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A aplicação de uma quarta dose da vacina contra o coronavírus é "segura" e aumenta em cinco vezes os anticorpos, disse o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, nesta terça-feira(4), em visita a um hospital que realizou um estudo sobre o assunto.

Bennet disse que a aplicação da quarta dose a 154 funcionários no Hospital Sheba, perto de Tel Aviv, demonstrou que o procedimento "funciona".

"Uma semana após a quarta dose, sabemos com alto nível de certeza que a quarta dose é segura", disse ele ao lado da professora Galia Rahav, chefe da unidade de doenças infecciosas de Sheba e diretora do estudo.

“Uma semana após a administração da quarta dose, observamos que o número de anticorpos da pessoa vacinada quintuplicou”, acrescentou.

"Isso provavelmente significa um aumento significativo na proteção contra infecções, hospitalização e sintomas graves", continuou ele, observando que o centro publicará suas conclusões em breve.

Na sexta-feira, Israel começou a administrar a quarta dose para pessoas com imunidade baixa e na segunda-feira expandiu essa medida para profissionais de saúde e pessoas com mais de 60 anos, tornando-se um dos primeiros países a fazê-lo.

O país registrou oficialmente mais de 1,4 milhão de casos de infecção por covid-19 e 8.247 mortes.

Na luta contra o coronavírus, um componente-chave do sistema imunológico monopolizou a atenção: os anticorpos.

Estas proteínas em forma de Y viraram notícia recentemente, porque as vacinas anticovid não produzem uma quantidade suficiente delas para combater a variante ômicron do coronavírus - pelo menos sem uma dose de reforço.

Treinados tanto pelas vacinas como pela infecção, os anticorpos aderem à proteína spike, que entra no coronavírus e impede que penetre nas células para deixar a pessoa doente.

Os anticorpos não são, porém, a única variável em jogo.

De fato, "há uma resposta complexa e coordenada que é realmente bela do ponto de vista evolutivo", explica Roger Shapiro, imunologista da Universidade de Harvard.

A seguir alguns pontos-chave:

- "Bombardeiros" do sistema imunológico inato

Nos minutos e horas posteriores à detecção do vírus no corpo, algumas proteínas enviam alarmes para recrutar a frágil equipe de defesa do sistema imunológico "inato".

Os primeiros a aparecer são os "neutrófilos", que constituem entre 50% e 70% de todos glóbulos brancos, que são rápidos para lutar, mas também para morrer.

Também aparecem os "macrófagos", especializados em detectar e eliminar os patógenos. Com isso, liberam moléculas-chave que ativam colegas mais inteligentes, as chamadas células "assassinas naturais", ou células "dendríticas". Estas transmitem a informação para células combatentes de elite.

"É como bombardear toda área e, com sorte, danificar o invasor tanto quanto possível (...) e, ao mesmo tempo, chamar à base para que suas unidades SEAL estejam prontas para operar", explica John Wherry, imunologista da Universidade da Pensilvânia (UPenn).

- Células B e T: agentes de Inteligência e assassinos treinados

Se a defesa "inata" não expulsa os invasores, entra em cena o sistema imunológico "adaptativo".

Poucos dias após a primeira infecção, as "células B" percebem a ameaça e começam a produzir anticorpos.

A vacinação também treina as células B, principalmente dentro dos gânglios linfáticos das axilas, perto do local da injeção, para que fiquem atentas e preparadas.

Shapiro comparou-as a agentes de Inteligência, que têm informação vital sobre as ameaças.

Conhecidos como "neutralizantes", os tipos de anticorpos mais potentes são como um chiclete que gruda na ponta de uma chave, impedindo que abra a fechadura.

Há outros anticorpos menos conhecidos que não são tão pegajosos como os "neutralizantes", mas que, ainda assim, ajudam a prender o vírus, arrastando-o para as células do sistema imunológico, ou pedindo ajuda e aumentando a resposta geral.

As sócias fundamentais das células B são as "células T", que podem ser divididas entre "ajudantes" e "assassinas".

"As assassinas atacam as células que foram infectadas", explicou Shapiro, mas também provocam danos colaterais.

As células T auxiliares "são como generais", acrescenta o pesquisador: alistam tropas, estimulam as células B para que aumentem sua produção e direcionam as células letais para o inimigo.

- Deter uma doença grave

Devido à importante mutação de sua proteína spike, a variante ômicron pode escapar mais facilmente, neutralizando os anticorpos apresentados por uma infecção, ou vacinação anterior.

A má notícia é que isso torna as pessoas mais propensas a sofrerem infecções sintomáticas.

A boa notícia é que as células T não são tão fáceis de enganar, pois têm um "periscópio" nas células infectadas, onde podem buscar as partes constituintes do vírus durante seu ciclo de replicação, disse Wherry.

São muito melhores para reconhecer os sinais dos inimigos, com os quais já se encontraram, mesmo quando se disfarçam para superar os anticorpos.

As células T assassinas executam missões de busca e destruição. Perfuram as células infectadas, abrindo-as e provocando reações para que as proteínas inflamatórias conhecidas como "citocinas" entrem no combate.

