Tópicos | Ronnie Lessa

Citado em delação premiada no caso Marielle Franco, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão ganhou o direito de tirar 360 dias de férias em dinheiro, referentes aos anos de 2017 a 2022, período em que ele esteve afastado da Corte após ser acusado de fraude e corrupção. O benefício foi concedido em sessão do Conselho Superior de Administração do TCE-RJ no último dia 24.

Brazão foi citado em delação premiada de Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes em 2018. O acordo de colaboração, que ainda precisa ser homologado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi revelado o colunista Lauro Jardim, de O Globo. Segundo o site The Intercept Brasil, Brazão foi apontado por Lessa como o autor intelectual do crime. O conselheiro nega qualquer participação e disse que não teve acesso às investigações.

##RECOMENDA##

Quinto do Ouro

Além de Brazão, o TCE-RJ também concedeu o direito de tirar 360 dias de férias ao conselheiro José Maurício Nolasco. Acusados de fraude e corrupção, Brazão e Nolasco chegaram a ser afastados de suas funções no Tribunal e foram presos temporariamente em 2017. Ambos foram alvo da Operação Quinto do Ouro, que foi um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio.

De acordo com a investigação, Nolasco, Brazão e outros três conselheiros teriam organizado um esquema que desviava valores de contratos com órgãos públicos para agentes da administração fluminense.

Nolasco retornou para a Corte estadual em 2021 por decisão do Supremo Tribunal Federal, enquanto a volta de Brazão se deu em março do ano passado, após decisão do Tribunal de Justiça do Rio. Durante o período em que ficaram afastados, os conselheiros tiveram direito ao salário, mas não desfrutaram das férias.

Na terça-feira, o TCE decidiu que Nolasco e Brazão possuem direito às férias passadas e que podem converter o benefício em dinheiro ou tirar os 360 dias de folga. Procurada pelo Estadão, a assessoria da Corte não informou se os conselheiros optaram pelo acréscimo no salário ou pelo período de descanso. Os valores a serem recebidos pelos dois serão divulgados após a escolha dos magistrados.

Caso optem pelo dinheiro, os conselheiros terão um terço do abono de férias acrescido à remuneração básica. Em dezembro do ano passado, o salário bruto de Brazão foi de R$ 52,6 mil. No mesmo mês, Nolasco recebeu R$ 48,3 mil.

Até a publicação deste texto, a reportagem do Estadão procurou Brazão, mas não obteve retorno, enquanto Nolasco não foi localizado. O espaço permanece aberto para manifestações.

Ao O Globo, o conselheiro disse que o dinheiro das férias é um direito dele e que não sabe quanto vai receber. Segundo Brazão, o tempo em que ficou distante das atividades no TCE-RJ produziu um "intenso" sofrimento para ele e para a sua família. "Se tenho direito, eu quero. Faço questão. Não abro mão dos meus direitos, mesmo que eu não precise desse dinheiro. Quero o que a lei manda, nada mais do que isso", afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira, 23, estar "aliviado" com a delação de Ronnie Lessa, acusado de executar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, à Polícia Federal (PF). O acordo de colaboração premiada de Lessa ainda precisa ser homologado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Segundo Bolsonaro, o acordo encerra questionamentos sobre a participação dele no crime contra Marielle. "Para mim, é um alívio. Bota um ponto final nessa história. Em 2019, tentaram me vincular ao caso e me apontar como mandante do crime. Teve o tal do porteiro tentando vincular a mim. Eu estava na Arábia na ocasião e fui massacrado", afirmou ao portal Metrópoles.

##RECOMENDA##

O executor do crime, conforme apontam as investigações do caso, teria citado o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Inácio Brazão como o autor intelectual dos assassinatos em 14 de março de 2018, segundo o site The Intercept Brasil.

O advogado Márcio Palma, que defende Brazão, diz que, por mais de uma ocasião, pediu acesso à investigação, tendo seus pedidos sido negados, "motivo pelo qual desconhece o teor dos elementos contidos no inquérito".

"Para além de tais informações, esclarece não conhecer os personagens da trama delituosa. Esclarece, ainda, que jamais teve qualquer envolvimento com eles e tampouco relação com os fatos. Diante das especulações que buscam envolvê-lo no delito, destaca que as matérias apresentam razões inverossímeis para tentar lhe trazer para o bojo das investigações, evidenciando assim a inexistência de motivação que possa lhe vincular ao caso. Por fim, coloca-se à disposição para todo esclarecimento e espera que os fatos sejam concretamente esclarecidos, de modo a encerrar a tentativa de lhe associar ao trágico enredo", diz por nota enviada ao Estadão.

As suspeitas sobre uma possível participação do ex-presidente no caso foram levantadas após a revelação de dois depoimentos à Polícia Civil de um porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde Bolsonaro tem uma casa na zona oeste do Rio. O porteiro afirmou que um dos acusados do assassinato teria entrado no condomínio com autorização de uma pessoa que atendeu o interfone na casa do ex-presidente. A versão, no entanto, foi desmentida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).

À época, em 2019, a promotora Simone Sibilio afirmou que a testemunha teria dado informação falsa ao vincular Bolsonaro com Elcio Queiroz, acusado de dirigir o carro de onde partiram os tiros que mataram Marielle e Anderson Gomes. Elcio encontrou Ronnie Lessa, acusado de ter feito os disparos, na casa do atirador. Ronnie morava no Vivendas da Barra, assim como o presidente e seu filho Carlos Bolsonaro.

O porteiro disse que, ao interfonar para a casa, recebeu do "seu Jair" permissão para a entrada do carro no local. O veículo, porém, se dirigiu à casa 65, onde morava Ronnie Lessa - também preso, sob a acusação de ter feito os disparos contra a vereadora e o motorista. Ele registrou que a ligação teria sido feita à casa 58, de Bolsonaro.

Regularização fundiária pode ter motivado o crime

Uma das linhas de investigação da Polícia Federal sobre a motivação do crime é uma disputa por terra na zona oeste do Rio, segundo O Globo. Em delação, Lessa teria dito que Marielle virou alvo por defender a ocupação de terrenos por pessoas de baixa renda e que o processo fosse acompanhado por órgãos como o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio e o Núcleo de Terra e Habitação, da Defensoria Pública do Rio.

De acordo com Lessa, o mandante do assassinato buscava a regularização de um condomínio na região de Jacarepaguá sem respeitar o critério de área de interesse social. O objetivo seria obter o título de propriedade para especulação imobiliária. Em entrevista ao Estadão, o general Richard Nunes, então secretário da Segurança Pública do Rio, em dezembro de 2018, afirmou que a vereadora foi morta porque milicianos acreditaram que ela podia atrapalhar os negócios ligados à grilagem de terras.

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, cotado como o nome delatado por Ronnie Lessa no Caso Marielle, se disse inocente e desafiou as polícias a encontrarem provas de que ele tenha ligação com os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, mortos em março de 2018. O nome dele está envolvido no caso desde o ano do crime, mas a possibilidade de ele ser investigado como mandante retornou após a possível delação premiada. 

