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Os bancos públicos devem continuar a crescer mais forte que os pares privados em 2024, de acordo com as previsões de mercado. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal (CEF), que sustentaram um aumento de dois dígitos nas carteiras de crédito ao longo de 2023, devem manter uma expansão mais forte graças ao perfil dos negócios em que atuam e do maior conservadorismo dos pares do setor privado.

Nos nove primeiros meses do ano, a carteira da Caixa cresceu 11,4% em relação ao mesmo período de 2022, batendo em R$ 1,091 trilhão. No BB, a expansão foi de 10%, para R$ 1,066 trilhão. A título de comparação, o Itaú Unibanco, que também tem mais de R$ 1 trilhão em operações, cresceu 5,7% no mesmo intervalo.

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"Acredito que no primeiro semestre, o 'WO' deve continuar, pelo menos em linhas direcionadas, e o mercado deve vir com mais parcimônia [que nós]", afirma o vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, Marcos Brasiliano. Foi uma modalidade direcionada, o crédito imobiliário, que garantiu a "largada" do banco em 2023, com crescimento de 14,6% até setembro.

O vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos do BB, Felipe Prince, diz que o mercado tende a crescer mais no próximo ano, ainda que de forma mais tímida que no período da pandemia. O banco, segundo ele, se beneficia por ter mantido o apetite de risco ao longo do último ano.

"O que fizemos foi selecionar os mercados com melhor retorno ajustado ao risco", afirma o executivo. Com capital aberto, o BB deve divulgar apenas em fevereiro as expectativas de crescimento da carteira em 2024. Entretanto, tem sinalizado que pode crescer um dígito porcentual alto ou dois dígitos baixos em relação a 2023.

Fatores

A manutenção do apetite de Caixa e BB ao longo do ano vem de alguns fatores. Primeiro, os dois bancos têm como principais carteiras dois mercados que têm garantias e inadimplência mais baixa, o imobiliário e o agrícola. Nos bancos privados, há uma maior presença de linhas de financiamento ao consumo, que têm maior risco.

Matheus Amaral, analista do Inter, afirma que a liderança dos dois bancos nessas linhas ajuda a explicar porque eles mantiveram o apetite enquanto os bancos privados restringiram as torneiras.

O BB tem mais da metade do mercado no crédito agrícola, que tem crescido junto com a produção rural no País. A Caixa detém quase 70% do crédito imobiliário, uma liderança que tem aumentado desde o ano passado. "É mais uma questão de o mercado desacelerar e esses bancos manterem o ritmo de concessão", diz.

No começo do ano, o mercado esperava que os dois bancos crescessem de forma mais acelerada em 2023 após a troca de governo, dado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é favorável à expansão da presença das instituições públicas no mercado de crédito. O vice-presidente e analista sênior da Moody's, Alexandre Albuquerque, afirma que a expansão encontra bases técnicas no balanço dos bancos.

"Os bancos públicos estão em uma posição melhor em relação a capital, que continua a ser acima dos pares privados, e esse é um fator que auxilia nesse crescimento", diz ele. Outro ponto positivo, segundo ele, é o acesso a fontes de financiamento baratas - a poupança, no caso da Caixa, e depósitos à vista e judiciais, no do BB.

Uns foram, os dois ficaram

Brasiliano, da Caixa, afirma que em momentos de juro alto, os bancos privados tendem a reduzir as concessões em carteiras como a do crédito imobiliário, que tem um prazo longo e margens mais baixas. "A carteira cresce nesse patamar acima de dois dígitos muito mais pela ausência do mercado competindo nessas duas linhas que fazemos bastante [habitação e infraestrutura]. Fazemos praticamente 100% do orçamento do FGTS", afirma.

Prince, do BB, diz que o banco não mudou a estratégia de concessão de crédito neste ano. "Concentramos o crescimento em linhas mais rentáveis, com melhor retorno ajustado ao risco e que estavam crescendo, não é contracíclico", afirma o executivo.

Além do crédito rural, a instituição observou crescimento próximo a dois dígitos em linhas não direcionadas, como o consignado, que subiu 8,9% em setembro em relação ao mesmo período do ano passado. O vice de Controles e Riscos diz que o banco conseguiu ganhar espaço no consignado para beneficiários do INSS diante do menor custo de operação.

Com as reduções no teto de juros da modalidade pelo governo, os bancos privados reduziram as concessões do produto, alegando que as taxas não cobrem os custos. No caso do BB, a originação é feita majoritariamente através da rede própria, sem correspondentes, que formam um fator de custo importante para os rivais. "Estruturalmente, o nosso consignado INSS é menos custoso que os dos outros bancos", afirma Prince.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a minimizar nesta terça, 12, após reunião com o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, a possibilidade de o País se endividar, se isso for necessário para garantir investimentos. De acordo com o presidente, o grupo apresentou um conjunto de iniciativas para o País.

"Nós precisamos fazer um estudo de viabilidade econômica de quanto será o investimento para a gente colocar essas coisas maravilhosas que vocês (Conselhão) fecharam que é preciso fazer para o Brasil dar certo" disse o presidente. "Não é uma decisão de mercado, não é apenas uma questão fiscal" continuou Lula. "Se for necessário esse País fazer um endividamento para o Brasil crescer, qual é o problema?", perguntou o presidente.

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A declaração do presidente é mais um episódio da queda de braço entre a ala econômica e a política do governo pela gestão do Orçamento. A primeira, liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende um equilíbrio nas contas. O ministro prometeu para o próximo ano zerar o déficit público. A segunda pressiona por maior gastos em obras e em programas governamentais.

