depender de quem ganhar a eleição à presidência da Câmara, um projeto de lei do Executivo que amplia o porte de armas poderia ser colocado em votação no plenário.

O presidente ainda citou que existem três decretos relativos ao porte de armas por colecionadores, atiradores esportivos e caçadores (CACs) prestes a serem publicados pela Presidência.

As cobranças do presidente Jair Bolsonaro pelo apoio da bancada ruralista ao deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), seu candidato à presidência da Câmara, desagradaram a integrantes da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA). Para parlamentares do grupo, Bolsonaro erra ao atribuir os resultados do setor apenas ao governo e ao usar esse argumento para exigir adesão ao seu candidato na eleição do Legislativo.

"É um erro ingênuo do governo. A FPA não é partido, isso é um erro político", disse o líder da bancada, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), ao Estadão/Broadcast. Moreira foi um dos que declararam apoio ao correligionário Baleia Rossi (MDB-SP), candidato do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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Em conversa com apoiadores na segunda-feira (11), Bolsonaro afirmou que o campo "nunca teve um tratamento tão justo e honesto" quanto em seu governo. Segundo ele, o agronegócio está "bombando" e, por isso, parlamentares da bancada deveriam apoiar o candidato do governo. "Alguns parlamentares do campo, ao invés de apoiar o nosso candidato, estão apoiando outro candidato. Eu não entendo", disse o presidente, na portal do Palácio da Alvorada.

O presidente voltou ao assunto nesta terça (12), com uma nova cobrança pública e argumentou que Lira permitirá o avanço da reforma agrária e da regularização fundiária. "Se fizer a regularização fundiária nós vamos saber de quem é o CPF daquela pessoa daquela terra que desmatou ou pegou fogo, e o atual presidente da Câmara ainda não permitiu que isso fosse votado", disse Bolsonaro. Uma medida provisória sobre o tema enfrentou resistência de parlamentares e foi apelidada de MP da Grilagem. Sem acordo para votação, o texto perdeu a validade no ano passado.

O líder da bancada ruralista rebateu os argumentos de Bolsonaro e criticou o fato de o chefe do Executivo usar políticas de governo para cobrar apoio numa eleição interna da Câmara. "O sucesso do agro tem a participação do governo, com o brilhantismo da ministra (da Agricultura) Tereza Cristina e também com a atuação da Frente, mas quem merece os aplausos é sua excelência, o produtor rural", declarou Moreira. Para ele, as bandeiras são convergentes e a disputa no Legislativo não pode se transformar numa disputa entre Maia e Bolsonaro.

'Chantagem'

Para o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), que faz parte da FPA, o que Bolsonaro faz é "chantagem". "A bancada é suprapartidária e independente. Qualquer tentativa de torná-la submissa a qualquer liderança política gerará sentimento de corpo contra essa liderança", disse o parlamentar.

A FPA tem 241 deputados. Entre os integrantes, estão tanto aliados de Baleia quanto de Lira - os dois, inclusive, fazem parte da bancada ruralista.

Aliado de Lira e um dos vice-presidentes do grupo, o deputado Evair de Melo (Progressistas-ES) negou que haja qualquer crise com o governo por causa das declarações do presidente. "Não tem apoio formal da frente, isso não é um assunto para a bancada tratar, por isso, não tem crise instalada", afirmou. Melo disse, no entanto, que a maioria dos deputados na bancada já apoia o candidato de seu partido.

O deputado Sérgio Souza (MDB-PR), que assumirá a presidência da bancada a partir do dia 22 no lugar de Moreira, também minimizou as cobranças do presidente. "É o estilo de Bolsonaro. Ele fala o que pensa. Não há um racha dentro da FPA, um afastamento do governo, não há. As pautas do governo e da FPA são praticamente as mesmas", disse Souza. Segundo ele, a preocupação do grupo é que tanto Baleia quanto Lira se comprometam em votar projetos defendidos pelos ruralistas. "Temos um papel de ter uma pauta, defendemos essa pauta e vamos cobrar dos candidatos o compromisso com isso", afirmou.

O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), justificou a decisão do partido de apoiar a candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para o comando da Casa com o argumento de que não há nomes de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro na disputa. "Não temos condição de escolher um candidato de oposição ao Bolsonaro porque não tem", afirmou ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou publicamente o apoio a Pacheco. Em oposição ao candidato do governo, o MDB lançou ontem a senadora Simone Tebet (MS). Na Câmara, o PT aderiu à campanha do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), justamente sob a alegação de que não poderia estar do mesmo lado do candidato de Bolsonaro.

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Com o apoio a Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o PT está ao lado do candidato do presidente Jair Bolsonaro?