“Não tem nada mais forte que a verdade. Esse golpe foi abaixo da linha de cintura. É algo que desgasta. Fui investigado pela Polícia Civil, pela PF e pelo Ministério Público. Não acharam nada. Por que protegeriam o Domingos Brazão? Que servidor público colocaria em risco sua carreira para me proteger? Eu desafio acharem algo contra mim", disse o conselheiro em entrevista, na tarde da terça-feira (24), em seu gabinete no TCE. O trecho foi divulgado pelo site O Globo. 

##RECOMENDA##

LeiaJá também: Saiba quem é Domingos Brazão, delatado no Caso Marielle’ 

Para preservar as investigações, a Polícia Federal (PF) nega que tenha fechado um acordo com o policial reformado Ronnie Lessa, preso em 2019, por confessadamente ser o autor dos disparos que tiraram a vida da então vereadora psolista Marielle Franco e de seu motorista, Anderson. No entanto, diferentes veículos de imprensa conseguiram adiantar informações sobre o possível acordo da PF com o militar, que já estaria tramitando no STF, dependendo apenas da homologação do ministro Raul Araújo. 

A primeira informação divulgada sobre esse acordo, nesta semana, foi a de que o mandante possui foro privilegiado. Por esta razão, o acordo precisou ser encaminhado ao STJ para homologação. Entre os nomes investigados pela polícia e pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) conhecidos até agora, Brazão é o único com direito ao foro. 

Além disso, o STJ aprecia apenas as investigações envolvendo governadores, desembargadores e pessoas com cargos em tribunais, o que contemplaria Brazão, que é conselheiro de tribunal. Por fim, ele já havia sido citado na primeira e única delação confirmada do caso até agora, a de Élcio Queiroz, condutor do veículo utilizado na emboscada contra Marielle e Anderson.  

Por outro lado, Brazão nega que sequer tenha conhecido Marielle, Anderson, Élcio ou Lessa, e que acredita que o acusado pelo assassinato esteja tentando proteger alguém. “Lessa deve estar querendo proteger alguém. A polícia tem que descobrir quem. Nunca fui apresentado à Marielle, ao Anderson, nem tampouco à Lessa e ao Élcio de Queiroz. Jamais estive com eles. Não tenho meu nome envolvido com milicianos. A PF não irá participar de uma armação dessas, porque tudo que se fala numa delação tem que ser confirmado", continuou Domingos. 

Disputa latifundiária 

A PF também investiga se questões latifundiárias motivaram os assassinatos. Franco, quando atuava na Câmara do Rio, foi autora de um Projeto de Lei que regularizava terras para pessoas de baixa renda, na Zona Oeste da cidade. Já Brazão, buscava a regularização de um condomínio inteiro na região de Jacarepaguá, também na Zona Oeste, sem respeitar o critério de área de interesse social, neste caso, não se encaixando nos critérios de renda, por ser uma pessoa de classe média alta. 

O intuito era se tornar titular da propriedade e repassá-los posteriormente acima do valor da região. Nascido e criado em Jacarepaguá, Domingos Brazão possui reduto eleitoral na Zona Oeste e tem empreendimentos, junto à família, em toda a região. Ele é empresário do ramo dos postos de gasolina e o sobrenome Brazão passou a se tornar dominante na área, que é cobiçada pelas milícias vizinhas. 

 

A Polícia Federal (PF) investiga se questões latifundiárias motivaram os assassinatos de Marielle Franco, ex-vereadora do Psol no Rio, e do motorista Anderson Gomes, em 2018. A hipótese não é nova, mas ganhou mais força após a possibilidade de o mandante do crime ser revelado em uma delação do policial militar reformado Ronnie Lessa, preso, desde 2019, por participação nas mortes. Franco, quando atuava na Câmara do Rio, foi autora de um Projeto de Lei que regularizava terras para pessoas de baixa renda, na Zona Oeste da cidade, que é disputada por milícias. 

Segundo o jornal O Globo, Lessa, em sua delação, afirmou que a vítima virou alvo por defender a ocupação de terrenos por pessoas de baixa renda e que o processo fosse acompanhamento por órgãos como o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio e o Núcleo de Terra e Habitação, da Defensoria Pública do Rio. A delação premiada tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e depende da aprovação do ministro Raul Araújo. 

##RECOMENDA##

Pelo acordo tramitar no STJ, isso indica que o suposto mandante tem foro por prerrogativa de função, o conhecido foro privilegiado. Conforme tem circulado na imprensa, e segundo confirmação do The Intercept, o mandante delatado é Domingos Brazão, ex-vereador e deputado, que, por ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), tem direito ao foro.  

LeiaJá também:Saiba quem é Domingos Brazão, delatado no Caso Marielle’ 

Ainda de acordo com Lessa, Brazão buscava a regularização de um condomínio inteiro na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, sem respeitar o critério de área de interesse social, neste caso, não se encaixando nos critérios de renda, por ser uma pessoa de classe média alta. O intuito era se tornar titular da propriedade e repassá-los posteriormente acima do valor da região. As Áreas de Especial Interesse Social (AEIS) são regiões das cidades nas quais aplicam-se regras de uso e ocupação do solo específicas, voltadas para a democratização do acesso à terra pela população de baixa renda. 

Nascido e criado em Jacarepaguá, Domingos Brazão possui reduto eleitoral na Zona Oeste e tem empreendimentos, junto à família, em toda a região. Ele é empresário do ramo dos postos de gasolina e o sobrenome Brazão passou a se tornar dominante na área, que é cobiçada pelas milícias vizinhas.  

O PL 642 de 2017, da Câmara Municipal do Rio, assinado por Marielle Franco, previa a assistência técnica, pública e gratuita para habitações de interesse social às famílias de baixa renda. Por meio desta lei, o município poderia prestar assistência para elaboração de projeto, construção, reforma, ampliação e regularização fundiária de habitação de interesse social às famílias com renda mensal de até três salários-mínimos 

 

O nome do conselheiro Domingos Brazão, do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), é um dos mais pesquisados nos mecanismos de busca do Brasil, nesta terça-feira (23). Isso acontece após ele voltar a ser diretamente citado no Caso Marielle como o possível mandante dos assassinatos de Franco, então vereadora pelo Psol, e seu motorista, Anderson Gomes, mortos em 2018. Acredita-se que ele será o nome apontado na delação do militar reformado Ronnie Lessa, mas Brazão também já foi apontado como mandante em uma outra delação do caso, assinada pelo ex-PM Élcio Queiroz. 

Mas, afinal, quem é Domingos Brazão e por que há associação do conselheiro ao crime? Entenda a trajetória política do possível envolvido, suas polêmicas, investigações em seu desfavor e as conexões políticas no Rio de Janeiro, o que inclui Jair Bolsonaro (PL). 

