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O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, 69, venceu a eleição presidencial e vai governar o país por mais cinco anos, estendendo seu poder até 2028. Erdogan está no poder desde 2003, entre mandatos de primeiro-ministro e presidente. A projeção é da mídia estatal da Turquia.

Vitorioso nas urnas três vezes como premiê e outras duas como presidente, após promover mudanças nas regras eleitorais e na Constituição, Erdogan tem 52,1% dos votos, à frente do adversário, Kemal Kilicdaroglu, 74, que tem 47,8%. Os números são divulgados pela agência de notícias estatal, a Anadolu.

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Apesar de ter sido a disputa mais acirrada da história política de Erdogan - é a primeira vez que uma eleição presidencial vai para o segundo turno no país - o presidente turco reeleito teve 26 milhões de votos, 3 milhões a mais que seu adversário. Erdogan dominou a votação no centro do país, assim como o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), liderado por ele, e que obteve votação expressiva nas eleições parlamentares duas semanas atrás.

O adversário de Erdogan, Kemal Kilicdaroglu, ainda não se manifestou sobre o resultado. À frente de uma coalizão de seis partidos, ele votou em Ancara, capital do país, onde convidou os seus apoiadores a permanecerem próximos das urnas após o encerramento da votação, para acompanharem a contagem.

Os dois candidatos votaram perto das 12h (6h, em Brasília), ambos acompanhados pelas mulheres. Tanto Erdogan, em Istambul, quanto Kilicdaroglu, em Ancara, pediram que os eleitores fossem às urnas, diante de um clima aparentemente mais tranquilo em comparação com o primeiro turno, quando foi registrada afluência de 88%.

Assim que a votação foi encerrada, às 17h locais, o atual presidente agradeceu aos eleitores no Twitter e instigou os partidários a "cuidarem das urnas até o resultado final", na observação da contagem de votos. "Agora é hora de proteger a vontade de nossa nação até o último momento", escreveu.

O resultado indica que a crise econômica, que alimentou as esperanças da oposição de derrubá-lo, é uma pauta em segundo plano para a maioria dos turcos.

Principalmente sua base eleitoral coloca os interesses nacionais em primeiro lugar, em uma pauta identitária que muitas vezes coincide e se funde com a do Islamismo, que esteve na origem da carreira política do líder conservador.

De acordo com a rede al-Jazeera foram reportados ataques a observadores eleitorais, cédulas pré-preenchidas com votos em Erdogan e pessoas sendo impedidas de votar.

O presidente do Conselho Eleitoral Supremo da Turquia, Ahmet Yener, disse, no entanto, que a votação não foi prejudicada. "Não houve nenhuma situação negativa que tenha sido refletida em nosso conselho e que tenha impactado o processo de votação", disse ele a repórteres.

Turquia rumo à autocracia

A votação expressiva agora deve consolidar o domínio de Erdogan na vida pública da Turquia, um país estrategicamente localizado entre o Ocidente e o Oriente, membro da Otan, mas cortejado pela Rússia e pela China. Para analistas, a vitória deve dar controle ainda mais firme de Erdogan e seu governo cada vez mais autoritário.

"Erdogan tem apoio dos setores conservadores e religiosos do eleitorado de 64 milhões de pessoas, e é reconhecido como o homem forte que posicionou a Turquia como protagonista na geopolítica e deu voz ativa aos religiosos", afirmou diz Soner Cagaptay, que chefia a pesquisa sobre a Turquia no Washington Institute, uma organização de pesquisa política, e é autor do livro Um sultão no outono, sobre as mazelas do período Erdogan no poder.. "Essa concentração de poder, que começou coma reforma que acabou com a figura do primeiro-ministro e se estendeu com a perseguição política de adversários, deve aumentar ainda mais agora".

A campanha de Erdogan se concentrou nos avanços que ele disse que a Turquia conseguiu sob seu governo, como um país modernizado por megaprojetos como pontes e aeroportos e uma potência global independente que produzia suas próprias armas militares. Ele também atacou ferozmente a oposição, alegando que eles eram apoiados por grupos "terroristas", no que analistas disseram ser um sinal de desespero, já que ele flertou com a derrota pela primeira vez em anos.

Em uma tentativa de atrair os eleitores duramente atingidos pela inflação, Erdogan aumentou os salários e as pensões e subsidiou as contas de eletricidade e gás, ao mesmo tempo em que apresentava a indústria de defesa e os projetos de infraestrutura da Turquia.

A resiliência do presidente turco, quando consecutivas pesquisas previam sua derrota, certamente denota o controle sistemático de seu partido sobre os meios de comunicação e os tribunais do país (a Freedom House, entidade que classifica o estado da democracia nos países, baixou a colocação da Turquia de "parcialmente livre" para "não livre" em 2018).

Mas o autoritarismo vai muito além de votos e tiros. Televisão, música, monumentos e memoriais foram as principais alavancas de um projeto político: uma campanha de ressentimento cultural e renascimento nacional que culminou em maio, nos carpetes azul-esverdeados instalados sob a abóbada de Hagia Sophia.

Fora da Turquia, essa reviravolta cultural é com frequência descrita como "islamista", e Erdogan e seu Partido Justiça e Desenvolvimento, conhecido como AKP, realmente passaram a permitir expressões de religiosidade anteriormente banidas, como as mulheres cobrirem o cabelo com véus dentro de instituições públicas.

Mas esta eleição sugere que o nacionalismo, não a religião, pode ser o verdadeiro fio condutor da revolução cultural de Erdogan. Suas celebrações do passado otomano - e o ressentimento dos que supostamente o odeiam, seja no Ocidente ou dentro da Turquia - caminham ao lado de esforços nacionalistas não relacionados com o Islã.

