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Completando 50 anos nesta segunda-feira, 11, o sequestro e a morte de Ana Lídia Braga, quando tinha apenas 7 anos, ainda geram comoção principalmente entre os brasilienses. Conforme informações do Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, Distrito Federal, até hoje o jazigo da garota, que muitas pessoas acreditam que virou "santa", é frequentemente visitado, recebendo flores e cuidados. Ela foi sepultada em 13 de setembro de 1973.

O inquérito policial, da época, apontou Álvaro Henrique Braga, irmão mais velho da vítima, e Raimundo Lacerda Duque, amigo da família e subordinado da mãe de Ana Lídia no Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), como responsáveis pelo crime. Ambos foram presos, mas absolvidos por falta de provas, em outubro de 1974. O caso ainda é considerado bastante controverso.

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"Controverso caso de sequestro e assassinato de uma criança ocorrido durante a década de setenta, em Brasília. O crime comoveu a população da nova capital", de acordo com informações sobre processos históricos que constam no Memorial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

Relembre o crime

Em 11 de setembro de 1973, por volta de 13h50, Ana Lídia, filha caçula dos servidores públicos Álvaro Braga e Eloyza Rossi Braga, desapareceu na porta do Colégio Madre Carmen Salles, na Asa Norte, onde estudava.

Segundo testemunhas, um homem loiro, alto, magro, claro, vestido com calça marrom, levou a menina da escola naquela mesma tarde. Mas, de acordo com o depoimento do jardineiro da escola dado na época, o irmão teria retirado a garota da escola.

"Quando a empregada da família foi buscá-la, informaram que Ana Lídia não tinha assistido às aulas naquele dia. Primeiro, os pais foram informados do desaparecimento. Logo depois, a polícia, que iniciou as buscas pela menina", de acordo com informações sobre processos históricos que constam no Memorial do TJDFT.

A família chegou a receber dois telefonemas exigindo resgate para libertar a criança, mas, no dia seguinte, 12 de setembro daquele mesmo ano, o corpo de Ana Lídia foi encontrado entre a Avenida das Nações e a Universidade de Brasília (UnB).

A menina foi encontrada dentro de uma valeta, nua, coberta por terra, os cabelos cortados rente ao couro cabeludo e apresentava visíveis sinais de violência física e sexual. Na época, os peritos estimaram que a morte da garota ocorreu por volta das 6h da manhã do dia 12, de acordo com o TJDFT.

Responsáveis pelo crime

O inquérito policial apontou Braga, irmão da vítima, e Duque, funcionário da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), mas redistribuído ao DASP. Duque, com 30 anos na época, era subordinado à mãe de Ana Lídia, no departamento de serviço público, com quem trabalhava desde antes do nascimento da menina.

"Ele era conhecido por seu uso de entorpecentes e, assim que as investigações o apontaram como suspeito do crime, fugiu. Antes de ser preso no Pará, passou por mais de dez cidades para evitar sua prisão. Já Braga, que tinha 18 anos quando a irmã foi assassinada, era estudante e, segundo a polícia, tinha dívidas com traficantes. O sequestro da irmã ajudaria a pagá-las", relembra o Memorial do TJDFT.

O irmão mais velho ficou preso por mais de um ano, mas foi absolvido por falta de provas em outubro de 1974. O mesmo aconteceu com Duque. O processo chegou a ser reaberto em 1985, mas, por ausência de provas, foi encerrado. O crime prescreveu em 1993.

Menina meiga

Ana Lídia nasceu em Brasília, em 10 de julho de 1966, no antigo Hospital Dom Bosco. Era a filha mais nova de Álvaro Braga e Eloyza Rossi Braga, servidores públicos da DASP, que também eram pais de Álvaro Henrique Braga e de Cristina Elizabeth Braga, com 20 anos, na época.

Segundo o Memorial do TJDFT, familiares e amigos descreveram Ana Lídia como uma criança meiga e sempre disposta a agradar a outras crianças.

Posteriormente, em sua homenagem, o parque recreativo dentro do Parque da Cidade Sarah Kubitschek, destinado a crianças, recebeu o nome de Ana Lídia.

Uma mulher de 31 anos foi vítima de feminicídio dentro da própria casa, na comunidade do Caçote, no bairro de Areias, na Zona Oeste do Recife, nesse domingo (3). O ex-companheiro invadiu o imóvel e efetuou um disparo fatal de arma de fogo.

A Polícia Civil, através da Equipe de Força Tarefa de Homicídios na Capital, informou que a vítima tinha 31 anos. Foi indicado que ela estaria grávida, mas a informação não foi confirmada pelas autoridades.

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 O autor seria um vigilante da mesma idade, que foi ao local onde morava com a ex-esposa e cometeu o crime por não aceitar a separação. Em seguida, ele tirou a própria vida.

A casa foi periciada e os corpos encaminhados ao Instituto de Medicina Legal (IML). Um inquérito foi instaurado para apurar as causas do crime.  

Ao discursar na Assembleia Nacional de Angola, em Luanda, nesta sexta-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma homenagem à líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, de 72 anos. Mãe Bernadete, como era conhecida, foi assassinada a tiros no último dia 17 no Quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho (BA). 

“Aproveito esta sessão solene, na Assembleia Nacional de Angola, para prestar minha homenagem à grande Bernadete Pacífico, líder quilombola que atuou corajosamente pela defesa de sua comunidade na Bahia. Bernadete foi vítima da intolerância dos que querem calar os mais vulneráveis”, disse Lula.

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Em sua fala, o presidente classificou o combate à escravidão como um dos marcos mais importantes na luta pela liberdade e pelos direitos humanos no Brasil. "Essa chaga em nossa história vitimou milhões de africanos e deixou ao país um nefasto legado de desigualdade social e de preconceito. Combater esse legado é objetivo primordial do meu governo”.

Relação bilateral

Homenageado na Assembleia Nacional de Angola, Lula citou potencialidades na relação bilateral entre os dois países.  “Muito já foi dito sobre o que une Brasil e Angola. Na música, na dança, na capoeira, na gastronomia e no futebol.

Podemos ir além desse extraordinário vínculo cultural. Buscamos o verdadeiro desenvolvimento, que exige combate à pobreza e promoção da inclusão social, educação de qualidade e atenção à saúde de nossas populações. O permanente fortalecimento da democracia e dos direitos humanos, dentro de nossos países e na governança global”, disse.

Mais cedo, Lula se reuniu com o presidente de Angola, João Manuel Lourenço. Os dois países assinaram sete atos de cooperação em diversas áreas, entre eles para o desenvolvimento agrícola do país africano. 

“Queremos inaugurar uma nova agenda de cooperação com Angola. No passado, contribuí com o financiamento de projetos de rodovias, saneamento, abastecimento de água e geração e distribuição de energia elétrica. O Brasil tem condições de voltar a ser um grande parceiro de Angola. Um desenvolvimento fundado no fortalecimento da agricultura e da indústria, no progresso científico e tecnológico, em transição energética e na proteção do meio ambiente e da biodiversidade”, disse Lula.

“O fluxo comercial entre Brasil e Angola voltou a crescer após sete anos de estagnação. Só no primeiro semestre de 2023, foi quase 65% maior em relação ao mesmo período de 2022. Podemos diversificar nosso comércio, ainda muito concentrado em petróleo e bens primários, e a Câmara de Comércio Brasil-Angola, criada em junho, vai contribuir para isso”, acrescentou o presidente.