##RECOMENDA##

Quem é Domingos Brazão 

Domingos Inácio Brazão, de 58 anos, é um empresário do ramo dos postos de gasolina e político carioca filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Ele tem cerca de 25 anos na política e já foi vereador da cidade do Rio, deputado estadual por cinco mandatos consecutivos (1999-2015) e, atualmente, é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). Seus mandatos são marcados por polêmicas, corrupção e afastamentos.  

Em 2011, o político chegou a ter o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) por suposta compra de votos por meio de uma ONG da qual participava. Ele manteve o mandato através de uma liminar na Justiça. Antes, em 2004, uma gravação indicara envolvimento de Brazão e do ex-deputado Alessandro Calazans com a máfia dos combustíveis, área na qual ele possui empreendimento. O caso envolvia licenças ambientais da Feema para funcionamento de postos de gasolina. 

Afastamento do TCE 

Eleito ao cargo em 2015, o ex-deputado foi afastado do TCE em 2017, quando ele e outros quatro conselheiros chegaram a ser presos temporariamente como parte da Operação Quinto do Ouro, um dos desdobramentos da Operação Lava-Jato no Rio. A investigação apurava suspeitas de fraude e corrupção no tribunal e citou uma mesada de R$ 70 mil, paga individualmente aos cinco, pela Federação das empresas de transporte de passageiros do Estado do Rio (Fetranspor). O patrimônio do conselheiro cresceu 27% entre 2014 e 2016, período que abrange sua saída da Alerj e entrada no TCE-RJ.

Homenagem a Marielle Franco, no Congresso. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Relação com o Caso Marielle 

Em 2018, o ex-policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, o “PM Ferreirinha”, mentiu em depoimento à Polícia Civil, no intuito de obstruir as investigações do Caso Marielle. À época, ele, que possui envolvimento com a milícia e era matador de aluguel, acusou o então vereador Marcello Siciliano (PHS) e o miliciano Orlando Curicica como sendo os mandantes do crime. Durante a investigação, a PF concluiu que Ferreirinha e sua advogada, Camila Nogueira, faziam parte de organização criminosa cujo objetivo era atrapalhar as investigações sobre a morte da vereadora. 

A partir disso é que Domingos Brazão passou a ter envolvimento no caso. Ele se tornou suspeito de ter utilizado um policial federal aposentado, que era funcionário de seu gabinete no TCE-RJ, para levar Ferreirinha ao falso testemunho. O intuito era prejudicar o vereador Siciliano, que entrou na disputa pelo comando da Zona Oeste da cidade, sob domínio da família Brazão. Nascido e criado em Jacarepaguá, Brazão tem na região o seu reduto eleitoral. Domingos também teria, segundo a investigação, vínculo com o Escritório do Crime, envolvido nas mortes. 

Em 2018, o jornal O Globo mostrou que tanto o grupo de Brazão quanto o de Siciliano apresentaram projetos de lei que poderiam favorecer a expansão de construções irregulares na Zona Oeste. Marielle vinha atuando em projetos de regularização fundiária na área, o que poderia estar incomodando o grupo. 

Desavenças com Freixo 

Segundo a reportagem do The Intercept nesta terça-feira (23), a principal hipótese para que Domingos Brazão ordenasse o atentado contra Marielle e Anderson seria uma vingança política contra Marcelo Freixo (PT, à época, no Psol), com quem Marielle trabalhou por 10 anos. Quando Domingos e Freixo estavam no Legislativo do Rio, eles protagonizaram embates relacionados à CPI das Milícias, presidida por Freixo e na qual Brazão foi citado, em 2018. 

Marcelo Freixo teve também papel fundamental na Operação Cadeia Velha, deflagrada pela PF em novembro de 2017, cinco meses antes do assassinato da vereadora. Com ela, os deputados estaduais Paulo Melo, Edson Albertassi e Jorge Picciani (morto em maio de 2021), do MDB, foram presos. Essa foi a investigação que posteriormente culminou no afastamento de Brazão do TCE-RJ. 

Relação com Bolsonaro 

João Vitor Moraes Brazão e Dalila Maria de Moraes Brazão, filho e esposa do deputado federal Chiquinho Brazão (Avante-RJ), irmão de Domingos, receberam, em julho de 2019, passaportes diplomáticos concedidos pelo Itamaraty sob o Governo Bolsonaro. Os integrantes da família Brazão estavam na lista com os 1.694 passaportes diplomáticos emitidos pela gestão de Jair. 

Entenda as delações  

Em julho de 2023, o ex-policial militar Élcio Queiroz fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, homologado pela Justiça. Ele confessou ser o condutor do veículo utilizado na emboscada contra Marielle e Anderson. À época da delação, ele citou o comparsa Ronnie Lessa e detalhou o plano de fuga após os assassinatos. Já o policial militar reformado Ronnie Lessa, preso acusado de ser o autor dos disparos que mataram a psolista e o motorista, pode estar perto de ter seu acordo de delação premiada homologado. 

Conforme divulgado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, no último domingo (21), Lessa já fechou o acordo de delação com a PF. O mesmo jornal divulgou, nesta terça-feira (23), que o mandante do crime, conforme a delação de Lessa, teria foro privilegiado. Ou seja, se trata de uma autoridade em cargo público. A informação surgiu após ser confirmado que o processo está em tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o que só seria possível para autoridades. Entenda melhor a implicação do foro privilegiado.  

Horas após a matéria do site, o The Intercept confirmou, com exclusividade, que o delatado pelo policial reformado é, sim, o conselheiro Domingos Brazão. Caso a informação seja confirmada pela PF/STJ, a delação de Lessa confirmaria a de Élcio Queiroz e o Caso Marielle poderia estar próximo de um desfecho. 

 

O acordo de delação premiada do policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos que mataram a ex-vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e o motorista Anderson Gomes, em 2018, está tramitando no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o que indica que o mandante do crime contra a parlamentar e seu motorista tem foro por prerrogativa de função, o conhecido foro privilegiado. As informações são do site O Globo. 

O foro por prerrogativa de função é o direito garantido (artigos 53 e 102 da Constituição Federal) a algumas autoridades que ocupam cargos públicos de não serem julgadas perante a primeira instância pelos seus crimes, sejam de responsabilidade ou crimes comuns do Código Penal Brasileiro. O intuito do foro é proteger cargos específicos para evitar decisões enviesadas, assim, considerando que órgãos superiores independentes podem acompanhar as investigações com maior imparcialidade.  

##RECOMENDA##

No caso da delação de Lessa, o fato dela precisar tramitar no STJ para ser homologada, indica que uma autoridade deve ser o mandante; este procedimento não aconteceria com pessoas comuns. Órgãos diferentes julgam autoridades diferentes: o STJ, por sua vez, está apto a apreciar investigações envolvendo governadores, desembargadores dos tribunais de Justiça, integrantes dos tribunais de Contas estaduais e municipais, dos tribunais regionais (como TRF, TRT e TRE), e do Ministério Público.  