Dependendo da velocidade de resposta, uma pessoa vacinada que contraia a infecção pode ter sintomas leves, semelhantes aos de um resfriado, ou sintomas moderados similares aos da gripe. As chances de forma grave da doença são, no entanto, drasticamente reduzidas.

Nada disso diminui o valor da aplicação de doses de reforço, porque elas provocam uma disparada da produção de todos os tipos de anticorpos e também parecem treinar ainda mais as células B e T.

"A ômicron é preocupante, mas o copo ainda está meio cheio. Não vai escapar totalmente da nossa resposta", afirmou Wherry.

Um estudo desenvolvido pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, apontou que pessoas vacinadas com as duas doses da própria Oxford-AstraZeneca e da Pfizer-BioNTech não produzem anticorpos suficientes contra a variante Ômicron.

A variante pode levar uma nova onda de infecções até mesmo em quem já se vacinou, mas a dose de reforço aumenta a concentração de anticorpos e podem melhorar a proteção. Mesmo com o aumento de casos e uma possível sobrecarga do sistema de Saúde, a forma mais grave da doença não deve se intensificar na maioria.

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O resultado das amostras analisadas mostra que o nível de anticorpos neutralizantes que impedem a entrada do vírus nas células em quem recebeu duas doses da AstraZeneca caíram abaixo do limite detectável em todos, exceto em um dos vacinados.

Quem recebeu a Pfizer registrou queda de 29,8 vezes e, em cinco vacinados, ocorreu a queda abaixo do nível de detecção.

O professor de Pediatria e Vacinologia e co-autor do estudo, Matthew Snape, ressalformou que os resultados apresentam só uma parte do cenário. “Eles só olham para os anticorpos neutralizantes após a segunda dose, mas não nos falam sobre a imunidade celular, e isso também será testado em amostras armazenadas assim que os testes estiverem disponíveis”, considerou.

A GlaxoSmithKline informou nesta terça-feira (7) que novos estudos pré-clínicos demonstraram que seu tratamento de anticorpos Sotrovimab retém eficácia contra a variante Ômicron do coronavírus. Estas descobertas baseiam-se nos dados pré-clínicos iniciais fornecidos na semana passada, mostrando que o anticorpo retém atividade contra todas as variantes de preocupação testadas.

"Esses dados pré-clínicos demonstram o potencial de nosso anticorpo monoclonal ser eficaz contra a última variante, Ômicron, além de todas as outras variantes de preocupação definidas até o momento pela Organização Mundial da Saúde, e esperamos discutir esses resultados com autoridades regulatórias em todo o mundo", disse o diretor científico da empresa, Hal Barron. Fonte: Dow Jones Newswires.

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O órgão regulador europeu de medicamentos anunciou nesta quinta-feira (14) que começou a testar um coquetel de anticorpos AstraZeneca contra covid-19, o que pode levar à autorização para seu uso na União Europeia.

O laboratório garante que pode ser eficaz na prevenção de Covid-19 em pacientes frágeis.

Testes mostraram que a droga AZD7442, uma combinação de anticorpos, reduz sintomas graves e mortes por covid-19, informou o grupo sueco-britânico AstraZeneca na segunda-feira.

A decisão de examinar o coquetel de anticorpos, também conhecido como Evusheld, "é baseada em resultados preliminares de estudos clínicos, que sugerem que o medicamento pode ajudar a proteger contra doenças", disse a Agência Européia de Medicamentos (EMA), com sede em Amsterdã.

Podem se passar meses entre o início de uma avaliação em andamento da EMA e uma possível autorização.

Os anticorpos monoclonais, que reconhecem uma molécula específica de um vírus ou bactéria, são versões sintéticas de anticorpos naturais.

Eles são administrados a pessoas que já foram infectadas para aliviar as deficiências do sistema imunológico. Eles diferem de uma vacina porque estimulam o corpo a produzir sua própria resposta imunológica.

A vacina da AstraZeneca é uma das quatro atualmente aprovadas pela EMA.

O ensaio do medicamento AZD7442 "produziu uma redução estatisticamente satisfatória em casos graves de covid-19 ou mortes relacionadas à doença em comparação com o placebo em pacientes ambulatoriais com sintomas leves a moderados" da doença, de acordo com a AstraZeneca.

O ensaio clínico envolveu 903 pessoas, 90% das quais eram pacientes com alto risco de desenvolver formas graves da covid-19.

A empresa farmacêutica suíça Roche entrou com uma ação na segunda-feira para comercializar seu coquetel de anticorpos sintéticos Ronapreve na União Europeia.

Na semana passada, a EMA anunciou que em poucos dias poderá começar a examinar uma pílula produzida pelo laboratório americano Merck.

Um estudo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), confirmou que pacientes com doenças reumatológicas autoimunes apresentaram um aumento de 70,4% no nível de anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2 duas semanas após receberem a segunda dose da CoronaVac.

Além de aumentar a soroconversão dos pacientes imunossuprimidos, a CoronaVac também elevou em 56,3% a quantidade de anticorpos neutralizantes. A HCFMUSP fez o estudo com 910 pessoas e as conclusões estão descritas no artigo “Immunogenicity and safety of the CoronaVac inactivated vaccine in patients with autoimmune rheumatic diseases: a phase 4 trial”, divulgado na sexta (30), na publicação científica Nature Medicine.

