Tópicos | Bolsonaro

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) condecorou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o título de cidadão honorário de Minas Gerais, na tarde desta segunda-feira, 28. A cerimônia aconteceu a partir das 17 horas, na sede da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG). Durante a cerimônia, apoiadores do ex-presidente pediram para que o governador mineiro deixasse o Novo e se filiasse ao PL, partido do ex-chefe do Executivo.

A cerimônia contou com a presença dos deputados federais Eros Biondini (PL-MG), Junio Amaral (PL-MG), Lincoln Portela (PL-MG), Mauricio do Vôlei (PL-MG), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Rosângela Reis (PL-MG). Parlamentares de oposição ao governo Zema não compareceram à cerimônia.

##RECOMENDA##

O homenageado da sessão foi Bolsonaro, mas quem roubou a cena durante a solenidade foi Romeu Zema. Enquanto era elogiado pelo deputado estadual Coronel Sandro (PL-MG), autor do projeto de lei que concedeu a cidadania mineira ao ex-presidente, a plateia da ALMG paralisou o seu discurso no coro "Vem pro PL, Zema".

Desde o início do ano, Zema entrou no radar do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, com vistas às eleições municipais do ano que vem. Em junho, por meio da sua assessoria, o governador negou que estaria negociando com a sigla de Bolsonaro e descartou uma saída do Novo, que tem o governador mineiro como o único chefe de Executivo estadual.

Bolsonaro 'enfrenta injustiças'

O projeto de lei de Coronel Sandro foi aprovado em 2019 e ficou engavetado na ALMG por quatro anos. Ao justificar a sua proposta, o parlamentar disse que Bolsonaro "renasceu" em Juiz de Fora em 2018, após sofrer um atentado a faca em Juiz de Fora, durante a campanha eleitoral daquele ano. Em seu discurso, o parlamentar afirmou que ex-presidente tem enfrentado "dificuldades" e "injustiças" nos últimos tempos, sem listar quais seriam. No dia 11 de agosto, foi deflagrada uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga um esquema de venda de joias recebidas em viagens oficiais da Presidência da República durante a sua gestão.

"Sei das dificuldades que tens enfrentado junto com a tua família nos últimos tempos. Enfrentado diariamente a injustiça, mas não esmoreça, pois quem anda com a verdade nada tem a temer, e milhões de brasileiros sabem da verdade e confiam em ti. Eles querem te destruir e destruir as nossas ideias", disse Coronel Sandro.

Ao longo do seu discurso, Bolsonaro afirmou que espera que o povo não sinta as "dores do comunismo" e ressaltou que deseja "colaborar com o futuro do País". No fim de junho, o ex-presidente foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após ser condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em razão de reunião em que atacou as urnas eletrônicas diante de diplomatas, em julho do ano passado.

"Eu todo dia, antes de sair de casa, dobro o meu joelho, rezo um Pai Nosso e peço a Deus que o nosso povo não sinta as dores do comunismo. Quero apenas uma coisa, se Deus me der força, enquanto ela estiver, que eu possa colaborar com o futuro do meu país", disse o ex-presidente.

Essa é a segunda vez em dez dias em que Bolsonaro recebe um título de cidadão honorário em um Estado brasileiro. No último dia 18, Bolsonaro recebeu a condecoração pela Assembleia Legislativa de Goiás. Assim como em Minas, a proposta de lei foi aprovada em 2019, mas só a solenidade realizada recentemente.

Bolsonaro é homenageado enquanto a PF investiga esquema de joias

As homenagens ao ex-presidente ocorrem no momento em que ele e seus aliados são investigados pela PF por orquestrar um esquema de venda de joias ilegais. Segundo as primeiras descobertas da corporação, pessoas próximas ao ex-presidente teriam vendido objetos de valor recebidos em viagens oficiais da Presidência da República e Bolsonaro teria atuado para comercializar as peças e recebeu valores em dinheiro vivo.

Na próxima quinta-feira, 31 o ex-presidente, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e outras cinco pessoas investigadas no caso das joias irão prestar um depoimento simultâneo na PF. No mesmo dia, é esperado que Bolsonaro seja ouvido sobre a recente descoberta de "ordens" para que empresários bolsonaristas disparassem mensagens de teor golpista nas redes sociais.

Segundo a legislação brasileira, os itens recebidos por Bolsonaro deveriam ser incorporados ao acervo da Presidência, mas foram omitidos e revendidos no exterior. De acordo com a PF, os montantes obtidos das vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal do ex-presidente, por meio de laranjas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.

Pela manhã, pessoas desconhecidas colocaram uma placa acima do viaduto Senegal, a cerca de três quilômetros do prédio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. No letreiro, estavam os dizeres: "Cuidado! Contrabandista e ladrão de joias na cidade!".

Ao 'Estadão', Bolsonaro negou envolvimento no esquema

No dia em que Bolsonaro recebeu o título de cidadão goiano, ele concedeu uma entrevista exclusiva ao Estadão onde negou ter recebido dinheiro por meio de esquema. O ex-presidente também afirmou que o seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, teria tido "autonomia" para vender nos Estados Unidos um relógio Rolex presenteado pelo governo da Arábia Saudita.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi levado à sede da Polícia Federal em Brasília, nesta segunda-feira (28), para prestar mais um depoimento em investigação que respinga no ex-chefe do Executivo.

O militar será questionado no bojo da investigação sobre a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça para a inserção de mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

##RECOMENDA##

Mauro Cid chegou à PF por volta das 10h desta segunda. O nome do aliado de Bolsonaro foi citado pelo hacker Walter Delgatti Netto, o 'Vermelho', condenado pelo hackeamento do ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro e ex-integrantes da extinta força-tarefa da Operação em Curitiba.

O ex-ajudante de ordens teria participado de reunião entre o hacker, o ex-presidente e a deputada Carla Zambelli.

Integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro querem ouvir o advogado Frederick Wassef sobre a recompra do relógio Rolex avaliado em mais de R$ 300 mil, mesmo ele estando endividado. De acordo com os parlamentares do colegiado, a movimentação financeira de Wassef pode ajudar a esclarecer o que chamam de um "projeto de golpe de Estado", que envolveria o esquema das joias sob investigação.

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) afirmou que a CPMI já pretendia chamar Wassef por causa de seu envolvimento no esquema suspeito de desvio e venda ilegal de presentes recebidos por Jair Bolsonaro enquanto ocupava a Presidência. Agora, na avaliação da senadora, a decisão sobre a convocação tende a ser acelerada. "Isso (informação de que Wassef acumula dívidas) nos dá uma pista e reforça a necessidade de ouvi-lo, nos traz mais indícios de que, sim, pode haver algo", disse Soraya.

##RECOMENDA##

Atualmente, há seis requerimentos que pedem a convocação de Wassef como testemunha na CPMI do 8 de Janeiro, além de três pedidos de quebra de sigilo - todos na esteira da Operação Lucas 2:12, da Polícia Federal, sobre a venda de joias e presentes no exterior por aliados de Bolsonaro.

"Estamos analisando que muito dinheiro que transitou nesses últimos meses, principalmente após o segundo turno, foi para financiar o golpe de Estado" afirmou Soraya. Para o deputado Rogério Correia (PT-MG), a reportagem do Estadão reforça a necessidade de o presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), colocar em votação os requerimentos.

VIAGEM

Em março deste ano, depois de o Estadão revelar que o governo Bolsonaro tentou trazer, de forma ilegal, joias recebidas do governo saudita, Wassef viajou para Miami, nos Estados Unidos, para recuperar um relógio Rolex doado para o ex-presidente e vendido pelo general Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-chefe do Executivo. Para reaver o item, Wassef teria pago o equivalente a R$ 346.983,60, com o objetivo de entregar o relógio ao Tribunal de Contas da União (TCU), que havia determinado a devolução dos presentes.

"Eu comprei o relógio. A decisão foi minha. Usei meus recursos. Eu tenho a origem lícita e legal dos meus recursos. Eu tenho conta aberta nos Estados Unidos em um banco em Miami e usei o meu dinheiro para pagar o relógio. Então, o meu objetivo quando eu comprei esse relógio era exatamente devolvê-lo à União, ao governo federal do Brasil, à Presidência da República", afirmou o advogado, após ser alvo da Lucas 2:12. Wassef ainda ironizou que "o governo do Brasil" lhe "deve R$ 300 mil" e disse que o resgate do relógio não se deu a pedido de Bolsonaro.

Na semana passada, a PF intimou Wassef, Bolsonaro e outras seis pessoas a prestarem depoimento sobre o caso das joias no próximo dia 31.

"Você precisa de pessoas como eu, para que você possa apontar seus dedos e dizer: 'Esse é o cara mau'", dizia Tony Montana, o mafioso vivido por Al Pacino, no clássico de Brian de Palma Scarface. Em Atibaia (SP), na sala do sítio em que Frederick Wassef escondia o ex-policial militar Fabrício Queiroz, uma prateleira exibia miniaturas do personagem. Se a vida fosse um filme, o estilo, o penteado e as roupas de Wassef bem que poderiam vestir um dos malfeitores dos tempos da Lei Seca, perseguidos por Eliot Ness.

Na vida real, porém, o advogado está mais para um personagem saído das sombras, desses que, de vez em quando, aparecem em Brasília e fazem fama ligando seus nomes a de poderosos de plantão e desaparecem junto com eles. No caso de Wassef, para todos os efeitos, ele era "o advogado do presidente Bolsonaro".

##RECOMENDA##

Nos últimos anos, conforme o freguês, Wassef montou seu perfil. Rico e bem-sucedido para uns, devedor contumaz para outros. Como explicar que o mesmo cidadão que recomprou um relógio Rolex do ex-presidente em Miami estimado em US$ 68 mil - o equivalente a R$ 346.983,60 - deva R$ 3.516,35 de IPTU para a prefeitura de Atibaia? Que justificativa dar para a vida milionária que Wassef ostentou nos últimos anos, ocultando contas atrasadas, processos por falta de pagamento de impostos e até o abandono da obra de sua mansão em Brasília?

O Estadão conversou com políticos, empresários, militares e advogados que conviveram com Wassef nos últimos anos. Em comum, a maioria passou a dizer que já não tem mais tanto contato com o advogado, que, após a Polícia Federal capturar seus quatro celulares, parece ter passado de "anjo" - codinome que ganhou no governo Jair Bolsonaro - a "demônio". A apreensão dos telefones foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no inquérito que apura suspeita de venda de presentes diplomáticos no governo Bolsonaro. Procurado, Wassef se disse vítima de "inverdades" (mais informações nesta página).

GRAVAÇÕES E ARMA

São tantas histórias mal contadas sobre Wassef que, no fim, pouco se sabe do homem que, segundo seus interlocutores, grava todas as conversas que mantém e anda armado. Até seus casamentos e separações são controversos, aconteceram em clima de disputas judiciais. Wassef, há alguns anos, enfrentou um câncer que deixou uma sequela física.

No ano passado, quando concorreu a uma vaga de deputado federal e perdeu, Wassef declarou um patrimônio de R$ 18 milhões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), incluindo um apartamento em Miami avaliado em R$ 4,96 milhões. Entre 2013 e 2021, as taxas do imóvel foram pagas, majoritariamente, pela empresária Maria Cristina Boner, ex-mulher de Wassef. O boleto de 2022, no valor de US$ 12.847,59 (ou R$ 62.621,72), está em aberto.

Durante a campanha, Wassef publicou mensagens de apoio do então candidato ao governo paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O filho mais velho de Bolsonaro gravou dois vídeos. Em um deles se referiu ao advogado como "meu amigo". Em outro, afirmou: "Frederick Wassef é o nosso advogado e, como advogado, demonstrou sua competência e lealdade". O Estadão não localizou vídeo de Bolsonaro pedindo voto para ele e os santinhos que mostram os dois lado a lado são montagens de fotografias.

O jingle escolhido por Wassef tinha uma mensagem clara sobre a atuação com a família Bolsonaro que o advogado queria passar aos eleitores. "Todo mundo já sabe, o Wassef resolve, resolve", dizia a música. O "advogado de Bolsonaro", como ele se identificou na campanha, recebeu 3.628 votos.

Em julho, cerca de um ano depois de informar seu patrimônio à Justiça Eleitoral, Wassef fez um gesto inusitado: voltou a procurar a Corte sob alegação de que estava "buscando a plena transparência". Assim, apresentou lista com três novos bens que disse ter adquirido. Uma casa em Brasília, um jet ski e um carro usado.

Em São Paulo, Wassef disse ter um veículo Silverado de 1995, estimado em R$ 24 mil, e uma Ranger de R$ 112 mil. Em Brasília, circula em um Jetta que comprou de segunda mão, cujo valor declarado ao TSE foi R$ 125 mil. Ele deve R$ 6,7 mil do IPVA do veículo referente a 2022 e 2023.

OBRA PARADA

Um dos bens mais valiosos do patrimônio de Wassef se tornou um canteiro de obras parado. O Estadão esteve no local. A casa no Setor de Mansões Dom Bosco foi comprada em março do ano passado por R$ 3,7 milhões, segundo o registro, pagos via transferência bancária.

"A obra está parada há bastante tempo e depende de ele voltar ou não", afirmou o empresário Almir Pereira Filho, ligado à empresa responsável pela obra. Essa casa também está com o IPTU atrasado. Três parcelas no valor de R$ 3.155,89 já venceram e há outras três para serem pagas nos próximos meses. Por enquanto, os impostos podem ser pagos em boletos. Outras dívidas de Wassef, contudo, já chegaram ao Judiciário. O advogado foi acionado em dois processos que correm no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Em um deles, um condomínio em Tuiuti (SP) cobra R$ 46 mil de Wassef. No outro, a prefeitura de Atibaia cobra R$ 3.516,35 em dívidas de IPTU de uma casa que fica próxima a outro imóvel do advogado. Neste segundo - onde ele mantém os bonequinhos de Tony Montana - Wassef deu guarida a Queiroz.

HERANÇA

Neto de imigrantes libaneses, Wassef deve aos pais e avós parte dos bens adquiridos ao longo da vida. O advogado declarou ao TSE, em 2022, 12 imóveis registrados em São Paulo e no Distrito Federal e um em Miami. Os imóveis representam 55% dos R$ 18 milhões declarados por Wassef ao tribunal. O imóvel mais recente comprado pelo advogado foi o apartamento em que mora, de 189 metros quadrados, no Morumbi, por R$ 1.610.200, em agosto.

DEFESA

Por meio de nota enviada pela assessoria do senador Flávio Bolsonaro, Frederick Wassef se disse vítima de "inverdades, maldades e covardias". Segundo ele, a obra na casa em Brasília está parada por razão técnica, não financeira. "Ninguém da minha relação fala com jornalistas e menos ainda sobre minha pessoa."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou na sexta-feira (25) da Festa do Peão, em Barretos, no interior de São Paulo. Ele subiu no palco da arena de rodeio ao lado do governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e foi recebido pela plateia com aplausos e gritos de "mito". Depois, em evento fechado, criticou a reforma tributária, dizendo que prejudica o agronegócio.

Antes, em breve discurso ainda na arena, Bolsonaro exaltou a própria gestão e alfinetou o seu sucessor no cargo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Fizemos o possível, entregamos, infelizmente, o Brasil bem melhor do que recebi lá atrás. Eu diria infelizmente por quem assumiu, mas não estamos aqui fazendo política", disse o ex-presidente. Pouco antes da fala de Bolsonaro, Tarcísio assumiu o microfone e exaltou a Festa do Peão e o agronegócio. Ele disse ainda que Bolsonaro é um "grande amigo" e elogiou a gestão do padrinho político. "Uma pessoa que fez um excelente governo, que entregou resultado", disse. "Sou muito grato a esse homem, nosso presidente Jair Messias Bolsonaro. Gente, é o seguinte: é mito mesmo."

##RECOMENDA##

TÍTULO

Após o discurso, Bolsonaro, Tarcísio e outras autoridades dirigiram-se para um espaço reservado, onde o ex-presidente recebeu o título de Cidadão Honorário de Barretos. A solenidade ocorreu a portas fechadas, com imprensa e apoiadores do ex-chefe do Executivo aguardando do lado de fora.

Nos bastidores, a organização da cerimônia foi marcada por tensão. Isso porque havia o temor da entrega do título ser feita no palco da Festa do Peão - fato que preocupava parte dos organizadores do rodeio por causa das investigações e polêmicas que envolvendo o ex-presidente.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu nesta sexta-feira (25) que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenha qualquer tipo de contato com o ex-presidente, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro e investigados nos inquéritos que apuram desvios de presentes de governos estrangeiros recebidos na gestão de Bolsonaro e os atos golpistas de 8 de janeiro. 

A decisão do ministro também atinge a proibição de contato de Cid com sua esposa, Gabriela Cid. O ex-ajudante está preso em Brasília por conta da investigação que apura a suposta fraude no cartão de vacina de Bolsonaro. 

##RECOMENDA##

Moraes baseou-se em um relatório da Polícia Federal que cita conversas encontradas a partir da perícia feita no celular de Mauro Cid. As mensagens tratam de falas que incentivariam atos antidemocráticos contra o resultado das eleições presidenciais de 2022, com vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.

Mais cedo, Mauro Cid prestou depoimento à Polícia Federal (PF) sobre a visita que o hacker Walter Delgatti teria feito, no ano passado, ao então presidente Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, durante o período eleitoral.

O ex-presidente Jair Bolsonaro entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) seus extratos bancários referentes aos últimos quatro anos, quando chefiou o Executivo. A movimentação se dá após o ministro Alexandre de Moraes determinar a quebra do sigilo de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michele no bojo do inquérito sobre o suposto esquema de venda de presentes e joias dados ao ex-presidente.

Na petição assinada nesta quinta-feira, 24, os advogados de Bolsonaro, capitaneados por Paulo Amador da Costa Bueno, dizem que a entrega é "espontânea", mas pedem a decretação do sigilo dos dados, "considerando o teor dos documentos". A banca ainda diz que Bolsonaro "está à disposição da justiça para quaisquer esclarecimentos acerca de sua movimentação bancária".

##RECOMENDA##

A quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro e de Michelle foi decretada no bojo do inquérito da Operação Lucas 12:2, que fez buscas contra aliados de primeira hora do ex-presidente: o general Mauro César Lourena Cid - pai de Mauro Cid -, o criminalista Frederick Wassef, advogado do ex-presidente, e o tenente Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens do de Bolsonaro.

A ex-primeira-dama chegou a classificar a medida como "perseguição política" para manchar o nome da família Bolsonaro. "Pra quê quebrar meu sigilo bancário e fiscal? Bastava me pedir", disse nas redes sociais.

No bojo do inquérito, a Polícia Federal apontou indícios de que o ex-presidente, seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outros dois assessores do ex-chefe de Bolsonaro "atuaram para desviar presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-Presidente para posteriormente serem vendidos no exterior".

Em um trecho da representação, a PF cita uma mensagem em que, na avaliação dos investigadores, Mauro Cid "deixa evidenciado o receio de utilizar o sistema bancário para repassar o dinheiro ao ex-presidente e então sugere entregar os recursos em espécie, por meio de seu pai".

"Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em 'cash' aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente (...) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (...). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor né? (...)"", afirmou Cid em texto enviado a um outro assessor do ex-presidente em janeiro de 2023.

A Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou a Lei 13.530 que torna 8 de janeiro o Dia do Patriota. A data ficou marcada em 2023 pela tentativa de golpe de milhares de conservadores que destruíram a Praça dos Três Poderes, no Distrito Federal, por não aceitarem a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O projeto de autoria de Alexandre Bobadra (PL) foi protocolado no dia 15 de março e tramitou nas três comissões permanentes, sem ir a plenário. O então vereador também chegou a incluir no calendário comemorativo de Porto Alegre os dias do milk shake, da salada grega, do acarajé e de outras iguarias gastronômicas, mas teve o mandato cassado neste mês por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação nas últimas eleições.

##RECOMENDA##

O presidente da Câmara, Hamilton Sossmeier (PTB), teve que promulgar a proposta, pois ela não foi vetada pelas comissões nem pelo prefeito Sebastião Melo (MDB), que teve o prazo de 15 dias, mas não se manifestou.

A minuta do projeto legislativo menciona que os patriotas se tornaram motivo de chacota em um "perigoso processo de extinção".

"São diversas as vanguardas de ataque: a mídia, o ensino, as entidades globalistas, as universidades, a cultura militante", aponta o texto que ainda cita Olavo de Carvalho, falecido guru do bolsonarismo. 

O deputado Rodrigo Valadares (União-SE) solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a inclusão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no inquérito sobre a venda de presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em viagens oficiais. Em ofício, o parlamentar cita um relógio da marca Piaget, avaliado em R$ 80 mil, recebido por Lula na França, em 2005, e que não está entre os presentes oficiais informados ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Em julho deste ano, Lula disse, durante a live semanal "Conversa com o Presidente", produzida pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação), que o relógio foi um presente do ex-presidente da França Jacques Chirac. O Piaget não consta em uma lista do TCU com a descrição de 568 presentes que o petista recebeu entre os anos de 2003 e 2010. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo.

##RECOMENDA##

No ano passado, o Partido dos Trabalhadores publicou uma foto em que Lula aparece com o relógio no pulso na comemoração dos 100 anos do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). A foto foi apagada do perfil da sigla. A imagem ainda está disponível nas redes sociais da presidente do partido, Gleisi Hoffmann.

No requerimento, Valadares afirma que o fato de o presidente não ter informado ao TCU sobre o relógio da marca Piaget faz com que o caso seja semelhante ao de Bolsonaro, o que justificaria a inclusão de Lula nas investigações.

O inquérito de Bolsonaro é sobre a venda ilegal de um relógio Rolex, presente do governo da Arábia Saudita, para enriquecimento ilícito. As tratativas para comercialização de joias e objetos de luxo por auxiliares do ex-presidente só foi interrompida após o Estadão revelar sobre a tentativa de entrada ilegal no Brasil de presentes recebidos em compromissos oficiais da Presidência.

"Nós devemos ter no nosso País uma isonomia, um julgamento justo que não olhe lado partidário nem ideologia política. Se existir problemas nas joias do Bolsonaro, deve ser investigado também se existe problemas que o Lula recebeu", disse o parlamentar do União Brasil.

O Estadão procurou o Palácio do Planalto para comentar sobre o pedido do parlamentar, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta na tarde desta quinta-feira, 24, após fazer exames no hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Ele foi internado na quarta-feira para os procedimentos que são preparatórios para três cirurgias que deve fazer em setembro. Ele deixou o hospital de carro, pouco depois das 15h, e não falou com a imprensa, no dia em que o filho Jair Renan é alvo da Polícia Federal.

Com a alta, Bolsonaro pretende viajar para Barretos, no interior de São Paulo, onde será homenageado pela Câmara Municipal da cidade com um título de cidadão honorário na tradicional festa do peão, que movimenta o município. A homenagem será entregue nesta sexta-feira, 25.

##RECOMENDA##

O ex-presidente já fez cinco cirurgias desde que sofreu uma facada em Juiz de Fora, durante a campanha presidencial de 2018. A última se deu nos Estados Unidos, em janeiro. No dia 9 daquele mês, um dia após os atos de invasão e depredação das sedes dos Três Poderes por seus apoiadores, em Brasília, ele sentiu dores abdominais e precisou tratar de uma aderência em uma hérnia incisional.

Antes, ele já havia operado em São Paulo, em setembro de 2019, quando o atentado completou um ano. As outras três cirurgias foram realizadas nos dias posteriores ao atentado, na Santa Casa de Juiz de Fora e depois no Hospital Israelita Albert Einstein.

O governador Romeu Zema (Novo) irá conceder o título de cidadão mineiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na próxima segunda-feira (28), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A cerimônia está marcada para ocorrer três dias antes da ida do ex-chefe do Executivo à Polícia Federal para prestar depoimento sobre a participação em conversas golpistas de empresários alinhados ao governo e o caso das joias recebidas durante viagens oficiais.

A honraria foi concedida a Bolsonaro em 2019 por meio de um requerimento do deputado estadual Coronel Sandro (PL), mas a cerimônia da solenidade não havia sido marcada até esta semana. Como justificativa, o parlamentar usa o fato de o ex-presidente afirmar que "renasceu" em Minas Gerais em 2018, após o episódio do atentado a faca durante campanha eleitoral.

##RECOMENDA##

"O presidente Bolsonaro mesmo diz que renasceu aqui, em Minas Gerais. Nada mais justo do que torná-lo oficialmente cidadão mineiro. Meu pedido de concessão do título de cidadania a Bolsonaro é de 2019 e foi concedido pelo governador Romeu Zema, que já confirmou presença nessa mais que merecida homenagem", afirmou Sandro em uma rede social.

A cerimônia ocorre em momento delicado para o ex-chefe do Executivo. Desde que deixou a Presidência, Bolsonaro virou alvo - direta ou indiretamente - em cinco investigações diferentes da Polícia Federal (PF), teve o celular apreendido no âmbito das investigações sobre as fraudes nos cartões de vacinação e os sigilos fiscal e bancário quebrados no bojo da operação envolvendo as joias recebidas durante viagens oficiais. Nesse período, o ex-presidente também viu aliados próximos serem presos.

Em 2022, durante a eleição, Bolsonaro recebeu apoio de Zema no segundo turno. O então presidente e candidato à reeleição conseguiu reduzir a diferença de votos para Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao primeiro turno, mas perdeu a disputa por uma diferença de apenas 49 mil votos no Estado. Minas é o segundo maior colégio eleitoral do País.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi internado nesta quarta-feira, 23, no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde realizou exames preparatórios para novas intervenções médicas previstas para o próximo mês. "Exames para três cirurgias em meados de setembro. A mais importante será no abdome, em consequência da facada", disse ele em entrevista à agência Reuters, numa referência ao atentado que sofreu em 2018, em Juiz de Fora (MG).

Desde que sofreu o ataque em Minas, o ex-presidente já passou por cinco cirurgias no abdome. A mais recente foi em janeiro, quando ele estava nos Estados Unidos. Bolsonaro sentiu dores abdominais e teve de ser submetido a uma aderência em hérnia incisional.

##RECOMENDA##

'0800'

Durante o voo de Brasília para São Paulo, na manhã de ontem, o ex-presidente falou sobre a harmonização dentária feita na semana passada, em Goiânia. A uma apoiadora, ele afirmou: Foi 0800, tá? Não paguei nada, não".

Ao levantar para desembarcar, Bolsonaro foi aplaudido por alguns passageiros. Outros o questionaram sobre as investigações abertas contra ele. "Está fugindo da Polícia Federal?", disse uma passageira.

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, Arthur Maia (União Brasi-BA), blindou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o general Mauro Lourena Cid e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira ao montar a pauta da próxima sessão deliberativa marcada para quinta-feira, 24.

Para não retirar completamente de votação as pautas apresentadas pela maioria governista, Maia pautou apenas os requerimentos da base do governo que pedem a quebra de sigilo bancário e telemático da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

##RECOMENDA##

Maia montou sozinho a pauta da próxima reunião deliberativa da CPMI diante da crise entre o governo e a oposição deflagrada na última da terça-feira, 22. Os dois lados se recusaram a firmar acordo sobre quais requerimentos deveriam ir a votação e a sessão acabou cancelada. De um lado, a base do governo cobrava a aprovação de quebras de sigilo de aliados de Bolsonaro e do próprio ex-presidente. No outro flanco, a oposição acusava os governistas de obstruírem as suas pautas e cobravam a votação de temas que desgastem o Palácio do Planalto.

A relatora Eliziane havia preparado uma lista de quatro requerimentos prioritários para serem aprovados. Os pedidos incluíam a quebra do sigilo telefônico do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira; a produção de relatórios de inteligência financeira (RIFs) de Zambelli e do general Mauro Lourena Cid, assim como a quebra do sigilo bancário do militar e do sigilo telefônico da parlamentar.

Dentre as demandas, a única atendida foi a direcionada a Zambelli. Os demais aliados de Bolsonaro foram poupados, mesmo diante de revelações da própria CPMI que apontavam a participação deles em atos de contestação das instituições democráticas.

Maia também incluiu na pauta da próxima sessão deliberativa a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático do hacker Walter Delgatti Netto, que acusou Bolsonaro de oferecer um indulto caso ele fosse preso numa suposta operação a pedido do PL para demonstrar que as urnas eletrônicas poderiam ser fraudadas. O pedido contra o hacker foi protocolado pela oposição.

Dentre as outras pautas listadas por Maia estão a quebra do sigilo do sargento Luis Marcos dos Reis. O Estadão revelou que o militar movimentou R$ 3,3 milhões nos anos em que trabalhou como auxiliar de Bolsonaro. Os valores foram repassados ao ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que teve um novo requerimento de convocação pautado pelo presidente da CPMI.

Na manhã desta quarta-feira, 23, Maia se reuniu com o comandante do Exército, Tomás Paiva, e o ministro da Defesa, José Múcio. Quando questionado, o parlamentar negou que os militares tenham pedido para retirar de pauta medidas direcionadas a oficiais de alta patente, como Mauro Lourena Cid e Paulo Sério Nogueira. "Em relação aos requerimentos, isso não muda absolutamente nada", garantiu Maia.

Cerco contra Bolsonaro

A base governista na CPMI passou a pressionar Maia para pautar as quebras de sigilo de Bolsonaro e Michelle, mas o presidente do colegiado tem se esquivado sob o argumento de que não há fatos que justifiquem esse tipo de medida. Ele ainda alega que se o grupo deseja investigar o caso do desvio de joias deveria aprovar a criação de uma nova CPI.

Os governistas querem aproveitar o cerco a Bolsonaro promovido pela Polícia Federal (PF) para obter informações sobre a sua movimentação financeira nos últimos anos. A convocação do ex-presidente é defendida por uma ala do governo, mas ainda encontra resistência interna.

Na outra ponta do embate, os oposicionistas têm acusado a relatora de obstruir as suas demandas. Outra queixa recorrente é de que o colegiado se desviou do objetivo inicial ao se debruçar sobre o esquema de desvios de joias por Bolsonaro e seus aliados. Parte das revelações sobre este caso surgiram como desdobramento de quebras de sigilo aprovadas pela comissão.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse a uma apoiadora que "não pagou nada" pela harmonização dentária que realizou em uma clínica de estética em Goiânia na semana passada. "Foi 0800, tá? Não paguei nada, não", respondeu Bolsonaro, durante um voo de Brasília a São Paulo na manhã desta quarta-feira (23). A cena foi acompanhada pelo Estadão/Broadcast.

No momento em que a aeronave pousou no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, Bolsonaro se levantou para desembarcar, foi aplaudido por alguns apoiadores e ouviu gritos de "melhor presidente do Brasil". Mas também foi questionado sobre as investigações abertas contra ele. "Está fugindo da Polícia Federal?", questionou uma passageira. O ex-presidente, contudo, pareceu não ter ouvido a pergunta.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Internação

Na manhã desta quarta, Bolsonaro foi internado no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, para exames de rotina. O procedimento dentário de Bolsonaro foi realizado na última sexta-feira (18), pelo dentista Rildo Lasmar, que postou nas redes sociais o resultado da harmonização. À revista Veja, o profissional disse que o serviço foi realizado em 28 dentes do ex-presidente. Cada dente, de acordo com ele, custaria R$ 3 mil. No total, o preço do procedimento seria de R$ 84 mil.

Nas redes sociais, aliados do governo Lula criticaram Bolsonaro pelo procedimento estético. "Em meio a denúncias de corrupção e roubo de joias e da autorização da quebra de sigilo bancário do inelegível, ele fez uma harmonização de quase R$ 100 mil. Dinheiro de Pix ou da venda das joias? Tá gastando tudo antes de passar uma temporada na Papuda", escreveu a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS). "Dinheiro de Pix" é uma referência à "vaquinha" em que o ex-presidente arrecadou R$ 17,1 milhões com doações de apoiadores.

Intimação

Nesta terça-feira, 22, a PF intimou Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle e outras seis pessoas a prestarem depoimentos simultâneos no próximo dia 31. O caso tem relação com a venda ilegal de joias que foram omitidas do acervo da Presidência da República após serem dadas como presentes a Bolsonaro por autoridades de outros países.

Tanto Bolsonaro quanto Michelle tiveram os sigilos fiscal e bancário quebrados na investigação da venda ilegal de joias. Na semana passada, a PF deflagrou a Operação Lucas 12:2, que teve como alvo o entorno do ex-presidente.

No dia 31, Bolsonaro prestará também um depoimento na PF sobre o caso dos empresários que defenderam no ano passado, em grupo no WhatsApp, um golpe de Estado caso Luiz Inácio Lula da Silva ganhasse as eleições de outubro. Diálogos recuperados pela PF mostram que um dos empresários, o fundador da Tecnisa, Joseph Nigri, atribuiu a Bolsonaro uma ordem para espalhar fake news.

A Polícia Federal (PF) intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e outras seis pessoas investigadas no caso das joias a prestarem depoimento simultâneo no próximo dia 31 de agosto.

Os investigadores querem ouvir todos ao mesmo tempo para evitar a chance de combinarem versões. Além de Bolsonaro e Michelle, foram intimados: Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, general da reserva do Exército; Fábio Wajngarten, advogado de Bolsonaro e ex-chefe da Secretária de Comunicação da Presidência; Fraderick Wassef, advogado de Bolsonaro; Marcelo Câmara, assessor especial do ex-presidente; e Osmar Crivellati, assessor de Bolsonaro.

##RECOMENDA##

Todos são citados no relatório parcial da investigação enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e usado para justificar as buscas na Operação Lucas 12:2.

Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tiveram os sigilos fiscal e bancário quebrados na investigação. A PF quer saber se há transações suspeitas que liguem o casal à venda ilegal de presentes diplomáticos.

O criminalista Daniel Bialski, contratado para representar Michelle, deixou o caso alegando que os advogados de Bolsonaro vão cuidar da defesa do casal.

Os depoimentos estão previstos no mesmo dia em que o ex-presidente já é esperado na PF para dar explicações sobre conversas golpistas de empresários bolsonaristas. Diálogos recuperados pela Polícia Federal mostram que Joseph Nigri, fundador da Tecnisa, atribui a Bolsonaro uma ordem para espalhar fake news.

Enquanto corriam as investigações da Polícia Federal (PF) sobre um esquema de venda ilegal de joias que foram omitidas do acervo da Presidência da República, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou um procedimento nos seus dentes em uma clínica estética localizada em Goiânia. O procedimento foi feito na última sexta-feira, 18, pelo dentista Rildo Lasmar, que postou o antes e depois da operação em suas redes sociais.

[@#video#@]

##RECOMENDA##

Ao Estadão, a clínica de Lasmar, que fica localizada em uma região nobre da capital goiana, disse que o ex-presidente esteve por lá para fazer um ajuste de lentes de contato que usa em seus dentes. Segundo os profissionais, o procedimento é feito para eliminar incômodos na região bucal, utilizando lâminas de porcelana.

À revista Veja, Lasmar disse que o ex-presidente fez o serviço em 28 dentes e que cada um, em média, custaria R$ 3 mil. O total do gasto com o procedimento seria então de R$ 84 mil. "Bolsonaro, pelo que percebi, ficou muito feliz com o sorriso, saiu satisfeito do consultório. Foi um paciente muito simples, não reclamou de nada", disse o dentista.

Procedimento foi feito após Bolsonaro negar envolvimento no esquema das joias

A visita de Bolsonaro na clínica de Lasmar aconteceu logo após o ex-presidente conceder uma entrevista para o repórter Wesley Galzo, do Estadão, onde negou a sua participação no escândalo da venda ilegal de joias ao exterior. Em uma padaria em Abadiânia, município que fica no trajeto entre Brasília e Goiânia, Bolsonaro negou que tenha mandado o seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, vender um relógio Rolex, recebido por autoridades da Arábia Saudita, no exterior, e disse que ele tinha autonomia para comercializar a peça.

O ex-presidente afirmou também que não recebeu nenhum dinheiro proveniente do esquema. O advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, alega que seu cliente vendeu o relógio Rolex e entregou o dinheiro a Bolsonaro. As tratativas sobre a suposta venda da peça estão presentes nos relatórios da PF que coletou trechos de conversas entre Mauro Cid e Marcelo Câmara, assessor especial da Presidência. Em um áudio, Cid afirmou que iria entregar 25 mil dólares que, possivelmente, pertenciam ao ex-presidente em "cash".

Segundo a PF, Cid e outros aliados de Bolsonaro teriam vendido joias e outros objetos de valor recebidos em viagens oficiais da Presidência da República fora do País. Os itens de luxo deveriam ser incorporadas ao acervo da União, mas foram omitidos do conhecimento dos órgãos públicos, negociados para fins de enriquecimento ilícito e entregues em dinheiro vivo para o ex-chefe do Executivo, conforme os investigadores.

As tentativas de vender as joias só foram paralisadas após o Estadão revelar, em março, que auxiliares de Bolsonaro tentaram entrar ilegalmente no Brasil com um kit composto por colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes entregues pelo governo saudita para o então presidente e Michelle Bolsonaro.

A Polícia Federal (PF) intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a prestar depoimento na investigação sobre conversas golpistas de empresários alinhados ao governo.

O depoimento está previsto para dia 31, mas a defesa do ex-presidente pode pedir o adiamento enquanto reivindica acesso aos autos do inquérito.

##RECOMENDA##

Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou a investigação contra seis empresários, mas prorrogou o inquérito sobre Meyer Joseph Nigri, fundador da Tecnisa, e Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, por mais 60 dias.

Será o quinto depoimento de Bolsonaro à PF em 2023. O ex-presidente já prestou esclarecimentos sobre as joias sauditas, as fraudes em dados de vacinação da covid-19, os atos golpistas do dia 8 de janeiro e o plano de golpe denunciado pelo senador Marcos do Val.

O criminalista Daniel Bialski renunciou à defesa da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no inquérito sobre o suposto esquema de desvio e venda de presentes dados ao ex-presidente Jair Bolsonaro enquanto chefe de Estado. A movimentação se dá para que 'os advogados do ex-presidente possam exercer a defesa de ambos', informou Bialski ao Estadão.

"Informo que de comum acordo com os interesses da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, deixarei de patrocinar sua defesa no Inquérito nº 4.874/DF (Pet.11645), justamente porque os advogados que atualmente representam o Ex-Presidente Jair Bolsonaro poderão e a representarão habilmente, daqui por diante, neste caso", registrou o advogado em nota.

##RECOMENDA##

Bialski havia sido constituído como advogado de Michelle logo após a Polícia Federal pedir ao Supremo Tribunal Federal a quebra dos sigilos bancário e fiscal da ex-primeira-dama no bojo do inquérito da Operação Lucas 12:2. O ministro Alexandre de Moraes já acolheu a solicitação.

O ex-ministro da Secretaria de Governo, general da reserva do Exército Carlos Alberto Santos Cruz, avaliou, em uma entrevista ao portal UOL, que é "muito difícil" que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid tenha vendido as joias destinadas ao acervo da Presidência da República sem o conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo Santos Cruz, Cid não teria omitido e revendido as peças preciosas sem ter ao menos uma "sensação" de que estaria sendo aprovado pelo ex-chefe do Executivo.

"Eu vejo que é muito difícil se imaginar um subordinado tomar determinadas iniciativas sem o conhecimento ou sem a sensação de que está sendo aprovado pelo chefe. Eu acho que ele não sente essa liberdade para tomar certas medidas como a gente está assistindo", disse o ex-ministro.

##RECOMENDA##

Segundo o general Santos Cruz, que foi ministro de Bolsonaro entre janeiro e junho de 2019, o ex-presidente deveria assumir a responsabilidade sobre os crimes cometidos no esquema de revenda de joias entregues por comitivas estrangeiras. "Nessa hora, o chefe tem que assumir a sua responsabilidade e não proteger coisas erradas que os subordinados fizeram, mas ele tem que assumir a parcela dele que é extremamente importante por que ela tem consequências muito fortes em toda a escala hierárquica", disse.

Mauro Cid teria vendido joias no exterior

No último dia 11 de agosto, a Polícia Federal deflagrou a Operação Lucas 12:2, que teve como alvo auxiliares de Bolsonaro. Segundo as investigações, eles teriam vendido joias e outros objetos de valor recebidos em viagens oficiais da Presidência da República fora do País. Os itens de luxo deveriam ser incorporadas ao acervo da União, mas foram omitidos do conhecimento dos órgãos públicos, negociados para fins de enriquecimento ilícito e entregues em dinheiro vivo para o ex-chefe do Executivo, conforme a PF.

Mauro Cid teria vendido, também com o auxílio do pai dele, o general Mauro Lourena Cid, joias no exterior. De acordo com a PF, uma das peças comercializadas pelo ex-ajudante de ordens foi um relógio da marca Rolex, estimado em R$ 300 mil e recebido por Bolsonaro em uma

As tentativas de vender as joias só foram paralisadas após o Estadão revelar, em março, que auxiliares de Bolsonaro tentaram entrar ilegalmente no Brasil com um kit composto por colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes entregues pelo governo saudita para o então presidente e Michelle Bolsonaro.

Advogado de Cid disse que ele iria confessar crime, mas depois recuou

Na quinta-feira, 17, o advogado de Mauro Cid, Cezar Roberto Bitencourt, disse à revista Veja! que Cid iria confessar a sua participação no esquema de venda de joias e declarou que o seu cliente havia agido a mando de Bolsonaro. Menos de 24 horas depois, em mensagens enviadas à reportagem de Estadão, Bitencourt recuou e disse que não iria "dedurar" o ex-presidente e indicou que a confissão, por ora, não iria ocorrer.

Em outra entrevista ao Estadão, neste domingo, 20, Bitencourt afirmou que dará "20, 30 versões" e que "pode dizer o que quiser". Em outra fala, o advogado admitiu que Cid fará de tudo para livrar o pai de uma eventual prisão e condenação, mesmo que isso atinja Bolsonaro. "Vou fazer o trabalho de defesa do meu cliente, se respingar nele [Bolsonaro], não vou deixar de usar", disse.

Bolsonaro disse que Cid tinha autonomia

Em uma entrevista exclusiva concedida ao Estadão na última sexta-feira, 18, Bolsonaro negou que tenha mandado o seu ex-ajudante de ordens vender o relógio Rolex no exterior, e disse que Mauro Cid tinha autonomia para vender ilegalmente a peça. O ex-presidente afirmou também que não recebeu nenhum dinheiro proveniente do esquema.

O advogado de Mauro Cid alega que seu cliente vendeu o relógio Rolex e entregou o dinheiro a Bolsonaro. As tratativas sobre a suposta venda da peça estão presentes nos relatórios da PF que coletou trechos de conversas entre Mauro Cid e Marcelo Câmara, assessor especial da Presidência. Em um áudio, Cid afirmou que iria entregar 25 mil dólares que, possivelmente, pertenciam ao ex-presidente em "cash".

"Tem vinte e cinco mil do´lares com meu pai. Eu estava vendo o que era melhor fazer com esse dinheiro, levar em 'cash' ai´. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente. (...) E ai´ ele poderia levar. Entregaria em ma~os. Mas tambe´m pode depositar na conta (...). Eu acho que quanto menos movimentac¸a~o em conta, melhor, né?", afirma Mauro Cid..

O relógio Rolex do "Kit Ouro Branco", recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante viagem oficial à Arábia Saudita em 2019, foi feito sob encomenda, segundo perito criminal da Polícia Federal (PF) que analisou a peça. O item foi vendido por aliados do ex-presidente em junho do ano passado e, posteriormente, recomprado pelo advogado Frederick Wassef com o objetivo de devolver o objeto ao governo brasileiro, após ordem do Tribunal de Contas da União (TCU).

"Esse relógio (Rolex) é um relógio feito sob encomenda, de uma série especial e tinha um calibre, mecanismo especial, para ele. Nesse caso foi muito fácil a gente identificar o relógio", afirmou o perito criminal federal Wilson Akira Uezu à reportagem do Fantástico, da TV Globo.

##RECOMENDA##

Segundo a reportagem, a perícia da PF afirmou que relógios de alta precisão possuem pedras preciosas no mecanismo interno. Os peritos também identificaram diversas camadas de segurança no Rolex como número de série e símbolos gravados, que comprovam a autenticidade do item. A análise também constatou que a joia possui 184 diamantes na luneta do relógio, além de pedras substituindo os números no mostrador de madrepérola.

Em outubro de 2019, durante viagem oficial a Doha, no Catar, e em Riad, na Arábia Saudita, o então presidente Bolsonaro recebeu um estojo de joias, que incluía um relógio da marca Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes. Em março de 2022, o ex-presidente retirou esse pacote de joias do acervo do Palácio do Planalto. A ação foi relatada em e-mails do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que foram identificado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro.

Posteriormente, uma operação da Polícia Federal descobriu que Cid vendeu um dos itens mais valiosos desse pacote, o relógio Rolex cravejado de diamantes, ainda em junho de 2022, durante uma viagem oficial aos Estados Unidos.

Após decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), aliados do ex-presidente Bolsonaro se movimentaram para localizar os itens. O advogado Frederick Wassef recomprou, nos Estados Unidos, o Rolex na cidade de Willow Grove, na Pensilvânia, onde se encontra na loja da Precision Watches.

Segundo os investigadores, o relógio tinha sido vendido para a empresa Precision Watches. Estima-se que o valor arrecadado com a venda seria de US$ 68.000,00 (correspondente a R$ 346.983,60), segundo um comprovante de depósito identificado nos dados da nuvem de Cid pela PF no mesmo dia que o tenente-coronel esteve na empresa de joias.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando