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Um homem, identificado como Damião de Oliveira Bezerra, 47 anos, passou por um transplante autólogo de mão, quando é transplantada a mão para a própria pessoa. O paraibano teve a mão direita amputada em um acidente aos 17 anos de idade e, há 8 meses, perdeu a funcionalidade da mão esquerda após um acidente de carro.  

O procedimento aconteceu na última quarta-feira (13), no Hospital SOS Mãos, no Recife. Na quinta-feira (14), Damião foi submetido a uma nova cirurgia de revascularização da mão. A equipe médica garante que o estado de saúde do paciente é estável e a expectativa é de que o homem permaneça internado por mais alguns dias. 

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Damião é agricultor e teve a mão direita amputada aos 17 anos, devido a um acidente enquanto utilizava uma máquina forrageira. Há 8 meses, o agricultor se envolveu em um acidente de carro e teve a orelha decepada, lesão cervical e paralisia total do plexo braquial esquerdo, o que causa a interrupção dos sinais que vão do cérebro para os músculos, impedindo que a musculatura do braço, antebraço e mão funcionem. 

Equipe médica fazendo o procedimento. Foto: Gleyson Ramos/Divulgação SOS Mãos

Após o acidente, Damião procurou ajuda no Hospital SOS Mãos. Na tentativa de possibilitar o uso de uma das mãos, foi realizada a cirurgia que transplantou a mão esquerda para o braço direito. De acordo com a unidade de saúde, a mão do braço esquerdo já estava perdida por conta da lesão do plexo braquial, ela jamais teria condições de ser funcional. Por isso, a equipe médica resolveu retirá-la e fazer o transplante para o lado direito na tentativa de promover a função adequada a uma das mãos. 

Os médicos Rui Ferreira e Mauri Cortez, cirurgiões especialistas em mão e responsáveis pelo procedimento, relatam que só existem sete registros deste tipo de cirurgia no mundo. “Nossa experiência e as condições do paciente nos deram tranquilidade e segurança para indicar e realizar o transplante. Neste momento, ainda é cedo para afirmar se o paciente vai recuperar as funções da mão transplantada, mas já podemos dizer que a cirurgia representa um grande avanço e que servirá como referência científica para os próximos casos”, explica o médico Mauri Cortez.

Pelo menos nove pacientes morreram por dia à espera de transplante no primeiro trimestre deste ano, segundo relatório da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (Abto). Enquanto isso, a lista ativa de pacientes adultos e pediátricos em espera ultrapassou os 50 mil. Foi um crescimento de 30,45% desde o início da pandemia de covid-19.

A crise sanitária causou aumento nas contraindicações médicas de doação e represamento de procedimentos, além de ampliar as mortes de pacientes em lista de espera. Mesmo com o aparente arrefecimento da pandemia, os dados do primeiro trimestre não são animadores, na visão de especialistas.

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Presidente da Abto, Gustavo Ferreira destaca que a pandemia desestruturou o programa de transplante no Brasil, ao provocar impacto negativo no número de procedimentos e de doações, que vinham em alta. A queda se deu, explica Ferreira, por dois motivos principais: insegurança de movimentar um paciente debilitado e expô-lo ao vírus e por causa da pressão no sistema de saúde, que paralisou alguns centros de transplante e reduziu a ação de outros.

Em 2020, o Ministério da Saúde recomendou "contraindicação absoluta" para doação de órgãos e tecidos em caso de doador com teste positivo, por exemplo. A taxa de contraindicação passou de 15% em 2019, para 23% em 2021, reduzindo a efetivação das doações.

A mortalidade em fila também progrediu. Foram mais de 4,2 mil mortes em 2021, número que foi de 2,5 mil em 2019. Isso tem forte ligação com a contaminação por covid. "São pacientes mais vulneráveis", destaca Ferreira. Mais de 71% eram pacientes à espera de transplante renal, que precisam fazer hemodiálise ao menos três vezes na semana.

O ano passado foi um dos piores para a atividade, especialmente o primeiro trimestre. Em números absolutos, os três meses iniciais de 2022 foram um pouco melhores. Na projeção anual, porém, "não foi bom", destaca Valter Duro Garcia, responsável pelos transplantes renais na Santa Casa de Porto Alegre e editor do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) da Abto. No editorial trimestral, escrito por ele, a associação projeta queda nas taxas de transplantes de rim (-13,8%), fígado (-11,5%) e coração (-12,5%).

A taxa de efetivação de doação passou de 26,2% no fim de 2021 para 24,3% no primeiro trimestre deste ano. A queda foi acompanhada pelo crescimento da não autorização familiar para doação, que chegou a 46% - era 42% em 2021.

A contraindicação médica caiu, ficando em 21%, mas segue alta levando em consideração os níveis pré-pandemia. Em março, o governo flexibilizou as regras de doação em relação à covid para retomar os índices de antes da doença.

O QUE FAZER

Para atingir os níveis de 2019, Garcia destaca que é preciso "crescimento substancial" até o fim do ano. Ele aponta ser necessário aumentar a efetivação da doação e melhorar o aproveitamento de órgãos. E, principalmente, aprimorar o acolhimento a famílias de potenciais doadores. É preciso encarar também a desigualdade regional. "Os maiores centros de transplante estão localizados nas Regiões Sudeste e Sul. Enquanto Norte e Nordeste têm menor número dessa atividade", diz Gustavo Ferreira, presidente da Abto.

O Ministério da Saúde afirmou ter lançado o Programa de Qualidade no Processo de Doação e Transplantes (Qualidot), com investimento de R$ 26 milhões, para qualificar estabelecimentos que atuam nesses procedimentos. O governo ainda destacou que atua na formação de profissionais para que façam o acolhimento das famílias.

ENQUANTO ESPERAM

Na fila, pacientes relatam piora do quadro, medo de pegar covid e perda de autonomia. Veneranda Gama da Silva, de 40 anos, ficou cerca de um ano e meio na fila de transplante hepático. Conseguiu fazer o procedimento em julho do ano passado, quando já estava bastante debilitada. "Eu estava com 40 quilos. Fraquinha, fraquinha. Só couro e osso." Isso prejudicou sua recuperação.