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Segundo o Instituto Butantan, o resultado é extremamente positivo porque mostra que a CoronaVac não só é bem aceita pelo organismo de pacientes imunossuprimidos (que têm mais dificuldade para produzir anticorpos), como gera um alto nível de anticorpos de defesa e neutralizantes. A pesquisa do HC mostra não só que a CoronaVac é segura nesse público, como também eficaz.

“Trata-se do maior estudo já realizado no mundo com pacientes imunossuprimidos de doenças reumatológicas”, afirma a diretora clínica do HCFMUSP, Eloisa Bonfá. “O acréscimo no nível de anticorpos é muito relevante e mostra que a CoronaVac conferiu uma proteção importante entre os imunossuprimidos”, completa.

Outro dado que atesta a segurança da CoronaVac é a ausência de reações adversas nos vacinados. “Não tivemos nenhum caso de efeito colateral grave ou moderado entre os pacientes, mesmo sabendo que isso poderia ser esperado entre imunossuprimidos. Só tivemos efeitos colaterais leves. A CoronaVac é uma vacina altamente segura“, assinala Eloisa.

De acordo com a diretora do hospital, os 910 pacientes imunossuprimidos participantes da pesquisa foram vacinados em dois dias. Pouco depois da segunda dose, quando os anticorpos ainda estavam em produção, houve 33 casos de Covid-19; 40 dias depois, esse número havia caído para seis casos.

Estudo internacional com participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) revela um mecanismo que explica o motivo pelo qual ocorrem as reinfecções de Covid-19. Testes em laboratório mostraram que a variante Gamma, anteriormente conhecida como P.1, originada no Brasil, é capaz de escapar dos anticorpos neutralizantes que são gerados pelo sistema imunológico a partir de uma infecção anterior com outras variantes do coronavírus.

Os pesquisadores destacam, no entanto, que os resultados foram obtidos in vitro, ou seja, em laboratório. Além disso, o estudo não inclui outros tipos de resposta imune do organismo, como imunidade celular. “É fundamental entender que pessoas infectadas podem ser infectadas novamente”, aponta William Marciel de Souza, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, primeiro autor do artigo. O trabalho foi publicado como artigo na revista científica The Lancet em 8 de julho.

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Foram analisadas amostras do plasma de pacientes que tiveram a doença, e também de pessoas imunizadas pela vacina CoronaVac. “A pesquisa mostra que pessoas que foram vacinadas ainda estão suscetíveis à infecção, se você tomou a vacina continue usando máscara, continue com distanciamento social, continue usando as medidas de higiene para evitar a transmissão para outras pessoas”, aconselha o pesquisador.

Souza lembra que os estudos clínicos mostram a eficiência da CoronaVac contra formas graves da doença, reduzindo internações e mortes. “A vacina não é contra infecção, infecção pode acontecer a qualquer momento, com qualquer vacina, o objetivo da vacina é contra a doença, a forma grave, da pessoa morrer, ter sequelas graves.”

Outros estudos

O pesquisador citou outro estudo que analisou casos de Covid-19 em idosos moradores de um convento e uma casa de repouso. Ele aponta que, embora os locais fossem pouco movimentados, o vírus entrou nessas moradias e infectou as pessoas com mais 70 anos que estavam vacinadas. “Mesmo com idade bem avançada quase todos foram assintomáticos ou com sintomas leves, não precisaram de hospitalização. Isso mostra a importância das vacinas.”

Sobre a variante Delta, Souza aponta que os estudos também vêm demonstrando a proteção contra formas mais graves da doença. “Mesmo locais com alta taxa de vacinação, por exemplo os Estados Unidos, em que hoje a Delta é a linhagem mais dominante, o número de mortes e hospitalizados não aumentou mesmo com a introdução dela.”

Terá início nesta quarta-feira (14) uma nova fase do estudo "Incidência e Prevalência da COVID-19 no arquipélago de Fernando de Noronha”. A nova etapa visa avaliar a imunidade humoral (anticorpos) e celular (linfócitos) de defesa do organismo contra a Covid-19.

O objetivo é acompanhar o desenvolvimento imunológico dos moradores após a vacinação em massa. Noronha foi o primeiro lugar em Pernambuco a vacinar 100% das pessoas acima de 18 anos com a primeira dose. Essa nova etapa da pesquisa no arquipélago foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do Conselho Nacional de Saúde.

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O exame será através de coleta de sangue com análise do IgG por sorologia (de sangue) com medição quantitativa dos anticorpos contra o domínio de ligação ao receptor (RBD) da proteína spike do SARS-COV-2. 

Este estudo, com toda população vacinada, irá acontecer em três etapas. A primeira se inicia nesta quarta. A segunda coleta ocorrerá em setembro, 28 dias após a segunda dose da vacina. A última vai ser em fevereiro de 2022, seis meses após a segunda dose.

Fernando Magalhães, superintendente de Saúde da ilha, diz que além de ser um tipo de teste moderno e de difícil acesso em laboratórios particulares, por conta justamente da medição da imunidade humoral e celular, vai garantir a possibilidade da população noronhense verificar o atendimento do protocolo de entrada com o teste de IgG.