O país organizou campanhas agressivas pela devolução de antiguidades greco-romanas levadas para museus no Ocidente. Equipes estrangeiras de arqueologia tiveram permissões de trabalho canceladas. A Turquia se posiciona na vanguarda obscura de uma tendência vista por toda parte hoje, principalmente nos Estados Unidos: uma política cultural de ressentimento perpétuo, quando a indignação é mantida mesmo após a vitória.

Crise econômica à vista

O índice de inflação na Turquia está em 44%. Os consumidores têm visto seus salários comprar cada vez menos comida, e agora, gastos do governo em benesses e esforços para sustentar o valor da moeda ameaçam o crescimento econômico e poderiam empurrar o país para a recessão.

O desafio será duro para Erdogan. "A economia relativamente forte dos trimestres recentes foi produto de políticas insustentáveis, portanto muito provavelmente haverá contração ou recessão", afirmou Brad Setser, especialista em comércio global e finanças do Council on Foreign Relations.

"Os trabalhadores turcos se sentirão mais pobres quando o valor da lira cair", afirmou ele sobre a moeda local. "As pessoas terão mais dificuldade de encontrar emprego para ganhar um salário que cubra o custo de vida."

A turbulência econômica na Turquia, uma das 20 maiores economias do mundo, poderia ecoar também globalmente, em razão de sua extensa rede de relações de comércio internacional.

Em sua primeira década na presidência, Erdogan coordenou um crescimento econômico dramático, que transformou cidades turcas e retirou da pobreza milhões de pessoas. Mas alguns desses ganhos têm erodido nos anos recentes. A moeda nacional perdeu 80% de seu valor em relação ao dólar desde 2018. E o índice anual de inflação, que chegou a mais de 80% em seu auge, no ano passado, baixou, mas no mês passado ainda permanecia em 44%, fazendo muitos turcos se sentir mais pobres.

Enquanto a ortodoxia econômica normalmente requer aumentar taxas de juros para combater a inflação, Erdogan tem insistido em fazer o oposto, reduzindo-as repetidamente - o que, segundo economistas, exacerbou o problema.

Durante sua campanha pela reeleição, Erdogan não demonstrou nenhuma intenção de alterar suas políticas, dobrando a aposta em sua convicção de que juros baixos ajudam a economia a crescer por ocasionar crédito barato para aumentar a manufatura e as exportações turcas.

Erdogan prometeu "combater" a crise eeconômica. "Nós trabalharemos incansavelmente até colocar a Turquia entre as dez maiores economias do mundo", afirmou Erdogan em um comício este mês. "Se hoje a realidade na Turquia não permite que seus pensionistas, trabalhadores e funcionários públicos sejam esmagados pela inflação, é porque nós fomos bem-sucedidos em apoiar vocês."

Maioria no Parlamento

Além disso, a aliança liderada pelo Partido da Justiça e Desenvolvimento, de Erdogan, manteve sua maioria no parlamento de 600 assentos, embora a assembleia tenha perdido muito de seu poder após um referendo que deu à presidência poderes legislativos adicionais. O AKP de Erdogan e seus aliados garantiram 321 assentos na Assembleia Nacional, enquanto a oposição conquistou 213 e os 66 restantes foram para uma aliança pró-curda, de acordo com resultados preliminares.

Howard Eissenstat, professor associado de história e política do Oriente Médio na St. Lawrence University, em Nova York, disse que esses resultados deram a Erdogan uma vantagem no segundo turno, porque os eleitores não gostariam de um "governo dividido".

Quase 89% dos eleitores elegíveis na Turquia votaram e mais da metade dos eleitores estrangeiros foram às urnas. A participação eleitoral na Turquia é tradicionalmente forte, apesar do governo suprimir a liberdade de expressão e reunião ao longo dos anos e especialmente desde a tentativa de golpe de 2016.

Terremoto esquecido?

Os terremotos de fevereiro deste ano no sul da Turquia deixaram cicatrizes em um curral eleitoral de Erdogan, mas não foram suficientes para abalar a popularidade do líder turco. Os tremores deixaram a maior parte da cidade em ruínas. Um boom imobiliário de duas décadas por aqui, emblemático em relação ao foco nacional de Erdogan em desenvolvimento, mais do que dobrou a população local, para cerca de 25 mil pessoas.

Um em cada seis habitantes de Nurdagi morreu nos terremotos. Mais de 50 mil pessoas morreram na região, de acordo com cifras oficiais; muitos observadores acreditam que o número real é muito maior. Os resultados relatados pela agência estatal Anadolu mostraram que o partido de Erdogan domina a região, vencendo 10 das 11 províncias em uma área que tradicionalmente apoia o presidente. Isso ocorreu apesar das críticas à resposta lenta de seu governo ao terremoto de magnitude 7,8 que matou mais de 50.000 pessoas.

A Turquia caminha nesta segunda-feira (15), pela primeira vez em sua história, para um segundo turno eleitoral em 28 de maio entre o atual presidente Recep Tayyip Erdogan, um conservador islâmico, e seu principal rival, Kemal Kiliçdaroglu, um social-democrata.

Os resultados definitivos das disputas presidenciais e legislativas celebradas no domingo ainda não foram divulgados. Os 64 milhões de eleitores do país compareceram em massa às urnas e o índice de participação provisório é de quase 90%.

Após a apuração de mais de 99% das urnas, Erdogan tem 49,4% dos votos e Kiliçdaroglu 44,95%, um resultado melhor que o esperado para o atual chefe de Estado, que aparecia em desvantagem nas pesquisas mais recentes.

