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O Ministério da Saúde lançou, nesta sexta-feira (27), data em que se celebra o Dia Nacional de Doação de Órgãos, a Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos, que este ano tem como slogan A Vida Continua. Doe Órgãos. Converse com sua família. O lançamento ocorreu no Hospital do Rim e Hipertensão, em São Paulo, hospital que mais faz transplantes de rim em todo o mundo. 

Segundo o ministro da Saúde interino, João Gabbardo, a campanha pretende “sensibilizar as famílias para que elas autorizem o transplante quando o seu familiar estiver em morte encefálica”, única condição autorizada no país para transplante de órgãos pós-morte. Dados do Ministério informam que mais de 40% das famílias se negam a doar os órgãos de pessoas que tiveram morte encefálica.

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“Pouco mais da metade das famílias autorizam. Temos mais de 40% das famílias que não autorizam a doação. São pessoas que têm condições de serem doadores e que poderiam salvar várias vidas. Cada doador pode salvar quatro ou cinco vidas”, disse Gabbardo.

De acordo com ele, é importante que as pessoas sempre conversem com seus familiares sobre a doação de seus órgãos para que, “no dia em que acontecer um imprevisto, uma morte inesperada e em que ele poderia ser um doador de órgãos, a família tenha essa informação de que o desejo dele era esse”.

Além da sensibilização das pessoas sobre a doação, disse Gabbardo, é preciso também alertar as famílias para que confiem no diagnóstico de morte encefálica, que é irreversível. “Esse é um aspecto importante. Muitas famílias ainda pensam que ao dizer que são doadores de órgãos, vai interromper as melhores práticas para tentar salvar a vida daquela pessoa. Mas isso não acontece. Quando há o diagnóstico de morte encefálica, não há a menor possibilidade de que essa pessoa possa continuar vivendo”, disse. Outro aspecto importante, lembrou, é fazer com o desejo da pessoa em ser doadora de órgãos seja transmitido a todos os familiares.

Foi o que aconteceu na família de Mailde Giordani, 40 anos, que perdeu sua irmã Patricia Akemi há cerca de 10 meses por causa de um aneurisma. Quando o quadro de sua irmã evoluiu para morte encefálica, Mailde lembrou que elas já haviam conversado antes sobre esse assunto e autorizou que os órgãos de sua irmã fossem doados e ajudassem a salvar vida de, pelo menos, mais uma pessoa.

“Ela expressou, durante uma conversa, que queria ser doadora. Ela disse: ‘se acontecer algo comigo, também quero ser doadora'. E infelizmente isso aconteceu. Ela teve um aneurisma e não conseguiu se recuperar. Então, quando os médicos vieram conversar conosco, foi muito fácil tomar essa decisão porque a gente já tinha conversado sobre isso na nossa família”, disse. “Hoje é um dia muito feliz para mim porque sei que pelo menos uma pessoa está viva graças à doação de minha irmã”, acrescentou.

Mailde lembrou que o segundo nome de sua irmã, Akemi, significa luz. E fez a analogia de que a luz de sua irmã brilhou para outras pessoas, fazendo-as renascer após receberem os vários órgãos que ela doou: coração, pulmão, pele, córneas, pele, fígado, rim, pâncreas, complexo gastrointestinal e, “se não engano, o fêmur também”. “A doação de órgãos é o maior gesto de amor. Doar é vida, vida que segue”, ressaltou Mailde.

 

Portadora de cardiopatia congênita, Patricia Fonseca fez transplante de coração. O que mudou totalmente sua vida. “Eu nasci com cardiopatia congênita, e então nunca tinha visto o que era saúde. Cresci em corredores de hospitais, fiz muitas cirurgias, até que eu fui levada a uma fila de espera e tive uma chance de ter uma vida que nunca tive, de fazer coisas que antes nunca poderia sonhar. No dia do meu aniversário chegou o meu coração, que está batendo forte aqui agora”, disse Patricia.

“Eu, que passei muitos anos de minha vida presa em uma cama, hoje posso trabalhar, posso viver minha vida ao lado do meu marido, posso lutar por outras pessoas e ainda virei triatleta”.

Portaria

No evento de lançamento da campanha em São Paulo, o ministro interino da Saúde, João Gabbardo, assinou uma portaria ajustando o preço pago nas soluções usadas para manter a viabilidade das células dos órgãos antes de serem transplantados, garantindo o funcionamento adequado no receptor.

Para a captação de rim e coração, o preço passou de R$ 35/litro para R$ 350/litro. Já para pulmão, o reajuste foi de R$ 269, passando de R$ 81/litro para R$ 350/litro. Desde 2007 os preços das soluções não tinham sido reajustados. A medida representa, segundo o Ministério da Saúde, um impacto financeiro de R$ 3,5 milhões, que serão repassados via Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (Faec), a partir da produção apresentada pelos estados ao ministério. A expectativa é que o reajuste impacte positivamente no aumento do número de transplantes desses órgãos.

Balanço

De acordo com o Ministério da Saúde, a doação de órgãos, tecidos e células realizados no país no primeiro semestre deste ano cresceu em comparação ao mesmo período do ano passado. O balanço desse período mostrou que houve crescimento de transplantes considerados mais complexos, ou seja, dos mais difíceis de serem realizados devido a aspectos como o tempo curto entre retirada e implante de órgão, estrutura do hospital e equipe especializada.

Os transplantes de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os transplantes de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203. Também tiveram aumento transplantes de pâncreas-rim (45,7%), passando de 46 para 67; e pâncreas isolado (26,7%), que cresceu de 15 para 19 transplantes.

Houve uma pequena queda no número de transplantes realizados no primeiro semestre de ano, que somaram 13.263, em comparação ao mesmo período do ano passado, de 13.291. Ainda segundo o ministério, este ano deve ser fechado com a taxa de 17 doadores efetivos por milhão da população (pmp). Em números absolutos, o país deve alcançar 3.530 doadores efetivos este ano. Já o número de pessoas em lista atualmente por um transplante é de cerca de 44.60 pessoas.

O Ministério da Saúde repassa recursos para estados e municípios apoiando na qualificação dos profissionais de saúde envolvidos nos processos de doação e transplante. O orçamento federal para essa área mais que dobrou em 11 anos, passando de R$ 458,40 milhões para R$ 1,058 bilhão.

Ainda segundo o ministério, a parceria firmada por meio do acordo de cooperação técnica das companhias aéreas comerciais e da Força Aérea Brasileira (FAB) na logística de transporte continua a ser realizada. Juntas elas transportaram 696 órgãos no primeiro semestre de 2019, sendo 626 por voos comerciais e 70 pela FAB.