“A participação da população no estudo é importantíssima. Como vão ser três fases, esse período de extensão vai dar praticamente essa comprovação sobre a titulação do IgG para a população até meados de março do próximo ano, evitando que toda vez que o morador saia para o continente, tenha que fazer o teste RT-PCR. O nosso protocolo vai passar por algumas alterações de entrada na ilha. Mas, para quem tem o IgG, vai permanecer a mesma coisa”, destaca o superintendente.

O material colhido em Noronha será enviado para processamento na Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope), no Recife. Os kits para a realização dos testes foram disponibilizados pela Fiocruz e estão aguardando apenas a coleta do sangue da população para a pesquisa começar a ser, de fato, realizada.

Para fazer parte do estudo, o morador acima de 18 anos deve comparecer ao hospital de campanha do arquipélago, localizado no Bairro da Floresta Velha (ao lado da Escola Arquipélago), fazer o cadastro e, em seguida, a coleta do sangue.

O atendimento, que vai durar dez dias, será das 9h às 12h e 14h às 17h, durante a semana, e das 8h às 14h no sábado. Os novecentos participantes do estudo epidemiológico realizado ao longo de 2020, que encerrou em maio passado, vão continuar também nesta nova pesquisa

*Com informação da assessoria

Um estudo inédito publicado na revista científica Nature, no último dia 24, revelou que pessoas que contraíram a Covid-19 pelo menos uma vez desenvolvem uma célula imunológica capaz de produzir anticorpos contra o SARS-CoV-2 para o resto da vida. Segundo observaram os pesquisadores, o nível de anticorpos – proteínas capazes de impedir o vírus de infectar as células – diminui após quatro meses.

A observação foi realizada por pesquisadores de sete instituições estadunidenses diferentes, todas especializadas em genética e imunização. Foi considerada a presença dos plasmócitos de longa vida da medula óssea (BMPCs), uma fonte persistente e essencial de anticorpos protetores, tanto em casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), como nos leves e moderados, cerne do estudo.

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“Aqui, demonstramos que em pacientes que apresentaram infecções leves, os anticorpos séricos anti-SARS-CoV-2 aumentam rapidamente nos primeiros quatro meses após a infecção e, em seguida, mais gradualmente ao longo dos sete meses seguintes, permanecendo detectáveis pelo menos 11 meses após a infecção”, escreveram os coautores.

O estudo foi o primeiro a analisar a presença de células plasmáticas de longa vida na medula óssea. As células plasmáticas são geradas quando um patógeno entra no organismo. No caso da Covid-19 é, por exemplo, a proteína S que o vírus usa para infectar as células humanas.

O importante é perceber se, apesar da queda de anticorpos, o doente desenvolveu também uma resposta imunológica completa, que inclui a criação de glóbulos brancos capazes de eliminar o vírus, muitos meses e até anos após a primeira infecção. Vários estudos têm indicado que as pessoas que passam pela infecção e aquelas que são vacinadas geram uma resposta celular imune que as protege de reinfecções.

Após a infecção, essas células imunes viajam pela medula óssea, onde permanecem em estado latente. Se o vírus reaparecer, as células regressam à corrente sanguínea e começam novamente a produzir anticorpos. O estudo mostra que a grande maioria dos doentes que conseguiram recolher amostras de medula óssea – 15 de 18 – gerou células plasmáticas no sistema imunológico.

Ali Ellebedy, imunologista da Escola de Medicina da Universidade de Washington e pesquisador principal do estudo, destaca, em declarações ao jornal espanhol El País: “As células plasmáticas podem durar a vida inteira. Essas células vão continuar e produzir anticorpos para sempre”.

Anticorpos e imunidade

A presença de anticorpos nem sempre significa que a pessoa está “imune” à reinfecção, embora seja provável que isso aconteça.

Ellebedy esclarece que se os anticorpos produzidos por células de longa vida não forem suficientes, o sistema imunológico ativa as células B de memória, capazes de produzir ainda mais anticorpos.

Esse estudo encontrou esses tipos de células em doentes, uma descoberta que é consistente com estudos anteriores que sugerem que a imunidade contra o SARS-CoV- 2, mediada por diferentes tipos de linfócitos e células do sistema imunológico, provavelmente dura anos.

O mesmo ocorre com outras infecções. Os anticorpos e células de memória contra o SARS, um coronavírus que provocou a morte de pelo menos 800 pessoas no início da última década, duram pelo menos 17 anos. Com a varíola, mais de 50 anos após a vacinação, as pessoas retêm células B capazes de produzir anticorpos se o vírus reaparecer no organismo.

“Essas células continuarão a produzir anticorpos eternamente", acrescenta Ali Ellebedy ao jornal. Uma das questões que se coloca é se esse tipo de célula do sistema imunológico é capaz de neutralizar as novas variantes que têm surgido. “Tudo depende de quanto muda a sequência genética do vírus”, afirma Ellebedy.

Estudos anteriores mostraram que o sistema imunológico dos infectados e vacinados neutraliza suavemente as variantes mais graves detectadas até agora. Existem alguns tipos de anticorpos que não conseguem neutralizar o vírus, mas o sistema imunológico nunca aposta tudo numa jogada e produz anticorpos contra muitas proteínas diferentes do vírus e das células de memória com as mesmas capacidades, de modo que é muito difícil que a variante escape a todas e, sobretudo, faça alguém adoecer, a ponto de causar graves problemas de saúde ou até a morte.