Angola é o único país do continente, além da África do Sul, com o qual o Brasil tem uma parceria estratégica. O acordo foi assinado em 2010, durante o segundo mandato de Lula.

Agenda

Após o compromisso no Parlamento, Lula participa do encerramento de um seminário com empresários dos dois países. O evento prevê a presença de uma delegação de cerca de 60 representantes de empresas brasileiras dos ramos de alimentos, produtos farmacêuticos, aviação e máquinas agrícolas, entre outros.

O presidente chegou ao continente africano na última segunda-feira (21). A primeira parada foi na África do Sul para a 15ª Cúpula de chefes de Estado do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Hoje e amanhã (26), ele cumpre agenda em Angola e, no domingo (27), estará em São Tomé e Príncipe para participar da conferência de chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Um homem de 36 anos foi encontrado morto dentro de uma mala na segunda-feira (21), em Curitiba. Conforme a Polícia Civil do Paraná (PCPR), Ronieverson Pedroso Lopes estava desaparecido desde o dia 17 de agosto. Um suspeito de 21 anos, que não teve a identidade revelada, foi preso em flagrante por homicídio e ocultação de cadáver.

Segundo a investigação, durante as diligências realizadas pela Polícia Civil, foi constatado que Lopes teria conversado com um homem por aplicativo de encontro momentos antes de desaparecer. Ainda de acordo com a polícia, a motivação do crime está ligada a desentendimentos entre a vítima e o suspeito do crime.

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Os policiais civis localizaram o suspeito, que admitiu ter se encontrado com a vítima na própria residência, no bairro Cajuru. No dia do crime, os envolvidos discutiram e o homem desferiu diversos golpes de martelo contra a vítima.

"Após ter desferido os golpes, o indivíduo colocou o corpo da vítima em uma mala e transportou até um local próximo da residência, onde abandonou o carro com o corpo. No dia seguinte, voltou no local e conduziu o veículo até uma região de mata, deixando a mala", afirma Iara Dechiche, delegada da PC-PR.

Nas redes sociais, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), unidade da Secretaria de Estado de Saúde, onde Lopes trabalhava, lamentou a morte do funcionário. "Nosso amigo foi encontrado sem vida. Vamos lembrar dos dias bons, as trocas de ideias, as melhorias que tivemos com seu convívio", publicou a instituição.

Segundo a ocorrência, a Polícia Civil apurou ainda que o veículo da vítima foi vendido por um aplicativo de mensagens. As investigações seguem em andamento.

A Justiça de São Paulo condenou nesta segunda-feira (21) os irmãos Juliano Oliveira Ramos Júnior e Jonathan Fagundes Ramos por matar um casal e filho adolescente no ABC paulista. O crime, que contou com a participação da filha das vítimas, ocorreu em 28 de janeiro de 2020. Júnior e Ramos confessaram participação no crime. As penas somadas chegam a 121 anos de prisão e, inicialmente, serão cumpridas em regime fechado.

As vítimas da tragédia foram Flaviana de Meneses Guimarães, de 40 anos, Romuyuki Veras Gonçalves, de 43, e Juan Victor Meneses Gonçalves, de 15. A residência delas ficava na Rua Caminho dos Vianas, dentro de um condomínio, no bairro Jardim Irene, no município de Santo André, a 6,5 quilômetros do local onde a família foi encontrada carbonizada no porta-malas de um veículo encontrado em uma estrada rural de São Bernardo do Campo.

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Conforme a decisão, o réu Júnior praticou três crimes de homicídio triplamente qualificado, três crimes de destruição de cadáver, um crime de roubo majorado pelo concurso de agentes, restrição da liberdade das vítimas e emprego de arma de fogo e, por fim, um crime de associação criminosa.

O réu Ramos praticou "três crimes de homicídio triplamente qualificado, três crimes de destruição de cadáver, um crime de roubo majorado pelo concurso de agentes, restrição da liberdade das vítimas e emprego de arma de fogo e, por fim, um crime de associação criminosa", consta também na condenação.

A pena de Júnior é de 65 anos, cinco meses e 10 dias de reclusão e pagamento de 37 dias-multa, no patamar mínimo, já Ramos deve cumprir 56 anos, dois meses e 20 dias de prisão e a pagar 35 dias-multa, no patamar mínimo. Ainda de acordo com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), cabe recurso contra o julgamento, embora os réus não possam recorrer da decisão em liberdade.

"Os sentenciados, se insatisfeitos com esta decisão, seja por estarem respondendo ao processo custodiados, seja em decorrência da gravidade dos crimes perpetrados, que ensejaram condenação a eles pelo Egrégio Tribunal do Júri, cuja decisão é soberana, para garantia da ordem pública, não poderão recorrer em liberdade, motivo pelo qual deverão ser recomendados nos presídios em que se encontram", afirma, na sentença, o juiz Lucas Tambor Bueno.

A defesa de ambos não foi localizada. O espaço permanece aberto para manifestação.

Três dos cinco acusados já tinham sido condenados

Anteriormente, em 14 de junho deste ano, o TJ-SP já havia condenado outros três acusados. As penas somadas passaram de 192 anos.

A filha do casal, Anaflávia Martins Meneses Gonçalves, e a então companheira, Carina Ramos de Abreu, foram acusadas de envolvimento no crime. Conforme a decisão Anaflávia, que facilitou a entrada dos comparsas no condomínio onde morava a família e participou dos crimes, foi sentenciada a 61 anos, cinco meses e 23 dias de reclusão.

A companheira dela à época dos fatos, Carina, foi condenada a 74 anos, sete meses e dez dias de reclusão, e o terceiro envolvido, Guilherme Ramos da Silva, amigo de um dos primos de Carina, foi condenado a 56 anos, dois meses e 20 dias de reclusão. Todos em regime inicial fechado, de acordo com o TJ-SP.

Júnior e Ramos são primos de Carina. Todos eles foram acusados anteriormente pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP).

Veja todas as sentenças:

- AnaFlávia Martins Meneses Gonçalves foi sentenciada a 61 anos, cinco meses e 23 dias de reclusão - em 14 de junho de 2023.

- Carina Ramos de Abreu foi condenada a 74 anos, sete meses e dez dias de reclusão - em 14 de junho de 2023.

- Guilherme Ramos da Silva foi condenado a 56 anos, dois meses e 20 dias de reclusão - em14 de junho de 2023.

- Juliano Oliveira Ramos Júnior foi condenado a 65 anos, cinco meses e 10 dias de reclusão - em 21 de agosto de 2023.

- Jonathan Fagundes Ramos foi condenado a cumprir 56 anos, dois meses e 20 dias de prisão - em 21 de agosto de 2023.

Relembre o crime

Às 2h32 do dia 28 de janeiro de 2020, o 6º Batalhão da Polícia Militar da região foi acionado para atender a uma ocorrência. Um incêndio aparentemente em um carro de luxo tinha acabado de ser controlado pelo Corpo de Bombeiros em um recôndito da Estrada do Montanhão, periferia de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Havia cadáveres escondidos no porta-malas. Quando a viatura chegou, os agentes se depararam com a imagem: os corpos, carbonizados, estavam colados uns aos outros.