 

Em Foz do Iguaçu (PR), uma ave da espécie araçari-castanho, resgatada pela Policia Ambiental, recebeu um transplante de asas pelos veterinários do Parque das Aves.

A diretora do parque, Paloma Bosso, revela que o animal tinha as penas das asas cortadas. “Vimos que esse pássaro estava com as penas cortadas e que ele deveria estar há um tempo com alguém que, possivelmente, cortou as asas para manter a ave presa, restringindo o voo.”

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O implante de penas é uma técnica antiga utilizada principalmente em centros de reabilitação e na falcoaria – arte de adestrar falcões. O transplante só foi possível porque havia penas de um pássaro da mesma espécies no banco de penas do parque.

“Este araçari-castanho, a partir de agora, será um novo cidadão do Parque das Aves, onde poderá interagir com outros da mesma espécie, e de outras”, comenta Paloma.

Com 25 anos de atuação e 230 colaboradores, o Parque das Aves é a única instituição do mundo focada na conservação de aves da Mata Atlântica. Possui 16 hectares de mata restaurada, 1.400 aves de 140 espécies diferentes, com três viveiros de imersão e um borboletário. O Parque das Aves recebe 830 mil visitantes por ano, sendo o atrativo mais visitado de Foz do Iguaçu depois das Cataratas.

Animal silvestre não é pet

O relatório Crueldade à Venda, apresentado pela ONG Proteção Animal Mundial, mostra que mais de 37 milhões de aves são criadas em cativeiros no Brasil.

O estudo faz parte da campanha ‘Animal silvestre não é pet’. “A população precisa entender que animais silvestres não devem ser mantidos como bichos de estimação. Diferente de cães e gatos, esses animais não passaram pelo processo de domesticação e apresentam características naturais incompatíveis com a vida em cativeiro, o que gera um enorme sofrimento para eles”, explica o gerente de Vida Silvestre da Proteção Animal Mundial, Roberto Vieto.

Paloma Bosso destaca que manter animais silvestres em casa sem autorização colabora para o tráfico de animais. "No nosso país, infelizmente, muitas pessoas ainda contribuem de maneira direta ou indireta com o tráfico de animais. Tucano e araçari-castanho são espécies muito visadas no tráfico de animais. Há pessoas que capturam esses animais quando são filhotes ou capturam os ovos na natureza e mantêm esses animais em casas de maneira ilegal", revela.

A pesquisa também revelou que 46% dos brasileiros compram animais silvestres de maneira impulsiva, o que demonstra uma decisão baseada em falsa expectativa e que pode comprometer o bem-estar da espécie e gerar sofrimento ao animal.

Stevie Wonder abriu o jogo sobre o que está acontecendo em sua vida. O cantor chocou seus fãs durante um show em Londres, na Inglaterra, ao dar uma notícia que ninguém estava esperando. Após surgirem rumores de que ele está enfrentando um sério problema de saúde, o músico decidiu esclarecer a situação.

No meio da apresentação, Stevie revelou que em breve terá que passar por uma cirurgia:

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- Vou fazer um transplante de rim em setembro deste ano. Eu estou bem! Eu tenho um doador, eu quero que vocês saibam. Eu vim aqui dar meu amor para vocês e agradecer pelo de vocês. Vocês não precisam ouvir nenhum boato! Eu disse o que está acontecendo: eu estou bem!

Para tranquilizar seus fãs, ele fez questão de repetir algumas vezes que estava bem. Após o anúncio, o público puxou uma salva de palmas para mostrar seu apoio ao astro.

Melhoras, Stevie!

A foto de um bebê que viralizou e virou o meme 'Success Kid', relacionado às pequenas vitórias na vida, salvou a vida do pai da criança. A família de Sam Griner, utilizou a imagem do filho – hoje com 10 anos - para que o pai do garoto conseguisse o transplante de rim.

Em um dia na praia de Jacksonville, na Flórida, Estados Unidos, a mãe de Sam, que na época tinha 11 meses de vida, registrou o menino com a boca cheia de areia, sobrancelha franzida e punho cerrado. Ela não imaginava que o registro se tornaria um meme, e muito menos que a imagem ajudaria no futuro seu marido e pai de Sam a conseguir um tratamento de saúde que salvou sua vida.

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Justin, de 42 anos, tem um problema crônico nos rins e deveria submeter-se a um transplante. Para ocupar a fila da cirurgia, era necessário provar ter condições para comprar os medicamentos do pós-transplante. Entretanto, a família não tinha a quantia e decidiu promover um financiamento coletivo online.

No início, as doações eram escassas, mas mesmo assim o pai não queria envolver a popularidade de Sam. Sem saída, a esposa resolveu apelar aos fãs do meme. "Se todos que já criaram um meme com o 'Success Kid' doarem 1 dólar nós podemos salvar a vida do pai dele", twittou.

Após a publicação, as doações se multiplicaram e atingiram U$ 101 mil, equivalente a R$ 400 mil (o objetivo inicial era de US$ 75 mil, equivalente a R$ 297mil. Em 2015, Justin finalmente recebeu um rim novo. "Pessoas doaram de várias partes do mundo", afirmou a esposa.

Depois de mais de três anos à espera de um transplante nos Estados Unidos, o menino Davi Miguel Gama, de 5 anos, portador de uma doença rara no intestino, retornou ao Brasil nesta sexta-feira (12) sem ter passado pelo procedimento.

O tratamento da criança havia sido aceito pelo Jackson Memorial Hospital, em Miami, especializado em transplante de órgãos intestinais em crianças, mas a avaliação dos especialistas apontou que o menino não estava apto para a cirurgia. Ele desembarcou com os pais no Aeroporto Internacional de Guarulhos e foi levado para o Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, na Bela Vista, região central na capital, onde passará por uma série de exames.

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Davi Miguel nasceu em Franca, no interior de São Paulo, com uma síndrome rara no intestino, a doença da inclusão das microvilosidades intestinais, conhecida como diarreia intratável, que impede a absorção de alimentos. Desde o nascimento, ele foi alimentado por sondas.

A doença exige o transplante de órgãos intestinais, mas a família descobriu que, no Brasil, só eram operadas crianças com peso superior a dez quilos. Como o bebê pesava, na época, apenas seis quilos e tinha dificuldade para ganhar peso, os pais entraram na Justiça para realizar o tratamento no exterior, custeado pelo governo brasileiro. Enquanto aguardava a decisão judicial, a família iniciou uma campanha na internet e conseguiu arrecadar R$ 1,5 milhão.