A oposição, que no domingo chegou a afirmar que liderava a votação, recebeu os números como um banho de água fria.

"Se nossa nação decidir pelo segundo turno, nós certamente venceremos no segundo turno", disse Kiliçdaroglu durante a madrugada. O social-democrata lidera uma ampla coalizão de seis partidos opositores e afirmou que "a vontade de mudança na sociedade é maior do que 50%".

Recep Tayyip Erdogan, reeleito em 2018 no primeiro turno, também discursou para simpatizantes no domingo à noite.

"Acredito sinceramente que vamos continuar servindo o nosso povo nos próximos cinco anos", disse Erdogan, que está desde 2003 no poder (primeiro-ministro de 2003 a 2014 e depois presidente). Nas últimas semanas ele fez diversas promessas para conter a inflação elevada que afeta o país.

O Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, conservador islâmico), parece estar bem posicionado para prosseguir com a maioria no Parlamento.

- Batalha de números -

O resultado do segundo turno dependerá parcialmente de um terceiro candidato, o nacionalista Sinan Ogan, que recebeu quase 5% dos votos no domingo. Até o momento ele não pediu a seus simpatizantes que votem em nenhum dos candidatos.

No bairro de Sishan, em Istambul, os moradores expressaram opiniões conflitantes nesta segunda-feira sobre o resultado do segundo turno em 28 de maio.

Para Betul Yilmaz, 26 anos, "Kiliçdaroglu pode vencer se estabelecer uma aliança com Sinan Ogan".

"Mas está muito disputado", acrescenta a jovem.

"Tayyip Erdogan vencerá. É um verdadeiro líder, os turcos confiam nele e tem uma visão para a Turquia", afirmou Hamdi Kurumahmut, 40 anos, que trabalha no setor de turismo.

"Certamente há coisas que devem melhorar, na economia, na educação ou nas políticas de recepção dos refugiados. Mas sabemos ele é quem pode solucionar tudo isto"”, defendeu o homem.

Durante a noite, os dois lados travaram uma batalha de números, com pedidos para que seus observadores permanecessem nos locais de apuração dos votos "até o fim".

O lado de Kiliçdaroglu rapidamente rejeitou os primeiros números, que apontavam uma grande vantagem de Erdogan, afirmando que os resultados das áreas de votação mais favoráveis ao candidato da oposição ainda não haviam sido contabilizados devido aos vários recursos apresentados, o que provocava atrasos no processo de apuração.

Porém, o jornal Sabah, ligado a Erdogan, destacou que o fato de o presidente ser o mais votado no primeiro turno representa um "êxito formidável".

Os turcos vão às urnas neste domingo (14) em uma eleição crucial que poderia estender o domínio de duas décadas do presidente Recep Tayyip Erdogan, ou levar o país de maioria muçulmana à secularização.

Com a expressão cansada, o presidente em final de mandato e candidato Recep Tayyip Erdogan compareceu à sua seção eleitoral em Üsküdar, um bairro conservador de Istambul, para votar, desejando "um futuro próspero para o país e para a democracia turca".

Erdogan, que não quis dar nenhuma previsão dos resultados, destacou o "entusiasmo dos eleitores", principalmente nas áreas mais atingidas pelo terremoto de 6 de fevereiro, que deixou pelo menos 50 mil mortos.

O candidato da oposição, Kemal Kiliçdaroglu, votou pouco antes em Ancara.

"Sentimos falta da democracia", declarou com um sorriso. "Vocês vão ver. A primavera vai voltar para este, se Deus quiser, e vai durará para sempre", acrescentou, referindo-se a um de seus "slogans" de campanha.

Em uma Turquia profundamente dividida, a disputa para eleger o 13º presidente do país, um século após a fundação de sua república, promete ser equilibrada.

- Polarizados -

O país está polarizado entre os dois principais candidatos: o presidente islâmico-conservador Erdogan, de 69 anos, no poder há duas décadas, e seu principal oponente Kemal Kiliçdaroglu, de 74, líder de um partido social-democrata laico, o CHP.

Para garantir a vitória no primeiro turno, eles precisam de pelo menos 50% dos votos mais um.

O terceiro candidato em disputa é Sinan Ogan, a quem as pesquisas atribuem apenas alguns pontos.

"O importante é não dividir a Turquia", disse Recep Turktan, um eleitor de 67 anos que esperava em frente à sua seção eleitoral em Üsküdar.

Hoje, 64 milhões de eleitores, que também elegerão seu Parlamento, estão habilitados para votar neste país de 85 milhões de habitantes. Tradicionalmente, as taxas de participação eleitoral são superiores a 80%.

Bom humor e clima festivo reinam entre os eleitores neste domingo, que coincide com o Dia das Mães na Turquia.

- Crise econômica -

Kiliçdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP) de Mustafa Kemal Atatürk, fundador da Turquia moderna, lidera uma coalizão de seis partidos que vai da direita nacionalista à centro-esquerda liberal.

Ele também recebeu o apoio do partido pró-curdo HDP, a terceira maior força política do país.

Em 2018, na última eleição presidencial, o chefe de Estado venceu no primeiro turno com mais de 52,5% dos votos. Se, desta vez, tiver de disputar um segundo turno, em 28 de maio, já será um golpe para ele.

Erdogan prometeu respeitar o resultado das urnas, que serão monitoradas por centenas de milhares de observadores eleitorais de ambos os lados.

Nesta disputa, tem-se um país atingido por uma crise econômica, com uma moeda desvalorizada pela metade em dois anos, e uma inflação que passou de 85% no outono, além do dramático terremoto de fevereiro, que colocou em xeque a onipotência de Erdogan.

Seu rival, Kemal Kiliçdaroglu, aposta no apaziguamento e promete restaurar o estado de direito e respeitar as instituições, afetadas nos últimos dez anos pela guinada autocrática de Erdogan.

De acordo com as pesquisas, seus discursos breves e tranquilos, em contraste com os de Erdogan, conquistaram a maioria dos 5,2 milhões de jovens turcos que votaram pela primeira vez.

Para o cientista político Ahmet Insel, exilado em Paris, “a derrota de Erdogan mostraria que podemos sair de uma autocracia consolidada pelas urnas”.

País-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Turquia goza de uma posição privilegiada entre a Europa e o Oriente Médio e é um importante ator diplomático.

Os centros de votação fecham as portas às 17h (11h em Brasília). As primeiras estimativas oficiais devem começar a ser divulgadas em torno de quatro horas depois.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reconheceu que houve falha na resposta ao terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a Turquia e a Síria na segunda-feira passada (6) e causou a morte de mais de 16 mil pessoas.

O governante visitou a província de Hatay, a mais afetada pelo desastre natural, na quarta-feira (8) e reforçou que o clima frio também é um fator que não colabora com as operações de emergência. "Não é possível estar preparado para tal desastre", afirmou Erdogan. Turcos criticaram as ações do governo e disseram que as equipes de resgate demoraram a chegar nos locais atingidos, e o presidente destacou que o "não deixará nenhum cidadão descuidado".

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À medida que cresce o número de mortes provocadas pelo terremoto que atingiu a Turquia, aumenta a insatisfação da população frente a reação do governo de Recep Erdogan ao desastre. Até agora, o terremoto causou mais de 16 mil pessoas na Turquia e na Síria.

Candidato à reeleição em maio, Erdogan usou a visita ao local da tragédia para atacar adversários políticos que. segundo ele, espalham "mentiras e calúnias" sobre as ações do governo. Enquanto isso, o líder da oposição, Kemal Kilicdaroglu, atribuiu à gestão de atual os efeitos devastadores do terremoto, ao dizer que o presidente não preparou o país para uma catástrofe como essa e fez mau uso do dinheiro disponível.

Buscas continuam

Os socorristas seguem em busca de pessoas soterradas nos escombros. Vários países, inclusive o Brasil, se mobilizaram para ajudar no resgate das vítimas, contudo, para especialistas, as chances de encontrar sobreviventes passados três dias da tragédia é pequena. "As primeiras 72 horas são consideradas críticas", disse o especialista em riscos naturais da Nottingham Trent University, Steven Godby, à Associated Press. "A taxa de sobrevivência em 24 horas, em média, é de 74%; após 72 horas, é de 22%; e no quinto dia, é de 6%", acrescentou ele.

Para o professor de planejamento e gerenciamento de emergência da University College London, David Alexander, dados de terremotos anteriores confirmam a dificuldade para encontrar vítimas soterradas à essa altura. "Estatisticamente, hoje é o dia em que vamos parar de encontrar pessoas. Isso não significa que devemos parar de procurar.", afirmou.

O professor disse também que o número exato de mortos pode demorar a ser conhecido devido à quantidade de escombros. Ainda assim, o número de vítimas fatais já superou o de um terremoto de magnitude 7,8 que matou 8.800 pessoas no Nepal em 2015, o que fez dos tremores na Turquia e na Síria o terremoto mais letal da década.

Revolta

"Enfrentamos dificuldades no início com os aeroportos e as estradas, mas hoje estamos melhores e amanhã estaremos melhores", disse Erdogan em Kahramanmaras, em resposta às críticas. "Estamos diante de um grande desastre. Meu povo sempre tem paciência. Tenho certeza de que minha nação mostrará paciência novamente."

"Onde está o Estado? Onde está?", perguntava desesperado um homem que se identificou como Ali, enquanto diminuíam suas esperanças de encontrar com vida o irmão e o sobrinho presos entre os escombros em Kahramanmaras.

"Onde estão as tendas, os food trucks?", questionou Melek, 64, em Antakya, no sul do país, à agência de notícias Reuters. "Não vimos nenhuma distribuição de comida aqui, ao contrário do que houve em desastres locais anteriores. Sobrevivemos ao terremoto, mas vamos morrer de fome ou de frio aqui", afirmou. (Com agências internacionais).

Neve, frio e estradas bloqueadas dificultaram os esforços para responder a dois fortes terremotos ocorrido na segunda-feira (6) que mataram mais de 5.150 pessoas no sul da Turquia e no norte da Síria, levando o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, a declarar estado de emergência por três meses nas áreas afetadas do país.

"A escala do terremoto, é claro, nos obriga a tomar certas medidas extraordinárias", disse Erdogan nesta terça-feira (7) em um discurso televisionado. "Estaremos completando todos os procedimentos e formalidades necessárias muito rapidamente."

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O sul da Turquia experimentou 285 tremores secundários, incluindo alguns fortes o suficiente para causar o desmoronamento de novos edifícios, disse Orhan Tatar, funcionário da agência de gerenciamento de desastres do país. "A cada minuto novos tremores estão acontecendo", disse ele.

Na Síria, o desastre abalou uma região do país que abriga milhões de pessoas deslocadas pela guerra civil do país, muitas delas vivendo em acampamentos improvisados. Os terremotos na Síria mataram mais de 1.600 pessoas na região de Alepo e em várias outras áreas do país, segundo a organização de Defesa Civil da Síria e o Ministério da Saúde afiliado ao governo em Damasco.