Levou menos de 24 horas para a polícia confirmar Romuyuki entre os corpos no porta-malas. Também identificaram a mulher dele, Flaviana e o filho caçula Juan Victor.

Imagens de câmeras de segurança mostraram Carina, companheira de Ana Flávia, chegando no condomínio, assim como a presença dos outros envolvidos no crime. Na ocasião, para prender as duas, a polícia alegou ter havido contradições nos depoimentos, como horários de atividades ao longo daquele dia. Posteriormente, os outros três envolvidos também foram presos.

"Carina e Anaflávia mataram as vítimas por motivo torpe, consistente na cobiça de ambas, em ficar com a casa, com os veículos, com o dinheiro que achavam que estava no cofre, e com o dinheiro do seguro de vida. Juliano, Jonathan e Guilherme agiram mediante promessa de recompensa", disse também na época o MP-SP.

"Todos os cinco empregaram meio cruel para matar as vítimas, pois bateram tanto em suas cabeças, que seus crânios estavam afundados na lateral direita. E se utilizaram de recurso que dificultou a defesa das vítimas, pois além de estarem em superioridade numérica, e de amarrar, amordaçar e entorpecê-las, tinham no grupo duas pessoas da família, Carina e Anaflávia, cuja presença não gerava suspeita", afirmou ainda no MP-SP quando denunciou os cinco envolvidos no crime.

Também na época, em depoimento, Juliano Júnior afirmou que todos tinham arquitetado o plano juntos e que Anaflávia e Carina participaram ativamente de toda a ação. Isso após receber a informação de que as vítimas haviam recebido R$ 85 mil de uma herança. Ainda segundo o MP-SP, Carina e Anaflavia também suspeitavam que Romuyuki tinha feito um seguro de vida.

Envolvimento de Anaflávia com Carina

Em 2018, Anaflávia interrompeu um casamento para iniciar o namoro com Carina, por meio de quem conheceu os demais envolvidos no crime. As duas passaram a morar juntas nas proximidades da Rua Toledanas, no Jardim Santo André, de onde ela saía todos os dias, de manhã cedinho, para trabalhar em uma loja de perfumes que Romuyuki e Flaviana haviam aberto em um shopping de São Bernardo do Campo.

As vendas no quiosque iam bem e o resultado se refletia em comissões, cada vez mais gordas, para Anaflávia. Também era comum a filha presenciar Flaviana fazer a contabilidade da loja ou pagamentos a outros funcionários ao fim do expediente.

Um homem de 26 anos confessou ter matado a namorada e colocado o corpo dela numa mala, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, segundo a Polícia Civil informou nesta segunda-feira (21). O crime ocorreu na noite de quinta-feira (17) no apartamento em que a vítima morava, motivado por ciúmes, segundo a polícia.

O corpo da médica Thallita da Cruz Fernandes, de 28 anos, foi encontrado nu, dentro de uma mala e com várias perfurações por faca, no final da tarde de sexta-feira (18) no apartamento em que ela morava, no terceiro andar de um prédio na Vila Redentora.

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Na noite de sábado (19) o namorado dela, Davi Izaque Martins Silva, foi preso temporariamente por 30 dias, suspeito de ter cometido o assassinato. Ele estava na casa da mãe dele, na mesma cidade.

O delegado Alceu Lima de Oliveira Junior, titular da Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São José do Rio Preto, responsável pela investigação, afirmou em entrevista coletiva nesta segunda-feira (21) que Silva prestou novo depoimento e confessou o crime - no primeiro, ele havia dito não se lembrar do que acontecera na noite de quinta-feira.

No segundo depoimento, conforme o delegado, Silva contou que havia consumido cocaína e ecstasy, além de duas cervejas, e começou a discutir com a namorada por ciúmes. Depois atacou-a a facadas, matando Thallita.

Silva então colocou o corpo da médica dentro de uma mala e pretendia levar o cadáver embora. Mas, constatou que a mala estava rasgada e, por isso, desistiu desse plano.

O rapaz permaneceu no apartamento da namorada até a tarde de sexta-feira. Desde a noite anterior, estava se passando pela namorada para responder mensagens de familiares dela por um aplicativo de conversa.

Silva só saiu do prédio às 16h13 de sexta-feira, abandonando o corpo da médica no apartamento. Ele pegou um táxi e desembarcou em frente a uma lanchonete onde já havia trabalhado.

O motorista que fez essa corrida prestou depoimento e contou ter notado um forte cheiro de carne no corpo do passageiro. Perguntou ao passageiro sobre isso e ele respondeu, mentindo, que era em função do trabalho em uma lanchonete.

A mãe de Thallita estranhou a conversa da filha, que por aplicativo disse estar ocupada e não poder conversar, e o posterior sumiço dela, e pediu que uma amiga da médica fosse até o apartamento dela.

Ao chegar, a mulher perguntou ao porteiro se Thallita estava em casa e ele disse não tê-la visto saindo em momento nenhum. Então, a amiga foi até a porta, mas ninguém atendeu. Ela saiu, avisou a polícia e policiais militares a acompanharam até o imóvel, que foi arrombado. A amiga e os policiais encontraram o corpo da médica.

A vítima

A família de Thallita é de Guaratinguetá, cidade paulista do Vale do Paraíba, mas ela morava em São José do Rio Preto desde 2016, quando começou a cursar Medicina na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp). A jovem concluiu o curso em 2021 e atualmente trabalhava como plantonista em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Bady Bassit.

O namoro com Silva começou há cerca de três anos, e há cerca de um ele passava vários dias por semana na casa dela - onde ficava mesmo quando ela viajava para Guaratinguetá para visitar a família. Para o delegado, embora o crime tenha parecido ser passional, na verdade é patrimonial: o rapaz dependia financeiramente da namorada e, além do ciúme, tinha receio de que ela terminasse o relacionamento.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Silva. O espaço está aberto para manifestações.

A Divisão Especializada de Investigações Criminais de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, cumpriu no sábado (19) um pedido de prisão temporária contra um homem, de 26 anos, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP). Namorado de Thalitta da Cruz Fernandes, de 28 anos, ele é suspeito da morte da médica que foi encontrada dentro de uma mala, no apartamento em que ela morava no bairro da Vila Imperial, em São José do Rio Preto.

O corpo foi descoberto por uma amiga, que resolveu se deslocar até o imóvel porque a mãe da vítima estranhava o silêncio da filha. O nome do suspeito não foi divulgado.

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Segundo o boletim de ocorrência, o apartamento da médica, no terceiro andar, estava trancado. A amiga acionou a polícia com a ajuda de porteiro. O corpo foi encontrado nu dentro de uma mala, na lavanderia do apartamento. O namorado, de 26 anos, que estava com Thalita havia três anos, foi o último a entrar no apartamento, diz a polícia.

Thalitta era natural de Guaratinguetá e se mudou em 2016 para Rio Preto para estudar Medicina na Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), onde se formou em 2021. A médica faria 29 anos no dia 21 de outubro.

O filho de Maria Bernadete Pacífico, liderança quilombola assassinada nessa quinta-feira (18), acredita que a morte da mãe foi um crime encomendado por quem tem interesse no território ocupado pelo Quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho (BA). Maria Bernadete Pacífico, de 72 anos, foi morta a tiros na casa onde vivia.

Em entrevista à TV Brasil, o filho dela, Jurandir Wellington Pacífico, informou que a mãe era ameaçada de morte desde 2016 e avaliou que o assassinato dela é uma consequência da impunidade do assassinato do irmão dele e filho de Bernadete, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, mais conhecido como Binho do Quilombo, morto também a tiros em 2017.  “É crime de mando, crime de execução, não tem para onde correr, igual ao de Binho do Quilombo”, afirmou o filho da vítima. “Eu já perdi meu irmão, já perdi minha mãe, só resta eu, eu sou o próximo”, concluiu.  Jurandir fez um apelo ao governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e ao Ministério da Justiça e Segurança Pública para que eles deem uma resposta à sociedade.       Bahia (BA) -  Jurandir Pacífico, filho da Maria Bernadete, líder quilombola assassinada na Bahia. Foto: Arquivo pessoal/Divulgação Simões Filho (BA) - Jurandir Pacífico, filho de Maria Bernadete, líder quilombola assassinada na Bahia. Foto: Janaína Neri Questionado sobre quem estaria por trás do assassinato, Jurandir respondeu: “Especulação imobiliária, grilagem de terra, política, grandes empreendimentos, tudo isso aí”.

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Crime

Segundo o filho de Bernadete, o crime ocorreu enquanto ela via televisão. “Ela estava sentada no sofá assistindo com dois netos e mais duas crianças. Os dois meliantes adentraram na casa, botaram as crianças no quarto e executaram minha mãe com mais de 20 tiros”, relatou.   

O filho de Bernadete destacou que a família sempre liderou a comunidade e que Bernadete há mais de 40 anos representava o quilombo, além de participar de movimentos sociais ligados à cultura e ao movimento negro.

“Ontem, Simões Filho perdeu uma das maiores representantes da cultura do município. Chamava-se Mãe Bernadete. Uma das maiores representantes do movimento negro da Bahia, do Brasil e do mundo”, lamentou.

Proteção à testemunha 

Jurandir confirmou que a mãe estava no programa de proteção à testemunha e, por isso, havia câmeras em volta da casa, mas que os policiais só visitavam o local por 20 ou 30 minutos por dia, não ficando de prontidão na comunidade.

“Os meliantes sabiam os horários que eles [os policiais] iam e atacaram. Tanto que na hora que executou minha mãe, cadê a proteção? A única coisa que ficou foram as câmeras que gravou”, afirmou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou, nesta sexta-feira (18), no Twitter, sobre o assassinato de Mãe Bernadete, liderança quilombola, na Bahia.

"Com pesar e preocupação soube do assassinato de Mãe Bernadete, liderança quilombola assassinada a tiros em Salvador. Bernadete Pacífico foi secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial na cidade de Simões Filho e cobrava justiça pelo assassinato do seu filho, também um líder quilombola. O governo federal, por meio dos ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e Cidadania, mandou representantes e aguardamos a investigação rigorosa do caso. Meus sentimentos aos familiares e amigos de Mãe Bernadete", escreveu o presidente.

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A líder da comunidade quilombola Pitanga dos Palmares, Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, foi assassinada a tiros na noite desta quinta-feira (17), em Simões Filho, região metropolitana de Salvador, na Bahia. Segundo o Ministério da Igualdade Racial, ela teve seu terreiro invadido.

Em nota, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania afirma que o ministro Silvio Almeida determinou o envio das equipes do Ministério para Simões Filho, no Estado baiano, "para que todas as providências necessárias sejam tomadas" na busca pelos responsáveis.

A Polícia Civil do Paraná divulgou detalhes sobre a conclusão do inquérito que investiga o homicídio de Franciele Gusso Rigoni, de 36 anos. Ela foi assassinada em maio deste ano, em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Dois homens, incluindo o marido da vítima, foram presos.

Em entrevista ao Uol, o delegado Herculano de Abreu revelou que Adair José Lago fotografou a esposa sorrindo momentos antes do crime, para mostrar ao comparsa a posição que a mulher estava em casa. A perícia conseguiu recuperar a foto do celular do suspeito. Ele também enviou registros dos acessos que Wesley Lopes poderia ter da residência.

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No dia 31 de maio, segundo a Polícia, o corpo da vítima foi localizado no banco de um veículo. De acordo com as investigações, na data do assassinato, o companheiro de Rigoni saiu da casa onde moravam, na RMC, e buscou o segundo envolvido no crime.  

“No caminho de volta para a casa eles pararam em um comércio para comprar uma touca e um par de luvas. Na sequência, os dois seguiram até a residência, e o segundo suspeito ficou escondido no banco traseiro do carro até o momento oportuno de entrar na casa e matar a Franciele, que estava deitada no sofá”, relata o delegado.

Após o crime, os indivíduos limparam a sala para eliminar o sangue e colocaram o corpo da vítima no banco do veículo, ainda colocaram o tapete da sala no porta-malas. Na tentativa de criar um álibi, o marido da vítima foi deixado próximo a uma loja de materiais de construção, no bairro Atuba, onde fez orçamento de móveis para piscina, e o segundo suspeito seguiu até Quatro Barras, também na RMC, onde tentou queimar o tapete. 

A motivação do homicídio seria o pagamento de apólices de seguro de vida feitas por Adair no nome da esposa. O suspeito teria diversas dívidas contraídas em jogos de apostas. Ele chegou a simula um pix de pouco mais de R$ 10 mil para Wesley durante à noite, mas a transação não foi autorizada pelo banco.

Ainda de acordo com o delegado, os dois homens foram indiciados por homicídio qualificado mediante promessa de recompensa, traição e emboscada ou mediante outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima. Eles também devem responder por fraude processual. 

Com informações da polícia

Uma mulher foi presa e a filha de 14 anos, apreendida, por suspeitas de sequestro e assassinato da professora Vitória Romana Graça, de 26 anos. O corpo de Vitória foi encontrado carbonizado na favela Cavalo de Aço, em Senador Camará, na zona oeste do Rio. O laudo apontou que a professora provavelmente foi queimada viva e morreu intoxicada pela fuligem.

Paula Custódio Vasconcelos e a filha foram presas no sábado (12) por policiais da 35.º DP (Campo Grande). Elas foram capturadas pelos agentes no bairro de Santa Cruz, também na zona oeste, enquanto tentavam fugir. Além do sequestro e assassinato de Vitória, as duas ainda chegaram a pedir resgate à família da professora e usaram os cartões da vítima para fazer compras e transferências bancárias.

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Amigos e familiares da vítima contaram à polícia que Vitória e a adolescente tiveram um relacionamento e que a vítima ajudava mãe e filha com as compras da casa. A professora, contudo, teria terminado o namoro por considerar a adolescente muito jovem. Esse teria sido o motivo para o crime.

Vitória Romana havia desaparecido na quinta-feira (10) dois dias antes de a polícia chegar às suspeitas. Além do sequestro e assassinato, a mãe da garota também possuía mandado de prisão em aberto por roubo qualificado. Em 2014, ela fora condenada a seis anos, dois meses e 20 dias em regime fechado. A sentença desse caso já havia transitado em julgado.

O advogado Charlesman da Costa Silvano, de 37 anos, assessor jurídico da prefeitura de Alexânia, em Goiás, foi assassinado a tiros neste sábado (12). Ele era primo de Allysson Silva Lima, prefeito da cidade, que fica próxima à capital Goiânia.