A campanha "Movidos pela Vida - Davi Miguel" mobilizou, além de Franca, várias cidades do interior paulista e ganhou a adesão de personalidades e jogadores de futebol. Em pouco tempo, a página criada pela família em rede social atingiu mais de 100 mil seguidores - nesta sexta-feira, eram 174,4 mil.

A cirurgia nos Estados Unidos custaria R$ 2,7 milhões, além das despesas de internação, avaliadas em outros R$ 2 milhões. Um ano depois, a Justiça Federal autorizou o custeio das despesas pela União, mas determinou que 70% do dinheiro arrecadado na campanha fossem usados para o tratamento.

Davi Miguel e os pais, Dinea e Jesimar Gama, viajaram no início de agosto de 2015. A expectativa era de que ele conseguisse um doador, mas a criança nem chegou a entrar na fila americana de doações de órgãos por não ter adquirido as condições para o transplante.

A equipe médica do Jackson Memorial considerou que o menino não estava apto para o transplante por ter apresentado tromboses nas veias devido ao constante uso de catéteres para alimentação. Em março do ano passado, o hospital emitiu nota dizendo que sua equipe médica havia informado à família e ao governo brasileiro que, até aquele momento, Davi não tinha adquirido condições para o transplante, devido às suas condições de saúde, e que seria melhor ele voltar para o Brasil.

"Os centros de transplantes americanos, incluindo o Miami Transplant Institute, no Jackson, aderem a estatutos e políticas estabelecidas pela Regra de Aquisição e Transplante de Órgãos. Esses regulamentos são projetados para cumprir os requisitos da Regra Final, que priorizam a alocação de órgãos escassos a pacientes que estão mais propensos a sobreviver e a prosperar na jornada do transplante, o que inclui a necessidade de acompanhamento de cuidados médicos e medicamentos pós-transplantes ao longo da vida", divulgou, na ocasião. Conforme o hospital, foi preciso avaliar detidamente as condições da criança para indeferir o transplante.

A família decidiu ficar nos Estados Unidos por alimentar esperanças de que o filho iria se recuperar das tromboses e ficar em condições de se habilitar para o transplante, o que não aconteceu. Nesse período, a família consumiu os 30% do dinheiro arrecadado em campanhas (R$ 450 mil) para se manter no país. Os cateteres e os tratamentos médicos continuavam sendo pagos pelo governo brasileiro, conforme a decisão judicial.

Retorno

No final do ano passado, a Justiça Federal foi comunicada de que a cirurgia não seria realizada pelo Jackson Memorial. O retorno dele foi acertado também no final de 2018 em audiência de conciliação entre o Ministério da Saúde e advogados da família, que pretendia continuar tentando tratar o filho nos Estados Unidos, mas foi convencida a retornar. Nessa audiência, o ministério se comprometeu a atender o paciente no Sistema Único de Saúde (SUS) após seu retorno ao Brasil.

Segundo o pai de Davi Miguel, Jesimar Gama, a expectativa é de que o filho consiga crescer com saúde até que possa ser operado, já adulto, no sistema de saúde brasileiro. Gama diz que é preciso que as veias se restabeleçam e se recanalizem para ele estar em condições de tentar o transplante, o que não é possível agora.

Ainda segundo o pai, não se fala em devolução de dinheiro, pois 70% dos recursos arrecadados - cerca de R$ 1 milhão -, que seriam usados na cirurgia, ficaram bloqueados pelo governo. Os advogados da família ainda discutem com o governo a destinação desses recursos.

O retorno para o Brasil só foi definido depois de avaliadas as condições da criança para a viagem e para continuar o tratamento. Familiares relataram que Davi Miguel passou bem durante o voo, sorriu e conversou com outros passageiros.

No hospital paulistano, a equipe vai compatibilizar os protocolos nacionais com aqueles usados nos Estados Unidos e a família passará por treinamento para cuidar da nutrição parenteral. Depois disso, a criança voltará a morar com os pais, em Franca, assistida por serviço de home care. Davi Miguel será acompanhado pela equipe do Menino Jesus, que o atenderá pelo SUS.

Menina Sofia

O caso de Davi não é o primeiro em que crianças brasileiras com doença rara tentam tratamento no exterior. Em 2014, os pais da menina Sofia Gonçalves de Lacerda, portadora de Síndrome de Berdon, doença rara que impede o funcionamento do intestino, conseguiram na Justiça que o governo brasileiro custeasse as despesas de seu tratamento também no Jackson Memorial, em Miami.

Em abril do ano seguinte, foi realizado com sucesso o transplante de seis órgãos de um doador desconhecido. Sofia se recuperava bem, mas teve uma infecção e acabou morrendo no dia 14 de setembro de 2015. Os pais, que conseguiram arrecadar R$ 2,2 milhões em campanha nas redes sociais, decidiram permanecer nos Estados Unidos. A página de Sofia na rede social Facebook chegou a ter 1,3 milhão de seguidores.

Um homem britânico tornou-se o segundo adulto no mundo a ser curado da aids, após um transplante de medula óssea de um doador resistente ao vírus HIV, anunciaram seus médicos, preservando a identidade do paciente. É apenas a segunda vez desde o início da epidemia global de aids, nos anos 1980, que um paciente parece ter sido curado da infecção por HIV.

A notícia chega quase 12 anos depois do primeiro paciente que teria sido curado, e em circunstância parecida. O sucesso do tratamento aumenta as esperanças de que uma nova estratégia para a cura de pacientes com o vírus da aids seja possível.

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Os investigadores devem publicar o seu estudo nesta terça-feira na revista científica Nature. Publicamente, os cientistas estão descrevendo o caso como uma "remissão em longo prazo". Em entrevistas, a maioria dos especialistas confirma se tratar de uma "cura", com a ressalva de que é difícil saber como definir a palavra quando há apenas dois casos conhecidos.

Quase três anos depois de receber células-tronco da medula óssea de um doador com uma mutação genética rara que resiste à infecção pelo HIV - e mais de 18 meses depois de largar as drogas antirretrovirais -, testes altamente sensíveis mostram que até agora não há vestígio da infecção por HIV no paciente tratado.

"Não há vírus lá que consigamos medir. Não conseguimos detectar nada", disse Ravindra Gupta, professor e biólogo especializado em HIV da Universidade de Cambridge que liderou uma equipe de médicos que trataram do homem. O paciente contraiu o HIV em 2003, disse Gupta, e em 2012 ele foi diagnosticado com um tipo de câncer no sangue chamado Linfoma de Hodgkin.

Apesar da esperança, os médicos alertaram que o resultado não significa que uma cura para o HIV tenha sido encontrada. Gupta descreveu seu paciente como "funcionalmente curado" e "em remissão", mas advertiu: "É muito cedo para dizer que ele está curado".

