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A China anunciou nesta sexta-feira (11) que descobriu recentemente um caso de espionagem envolvendo um cidadão do seu país que fornecia informações sigilosas em troca de dinheiro para a Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos.

O Ministério de Segurança do Estado identificou o homem, 52, com seu sobrenome, Zeng.

"Após uma investigação meticulosa, a autoridade de segurança estatal obteve provas das atividades de espionagem de Zeng e, de acordo com a lei, tomou medidas coercitivas contra o mesmo para eliminar os danos de forma oportuna", destacou o ministério em comunicado.

O texto explica que o suposto espião foi enviado para estudar na Itália, onde fez amizade com um agente da CIA, que o convenceu a fornecer "informações sensíveis sobre o Exército" da China em troca de "um grande montante em compensação" e assistência para que ele se mudasse para os Estados Unidos com a família.

Um ex-programador da CIA foi considerado culpado nesta quarta-feira, no tribunal federal de Nova York, pelo vazamento de ferramentas valiosas de hacking da agência de inteligência americana para o Wikileaks, dois anos após o seu julgamento ser anulado.

Joshua Schulte, 33, trabalhava para a unidade de elite de hacking da CIA quando pegou sigilosamente as ferramentas "Vault 7" usadas para invadir computadores e sistemas de tecnologia e, após deixar o emprego, enviou-as para o grupo antisigilo.

O "Vault 7" era uma coleção de malware, vírus, cavalos de Troia e fragmentos maliciosos que, uma vez vazados, estavam disponíveis para serem usados por grupos de inteligência estrangeiros e hackers de todo o mundo. Segundo os promotores, Schulte era um funcionário ressentido, que vazou os 8.761 documentos para prejudicar a agência.

"Schulte estava ciente de que o efeito colateral de sua ação poderia representar uma ameaça extraordinária para esta nação se tornada pública", disse o procurador Damian Williams. O vazamento teve "um efeito devastador em nossa comunidade de inteligência, fornecendo informações cruciais para aqueles que querem nos prejudicar", assinalou.

Schulte era suspeito quando o Wikileaks começou a publicar os segredos, mas, em 2017, foi acusado apenas de ter uma extensa coleção de pornografia infantil em seu computador. Acusações por roubo e transmissão de informações de segurança nacional foram adicionadas posteriormente.

Em 2020, um júri o condenou apenas por acusações menores. Nesta quarta-feira, um novo júri condenou Schulte por oito acusações sob a Lei de Espionagem e uma de obstrução da Justiça. Ele ainda enfrenta um processo separado por pornografia infantil.

O vazamento, que surpreendeu a CIA em março de 2017, foi catalogado como a perda de material classificado mais prejudicial na história da agência de inteligência.

A Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) não vê indícios de que a Rússia esteja se preparando para mobilizar armas nucleares táticas na guerra na Ucrânia, disse neste sábado seu diretor, Bill Burns.

"Não vemos, como comunidade de inteligência, evidências práticas neste momento do planejamento russo para a mobilização, ou mesmo o uso potencial, de armas nucleares táticas", informou Burns em uma conferência organizada pelo "Financial Times".

O presidente russo, Vladimir Putin, "está decidido a seguir em frente com a guerra", ressaltou o diretor da CIA. "Ele está em um estado de ânimo em que não acredita que possa se dar ao luxo de perder, e está convencido, neste momento, de que dobrar os esforços ainda lhe permitirá avançar."

A Rússia colocou suas forças nucleares em alerta máximo logo após invadir a Ucrânia, em 24 de fevereiro. Putin também fez ameaças veladas que insinuam uma vontade do presidente russo de mobilizar armas nucleares táticas.

O chefe do Kremlin alertou para uma retaliação "rápida como um raio" se o Ocidente intervier diretamente no conflito na Ucrânia. Segundo observadores, a TV estatal russa tentou nos últimos dias tornar mais palatável para a opinião pública o uso de armas nucleares.

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) disse em nota nesta quinta-feira, 5, que "não recebe recados de nenhum país, nem os transmite. A declaração é uma reação à informação, divulgada pela agência Reuters, de que William J. Burns, diretor da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), afirmou a integrantes do governo federal que o presidente Jair Bolsonaro deveria parar de lançar suspeitas sobre o sistema eleitoral brasileiro.

Comandado pelo general Augusto Heleno, militar ligado a Bolsonaro, o órgão confirma a agenda com o diretor da CIA, mas diz que os assuntos tratados em reuniões da área de inteligência são sigilosos. "Temos um excelente corpo de diplomatas e adidos para tratar dos interesses nacionais", acrescenta o comunicado.

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A agenda oficial de Bolsonaro informa uma reunião com Burns no dia 1º de julho do ano passado, sem revelar o tema. Também participaram do encontro o então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd C. Chapman; o então diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, além de Augusto Heleno e do ex-ministro Braga Netto, que comandava a Defesa e hoje é assessor especial da Presidência. Ele deixou o cargo em 31 de março para ficar apto a concorrer à Vice-Presidência na chapa de Bolsonaro.

Como revelou a agência Reuters mais cedo, durante viagem oficial ao Brasil no ano passado, o diretor da CIA, segundo fontes, declarou que a integrantes do governo que Bolsonaro não deveria "mexer com as eleições". O presidente brasileiro costuma colocar em dúvidas, sem apresentar provas, a lisura do sistema eleitoral brasileiro e chegou a sugerir uma apuração paralela dos votos controlada pelas Forças Armadas.

A reportagem diz que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, ouviu o recado de Burns em um jantar. Procurado pelo Estadão/Broadcast Político, o general não retornou até a publicação desta reportagem.

