Depois de adiar a divulgação do balanço do terceiro trimestre deste ano, em meio às denúncias de corrupção na empresa, a Petrobras publicou anúncio em jornais com seu desempenho operacional naquele período. Conforme o material apresentado, a produção de petróleo da estatal no Brasil atingiu a média de 2,090 milhões barris por dia (bpd), 9% acima do mesmo período de 2013.
Segundo a companhia, o crescimento ocorreu, principalmente, por conta do aumento da produção das plataformas P-58, P-55, P-62 e do FPSO Cidade de Paraty, além do início dos Testes de Longa Duração de Iara Oeste e Tartaruga Verde.
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A produção total operada pela Petrobras alcançou 2,207 milhões bpd neste terceiro trimestre. A estatal informa também que a produção de gás natural cresceu 7% em relação ao trimestre anterior, alcançando 441 mil bpd no terceiro trimestre, "devido à maior produção nos campos de Mexilhão, Uruguá-Tambaú, Sapinhoá e Lula Nordeste".
"Foram conectados 15 novos poços produtores no terceiro trimestre, totalizando 46 poços nos nove meses do ano. A previsão é que sejam conectados mais 16 poços produtores no quarto trimestre, finalizando 2014 com 62 interligações, praticamente o dobro dos poços produtores interligados em 2013 (34 poços)", diz a companhia, no anúncio.
De acordo com a Petrobras, o Proef (Programa de Aumento da Eficiência Operacional) contribuiu com uma produção adicional de petróleo de 164 mil bpd no terceiro trimestre de 2014. "A eficiência operacional da Unidade Operacional Bacia de Campos (UO-BC), que foi de 68% no segundo trimestre de 2012, chegou a 81% neste terceiro trimestre de 2014. Mais do que isso, em setembro, a UO-BC alcançou a maior produção de óleo dos últimos 20 meses (420 mil bpd) e a maior eficiência dos últimos 50 meses (82,4%)."
Derivados
A produção de derivados no País atingiu 2,204 milhões bpd no terceiro trimestre, 4% maior que a produção do ano anterior, segundo a estatal. A carga processada chegou a 2,138 milhões bpd, e, do volume total de petróleo processado, 80% vieram de campos brasileiros. "Óleo diesel e gasolina representaram 62% de todo o volume produzido nas refinarias. O fator de utilização do parque de refino permaneceu elevado, alcançando 100% no terceiro trimestre de 2014, enquanto no trimestre anterior foi de 98%", diz a Petrobras.
A companhia afirma ainda que, com capacidade para produzir 230 mil barris diários de derivados, a Refinaria Abreu e Lima (Rnest) já opera. "O empreendimento é composto de dois conjuntos de unidade de refino (trens de refino), sendo que o primeiro está 96% concluído. Vários sistemas e unidades já entraram em operação, obedecendo ao sequenciamento planejado de partida da refinaria."
A Refinaria Abreu e Lima é a refinaria da Petrobras com a maior taxa de conversão de petróleo em diesel, segundo a estatal. "A cada 100 barris de petróleo processados, 70 barris de diesel S-10 (com baixo teor de enxofre) serão produzidos. No total, a produção de diesel da Rnest será de 161 mil bpd, volume muito próximo de nossas necessidades de importação desse produto", diz.
Oferta de gás
A oferta de gás natural no Brasil alcançou 97,7 milhões m?/dia, de acordo com a estatal, em função, principalmente, do aumento da geração termelétrica a gás natural. No terceiro trimestre de 2014, a geração termelétrica a gás natural fornecida pela Petrobras atingiu 7,7 GW médios, sendo 4,6 GW médios de geração própria. A geração de 7,7 GW médios foi 35% superior aos 5,7 GW médios gerados no mesmo período do ano anterior.
Conforme o anúncio, a maior oferta de gás natural nacional, que alcançou 45,6 milhões m?/dia no terceiro trimestre de 2014, permitiu o atendimento da demanda crescente e a redução em 16% da necessidade de importação de gás natural liquefeito (GNL), "cujos volumes também foram trazidos a menores custos". "Como mostramos, o crescimento sustentável da produção de petróleo, gás natural e derivados é uma realidade na Petrobras e decorre do compromisso da força de trabalho da Companhia, incessante na busca pelo aumento da eficiência, da produtividade e da disciplina de capital", afirma.
Lava Jato
Por conta das denúncias de corrupção na estatal, investigadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, a companhia adiou a publicação dos dados financeiros referentes ao terceiro trimestre. Isso porque a auditoria PriceWaterhouseCoopers (PwC) se recusou a assinar o balanço contábil antes da conclusão das investigações internas para apurar as denúncias de irregularidades. A companhia prevê divulgar esses números não auditados em 12 de dezembro. A data da apresentação das demonstrações financeiras auditadas ainda não está definida.
Nesta segunda-feira, a companhia promove teleconferência com analistas e investidores, seguida de entrevista coletiva, nas quais serão detalhados os resultados operacionais e informações sobre o adiamento da divulgação das demonstrações contábeis.
No anúncio publicado em jornais, a companhia traz ainda números já divulgados, como os da produção de outubro e os recordes no pré-sal. Também reitera os comunicados no qual explica os motivos que a levaram a adiar a divulgação do balanço do terceiro trimestre deste ano, cujo prazo estabelecido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) terminou na última sexta-feira.
A companhia reafirma, no anúncio, que vem tomando diversas providências que visam ao aprofundamento das investigações decorrentes da Operação Lava Jato, entre elas a contratação de escritórios de advocacia independentes especializados.