A espera poderia ter sido menor. Para fazer o transplante, ela deixou Rio Branco, no Acre, e veio para a capital paulista. A viagem, que estava marcada para março de 2021, só pode ocorrer um mês depois. "O governado do Acre suspendeu todos os voos." Aquele mês foi um dos piores para ela. "Eu passava dois dias em casa e o resto no hospital." Além da dor, os dias na fila foram marcados pelo medo de deixar os quatro filhos desamparados - a mais nova tem 2 anos.

Necessitando de transplante duplo, de rim e pâncreas, desde 2020, Marla Patrícia Ramos, de 41 anos, temia ser infectada pelo coronavírus. "Quando peguei, chorei quase três dias seguidos achando que ia morrer", conta. Hoje, ela aguarda por um transplante de pâncreas. O de rim foi feito há três meses.

Conseguir vencer a fila significará uma oportunidade de, finalmente, voltar para casa. Cerca de quatro anos atrás, conta, os rins "pararam de funcionar" em decorrência da diabete. Para fazer hemodiálise, precisou se mudar de Iturama, em Minas Gerais, para Votuporanga, em São Paulo. "Estou com saudade da minha casa, da minha avó, da minha mãe", diz. "Tem três meses já que não vejo meus filhos."

Antonio Carlos Rodrigues de Sousa, de 44 anos, disse não ter tido medo de se infectar. "Até porque eu não saía. Era de casa para a hemodiálise." Essa foi sua rotina durante seis anos na fila de espera por transplantes de pâncreas e rim.

Morador de Vitória da Conquista, na Bahia, ele realizou em abril os transplantes em São Paulo. Dois meses após o procedimento, Antonio sonha em comer uma buchada e abrir uma loja. "Considero já ter uma vida normal. Agora é manter os cuidados e tocar o barco para frente."

Médicos dos Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (24) que realizaram com sucesso o transplante dos dois pulmões de um homem com câncer terminal, dando novas esperanças a outros pacientes que estão em estágios avançados da doença mortal.

Albert Khoury, um não fumante de 54 anos, se submeteu a uma cirurgia de sete horas para receber seus novos pulmões no hospital da Northwestern Medicine em Chicago, em 25 de setembro de 2021.

Seis meses depois, os pulmões estão funcionando bem e não há sinais de câncer em seu corpo.

"Minha vida foi de zero a 100...", disse o paciente, que agora leva uma vida normal e pode trabalhar e ir para a academia sem necessidade de assistência respiratória.

"O transplante de pulmão para o câncer de pulmão é extremamente raro e são poucos os casos conhecidos", disse em um comunicado Ankit Bharat, chefe de cirurgia torácica da Northwestern Medicine.

"Para os pacientes com câncer de estágio 4, o transplante de pulmão é considerado um completo 'não', mas, como o câncer de Albert estava alojado somente no tórax, tínhamos certeza de que poderíamos eliminar todo o câncer durante a cirurgia e salvar sua vida", explicou Bharat.

No início de 2020, Khoury trabalhava como finalizador de concreto para a cidade de Chicago, quando começou a sentir dores nas costas, espirros, calafrios, tosse e secreção. De início, pensou que era covid, mas foi ao médico depois que começou a tossir sangue, e foi a partir daí que veio o diagnóstico de câncer.

De maneira geral, os cirurgiões são reticentes a realizar esses transplantes porque, mesmo que restem poucas células cancerígenas, existe uma grande chance de que elas voltem a crescer em um paciente que toma medicamentos imunossupressores para evitar a rejeição dos órgãos transplantados.

Os poucos procedimentos deste tipo efetuados no passado não tiveram êxito, mas, desde então, os avanços da ciência permitiram uma melhor compreensão dos médicos sobre a propagação do câncer.

A primeira pessoa a receber um transplante de coração de porco morreu dois meses após o procedimento histórico nos Estados Unidos, informou nesta quarta-feira (9) o hospital que realizou a cirurgia. David Bennett, de 57 anos, que morreu em 8 de março, recebeu seu transplante em 7 de janeiro, informou a Universidade de Maryland, situada no estado de mesmo nome no leste dos Estados Unidos, em comunicado.

"Sua condição começou a se deteriorar há vários dias", diz a nota. O transplante inédito gerou expectativas de que o uso de órgãos de outras espécies seria a solução no futuro para resolver a escassez crônica de órgãos humanos para doação.

Por sua vez, a equipe responsável pela cirurgia mantém seu otimismo sobre o êxito desse procedimento no futuro. "Depois que ficou claro que ele não se recuperaria, ele recebeu cuidados paliativos compassivos. Ele conseguiu se comunicar com sua família durante suas últimas horas", diz o comunicado.

Após a cirurgia, o coração transplantado funcionou muito bem por algumas semanas, sem sinais de rejeição, indicou a universidade. Bennett passou algum tempo com sua família, fez sessões de fisioterapia, assistiu ao Super Bowl - a final da liga de futebol americano NFL - e sempre falava sobre o seu desejo de voltar para casa para ver seu cachorro Lucky. "Ele mostrou ser um paciente corajoso e nobre, que lutou até o fim. Expressamos nossas mais sinceras condolências à família", comentou Bartley Griffith, o cirurgião que conduziu o procedimento.

Em outubro de 2021, Bennett deu entrada no hospital da Universidade de Maryland. Estava deitado em uma cama e conectado a uma máquina de suporte vital de emergência. Foi considerado não elegível para um transplante humano, o que acontece quando o receptor tem problemas de saúde subjacentes.

"Obtivemos aprendizados inestimáveis sobre como o coração de porco geneticamente modificado pode funcionar bem dentro do corpo humano enquanto o sistema imunológico se comporta adequadamente", afirmou Muhammad Mohiuddin, diretor do programa de xenotransplante cardíaco da universidade americana.

"Seguimos otimistas e planejamos continuar com nosso trabalho em futuros ensaios clínicos", ressaltou. Veículos de comunicação dos Estados Unidos revelaram que Bennett tinha sido condenado por esfaquear um homem várias vezes em 1988, o que deixou a vítima paralítica antes de morrer em 2005. Os especialistas em ética médica, por sua vez, afirmam que os antecedentes criminais de uma pessoa não deveriam influenciar em seu futuro tratamento de saúde.