O acordo do preso com a Polícia Federal (PF) foi divulgado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, no último domingo (21). Após quase seis anos, a delação de Lessa pode dar um fim ao mistério em torno das mortes de Marielle e Anderson. Agora, a delação do policial militar reformado ainda precisa ser homologada pelo STJ. 

Primeira delação 

Antes de Lessa, a Polícia Federal já havia obtido a delação de outro ex-PM, Élcio de Queiroz, que admitiu ser o condutor do carro utilizado na emboscada que resultou na morte da vereadora. Em seu acordo, Élcio chegou a citar o nome do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão como tendo envolvimento na morte de Marielle. Como ele tem foro privilegiado, há uma possibilidade de Lessa ter mencionado o nome de Brazão. A delação está na mesa do ministro Raul Araújo, do STJ. 

 

O ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018, no Rio de Janeiro, fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal. A informação foi publicada neste domingo (21) pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

Ainda de acordo com a coluna, a delação ainda precisa ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Após a delação premiada de Élcio Queiroz, novas peças que desvendam o planejamento e o desdobramento dos assassinatos foram obtidas pelos investigadores. Porém, outras perguntas ainda precisam ser respondidas para solucionar o crime ocorrido há cinco anos.

##RECOMENDA##

No dia 14 de março de 2018, Marielle foi morta a tiros no bairro do Estácio, na região central da capital carioca. A vereadora, que estava saindo de um evento com mulheres negras, foi morta com quatro disparos na cabeça. Anderson Gomes, motorista do carro que a transportava pela cidade, foi atingido por três projéteis nas costas e também faleceu.

Em dezembro do ano passado, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, reafirmou que a Polícia Federal (PF) esclarecerá o assassinato da vereadora carioca e do motorista Anderson Gomes. “Até onde esta fase chegará, eu realmente não sei, mas chegará ao final, qualquer que seja ele”, comentou Dino, na época.

 

 

 

 

O Caso Marielle Franco acaba de ganhar mais um desdobramento, diante da revelação de que Aline Siqueira, esposa do ex-bombeiro Maxwell Simões, preso por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foi até a casa de Ronnie Lessa seis dias depois do crime. A informação foi divulgada durante a exibição do Fantástico, nesse domingo (30).  

Na segunda-feira (24) passada, uma operação da Polícia Federal prendeu o ex-bombeiro conhecido como “Suel”, no Rio de Janeiro. O ex-militar foi citado na delação de Elcio Queiroz, apontado como participante do crime. 

##RECOMENDA##

De acordo com a reportagem do Fantástico, Aline falou com o filho de Ronnie Lessa pelo interfone e não queria que o investigado soubesse da sua presença no local: "Eu queria conversar com a sua mãe porque eu queria pedir uma ajuda pra ela, um momento de desespero meu, por isso que eu tô pedindo se eu poderia falar com ela. Não fala pro seu pai que eu tô aqui não, só fala pra sua mãe". 

LeiaJá também:Elcio confessa participação em assassinato de Marielle’ 

Ao Fantástico, a defesa do casal disse que Maxwell não tem participação no crime e que o áudio da esposa dele na portaria de Ronnie não possui qualquer conexão com o caso. Aline também é investigada pelos assassinatos. 

Já o marido dela, Maxwell Simões Corrêa, teria, segundo investigação do Ministério Público, atuado para obstruir as investigações sobre o assassinato. Em março deste ano, o ex-bombeiro foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a seis anos e nove meses de prisão. Ele cumpria pena em regime aberto. 

 

As novas revelações do caso Marielle Franco nas últimas 24 horas estão incomodando muita gente, segundo Flávio Dino. Em post no Twitter, o ministro da Justiça disse que ficou impressionado com as reações, mas garantiu que nada o intimida ou desmotiva a seguir as investigações. 

A perspectiva de finalmente chegar aos mandantes do crime tem gerado grande repercussão na imprensa e nas redes sociais. Informações falsas e assuntos requentados invadiram a internet. Casos como o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel e até a facada de Adélio Bispo em Jair Bolsonaro, voltaram com tudo, numa tentiva de desviar a atenção da provável delação premiada de um dos executores do plano de assassinato de Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

##RECOMENDA##

"Me impressiona a quantidade de gente incomodada com o avanço das investigações do caso Marielle. Me impressiona mas não me intimida nem desmotiva. Vi de tudo nas ultimas 24 horas: disparates jurídicos proferidos por incompetentes; comentários grosseiros na TV; campanhas de desinformação via internet; reclamação pela presença da Polícia Federal nas investigações. Sabem o que mudou no nosso caminho de luta ? NADA", postou Flávio Dino.

[@#video#@]

Novidades do caso Marielle

No depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público do Rio de Janeiro, o ex-policial militar Élcio de Queiroz apresentou detalhes fundamentais para subsidiar a continuidade das investigações. Ele disse que Lessa revelou que já havia tentado matar Marielle três meses antes do assassinato e que a placa do veículo usado na execução foi clonada e a antiga cortada e jogada na linha do trem.

Outros presos pelos crimes são o também ex-policial Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos, e o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, capturado nessa segunda (24).

Facada em Jair Bolsonaro

Apesar das reiteradas vezes que extremistas e sites de credibilidade duvidosa requentam o caso da facada em Jair Bolsonaro, em 2018, a verdade é que a defesa do ex-presidente não recorreu da decisão da Justiça Federal que considerou inimputável o agressor do presidente, Adélio Bispo de Oliveira.

Como o Ministério Público também não recorreu, a sentença transitou em julgado, ou seja, estão esgotados os prazos para recursos. Durante a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro recebeu uma facada de Adélio em um ato na cidade de Juiz de Fora (MG).

Celso Daniel

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) revogou, em 2015, o decreto de prisão preventiva de Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, suspeito do assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel. O crime ocorreu em 2002. Outras pessoas foram presas e o próprio Sombra acabou sendo condenado por corrupção.

Preso desde 2019, o ex-policial militar Élcio de Queiroz, que dirigiu o carro usado para executar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e Anderson Gomes, em 2018, confessou participação no crime e delatou outros envolvidos. No acordo com as autoridades, ele negociou a proteção da família e a transferência para um presídio estadual, que não foi divulgado.

Outros presos pelos crimes são o também ex-policial Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos, e o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, capturado nessa segunda (24).

##RECOMENDA##

No depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público do Rio de Janeiro, Élcio apresentou detalhes fundamentais para subsidiar a continuidade das investigações. Ele disse que Lessa revelou que já havia tentado matar Marielle três meses antes do assassinato e que a placa do veículo usado na execução foi clonada e a antiga cortada e jogada na linha do trem.

Ainda no acordo de delação, o réu confesso apontou que a preparação do crime foi feita pelo aplicativo Confide, com três camadas de segurança, e que a ordem de assassinato foi intermediada pelo sargento da Polícia Militar Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, morto há dois anos.