Argumentando em favor de mais investimentos em educação "para aproveitar os gênios que a gente tem", o presidente defendeu a construção de escolas. "Não quero saber de onde vem o dinheiro, mas eu quero 100 institutos federais nesse País", disse.

Após passar quase duas horas ouvindo demandas de diversos setores, o presidente afirmou que governar "não é difícil". "Basta apenas a gente ter a capacidade de ouvir as pessoas", afirmou. "Temos o caminho das pedras, temos de decidir agora se nós vamos retirar essas pedras ou não. Ou se vamos chegar à conclusão de, por um problema de responsabilidade fiscal, de superávit primário, nós não vamos fazer", disse.

Disputa

No sábado, 9, durante reunião da cúpula do partido para discutir as eleições do próximo ano, em Brasília, a presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), defendeu que o País tenha uma meta de crescimento econômico.

Para a petista, o Orçamento deve ser executado na totalidade, com ênfase em investimentos públicos, porque um déficit não alterará a situação do País. "Não é um déficit que vai mudar (a situação do País)", afirmou ao lado de Haddad.

O ministro da Fazenda respondeu no mesmo evento. Ele afirmou que não há uma relação automática entre alta nos gastos públicos e crescimento da economia. Haddad citou como exemplo as gestões anteriores de Lula, em que houve superávit primário de 2% e a economia cresceu, em média, 4%. Ele lembrou que Gleisi havia falado, mais cedo, que o déficit de 2023 se aproximava de 2%.

"Não é verdade que déficit faz crescer. De 10 anos para cá, a gente fez R$ 1,7 trilhão de déficit e a economia não cresceu. Não existe essa correspondência, não é assim que funciona a economia", disse, e citou a expansão de gastos de 2009, logo após a crise econômica global de 2008.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em evento com micro e pequenos empresários em São Paulo, o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu nesta quarta-feira (17) que bancos públicos sejam enquadrados e reduzam a margem de lucro.

"É preciso que a gente enquadre o Banco do Brasil. Vamos voltar com objetivo de fazer bancos públicos virarem bancos públicos. Não queremos que bancos públicos tenham nenhum prejuízo, mas não queremos que tenham os mesmos lucros dos bancos privados. Eles têm que prestar função social", afirmou Lula.

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A declaração vem após reiteradas críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição e principal adversário do PT nas eleições, aos lucros da Petrobras e seus impactos sobre o preço da gasolina na ponta da linha.

De acordo com Lula, em um eventual novo governo, irá orientar a instituição. "Banco do Brasil parece bonzinho se tiver orientação governamental. Se não tiver, a burocracia do Banco pensa como banco privado", afirmou o candidato.

O petista ainda voltou a defender a concessão de empréstimos do BNDES a pequenas e médias empresas. "O BNDES vai ter que deixar de fazer empréstimos para grandes empresas e vai se dedicar a emprestar para as pequenas."

Na última terça-fera (27), o Sindicato dos Bancários de Pernambuco iniciou mais uma forte Campanha em Defesa dos Bancos Públicos - Banco do Brasil, da Caixa Econômica e do Banco do Nordeste, atingindo a Região Metropolitana do Recife (RMR) e o Interior do Estado. A iniciativa tem o objetivo de conscientizar a população sobre o papel dos bancos públicos como indutor de políticas públicas fundamentais para o desenvolvimento econômico e social do País, assim como busca fortalecer o enfrentamento à privatização dessas estatais, que estão na mira do governo Bolsonaro.

A primeira etapa desta campanha permanente já está nas ruas, com 63 outdoors e outleds, 30 outbus, e mais 20 bicicletas sonoras, que estão circulando com mensagens que reforçam as principais ações do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e do Banco do Nordeste, e alertam sobre os possíveis impactos das suas respectivas privatizações.

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O Sindicato dos Bancários de Pernambuco foi pioneiro ao lançar em 2017, uma grande Campanha em Defesa dos Bancos Públicos no Brasil. A ação foi aprovada de forma expressiva pela categoria e obteve importantes resultados, como a suspensão da abertura do capital da Caixa. Agora, uma nova Campanha é lançada, dialogando com os aspectos atuais do cenário político brasileiro.

Para presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzi Rodrigues, a defesa dos bancos públicos é, ainda mais, relevante e urgente neste contexto de pandemia e agravamento da crise econômica e social do País. “Os bancos públicos são fomentadores do desenvolvimento do País, pois garantem o acesso da população mais vulnerável às políticas públicas de habitação, educação, alimentação e saúde. O governo Bolsonaro tem fatiado as empresas públicas e promovido a venda de setores lucrativos, preparando uma privatização velada, que só traz prejuízos para o povo brasileiro”, destaca Suzi. 

*Da assessoria 

Nessa grande venda de ativos de bancos públicos, a Caixa tem como principal carta na manga a abertura de capital da Caixa Seguridade, que concentra os negócios de seguros do banco. A expectativa é listar a empresa na B3 com um valor entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões. Se vender 25% da companhia, já arrecadará R$ 15 bilhões, o que representaria, em uma única tacada, tudo o que vendeu no ano passado.

Além da área de seguros, a Caixa trabalha para emplacar a abertura de capital de sua operação de cartões. Em fase mais embrionária, depende do término da reestruturação do negócio. Como a abertura de capital da Caixa Seguridade, prevista para abril, é prioridade, a listagem pode ficar para o segundo semestre, mas corre o risco de sair só em 2021. Na lista de vendas para o ano, a Caixa ainda tem a fatia restante no Pan (ex-Panamericano) e na Alupar, investida do FI-FGTS.