Conforme a Polícia Civil, Silvano teria sido atraído para uma emboscada por um cliente. Durante as buscas pelos suspeitos, três pessoas foram baleadas pela polícia e uma delas morreu. O suposto mandante foi preso. Segundo a polícia, o motivo do crime seria passional.

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Charlesman era advogado de um dos suspeitos, identificado como Gilberto Gomes de Oliveira. Segundo a investigação, quando Oliveira estava preso, acusado de tráfico de drogas, seu defensor teria tido um caso com a mulher dele. Ao tomar conhecimento do fato, o cliente decidiu matar o advogado.

Mensagens encontradas no celular da vítima mostraram que Oliveira marcou um encontro com Silvano no local em que ele foi morto, no Setor Clube Nova Flórida. Quando o advogado chegou em seu carro, houve uma discussão e o suspeito atirou ao menos sete vezes contra ele.

O homem foi visto fugindo em uma moto vermelha. Após ver as mensagens no celular, a polícia foi atrás de Oliveira, que havia se escondido na casa de sua mãe. O suspeito resistiu e foi atingido por um tiro na perna.

Na casa, a polícia apreendeu a jaqueta e a moto usada pelo atirador. Oliveira disse que a arma estava com um amigo. Nesse local, a polícia foi recebida a tiros e reagiu. Três pessoas foram baleadas e uma delas morreu. As outras duas foram internadas, uma em estado grave.

Segundo a Polícia Civil, a mulher de Oliveira contou que seu marido teria descoberto o envolvimento dela com o advogado quando ele estava preso, em 2019, acusado de tráfico de drogas. Oliveira foi libertado e ainda responde a processo por esse crime.

A mulher relatou que seu marido usou cocaína durante a noite. Na casa onde ele estava, os policiais encontraram uma substância semelhante à droga que passará por análise.

Corrida do Dia dos Pais cancelada

A prefeitura de Alexânia decretou luto oficial de três dias pela morte do assessor jurídico. A 2.ª Corrida do Dia dos Pais, que aconteceria neste domingo (13) foi cancelada.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acionou as autoridades e disse esperar a punição dos culpados. "É inaceitável que, um dia após o 11 de agosto, data em que se comemora a essencialidade da advocacia para o sistema social e de justiça, mais um colega tenha sido vítima de um crime bárbaro e carregado de extrema violência", disse, em nota.

A OAB de Goiás e a de Alexânia também se manifestaram, repudiando a violência e se solidarizando com a família da vítima. Até a tarde deste domingo, segundo a Polícia Civil, o suspeito do assassinato não tinha constituído outro advogado para sua defesa.

A facção criminosa equatoriana Los Lobos, que assumiu a autoria pelo assassinato do candidato a presidência do Equador Fernando Villavicencio na saída de uma escola em Quito, capital do país, após um compromisso de campanha na quarta-feira, 9, é uma das maiores organizações criminosas do país, com mais de 8 mil membros.

De acordo com a organização InSight Crime, especializada em pesquisa sobre o crime organizado na América Latina e Caribe, o grupo passou a ter mais espaço depois que outra facção, os Los Choneros, teve seu poder reduzido no Equador.

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A organização criminosa Los Lobos possuí forte controle sobre outras facções menores como Los Tiguerones e Chone Killers e possuí forte influencia nos presídios equatorianos, principal via do narcotráfico do Equador e por onde ocorrem os contatos com organizações criminosas do México e da Colômbia. A facção também possuí forte atividade no setor de mineração.

Durante uma gravação, o grupo assumiu a autoria do ataque, alegando que o assassinato ocorreu após Villavivencio ter feito um acordo com a facção, mas sem cumprir as suas promessas.

"Queremos deixar claro para todos que cada vez que políticos corruptos não cumprirem com suas promessas antes estabelecidas, quando receberem nosso dinheiro - que são milhões de dólares -, para financiar suas campanhas, serão executados", diz um porta-voz rodeado de outros criminosos vestidos de preto e com balaclavas cobrindo os rostos enquanto exibem suas armas de fogo.

A facção Los Lobos foi fundada como uma dissidência da organização criminosa Los Choneros. O assassinato do líder da facção Los Choneros Jorge Luis Zambrano, em 2020, deixou um espaço para que a facção Los Lobos ficasse mais forte.

Segundo o InSight Crime, a facção Los Lobos junto com organizações menores como Chone Killers e Los Tiguerones passaram a se chamar de "Nova Geração" por uma suposta ligação com a facção mexicana Cartel de Jalisco Nova Geração.

O grupo de facções chamado de "Nova Geração" lançou diversas ofensivas contra os Los Choneros, o que levou a diversos embates dentro de prisões equatorianas. Em setembro de 2021, um conflito entre os dois grupos levou a morte de 119 pessoas no sul do Equador.

A facção Los Lobos tentou assassinar diversas vezes um dos fundadores da gangue rival, Junior Róldan, que foi morto na Colômbia em março deste ano.

Liderança

Segundo o jornal equatoriano GK, o líder da facção "Los Lobos" era Wilmer Chavarría, mais conhecido como "Pipo", que operava de dentro da prisão de Turi, em Cuenca. A polícia do Equador aponta que Pipo foi morto em um motim na prisão em 2021, no qual 34 presidiários foram assassinados, embora isso nunca tenha sido provado, de acordo com o GK.

Desde a suposta morte de Pipo, Alexander Quesada, conhecido como "Ariel", é considerado o líder da gangue, de acordo com o InSight Crime. O líder do Los Lobos também tem forte influencia nas facções Los Tiguerones e Chone Killers.

Segundo o InSight Crime, a facção Los Lobos opera principalmente nas cidades de Latacunga e Cuenca. A facção também é forte na província de Pastaza. A facção tem o controle total da prisão de Turi, em Cuenca, que abriga cerca de 1.600 pessoas.

A organização criminosa também possuí forte influencia na penitenciária de Guayaquill e em outros presídios menores do Equador.

Atividade

A renda do grupo se baseia na movimentação de cocaína comprada por carteis mexicanos de grupos colombianos. O país sul-americano se transformou em passagem para que a cocaína vinda da Colômbia chegue aos Estados Unidos e o continente europeu. Tanto a facção Los Lobos quando outras facções do Equador tem movimentado o trafico de cocaína.

A organização criminosa equatoriana protege os carregamentos de drogas e também pode cobrar dívidas ou trabalhar como assassinos de aluguel, segundo o site InSight Crime. A facção também participa de atividades de microtráfico em várias cidades como Quito, Guayaquil e Quevedo.

De acordo com o InSight Crime, o grupo conseguiu penetrar no sistema prisional equatoriano por meio de suborno de agentes penitenciários e corrupção.

Após a delação premiada de Élcio Queiroz, ex-policial militar que participou da execução da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, novas peças que desvendam o planejamento e o desdobramento dos assassinatos foram obtidas pelos investigadores. Porém, outras perguntas ainda precisam ser respondidas para solucionar o crime ocorrido há cinco anos.

Nesta segunda-feira, 24, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que o depoimento de Queiroz foi essencial para consolidar as investigações levantadas pela Polícia Federal (PF) e iniciar uma nova operação que realizou buscas e apreensões em residências de outros supostos envolvidos nas execuções.

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No dia 14 de março de 2018, Marielle foi morta a tiros no bairro do Estácio, na região central da capital carioca. A vereadora, que estava saindo de um evento com mulheres negras, foi morta com quatro disparos na cabeça. Anderson Gomes, motorista do carro que a transportava pela cidade, foi atingido por três projéteis nas costas e também faleceu.

Veja o que se sabe até o momento sobre o caso:

Quem são os envolvidos

Ronnie Lessa é um ex-policial militar e está preso preventivamente desde março de 2019, após ser apontado como o principal suspeito da autoria dos assassinatos. Segundo a delação de Queiroz, Lessa foi o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson em março de 2018.

Preso preventivamente desde março de 2019, Élcio Queiroz também é ex-PM e foi o motorista do carro que seguiu Marielle e Anderson pelo centro do Rio. Em 14 de junho deste ano, ele fez uma delação premiada onde admitiu a participação no crime e forneceu novos detalhes da execução aos investigadores. Em 2020, ele foi condenado a cinco anos de prisão e pagamento de multa pelo porte de munição e pela posse de armas de fogo, munições e carregadores.

O ex-bombeiro Maxwell Simões, mais conhecido como Suel, teria participado do planejamento do crime e da ocultação das provas, tendo cedido, um ano depois dos assassinatos, um veículo utilizado para descartar armas que pertenciam a Ronnie Lessa. Em 2020, ele foi detido "por atrapalhar de maneira deliberada" as investigações. No ano seguinte, foi condenado a quatro anos de prisão. O ex-bombeiro foi preso na residência dele nesta última segunda-feira, 24, e transferido para a Penitenciária Federal de Brasília nesta terça, 25.

Segundo Queiroz, o ex-policial militar Edmilson Oliveira da Silva, mais conhecido como "Macalé", teria sido responsável por convidar Lessa a matar Marielle e por ceder o carro utilizado nas execuções. Ele foi assassinado na Zona Oeste do Rio em novembro de 2021, após receber diversos disparos de homens dentro de um veículo BMW branco.

Também foram alvos da operação da PF na segunda-feira Alessandra da Silva Farizote e João Paulo Vianna dos Santos Soares, conhecido como "Gato do Mato", que são investigados por terem recebido e descartado as armas do crime. Eles foram alvos de busca e apreensão.

O irmão de Ronnie Lessa, Denis Lessa, é acusado de ter recebido os materiais usados no assassinato (arma do crime, touca, casaco e silenciador) no dia da execução. Nesta segunda, ele foi intimado e compareceu à sede da PF, no Rio.

Edilson Barbosa dos Santos, o "Orelha", é acusado por ter sido o responsável por receber o veículo usado no crime das mãos de Ronnie, Maxwell e Élcio após o crime. Segundo a delação, ele foi responsável por destruir o carro em um desmanche e teve um mandado de busca e apreensão realizado na segunda.

A operação da PF também fez buscas nas residências de Jomar Duarte Bittencourt Junior, o "Jomarzinho", e Maurício da Conceição dos Santos Júnior, o "Mauricinho". Eles são acusados de vazar informações e alertar os responsáveis pelas execuções por meio de mensagens eletrônicas.

Execução da vereadora foi planejada

Segundo Queiroz, o suposto contratante do crime foi o ex-policial militar Edmilson Oliveira da Silva, conhecido como "Macalé". Ele e "Suel" - apelido do ex-bombeiro Maxwell Simões - eram responsáveis por vigiar e monitorar Marielle desde os últimos meses de 2017. Segundo a PF, o carro usado no homicídio, um Chevrolet Cobalt, de posse de Macalé, foi flagrado em locais onde a vereadora cumpria compromissos.

"Inclusive, foi através do Edmilson [o 'Macalé'] que trouxe, vamos dizer, esse trabalho pra eles. Essa missão pra eles foi através do 'Macalé' que chegou até o Ronnie", disse Queiroz aos investigadores da Polícia Federal.

Em coletiva de imprensa na segunda, o superintendente da Polícia Federal, Leandro Almada, afirmou que Ronnie Lessa pesquisou os CPFs da Marielle e da filha dela, Luyara Santos, dois dias antes do crime. O fato foi negado pela defesa do ex-PM.

A arma utilizada no crime foi uma submetralhadora desviada do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tropa especial da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ). Segundo a delação premiada de Élcio, o armamento foi extraviado do acervo da corporação durante um incêndio.

Executores tentaram destruir provas

A PF informou que, após executar Marielle, os investigados teriam jogado pedaços da placa do veículo utilizado no crime nas linhas férreas dos trens urbanos do Rio de Janeiro. Dois dias após a execução, um homem, conhecido como "Orelha", recebeu a ordem de "sumir com o automóvel". O destino teria sido um desmanche no Morro da Pedreira, na Zona Norte da cidade.

Maxwell teria ajudado a ocultar armas de fogo de uso restrito e acessórios pertencentes a Lessa, que estavam armazenados em um apartamento utilizado pelo ex-PM cuja localização ainda é desconhecida. De acordo com a PF, em março de 2019, um ano após a execução da vereadora, o arsenal foi descartado no mar da Barra da Tijuca, atrapalhando o andamento das investigações.

Veja o que ainda falta ser desvendado sobre o caso:

Mandantes do crime

Mais de cinco anos após as execuções, a pergunta "quem mandou matar Marielle e Anderson?" ainda não foi respondida. Em uma coletiva concedida nesta segunda, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a delação premiada de Élcio Queiroz vai colocar os mandantes na mira do inquérito policial.

"Há uma espécie de mudança de patamar da investigação. Se conclui a investigação sobre a execução e há elementos para um novo patamar, a identificação dos mandantes. Nas próximas semanas, provavelmente, haverá novas operações derivadas das provas colhidas hoje", disse o ministro.

Dino também explicou que há convergência entre a narrativa do motorista do carro que levou os executores e as informações levantadas pela PF. Segundo o ministro, os investigadores terão elementos necessários para avançar nas apurações e identificar outras pessoas ligadas aos homicídios.

Motivação das execuções

Outro ponto que deve ser respondido pelos inquéritos é a motivação dos assassinatos. Marielle se posicionava contra o racismo e a violência policial, fazendo denúncias de abuso de autoridade por parte de profissionais de segurança. Na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, ela participava de uma comissão criada para acompanhar os desdobramentos da intervenção federal na segurança pública do Estado, que realizou operações para combater a criminalidade em comunidades da capital carioca.

Segundo Dino, "não há dúvidas" de que o crime teve a participação de pessoas ligadas às milícias e ao crime organizado do Rio. Ele afirmou que novas informações sobre os desdobramentos das operações serão anunciados em breve. "Não há crime perfeito. Outras novidades com certeza ocorrerão nas próximas semanas."

Uma festa no Complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro, marca nesta quinta-feira (27) o lançamento da fotobiografia de Marielle Franco. Há 44 anos, nesse mesmo dia, nascia a vereadora, que construiu um legado de luta pelos direitos humanos, justiça e igualdade social. A carreira na política foi precocemente interrompida em março de 2018, quando ela e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros,  no Rio.

As investigações sobre o crime tiveram novos capítulos esta semana. O lançamento do livro se junta aos esforços para manter a memória de Marielle viva e cobrar uma solução final para o caso, que já dura mais de cinco anos sem as principais respostas.

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“Estratégias de preservação da memória, como o lançamento da fotobiografia, são fundamentais para continuar mantendo a pressão sobre as autoridades. Que se alcancem as respostas sobre quem mandou matar Marielle Franco e o porquê. Estratégias de memória são fundamentais para que a gente confronte as campanhas permanentes de desinformação e discurso de ódio que acontecem desde 2018 para desqualificar a luta política da Marielle”, diz Lígia Batista, diretora-executiva do Instituto Marielle.

Discursos

Além do instituto, o livro é organizado em parceria com a vereadora e viúva Mônica Benício (PSOL) e a Editora Azougue Editorial. As páginas trazem discursos de Marielle, textos de convidados e fotografias inéditas ou pouco conhecidas do público em geral.

Imagens da infância, por exemplo, mostram ela e a irmã Anielle, atual ministra da Igualdade Racial, cantando e dançando no palco improvisado em cima de uma cama. A casa ficava na Maré, lugar do qual a vereadora falava sempre com orgulho: “Sou uma mulher negra, mas tenho falado muito que, antes de reivindicar e compreender o que era ser uma mulher negra no mundo, eu já era favelada”, diz um dos trechos do livro.

Nas páginas seguintes, sobre a adolescência, as fotos mostram uma Marielle entre os 16 e 18 anos de idade em atividades na pastoral da juventude, da Igreja Católica. Mas ela logo teve de lidar com algumas contradições internas, já que outro ambiente bem diferente do religioso estava se tornando cada vez mais atrativo: “eu entro num período que estou indo muito a baile funk, sendo adolescente da favela que curte baile, torcida, farra e fugir da igreja pra ir pro baile. ‘Fazendo adolescentisse’, vamos dizer assim”, conta Marielle, em outro trecho.

“É muito importante para a gente conectar o que era e o que foi a caminhada de Marielle Franco antes da carreira na política institucional, porque essa trajetória é seguramente o que marca a agenda de prioridades dela como parlamentar. A vida enquanto ativista, a formação familiar: tudo isso traz elementos fundamentais que orientavam e guiavam a luta política dela”, diz Lígia Batista.

Programação

Todo 27 de julho, o Instituto Marielle Franco prepara atividades especiais para celebrar a memória da vereadora. Em anos passados, foi inaugurada uma estátua de Marielle no Buraco do Lume, no centro do Rio. Foi lançada uma história em quadrinhos sobre as raízes históricas da vereadora e organizou-se uma entrevista ao vivo com a cantora Elza Soares.

Agora, em 2023, no evento de lançamento da fotobiografia, na Maré, haverá uma exposição de fotos exclusivas de Marielle que, segundo o instituto, estão sendo recuperadas e armazenadas no acervo digital. Apresentações de música e poesia completam a festa.

Serviço

Lançamento da fotobiografia e exposição de fotos de Marielle Franco

Atrações: Voz e violão Evy, apresentação Natalhão, Marechal e Preta QueenB Rull

Endereço: rua Bitencourt Sampaio, 181 - Maré, Rio de Janeiro

Data e horário: 27 de julho, das 18h às 22h30

Entrada Franca

Antônio Campos, advogado e irmão do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo no litoral do estado de São Paulo em 2014, quer reabrir o inquérito que investiga a morte do antigo candidato à presidência. Em entrevista recente, Antônio disse que o irmão pode ter sido assassinado, e que as investigações conduzidas pela Polícia Federal foram inconsistentes.

Segundo o advogado, o pedido de reabertura do inquérito será protocolado no dia 13 de agosto, data em que o acidente aéreo completa nove anos, e terá novas provas que foram colhidas nos últimos seis meses com o perito Carlos Camacho, assistente do caso.

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“O Brasil precisa saber a causa do acidente, se teve conotação política e se existe a real possibilidade de Eduardo Campos ter sido assassinado. Estou investigando o acidente desde o começo e vamos mostrar um inquérito baseado em novas provas reunidas nos últimos seis meses que são relevantes sobre o caso. Além das novas provas, vamos apresentar todas as inconsistências produzidas no inquérito inconclusivo finalizado pela Polícia Federal”, disse em entrevista à Folha de Pernambuco.

Também nesta terça-feira (25), uma nota à imprensa foi divulgada por Antônio Campos, reforçando as falhas da investigação e também do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão que apurou, tecnicamente, as causas da queda. “O intuito nuclear da ação é a realização de perícia técnica judicial no sentido de verificar a causa do acidente, ante inconsistências do laudo do Cenipa e da conclusão do inquérito da Polícia Federal”, apontou.

De acordo com ele, uma das supostas causas do acidente, uma falha no “compensador de profundor do Cessna Citation” teve “zero interesse por parte da autoridade policial e do Cenipa”. O advogado não apontou quem poderia estar envolvido no acidente que vitimou, além de Eduardo Campos, outras seis pessoas de sua comitiva.

Entre as novas documentações que serão apresentadas junto da reabertura do inquérito está um ofício da 4ª Vara Federal de Santos (SP), onde ocorreu o acidente, cobrando do Ministério da Justiça mais agilidade no cumprimento de uma “carta rogatória” para a fabricante do jato Cessna, nos Estados Unidos, apresentar a produção técnica sobre a queda da aeronave. Antônio Campos afirmou que vai encaminhar o requerimento ao procurador-geral da República, Augusto Aras, e ao ministro Flávio Dino.

O LeiaJá buscou as assessorias de Pedro e João Campos (PSB), deputado e prefeito, para confirmar se a família Campos confirma o pedido de reabertura do inquérito. Até o momento desta publicação, as assessorias aguardavam um posicionamento. A assessoria de Antônio Campos não foi localizada.

Enquanto parte dos agentes da Operação Élpis se dirigia ao Recreio dos Bandeirantes, no Rio, na segunda (24), para prender o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a Polícia Federal também bateu à porta de outros seis alvos em busca de provas para enriquecer uma nova etapa da investigação - agora no rastro dos mandantes e supostos financiadores do crime ocorrido em março de 2018.

A PF pediu autorização judicial para vasculhar a casa de Edílson Barbosa dos Santos, o 'Orelha', Denis Lessa, irmão do ex-PM Ronnie Lessa - denunciado pelo Ministério Público estadual como executor dos disparos de submetralhadora que vitimaram Marielle e Anderson -, João Paulo Viana dos Santos Soares, o 'Gato Do Mato', Alessandra da Silva Farizote, Maurício da Conceição dos Santos Júnior, o 'Mauricinho', e Jomar Duarte Bittencourt Júnior, o 'Jomarzinho'.

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Segundo os investigadores, todos 'prestaram auxílio material ou circundaram os executores do crime na época dos fatos'. A PF alegou a necessidade de inspecionar os endereços desses alvos não só para entender a dimensão de suas participações no crime, mas também viabilizar a identificação de 'camadas mais próximas ao núcleo do grupo criminoso'.

A PF rastreia possíveis mandantes e financiadores do assassinato de Marielle. A suspeita ganhou força a partir do relato do ex-PM Élcio Queiroz, que fechou acordo de delação premiada. Segundo ele, depois do crime, Ronnie Lessa - a quem acusa de ser o autor dos disparos contra a então vereadora e seu motorista - comprou lancha, carro de luxo, viajou e revelou planos de construir uma casa em Angra.

Nessa fase da investigação, a PF deparou com o alvo 'Orelha', apontado como o responsável por 'picotar' o veículo Cobalt usado por Ronnie Lessa e Élcio Queiroz para a emboscada e execução de Marielle e Anderson - o delator diz que era ele o condutor do veículo usado na noite do crime.

A PF argumentou à Justiça que a busca nos endereços de 'Orelha' poderia levar à localização de peças do veículo - segundo Élcio Queiroz, em sua delação premiada, o Cobalt foi destroçado por ordem de Ronnie Lessa.

Além disso, os investigadores queriam acessar os dados dos celulares e computadores do investigado.

Já quanto a Denis Lessa, o objetivo dos investigadores seria o de eventualmente localizar a arma do crime, possíveis fragmentos de projéteis, ou qualquer outro instrumento usado no assassinato de Marielle e Anderson, caso eles não tenham sido repassados a outros investigados.

Segundo o delator, Ronnie teria entregado a um irmão dele, na casa de sua mãe, uma bolsa que continha a arma usada no crime - assim como o casaco usado por Ronnie Lessa na noite do crime e outros 'apetrechos' utilizados no momento dos disparos.

Quanto a João Paulo e Alessandra, a PF destaca a 'relação de proximidade' que eles mantinham com Ronnie Lessa.

Os investigadores apontam que, à época do crime, a Polícia recebeu um disque-denúncia imputando ao casal, considerado de 'estrita confiança' de Ronnie, o depósito da submetralhadora.

A PF informou que poderia localizar a arma do crime ou seus fragmentos na casa de João e Alessandra - seguindo a hipótese de que Ronnie teria resgatado a arma na casa de seus pais e, depois, mantido o objeto sob os cuidados do amigo a partir de 16 de março de 2018.

Maurício e Jomar, por sua vez, tiveram, segundo a PF, 'papel de destaque' no vazamento de informações sobre a Operação Lume, que tinha como alvo Ronnie Lessa. Na ocasião, o ex-PM conseguiu fugir, 'frustrando futura aplicação da lei penal', segundo a PF.

Os investigadores apontam que Júnior recebeu a informação de que, no dia 12 de março de 2019, haveria uma operação ligada ao caso Marielle e a repassou a Mauricinho - que, por sua vez, passou a informação para os demais investigados.

A PF rastreia possíveis mandantes e financiadores do assassinato de Marielle. A suspeita ganhou força a partir do relato do delator. Segundo ele, depois do crime, Ronnie Lessa - a quem acusa de ser o autor dos disparos contra a então vereadora e seu motorista - comprou lancha nova, carro de luxo, viajou e revelou planos de construir casa em Angra.

Preso desde 2019, o ex-policial militar Élcio de Queiroz, que dirigiu o carro usado para executar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e Anderson Gomes, em 2018, confessou participação no crime e delatou outros envolvidos. No acordo com as autoridades, ele negociou a proteção da família e a transferência para um presídio estadual, que não foi divulgado.

Outros presos pelos crimes são o também ex-policial Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos, e o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, capturado nessa segunda (24).

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No depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público do Rio de Janeiro, Élcio apresentou detalhes fundamentais para subsidiar a continuidade das investigações. Ele disse que Lessa revelou que já havia tentado matar Marielle três meses antes do assassinato e que a placa do veículo usado na execução foi clonada e a antiga cortada e jogada na linha do trem.

Ainda no acordo de delação, o réu confesso apontou que a preparação do crime foi feita pelo aplicativo Confide, com três camadas de segurança, e que a ordem de assassinato foi intermediada pelo sargento da Polícia Militar Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, morto há dois anos.

A vereadora da cidade do Rio de Janeiro, Monica Benicio (PSOL-RJ), viúva de Marielle Franco, em entrevista à coluna de Paulo Cappeli, do Metrópoles, disse que tem esperança de que os acusados do assassinato sejam levados a júri popular ainda este ano.

Monica que foi eleita em 2020, dois anos após a morte de sua companheira, atua na Câmara dos Vereadores do Rio, em prol dos mesmos projetos políticos que eram defendidos por Marielle. Além disso, ultimamente vem comentando assiduamente as atualizações das investigações da PF.

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"Espero que a Polícia Federal e o Ministério Público continuem nesta atuação de cooperação mútua, para levar Ronnie Lessa e Elcio Queiroz ao júri ainda este ano. O pacto do silêncio entre estes assassinos foi rompido. É preciso agir com agilidade e prudência para se chegar às mandantes e suas motivações. Responder quem mandou matar Marielle e por que é fundamental para restabelecermos a democracia do nosso país. Tenho esperança que esse momento está se aproximando”, disse Monica Benicio.

Ela ainda afirmou que a operação da Polícia Federal e do Ministério Público realizada nesta segunda-feira (24) que culminou na prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, renovou sua esperança sobre a finalização do caso. Além disso, ela destacou a importância dos familiares e da sociedade civil, que desde 2018, cobram justiça sobre o caso.

"A atuação da PF nas investigações, em colaboração com o MPRJ, tem sido fundamental. Mas, a luta de nós familiares e da sociedade civil, que formamos uma grande Força-Tarefa, ao longo deste mais 5 anos, é o que tem deixado este caso em evidência”, disse.

A presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, associou a saída de Jair Bolsonaro da Presidência ao avanço das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Nesta segunda-feira, a Polícia Federal prendeu o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, suspeito de ocultar provas do crime.

"Muito bom o avanço da Polícia Federal nas investigações sobre o assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Só foi Bolsonaro sair da Presidência pro inquérito andar. Agora é chegar no mandante", escreveu Gleisi.

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O assassinato de Marielle e Gomes ocorreu em 2018, quando o carro em que ambos estavam foi alvejado por tiros na região central do Rio, após deixarem um evento do PSOL. Uma assessora sobreviveu ao atentado. Dois ex-policiais estão presos - Ronnie Lessa, PM reformado apontado como executor, e Élcio Queiroz, que seria o motorista do carro que perseguiu o veículo de Marielle e Anderson Gomes.

Como mostrou o Estadão, na campanha presidencial de 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, insinuou que Bolsonaro tem proximidade de milicianos e afirmou que "gente dele não tem pudor em ter matado a Marielle".

Operação da PF prende suposto envolvido no assassinato de Marielle

De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Maxwell teria participado de ações de vigilância e acompanhamento de Marielle, dando "apoio logístico de integração" com os demais investigados.

O chefe da corporação diz que o ex-bombeiro teve "papel importante" no caso, tanto "antes como depois". Agentes ainda vasculham sete endereços no Rio de Janeiro e na região metropolitana da capital fluminense.

Maxwell já havia sido preso por suposto envolvimento com a morte de Marielle e Anderson. Em 2020, foi detido sob acusação de tentar obstruir as apurações. No ano seguinte, condenado em razão das mesmas imputações. O ex-bombeiro teria ajudado a ocultar as armas de um dos acusados dos assassinatos da vereadora e do motorista.

Mais cedo, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, contou que falou com o ministro da Justiça, Flávio Dino, que pediu a entrada da Polícia Federal na investigação, e com Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF.

"Falei agora por telefone com o ministro Flávio Dino e diretor geral da Polícia Federal sobre as novidades do caso Marielle e Anderson. Reafirmo minha confiança na condução da investigação pela PF e repito a pergunta que faço há 5 anos: quem mandou matar Marielle e por quê?", questionou Anielle.

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