O chefe do Crescente Vermelho Sírio pediu a suspensão das sanções internacionais impostas ao governo de Assad para permitir a entrada de ambulâncias, veículos de combate a incêndios e outros equipamentos pesados no país para operações de resgate.

Em toda a Turquia, a agência de emergência do país reuniu cerca de dez mil pessoas para um esforço de busca e resgate, disseram autoridades. O governo turco também mobilizou as forças armadas ao lado das autoridades de saúde para uma resposta nacional ao desastre. Fonte: Dow Jones Newswires.

Os presidentes de Rússia, Vladimir Putin, e Turquia, Recep Tayyip Erdogan, se comprometeram neste domingo (2) a melhorar as relações durante um telefonema, após o aumento das tensões em torno da Ucrânia, segundo informaram os escritórios dos dois chefes de Estado.

Putin e Erdogan "trocaram cumprimentos de Ano Novo, resumiram os principais resultados da cooperação bilateral e confirmaram o desejo de intensificar ainda mais a associação mutuamente benéfica entre Rússia e Turquia", afirmou o Kremlin em um comunicado sobre a conversa entre os líderes.

O gabinete de Erdogan disse, por sua vez, que as duas partes "discutiram os passos para melhorar as relações turco-russas" e reiteraram o desejo de desenvolver a cooperação "em todos os campos".

A Turquia, que é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) desde 1952, provocou protestos da Rússia ao fornecer à Ucrânia drones de combate que Moscou teme que possam ser utilizados pelas forças estatais ucranianas no conflito com os separatistas do Donbass, no leste do país.

No mês passado, Putin criticou a Ucrânia por usar aeronaves não tripuladas fabricadas pela Turquia no conflito com os separatistas pró-Rússia.

A Turquia, por sua vez, rejeita qualquer culpa pelo fato de a Ucrânia usar drones turcos. Ancara argumenta que, se um Estado compra um armamento turco, este deixa de ser da Turquia e passa a pertencer ao país comprador.

O ministro de Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu, instou na semana passada a Rússia a abandonar suas demandas "unilaterais" e a adotar um enfoque mais construtivo em seu enfrentamento com as potências ocidentais e a Otan sobre a Ucrânia.

A Rússia quer que a Otan lhe ofereça uma garantia de segurança e que seus efetivos retornem às posições que ocupavam antes da onda de expansão rumo ao leste, iniciada após a dissolução da União Soviética.

Em uma conversa informal com o presidente da Turquia Recep Erdogan, neste sábado (30), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a "Petrobras é um problema" e que a Economia do Brasil está "voltando bem forte". Ambos participam da reunião do G20 em Roma, na Itália. 

De acordo com o correspondente do UOL, Jamil Chade, até então Bolsonaro só havia se comunicado com os garçons e, ao ser levado para falar com Erdogan – chefe acusado de desmontar a democracia em seu país-, deu um sorriso amarelo ao tradutor e disse: "me ajuda aí".

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Visivelmente desconfortável, Bolsonaro não fez perguntas, nem buscou estreitar relações como faz com seu público. Ele apenas se privou a responder rapidamente as perguntas que lhe eram direcionadas. O que não entusiasmou o líder turco.

Falta de educação com o chancelar eleito na Alemanha

Na rodinha de conversa também estava o próximo chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, que venceu as eleições. Embora seja um dos principais parceiros do Brasil, aparentemente, Bolsonaro não sabe quem é o futuro gestor alemão, já que não deu atenção a Scholz.

Ignorado por Bolsonaro, ele deu as costas e se encaminhou a rodinha que era formada pelos primeiros-ministros do Reino Unido, Boris Johnson, do Canadá, Justin Trudeau e da Índia, Modi Narenda.

Avaliação distorcida da Economia

Com o índice de reprovação em 53%, o brasileiro disse a Erdogan que tem um grande apoio popular, mas que a "mídia como sempre atacando". "Não é fácil ser chefe de Estado em qualquer lugar do mundo", assegurou.

O aumento da fome e da inflação é o indicativo mais visível de que o Brasil é um dos países do G20 com maior dificuldade. A economia deve fechar 2022 com o menor crescimento em comparação às maiores economias mundiais, projeta o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Lembrado do potencial petrolífero pelo turco, Bolsonaro afirmou que quebrou monopólio em torno da Petrobras – possivelmente se referia a venda de empresas como a Eletrobrás – e que há pouco tempo, a principal empresa do país "era de partido político".

Apesar de realizar trocas recorrentes de ministros e se render à pressão do Centrão por indicações, o brasileiro disse que montou uma boa equipe. "Não aceitei indicação de ninguém. Foi eu que botei todo mundo. Prestigiei as Forças Armadas. Um terço dos ministros militares profissionais", orgulhou-se.

Após perceber a presença da imprensa brasileira, integrantes da comitiva presidencial chamaram a organização do G20 para retirar a reportagem.

O presidente da Turquia, Recep Erdogan disse nesta sexta-feira (22) que ordenou ao ministro das Relações Exteriores do país que dez embaixadores estrangeiros fossem declarados no critério de "persona non grata" no país, após pedirem a libertação de um filantropo preso desde 2017.

Entre os embaixadores estão representantes dos Estados Unidos, França e Alemanha, Holanda, Canadá, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Noruega e Nova Zelândia. No início da semana, eles emitiram um comunicado pedindo uma resolução para o caso de Osman Kavala, um empresário e filantropo detido há quase quatro anos, apesar de não ter sido condenado por nenhum crime.

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Após as manifestações contrárias à prisão do empresário, os diplomatas foram convocados ao Ministério das Relações Exteriores na terça-feira.