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No caso do BB, os holofotes, neste momento, estão voltados para o Votorantim, atual BV. O BB deve vender sua fatia ou parte dela na oferta inicial do banco, que deve movimentar em torno de R$ 5 bilhões, conforme fontes. A operação é esperada para ser anunciada em meados de fevereiro e concretizada em abril. O BB é sócio do Votorantim com fatia de 49,99% e a família Ermírio de Moraes detém 50,01%.

Depois de ter vendido sua fatia na Neoenergia em uma oferta inicial de ações no ano passado, o BB também espera para este ano abrir mão de outros negócios como o BB Americas, sua filial nos Estados Unidos e cujo mandato de venda está nas mãos do Citi. Outro ativo na fila das vendas, mas sem expectativa de anúncio no curto prazo, é a venda da gestora de créditos vencidos, a Ativos, do argentino Patagônia, do qual o BB detém 80,38%. O BB ainda procura um parceiro para a gestora de recursos do banco, a BB DTVM, nos moldes da joint venture que firmou com o suíço UBS, no ano passado, para alavancar sua atuação como banco de investimento.

O BB também possui participação de 17,5% na Kepler Weber, do setor de agronegócios, e ainda uma fatia no African Export-Import Bank, no Egito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os bancos públicos terminarão 2020 com a carteira de ativos ainda mais enxuta no segundo ano do governo de Jair Bolsonaro. Juntos, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devem vender, só no primeiro semestre, volume superior a R$ 60 bilhões. Se confirmado, será mais do que um terço, em valores, das privatizações esperadas pelo governo este ano, ao redor de R$ 150 bilhões.

Em 2019, os três bancos públicos venderam R$ 36,5 bilhões em ativos, conforme balanço divulgado nesta semana pelo secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar. Apesar da expectativa de que essas instituições continuem diminuindo de tamanho, ele voltou a reforçar que o governo não pretende privatizar determinadas empresas, entre elas BB, Caixa e Petrobras.

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Após a Caixa ter vendido, sozinha, R$ 15 bilhões em participações diretas em empresas como Petrobras e BB, a promessa é de que esse movimento seja acelerado neste ano. O processo ganhará musculatura com a venda de parte dos ativos detidos pelo BNDES, que colocou no centro de sua estratégia a redução da carteira de renda variável.

A Caixa, ao longo deste ano, não quer perder o ritmo de vendas e promete superar o feito de 2019. Considerando todos os desinvestimentos feitos, incluindo as participações do FI-FGTS, o banco vendeu cerca de R$ 26 bilhões. Sem revelar a meta para 2020, o presidente do banco, Pedro Guimarães, disse, em entrevista recente ao Estadão/Broadcast, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, que o foco é entregar número "muito maior".

Desinvestimentos

 

Além da Caixa, o BNDES está em plena mudança de trajetória e busca reduzir sua carteira de renda variável, de mais de R$ 100 bilhões. No plano está trabalhar mais em setores como saneamento e iluminação pública, além de infraestrutura.

No fim do ano passado, o BNDES deu a largada em seu processo de desinvestimento com a venda da fatia na Marfrig, iniciando a saída das chamadas "campeãs nacionais" e embolsou R$ 2 bilhões.

Para os analistas da S&P Global Ratings, Cynthia Cohen e Sergio Garibian, a agenda contínua de desinvestimentos dos bancos públicos no governo Bolsonaro é positiva. "A diminuição da influência dos bancos públicos é positiva para diminuir distorções que as instituições podem acrescentar no sistema financeiro e na economia", dizem.

Já para o mês que vem, o BNDES prepara uma oferta de ações no Brasil e Estados Unidos para se desfazer das ações com direito a voto (ordinárias) na Petrobras, em uma operação de cerca de R$ 23,5 bilhões. Ainda na estatal, o BNDES venderá suas ações ordinárias em operações em Bolsa. Só aí o banco possui mais de R$ 30 bilhões, mas as vendas devem ocorrer sem pressa, para não pressionar o valor do papel. Na fila para este ano estão ainda Copel e Tupy.

Bancos de investimento

 

Desde o ano passado essas vendas vêm animando os bancos de investimento, que tiveram em 2019 um de seus melhores anos em termos de receitas.

Para 2020, a projeção dos banqueiros é ainda mais positiva, com estimativa de volume recorde de ofertas de ações, que nas casas mais otimistas já é previsto em R$ 200 bilhões, muito por conta das ofertas capitaneadas pelos bancos públicos.

Ao longo de 2019, o braço de participações do banco de fomento, o BNDESPar, também fez vendas de ações no mercado, como da Petrobrás e da Vale. No total, as vendas somaram R$ 15,9 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Parlamentares do Partido Socialista Brasileiro (PSB) voltaram a manifestar o posicionamento contrário do partido frente à PEC 6/2019 da reforma da Previdência. Esta semana marcou o início das atividades de análise da proposta em uma Comissão Especial na Casa, que é instaurada, entre outros motivos, quando é preciso examinar e dar algum parecer sobre a admissibilidade de Propostas de Emenda à Constituição, como é o caso.