O homem está sendo chamado "o paciente de Londres", porque seu caso é semelhante ao primeiro caso conhecido de uma cura funcional do HIV - em um homem americano, Timothy Brown, que ficou conhecido como o paciente de Berlim - onde foi submetido a tratamento semelhante, em 2007.

Brown, que vivia em Berlim, mudou-se para os Estados Unidos e ainda está livre do HIV. Cerca de 37 milhões de pessoas em todo o mundo estão infectadas com o HIV, e a pandemia de aids matou cerca de 35 milhões de pessoas em todo o mundo desde que começou, na década de 1980. (com agências)

Cientistas disseram que usaram com sucesso células-tronco de camundongos para desenvolver rins em embriões de ratos, usando uma técnica que poderia um dia ajudar a criar rins humanos para transplante.

Mas os pesquisadores advertiram que seu êxito era apenas um primeiro passo e que restam "barreiras técnicas sérias e questões éticas complexas" antes que o processo possa ser usado para órgãos humanos.

A técnica foi usada anteriormente para cultivar pâncreas derivados de camundongos em ratos, mas o novo estudo é a primeira evidência de que pode um dia fornecer uma solução para a enorme escassez de rins de doadores para pessoas com doença renal.

A pesquisa, publicada na quarta-feira na revista científica Nature Communications, começou com o desenvolvimento de um "hospedeiro" adequado no qual os rins poderiam ser cultivados.

Os pesquisadores coletaram estruturas de embriões de ratos geneticamente modificados para que não desenvolvessem rins por conta própria.

Os embriões foram então injetados com células-tronco pluripotentes de camundongos e implantados em úteros de ratos.

As células-tronco pluripotentes são um tipo de célula "mestre" que pode se desenvolver para qualquer uma das células e tecidos que compõem o corpo.

Os pesquisadores descobriram que as células-tronco dos ratos produziam rins aparentemente funcionais nos ratos.

Mas o mesmo não aconteceu quando as células-tronco dos ratos foram injetadas em embriões de camundongos modificados de forma semelhante.

- Vidas curtas -

"As células-tronco do rato não se diferenciaram prontamente nos dois principais tipos de células necessárias para a formação dos rins", disse Masumi Hirabayashi, professor associado do Instituto Nacional de Ciências Fisiológicas do Japão, que supervisionou o estudo.

Por outro lado, "células-tronco de camundongos diferenciaram-se eficientemente (...) formando as estruturas básicas de um rim", disse à AFP.

A razão desta diferença ainda não está totalmente clara, mas os pesquisadores acreditam que "estímulos ambientais" dentro dos camundongos provavelmente são os culpados, e não as células-tronco ou a técnica.

Mas mesmo nos embriões de ratos, a técnica não foi isenta de problemas.

Enquanto os ratos desenvolveram rins aparentemente funcionais, inclusive com conexões adequadas com os ureteres - tubos que ligam os rins à bexiga -, eles morreram logo após o nascimento porque não amamentaram adequadamente.

Remover os genes que permitem que os rins se desenvolvam no útero parece ter também removido seu olfato, de modo que os recém-nascidos não conseguiram detectar o leite e morreram.

Suas curtas vidas significaram que testes limitados poderiam ser feitos sobre sua função renal, mas Hirabayashi disse que os órgãos pareciam funcionais "baseados em observações anatômicas".

Há outras preocupações: o crescimento de um rim em um hospedeiro de outra espécie pode levar à "contaminação" do órgão com células do hospedeiro.

- Preocupações éticas -

E o processo de crescimento de órgãos humanos em animais representa um enigma ético porque as células-tronco humanas podem se transformar em células do cérebro ou de órgãos reprodutivos no hospedeiro.

"As principais preocupações éticas são o risco de consciência e/ou produção de gametas (células reprodutivas)", disse Hirabayashi.

"Existem barreiras técnicas sérias e questões éticas complexas que devem ser discutidas e resolvidas antes de produzir órgãos humanos em animais", acrescentou.

A curto prazo, é provável que pesquisas adicionais enfoquem em formas de modificar geneticamente ratos hospedeiros sem efeitos colaterais letais.

Se bem sucedidos, os pesquisadores vão querer fazer mais testes nos rins derivados de células-tronco, e tentar transplantá-los dos hospedeiros para outros animais.

Eventualmente, os testes podem envolver a tentativa de desenvolver órgãos humanos.

Pernambuco bateu o próprio recorde de transplantes de rim em 2018. Em 2017, foram realizados 404 procedimentos, enquanto no ano passado houve 463, o que representa um aumento de 15%, uma quebra de recorde pelo segundo ano consecutivo. Até então, a maior marca de transplantes tinha sido em 2015, com 344 cirurgias.

“Esse aumento nos transplantes de rim demonstra que a população tem se conscientizado da importância desse ato de solidariedade. Além disso, ratifica o empenho da Central de Transplantes e de todos os profissionais envolvidos no processo. Temos equipe de referência para captação de órgãos e de transplante de rim que estão à disposição todos os dias do ano para que as pessoas em fila de espera possam ganhar qualidade de vida”, declarou a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), Noemy Gomes.

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O fígado também superou as marcas anteriores. No balanço, foram realizadas 137 cirurgias, o que representa um aumento de 6% em relação a 2017, que teve apenas 129. O maior quantitativo tinha sido alcançado em 2012, quando 134 transplantes foram realizados no Estado.

Ao analisar os órgãos sólidos (coração, fígado, rim e pâncreas), Pernambuco atingiu 652 transplantes, aumentando o número de procedimentos em 9,6%, comparado a 2017, que obteve 595. Além dos 463 de rim e os 137 de fígado, foram realizados 42 de coração, que decaiu em 22%, em comparação a 2017, onde foram realizadas 54 operações. Os transplantes duplos de rim/pâncreas foram cinco, enquanto em 2017 houve seis, uma queda de 17%, e cinco de fígado/rim, que apresentou um aumento de 150%, já que em 2017 só houve dois procedimentos.

Já os procedimentos de tecidos (córnea e medula óssea), totalizam 1.652 em 2018, uma diminuição de 7,7% em relação a 2017, quando foram realizados 1.790. Os transplantes envolvendo medula óssea permaneceram na marca de 225, e 775 de córnea, uma queda de 20%, já que em 2017 houve 969. Sobre a redução nos transplantes de córnea, a coordenadora da entidade lembra que o fato é resultado da fila zerada para esse tecido em 2017. “Desde junho de 2017 estamos com o status de ‘córnea zero’. Isso significa que todo paciente com indicativo para o procedimento, com os exames realizados, bem de saúde e inscrito na lista, fará o transplante em até 30 dias”, informou Noemy.