Uma família antivacina está atrasando a cirurgia no coração de um menino no hospital Sant'Orsola de Bolonha, na Itália, porque não quer que a criança receba sangue de doadores vacinados contra a Covid-19, informa o jornal "Gazzetta di Modena" nesta segunda-feira (7).

O caso foi parar na justiça local e os médicos alertam que a situação é muito delicada e urgente.

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O problema começou na última semana, com os pais da criança dizendo que não queriam que o menino recebesse sangue de pessoas vacinadas e que iria começar uma campanha em grupos "no vax" para que doadores se apresentassem.

No entanto, o hospital, em parceria com o centro de transfusão de sangue, se nega a esperar todo esse tempo e alerta que todo o processo de doação é muito rígido e específico. Com a negativa do hospital, a família contratou um advogado e o caso foi parar no tribunal.

"É uma história que está andando há muito tempo e é um pedido absurdo ter sangue de não vacinados, sem nenhum embasamento científico. A escolha do sangue é ligada a critérios de compatibilidade muito precisos e não a caprichos de alguém. O sangue de pessoas vacinadas contra a Covid é idêntico, por exemplo, a daquelas pessoas não imunizadas que contraíram o Sars-CoV-2 e se curaram, desenvolvendo também anticorpos", disse à ANSA o diretor do Centro Nacional de Sangue, Vincenzo De Angelis.

Além disso, o especialistas afirmou que a "doação específica é absolutamente desaconselhada por muitíssimos motivos".

"A seleção do doador vem sob uma pressão psicológica e depois se escolhe o sangue pela melhor compatibilidade, não por familiaridade ou amizade. Se essas pessoas indicadas vieram doar sangue, são todas bem-vindas porque precisamos de estoque de sangue. As bolsas de sangue para transfusões, porém, pertencem a doadores rigorosamente anônimos", acrescentou.

Atualmente, conforme dados do Ministério da Saúde, mais de 91% da população italiana com mais de 12 anos já tomou ao menos uma dose da vacina, 88,3% já tomaram duas aplicações e 82,5% receberam as três injeções.

Da Ansa

A enfermeira Mara Abreu, de 42 anos, morreu nesta quinta-feira (3), no Hospital das Clínicas de São Paulo, após tomar cápsulas de um chá emagrecedor. O corpo da enfermeira foi cremado nesta sexta-feira (4), em Tatuapé, na Zona Leste da capital paulista.

A prima da enfermeira, Márcia Cristina de Oliveira, contou que o corpo de Mara rejeitou o fígado transplantado no último domingo (30), e que ela estava à espera de um novo doador. A prima informou que Mara não tinha problemas de saúde prévios e não fazia uso de outros medicamentos. 

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De acordo com o portal G1, Márcia relatou que a prima foi internada com dores abdominais no último dia 18, no Hospital Santa Joana, onde estava trabalhando. Ela foi diagnosticada com problemas no fígado e o quadro se agravou rapidamente. Sendo assim, no dia 21, Mara foi transferida para o Hospital das Clínicas e voltou à fila de espera por um transplante.

Os médicos começaram a investigar qual poderia ser o remédio causador do quadro de hepatite medicamentosa, foi quando a pedidos da equipe médica, a família procurou e encontrou o chá em cápsulas.

“A gente começou a fuçar as coisas dela e encontramos na gaveta dela esse chá em cápsulas e levamos para eles. Foi quando constataram, pela composição das cápsulas, que tudo ali era prejudicial ao fígado”, disse Márcia, ao G1.

A médica Liliana Ducatti, cirurgiã do aparelho digestivo, afirmou que a paciente teve  hepatite fulminante após tomar o chá emagrecedor de 50 ervas, incluindo chá verde, carqueja e mata verde, ervas prejudiciais ao fígado.

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Ela afirmou que há casos semelhantes ao da paciente, que não tinha nenhum problema de saúde prévio e desenvolveu uma falência aguda do fígado gravíssima. 

Um homem identificado como DJ Ferguson, 31 anos, teve o seu nome retirado da fila de espera por um transplante do coração, após se negar a receber a vacina contra a Covid-19 nos Estados Unidos. 

Segundo a rede americana de televisão CBS, o homem era o primeiro da lista para receber um novo coração, mas não pôde fazer o transplante por se negar a vacinar-se. Ele está internado no Brigham and Women 's Hospital, localizado em Boston, Massachusetts, que tem a política de não operar quem não recebeu o imunizante.

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David Ferguson, pai do paciente, disse à CBS que o seu filho chegou à beira da morte, mas que não acredita na vacina contra o novo coronavírus. “É meio que contra seus princípios básicos – ele não acredita nisso”, relatou.

O Hospital declarou que a imunização contra o novo coronavírus faz parte dos requisitos para que o paciente faça o transplante. 

“A vacina Covid-19 é uma das várias vacinas e comportamentos de estilo de vida necessários para candidatos a transplante no sistema Mass General Brigham, a fim de criar a melhor chance de uma operação bem-sucedida e também a sobrevivência do paciente após o transplante”, pontua a unidade de saúde.

Médicos comemoraram o sucesso do transplante de um coração de porco para um homem de 57 anos, na Escola de Medicina da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. David Bennet, morador de Maryland, foi considerado inelegível para os procedimentos convencionais, como o transplante de coração ou a bomba de coração artificial, sendo o coração de porco sua única opção.

Com uma doença cardíaca terminal e grande vontade de viver, David recebeu a autorização de emergência no dia 31 de dezembro da Food and Drug Administration dos EUA (FDA, órgão similar à Anvisa) para realizar o procedimento.

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“Era morrer ou fazer esse transplante. Eu quero viver. Eu sei que é um tiro no escuro, mas é minha última escolha”, disse Bennet, um dia antes da cirurgia.

Bennet segue bem e estável após três dias do transplante do coração de porco geneticamente modificado. No procedimento, foram retirados três genes humanos que são responsáveis pela rejeição dos órgãos de porco pelo sistema imunológico e um gene para evitar o crescimento excessivo de tecido cardíaco de porco. No lugar, foram implantados seis genes humanos responsáveis pela aceitação no sistema.