Na presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, os deputados que compõem a Comissão, escolhidos nesta semana pelo líder do PSB na Câmara, deputado federal Tadeu Alencar, fizeram duras críticas ao texto em discussão, que acirra ainda mais as desigualdades no País. Os deputados Aliel Machado (PR), Heitor Schuch (RS) e Lídice da Mata (BA) são os membros titulares do colegiado pelo partido.

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O líder da Legenda na Casa tem defendido, reiteradamente, a disposição do PSB em discutir uma reforma que seja justa. “Entendemos a necessidade de ajustes no sistema previdenciário do País, mas não da forma como está colocado, que faz recair os impactos sobre os que ganham menos. O discurso é de combate a privilégios, mas o objetivo é apenas fiscal, atingindo diretamente os mais pobres”, disse Tadeu Alencar.

A Bancada Socialista é favorável à realização de um debate amplo, sem atropelos, com transparência em relação aos dados que embasaram a proposta do Governo, incluindo a realização de audiências públicas no Estados. “A partir desses debates, e com a participação da população, vamos construir um modelo de previdência que seja sustentável e que cada um contribua segunda a sua capacidade, porque estamos diante de algo que mexe efetivamente com a vida de milhões de pessoas. Nossa intenção não é atropelar o debate, mas sim favorecê-lo”, complementou o deputado.

Na última quarta-feira (8), Alencar participou também do lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos, no Auditório Nereu Ramos. “Esta é uma luta da qual participo desde quando fui funcionário do Banco do Brasil, por nove anos. Orgulha-me muito a formação que tenho na minha vida pública, que teve origem em uma empresa que considero exemplar e que deveria estar sendo fortalecida junto à Caixa Econômica Federal, BnB, o BNDES, a Petrobras e empresas públicas de maneira geral”, afirmou.

Em sua fala, Alencar ressaltou ainda o momento de resistência pelo qual passa o Congresso Nacional diante do governo Bolsonaro. “Estamos em muitas frentes de luta, simultâneas. Essa proposta de reforma da Previdência é um ataque profundo às conquistas sociais cristalizadas no sistema de Seguridade Social construído, a muitas mãos, na Constituição de 1988. Fica aqui o compromisso da nossa bancada do PSB diante dessa Frente, pois sempre tivemos, em mais de 70 anos de história, uma defesa firme das causas sociais e do patrimônio público brasileiro”, finalizou.

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Símbolo das obras que se arrastam há anos no Brasil, a ferrovia Transnordestina poderá voltar para as mãos do Estado, caso o empresário Benjamim Steinbruch - dono da CSN - não consiga convencer a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) de que cumpriu todas as cláusulas do contrato. A agência iniciou dois processos administrativos que podem culminar na retomada da concessão.

O mais avançado envolve a malha em operação da chamada velha Transnordestina - resultado da privatização da malha ferroviária do Nordeste na década de 1990. Nesse caso, a agência deve soltar o relatório final nas próximas semanas. O documento trará uma indicação se o governo deve ou não declarar a caducidade (extinção) da concessão. Quem decidirá o futuro da ferrovia será o Ministério de Infraestrutura.

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O caso mais grave, no entanto, envolve a nova Transnordestina, em construção há 13 anos. Desde o ano passado, as obras estão paralisadas por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) que viu problemas "de ordem técnica e financeira". De acordo com a Corte, o andamento das obras é incompatível com a execução financeira inicialmente prevista.

Iniciado em 2006, o projeto teve seu orçamento revisto algumas vezes. Os primeiros estudos apontavam que o valor mais razoável da obra girava em torno de R$ 8 bilhões. Mas o governo pediu mudanças e reduziu o montante para R$ 4,5 bilhões. Em 2012, o orçamento já estava em R$ 5,4 bilhões, e subiu para R$ 7,5 bilhões depois de uma série de negociações entre os acionistas. Atualmente o empreendimento está em R$ 11,2 bilhões.

Até dezembro do ano passado, a concessionária responsável pelas obras já havia gasto R$ 6,45 bilhões para construir apenas 600 km de estrada de ferro. Ou seja, um terço do percurso total de 1.753 km. Na média, a empresa construiu 45 km por ano de ferrovia - nesse ritmo, a empresa demoraria mais de 20 anos para concluir o projeto.

Do montante investido até agora, R$ 1,3 bilhão - ou 20% do total - saiu dos cofres da CSN. Outros 61% foram financiados por fundos públicos destinados a projetos no Nordeste, como Finor, FNE e FDNE, e pelo Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A estatal Valec colocou R$ 1,2 bilhão no empreendimento.

A participação da empresa federal começou em 2011, quando a CSN teve de revisar o orçamento. Para continuar as obras, o governo federal costurou um acordo de investimento com a CSN para a entrada da Valec no empreendimento e também a prorrogação do contrato de concessão. Na época, a estatal aportou R$ 164 milhões e passou a deter 10,6% do capital total da Transnordestina. De lá para cá, essa fatia quadruplicou para 39%.

Para o TCU, esse aumento de participação não foi embasado em análises técnicas, econômicas ou financeiras, o que culminou numa auditoria na empresa. "O ingresso no empreendimento foi baseado principalmente em análises jurídicas, pareceres legais de diversos órgãos, bem como em decreto presidencial de abertura de crédito orçamentário", destaca o TCU em sua análise.

No documento, a Valec afirma que participou do capital da Transnordestina "única e exclusivamente para atender ações prioritárias do governo". Hoje, o empreendimento que nasceu privado, tem 53,7% de capital público. Mas quem dá a palavra final continua sendo a CSN, que detém 92,6% do capital votante da empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Insper, Marcos Lisboa, afirma que o uso da Caixa para financiar Estados e municípios repete a estratégia equivocada do passado, que faz com que o banco estatal sempre necessite de aportes do Tesouro Nacional.