Fila de Espera

Atualmente, 1.128 pessoas aguardam na fila de espera por um órgão ou tecido em Pernambuco. O mais demandado é o rim, com 852 pacientes, seguida por fígado (124), córnea (116), medula óssea (16), coração (13) e rim/pâncreas (7). Fato que pode ser revertido, já que de acordo com as Organizações de Procura de Órgãos (OPO), foram realizadas 339 entrevistas com familiares de pacientes por morte encefálica. Desse total, 183 autorizaram a doação e 156 negaram. Isso significa que 46% das possíveis doações não puderam ser concluídas.

“A população ainda tem muitas dúvidas e mitos relacionados à morte encefálica. Nas unidades hospitalares, os profissionais de saúde esclarecem aos familiares dos potenciais doadores, mas precisamos difundir esse tipo de informação para que cada pessoa possa decidir em vida se quer ser doador de órgãos e tecidos. Todos precisam ficar cientes que o diagnóstico de morte encefálica segue um rígido protocolo na sua confirmação e que a família receberá o corpo do ente querido íntegro para realizar todas as cerimônias de despedida. Como a doação só ocorre com a autorização de um familiar de até segundo grau, de acordo com a legislação brasileira, precisamos difundir esse tema; tirar dúvidas, mitos e preconceitos; e saber que esse ato pode salvar muitas vidas”, finalizou a coordenadora.

Com informações da assessoria

Entre janeiro e agosto, Pernambuco conseguiu realizar 315 transplantes de rim. O número representa um acréscimo de 22% no número de transplantes em comparação a 2017, quando houve 259 procedimentos. O rim é o órgão que possui a maior fila de espera no Estado, com 794 pacientes.

Entre janeiro e agosto de 2018, as Organizações de Procura de Órgãos (OPO) e Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos (Cihdotts) realizaram 227 entrevistas com familiares de pacientes com diagnóstico de morte encefálica. Desse total, 122 famílias autorizaram a doação do órgão ou tecido do seu ente querido (53,74%) e 105 recusaram (46,26%). Nos meses de julho e agosto, a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) registrou os menores percentuais de recusa, de 34% e 29%, respectivamente.

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“Um dos maiores desafios para a Central de Transplantes é fazer com que o percentual de recusa familiar para a doação de órgãos reduza a cada ano. Para isso, estamos investindo nos treinamentos e capacitações para profissionais de saúde, inclusive para os que não estão envolvidos diretamente no processo da doação, mas atuam na área da assistência das unidades hospitalares. Este ano, um dos nossos avanços foram as capacitações sobre morte encefálica para mais de 190 médicos da rede estadual, onde abordamos, além do protocolo, a importância do acolhimento e entrevista familiar após confirmada a morte encefálica do paciente", ressaltou a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes.

Córnea

Desde julho de 2017, Pernambuco está com o status de córnea zero. Isso não significa ausência de pessoas em fila de espera, mas que todo paciente que tiver indicação para um transplante de córnea, depois de realizar os exames necessários para ser inscrito an fila de espera, fará o procedimento em até 30 dias. 

Em 2018, foram realizados 529 transplantes do tecido, 24% a menos do que em 2017. Entre os hospitais captadores, destacam-se o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), com 127 doações; Imip, 78; Hospital da Restauração (HR), 64; e Hospital Mestre Vitalino, 54.

Medula Óssea

A medula óssea é um tecido que é doado em vida. Para ser doador, é preciso fazer o cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Em Pernambuco, o cadastro é feito no Hemope. Para doar, é preciso ter entre 18 e 55 anos e levar RG e CPF. Além de uma palestra informativa sobre a doação de medula óssea, será feita a coleta de uma amostra de sangue do possível doador para os testes de compatibilidade. O possível doador poderá ajudar alguém em qualquer lugar do Brasil e do mundo.

Balanço de 2018

De janeiro a agosto deste ano houve um aumento de 13,6% nos transplantes de órgãos sólidos (coração, fígado, rim, pâncreas), aqueles doados quando há a morte encefálica do paciente – o rim e parte do fígado também podem ser doados em vida. Foram 450 órgãos transplantados este ano, contra 396 no mesmo período de 2017.

 Quando se juntam os órgãos sólidos com os tecidos (medula óssea e córnea), somam-se 1.129 transplantes, uma diminuição de 9,27% em relação a 2017, com 1.241 procedimentos.

Em 2018, foram realizados 529 transplantes de córnea (696 em 2017 / – 24%), 315 de rim (259 em 2017 / + 22%), 147 de medula óssea (147 em 2017), 97 de fígado (90 em 2017 / + 8%), 33 de coração (40 em 2017 / – 18%), além de 3 de rim/pâncreas e 2 de fígado/rim.

 Recorde

Durante todo o ano de 2017, Pernambuco concretizou 1.790 transplantes, o maior quantitativo de procedimentos desde a criação da CT-PE, em 2015. O número é 22,27% maior do que o mesmo período de 2016, com 1.464 procedimentos.  O maior crescimento foi nos transplantes de coração, com 54 em 2017 e 38 em 2016 (aumento de 42%). Em seguida, vem rim: 129 em 2017 e 112 em 2016 (aumento de 41%). Ainda foram realizados 225 procedimentos de medula óssea (187 em 2016 – crescimento de 20%), 968 de córnea (827 em 2016 – ampliação de 17%), 129 de fígado (112 em 2016 – aumento de 15%). Também foram feitos 6 transplantes de rim/pâncreas, 2 de fígado/rim e 2 de válvula cardíaca.

Fila de espera

De acordo com o último balanço da CT-PE, 1.067 pessoas estão em fila de espera por um órgão ou tecido. O maior quantitativo é para rim (794), seguido de fígado (117), córnea (111), medula óssea (29), coração (11) e rim/pâncreas (5).

Morte encefálica

A morte encefálica acontece quando o cérebro perde a capacidade de comandar as funções do corpo, como consequência de uma lesão conhecida e comprovada. Nesse caso, o paciente é um potencial doador de órgãos sólidos e tecidos (coração, rins, pâncreas, fígado e córneas) – já que, apesar de não haver mais atividade cerebral, os órgãos continuam em funcionamento com a ajuda de aparelhos. De acordo com resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), atualizada no final de 2017, o diagnóstico de morte encefálica deve ser iniciado em todos os pacientes que apresentem coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente.

A morte deve ser atestada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e de transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos. Além do exame clínico, com um intervalo mínimo de uma hora entre o primeiro e o segundo, o paciente deve ser submetido a um teste de apneia e a exames complementares. Entre os exames a serem realizados, podem ser feita a angiografia cerebral, o eletroencefalograma, o doppler transcraniano e a cintilografia. O laudo deve ser assinado por profissional com comprovada experiência e capacitação para a realização desse tipo de exame.

Com informações da assessoria

Nesta terça-feira (10) é comemorado o dia da saúde ocular, e este ano o Recife tem ainda mais um motivo para celebrar: a fila de espera por um transplante de córnea está zerada na capital pernambucana. O trabalho é feito pelo Banco de Olhos do Recife (BORE), que funciona dentro do Centro Médico Ermírio de Moraes, em Casa Forte, na Zona Norte da capital. O local opera em parceria com a Central de Transplantes de Pernambuco e possui mais de 4 mil doadores registrados desde a sua fundação.

 “Nossos profissionais fazem a captação no doador, levam os tecidos oculares para o Banco de Olhos para serem preparados e avaliados antes de serem liberados para o transplante no receptor. Para cada pessoa que faz a doação, outras duas recebem”, explica a médica oftalmologista e diretora do BORE, Ana Katarina Delgado. Ainda de acordo com ela, os tecidos oculares captados – preferencialmente de pessoas entre 8 e 70 anos – podem aguardar um receptor por até 14 dias.

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Há dez anos, a espera por uma córnea durava de três a quatro anos. Na época, mais de 90% dos transplantes eram de córneas captadas pelo Banco de Olhos do Recife e 100% eram distribuídas através dele. Hoje, o paciente que precisar do tecido aguarda no máximo 30 dias pela cirurgia. O BORE funciona desde 2002, com médicos oftalmologistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem, que trabalham 24 horas por dia, para atender as possíveis demandas. A equipe realiza em média 30 captações mensais – uma por dia.

 

As três filhas da dona de casa Ninivalda Pereira Macedo, de 38 anos, precisaram de um transplante de fígado. Após períodos de espera e angústia, as três conseguiram. Nascidas com uma doença genética que compromete o funcionamento do órgão, as meninas, agora com 15, 12 e 10 anos, tiveram de ser mantidas em boas condições de saúde para esperar por um doador compatível.

É o primeiro caso de transplante de fígado em mais de dois irmãos, entre pacientes com colestase intra-hepática familiar progressiva, realizado no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

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Lindalva Macedo dos Santos, de 15 anos, nasceu com a doença, que faz com que ocorra um acúmulo de bile no fígado, comprometendo o funcionamento do órgão. Quando ela tinha 2 anos, passou mal e foi levada para uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na zona leste da capital. "A médica disse que era sério e ela foi encaminhada para o Hospital Menino Jesus e, depois, para o Hospital das Clínicas. Com 2 anos, ela entrou na fila", relembra a mãe.

Quando crianças precisam de transplante de fígado, os pais costumam ser os doadores, mas as meninas não tiveram essa opção. "Em crianças, entre 80% e 90% dos transplantes fazemos com doação do pai ou da mãe por meio do transplante intervivos, quando se tira um pedaço do fígado e transplanta. Nesse caso, havia uma característica particular. Os pais não poderiam ser doadores por questões genéticas e clínicas", explica Uenis Tannuri, chefe do serviço de cirurgia pediátrica e transplante hepático do Instituto da Criança.

Apenas quando Lindalva estava com 8 anos, em 2010, o transplante foi realizado. "Foi uma cirurgia longa e mexeu muito com a gente, mas não fiquei com medo de as minhas outras filhas também terem o problema porque nasceram saudáveis", conta a mãe.

No ano seguinte, a filha do meio de Ninivalda, Juliana Macedo dos Santos, hoje com 12 anos, começou a ser acompanhada pelo setor de hepatologia do hospital. Ela tinha um quadro de coceira desde os 2 anos e foi esse sintoma que ajudou no seu diagnóstico. "Elas tiveram sintomas diferentes. Deu para perceber na Lindalva pelo inchaço na barriga. A Juliana começou com uma coceira. Tinha gente que dizia que era alergia de comida, de tempero, mas não foi nada disso. Ela fez os exames e teve o diagnóstico. O médico já avisou que teria de fazer transplante."

Foi assim que, mais uma vez, a família se viu na fila para tentar um órgão para outra filha. Durante a espera, em 2015, Priscila Macedo dos Santos, hoje com 10 anos, começou a apresentar coloração amarelada, um indício de que o funcionamento do fígado não ia bem.

Em setembro de 2016, apareceu o doador compatível para Juliana. Ela passou mais de dois meses internada e, nesse período, Priscila piorou. "Ela teve uma hemorragia quando a Juliana estava internada e perdeu bastante sangue", conta o pai das garotas, o pedreiro Joelson Pereira dos Santos, de 42 anos.

Priscila conseguiu receber o órgão em março deste ano e teve alta em maio. As três ainda têm uma rotina de remédios: a mais nova toma dez medicamentos e a mais velha, apenas um, mas levam uma vida normal. Lindalva e Juliana frequentam a escola, e a caçula deve voltar a estudar após as férias deste meio do ano.

Mesmo enfrentando idas ao hospital para exames e internações, a família tem a sala de casa decorada com fotos das jovens em vários lugares. São registros em diferentes fases de suas vidas, mas em nenhuma elas estão com a aparência de quem um dia esteve doente. O que difere das pessoas da idade delas, atualmente, é a história de luta pela vida e a dieta que seguem. "Tem de ser uma comida sem sal e sem gordura, mas elas estão bem", afirma Ninivalda.

Alívio

Santos se diz aliviado pelo fato de as três terem conseguido o transplante e não esconde a gratidão pela equipe médica. "Só quero que Deus ilumine esses médicos. Se não fossem eles, minhas filhas não estariam aqui. Às vezes, a gente se sentia derrotado, foram muitos altos e baixos, e essa é uma coisa que a gente tem trauma de falar, mas é uma história de superação e vitória."

O médico Tannuri, que também é professor titular da disciplina de cirurgia pediátrica e transplante hepático do departamento de pediatria da FMUSP, diz que o caso das três irmãs era um "desafio multiplicado".

"Já vi esse tipo de caso com dois irmãos, mas foi o primeiro que tivemos com três. Estou desde o início do programa. O nosso empenho era em controlar as meninas para a gente conseguir fazer o transplante. É uma coisa bonita pela alegria de ver as três irmãs sobreviverem e por ser um procedimento feito em um hospital público", afirma. Desde 1989, 745 transplantes foram realizados no Instituto da Criança.

Transplantes

Atualmente, das 33.154 pessoas que estão na fila por um transplante no País, 1.289 aguardam por um fígado, segundo o Ministério da Saúde. Em 2017 houve aumento de 12,1% nos transplantes hepáticos em relação a 2016 e crescimento de 15,9% nos procedimentos com doadores vivos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na última quarta-feira (20), a primeira captação de córnea foi realizada pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Regional Costa do Cacau (HRCC), em Ilhéus, interior da Bahia.

Para que a doação seja possível, “o doador deve ter entre dois e 70 anos de idade, não apresente enfermidades como Hepatites B e/ou C, HIV (AIDS), morte por causa desconhecida ou outras enfermidades infectocontagiosas transmissíveis por meio do transplante”, informou a coordenadora da CIHDOTT, Silvana Batista.

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De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), para dar agilidade ao processo e diminuir a fila de espera pelo transplante no estado da Bahia, a própria equipe do HRCC realiza a captação das córneas.

Silvana ressalta ainda, que a doação só pode ser realizada mediante autorização familiar documentada, na presença de duas testemunhas. Os dados do doador e dos familiares serão mantidos em sigilo. ”É importante que a pessoa manifeste em vida o desejo de se tornar uma doadora de múltiplos órgãos e tecidos”, disse.

Médicos na Universidade Johns Hopkins (JHU, na sigla em inglês) anunciaram nesta segunda-feira (23) a conclusão do primeiro transplante total de pênis e escroto em um militar que foi ferido no Afeganistão. A cirurgia com 14 horas de duração foi feita em 26 de março por uma equipe de nove cirurgiões plásticos e dois cirurgiões urologistas, disse a JHU em nota.

"Estamos otimistas que esse transplante vai ajudar a restabelecer as funções urinária e sexual próximo do normal para este jovem homem", disse W.P. Andrew Lee, professor e diretor de cirurgia plástica e reconstrutiva na Escola de Medicina da JHU.

Todo o pênis, o escroto sem os testículos e parte da parede abdominal vieram de um doador falecido. O militar pediu anonimato, mas divulgou uma curta nota, dizendo que espera deixar o hospital na semana que vem. "É um ferimento realmente incompreensível, não é fácil de aceitá-lo", disse.

"Quando acordei, finalmente me senti mais normal", completou. A nota não descreveu como o paciente se feriu. Transplantes penianos já haviam sido feitos, mas a soma do escroto representa um avanço adicional para a medicina.

O baiano Daniel Neves, de 10 anos, foi diagnosticado com rins policísticos e fibrose hepática. Em 2015, a doença se agravou e a família do menino precisou se mudar para diminuir os custos, já que ele tem sessões quase diárias de hemodiálise. A história de Daniel ganhou visibilidade após uma prima divulgar um vídeo na internet, que culminou em uma corrente de solidariedade.

Para custear o transplante de rim, o garoto, que sempre gostou de desenhar e pintar, decidiu organizar uma exposição com suas obras de arte. O evento será na próxima sexta-feira (1º) no Hospital de São Salvador e é organizado pelos médicos da instituição. Ao todo, serão 60 telas, que custarão entre R$ 55 e R$ 100. Para divulgar a exposição, o artista fez um vídeo. Confira:

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Em entrevista ao site iBahia, Cleide Neves, mão da criança, ressaltou a importância da exposição e, consequentemente, a venda dos quadros. Além disso, ela agradeceu a mobilização das pessoas. "Precisamos arrecadar fundos, pois Daniel precisa de um transplante de rim infantil e, quando o doador compatível for encontrado, o procedimento deve ser realizado no Hospital Samaritano, em São Paulo. Por isso, teremos uma demanda de custo muito alta e fico muito grata por ver esta mobilização das pessoas".

 

De volta ao Brasil, a apresentadora Márcia Goldsmichdt acompanha a filha Yane, de 5 anos, que passou por um transplante de fígado. De acordo com Márcia, uma infecção hospitalar, em Portugal, ocasionou a perda do fígado.

Durante o programa Balanço Geral, da Rede Record, ela contou que processará a unidade de saúde. "As meninas nasceram prematuras de seis meses, porque eu tive pré-eclâmpsia, e,por causa disso, o parto teve que ser antecipado e as meninas ficaram três meses na UTI neonatal. Durante esse período, a Yanne contraiu uma infecção hospitalar", comentou.

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Na entrevista, Goldsmichdt ainda revelou que o filho mais velho James, de 23 anos, doou o fígado para a irmã caçula. Márcia, que está afastada da televisão há seis anos, mudou-se para Portugal e não descarta retomar a carreira.

A cantora Selena Gomez voltou aos treinos após revelar que passou por um transplante de rim há alguns meses. Em Nova York filmando o novo longa do diretor Woody Allen, Gomez foi, na sexta-feira (29), à academia Rumble, que tem aulas de boxe e treinamento funcional, e arrasou!

- Ela detonou! Ela veio e treinou forte. Elogiamos e ela disse, não, gente, da próxima vez vou vir no meu melhor! E eu não acreditei, falei, o quê? Olha pra você, você acabou de fazer uma grande cirurgia!

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Dias antes, Francia Raisa, a doadora do rim de Selena, também postou no Instagram que estava de volta à rotina de exercícios.

No Dia Mundial do Coração, celebrado na sexta-feira (29), Pernambuco comemora a ampliação de 60% nos transplantes deste órgão realizados no Estado, se comparado com o mesmo período do ano passado. Até agosto deste ano já foram realizados 40 procedimentos cirúrgicos, enquanto em 2016, 25 haviam sido feitos. No ranking nacional, Pernambuco ocupa segundo lugar neste tipo de transplante, atrás apenas de São Paulo.

“O programa de transplante cardíaco está muito consolidado em Pernambuco e isso revela que o serviço é realizado de forma correta e eficaz, também sendo referência para receber pacientes de outras unidades federativas. É essencial que a sociedade entenda a importância da doação e mais e mais pessoas decidam por este ato”, afirma a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), Noemy Gomes. Em Pernambuco, duas unidades realizam este tipo de cirurgia pelo SUS - o Imip, responsável por 75% dos casos, e o Real Hospital Português.

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A fila de espera por um coração, atualmente, tem cinco pessoas. Dos órgãos transplantados em Pernambuco, o coração é o que pode passar menos tempo fora do corpo humano, e consequentemente, é um transplante delicado e exige muito cuidado, sendo indicado apenas para pacientes portadores de cardiopatias graves e quando já não há tratamento medicamentoso ou outro tipo de cirurgia eficaz.