David Bennet terá que ser monitorado pelos médicos por semanas para avaliar se o transplante é funcional, se consegue fornecer para o corpo o necessário para salvar a vida do paciente. Outras complicações, além do sistema imunológico, serão avaliadas.

Cedo para comemorar?

Apesar de recente, os médicos já comemoram, ainda que com cautela, a opção que cirurgia fornece para pacientes no futuro. Nos Estados Unidos, de acordo com Health Resources and Services Administration, órgão do governo americano, 110 mil pessoas estão aguardando por transplante. Destes, 6 mil morrem anualmente aguardando um coração.

“Esta foi uma cirurgia inovadora e nos deixa um passo mais perto de resolver a crise de escassez de órgãos. Simplesmente não há corações humanos de doadores suficientes disponíveis para atender à longa lista de potenciais receptores”, disse o Dr. Bartley P. Griffith, um dos médicos responsáveis pelo procedimento. “Estamos procedendo com cautela, mas também estamos otimistas de que esta cirurgia inédita no mundo será uma nova e importante opção para os pacientes no futuro”, completou.

Histórico da prática

Os xenotransplantes, transplantes de órgãos de animais para humanos, foram tentados pela primeira vez na década de 1980, mas foram amplamente abandonados após o famoso caso de Stephanie Fae Beauclair (conhecida como Baby Fae) na Universidade Loma Linda, na Califórnia.

A criança, nascida com uma doença cardíaca fatal, recebeu um transplante de coração de um babuíno e morreu um mês após o procedimento devido à rejeição do sistema imunológico.

No entanto, por muitos anos, válvulas cardíacas de porco têm sido usadas com sucesso para substituir válvulas em humanos.

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O adolescente Matheus Farias, de 16 anos, foi morto a tiros na noite da quarta-feira (24), um dia antes de realizar o transplante de medula óssea para o próprio pai. Segundo a irmã da vítima, o jovem foi morto por engano. As informações são do Uol.

O caso ocorreu no município de Almirante Tamandaré, no Paraná. A irmã de Matheus, Grazielle Luz, relatou que ele foi confundido com outro irmão, que tem passagens pela polícia.

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"Ele tinha saído para comprar bolacha para a minha sobrinha e foi morto por engano, já que acharam que era o nosso outro irmão, de 23 anos. Matheus nunca mexeu com algo errado", contou Grazielle.

O pai de Matheus está internado há cerca de três meses com leucemia. O procedimento de transplante estava marcado para esta quinta-feira (25).

O jovem foi baleado perto de casa por suspeitos em um carro. Até o momento os criminosos não foram localizados. A Polícia Civil do Paraná informou que está investigando o caso.

Em resultado inédito, cirurgiões tiveram sucesso ao transplantar um rim crescido em um porco geneticamente alterado a um paciente humano, nos Estados Unidos. Os médicos descobriram que o órgão funcionava normalmente e a novidade científica pode, no futuro, render um vasto suprimento de órgãos para pacientes que enfrentam grandes filas de doação. O procedimento foi feito no Langone Health, da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, informou a imprensa americana. 

A data da cirurgia não foi publicada, assim como os responsáveis pelo estudo ainda não fizeram a publicação dos resultados em nenhum jornal científico, incluindo o da Langone, mas o relato do instituto foi feito na terça-feira (19). 

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Embora muitas perguntas ainda não tenham sido respondidas sobre as consequências a longo prazo do transplante, que envolveu um paciente de morte encefálica após apenas 54 horas, especialistas na área disseram que o procedimento representou um marco. 

“Precisamos saber mais sobre a longevidade do órgão”, disse o Dr. Dorry Segev, professor de cirurgia de transplante da Escola de Medicina Johns Hopkins, que não esteve envolvido na pesquisa. No entanto, ele disse: “Este é um grande avanço. É um grande negócio. ” 

Os pesquisadores há muito procuram cultivar órgãos em porcos adequados para transplante em humanos. Um fluxo constante de órgãos - que poderia eventualmente incluir corações, pulmões e fígados - ofereceria uma tábua de salvação para os mais de 100.000 americanos atualmente em listas de espera para transplantes, incluindo os 90.240 que precisam de um rim. 12 pessoas nas listas de espera morrem a cada dia. 

Um número ainda maior de americanos com insuficiência renal - mais de meio milhão - depende de tratamentos de diálise exaustivos para sobreviver. Em grande parte, devido à escassez de órgãos humanos, a grande maioria dos pacientes em diálise não se qualifica para transplantes, que são reservados para aqueles com maior probabilidade de prosperar após o procedimento. 

 

Trista Parson, natural da Virgínia (EUA), foi a heroína da família do consultor comercial André Tôrres, cearense de Maranguape, na grande Fortaleza. Eles vivem a aproximadamente 6.100 quilômetros de distância e jamais imaginariam se aproximar por um episódio tão particular, que salvou a vida de um deles.

É que em junho de 2018 André foi diagnosticado com leucemia aguda indiferenciada - quando não é possível identificar o tipo da doença. Foi descoberta ainda uma mutação genética, a cromossomo Philadelphia. "Comecei a sentir pequenas dores de cabeça durante o dia, e na piora de uma dessas dores, vi o meu chão se abrir. Era a leucemia", recorda Torres.

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O tratamento para leucemia se dá por meio de quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e, por fim, o transplante de medula óssea. Tôrres se viu diante de mais uma batalha, a de encontrar uma medula nova e compatível. E foi após uma foto de seu filho Davi, na época com apenas um ano, viralizar na internet que surgiu o projeto Caçadores de Medula.

"Tenho dois irmãos e achava que meu problema seria resolvido dentro de casa. Mas meus irmãos não foram compatíveis o suficiente. Começamos uma verdadeira caçada para encontrar um doador", conta Torres.

Durante uma campanha de doação de sangue que ocorria na cidade, a mulher de André fez a foto de Davi carregando uma plaquinha que dizia "caçador de medula". Em uma outra placa, pendurada na sua moto de brinquedo, Davi pedia: "Procuro uma medula para o meu papai e conto com você". A foto sensibilizou muita gente.