“É razoável que esse tipo de célula forneça imunidade vitalícia”, afirmou Manel Juan, chefe do serviço de Imunologia do Hospital Clinic em Barcelona. E acrescenta: “essas células de longa vida são uma ajuda na imunidade contra outras doenças por muitos anos”.

Terceira dose

Uma das questões que se coloca é apurar se uma terceira dose da vacina será realmente necessária, conforme propõem as farmacêuticas. “Para mim está claro que não é necessário, assim como não seria necessário vacinar quem já teve a doença”, explicou Manel Juan.

África González e Marcos López-Hoyos, da Sociedade espanhola de Imunologia consideram ser “muito cedo para pensar em terceira dose”.

“É bem provável que a proteção pela doença ou pela vacina seja para toda a vida, embora seja algo que terá que ser analisado”, explicou López-Hoyos.

Para o imunologista, “é necessário estar muito atento ao que acontece com as pessoas mais velhas e com doenças de base. Em todo caso, pensamos que a necessidade de uma terceira dose não é tanta quanto dizem os CEOs da Pfizer e Moderna. Em qualquer caso, a primeira coisa é vacinar toda a população pela primeira dose. Estudos como esses mostram que a imunização gerada pela infecção é mais protetora do que se pensava”.

“O sistema imunológico gera células de curta, média e longa duração em resposta a uma infecção”, afirma África González, imunologista da Universidade de Vigo.

Segundo a especialista, “traduzidas em vacinas, existem algumas que fornecem proteção apenas temporárias para anticorpos humorais, por cerca de seis meses. São eles que carregam os carboidratos de bactérias e não ativam os linfócitos T”.

“Outras vacinas induzem respostas celulares e humorais que se mantêm por alguns anos, como a do tétano, que é recomendada de dez em dez anos. Com outras não é necessário vacinar mais, depois das três doses recebidas na infância”, conclui.

Um bebê nascido na cidade de Tubarão, no interior de Santa Catarina, surpreendeu família e equipe médica ao possuir anticorpos contra a Covid-19. A descoberta veio assim que a mãe dele, Talita Mengali Izidoro, de 33 anos, deu à luz, há 41 dias. Ela é médica e recebeu as duas doses da Coronavac, durante a gestação.

Quando recebeu o imunizante, Talita atuava na linha de frente de combate ao novo coronavírus. A decisão da médica pela vacinação se deu com o aval de seu obstetra. “Meu obstetra foi fundamental na decisão e me deixou super tranquila. Na época o Ministério da Saúde recomendava que as gestantes só poderiam tomar se tivessem com atestado recomendando e se tivesse na linha de frente como aconteceu comigo”, informou Talita, em entrevista ao portal IG.

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Quando o bebê, que recebeu o nome de Enrico, nasceu, foram coletadas amostras de seu sangue e aplicado o teste de neutralização SARS-COV-2, com o intuito de verificar a existência de imunidade contra o vírus. Seis dias depois, o resultado trouxe boas novas para a família. “Ficamos felizes e emocionados com a imunização dele e que sirva de incentivo a outras gestantes. Uma dose de esperança a todos”, afirmou a mãe.

Uma pesquisa realizada em Israel, entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, identificou dois anticorpos específicos no leite materno produzido por mais de 80 mulheres já vacinadas. O estudo, liderado por Sivan Haia Perl, do Shami Medical Center, foi publicado na revista científica americana The Journal of the American Medical Association (JAMA).

Ao todo, 84 mulheres participaram da pesquisa, realizada entre 23 de dezembro de 2020 e 15 de janeiro deste ano. Elas foram imunizadas com a vacina fabricada pela Pfizer-Biontech, respeitando o intervalo de 21 dias entre a primeira e segunda dose. 

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As amostras de leite materno foram colhidas antes e depois da administração da vacina. Após a aplicação do imunizante, os pesquisadores coletaram o leite materno semanalmente durante um período de seis semanas a partir do 14º dia após a primeira dose. Ao todo, foram colhidas 504 amostras de leite materno nas quais foram identificados os anticorpos IgA e o IgG, específicos contra o novo coronavírus. 

Dentre as amostras colhidas na primeira semana, 61,8% apresentaram anticorpos IgA. Após a segunda dose do imunizante, esse percentual subiu para 86,1%. Já o anticorpo IgG, permaneceu em níveis baixos durante as três primeiras semanas de testes, porém, com um aumento a partir da quarta semana, após a segunda dose da vacina. Entre as semanas cinco e seis, 97% das amostras de leite humano testadas apresentaram o anticorpo.

Os pesquisadores, no entanto, alegam que o estudo tem algumas limitações e não permite concluir que os bebês estão protegidos contra a Covid por terem recebido anticorpos no leite materno. A pesquisa foi publicada na revista científica americana The Journal of the American Medical Association (JAMA).

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, informou que a vacina produzida pelo Butantan produz anticorpos contra as variantes mais preocupantes do novo coronavírus até o momento, conforme pesquisa realizada por cientistas do Instituto Butantan e da USP, no ICB (Instituto de Ciências Biomédicas).

Ao comentar sobre as variantes, o diretor falou sobre as "características que são extremamente preocupantes" das novas cepas. Segundo Covas, a variante B.1.1.7, originária do Reino Unido, apresenta aumento da transmissão, bem como mudança na gravidade dos sintomas.

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Já a variante B.1.351, da África do Sul, mostra aumento da carga viral, maior facilidade de transmissão e resistência à neutralização. No caso das variantes brasileiras, encontradas pela primeira vez em Manaus e no Rio de Janeiro, são encontradas características de ambas as outras variantes. No entanto, segundo o diretor, a Coronavac é eficaz contra novas cepas do coronavírus, "estamos diante de uma vacina que é efetiva em proteção contra essa variantes que estão circulando neste momento", disse.

Mulheres que contraíram Covid-19 durante a gravidez foram capazes de passar os anticorpos adquiridos para os fetos, conferindo aos bebês proteção contra a doença. É o que mostra um estudo norte-americano publicado na sexta-feira (29) na revista Jama Pedriatrics. O trabalho, conduzido no Hospital Pennsylvania, na Filadélfia, observou que, de 83 grávidas que tinham testado positivo para infecções anteriores de Covid-19 (ou seja, elas apresentavam anticorpos para o coronavírus Sars-CoV-2), 72 conseguiram transmitir IgG (anticorpos de mais longa duração), via placenta, para os bebês. Também foram encontrados IgG no cordão umbilical.

Ao todo foram feitos testes de sorologia para a detecção de anticorpos em 1.471 grávidas que passaram pelo hospital entre 9 de abril e 8 de agosto do ano passado, com idade média de 32 anos.

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Entre elas, 83 tiveram resultado positivo para IgG e/ou IgM (que aparece alguns dias após a contaminação, quando já houve replicação viral considerável e o organismo começa a se defender) no momento do parto. O IgG aparece mais ao fim da infecção e tende a permanecer por um tempo mais longo no corpo, o que costuma ser relacionado à imunidade adquirida - apesar de isso ainda não ser uma garantia no caso da Covid-19.

Dos 11 bebês que não receberam anticorpos, cinco deles eram de mães em que foram detectados apenas o IgM e seis nasceram de mães com concentrações de IgG bem mais baixas do que as de outras mães cujos filhos apresentaram anticorpos.

A transferência dos anticorpos via placenta, nos demais casos, ocorreu tanto de mães que tinham sido assintomáticas quanto das que tiveram uma doença leve, moderada ou severa. E foi maior quanto mais tempo tinha se passado entre a contaminação e o parto.

Transmissão menor

Os pesquisadores, liderados por Dustin Flannery, do departamento neonatal do hospital, apontam que os resultados trazem algumas conclusões importantes. O fato de haver uma transmissão menor do IgM, que aparece em geral quando a pessoa ainda está doente, indica uma menor chance de a mãe passar a doença ao feto.

"Nossos resultados se alinham com as evidências atuais que sugerem que, embora a transmissão placentária e neonatal de Sars-CoV-2 possa ocorrer, tais eventos não são comuns. Não detectamos anticorpos IgM em nenhuma amostra de soro do cordão umbilical, mesmo em casos de doença materna crítica ou parto prematuro, apoiando que a transmissão materno-fetal da Sars-CoV-2 é rara", escrevem.

O estudo também traz pistas para possíveis encaminhamentos de grávidas para a vacinação e de cuidados no pós-natal. "Quando as vacinas estiverem amplamente disponíveis, o momento ideal para a vacinação materna durante a gravidez deverá levar em consideração fatores maternos e fetais, incluindo o tempo necessário para garantir a proteção neonatal", argumentam os pesquisadores.

Segundo o estudo, a maioria das mulheres soropositivas no estudo era assintomática (60%), com tempo incerto de exposição viral. "Entre o subgrupo de mulheres em nosso estudo cujo início da infecção pôde ser estimado pelos sintomas, todos os soros de cordão umbilical eram soropositivos se o teste de PCR (que detecta se a pessoa está doente naquele momento) materno tivesse ocorrido 17 dias ou mais antes do parto", dizem.

O estudo foi visto como boa notícia por outros pesquisadores. "O estudo de Flannery e colegas, junto e com observações semelhantes em relatos de infecção por Covid-19 durante a gravidez, tem implicações importantes. Especificamente para informar as estratégias de vacinação materna e infantil", escreveu a pesquisadora Flor Munoz, do Baylor College of Medicine, de Houston.

Os autores ponderam, no entanto, que os resultados ainda não permitem concluir se esses anticorpos presentes nos bebês serão suficientes para protegê-los. Ou seja, mais estudos serão necessários.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A combinação de dois anticorpos sintéticos pela empresa farmacêutica norte-americana Eli Lilly reduziu em 70% hospitalizações e mortes por covid-19 em pacientes de alto risco, com testes positivos recentes - anunciou a empresa nesta terça-feira (26).

"Bamlanivimab e etesevimab juntos têm o potencial de ser um tratamento importante que reduz, significativamente, as hospitalizações e a morte em pacientes com covid-19 de alto risco", disse o diretor científico da Lilly, Daniel Skovronsky.

Os resultados foram obtidos de um estudo de fase 3, envolvendo 1.035 pessoas.

O tratamento também reduziu a carga viral dos pacientes e o tempo de recuperação da doença.

Os pacientes receberam um placebo, ou a combinação de 2,8 gramas de cada um dos dois anticorpos.

Houve 11 mortes, ou internações, entre os pacientes que receberam o tratamento, 2,1% desse grupo. No placebo, foram 36 mortes, ou hospitalizações, correspondente a 7% do grupo.

Isso significa que a terapia representou uma redução de risco de 70%. O resultado foi estatisticamente significativo, o que torna improvável uma ocorrência aleatória.

Houve dez óbitos no total, todos entre os pacientes que tomaram placebo, e nenhum no grupo de terapia.

A empresa disse que continuará estudando o medicamento em outro ensaio para examinar se doses mais baixas produziriam o mesmo impacto.

Os anticorpos monoclonais são versões das defesas naturais do corpo fabricadas em laboratório com o objetivo de combater infecções.

A farmacêutica norte-americana, Eli Lilly and Company, em parceria com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), divulgou um artigo nesta sexta-feira (21), em que celebra os resultados positivos da fase três do estudo, denominado BLAZE-2, sobre um medicamento, o anticorpo monoclonal bamlanivimabe, capaz de combater a Covid-19 em testes realizado em um lar de idosos. 

Apesar de ainda prematuro, os resultados dos 965 participantes do ensaio (299 residentes e 666 funcionários) foram satisfatórios. 57% dos funcionários que receberam doses do bamlanivimab, tiveram menos chances de contrair a doença em relação aos que receberam placebo. Nos residentes do lar de idosos, o número chegou a 80%. Dos residentes que receberam doses de placebo, quatro morreram. Não houve registro de morte para quem recebeu a dose do medicamento. 

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"Estamos extremamente satisfeitos com esses resultados positivos, que mostraram que o bamlanivimab foi capaz de ajudar a prevenir COVID-19, reduzindo substancialmente a doença sintomática entre os residentes de asilos, alguns dos membros mais vulneráveis ​​de nossa sociedade", disse Daniel Skovronsky, diretor científico e presidente da Lilly Research Laboratories.

Os testes aconteceram com um grupo de 965 pessoas que foram divididos em dois. Metade receberam a aplicação do remédio, feita via intravenosa, e metade receberam o placebo. 

Agora a expectativa é que o medicamento que age na criação de mais anticorpos para combater o vírus, receba uma autorização emergencial para começar a ser utilizado em maior escala. Porém, no Brasil, o site da farmacêutica contém uma listagem das medicações disponíveis e nela não consta a medicação.

A agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos (FDA) concedeu, nessa segunda-feira, autorização temporária para um novo tipo de tratamento contra a Covid-19, anticorpos sintéticos fabricados pela empresa americana Eli Lilly, apenas para pacientes com a forma leve ou moderada da doença.

O tratamento foi desenvolvido especificamente contra o novo coronavírus. Outros, como remdesivir e dexametasona, receberam autorização após terem mostrado certa eficácia contra o patógeno, mas suas moléculas já existiam antes da pandemia e tinham outros usos.

A FDA deu autorização "para o uso emergencial" do novo tratamento, baseando-se nos resultados de um teste clínico realizado com 465 adultos não internados. A Eli Lilly havia solicitado a aprovação da agência reguladora há pouco mais de um mês.

Os anticorpos poderão ser usados apenas em adultos e jovens com mais de 12 anos, que pesem a partir de 40 kg e corram "alto risco de evoluir para a forma grave ou internação".

O tratamento, chamado bamlanivimab, é administrado por meio de uma injeção intravenosa. Esses anticorpos imitam a ação do sistema imunológico após a infecção pelo novo coronavírus, bloqueando a ponta do vírus, que lhe permite aderir às células humanas e penetrá-las.

O tratamento é considerado mais eficaz na fase inicial da doença, quando os anticorpos ainda têm chance de deter o vírus. No teste clínico, apenas 3% dos pacientes com alto risco de desenvolver a forma grave da Covid-19 tiveram que ser internados ou procurar atendimento de emergência após receberem o bamlanivimab, frente a 10% que receberam um placebo.

As pessoas assintomáticas têm mais chances de perder rapidamente os anticorpos do novo coronavírus do que as demais, aponta um estudo britânico da Imperial College London e da Ipsos Mori divulgado nesta terça-feira (27).

De 20 de junho a 28 de setembro, foi feito o acompanhamento de 350 mil pessoas escolhidas aleatoriamente na Inglaterra, que se submeteram a testes regulares em casa para verificar se possuíam anticorpos. Os resultados mostraram que o número de pessoas com anticorpos caiu 26,5% no período aproximado de três meses. Em nível nacional, isso significou que a proporção da população inglesa com anticorpos caiu de 6% para 4,4% por cento, de acordo com o estudo.

"Os resultados também sugerem que aqueles que não apresentaram sintomas da doença são suscetíveis a perder mais rapidamente seus anticorpos detectáveis do que os indivíduos sintomáticos", assinala o estudo.

Embora todas as idades sejam afetadas por essa redução, os idosos a acusam mais. "Este estudo representa um elemento crucial da pesquisa, uma vez que nos ajuda a compreender como os anticorpos da Covid-19 evoluem ao longo do tempo", disse o secretário de Saúde James Bethell.

"Ainda não se sabe se os anticorpos conferem um nível de imunidade eficaz ou, no caso de que esta imunidade exista, quanto tempo dura", assinalaram a Imperial College London e a Ipsos Mori, que pediram que os britânicos sigam as recomendações sanitárias.

Nesta sexta-feira (21), o professor John Bell, da Universidade de Oxford, do Reino Unido, revelou que pessoas que pegaram a Covid-19 podem ser contaminadas novamente. Isso se dá porque os anticorpos do novo coronavírus podem se esgotar entre 10% e 30% a cada mês. A declaração foi dada em transmissão ao vivo no Youtube.

Essa possibilidade de reinfecção ainda é incerta porque o vírus ainda é novo e seus efeitos e possibilidades de cura ainda estão sendo estudados. Em junho, uma mulher do Piauí, de 31 anos, teria se infectado com a Covid-19 duas vezes. 

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A paciente, que é uma técnica de enfermagem, teve o seu primeiro diagnóstico positivo para o novo coronavírus no dia 27 de abril. Cerca de 30 dias depois, a mulher apresentou os novos sintomas e recebeu o resultado positivo depois de fazer um novo exame.

Em maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que casos de suposta reinfecção na Coreia do Sul eram, na verdade, células mortas do pulmão com o material genético do vírus, já inativo, que causavam o resultado de falso positivo.

A empresa farmacêutica suíça Roche firmou nesta quarta-feira (19) um acordo com a companhia americana Regeneron para fabricar e distribuir um candidato a medicamento contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Batizado de REGN-COV2, a solução da Regeneron combina dois anticorpos e já se encontra na fase 2 de um total de três dos testes clínicos para o tratamento contra a Covid-19.

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"Roche e Regeneron anunciam uma união de forças na luta contra a Covid-19 para desenvolver, fabricar e distribuir o REGN-COV2, combinação de anticorpos antivirais experimentais da Regeneron, às pessoas de todo o mundo", diz a nota do grupo suíço.

A Roche tem uma das maiores operações de produção do mundo e aumentará sua capacidade geral em mais de três vezes para produzir o remédio.

"Esta grande colaboração com a Roche oferece escala importante e expertise global para levar REGN-COV2 a muito mais pacientes nos Estados Unidos e em todo o mundo", afirmou o presidente-executivo da Regeneron, Leonard Schleifer.

O acordo prevê que, caso o REGN-COV2 "se mostre seguro e eficaz nos testes clínicos e receba as autorizações regulatórias", o laboratório suíço será responsável pela distribuição fora dos EUA, enquanto a Regeneron cobrirá todo o território norte-americano.

A decisão da Roche de se unir a Regeneron ocorre depois que seu próprio medicamento, o Actemra, falhou no combate ao novo coronavírus.

O REGN-COV2 combina um anticorpo fabricado pela Regeneron e um segundo anticorpo isolado de humanos que se recuperaram da infecção. A união é projetada para se ligar à proteína spike usada pelo novo coronavírus para obter acesso às células humanas, limitando sua capacidade de escapar.

"O REGN-COV2 pode fornecer uma opção de tratamento muito necessária para pessoas que já apresentam sintomas de Covid-19 e também tem o potencial de prevenir a infecção em pessoas expostas ao vírus, retardando assim a propagação da pandemia global", explicou a Roche, em comunicado.

Da Ansa

Um vacina candidata contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) desenvolvida pela China National Pharmaceutical Group (SinoPharm) conseguiu ativar os anticorpos contra o vírus nas fases 1 e 2 de testes, informaram os pesquisadores no "Journal of the American Medical Association" (Jama) nesta quinta-feira (12).

Segundo a publicação, a vacina não produziu nenhum efeito colateral grave nos 320 voluntários das fases iniciais, mas ainda é incerto se a quantidade de anticorpos produzidos será suficiente para evitar uma infecção pela Covid-19 e por quanto tempo isso durará - o que será testado na última fase.

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A análise incluiu pessoas entre 18 e 59 anos, saudáveis, e que começaram a manifestar os primeiros anticorpos 14 dias após a aplicação da primeira dose. Os sintomas adversos foram dores no local da aplicação e febre leve, sem nenhum tipo de complicação mais severa pós-aplicação.

A imunização, que usa um vírus inativado, já está na terceira fase, com 15 mil voluntários nos Emirados Árabes Unidos, e será também testada no Brasil após um acordo da empresa com o governo do Paraná.

A publicação científica confirma, assim, os resultados que já haviam sido publicados pela SinoPharm, divulgados em julho. À época, a empresa informou que 1.120 voluntários chineses haviam passado pelas duas etapas com três diferentes tipos de dosagem e que os resultados tinham sido altamente satisfatórios.

A agência chinesa a Xinhua informou que a empresa tem capacidade de produzir 200 milhões de doses da vacina por ano, caso ela seja aprovada.

Atualmente, a China está desenvolvendo 19 vacinas candidatas contra o Sars-CoV-2, sendo que oito delas já estão na fase dos testes clínicos.

Da Ansa

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