“O transplante cardíaco pode ser uma solução quando o paciente está no estágio avançado da doença e quando se esgota todas as alternativas, tanto em relação ao uso de medicamentos, quanto em relação aos aparelhos ou dispositivos coadjuvantes que auxiliam o órgão, como o marcapasso, por exemplo. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo e também lideram números no Brasil e em Pernambuco, por isso, focar na prevenção das doenças cardíacas mantendo hábitos saudáveis, já que as causas são multifatoriais, é de fundamental importância”, alerta o coordenador de cardiologia da SES, Orlando Otávio de Medeiros.

Entre os anos de 2013 e 2015, no ranking dos principais grupos de óbitos por causa natural em Pernambuco, excluindo os óbitos por causas externas, as doenças do aparelho circulatório aparecem em primeiro lugar, seguido pelas neoplasias e doenças do aparelho respiratório. Foram registrados 17.300 óbitos em 2013; 16.961 no ano seguinte; e 17.829 em 2015.

O atendimento cardiológico no SUS em Pernambuco é realizado pelo Procape, Hospital Agamenon Magalhães, Pelópidas Silveira, Dom Hélder Câmara e Mestre Vitalino, em Caruaru. Além disso, a rede de atendimento de emergência aos pacientes com problemas cardíacos conta com 15 UPAs e 13 hospitais regionais. As Unidades Pernambucanas de Atendimento Especializado (UPAEs) ofertam exames específicos e consultas ambulatoriais com cardiologistas, evitando que hipertensos, cardiopatas e diabéticos tenham o agravamento de seus quadros ou qualquer tipo de intercorrência.

Da secretaria de saúde de Pernambuco

Dos 1.005 pacientes em fila de espera por um órgão ou tecido, 776 aguardam a doação de um rim. Apesar de ser a maior fila, os pacientes podem contar com mais uma esperança: o aumento das doações em 2017. Até o mês de agosto, 259 rins foram transplantados no Estado, um aumento de 49% em relação ao mesmo período de 2016, com 174. Com esses números, Pernambuco ocupa a primeira colocação no Norte e Nordeste no ranking nacional de transplantes.

"O aumento nas doações impacta diretamente na diminuição na fila de espera de um órgão ou tecido e, consequentemente, na melhor qualidade de vida daquele paciente que precisava da doação. Sabemos que o paciente que precisa de rim tem na hemodiálise um suporte para continuar vivendo, mas essa é uma alternativa de tratamento. O transplante tira o compromisso do paciente de passar diversas horas durante a semana ligado a uma máquina, podendo ter uma melhor qualidade de vida e maior liberdade”, afirma a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), Noemy Gomes.

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A doação de rim ocorre de um doador que teve diagnóstico de morte encefálica e que teve o ato autorizado pela família. Essa também é uma doação que pode ser feita em vida. Nesse último caso, o doador precisa ter grau de parentesco de até quarto grau com o receptor, além de compatibilidade sanguínea e imunológica e ter uma boa saúde. Em caso de doador não aparentado, é preciso de um aval da justiça e um parecer técnico da Central de Transplantes. “Na doação entre vivos, o doador levará uma vida normal e saudável com apenas um rim”, ressalta Noemy.

BALANÇO – Até agosto 1.241 órgãos e tecidos foram transplantados em Pernambuco, um aumento de 29% em relação ao mesmo período de 2016, quando foram realizados 961 procedimentos. O aumento da doação de rim ficou no segundo lugar no ranking da CT-PE. Em primeiro está os transplantes de coração, que totalizaram 40, ampliação de 60% quando comparado com os dados do mesmo período de 2016 (25).

Também foram realizados 90 transplantes de fígado (70 em 2016 – aumento de 29%), 696 de córnea (546 em 2016 – aumento de 27%), 147 de medula (137 em 2016 – aumento de 7%), 6 de rim pâncreas, mesmo quantitativo de 2016, além de 2 de válvula cardíaca e 1 de fígado/rim.

“No Brasil, a doação de órgãos e tecidos precisa ser autorizada por um parente de até segundo grau. Neste mês de setembro, reforçamos a importância de debater esse assunto dentro de casa, para que o indivíduo expresse seu desejo em vida. Nas unidades hospitalares, também fazemos um trabalho de acolhimento com os familiares dos potenciais doadores para informá-los da possibilidade da doação e para dá-los todas as informações possíveis para que eles possam exercer o direito da doação”, frisa Noemy Gomes.

Nos primeiros meses deste ano, 46% das familiares negaram a doação. Das 238 entrevistas realizadas, 129 possibilitaram doações e 109 foram de recusa. Apesar do dado, Pernambuco teve um aumento de doadores por milhão de população (pmp). Em 2016, o número era de 15 doadores por milhão de população. Em 2017, o quantitativo está em 20.

Da Secretaria Estadual de Saúde

O Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) vai promover uma campanha de doação de órgãos, das 10h às 15h, na próxima quarta-feira (27), data em que é celebrado o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos.

Médicos, residentes, pacientes transplantados, pacientes na fila de transplante e profissionais da Organização de Procura de Órgãos (OPO) irão esclarecer as dúvidas da população sobre a importância da doação para a sobrevivência de doentes que dependem do transplante.

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Ainda serão distribuídos materiais educativos para maior conscientização e disseminação da informação, além de fitinhas na cor verde, símbolo da doação de órgãos.

Ação acontecerá em frente ao prédio dos ambulatórios, que fica na av. Enéas de Carvalho Aguiar, 155, próximo à Estação Clinicas do Metrô. Para outras informações acesse: http://www.hc.fm.usp.br/

Através do Instagram, Selena Gomez revelou que passou por momentos delicados nos últimos meses, e por isso não andou promovendo muito suas músicas novas, algo que já havia sido notado pelos fãs. Na rede social, a cantora contou que precisou fazer um transplante de rim por conta da sua doença, o lúpus, que faz o sistema imunológico atacar os próprios tecidos no corpo.

“Era o que eu precisava fazer pela minha saúde. Eu estou ansiosa para compartilhar com vocês a minha jornada destes últimos meses, como eu sempre faço. Mas, até lá, quero agradecer publicamente agradecer a minha família e time de médicos por tudo que eles fizeram por mim antes e depois da cirurgia”, escreveu a artista. Além da explicação, Selena fez também um agradecimento para sua amiga Fancia Raisa, que lhe doou o órgão.

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“Lúpus continua a ser muito mal compreendida, mas há progresso sendo feito”, completou. A cantora revelou publicamente que tinha a doença autoimune em 2015. Seus efeitos podem prejudicar principalmente a pele, articulações, cérebro e rim, como no caso de Selena Gomez.

Confira a postagem:

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