O governo está retomando o uso dos bancos públicos para financiar Estados e municípios?

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Acho equivocado dar esses empréstimos. Nós já vivemos no Brasil vários momentos de bancos públicos em dificuldade por terem concedido crédito de forma exagerada, inclusive, no passado recente, para os próprios Estados e municípios. Na medida do possível, os Estados devem conseguir recursos no mercado pelas suas próprias pernas. A Caixa já atravessa um momento difícil, teve a sua rentabilidade prejudicada pelas operações estimuladas pela política dos últimos anos. Esse momento já deveria ter passado.

As indicações recentes mostram a repetição de um erro?

Tudo indica que sim. Acho inclusive que temos que começar a discutir se vale a pena ter banco público no Brasil, dado o fracasso que tem sido a utilização deles por parte dos gestores de política pública.

Qual é o risco das operações feitas sem garantia da União?

A gente está assistindo agora. A Caixa concedeu créditos, está com problemas para satisfazer requisitos regulatórios e ela está tendo que ter acesso a recursos da sociedade, nesse caso a proposta, que na minha visão é mais um equívoco, via recursos do FGTS.

Quando tem garantia da União, o Tesouro reembolsa o banco em caso de inadimplência. Sem garantia, é mais difícil?

Mas de qualquer maneira, a União é responsável pela solvência da Caixa. Se a Caixa tem problemas, quem tem que aportar recursos é a União. Isso já aconteceu várias vezes no passado, nos anos 90 a gente já atravessou problemas como esse. Agora mesmo estão usando um subterfúgio, que é um empréstimo do FGTS que é completamente equivocado, não é papel do FGTS emprestar recursos para a Caixa enfrentar dificuldades pela sua política equivocada de crédito.

É uma imprudência neste momento?

Acho que em qualquer momento. Bancos públicos, sobretudo quando é empréstimo para o poder público no Brasil, têm sido fonte de problemas. Acaba dando por razão errada, não porque é uma boa oportunidade, não porque é rentável ou tem boa política para ser executada, e com frequência resulta em problemas para o próprio setor público. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo do presidente em exercício Michel Temer nomeou Paulo Rogério Caffarelli para exercer o cargo de presidente do Banco do Brasil. O decreto de nomeação do economista está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (31). O documento formaliza a indicação que havia sido anunciada pelo Ministério da Fazenda na semana passada.

Caffarelli substituirá Alexandre Abreu, cuja exoneração, a pedido, também foi publicada hoje. Caffarelli já foi vice-presidente do BB e secretário executivo do Ministério da Fazenda. Mais recentemente, atuava como diretor executivo corporativo da CSN.

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Na Fazenda, Caffarelli conseguiu que companhia elétricas e bancos entrassem em acordo na renegociação das dívidas do setor. Desde então, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega já defendia o nome dele para a presidência do BB, quando houve a troca do comando do banco no início do segundo mandato da presidente afastada, Dilma Rousseff.

Incra

O governo também nomeou Leonardo Góes Silva para exercer o cargo de presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e José Ricardo Ramos Roseno como secretário especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário. Para assumir a presidência do Incra, Silva foi exonerado do cargo de diretor de programa do órgão.

As nomeações estão publicadas no Diário Oficial da União (DOU), que ainda traz a nomeação no Incra de Marcelo Pellacani Gambini, como diretor de Desenvolvimento de Projetos de Assentamento, e Ewerton Giovanni dos Santos, como diretor de Gestão Administrativa. Eles vão substituir, respectivamente, César Fernando Schiavon Aldrighi e Cleide Antonia de Souza, ambos exonerados hoje.

O Incra, a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário e mais outras quatro secretarias agora fazem parte da estrutura da Casa Civil da Presidência. A transferência dos órgãos, antes pertencentes ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, para a Casa Civil foi formalizada ontem por meio de decreto presidencial.

Conforme o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, já informou, a transferência atende a pedido do deputado Paulinho da Força, do Solidariedade (SP). O presidente em exercício, Michel Temer, aposta em Paulinho para pacificar movimentos sociais, em especial o MST, ligado ao PT.

O nome de Gilberto Occhi está fechado para a presidência da Caixa Econômica Federal. Em entrevista exclusiva ao jornal "O Estado de S. Paulo", o ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, frisou que o governo do presidente em exercício Michel Temer assumiu este compromisso com o PP e irá cumprir. Já para a presidência do Banco do Brasil permanece a indefinição. A expectativa é de que o anúncio oficial dos novos presidentes dos dois bancos ocorra na semana que vem.

"Para a Caixa está definido: é o Gilberto Occhi. O pacto que foi feito com o PP será honrado", declarou Padilha. "(O governo) assumiu compromisso, tem de cumprir", afirmou, comentando que a nomeação já tinha de "ter sido lá atrás", ressaltando a pressão que está sendo feita pelo PP.

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Segundo o ministro, o único motivo de Gilberto Occhi não ter sido nomeado ainda é evitar manter em suspenso apenas a situação do BB. "O ministro Meireles tem ponderado que quer anunciar (o presidente da Caixa) junto com o Banco do Brasil. O Occhi é certo na Caixa, isso não tem discussão", garantiu, lembrando que, apesar da indicação política, o futuro presidente da instituição é funcionário da Caixa. "Hoje, no sistema financeiro, para indicação partidária só funcionário de carreira e o Occhi está dentro do padrão. Banco do Brasil, ainda não está decidido."