"Eu estava internado quando a recebi e me emocionei. Meu filho, sem saber, lutava para salvar a vida do pai. Eu não era mais o herói dele. Naquele momento, ele se tornou o meu herói", diz o consultor comercial.

Ainda no hospital, André também iniciou uma campanha de incentivo pelo cadastro para doação de medula. "Levamos a campanha para a internet e estamos com o 'Caçadores de Medula' até hoje. É o meu propósito", declara Tôrres. O perfil no Instagram tem mais de 17 mil seguidores. Na página, Tôrres compartilha histórias bem sucedidas sobre doações, além de quebrar preconceitos e receios sobre o transplante.

Foi por meio do Redome, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea, que ele encontrou a medula certa, cinco meses após descobrir a doença. O Redome, coordenado pelo Instituto Nacional do Câncer, é o terceiro maior banco de cadastros do tipo no País e representa, para pacientes brasileiros, a maior chance de encontrar um doador que não seja da família. A instituição se comunica com órgãos de outros países para encontrar um doador compatível.

"Somente um ano e meio após o transplante o paciente pode pedir ao Redome a quebra de sigilo da identidade do dador e vice-versa, mas as duas partes precisam estar de acordo", explica Tôrres. Foi então que ele e Trista se conheceram por videochamada. "Eu ganhei na loteria de vida", vibra.

Duas loterias. Se encontrar um doador compatível é acertar na loteria, a publicitária Duda Dornela de 31 anos, ganhou o prêmio duas vezes. Ela, de Belo Horizonte, descobriu que tinha leucemia mieloide crônica em janeiro de 2015, quatro meses antes de se casar. "Foi um baque", relata ela. "Será que vou morrer? Será que vou casar careca? Ou nem vou casar?"

Começou o tratamento com quimioterapia oral e respondeu bem à medicação. Casou como sempre sonhou, de cabelão. Mas, na volta da lua de mel, teve recaída. Os médicos decidiram, então, pelo transplante de medula. O doador foi o Thiago, de São José do Rio Preto (SP), e os dois também se conheceram.

"Ele tem a mesma idade do meu irmão, que não pôde me ajudar, porque não era compatível. Eu ganhei uma medula nova e mais um irmão", comemora. No Instagram, a publicitária também criou o perfil Valorizar a Vida, com mais de 5,1 mil seguidores, em que tira dúvidas e fala sobre a importância da doação.

Já Amanda Oliveira, do Rio, descobriu a doença seis meses após o casamento, quando começou a sentir dores entre os seios. O diagnóstico não foi fácil. Apenas um ano e meio depois ela descobriu que todos os problemas de saúde estavam sendo causados por uma infecção na medula óssea. Após refazer os exames, descobriu metástase no pulmão. A suspeita era de tuberculose óssea.

"A batalha foi grande até descobrir o câncer, mas eu estava tão saturada que só queria descobrir o que eu tinha. Os médicos disseram que eu poderia ficar infértil, que ia perder meu cabelo. Passei por mais de um protocolo de quimioterapia. Foram cinco meses internada, sem saber o que iria acontecer", conta.

Em dezembro de 2018, Amanda fez o transplante, mas em um mês e meio o câncer voltou em outros órgãos e ela precisou de novo transplante. No Redome, encontraram um doador 100% compatível, mas o contato não foi em frente. O pai de Amanda era 50% compatível, mas estava com um problema no fígado que impossibilitou a doação. O doador de Amanda estava na Inglaterra. "O dia do transplante foi muito emocionante. Fiz uma cartinha para ele. Depois de dois anos, pedi a quebra de sigilo, ele aceitou me conhecer e pude ler a cartinha pra ele", conta, emocionada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) mobilizou equipes de Pernambuco, Alagoas e Paraíba, na quinta-feira (30), para fazer um idoso chegar a tempo de realizar um transplante de fígado urgente. Segundo a PRF, o idoso tinha poucas horas para fazer um deslocamento de 370 km.

O paciente saiu de Maceió-AL após receber a notícia sobre a chegada do órgão no Hospital Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa-PB. Os policiais se posicionaram nas divisas de cada estado para fazer a escolta.

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De acordo com a PRF, o idoso chegou bem à unidade de saúde e seguiu para a sala de cirurgia.

Selena Gomez usou o Twitter para fazer uma reclamação. A cantora se manifestou, na última terça-feira (3), sobre a quantidade de piadas sobre transplante que vão ao ar na televisão.

"Não tenho certeza de como escrever piadas sobre transplantes de órgãos para programas de televisão se tornou comum, mas, infelizmente, aparentemente se tornou. Espero que na próxima sala do escritor, quando uma dessas piadas de mau gosto for apresentada, ela seja contada imediatamente e não vá ao ar", disse.

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Em seguida, a cantora ainda publicou: "Meus fãs sempre me apoiam. Amo vocês. Se você puder, se inscreva para ser um doador de órgãos".

Os internautas publicaram uma série de comentários de apoio para a artista, como você pode ver a seguir: "Nós estaremos para sempre ao seu lado"; "Selena, talvez você não leia isso, mas eu sofro ao ver gente brincando com o seu transplante, te amo muito e sinto sua dor, chegue mais perto de nós por favor. Seus selenators sentem sua falta todos os dias, eu te amo, eu te amo, eu te amo"; "Estaremos sempre aqui com você. Piadas sobre doenças não têm graça. Mostre a eles quem é a rainha!!"

Vale lembrar que Selena Gomez já passou por um transplante de rim em 2017, por causa de uma consequência do lúpus - doença que a cantora enfrenta há anos.

Um pulmão infectado com o coronavírus foi transplantado para uma mulher, que veio a óbito da doença dois meses depois da cirurgia, em Michigan, nos Estados Unidos. Este foi o primeiro caso de infecção da Covid-19 por um órgão transplantado. Os testes feitos com a doadora haviam apresentado resultados negativos.

Segundo reportagem da Kaiser Health News, publicada também na NBC, a paciente que recebeu o órgão infectado tinha doença pulmonar obstrutiva crônica e realizou o transplante no Hospital Universitário de Ann Arbor. Três dias após a cirurgia, a mulher começou a apresentar sintomas causados pela infecção do vírus Sars-CoV-2.