Descrevendo a declaração como uma "imprudência", Erdogan disse que ordenou que os embaixadores fossem declarados indesejáveis. Uma declaração de "persona non grata" contra um diplomata geralmente significa que o indivíduo está proibido de permanecer no país anfitrião.

Kavala, 64, foi absolvido no ano passado de acusações ligadas a protestos antigovernamentais em todo o país em 2013, mas a decisão foi anulada e juntou-se a acusações relacionadas a uma tentativa de golpe de 2016.

Observadores internacionais e grupos de direitos humanos pediram repetidamente a libertação de Kavala e do político curdo Selahattin Demirtas, que está preso desde 2016. Eles alegam que as prisões se baseiam em considerações políticas. Ancara nega as reivindicações e insiste na independência dos tribunais turcos.

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos pediu a libertação de Kavala em 2019, dizendo que sua prisão ocorreu para silenciá-lo e não foi apoiada por evidências de um crime. O Conselho da Europa afirma que iniciará o processo de infração novamente na Turquia no final de novembro, se Kavala não for libertado. Fonte Associated Press.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou nesta segunda-feira (2) que exigirá um cessar-fogo na Síria durante uma reunião com seu colega russo Vladimir Putin, marcada para quinta-feira (5). O líder turco aumentou a pressão sobre os europeus dizendo que "milhões" de migrantes se dirigirão "em breve" à Europa caso não haja uma trégua.

Os líderes devem discutir os recentes embates na província de Idlib (noroeste), na Síria, que registra intensos combates e uma catástrofe humanitária.

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Após semanas de escalada na região, a Turquia informou no domingo, 1, que lançou uma grande ofensiva contra o regime de Bashar Assad, apoiado por Moscou, derrubando dois de seus aviões. "Vou a Moscou e discutirei os acontecimentos (na Síria) com Putin. Espero que ele tome as medidas necessárias, como o cessar-fogo, e que encontremos uma solução para esse assunto", afirmou Erdogan, em discurso em Ancara.

Com o objetivo de obter mais apoio ocidental, a Turquia anunciou na sexta-feira, 28 a abertura de suas fronteiras com a Europa para permitir a passagem dos migrantes em seu território. "Desde que abrimos nossas fronteiras, o número de pessoas se dirigindo para a Europa atingiu centenas de milhares. Em breve, esse número será expresso em milhões", afirmou Erdogan.

A reação veio em seguida. "É inaceitável que o presidente Erdogan e seu governo não expressem seu descontentamento diretamente a nós, a UE (União Europeia), mas se aproveite dos refugiados", disse a chanceler alemã, Angela Merkel.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 13 mil refugiados estão ao longo dos 212 quilômetros da fronteira terrestre greco-turca. "As portas estão abertas. Vocês terão agora que carregar sua parte do fardo", ameaçou o líder turco.

Enquanto o encontro entre Erdogan e Putin se anuncia tenso, o Kremlin enfatizou ontem "grande importância" da cooperação entre Ancara e Moscou na Síria. A Turquia apoia grupos rebeldes e a Rússia o regime de Assad - que busca a retomada a todo custo de Idlib. Ontem, o governo sírio declarou que vai repelir "a flagrante agressão turca", se referindo aos aviões derrubados. A ofensiva do regime em Idlib provocou grave crise humanitária, deslocando quase um milhão de pessoas. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan recebeu pela segunda vez em menos de um mês o dirigente do Governo Líbio de União Nacional (GNA), Fayez al-Sarraj, alguns dias depois de dizer que enviaria tropas para a Líbia para apoiá-lo.

A reunião a portas fechadas, que não estava na agenda pública do chefe do Estado turco, ocorreu no Palácio Dolmabahce, na costa europeia de Istambul, anunciou a presidência turca, sem dar mais detalhes.

Em 27 de novembro, em Istambul, os dois assinaram um acordo de delimitação marítima e um acordo de cooperação de segurança que autoriza o envio de eventual ajuda militar turca.

Este texto foi apresentado no último sábado ao Parlamento turco para debate e ratificação.

O acordo marítimo concluído em novembro entre a Turquia e a Líbia foi criticado por vários países, como Grécia e Chipre, pois permite que Ancara reivindique direitos sobre vastas áreas do Mediterrâneo oriental, ricas em hidrocarbonetos.

Erdogan disse na terça-feira que a Turquia está disposta a enviar tropas na Líbia para apoiar o GNA, que enfrenta uma ofensiva por forças rivais do marechal Jalifa Haftar, se houver um pedido nesse sentido.

Questionado sobre essa possibilidade neste domingo em uma entrevista à rede de televisão A Haber, Erdogan disse que "a Turquia decidirá sozinha qual iniciativa tomar" em caso de solicitação de envio de tropas para a Líbia.

"Eu já disse que estamos dispostos a fornecer qualquer tipo de ajuda à Líbia", acrescentou.

Em sinal de aproximação entre os dois países, Ancara anunciou no sábado que os líbios com menos de 16 anos ou mais de 55 anos poderão viajar para a Turquia sem visto.

A Líbia é palco de um conflito entre o GNA, reconhecido pelas Nações Unidas e apoiado pela Turquia e Catar, e o marechal Haftar, um homem forte no leste da Líbia e apoiado pelo Egito e pelos Emirados Árabes Unidos, dois rivais regionais de Ancara.

As forças de Haftar, que conduzem uma ofensiva contra Trípoli desde abril, anunciaram na quinta-feira uma nova "batalha decisiva" para conquistar a capital.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, se reunirá com o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, enviado por Donald Trump para tentar impedir o conflito na Síria, informou a presidência turca.

Erdogan, que disse pouco antes à rede de televisão Sky News que Pence e o secretário de Estado americano Mike Pompeo seriam recebidos apenas por seus colegas, "prevê, é claro, se reunir com a delegação dos Estados Unidos", disse o diretor de comunicação da presidência turca no Twitter.

Para resolver o assunto, a presidência turca postou um pequeno vídeo no Twitter, no qual Erdogan diz à mídia turca que se encontrará com Pence e Pompeo.

As sanções anunciadas pelos EUA, na segunda-feira (14), parecem não ter abalado o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. Nesta terça-feira (15), o canal estatal TRT e o site de notícias T24 revelaram que Erdogan conversou por telefone com Donald Trump e disse que não negocia com terroristas.

Mais tarde, a caminho de uma reunião de gabinete, Erdogan disse que ignorou os pedidos de Trump por um cessar-fogo. "Nunca declararemos cessar-fogo, porque estamos estabelecendo uma zona de segurança na fronteira", disse o presidente turco. "Não tenho absolutamente nenhuma preocupação com sanções."

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Se as medidas de Trump não surtiram efeito, o Congresso promete apertar mais o cerco à Turquia. A presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, disse ontem que negocia com o senador republicano Lindsey Graham a aprovação de uma lei que "reverta" a decisão de Trump de retirar as tropas da Síria.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, lamentou na quarta-feira, 4, o fato de seu país não dispor de armas nucleares. "Há quem tenha mísseis com ogiva nuclear e não uma ou duas peças. Mas eu não deveria tê-las, dizem. Isso eu não posso aceitar", disse Erdogan durante discurso em um fórum econômico. "Já não resta praticamente nenhum país desenvolvido que não tenha mísseis com ogiva nuclear. Todos as têm."

A Turquia se uniu ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares em 1968 e o ratificou em 1980. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, visitou na segunda-feira (3) seu colega venezuelano, Nicolás Maduro. Em Caracas, Erdogan condenou as sanções impostas pelos EUA à Venezuela e prometeu ajudar a "suprir a maioria das necessidades" do país. "Restrições comerciais e sanções unilaterais são um erro. Não se pode castigar um povo inteiro para resolver desacordos políticos", disse Erdogan durante encontro com empresários locais.

A Turquia é a mais recente tábua de salvação bolivariana contra a crise que dizima a economia da Venezuela, depois que recursos chineses, russos e até uma criptomoeda não foram suficientes para conter a hiperinflação, a escassez de alimentos e o êxodo de 3 milhões de pessoas.

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Dados do Instituto de Estatísticas da Turquia mostram que a importação de produtos venezuelanos disparou 1.357%, nos seis primeiros meses de 2018, quando os turcos compraram US$ 879,6 milhões dos venezuelanos - 93% desse valor equivale à importação de ouro.

"Sabemos que o governo tem apostado muito no ouro para se capitalizar, mas é uma estratégia arriscada, porque obviamente a renda do ouro é muito menor que a do petróleo", disse ao jornal O Estado de S. Paulo Geoff Ramsey, direto do Washington Office on Latin America (Wola).

Nos primeiros nove meses do ano, os turcos venderam US$ 80 milhões em produtos para os venezuelanos, em especial farinha de trigo, macarrão, óleo de cozinha e produtos de higiene pessoal. Em 2017, as exportações ficaram em US$ 37 milhões. O problema é que, desde setembro de 2017, os EUA impedem bancos que operam em território americano de fazer novos empréstimos à Venezuela.

Com o acesso ao sistema financeiro fechado, a PDVSA não consegue embarcar o petróleo vendido, uma vez que os contratos e seguros são fechados em dólar com pagamentos que passam pelos EUA. "As sanções limitaram a habilidade da Venezuela de se financiar e tiveram um impacto grande na economia local", acrescentou Ramsey.

Petróleo em queda

Com isso, desde que Maduro assumiu o poder, em 2013, a produção diária de petróleo caiu 50% e o preço do barril se reduziu em 42,8%. Como o petróleo respondia por 95% das exportações, o resultado foi uma queda brusca na entrada de recursos.

A aliança entre Venezuela e Turquia chamou a atenção dos EUA. No começo do mês, Trump emitiu novas sanções, desta vez contra a venda de ouro venezuelano. Segundo a consultoria Ecoanalítica, a renda obtida com o ouro responde por 10% das exportações da Venezuela. O petróleo, diante do recuo da produção, caiu para 80%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta terça-feira (14) que seu país boicotará produtos eletrônicos feitos nos EUA, como os iPhones. A decisão é anunciada em meio à disputa diplomática que contribuiu para provocar quedas recordes da moeda turca, a lira.

A Turquia atualmente sofre com sanções econômicas e aumentou as tarifas comerciais impostas pelos EUA. "Imporemos um boicote a produtos eletrônicos dos EUA. Se eles têm iPhones, existe a Samsung do outro lado, e temos nosso próprio Vestel aqui", disse, referindo-se à empresa de eletrônicos turca.

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O iPhone é construído pela Apple, que atualmente é o ativo corporativo mais valioso dos EUA. No início deste mês, a Apple tornou-se a primeira empresa pública a ultrapassar uma avaliação de US$ 1 trilhão no mercado de ações.

Enquanto isso, as relações entre Erdogan e os EUA vêm se desintegrando, mergulhando a Turquia numa crise econômica. O valor da lira turca caiu cerca de 45% desde o início de 2018.

Erdogan diz que a Turquia é alvo de uma guerra econômica e fez vários apelos para que os turcos vendam seus dólares e euros para blindar a moeda nacional. "Vamos dar a nossa resposta, mudando para novos mercados, novas parcerias e novas alianças", ressaltou o presidente.

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Istambul, 09/07/2018 - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, iniciou nesta segunda-feira um novo mandato com poderes vastamente expandidos e prometeu usar sua autoridade ampliada para posicionar o país como uma força impulsora ligando o Oriente e o Ocidente.

Em um dos primeiros atos no novo termo, Erdogan nomeou seu genro Berat Albayrak como ministro do Tesouro e de Finanças, um movimento que, junto com a saída de Mehmet Simsek, preferido por investidores estrangeiros, pressionou a lira turca ante o dólar.

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Além disso, um decreto publicado hoje elevou limitações ao mandato do presidente do banco central da Turquia, ampliando expectativas de que Erdogan exerça um papel maior na definição da política monetária no país. Fonte: Dow Jones Newswires.

A Turquia celebra um ano desde que autoridades locais conseguiram conter a tentativa de golpe de Estado. Marchas em Istambul e Ancara e uma sessão especial no Parlamento estavam marcadas para celebrar a data. O presidente Recep Tayyip Erdogan participa do evento, com discursos e a inauguração do "Memorial dos Mártires", para homenagear os que morreram no golpe.

Cerca de 250 pessoas foram mortas durante a tentativa fracassada de golpe, e mais de duas mil ficaram feridas em toda Turquia. Soldados turcos tentaram derrubar o governo e Erdogan usando tanques, aviões e helicópteros em 15 de julho do ano passado. Os conspiradores declararam a captura do poder na emissora estadual, bombardearam o Parlamento e outros locais-chave, e invadiram um resort no mar Egeu onde Erdogan tinha estado de férias. Mas o presidente turco já havia saído e a tentativa de golpe foi combatida por civis e forças de segurança.

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Atendendo um apelo do presidente e ignorando o toque de recolher anunciado pelos golpistas, milhares de pessoas saíram às ruas para resistir ao golpe. A Ponte do Bósforo, agora chamada de Ponte dos Mártires de 15 de julho, foi cenário de conflitos entre civis e soldados.

A Turquia culpa o clérigo Fethullah Gulen por orquestrar o golpe fracassado e tem exigido a sua extradição. Gulen nega as alegações.

Na sequência da tentativa de golpe, a Turquia declarou estado de emergência, que está em vigor há um ano, o que permitiu que o governo governasse por decretos. Mais de 50 mil pessoas foram presas e cerca de 110 mil funcionários públicos foram demitidos por alegações de ligação a Gulen e outros grupos terroristas.

Fonte: Associated Press

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ignorou perguntas sobre se as informações que compartilhou com o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e o embaixador russo em Washington, Sergey Kislyak, era ou não confidenciais.

Trump realizou um pronunciamento coletivo após encontro na Casa Branca com o presidente da Turquia, Recep Tayyp Erdogan. O republicano apenas comentou que sua conversa com Lavrov foi "muito bem sucedida" e que o objetivo dos EUA é conseguir o máximo de apoio possível para lutar contra o grupo Estado Islâmico e contra o terrorismo.

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O pronunciamento dos dois presidente não foi aberto para perguntas dos jornalistas, como geralmente é de costume.

Em sua fala, Erdogan parabenizou Trump pela "vitória legendária" nas eleições e que os dois países estão determinados a expandir as relações, combater o Estado Islâmico e trazer paz ao Oriente Médio. Trump afirmou que os países deve estreitar acordos nos setores de defesa e segurança.

A Turquia aprovou dois novos decretos neste sábado. Um deles determina a demissão de mais de 4 mil funcionários públicos e o outro proíbe programas de namoro na televisão. O Diário Oficial do país publicou os decretos durante a noite (horário local), ordenando a demissão de cerca de 500 acadêmicos e de mais de mil militares turcos. O decreto também restabelece o emprego de 236 pessoas.

O estado de emergência que continua a vigorar no país veio após a tentativa de golpe contra o governo do presidente Recep Tayyip Erdogan. Desde então, mais de 47 mil pessoas foram presas e 100 mil estão sendo investigadas por supostas conexões com organizações terroristas.

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Também neste sábado, o acesso à enciclopédia online Wikipedia foi bloqueado no país, por conteúdo que apresenta o país como apoio ao terrorismo. A agência de notícias estatal do país, a Anadolu, disse que o site foi bloqueado por "se tornar uma fonte de informações agindo com grupos realizando uma campanha de difamação contra a Turquia na arena internacional". Fonte: Associated Press.

O presidente da Turquia, Recep Tayyp Erdogan, rejeitou as críticas de observadores internacionais sobre o referendo que ocorreu ontem no país, que expandiu os poderes presidenciais. Ele insistiu que "a eleição foi a mais democrática" já vista em qualquer país do Ocidente.

Ao discursar para apoiadores na parte externa de sua residência em Ancara, capital do país, Erdogan disse que a Turquia vai ignorar os resultados dos observatórios internacionais. "Primeiro, se coloquem em seus lugares" Nós não veremos ou escutaremos os relatórios enviesados que vocês prepararam", afirmou.

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Instituições internacionais afirmaram que os procedimentos usados na votação ficaram aquém do padrão esperado. Resultados não oficiais mostraram uma vitória apertada para Erdogan, que fez campanha pela extensão dos poderes presidenciais.

Ao mesmo tempo, centenas de pessoas protestam em dois bairros de Istambul contra a decisão do referendo. Com cartazes de "Não, nós ganhamos" e "Ladrão, assassino Erdogan", diversos manifestantes passam pelos bairros de Besiktas, do lado europeu da cidade e Kadikoy, do lado asiático. Fonte: Associated Press.

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