Cuba e Estados Unidos examinaram, em Washington, maneiras de ampliar a cooperação bilateral na saúde, em particular na luta contra o vírus da zika, dengue e chikungunya, durante a visita de uma delegação médica cubana, informou neste sábado a chancelaria local.
O primeiro vice-ministro José Angel Portal liderou a delegação do Ministério da Saúde Pública cubano que concluiu, na sexta-feira, uma visita de cinco dias aos Estados Unidos, onde se reuniu "com a vice-secretária, diretores gerais e outros funcionários do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, assim como diretores de institutos e outros centros de saúde", indicou a chancelaria em um comunicado.
Também foi informado que "ambas as partes ratificaram o interesse em colaborar na investigação, prevenção e tratamento de doenças transmissíveis, como a zika, dengue e chikungunya, e de doenças crônicas não transmissíveis como o câncer, diabete, hipertensão e seus fatores de risco".
Ainda assim, complementou, "foram identificados outros temas de interesses a serem avaliados em uma futura cooperação, como são a pesquisa na saúde, envelhecimento, saúde mental e atenção primária".
Os dois países restabeleceram, em julho passado, seus laços diplomáticos após meio século de ruptura e confronto político, e agora avançam em um longo e difícil processo de normalização completa de suas relações bilaterais.
Desde que anunciaram o histórico descongelamento, em dezembro de 2014, Cuba e Estados Unidos realizaram vários encontros sobre diversos temas, como direitos humanos, cooperação anti-drogas, telecomunicações, proteção do meio ambiente, comércio e investimentos.
Durante sua visita histórica à ilha, em março, o presidente Barack Obama elogiou "o serviço que milhares de médicos cubanos prestam aos pobres" pelo mundo, e recordou que, em 2015, cadetes e soldados americanos "trabalharam lado a lado com os cubanos para salvar vidas e acabar com o ebola na África Ocidental".
"Creio que deveríamos continuar com esse tipo de cooperação em outros países", disse Obama em um discurso ao povo cubano na presença do presidente Raúl Castro.
Cuba tem, atualmente, 85 mil médicos, dos quais 25 mil se encontram em missões em mais de 50 países, e a prestação de serviços profissionais, sobretudo médicos, constitui a principal fonte de renda de sua economia, com aproximadamente 10 bilhões de dólares ao ano.