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Os médicos realizaram um tratamento envolvendo remdesivir e plasma sanguíneo, mas o quadro não apresentou melhoras. O cirurgião que realizou o transplante também testou positivo para a doença.

A doadora do pulmão havia sofrido morte cerebral após um acidente de carro e os testes realizados nela apresentaram resultados negativos para Covid-19. Após a morte da mulher que recebeu o pulmão, foi feita uma autópsia para analisar o órgão, e o exame revelou que o vírus já estava presente no pulmão antes da operação.

A infecção da doença por um órgão transplantado é o único caso confirmado até agora. Mas elevou o pedido de testes mais completos de doadores de transplante de pulmão.

Daniel Kaul, diretor do serviço e doenças infecciosas de transplantes da Michigan Medicine, lamentou o caso. “Não teríamos usado os pulmões se tivéssemos um teste de covid-19 positivo... Todas as triagens que normalmente fazemos e somos capazes de fazer, nós fizemos”, disse ele à reportagem da Kaiser Health News.

Quase seis meses após receber um raro transplante de rosto e mãos, Joe DiMeo está aprendendo a sorrir de novo, bem como a pestanejar e a pegar objetos.

O jovem de 22 anos, residente do estado americano de Nova Jersey, foi operado em agosto do ano passado, cerca de dois anos após sofrer queimaduras graves em acidente rodoviário.

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"Sabia que seriam pequenos passos a todo o tempo", contou DiMeo à agência AP. "Você tem que ter muita motivação, [e] muita paciência. E deve permanecer forte em todos os momentos", assegurou.

Segundo os especialistas, aparentemente, a cirurgia realizada no hospital NYU Langone Health foi um êxito, mas advertem que levará algum tempo para confirmação.

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Cirurgiões americanos completaram, até hoje, pelo menos, 18 transplantes faciais e 35 transplantes de mãos, conforme a Rede Unida para Partilha de Órgãos (UNOS, na sigla em inglês), uma organização sem fins lucrativos que supervisiona o sistema de transplantes norte-americano.

Transplantes simultâneos de rosto e mãos são bastante raros, tendo apenas sido tentados duas vezes. O primeiro aconteceu em 2009, no qual um paciente parisiense acabou morrendo um mês após o procedimento por complicações ligadas à cirurgia. Dois anos mais tarde, médicos de Boston tentaram o procedimento em uma mulher que teria sido atacada por um chimpanzé, mas, poucos dias mais tarde, suas novas mãos tiveram de ser amputadas.

"O fato de terem conseguido é fantástico", declarou Bohdan Pomahac, cirurgião do Hospital de Brigham and Women's de Boston, que liderou a segunda tentativa dessa operação. "Sei por experiência que é extremamente complicado. É um tremendo sucesso", citado pela mídia.

DiMeo tomará medicamentos para o resto de sua vida, de modo a evitar que seu corpo rejeite os transplantes, passando também por uma reabilitação contínua para aumentar a sensibilidade em seus novos rosto e mãos.

Da Sputnik Brasil

Pessoas que precisam de transplante de medula óssea podem ter sérias dificuldades no próximo ano. Associações médicas e de pacientes alertam sobre uma possível interrupção da distribuição do medicamento bussulfano, essencial para preparar o organismo antes do procedimento médico. A falta da droga pode inviabilizar os tratamentos e, no limite, levar pacientes à morte.

O laboratório francês Pierre Fabre anunciou, no fim de novembro, que deixará de distribuir o medicamento. Há estoque somente até junho de 2021, segundo a empresa. Como não há outra farmacêutica com esse medicamento registrado no País, as importações seguintes para as redes pública e privada do SUS, se houver fornecedor, terão de ser avaliadas caso a caso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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Nesse cenário, a entrada no Brasil é lenta, incerta e o preço também pode ficar fora dos parâmetros definidos pelo governo federal. Cada frasco do medicamento custa R$ 6,5 mil para a rede pública, considerando o ICMS cobrado em São Paulo. Em farmácias, o preço supera R$ 8,5 mil. Há ainda resistência de planos de saúde a cobrirem tratamentos com drogas que não têm registro no Brasil.

Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope), Cláudio Galvão estima que 70% a 80% dos transplantes serão negados sem o medicamento. "A droga tem 1.001 utilidades", disse.

O Ministério da Saúde informou à reportagem que o Instituto Nacional de Câncer (Inca) tem estoque de bussulfano suficiente para o primeiro trimestre de 2021. Também afirmou que o medicamento pode ser substituído e esse processo deve ser avaliado entre o médico e o paciente.

Para Galvão, porém, o bussulfano não pode ser trocado em muitas situações. "Vai ser um cenário de absoluto caos. Alguns pacientes não vão ter droga para fazer transplante. São medicamentos tradicionais, antigos, esquemas muito bem consolidados na literatura mundial."

Presidente da SBTMO, Nelson Hamerschlak afirma que, sem a droga, haverá problema para realizar a maioria dos transplantes alogênicos, ou seja, quando as células são recebidas de um doador. "Os substitutos não são ideais e aumentarão riscos e falhas", disse.

O ministério não quis comentar a manifestação de entidades médicas. "Muito me espanta a condução que está sendo dada pelo Ministério da Saúde. Completo descaso. Também a informação que a empresa nos fornece, acho que é desencontrada. Não consigo entender o que está acontecendo, porque não querem mais fazer ou continuar com o produto", afirma Galvão. Segundo o médico, outros medicamentos usados em transplante têm faltado, por vezes, no mercado, mesmo registrados no Brasil.

Pirre Fabre x Anvisa

Apesar de ser detentora do registro na Anvisa do bussulfano, a Pierre Fabre não é a fabricante do produto. O laboratório que produz a droga, segundo a Pierre Fabre, teve certificações negadas pela Anvisa. Por isso, o medicamento terá de ser retirado do mercado brasileiro, alega o laboratório francês.

A agência dá outra versão e afirma que a descontinuidade da distribuição "em nada tem a ver com pendências regulatórias e está fora da governança da Anvisa". "O fornecimento era realizado pela Pierre Fabre. A quebra do fornecimento, na situação atual, não está vinculada a nenhum pedido pendente na Anvisa, mas sim ao encerramento da licença comercial do produto à Pierre Fabre, segundo informado por ela própria", disse a autoridade sanitária.