A pergunta que não quer calar: 'Se fosse do MDB, seria menos próximo ou mais próximo?' O Rodrigo, pelo menos na conversa com a gente, se mostrou com muita qualidade individual. É uma pessoa com formação extraordinária, sereno, com capacidade de representar o Senado à altura. É óbvio que ele defende uma agenda liberal. Não temos condição de escolher um candidato de oposição ao Bolsonaro porque não tem. Estamos falando de eleição no Senado, e não do Brasil. Votamos várias pautas com a base do governo porque eram iniciativa dos próprios parlamentares. O interesse maior é diminuir o sofrimento das pessoas, ainda que com prejuízo político para o PT.

Qual é esse prejuízo político?

O Bolsonaro tira vantagem, mas não importa. O que importa é diminuir o sofrimento das pessoas. Evitamos uma catástrofe maior e fomos responsáveis. Tem um custo essa responsabilidade. Nós perdemos a capacidade de fazer um discurso mais duro contra o Bolsonaro, mas isso ia adiantar o que para a vida das pessoas?

No MDB, Simone Tebet (MS) tem o discurso de independência em relação ao governo. Como o sr. avalia essa candidatura?

Com respeito, mas qual foi a independência do MDB em relação ao governo? Vamos ver a vida real, na prática. Vale o que se faz, não o que se diz. O MDB foi líder do governo. Esse negócio de mais ou menos independente não existe. Quem dá poder ao Bolsonaro é a base que ele constrói.

A proximidade de Simone com o 'Muda, Senado' e a pauta da Lava Jato são uma barreira?

Nós somos garantistas. Essa pauta que coloca em risco as garantias individuais, constitucionais e coletivas não nos agrada. Não queremos mudar o estado de consolidação das liberdades, presunção da inocência e garantias difusas por inovação de um ativismo judicial desproporcional. Não nos agrada aqueles que professam esta fé. Esta fé não é a nossa fé.

Quais foram os compromissos acertados para apoiar Rodrigo Pacheco?

O compromisso com a democracia, autonomia do Senado em relação às outras instituições republicanas, ao debate sobre temas de interesse dos trabalhadores. Não há compromisso de resultado, mas que a gente possa fazer o debate.

A indicação do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pesou na escolha por Pacheco?

Davi cumpriu um papel importante. Ele manteve o papel de mediador. Foi menos agressivo nas críticas aos exageros que o governo cometeu, às ameaças à democracia, mas conseguiu manter a relação com o governo mantendo o diálogo com a oposição e compatibilizando as agendas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O MDB decidiu lançar a senadora Simone Tebet (MS) na disputa pela presidência do Senado. Ela terá como principal adversário o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato do atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

A decisão foi tomada em uma reunião da bancada, nesta terça-feira, 12. Além de Simone Tebet, outros três nomes disputavam a indicação do MDB: Eduardo Braga (AM), Eduardo Gomes (TO) e Fernando Bezerra Coelho (PE), que recuaram da candidatura.

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Tebet foi aclamada como candidata na reunião

O partido também filiou dois novos senadores, aumentando de 13 para 15 integrantes. A legenda oficializou a filiação de Veneziano Vital do Rêgo (PB), que deixou o PSB, e Rose de Freitas (ES), que saiu do Podemos.

O MDB tem a maior bancada do Senado e tenta voltar ao comando do Legislativo após ser derrotado por Alcolumbre em 2019.

O MDB decidiu lançar a candidata após ver Rodrigo Pacheco largar na frente. O candidato do DEM fechou apoio com PSD, PT, PROS, Republicanos, PL, PSC e deve receber o apoio do Progressistas até esta quarta-feira, somando 38 senadores na data da eleição.

O MDB, por sua vez, tentará atrair Podemos, PSDB, Cidadania, PSL e PSB, o que formaria um bloco de 37 senadores. Esses partidos, porém, ainda não se decidiram.

O aceno do presidente Jair Bolsonaro à candidatura de Pacheco pavimentou a escolha por Simone Tebet, de acordo com emedebistas. Ela tentará atrair votos da bancada lavajatista e de ex-aliados de Davi Alcolumbre. Além disso, terá o discurso de independência em relação ao Palácio do Planalto para contrapor o candidato de Alcolumbre.

A disputa pelo Senado está marcada para o 1º de fevereiro. A escolha definirá quem comandará a Casa, e consequentemente o Congresso Nacional, pelos próximos dois anos.

O chefe do Legislativo tem o poder de pautar projetos de lei e vetos do presidente Jair Bolsonaro.

O ocupante do cargo também terá um papel chave na eleição presidencial, em 2022, pois comandará as pautas do Legislativo no período.

Além disso, a presidência da Câmara e do Senado aumentam o cacife eleitoral do partido que comanda as casas legislativas.

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