O ex-policial militar reformado Ronnie Lessa se desfez dos pedaços da placa do carro usado no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes na linha férrea dos trens urbanos no Rio de Janeiro, de acordo delação premiada do ex-policial militar Élcio de Queiroz. Segundo o comparsa de Lessa, um terceiro homem, conhecido como "Orelha", foi o responsável por "sumir" com o automóvel. O destino teria sido um desmanche no Morro da Pedreira, na Zona Norte da cidade.

Em relato à Polícia Federal, Élcio contou que Ronnie Lessa apareceu em sua casa no dia seguinte ao crime, acompanhado do ex-bombeiro Maxwell Corrêa, preso nesta segunda-feira, 24, para se desfazer do carro. O automóvel teria sido deixado na rua da casa da mãe do Ronnie, logo após o crime.

##RECOMENDA##

"Após jogar os pedaços da placa e as cápsulas, deixamos o Maxwell na casa da mãe dele, porque ele disse que iria "agitar" o sumiço do carro. Ele falou que iria procurar um conhecido nosso, cujo apelido era Orelha, que já teve agência de automóvel e trabalhava com seguro de carro e hoje em dia tem uma sorveteria (...) Depois disso fiquei sabendo através do Maxwell que esse carro de fato sumiu e que foi para o morro da Pedreira, onde havia um desmanche de carro. Quando eu perguntei para o Orelha se havia dado sumiço no carro, ele me cortava e desconversava", afirmou Élcio em delação.

Maxwell levou uma placa para a casa de Élcio no intuito de modificar o automóvel usado no crime. Segundo Élcio, o carro foi levado para a casa dele, "haja vista que lá tinha uma garagem fechada".

"Ao chegarmos lá, colocamos o carro na garagem, trancamos a porta e trocamos a placa. Nessa época, a parte da frente da casa da minha mãe estava em obra e ele perguntou se tinha alguma coisa para quebrar a placa. Peguei a tesoura de cortar chapa, cortamos a placa na sala da casa da minha mãe e colocamos dentro de uma bolsa plástica. Depois, o Maxwell fez uma varredura no carro, retirou algumas capsulas e colocou dentro do saco e colou um adesivo da Apple no carro", contou.

Segundo o relato, o grupo criminoso deixou o local, passou em um posto de gasolina, encheu o pneu do carro e o deixou em uma rua próxima à casa da mãe do Lessa. Dois dias após o crime, o carro ainda estava sob o poder de Ronnie Lessa.

"Fomos até a casa da mãe dele buscar o carro. Chegando lá, pegamos o Cobalt e fui dirigindo enquanto o Ronnie foi dirigindo o carro dele. Fizemos o mesmo caminho beirando a estação de Engenho de Dentro, passamos por Cascadura e Madureira no sentido Rocha Miranda. Quando chegamos à Rocha Miranda, o Orelha já estava avisado e paramos em uma pracinha", contou.

O encontro com "Orelha" foi o último momento em que Élcio e Lessa teriam tido contato com o automóvel, segundo a delação: "Foi desse modo que nos desfizemos do veículo e das cápsulas", disse.

As investigações sobre as execuções da vereadora carioca Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, ocorridas em março de 2018, tiveram mais uma reviravolta nesta segunda-feira (24), com a notícia de que um dos réus por participação no crime, o ex-policial militar Élcio de Queiroz, assinou acordo de delação premiada.

A colaboração do ex-PM foi anunciada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), após a prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões de Corrêa, o Suel, resultado direto da delação. "Temos a conclusão de uma fase na investigação, com a confirmação de tudo que aconteceu na execução do crime", disse Dino.

##RECOMENDA##

Em seus depoimentos, Élcio confessou que dirigia o veículo utilizado no atentado contra Marielle e Anderson e que o também ex-PM Ronnie Lessa foi o autor material dos assassinatos, disparando com uma submetralhadora na direção do carro da vereadora.

"Certos detalhes sobre os quais pairavam dúvidas, a partir da delação, essas dúvidas se acham removidas. Há coincidência na narrativa de Élcio de Queiroz em relação a outros aspectos que já se encontravam na posse da polícia. O senhor Élcio, ao narrar a dinâmica do crime e a participação dele próprio e de Ronnie Lessa, aponta Maxwell e outras pessoas como coparticipes", acrescentou o ministro.

Já se sabia que Maxwell era o dono do carro utilizado para esconder armas pertencentes a Lessa, seu amigo, mas Élcio revelou na delação que o ex-bombeiro também vigiava Marielle e participaria da emboscada de 14 de março de 2018, porém acabou substituído pelo próprio ex-PM.

Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz já são réus pelos homicídios de Marielle e Anderson e serão julgados por júri popular, mas as investigações ainda não conseguiram chegar aos mandantes do crime.

"Sem dúvida há a participação de outras pessoas, os fatos revelados e as provas colhidas indicam isso", afirmou Dino, que determinou em fevereiro passado a entrada da Polícia Federal no caso. Segundo ele, há uma "forte vinculação" das execuções "com a atuação das milícias e o crime organizado no Rio de Janeiro".

"Isso é indiscutível. Ronnie, Élcio e Maxwell participam de um conjunto que está relacionado a essas organizações criminosas", acrescentou. O ministro também disse que a delação abre caminho para "um novo patamar de investigação" para identificar os mandantes.

*Da Ansa

O ex-policial militar Elcio Queiroz confessou que participou da execução da ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, e do motorista da parlamentar, Anderson Gomes, em março de 2018, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. Queiroz está preso desde 2019 e sempre manteve a versão de que dirigia o carro envolvido no crime, mas que não tinha ligação com o assassinato em si.

--> Marielle Franco: o impacto da violência política no Brasil

##RECOMENDA##

Em um acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF), ele fez a confissão e reiterou a participação de Ronnie Lessa, já preso e acusado pelo crime. 

As informações são do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), divulgadas em uma entrevista ao lado do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. Segundo o governista, a delação embasou a operação desta segunda-feira (24), que prendeu o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, na capital carioca. Maxwell, conhecido como “Suel”, também foi citado na delação de Elcio Queiroz. 

[@#video#@]

Na delação que já foi homologada, Élcio confessou ter dirigido o carro usado no dia 14 de março de 2018 para o ataque contra a vereadora, relatou que Ronnie Lessa foi quem fez os disparos e apontou o ex-bombeiro, preso nesta segunda-feira, como a pessoa que vigiou a vereadora.

Suel já tinha sido condenado em 2021 a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações, e cumpria a pena em regime aberto. No entanto, segundo as apurações, ele também participou do planejamento dos assassinatos. 