O ministro de Relações Exteriores, Carlos França, também foi procurado pela reportagem e disse que não comentaria o tema.

O porta-voz do Departamento de Estado do governo dos Estados Unidos, Ned Price, afirmou nesta quinta-feira, 5, que o Brasil tem um "forte histórico de eleições livres e justas". A declaração de Price foi dada durante entrevista na Casa Branca ao ser questionado a respeito da reportagem da Reuters.

Veja a íntegra da nota do GSI:

"A agenda com o diretor da CIA foi devidamente divulgada. Os assuntos tratados, em reuniões, na área de inteligência, são sigilosos. O GSI não recebe recados de nenhum país do mundo, nem os transmite. Temos um excelente corpo de diplomatas e adidos para tratar dos interesses nacionais."

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, disse nesta sexta-feira (15) que "todo o mundo" deveria estar "preocupado" com o risco de Vladimir Putin usar armas nucleares tácticas por desespero, diante das expressivas perdas militares russas na Ucrânia, como comentou o diretor da CIA.

O titular da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, William Burns, disse na quinta-feira que "não se deve tratar com desdém a ameaça que representa o uso potencial de armas nucleares tácticas" ou "de baixa potência" por parte do presidente russo, caso ele esteja desesperado.

Quando a emissora CNN lhe preguntou se tinha essa mesma preocupação, Zelensky respondeu: "Não apenas eu, acredito que todo o mundo, todos os países devem estar preocupados", e acrescentou que não são apenas os armamentos atômicos que causam preocupação, mas também os "químicos".

"Eles podem usá-los", "para eles, a vida das pessoas não vale nada", insistiu o líder ucraniano na entrevista, que será exibida no domingo, mas que teve um trecho divulgado hoje pela emissora de notícias americana.

"Não nos preocupemos, estejamos preparados", acrescentou Zelensky. "Esta não é uma questão só para a Ucrânia", mas que envolve "todo o mundo", frisou.

No dia 24 de fevereiro, após lançar a invasão da Ucrânia, o Kremlin assinalou que tinha colocado suas forças nucleares de prontidão.

"Na realidade, não vimos nenhum sinal concreto, como movimentações ou medidas militares que possam agravar as nossas preocupações", comentou na quinta-feira o responsável da CIA.

A Rússia dispõe de muitas armas nucleares tácticas, que são menos potentes que a bomba de Hiroshima, com base em sua doutrina de "escalada-desescalada", que consistiria em utilizar primeiro uma arma nuclear de baixa potência para recuperar a vantagem em caso de conflito convencional com os países ocidentais.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta segunda-feira (11) o embaixador William J. Burns como seu escolhido para comandar a Agência de Inteligência Central (CIA, na sigla em inglês). Em nota enviada à imprensa, o democrata cita Rússia e China como desafios a serem enfrentados pelo órgão.

"O Embaixador Burns é um profissional consumado, cheio de integridade, que apresentará os fatos e a independência que nossa segurança nacional exige. Quer sejam ataques cibernéticos vindos de Moscou, o desafio que a China representa ou a ameaça que enfrentamos de terroristas e outros atores não-estatais, ele tem a experiência e a habilidade para direcionar esforços em todo o governo e em todo o mundo para garantir que a CIA esteja posicionada para proteger o povo americano", diz Biden, em nota.

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Burns trabalhou na chancelaria americana por 33 anos e se aposentou em 2014. Entre os postos mais importantes assumidos ao longo da carreira, ele serviu como embaixador dos EUA na Rússia entre 2005 e 2008 e na Jordânia entre 1998 e 2021.

O cubano Antonio Veciana, espião da CIA que dedicou a vida a tentar matar Fidel Castro e desestabilizar o governo comunista da ilha, faleceu em Miami aos 91 anos, informou sua filha nesta sexta-feira (19).

O anticastrista radical, que se atribui ter provocado a onda de pânico que resultou no êxodo chamado "Pedro Pan" nos anos 1960, morreu na quinta-feira em um hospital, após uma longa doença, disse Ana Veciana-Suárez à AFP.

Antonio Veciana publicou em 2017 sua autobiografia em um livro intitulado "Treinado Para Matar: Os Planos da Cia Para Eliminar Castro, Kennedy e Che", coescrito com o jornalista Carlos Harrison.

Ali, ele relata como o agente da CIA David Atlee Phillips (a quem ele conhecia como "Bishop") o recrutou em 1959 e o treinou em Havana para matar Fidel, que morreu de causas naturais em 2016.

Como contador do Banco Nacional de Cuba, Veciana foi treinado para "ser invisível" e planejar ações que comprometessem a popularidade dos revolucionários.

"O trabalho que eu fazia é o que fazem os terroristas. O que acontece é que não o chamavam desta forma", disse Veciana à AFP em uma entrevista concedida há três anos em sua casa, por ocasião do lançamento de suas memórias.

Naquela época, Veciana fez circular o boato de um suposto projeto de lei, segundo o qual o novo governo de Fidel Castro tiraria dos pais o pátrio poder sobre os filhos.

"Então, os pais mandaram cerca de 14.000 pessoas para cá", para Miami, contou. "Muitos se reencontraram depois com seus filhos, mas outros não puderam voltar a vê-los porque morreram ou não puderam sair do país".

Este êxodo entrou para a história como a "Operação Pedro Pan". Entre 1960 e 1962, os pais tiraram seus filhos de Cuba através dos ofícios da Igreja Católica. As crianças desacompanhadas de adultos eram recebidas em acampamentos na Flórida.

Veciana se exilou nos Estados Unidos em 1961, depois um atentado frustrado contra Fidel.

Após ter sido contactado por "Bishop" em Miami, fundou o grupo paramilitar anticastrista "Alpha 66", que nos anos '60 e '70 empreendia ações de comando contra o governo cubano.

Posteriormente, cometeu outros dois atentados frustrados contra Fidel.

Em 1979, abandonou os esforços de eliminar o governante cubano.

Um profeta que desafia o ressurgimento do Estado Islâmico na Síria, um tiroteio no sagrado Monte do Templo de Jerusalém e... possivelmente a vinda do Messias: antes da estreia, uma nova série do Netflix já provoca polêmica.

"Messiah" segue a história de um misterioso líder religioso que emerge no Oriente Médio e é perseguido por todo o planeta pela CIA (a agência de inteligência americana).

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"Sim é provocativo, a série é provocativa", declarou à AFP o criador Michael Petroni. "Mas provocativo não é ofensivo".

"Messiah", que estreia no dia 1 de janeiro na plataforma de streaming, imagina como a sociedade moderna reagiria ao surgimento de uma figura religiosa deste tipo, divulgando sua mensagem rapidamente pelas redes sociais em um mundo afetado pelas "fake news" e ciclos de notícias intermináveis.

As ações transcorrem no Oriente Médio e Estados Unidos. Os personagens, como a obstinada agente da CIA interpretada por Michelle Monaghan, vão do inglês ao hebraico, passando pelo árabe, às vezes na mesma conversa.

E a pergunta se a figura central da série - interpretada pelo ator belga Mehdi Dehbi - é um messias genuíno, um nefasto agente político ou simplesmente um trapaceiro está no coração da trama.

Petroni afirma que o thriller tem como como objetivo provocar um debate e uma perspectiva do "ponto de vista do outro".

"Esperamos muito barulho ao redor do programa e muito debate. Espero que aconteça um debate", insistiu, antes de destacar que a série "não busca ofender nem julgar ninguém"

Uma campanha no site Change.org pede o boicote do programa, descrito como "propaganda maligna e anti-islâmica", embora a série nunca especifique a que religião pertence o enigmático líder, que os demais personagens chamam de "Messias" e "Al-Masih", entre outros nomes.

"Muito cuidadosos"

Petroni admite que a Netflix ficou "nervosa" quando ele apresentou a ideia.

"Era um conceito muito audacioso", destaca. "Você lê o piloto e este cara vai marchar com 2.000 sírios palestinos através da fronteira de Israel".

A proposta também incluía a construção, com um custo considerável, de uma réplica em escala de parte do Monte do Templo - o local mais sagrado do judaísmo -, incluindo o Domo da Rocha, de onde os muçulmanos acreditam que o profeta Maomé subiu ao céu.

Filmar no local sagrado nunca foi uma possibilidade, particularmente pela natureza violenta da cena que aparece no segundo episódio da série.

As cenas do Oriente Médio foram rodadas na Jordânia e nos Estados Unidos, o que representou um desafio adicional.

Outras séries americanas, como "Homeland", enfrentaram barreiras culturais e linguísticas, o que gerou críticas por sua representação da região e dos muçulmanos.

Neste programa, por exemplo, em uma cena filmada em Berlim um comandante do Hezbollah escolta a protagonista por um suposto campo de refugiados sírios, no qual alguém pichou em árabe a frase "'Homeland' é racista".

O primeiro trailer de "Messiah", divulgado no início do mês, foi ridicularizado por espectadores muçulmanos, que destacaram que o nome "Al-Masih" é utilizado na teologia islâmica por Dajjal, um falso profeta comparável ao Anticristo.

Netflix rapidamente respondeu que este "não é o nome do personagem" e que os detalhes da trama permanecem sob embargo.

Petroni, um australiano cujo pai foi criado no Egito, não fala árabe, assim como os diretores, o que exigiu a contratação de uma equipe experiente e confiável de tradutores e professores de dialetos.

"Fomos muito cuidadosos", garantiu Petroni.

O ex-presidente dos EUA George W. Bush (2001-2009) foi informado com antecedência por Vladimir Putin da existência de uma ameaça terrorista contra os EUA, afirma o ex-analista da CIA George S. Beebe.

De acordo com o seu livro "Armadilha Russa: Como Nossa Guerra de Sombra com Rússia Pode se Converter em Catástrofe Nuclear", recentemente publicado, o presidente russo, Vladimir Putin, informou em 2001 o então chefe da Casa Branca sobre o risco de um ataque terrorista dois dias antes dos trágicos atentados contra as torres gêmeas de Nova York e o Pentágono.

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George S. Beebe trabalhou para o Governo do Estados Unidos por quase 25 anos e, durante algum tempo, ocupou o cargo na CIA de diretor de grupo de análises da Rússia, bem como de assessor da Casa Branca para assuntos da Rússia, do então vice-presidente Dick Cheney. Atualmente é vice-presidente do Center for the National Interest, um 'think tank' sediado em Washington.

"Putin tinha telefonado ao presidente Bush dois dias antes dos ataques para advertir que a inteligência russa havia detectado sinais de uma campanha terrorista, algo de longa preparação, proveniente do Afeganistão", escreve Beebe no seu livro.

Mais uma confirmação

Nos arquivos do site oficial do Kremlin há um registro datado a 10 de setembro de 2001, no qual se afirma que Putin e Bush tiveram naquele dia uma conversa telefônica. É indicado que a chamada foi realizada por iniciativa dos EUA e que os líderes abordaram questões relacionadas à preparação de sua reunião bilateral no âmbito da cúpula da APEC, realizada em Xangai em outubro daquele ano.

Em 2016, por ocasião do 15º aniversário do pior ataque terrorista na história dos EUA, a edição Politico entrevistou diversos altos funcionários que tinham acompanhado George W. Bush naquele dia. Por razões de segurança, ele permaneceu a bordo do seu avião presidencial, o Air Force One, nos céus dos EUA.

De acordo com o então chefe de gabinete da Casa Branca, Andy Card, "um dos primeiros pensamentos do presidente [...] foi Vladimir Putin".

"[Putin] era muito importante", disse Gordon Johndroe, o ex-subsecretário de imprensa da Casa Branca. "Todos os sistemas militares foram colocados em alerta nuclear e era necessário avisar Putin que não estávamos preparando um ataque contra a Rússia", explicou.

Segundo ele, Putin "foi excelente", sendo que "disse de imediato que a Rússia, por sua parte, não iria responder e declarar alerta" e que "entendia que tínhamos sido atacados e que necessitávamos de estar em alerta".

Da Sputnik Brasil

Documentos da Agência Central de Inteligência Americana (CIA) mostram que o Brasil quis liderar a Operação Condor e só não conseguiu porque enfrentou resistência dos outros países membros - Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Os serviços de segurança brasileiros resolveram, então, manter-se "na periferia" da organização criada nos anos 1970 para capturar e assassinar opositores políticos exilados.

Os papéis reproduzem até o acordo que formalizou, em 1976, a repressão conjunta na América do Sul. A CIA sabia ainda, "por uma fonte confiável brasileira", de "um acordo entre o Brasil e a Argentina para caçar e eliminar terroristas que tentassem fugir da Argentina para o Brasil". O trato teria sido feito após o golpe de 24 de março de 1976, que pôs no poder, no país vizinho, a junta militar liderada pelo general Jorge Rafael Videla.

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O alcance da participação brasileira na Operação Condor sempre foi motivo de polêmica. Fontes militares afirmam que esse papel era de eventual troca de informações e treinamento, a fim de combater grupos subversivos e opositores políticos que agiam nos países da América do Sul. Eventualmente, admitem ter apoiado militares de países vizinhos em operações no País.

"Esses papéis são muito importantes até porque a política do governo brasileiro (Ernesto Geisel) de então não era tão agressiva quanto às da Argentina e do Chile. A ação do Brasil, porém, nessa área internacional é menos conhecida, pois aqui os arquivos militares nunca foram abertos", disse o historiador Daniel Aarão Reis, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Os documentos americanos dizem que, no entanto, o Brasil chegou a ser membro da operação e não só observador. O jornal O Estado de S. Paulo procurou o Exército e o questionou sobre os papéis da CIA. Eis a resposta: "Não há nos arquivos do Exército brasileiro documentos e registros sigilosos produzidos entre os anos de 1964 a 1985, tendo em vista que foram destruídos, de acordo com as normas existentes à época".

Os documentos da CIA fazem parte do Projeto de Desclassificação Argentina (The Dirty War 1976-1983), do governo americano, e incluem mais de 40 mil páginas. Duas dezenas delas fazem menções ao Brasil e a sua participação na Operação Condor. Datada de julho de 1976, uma das primeiras é um relatório sobre "recentes ataques contra esquerdistas exilados na Argentina".

O texto cita o caso de Edgardo Enríquez, dirigente do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR, na sigla em espanhol) chileno. Ele foi sequestrado em 10 de abril de 1976, em Buenos Aires, com a brasileira Maria Regina Marcondes Pinto, com quem se encontrara. Enríquez preparava a saída do MIR da Argentina após o golpe. Ele e Maria Regina desapareceram. "Ele foi capturado (pelos argentinos) e, provavelmente, entregue e, subsequentemente, executado pelos chilenos", diz a CIA. Em seguida, o documento trata do "acordo" entre militares do Brasil e da Argentina para caçar subversivos.

Acordo

Em 16 de agosto de 1977, a CIA arquivou cópia do acordo assinado pelos órgãos de informações dos países da Operação Condor para montar uma estrutura que cuidaria do assassinato de opositores na Europa, a chamada Operação Teseo.

O documento relata que o centro operacional seria em Buenos Aires. Cada país concordou em fornecer agentes (pelo menos quatro) para as equipes de inteligência, que iriam levantar informações sobre os alvos e localizá-los, e para as equipes de operações, que iriam executá-los. Os países depositariam, cada um, US$ 10 mil (cerca de US$ 45 mil atuais) em um fundo para custear a ação e cada agente receberia US$ 3,5 mil para cada dez dias de operação (US$ 15 mil atuais), além de armas, explosivos e equipamentos. Os alvos seriam apresentados pelos países membros e a prioridade de execução seria decidida por votação.

O governo americano ainda não sabia qual a extensão da participação brasileira. Isso é tratado em documento de 28 de dezembro de 1977. Segundo a CIA, o País concordou em participar da operação na reunião de Santiago (Chile) - entre 31 de maio e 2 de junho de 1976. Mas o Brasil teria assumido uma "postura muito agressiva e tentado usurpar a liderança, uma ação que não caiu bem entre os outros membros". Por isso, diz a CIA, o Brasil decidiu mais tarde ficar "na periferia da organização".

O País, no entanto, manteve a cooperação por meio das Operações Gringo e Caco, do Centro de Informações do Exército (CIE), para vigiar aqui a ação dos grupos de esquerda argentinos Exército Revolucionário do Povo (ERP) e Montoneros. O CIE infiltrou um agente no ERP em São Paulo. O trabalho era coordenado pelo major Ênio Pimentel da Silveira, o Doutor Ney, que morreu em 1986. "Trabalhei nessa operação em companhia dos argentinos", contou o tenente Chico, do Destacamento de Operações de Informações (DOI), do 2.º Exército.

No Rio, atuava o coronel Paulo Malhães, que faleceu em 2015. Em 12 de abril de 1979, a CIA relatou a morte do líder montonero Norberto Habegger. "Habegger foi executado entre novembro e dezembro de 1978 por ordem do chefe da Seção de Contrainteligência do Serviço de Informações do Exército (argentino). Ele estava sob custódia desde que foi sequestrado em julho de 1978 no Brasil e levado secretamente à Argentina." Habegger desembarcara no Rio, vindo do México. Os argentinos contaram com a ajuda do CIE para capturá-lo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A visita de segunda-feira (18) do presidente Jair Bolsonaro à sede da CIA, a agência de inteligência americana, em Langley, é fato raro na diplomacia brasileira e na história de visitas oficiais. Desde a criação da agência, em 1947, 14 presidentes brasileiros visitaram os EUA e destes apenas Bolsonaro esteve publicamente em Langley. A visita não constava da agenda oficial.

Levantamento feito junto a arquivos históricos do Departamento de Estado e da CIA mostram que apenas Juscelino Kubitschek e João Goulart, em 1956 e 1962, participaram de eventos com representantes da agência durante visitas de Estado - ambos em jantares oficiais.

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O anúncio da agenda foi feito pelo filho de Bolsonaro, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), via Twitter. Na rede social, o deputado anunciou: "Indo agora com o PR Jair Bolsonaro e ministros para a CIA, uma das agências de inteligência mais respeitadas do mundo. Será uma excelente oportunidade de conversar sobre temas internacionais da região com técnicos e peritos do mais alto gabarito."

JK esteve nos EUA em 1956, no fim do primeiro mandato do general Dwight Eisenhower. Eleito em outubro, Juscelino se preparava para assumir a Presidência em meio à crise detonada pelo suicídio de Getúlio Vargas e o afastamento de Café Filho.

O presidente chegou aos EUA nos primeiros dias de janeiro, depois de uma escala em Belém. No Rio de Janeiro, deixou para trás críticas da oposição. Ele havia prometido bancar com recursos próprios a viagem, mas acabou recorrendo ao Itamaraty, que pagou US$ 150 mil pela turnê internacional.

JK reuniu-se com Eisenhower na Flórida e depois com o vice-presidente Richard Nixon em Washington. Na pauta, a busca por investimentos estrangeiros no Brasil, pedra angular de seu projeto desenvolvimentista. No auge da Guerra Fria, os americanos, porém, queriam dele compromisso de que combateria o comunismo.

Em sua agenda, JK se encontrou com o então diretor da CIA Allen Dulles, em jantar em Nova York, conforme mostram documentos do arquivo da CIA, e com o diretor de operações, Frank G. Wisner, a quem prometeu colaborar no combate a infiltrações comunistas no governo.

Preocupavam os americanos à época, segundo memorandos do Departamento de Estado, atividades esquerdistas na Sudene, no BNDES e na Petrobrás, criada no governo Vargas. "Posso prometer que faremos tudo para devolver a confiança aos americanos", disse Juscelino. "Os problemas econômicos e políticos que enfrentamos no Brasil são correlatos. Não podemos resolver os primeiros sem cuidar dos últimos."

Seis anos depois foi a vez de o vice de Juscelino, João Goulart, visitar Washington. A tensão política era consideravelmente maior. Com a ascensão de Fidel Castro em Cuba, em 1959, o avanço do comunismo tornou-se uma preocupação prioritária para o governo de John F. Kennedy.

Vice de Jânio Quadros e próximo de lideranças sindicais, Jango era visto com ressalvas, apesar de sua comitiva nos EUA estar composta por políticos de centro, como o então embaixador Roberto Campos e o ministro da Economia Walther Moreira Salles.

Em memorando enviado a JFK, o então diretor da CIA, John McCone, relata a conversa que teve com assessores de Goulart sobre as perspectivas para as eleições daquele ano. Uma das preocupações do governo americano era a expropriação, pelo então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, de empresas americanas.

"Devemos avaliar, na medida do possível, uma apresentação (ao governo brasileiro) das operações de agentes de inteligência soviética e as provas que temos de sua penetração no Brasil", diz o texto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em visita aos Estados Unidos, desde esse domingo (17), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) fará uma visita à Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA). A passagem pelo local acontecerá ainda nesta segunda-feira (18), enquanto o líder está cumprindo agenda em Washington.

O compromisso na CIA não estava previsto na agenda oficial de Bolsonaro, mas foi incluído por uma vontade do presidente. Já nesta terça-feira (19), o brasileiro deve se encontrar com o líder norte-americano Donald Trump.

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Além da visita na CIA, Bolsonaro participará de uma audiência com o ex-secretário do Tesouro dos EUA Henry Paulson, de uma cerimônia de assinatura de atos e de um jantar oferecido pelo Conselho Empresarial Brasil-EUA. O presidente está cumprindo seus compromissos acompanhado de mais sete ministros.

Assim que chegou nos EUA, Bolsonaro participou de um jantar com o embaixador brasileiro Sérgio Amaral. No encontro, o presidente discursou e afirmou que era uma alegria visitar o país norte-americano e que deseja ter um Brasil grande, a exemplo dos planos de Trump para os Estados Unidos.

O ex-agente da CIA Tony Mendez, que planejou uma engenhosa operação de resgate de diplomatas americanos no Irã em 1980 e que inspirou o filme "Argo", morreu no sábado, anunciou sua família.

O ex-espião, de 78 anos, estava há mais de 10 anos lutando contra o mal de Parkinson, indicou sua família em um comunicado divulgado no Twitter por sua agente literária, Christy Flecther.

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Mendez será enterrado no estado de Nevada em uma cerimônia privada, informou. Ele morreu em uma clínica médica de Frederick, em Maryland, perto de Washington, segundo meios de comunicação americanos.

Em 1979, quando revolucionários iranianos fizeram reféns na embaixada americana em Teerã, um grupo de diplomatas conseguiu escapar e se refugiou na embaixada do Canadá.

Tony Mendez, especialista da agência americana de inteligência, criou então uma operação de resgate que consistia em lançar em Hollywood a produção de um falso filme, viajar para o Irã fingindo buscar locações e voltar para os Estados Unidos com os reféns.

Em janeiro de 1980, os seis diplomatas deixaram o Irã sãos e salvos. A história desse resgate inspirou o filme de suspense "Argo", que ganhou o Oscar de melhor filme em 2013.

Interrogadores da CIA buscaram um "soro da verdade" para usar em prisioneiros da Al-Qaeda, além de técnicas de tortura, para obter informações após os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington, revelam documentos publicados na terça-feira.

Desesperados para obter informações sobre possíveis novos ataques por parte de Abu Zubaydah, que teria ajudado a planejar os ataques de 2001, os investigadores recorreram a experiências da agência na década de 50 com drogas que alteram a mente, como o LSD, e também ao programa russo para soros da verdade dos anos 80.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um ex-funcionário do serviço de espionagem cibernética da CIA foi indiciado na segunda-feira (18) por fornecer programas ao WikiLeaks, em um dos maiores vazamentos na agência nos últimos anos.

Joshua Schulte, de 29 anos, foi acusado de fornecer informações não específicas sobre a capacidade da CIA para coletar informações a um grupo identificado como "Organization-1", que a divulgou na internet.

Embora os documentos judiciais não revelem detalhes, documentos anteriores apresentados pelo advogado de Schulte indicavam que a investigação envolvia o vazamento ao WikiLeaks do "Vault 7", uma série de ferramentas de pirataria que inclui malwares, trojans e vírus utilizados pela CIA em suas operações de espionagem.

Em março de 2017 o WikiLeaks começou a divulgar 8.761 documentos do Vault 7, o que provocou embaraço na agência americana e forneceu aos hackers ferramentas iguais às utilizadas pelos espiões da CIA.

"A fonte quer iniciar um debate público sobre a segurança, criação, uso proliferação e controle democrático do armamento cibernético", afirmou na ocasião o WikiLeaks.

A divulgação representou a revelação de um dos maiores segredos da principal agência americana de espionagem

Desde então funcionários americanos afirmam que a divulgação do Vault 7, assim como a difusão de comunicações privadas da então candidata presidencial democrata Hillary Clinton em 2016, mostra que o WikiLeaks atua em favor de serviços estrangeiros de inteligência.

Schulte foi considerado suspeito desde o início da investigação, mas foi discretamente acusado em setembro de 2017 por armazenar pornografia infantil em seu computador.

Na segunda-feira, um júri o indiciou por 13 acusações relacionadas ao roubo e vazamento de informações consideradas secretas e pornografia infantil.

Schulte "traiu sua nação e pura e simplesmente violou os direitos de suas vítimas.", disse William Sweeney Jr, diretor assistente do FBI.

"Como funcionário da CIA, Shulte jurou proteger seu país, mas o colocou em perigo ao transmitir informação confidencial", completou.

Memorando de 11 de fevereiro de 1971, escrito pelo assessor do Conselho Segurança Nacional dos Estados Unidos Arnold Nachmanoff, mostra que o governo americano acreditava que o presidente brasileiro Emílio Garrastazu Médici "devia ter consciência da extensão da violência usada pelas forças de segurança brasileiras". "E, talvez, dado consentimento tácito em vez de enfrentar os elementos da linha dura nas Forças Armadas."

Sobre Médici, o documento dizia ainda que, apesar de sua possível conivência, seu "instintos próprios parecem moderados". "Ele (Médici) teve um papel pessoal em desarmar a polêmica sobre a tortura no último ano. Contudo, o reaparecimento da publicidade em torno da tortura pode danificar sua imagem seriamente", escreveu Nachmanoff.

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O documento do Conselho de Segurança Nacional faz parte dos papéis que a Agência Central de Inteligência (CIA) americana tornou públicos em 2016 e 2017. Ele foi enviado ao então conselheiro de segurança nacional, Henry Kissinger, em razão da visita que Médici faria aos Estados Unidos.

O título era "Relatos de tortura podem complicar a visita de Medici". Trata-se do segundo documento revelado recentemente pelos americanos a ligar presidentes do ciclo militar (1964-1985) a violações dos direitos humanos - na semana passada, outro memorando da CIA fez o mesmo com Ernesto Geisel e João Figueiredo. Médici governou o País de 1969 a 1974.

"Relatos sobre o crescimento do uso de violência e tortura por oficiais brasileiros em sua campanha contra terroristas e subversivos tornaram-se mais frequentes nas semanas recentes após terem diminuído no último verão", começa o papel. Em alguns casos, segue o documento, suspeitos de terrorismo aparentemente foram mortos depois de terem sido submetidos "a torturas extremas para evitar o risco de serem soltos como parte do resgate em um sequestro".

A parte do documento que explicaria essa passagem continua sob sigilo. Fazia pouco menos de um mês que o embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher, sequestrado pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), havia sido libertado em troca do banimento de 70 prisioneiros. Pouco depois de seu sequestro, o guerrilheiro Eduardo Leite, o Bacuri, foi morto pelos órgãos de segurança. Segundo colegas de cárcere, sua morte serviu para impedir que Leite fosse solto com os 70.

O documento cita ainda as denúncias do então cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns, sobre a tortura de padres e freiras, um incidente que "abriu uma confrontação entre a Igreja e o governo". "Esse episódio deve ter uma larga publicidade tanto lá como aqui."

A preocupação de Nachmanoff estava ligada à atuação do senador democrata Frank Church, que conduzia audiências no Senado sobre o Brasil que poderiam "priorizar a questão da tortura". A gestão do presidente Richard Nixon (republicano) tinha de lidar com um Congresso largamente democrata.

A visita de Médici era negociada entre o chanceler Mário Gibson Barbosa e o embaixador americano William Rountree. "Ele (Médici) até agora conseguiu evitar que o problema da tortura afetasse sua imagem pessoal." O relatório estimava, porém, que nova publicidade sobre a tortura, principalmente ligada à ação do Igreja, poderia danificar seriamente sua imagem.

O documento diz que o secretário de Estado, William P. Rogers, "expressara sua preocupação" ao colega Gibson Barbosa. A mensagem privada mostraria os problemas práticos e potencial de embaraço para os dois presidentes em razão do ressurgimento das denúncias. "A mensagem não iria moralizar, mas enfatizar nosso mútuo interesse de proteger Médici e a imagem do governo do Brasil."

Banidos

Em 5 de março de 1971, novo relatório da CIA dava mais detalhes sobre as denúncias. Com o título "Brasil sob Medici", afirmava que as forças de segurança "declararam guerra aos terroristas e estão empenhadas em extirpá-los". "Isso explica o tratamento cruel a qualquer suspeito de ligação com o terrorismo (...) A tortura é largamente usada para obter informações. Em vários casos, espancamentos e torturas têm provocado mortos sob interrogatórios."

Mais adiante, ele diz que as forças de segurança "consideram pessoas que tenham sido banidas para outros países em troca de embaixadores sequestrados como sujeitas à liquidação em caso de retorno". "Ao menos dois tiveram esse destino." O papel não diz a identidade dos mortos.

'Humanista'

Seis páginas com a transcrição da conversa de 22 de outubro de 1974 do secretário de Estado Henry Kissinger com seu staff mostram ele e a burocracia do departamento acuados pelo Congresso americano para que a política externa dos Estados Unidos levasse em consideração o respeito aos direitos humanos. "O que vocês querem que eu faça? Mostrar que eu sou um humanista?", pergunta Kissinger aos auxiliares.

Um deles responde que o democrata Don Fraser promovia audiências na Câmara e pressionava o governo republicano de Gerald Ford pelas relações com Coreia do Sul, Filipinas, Indonésia e Chile. "Todos aliados", diz Kissinger. Para ele, a pressão enfraquecia a posição americana no mundo. "Você acha que a posição apropriada para o Departamento de Estado é ser um reformatório para aliados?", questiona Kissinger.

O Brasil entrou na pressão de Fraser por causa do desaparecimento da professora da USP Ana Rosa Kucinski, de seu marido, Wilson Silva, e do ex-deputado estadual Paulo Stuart Wright. Eles militavam em organizações clandestinas - Wright era cidadão americano. É o que mostra telegrama do Departamento do Estado à embaixada no Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Membros da Comissão Nacional da Verdade defendem a revisão da Lei de Anistia no Supremo Tribunal Federal depois da revelação de que o ex-presidente Ernesto Geisel autorizou diretamente a execução de opositores da ditadura militar (1964-1985), divulgada em documentos da CIA publicados pelo governo americano.

A lei de 1979 voltou à pauta da Corte após a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrar com recurso questionando o perdão concedido aos militares e outros agentes de Estado que praticaram tortura ou outros crimes comuns durante a ditadura.

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"É possível que, com essa nova composição do Supremo, aparentemente muito mais sensível a essas questões relevantes do ponto de vista social, a lei seja reexaminada. Esse fato pode servir justamente para estimular essa resolução desse impasse", disse Pedro Dallari, professor de Direito Internacional da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador da comissão, criada durante o governo Dilma Rousseff e que funcionou entre 2012 e 2014.

Ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso e também integrante da comissão, José Carlos Dias disse esperar que o Supremo analise o caso após as revelações do documento da CIA. "Espero que esses fatos levem o Supremo a rediscutir a questão da anistia", declarou. "Eu acho que é necessário punir os responsáveis."

Após a divulgação do documento pelo governo americano, o engenheiro Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, morto durante a ditadura, enviou nesta sexta-feira, 11, uma carta ao Ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, sobre o memorando da CIA. Ele pede que o governo brasileiro solicite ao governo dos EUA a liberação completa dos registros da CIA. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O pré-candidato do PSL à Presidência da República, deputado federal Jair Bolsonaro (RJ), comparou as autorizações sumárias dadas pelo presidente Ernesto Geisel para executar opositores do regime militar no Brasil a uma espécie de punição usada por pais contra seus filhos. "Quem nunca deu um tapa no bumbum do filho e depois se arrependeu? Acontece", disse o parlamentar à Rádio Super Notícia, de Belo Horizonte, na manhã de sexta-feira, 11.

Documento escrito pelo diretor da CIA em 1974, William Colby, e revelado na quinta, 10, afirma que Geisel, quando assumiu o governo, deu continuidade à política de repressão e execução de presos políticos então praticada por seu antecessor, Emílio Médici. Bolsonaro desmereceu o documento da agência americana de inteligência e defendeu a atuação dos militares à época.

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"Voltaram à carga. Um capitão tá pra chegar lá. É o momento", disse, referindo-se à possibilidade de ele ser eleito presidente da República em outubro. Conforme o deputado, essa informação foi revelada por um historiador e nem havia publicada pela imprensa. "Tem que matar a cobra e mostrar o pau. Até na sua casa, com todo respeito, você vê quando você erra".

Bolsonaro explicou o que acha que ocorreu para que o documento tenha sido produzido. "O que pode ter acontecido com esse agente da CIA? Quantas vezes você não falou no canto? 'Tem que matar mesmo, tem que bater'. Talvez o cara tenha ouvido uma conversa como essa, fez o relatório e mandou. Em seguida, citou matéria publicada na imprensa sobre mortes ocorridas de militantes políticos e militares durante a ditadura. O momento era outro. Ou a gente botava para quebrar, ou o Brasil estava perdido".

O parlamentar comentou ainda sobre o movimento de resistência da época que ficou conhecido como Guerrilha do Araguaia. "Se tivéssemos agido com humanismo ao tratar esse foco de guerrilha, teríamos no coração do Brasil uma Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). E graças aos militares daquela época, não temos", afirmou.

"Esse pessoal que disse que matamos naquele momento, que desapareceu, caso estivesse vivo por um motivo qualquer, estaria preso acompanhando o Lula lá em Curitiba. Essas pessoas não têm qualquer amor à democracia e à liberdade. Eles querem o poder absoluto".

Acordos

Segundo o deputado, que lidera cenários da disputa pelo Palácio do Planalto, ao contrário do que poderia estar ocorrendo com outros pré-candidatos em seu lugar, nenhum partido o chama para conversar. "Se outro deputado, outro político, outro candidato qualquer, tivesse em torno de 20% (nas pesquisas), já imaginou a quantidade de partidos que estaria buscando esse candidato pra fazer acordos para o futuro?".

O deputado disse saber o motivo de não ser procurado. "Porque eu não faço acordo. Do tipo que eles querem, escondidinho. Eu faço aqui. Ao vivo eu faço. Estou há 27 anos na Câmara dos Deputados, conheço quase tudo lá. Os acordos são outros. O repartimento dos cargos públicos nos ministérios, bancos oficiais, estatais que você sabe onde vai chegar. Falência do Estado e corrupção".

Agronegócio

Na entrevista, o parlamentar afirmou ser favorável aos alimentos transgênicos e disse que, se eleito, licenças ambientais para produção no campo serão concedidas em 30 dias. Ele disse ainda que pretende unificar o Ministério da Agricultura com o do Meio Ambiente, para "não ter briga".

Citando Israel, Bolsonaro defendeu a produção de alimentos geneticamente modificados. "Se colocar em prática (transgênicos), aumenta a produtividade e vai ter alimento em abundância. O mundo vai chegar agora em 2024 na casa dos 8 bilhões de habitantes. O mundo cresce em mais de 70 milhões de habitantes por ano. É melhor você comer algo transgênico do que morrer de fome, já que poucos países adotam política de planejamento familiar", disse.

Os líderes de seis grandes agências de inteligência dos EUA advertiram que os cidadãos americanos não devem usar produtos e serviços feitos pelos fabricantes de smartphones chineses Huawei e ZTE. De acordo com um relatório da CNBC, o grupo fez a recomendação em uma reunião nesta terça-feira (13), que incluiu os chefes do FBI, CIA, NSA e o diretor de inteligência nacional.

"Estamos profundamente preocupados com os riscos de permitir que qualquer empresa ou entidade que sejam subordinadas a governos estrangeiros de ganhar posições de poder dentro de nossas redes de telecomunicações", afirmou o diretor do FBI, Chris Wray.

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A comunidade de inteligência dos EUA há muito tem se preocupado com a Huawei, que foi fundada por um ex-engenheiro do Exército de Libertação Popular (ELP) da China e foi descrita pelos políticos norte-americanos como um braço do governo chinês.

Embora a Huawei tenha iniciado a vida como uma empresa de telecomunicações, os smartphones da empresa se mostraram incrivelmente bem-sucedidos nos últimos anos. Em setembro passado, a companhia ultrapassou a Apple como a segunda maior fabricante de telefones inteligentes do mundo, atrás apenas da Samsung.

Mas a empresa nunca conseguiu fazer incursões no lucrativo mercado americano. No mês passado, a Huawei planejava lançar o seu smartphone Mate 10 Pro nos EUA através da operadora AT&T, mas o acordo foi desfeito devido à pressão política.

Os legisladores dos EUA estão atualmente considerando um projeto de lei que proibiria os funcionários do governo de usar telefones da Huawei e da ZTE. Em resposta a esses comentários, um porta-voz da Huawei disse à CNBC que está ciente das atividades governamentais dos EUA.

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou os governos da Colômbia e do México de trabalharem em colaboração com a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, em um plano para derrubar seu governo e justificar uma intervenção em solo venezuelano.

Segundo Maduro, o diretor da CIA, Mike Pompeo, com a conivência do governo americano, "trabalha em colaboração direta com o governo do México e com o governo da Colômbia para derrubar o governo constitucional da Venezuela e intervir no país". Maduro rechaçou as recentes declarações de Pompeo, que afirmou que os EUA têm feito reuniões com a Colômbia e o México para avaliar manobras e aplicá-las a fim de um melhor resultado ser conquistado na Venezuela. Fonte: Associated Press.

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