As recentes medidas anunciadas pelo governo de estímulo ao crédito, tanto pelo BNDES como pela Caixa, deverão ter efeito limitado na economia brasileira, segundo analistas. Para os economistas, o governo busca estimular a oferta em um momento no qual existe problema na demanda. Ou seja, deve haver pouca disposição das empresas e consumidores para a tomada de novos empréstimos, diante das incertezas com o futuro da economia brasileira e do quadro político.

"As medidas anunciadas estão longe de resolverem o problema. São paliativas. Há uma redução de demanda de crédito por parte das famílias e das empresas", afirma Juan Jensen, sócio da 4E Consultoria.

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Entre as famílias, o desinteresse em tomar crédito pode ser explicado pela piora do mercado de trabalho e da renda. No caso das empresas, tem pesado o aumento de custos, a queda no lucro e a própria situação das famílias brasileiras.

"O ministro (Nelson Barbosa) está levando água para o cavalo e é contestável se o cavalo está com sede ou não", diz Livio Ribeiro, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV). Embora o mercado sempre tenha criticado as medidas de estímulo propostas pelo governo, o ministro da Fazenda já disse que é preciso "levar o cavalo à água para ver se ele quer bebê-la", em referência a uma possível fraca demanda por crédito.

Na avaliação dos economistas, as medidas recentes também prejudicam o ajuste fiscal em andamento. "Atalhos via estímulo à demanda tendem a não funcionar, principalmente se podem implicar passivo fiscal futuro", afirma Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos.

No caso da infraestrutura, especialistas dizem que a redução no custo dos empréstimos do BNDES, inclusive para a segunda fase do Programa de Investimentos em Logística (PIL), pode ter efeito no curto prazo, tornando mais atrativo um ou outro projeto ou atraindo empresas que estão apertadas financeiramente. Nada, porém, que destrave os investimentos em estradas, portos e aeroportos.

"Os juros serão importantes para melhorar a rentabilidade de projetos que estavam quase inviáveis, mas não vai ser o bastante para destravar os investimentos", analisa o advogado Pablo Sorj, especialista em infraestrutura e financiamento a projetos e sócio do escritório Mattos Filho.

Para o advogado, os investimentos em infraestrutura vivem um cenário de "tempestade perfeita": em meio à recessão, o setor convive com bancos travando o crédito, juros em alta, demanda em queda, insegurança jurídica e a operação Lava Jato, que atinge as principais empresas do ramo.

Regressão

Apesar do efeito de curto prazo, para Cláudio Frischtak, da consultoria Inter.B, o aumento da participação do BNDES como fonte de financiamento à infraestrutura pode sinalizar ao setor privado uma "regressão" à política da primeira fase do PIL, marcada por subsídios. "De um lado, reduz-se o custo de capital e, de outro, reduz-se a confiança. De 2012 a 2014, a confiança (em baixa) foi mais importante. Não foi por falta de subsídios e incentivos que a economia não cresceu", afirmou Frischtak. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A menos de duas semanas da sua posse para o segundo mandato a presidente Dilma Rousseff afirmou que terá seu novo ministério nomeado até o dia 29 deste mês, mas os presidentes dos bancos públicos - Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - serão deixados para o início do próximo ano.

"Os presidentes dos bancos serão anunciados assim que os ministros tomarem posse comigo. Assim que eles tomarem posse começa todo o segundo escalão", afirmou a presidente durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.

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Dilma também defendeu o aumento da participação dos bancos privados nos financiamentos de longo prazo. Sob rumores de que a União terá que reduzir os recursos disponíveis para financiamento, a presidente afirmou que a participação das instituições privadas é essencial. "É fundamental que não seja só uma missão dos bancos público o empréstimo de longo prazo. Temos de ter uma presença no financiamento nos bancos públicos e dos privados", disse. "Queremos que cada vez mais os bancos privados participem. Eu acho importantíssimo os bancos privados participarem. Fica muito difícil só o setor público".

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, negou que o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) vai diminuir o papel dos bancos públicos em um segundo mandato. Segundo Falcão, há uma tentativa de colar no governo ideias que estavam presentes nas campanhas dos adversários das eleições. "Não estamos fazendo o programa dos derrotados, o Estado vai continuar a ter papel na economia", disse, depois de reunião da chapa majoritária do partido, em São Paulo.

O dirigente disse que nunca houve campanha contra os bancos privados. "Não queremos é que os bancos públicos saiam de cena", garantiu. Falcão disse ainda que a redução de aportes do Tesouro não significa redução do papel dos bancos públicos.

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Segundo Rui, um dos pontos debatidos na reunião foram os desafios econômicos que serão enfrentados no segundo governo Dilma, como manter o mercado interno com capacidade de compra.

O petista disse ainda que as políticas de valorização salarial, transferência de renda e emprego têm crescido por 12 anos, mas que agora podem "ter algum tipo de limite". "Taxa de juros subiu para conter a inflação, mas mantida durante muito tempo não é possível induzir investimento em infraestrutura", afirmou.

Os bancos públicos continuam a puxar o aumento do estoque de crédito em 2014 até outubro, ainda que em um ritmo mais brando do que o visto no ano passado. De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira, 26, pelo Banco Central, houve avanço de 12,4% no ano até agora nesse segmento, para um total de R$ 1,562 trilhão. Apenas em outubro, o crescimento foi de 1,3% e, em 12 meses, de 18,3%.

Nos bancos privados nacionais, o avanço foi de 3,7% no ano até o mês passado, para R$ 936,2 bilhões. Em outubro, houve avanço de 0,4% e, em 12 meses encerrados no mês passado, alta de 6,5%. Já nos bancos estrangeiros, houve alta de 1,3% no acumulado do ano, para R$ 427,436 bilhões. A elevação mensal foi de 0,4% e em 12 meses o segmento registra alta de 4,8%.

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A inadimplência ficou praticamente estável nas instituições oficiais, com queda de 0,1% em outubro. Nas privadas nacionais, a taxa também caiu 0,1% e, nas estrangeiras, o calote ficou estável. As provisões ficaram subiram levemente (0,1%) nos bancos públicos e ficaram estáveis tanto nos nacionais privados quanto nos estrangeiros.

BNDES

Os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas cresceram 1,2% de setembro para outubro, somando R$ 565,674 bilhões. No ano, até outubro, a expansão está em 10%% e, em 12 meses, em 16,1%.

Em outubro sobre setembro, houve avanço de 2,4% nas linhas de capital de giro (R$ 21,164 bilhões), de 1,2% no financiamento ao investimento (R$ 534,151 bilhões) e alta de 1,7% nas modalidades para o setor rural (R$ 10,359 bilhões) por parte do banco de desenvolvimento.

A greve dos bancários continua em bancos públicos espalhados por várias regiões do Brasil, mostra balanço parcial da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT). O levantamento foi feito com base em informações recebidas até as 13 horas desta terça-feira (7). Dos sindicatos e federações que enviaram dados, a proposta do Banco do Brasil foi rejeitada por 17 sindicatos e a da Caixa Econômica Federal por 12. A Contraf-CUT colheu informações de 94 assembleias de funcionários do BB e de 95 da Caixa.

Entre as principais regiões que mantêm a paralisação nos dois bancos públicos aparecem Acre, Roraima, Paraíba e Tocantins. No Banco do Brasil, a greve continua em áreas como Curitiba e Porto Alegre, e na Caixa a paralisação segue em locais como Amapá, Mato Grosso, Bahia, Criciúma e Florianópolis.

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O Banco do Nordeste do Brasil continua em greve em Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará e Bahia, conforme informações da Contraf-CUT. O Banco da Amazônia mantém as paralisações no Amapá, Amazonas e Pará. E os bancários do Banrisul seguem parados em todo o Estado do Rio Grande do Sul.

Nos bancos privados, a greve praticamente acabou. Dos 97 sindicatos que enviaram informações à Contraf-CUT, apenas o de Roraima recusou a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A lista conta com 146 sindicatos e federações, mas a Contraf-CUT ainda não tem os dados de todas as assembleias - algumas delas ocorreram somente hoje de manhã. Tocantins não aparece nesta relação apresentada pela Contraf-CUT, mas o site do sindicato dos bancários do Estado confirma a continuidade da greve. Sindicatos das capitais de todos os outros Estados do Brasil aceitaram a oferta da Fenaban.

Os bancos públicos puxaram o aumento do estoque de crédito em novembro, com avanço de 1,9% no saldo ante o mês anterior, para R$ 1,345 trilhão, segundo o Banco Central. Nos privados nacionais, o avanço foi de 1,0%, para R$ 888 bilhões. Nos estrangeiros, de 1,3%, para R$ 412 bilhões. Em 12 meses, os avanços são de 23,4% nos públicos, 6,1% nos nacionais privados e 7,8% nos estrangeiros.

A inadimplência ficou estável nos públicos em relação a outubro, em 1,9%. Nos privados nacionais, caiu de 4,5% para 4,4%. Nos estrangeiros, se manteve em 4,3% em novembro. As provisões ficaram estáveis nos públicos e nacionais privados, em 3,7% e 6,7%, respectivamente. Nos estrangeiros, caíram de 6,1% para 6,0%.

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Concessões

A média diária de concessões do crédito livre cresceu 11,2% em novembro em relação a outubro, para R$ 13,1 bilhões. Nos primeiros 12 meses deste ano, a alta está em 8,2% e, em 12 meses até novembro, em 8,7%.

No crédito direcionado, a média subiu 11,3% de outubro para novembro, levando a alta do ano para 32,5%. Em 12 meses até o mês passado, a taxa acumulada está em 35%. Essas concessões somavam R$ 2,1 bilhões em novembro. Na soma de crédito livre mais direcionado, houve alta de 11,2% em novembro, de 11,1% no acumulado do ano, e de 11,8% em 12 meses.

Comércio

O crescimento do crédito registrou aceleração em novembro em relação aos meses anteriores por causa da intensificação das atividades comerciais de final de ano, avaliou o BC. Para o BC, as taxas de juro mantiveram a tendência de elevação no mês passado, mas de forma moderada. Esse ritmo, de acordo com a instituição, é compatível com o ciclo de política monetária.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária do BC, o Copom, o colegiado decidiu pela elevação da taxa básica de juro, a Selic, de 9,5% para 10% ao ano. O BC salientou ainda que os índices de inadimplência continuaram na trajetória de baixa, alcançando em novembro "mínimos históricos".

O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomenda uma redução gradual no ritmo de concessão de crédito por bancos públicos no Brasil, de acordo com relatório sobre a economia brasileira divulgado nesta quarta-feira. Além disso, o Fundo recomenda que o País siga aumentando os juros para conter a inflação.

O documento destaca que o sistema bancário brasileiro está sólido e bem preparado para uma adequação até antes do previsto às regras de Basileia 3, que vão exigir mais capital de alta qualidade dos bancos. Mas os técnicos do Fundo observam que os bancos públicos, ao emprestar mais que os privados, estão mais expostos a riscos e podem até comprometer as contas do governo.

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O FMI recomenda disciplina fiscal ao País e a adoção de uma meta de superávit primário que coloque o déficit público em trajetória de queda. Ao destacar esse ponto, o documento ressalta que a estratégia do governo de estimular o crédito nos bancos públicos pode ter impactos fiscais.

"As condições financeiras ficaram mais difíceis, mas o crescimento do crédito permanece forte, puxado pelos bancos públicos", destaca o relatório. O FMI nota que o crédito imobiliário segue crescendo de forma acelerada, mas não representa riscos, pois ainda equivalem a porcentual pequeno do mercado de crédito local. Os preços dos imóveis tiveram uma correção, mas ainda seguem elevados. Em documentos anteriores, o Fundo mostrou preocupação com a forte alta dos preços das residências no país, sobretudo em São Paulo e Rio.

Impulsionados pelo segmento imobiliário e pelos investimentos, os bancos públicos passaram a responder, em junho, por mais da metade do crédito do País (50,3%). Essa é a primeira vez que as instituições estatais dominam o mercado desde 1999, em meio à onda de privatizações do setor.

A partir dos anos 2000, seis bancos estaduais passaram para a iniciativa privada: Banestado (2000), Banespa (2000) e os bancos do Estado da Paraíba (2000), de Goiás (2001), do Amazonas (2002) e do Maranhão (2004). Para se ter uma ideia, o maior de todos, o paulista Banespa, contava na ocasião do leilão de venda com mais de 1,3 mil pontos de atendimento. O espanhol Santander arrematou a instituição e hoje é o quinto maior banco do País em ativos.

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A expansão recente fez com que o estoque de créditos providos pelas instituições públicas em junho alcançassem a marca de R$ 1,27 trilhão. Ao mesmo tempo, houve um encolhimento dos bancos nacionais e estrangeiros nesse mercado. De maio para o mês passado, a fatia dos domésticos cedeu de 34,9% para 34,2%, o que equivale a R$ 864 bilhões, enquanto a dos bancos externos passou de 15,7% para 15,5%, para um total de R$ 394 bilhões.

Com essa expansão do segmento público em junho, ampliou-se ainda mais a diferença do estoque de crédito entre bancos oficiais e privados.

No acumulado de 12 meses encerrados em junho, o saldo de recursos de bancos estatais cresceu 29,3%, a maior alta desde 2009, de acordo com o analista de bancos do Grupo Bursátil Mexicano (GBM), Andre Riva Gargiulo.

"Os bancos estatais mantiveram uma expansão agressiva no crédito e a diferença nas taxas de crescimento de empréstimos dos bancos estatais e privados continua a aumentar", disse Gargiulo.

Imóveis

O aumento da participação dos bancos públicos se deve, segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, principalmente ao desempenho dos financiamentos de casas, apartamentos e prédios. "Isso é reflexo da dinâmica do crédito imobiliário", resumiu, acrescentando que os bancos oficiais são fortes nessa área.

Maciel lembrou que, de um ano para cá, a participação do crédito imobiliário no Produto Interno Bruto (PIB) passou de 6% para 7,5%. "Esse financiamento foi o destaque do mês", disse ele. De acordo com o BC, o crédito imobiliário está crescendo a uma taxa de 35% ao ano nos últimos meses.

BNDES

Outro ponto que ajudou na arrancada das instituições estatais, conforme Maciel, foi o dos investimentos, capitaneados principalmente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De maio para junho, o banco de fomento aumentou em 1,9% o volume de empréstimos para empresas, atingindo a marca de R$ 447 bilhões. "Há, de fato, em curso a ampliação do financiamento para investimento", constatou o técnico do Banco Central.

Nem tudo é ruim para o setor privado. A taxa de provisionamento das instituições estrangeiras, que é a reserva para cobrir eventuais calotes, caiu de 6,3% para 6,2% de maio para junho. Entre os bancos nacionais, a queda foi ainda mais forte no período, de 7,4% para 6,9%.

Mesmo assim, os bancos particulares estão distantes do nível de 3,7% obtido pelos públicos no mês passado. A diminuição é importante porque o banco fica com mais recursos disponíveis para realizar operações ou contabilizar como lucro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os bancos públicos são administrados com eficiência e transparência e, por isso, têm obtido lucros mais elevados, avaliou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quinta-feira, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. "Todos eles", enfatizou em defesa das instituições financeiras federais. A declaração vem um dia depois de a agência de classificação de risco Moody's ter rebaixado as notas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Caixa Econômica Federal.

O ministro disse que a Caixa foi o banco que teve mais lucratividade em 2012 mesmo emprestando a custo mais baixo. Ele defendeu também a transferência de dividendos das empresas estatais para a União, política que, no ano passado, ajudou o governo a aumentar o superávit primário. "Os dividendos são todo ano apropriados pelos governos. Está previsto no Orçamento. Sempre teve pagamento de dividendos."

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O Tesouro recebeu R$ 29 bilhões em dividendos no ano passado. "Faz parte. Você tem uma instituição. Ela tem lucro e paga dividendos para o controlador, mantendo a solidez dessas instituições. O BNDES e a Caixa nunca estiveram tão sólidos como hoje", ressaltou Mantega.

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