A vereadora Marielle Franco (PSOL), que foi assassinada no dia 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro, completaria 43 anos nesta quarta-feira (27), 1.596 dias após ter sido executada junto ao seu motorista, Anderson Gomes. Desde então, a frase “Quem matou, quem mandou matar Marielle, e por quê?”, perpassam, sem respostas, a vida de quem a amava e admirava. 

Em homenagem à vereadora, uma estátua foi inaugurada nesta quarta-feira (27), no Buraco Lume, Centro do Rio de Janeiro, por iniciativa do Instituto Marielle Franco, criado pela família dela com o objetivo de defender a sua memória, compartilhar o legado e lutar por justiça. O ponto escolhido para receber o monumento teve uma motivação: todas as sextas-feiras, Marielle prestava contas do mandato lá. 

##RECOMENDA##

Era ano de eleição muito polarizada quando Marielle e sua equipe saía, por volta das 12h, do evento “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, na Rua dos Inválidos, na Lapa, no dia 14 de março de 2018. O carro da parlamentar, dirigido por Anderson Gomes, foi emparelhado por um outro carro, que disparou vários tiros contra a equipe; quatro atingiram a cabeça de Marielle e outros três, as costas do motorista, que morreram.  

O caso Marielle é investigado desde 2018 e uma das principais suspeitas é de que tenha ligação com a família Bolsonaro, sobretudo pela aproximação da família com sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa, acusado pelo assassinato da ex-vereadora e ex-vizinho de Bolsonaro, e outros suspeitos. O filho mais novo do presidente, Renan Bolsonaro, chegou a namorar com a filha de Ronnie. 

A investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) aponta que um veículo dirigido pelo ex-policial militar, Élcio Queiroz, emparelhou com o carro da parlamentar e, de dentro do veículo, Lessa teria disparado pelo menos 13 tiros contra o grupo. Ambos [Élcio e Lessa] estão presos preventivamente em um presídio federal em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A dupla teve o pedido da defesa para cassar a decisão que o mandou a júri popular negado pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. Sendo assim, o júri “prossegue para marcação do plenário e julgamento da causa pelo Tribunal Júri”. 

No carro, junto a Marielle e Anderson, também estava a chefe de gabinete do mandato, Fernanda Gonçalves, que foi atingida apenas por estilhaços. 

Em nota exposta pela CNN nesta quarta, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que as investigações sobre o assassinato seguem na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), em conjunto com a Força-Tarefa do Ministério Público, e estão sob sigilo. O documento diz que várias diligências já foram realizadas neste ano, e que a equipe também se reuniu com os familiares de Marielle. Segundo a nota do MPRJ, o órgão não divulga detalhes sobre investigações sigilosas e ainda em curso. 

Durante o seu primeiro ano, o caso foi investigado pelo delegado Giniton Lages, que deixou a investigação, em março de 2019. O caso foi deixado por Giniton logo após as prisões de Lessa e Queiroz, acusados de serem os assassinos. Lages agora é diretor do Departamento-Geral de Polícia da Baixada Fluminense. Até junho deste ano, quatro delegados já trabalharam na elucidação do crime. 

Ao Estadão, o delegado chegou a expor que o caso está próximo de ser encerrado. “Conheço apenas um fragmento dessa história, o primeiro ano. Mas muita coisa foi feita depois”, disse. Ele contou que o crime foi muito bem pensado no pré e no pós e, por isso, houve dificuldade em encontrar rastros e provas. “A investigação trabalha com vestígios encontrados na cena do crime: imagens, testemunhas, papiloscopia. Mas não tínhamos nada disso. Não havia imagens da execução porque a câmera daquele trecho estava inoperante. Mesmo que houvesse, a imagem não revelaria nada”, expôs. 

“Nós não temos dúvida da participação do Ronnie Lessa e do Élcio Queiroz”, cravou o delegado, que acredita que os criminosos tinham um informante. 

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, negou pedido do policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes a tiros em 2018, para cassar decisão que o mandou a júri popular. O crime completou quatro anos, sem resolução, no dia 14 de março deste ano.

Lessa está preso preventivamente na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, sob acusação de envolvimento no homicídio de Marielle e Anderson, sendo que, em outubro de 2021, foi alvo de mais um mandado de prisão, por lavagem de dinheiro. Além disso, o ex-PM foi alvo de uma outra ordem de prisão preventiva, em março, no âmbito de operação da Polícia Federal contra organização criminosa que atua no tráfico internacional de armas.

##RECOMENDA##

O caso chegou ao STF após o Superior Tribunal de Justiça rejeitar recurso da defesa contra a sentença de pronúncia de Lessa, que reconheceu três qualificadoras nos crimes de homicídio imputados ao ex-PM - 'motivo torpe', 'outro meio que dificultou a defesa da vítima' e 'para assegurar a impunidade de outro crime'.

À corte máxima, os advogados de Lessa alegaram que a fundamentação da decisão que mandou o ex-PM a júri popular, em relação às qualificadoras, seria inválida. A defesa também sustentou que não há nos autos informação de qual teria sido o motivo do crime. As informações foram divulgadas pelo STF.

A ministra Rosa Weber negou o pedido por questões processuais, registrando que o STF não discute pressupostos de admissibilidade de recurso interposto ao STJ, como é o caso.

Além disso, a ministra disse que não é cabível a apresentação de habeas corpus para afastar as qualificadoras, pois implicaria no 'revolvimento' de fatos e provas, o que é inviável.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagrou, nesta terça-feira (10), a Operação Calígula, voltada a reprimir as ações da organização criminosa liderada por Rogério Costa de Andrade Silva, contraventor conhecido como Rogério de Andrade, e seu filho Gustavo de Andrade, integrada por dezenas de outros criminosos, incluindo Ronnie Lessa, denunciado como executor do homicídio da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.

A operação tem como objetivo o cumprimento de 29 mandados de prisão e 119 de busca e apreensão, incluindo quatro bingos comandados pelo grupo, tendo sido alvos de denúncia um total de 30 pessoas, pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

##RECOMENDA##

Os mandados requeridos pelo MPRJ foram expedidos pela Vara Especializada. O balanço mais recente dos resultados da operação Calígula confirma onze prisões, além da apreensão de 17 aparelhos de celular, cinco notebooks, um HD e um pen drive, R$ 1,2 milhão na casa da delegada Adriana Belém, alvo de busca e apreensão, além de R$ 48.251,20, $ 2.200 dólares, 4420 pesos argentinos, 70 pesos uruguaios, todos em espécie, R$ 3.800 em cheque, diversos documentos, pendrive, chips, noteiros, máquinas de cartão, 107 máquinas de caça-níqueis, cópias de processos e componentes eletrônicos.

Segundo narram as denúncias oferecidas pelo MPRJ, Rogério de Andrade e Gustavo  de Andrade comandam uma estrutura criminosa organizada, voltada à exploração de jogos de azar não apenas no Rio de Janeiro, mas em diversos outros Estados, que há décadas exerce o domínio de diversas localidades, fundamentando-se em dois pilares: a habitual e permanente corrupção de agentes públicos e o emprego de violência contra concorrentes e desafetos, sendo esta organização criminosa suspeita da prática de inúmeros homicídios.

Policiais envolvidos

Ainda segundo os Promotores de Justiça, a organização estabeleceu acertos de corrupção estáveis com agentes públicos integrantes de diversas esferas do Estado, principalmente ligados à Segurança Pública, incluindo tanto agentes da Polícia Civil, quanto da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

Nesta esfera, integrantes da organização, membros da PCERJ, mantinham contatos permanentes com outros policiais corruptos, pactuando o pagamento de propinas em contrapartida ao favorecimento dos interesses do grupo liderado por Rogério. Por outro lado, oficiais da PMERJ serviam de elo entre a organização e Batalhões de Polícia, que recebiam valores mensais para permitir o livre funcionamento das casas de aposta do grupo.

Em um destes episódios, o delegado de Polícia Marcos Cipriano intermediou encontro entre Ronnie Lessa, Adriana Cardoso Belém, então delegada de Polícia titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), e o inspetor de Polícia Jorge Luiz Camillo Alves, braço direito de Adriana Belém, culminando em acordo que viabilizou a retirada em caminhões de quase 80 máquinas caça-níquel apreendidas em casa de apostas da organização criminosa, tendo o pagamento da propina sido providenciado por Rogério de Andrade.

Na mesma linha de atuação, foi denunciado como integrante do grupo o policial civil aposentado Amaury Lopes Júnior, elo do grupo com diversas Delegacias, e foi denunciado como receptor de propinas, agindo em favor de integrantes do alto escalão da PCERJ, o Inspetor Vinícius de Lima Gomez.

A parceria entre Rogério de Andrade e Ronnie Lessa para a prática de ações criminosas é apontada nas denúncias como antiga, havendo elementos de prova de sua existência ao menos desde 2009, quando Ronnie, indicado como um dos seguranças de Rogério, perdeu uma perna em atentado à bomba que explodiu seu carro. Posteriormente, em 2018, ano da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, os dois denunciados se reaproximaram, e Rogério novamente se aliou a Ronnie e pessoas a este ligadas, abrindo uma casa de apostas na localidade conhecida como Quebra-Mar, na Barra da Tijuca, havendo elementos indicando a previsão de inauguração de outras casas na Zona Oeste do Rio.

O bingo financiado por Rogério, e administrado por Ronnie, Gustavo de Andrade e outros comparsas, foi fechado pela PMERJ no dia de sua inauguração. Em seguida, após ajustes de corrupção com policiais civis e militares, a mesma casa foi reaberta, e as máquinas apreendidas foram liberadas.

Por MPRJ

A morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes segue sem respostas após 1.461 dias. O assassinato da vereadora há quatro anos ainda não tem justificativa nem a identificação do mandante, mas expôs a atuação criminosa das milícias no Rio de Janeiro e provocou suspeitas que abalaram o Planalto.

Na última quarta (9), os pais de Marielle, Marinete e Antônio da Silva, foram à Delegacia de Homicídios da Capital para conversar com o quinto delegado a assumir o inquérito. Duas pessoas foram presas, mas os resultados inconclusivos e os indícios de obstrução e vazamentos de informações sigilosas motivaram uma onda de protestos e a cobrança internacional por uma resposta digna das autoridades brasileiras.

##RECOMENDA##

Nesta segunda-feira (14), quatro anos após o assassinato, a memória das duas vítimas foi homenageada em uma missa na Igreja da Candelária e o pedido por Justiça será reforçado em um evento aberto ao público no Circo Voador.

ESCRITÓRIO DO CRIME

As investigações sobre a morte da parlamentar eleita com mais de 40 mil votos chegaram ao policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiroz, apontados como executor e motorista do carro que emboscou o de Marielle, de onde saíram 13 tiros. Desses, cinco acertaram a cabeça da vereadora e três as costas de Anderson.

A arma do crime e o carro clonado usado pelos suspeitos ainda não foram encontrados. Contudo, a participação levou a descoberta de ações do Escritório do Crime, uma milícia responsável por matar sob a encomenda de políticos e bicheiros. O ex-capitão da PM Adriano Nóbrega e o major Ronaldo Paulo Pereira seriam os comandantes do grupo ilegal de agentes de Segurança.

FAMÍLIA BOLSONARO

Bem antes do caso Marielle, major Pereira e Nóbrega foram agraciados com a maior condecoração do Legislativo estadual a pedido do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em 2005, Adriano era acusado de homicídio e recebeu a medalha Tiradentes no batalhão prisional. Questionado, Flávio confirmou que solicitação e disse que Adriano era um "herói".

O filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro também tinha a ex-esposa e a mãe do ex-capitão em seu gabinete na Assembleia Legislativa. Ambas são suspeitas de serem funcionárias fantasma entre os assessores que devolviam parte do salário no suposto esquema de 'rachadinha' mantido pelo atual senador. O Ministério Público do Rio de Janeiro estima que mais de R$ 6 milhões foram desviados no gabinete.

Nóbrega era procurado pela Justiça do Rio e, em fevereiro de 2020, decidiu fugir para a Bahia por medo de ser morto como "queima de arquivo", justificou o advogado Paulo Emílio Preta. "Ele disse que essa operação não seria para prendê-lo, mas para matá-lo", apontou.

O suposto líder do Escritório do Crime foi executado por policiais no sítio do vereador Gilsinho da Dedé do PSL, partido pelo qual Jair Bolsonaro foi eleito. O ex-capitão estava com 13 celulares e quatro armas de fogo, e teria sido morto após revidar disparos na tentativa de fuga. 

CONDOMÍNIO

No dia da morte de Marielle, o registro de entrada do Condomínio Vivendas da Barra apontou que o carro de Élcio foi autorizado pela casa nº 58. A residência era ocupada por Jair Bolsonaro, que também tinha como vizinho Ronnie Lessa. Um suposto relacionamento entre a filha de Lessa e Renan, filho mais novo do presidente, chegou a ser apurado, mas o envolvimento foi negado pelos jovens.

O porteiro confirmou que a entrada de Élcio foi liberada por "sr. Jair" e as anotações de registro constataram a versão. Bolsonaro negou o envolvimento e acusou o então governador Wilson Witzel de interferir nas investigações. A acusação indicou que o chefe do Planalto teve acesso a informações sigilosas.

Em seguida, o chefe do Planalto ordenou ao ex-ministro da Justiça Sergio Moro que o porteiro fosse interrogado novamente. No segundo depoimento, o funcionário do condomínio disse que teria se enganado e classificou a "confusão" como um erro da portaria.

Também morador do Vivendas da Barra, o vereador Carlos Bolsonaro recolheu os áudios originais do interfone da portaria e postou em suas redes sociais. Ele associou a voz que autorizou a entrada de Élcio a do próprio Ronnie Lessa.