A Anvisa também disse que não tem instrumento legal para impedir a retirada dos produtos, mas, "considerando a relevância terapêutica do medicamento", o órgão declara estudar ações para evitar o desabastecimento. "Como, por exemplo, a possibilidade de via acelerada e prioritária para novos registros, importação facilitada, entre outras ações."

Em nota à comunidade médica, a Pierre Fabre declara que está trabalhando, inclusive com a Anvisa, para garantir a disponibilidade do Bussulfano mesmo após junho de 2021. "É importante destacar que: 1) a Pierre Fabre é a distribuidora do composto do qual a licença pertence ao laboratório Otsuka e; 2) A Otsuka subcontrata sua fabricação de um parceiro, que não possui as aprovações necessárias pela Anvisa. Até a presente data, a Otsuka e a Pierre Fabre ainda não encontraram um fabricante alternativo adequado para o mercado brasileiro, mas continuam a buscar possibilidades."

Por ano, 3.805 intervenções

O bussulfano serve para tratamento prévio, ao destruir a medula óssea original do paciente e permitir que seja feito o transplante. Doenças onco-hematológicas, como leucemias agudas, linfomas e mielomas são beneficiadas com esses procedimentos. A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope) e a Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO) afirmam que, em 2019, foram realizados 3.805 transplantes de medula óssea em adultos e 534 pediátricos. Esse número caiu em 2020 por causa da pandemia da Covid-19. 

Nessa segunda-feira (14), morreu aos 68 anos o cantor Paulinho, um dos fundadores do Roupa Nova. O músico lutava contra a Covid-19 desde novembro, na UTI do Hospital Copa D'or, na Zona Sul do Rio de Janeiro, após passar por um transplante de medula.

Paulo César Santos foi diagnosticado com o vírus enquanto recuperava-se do transplante de medula óssea, realizado em setembro, durante o tratamento de um linfoma. De acordo com o perfil oficial da banda no Instagram, o vocalista apresentou melhora, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória, agravada pelos fatores da doença, e morreu por falência múltipla de órgão.

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Nascido em 1952, Paulinho era um dos principais músicos do circuito de bailes cariocas na década de 70 e deixa os filhos Pepê, baterista da banda Kamz, e a cantora Twigg. Junto a Serginho Herval, Kiko, Nando, Ricardo Feghali e Cleberson Horsth, fundou o Roupa Nova no início dos anos 80 e construiu uma carreira de sucesso, na qual ficou consagrado com uma das vozes mais marcantes da música romântica.

"Meu amigo está iluminado nessa foto, assim que quero guardá-lo em minha memória, tantos anos de tanto amor e alegria. Você vai continuar aqui comigo, dentro do meu coração", despediu-se Ricardo Feghali nas redes sociais.

O pianista do grupo, Cleberson Horsth também prestou homenagens ao amigo. "Como diz uma das lindas músicas: “Amigos para sempre”. Que o senhor Deus, autor da vida, esteja com você nos braços; fique em paz meu amigo e leve com você, meu coração", publicou.

O líder da banda 14 Bis, Flávio Venturini comentou sobre o apreço que sente por Paulinho e pelo Roupa Nova. "Muito triste com essa notícia, Roupa Nova sempre foi uma “banda irmã” do 14 Bis e Paulinho sempre foi uma pessoa muito querida por todos nós. Descanse em paz meu amigo", escreveu.

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Entre janeiro e agosto deste ano, Pernambuco registrou uma queda de 52,8% no número de transplantes de órgãos e tecidos em comparação com 2019. Foram 511 procedimentos realizados neste ano contra 1.082 no mesmo período no ano passado. O estado é considerado referência no Norte e Nordeste em transplantes.

De acordo com o Governo de Pernambuco, a queda está diretamente relacionada à pandemia da Covid-19. Durante os meses mais críticos da doenças, alguns programas de transplante passaram a fazer o procedimento apenas nos casos de urgência. Além disso, o contato com os familiares para autorização do ato ficou comprometido com a nova realidade do ambiente hospitalar.

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"Com a pandemia do novo coronavírus, as visitas aos pacientes e permanência dos acompanhantes nas unidades ficaram restritas, dificultando o contato das Organizações de Procura de Órgãos e das Comissões Intra-Hospitalares de Doação com os familiares. Estamos nos reinventando neste momento para fazer essa interlocução de forma remota, acolher e passar as informações necessárias para que o indivíduo tenha o direito de se tornar um doador garantido", afirma a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), Noemy Gomes. 

A CT-PE realizará uma transmissão ao vivo pelo Instagram da Secretaria de Saúde na próxima segunda-feira (21) às 20h. O objetivo é reforçar a importância da doação de órgãos e tecidos e tirar dúvidas da população. "Precisamos chamar a atenção da população para o tema constantemente, esclarecendo como funciona o processo da doação, autorização e, principalmente, combatendo as fake news e os mitos que rodeiam o tema", explica a coordenadora.

A doação de órgãos sólidos (coração, fígado, rim, pâncreas), além de tecidos (córnea), pode ser realizada quando há morte encefálica do potencial doador. O quadro de morte encefálica é irreversível e diagnóstico e comprovado por uma série de exames, de acordo com a norma do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Dados

Entre janeiro e agosto, Pernambuco realizou 208 transplantes de córnea (-58% em comparação com 2019), 129 de medula óssea (-22%), 101 de rim (-60%), 47 de fígado (-56%), 14 de coração (-60%) e um de rim/pâncreas (-83%), além de 11 de válvula cardíaca (-27%).

Os transplantes de fígado, coração e medula óssea foram mantidos mesmo com a pandemia. Já os de rim, em uma decisão colegiada dos centros transplantadores e o Estado, foram temporariamente suspensos, já que o paciente tem um tratamento substitutivo, a hemodiálise. Os transplantes de rim foram retomados na segunda quinzena de julho. Os de córnea seguem parados por decisão do Ministério da Saúde, exceto em casos de urgência.

A fila de espera conta com 1.455 pacientes, sendo 1.160 aguardando um rim, 130 fígado, 97 córnea, 39 medula óssea, 16 rim/pâncreas e 13 coração.

Uma mulher de cerca de 20 anos cujos pulmões foram afetados de forma irreversível pela Covid-19 recebeu um transplante duplo deste órgão em Chicago, anunciou nesta quinta-feira o hospital onde ocorreu a cirurgia.

"Um transplante de pulmão era a sua única chance de sobrevivência", disse em comunicado Ankit Bharat, chefe de cirurgia torácica no Hospital Northwestern de Chicago. Trata-se do primeiro transplante deste tipo realizado nos Estados Unidos, mas não no mundo, já que médicos chineses fizeram a mesma cirurgia em março.

A paciente é uma mulher hispânica que não tinha doenças pré-existentes, segundo o hospital. Ainda assim, ela desenvolveu a forma grave da Covid-19, o que a levou a ficar internada por seis semanas na UTI.

A paciente teve que usar respirador artificial e ser conectada a uma máquina chamada ECMO, que substitui o coração e os pulmões para oxigenar e fazer o sangue circular pelo corpo. No último dia 5, a jovem foi submetida durante 10 horas a uma intervenção "muito difícil", segundo Bharat, e que, geralmente, leva cerca de seis horas.

O sucesso da intervenção mostrou que este tipo de transplante é possível e seguro, comemorou o médico. "Espero, realmente, que possamos operar cada vez mais pacientes que dependem hoje de um respirador artificial porque seus pulmões foram destruídos de forma permanente", disse.

- 'Muito a aprender' -

A paciente, que preferiu não se identificar, está consciente, mas continua usando um respirador. Ela pôde ver a família por videoconferência, contou o médico, explicando que a jovem permanecerá intubada até ganhar força, o que deverá ocorrer daqui a algumas semanas.

Foi necessário esperar até que a paciente testasse negativo para o novo coronavírus para realizar o transplante, e também que os órgãos da jovem se recuperassem o suficiente para suportar a cirurgia. "Tivemos que agir muito rapidamente, dia e noite, para ajudá-la na oxigenação e apoiar seus demais órgãos, para que ela pudesse resistir ao transplante", explicou Beth Malsin, especialista pulmonar do hospital.

A equipe médica ficou surpresa com a virulência do novo coronavírus, já que não é comum que uma pessoa tão jovem apresente danos irreversíveis nos pulmões. "Como uma mulher de 20 anos saudável chegou a este estado? Ainda temos muito a aprender sobre a Covid-19", reconheceu o pneumologista Rade Tomic.

A esperança da equipe é de que pacientes que tiveram a doença e puderam voltar para casa, mas que sofreram uma perda permanente de suas funções respiratórias, possam ser submetidos a um transplante no futuro. Nos Estados Unidos, a espera para um transplante de pulmão é de três a seis meses.

Solidariedade. Esse é um gesto que vem sendo colocado em prática constantemente neste período da circulação do novo coronavírus. Diariamente, vê-se histórias de doação das mais diversas formas para auxiliar a população. Na área da saúde, pessoas físicas e jurídicas estão doando diversos insumos para ajudar as unidades hospitalares. Os doadores de sangue também estão sendo convocados constantemente para continuar com essa prática. E a doação de órgãos e tecidos?  

Assim como o sangue, os órgãos sólidos e tecidos (córnea e medula óssea) não podem ser fabricados, não estão disponíveis na prateleira de uma farmácia. Ou seja, precisam do ato de solidariedade para que o próximo possa ser beneficiado. Contudo, também sofreram o impacto do novo coronavírus. No último mês de março, as doações de órgãos e tecidos no Estado caíram 40%, comparando com o mesmo mês de 2019 (de 15 doações múltiplas para 9). Já a negativa familiar aumentou: foi de 46% em março de 2019 e subiu para 57% em março de 2020, uma ampliação na negativa de 24%, reflexo de mudança na dinâmica do acolhimento das famílias desses potenciais doadores. 

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“Para segurança de pacientes, familiares e profissionais de saúde, as visitas nas unidades hospitalares estão mais restritas, o que modifica a forma de abordagem das famílias dos potenciais doadores, sem o contato físico como era habitualmente. Essa mudança é necessária para diminuir o número de pessoas afetadas pela pandemia na comunidade. Contudo, precisamos continuar conscientizando o público sobre a importância da doação e contar com o apoio dos familiares dos potenciais doadores neste momento tão delicado para todos nós. Os pacientes em fila de espera continuam aguardando e necessitando desse ato de amor para ter uma melhora na qualidade de vida”, afirma a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), Noemy Gomes.  

Comparando os meses de março de 2019 e março de 2020, Pernambuco teve uma diminuição de 6,5% nos transplantes de córnea (de 46 para 43), 50% em coração (de 4 para 2), 54% de fígado (de 13 para 6) e 83% de rim (de 42 para 7). Os transplantes de medula se mantiveram em 21 em março de ambos os anos. Já transplante duplo de rim/pâncreas não foi realizado em março de 2020 (redução de 100% - foi feito 1 em março de 2019).  

 “As Organizações de Procura de Órgãos e Tecidos e as Comissões Intrahospitalares de Doação continuam à disposição das famílias, mesmo de forma remota, para tirar todas as dúvidas sobre o ato de doar. Vamos continuar apoiando os familiares neste momento de dor e dando o suporte necessário para que eles possam exercer seu direito de ajudar o próximo”, reforça Noemy Gomes.  

Atualmente, em Pernambuco, 1.166 pessoas aguardam um rim, 171 córnea, 129 fígado, 24 medula óssea, 19 rim/pâncreas e 14 coração, totalizando 1.523.  

Importante destacar que pacientes que foram a óbito por Covid-19 ou por suspeita não podem realizar a doação. 

BRASIL - De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a média de redução no número de transplantes de doador falecido a partir do dia 17 de março de 2020, até o final do último mês, foi expressiva: rim (51,7%), coração (86,7%), fígado (32,1%), pâncreas (66,7%), pâncreas rim (50%), pulmão (85,7%) e córnea (62%). Os dados foram comparados com o quantitativo de transplantes do mesmo período em 2019.  

De acordo com recomendação do MS, apenas os transplantes de córnea, considerados eletivos, estão suspensos neste momento de pandemia.

*Da assessoria de imprensa

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