A perda da prova original obstruiu as investigações e chegou a ser denunciada ao procurador-geral da República Augusto Aras. O PGR pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) que arquivasse a acusação ao alegar que não houve problema na coleta dos áudios feita por Carlos.

PLACA

A morte de Marielle foi levada ao palanque na campanha eleitoral carioca de 2018. Candidatos da esquerda criticavam a obscuridade e as falhas das investigações, enquanto a ala bolsonarista disseminou informações falsas sobre a vida e a atuação da vereadora.

Uma placa com o nome da parlamentar foi colocada na Praça Marechal Floriano em um evento com seus admiradores. Depois, o deputado estadual Rodrigo Amorim e o federal Daniel Silvera, reuniram opositores no mesmo local e quebraram a placa junto com o governador Wilson Witzel.

Na semana passada, os dois deputados tiraram uma foto sorrindo com metade da placa emoldurada no gabinete de Amorim ao lado da representação de um fuzil e uma foto de Flávio Bolsonaro.

O caso vai a júri popular e os acusados, Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz, serão julgados por duplo homicídio qualificado por motivo torpe, emboscada e sem oferecer chances de defesa.

 

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, nesta sexta-feira (30), o ex-vereador Cristiano Girão Martins, contra o qual existia mandado de prisão preventiva em aberto por duplo homicídio qualificado. Os agentes também cumpriram um mandado de prisão contra Ronnie Lessa, réu preso - pela morte da vereadora Marielle Franco - apontado pelas investigações como executor do crime, e diversos mandados de busca e apreensão ligados aos alvos nos estados de São Paulo e no Rio de Janeiro.

A operação policial aconteceu após trabalho de inteligência, monitoramento e vigilância do acusado, que foi localizado e preso no bairro Pari, área central da cidade de São Paulo, onde residia atualmente. A ação foi realizada pela equipe da DHC, com apoio da Polícia Civil paulista, para cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça.

##RECOMENDA##

Girão foi surpreendido quando dirigia seu carro, após ter saído, ainda na madrugada, da loja onde dormia para evitar sua localização. Segundo as investigações, ele passou a adotar tal rotina depois da veiculação de notícia que apontava que havia um pedido de prisão contra ele.

De acordo com as investigações, a motivação do duplo homicídio seria uma disputa territorial entre grupos de milicianos comandados por Cristiano Girão contra a facção criminosa liderada por uma das vítimas, que tentava dominar a região da Gardênia Azul, na Zona Oeste, após a prisão do ex-vereador, que buscou retomar o domínio financeiro da organização sobre a comunidade e contratou Ronnie Lessa, mediante pagamento, para a execução do crime.

Ligação com caso Marielle

A viúva do ex-capitão do BOPE e miliciano Adriano da Nóbrega, morto na Bahia, afirmou que a ordem para a execução da vereadora Marielle Franco teria partido de Cristiano Girão. No entanto, essa tese foi refutada por amigos, familiares e companheiros de partido da política.

Presidente da CPI das Milícias em 2008, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), explicou a "carreira" do ex-vereador e ex-bombeiro, que já havia sido preso antes:

[@#video#@]

Além da morte do ex-policial André Henrique da Silva, o André Zoio e sua companheira, Juliana Sales de Oliveira, a Força-Tarefa do Caso Marielle Franco e Anderson Gomes, do Ministério Público do Rio (MPRJ) encontrou indícios do envolvimento do sargento reformado da PM Ronnie Lessa em, pelo menos, outros quatro assassinatos. As informações são do jornal O Globo.

Durante a quebra de sigilo digital de Lessa, os investigadores constataram que o sargento pesquisou o CPF do ex-deputado estadual Ary Brum no dia 22 de outubro de 2017. Quase dois meses depois, no dia 18 de dezembro, Brum foi executado em seu carro no viaduto de acesso à Linha Vermelha, em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio (RJ). Um motociclista dava cobertura ao assassinato. O caso será reaberto.

##RECOMENDA##

Também será reaberta a investigação da morte de Alexandre Farias Pereira, líder do camelódromo da Uruguaiana, no Centro da capital fluminense. Pereira foi morto quando passava pela avenida Brigadeiro Lima e Silva, em Duque de Caxias, no dia 18 de maio de 2007. O motivo do assassinato seria a disputa pelos lucros provinientes de negócios ilícitos e controle do comércio no camelódromo. Novo chefe da associação, Djacir Alves de Lima é apontado como possível mandante do crime.

O MPRJ associou ainda a morte dos irmãos Ary e Humberto Barbosa Martins à Lessa. Eles foram mortos em 6 de novembro de 2006, no Centro do Rio. As vítimas estavam em um Golf e saíram de um posto de gasolina quando foram atacadas por armas de fogo. Barbosa, que dirigia o carro, morreu na hora. Humberto faleceu a caminho do hospital. As evidências reforçam a teoria de que Lessa atuava como uma espécie de “assassino de aluguel”.

A Força-Tarefa do Caso Marielle e Anderson concluiu as apurações que comprovam a ligação de Cristiano Girão, ex-vereador e ex-chefe da milícia Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio, com Lessa. Girão teria contratado Lessa para executar o ex-policial André Zoio e sua companheira, Juliana. O vínculo é considerado peça chave para a elucidação do Caso Marielle.

A conexão entre Girão e Lessa foi descoberta pelas promotoras Simone Sibílio e Letícia Emile, e pelo delegado Moysés Santana, que indiciou Girão. Na sequência, as promotoras denunciaram o ex-vereador. Esta foi a última ação do trio, que deixou a Força-Tarefa na semana passada. Segundo O Globo, Sibílio e Emile entregaram os cargos afirmando “interferências externas” da Polícia Civil no MPRJ. Santana foi exonerado do caso.

A Polícia Federal prendeu neste domingo (18) a esposa de Ronnie Lessa, Elaine Lessa, após ter sido solta no início da semana passada para cumprir pena em liberdade. A Polícia Federal não informou o motivo da prisão, que segue em sigilo, segundo a assessoria da Polícia Federal. Mas, de acordo com a Globonews, a acusação é de tráfico de armas.

O policial reformado Ronnie Lessa está preso no Presídio Federal de Mossoró, Rio Grande do Norte, pelo assassinado da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, crime ocorrido em março de 2018 e até hoje não desvendado.

##RECOMENDA##

A esposa de Ronnie e mais três amigos foram acusados de destruição de provas do crime. As armas teriam sido jogadas no mar. Por esse crime, Elaine foi condenada a penas restritivas de direitos para prestação de serviços à comunidade e limitação de fim de semana, sentença que substituiu o regime fechado, que até então estava sendo cumprido pela criminosa.

Ontem, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) nomeou o promotor de Justiça Bruno Gangoni para atuar temporariamente no acompanhamento dos processos judiciais e procedimentos extrajudiciais criminais de atribuição da força-tarefa que investiga o caso Marielle Franco e Anderson Gomes.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando