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O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira (9), que existe uma "guerra ideológica" em torno da discussão sobre o uso da hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes com covid-19. Na quarta-feira, em pronunciamento em rede nacional, Bolsonaro reforçou seu posicionamento a favor do uso do medicamento, que ainda está em estudo.

"Isso é uma guerra ideológica em cima disso, guerra de poder. Se o pessoal me ajudasse um pouquinho, não me atrapalhasse - não estou me refiro a A, B ou C -, o Brasil ia embora", declarou o presidente para um grupo de apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

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O presidente voltou a mencionar o médico cardiologista Roberto Kalil Filho, que admitiu ter usado a droga em seu tratamento contra o novo coronavírus. No pronunciamento de ontem, Bolsonaro já havia elogiado Kalil. Apesar de nos últimos dias ter defendido o medicamento como um tipo de "cura" para o novo coronavírus, o próprio presidente lembrou que a droga não tem eficácia comprovada.

"Tem médico que usa. Tá usando tem quase dois meses. A gente sabe que não está ainda comprovado cientificamente, mas...", disse sem completar a frase.

Bolsonaro citou novamente a suposta administração de água de coco na veia de soldados feridos na Segunda Guerra Mundial para justificar o uso da hidroxicloroquina em pacientes da covid-19.

"Eu contei uma história bacana da guerra no Pacífico. O soldado chegava sem sangue e não tinha transfusão, não tinha outro para doar. Então, o pessoal lá botou água de coco na veia e deu certo. Serviu como soro, imagina se fosse esperar uma comprovação científica, quantos não morreriam? Aqui a mesma coisa", disse.

Na mensagem à população nesta quarta-feira, Bolsonaro mencionou que o País deve receber até este sábado, 11, matéria-prima vinda da Índia para ser usada na produção da hidroxicloroquina. O material que chegará ao Brasil, segundo Bolsonaro, é fruto de uma "conversa direta" dele com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

Hoje em suas redes sociais, o presidente agradeceu o primeiro-ministro indiano e destacou que ele fez "um gesto honroso que poderá ajudar a salvar a vida de muitos brasileiros, e do qual jamais esqueceremos".

Recomendação

A hidroxicloroquina já tem protocolo de uso aprovado pelo Ministério da Saúde para casos graves e moderados de covid-19. O ministro da pasta, Luiz Henrique Mandetta, tem ressaltado, contudo, que se trata de uma substância que ainda não foi devidamente testada, com contraindicações e que deve ser ministrada apenas pelo médico em casos específicos.

Nesta semana, Mandetta afirmou que o ministério acompanha estudos clínicos sobre a eficácia de medicamentos contra o novo coronavírus, entre eles a cloroquina e a hidroxicloroquina. Os primeiros resultados científicos devem ser conhecidos a partir do próximo dia 20.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender nesta quarta-feira, dia 8, o uso da cloroquina no tratamento da covid-19 e sugeriu que pode ser divulgado, nos próximos dias, o resultado parcial de um estudo - que ainda vai recrutar pacientes - sobre a eficácia do medicamento.

"Me parece que talvez amanhã ou depois, o Einstein dê uma parcial das pessoas que estão sendo tratadas lá pela cloroquina", afirmou o mandatário em entrevista ao apresentador de TV José Luiz Datena. Procurado pela reportagem, o Hospital Israelita Albert Einstein informou que coordena uma pesquisa já em andamento sobre o tema, mas que ainda não há previsão de quando ela será concluída.

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A instituição também divulgou nota pública nesta quarta em que explica que o estudo "envolverá cerca de 70 hospitais de todas as regiões do Brasil".

"A coalizão Covid Brasil, composta por várias organizações, entre elas o Hospital Israelita Albert Einstein, o HCor, o Hospital Sírio Libanês, a Rede Brasileira de Pesquisa em UTI (BricNet), o Hospital Moinhos de Vento e a Beneficência Portuguesa de São Paulo, conta com um estudo em andamento cujo objetivo é testar a eficácia da hidroxicloroquina contra a covid-19", diz o texto.

A pesquisa contará com 630 pacientes que apresentam um nível moderado da doença, 440 pacientes graves - que já estão em UTI ou Semi-Intensiva, com indícios de desconforto ou de insuficiência respiratória - e outros 290 pacientes de extrema gravidade.

"O recrutamento de pacientes começa em breve", diz a nota. Perguntada se existe a previsão de entrega de um resultado parcial para o governo nos próximos dias, a assessoria do Einstein não respondeu até a publicação desta reportagem.

Leia a íntegra da nota do Hospital Israelita Albert Einstein:

São Paulo, 08 de abril de 2020 - A coalizão Covid Brasil, composta por várias organizações, entre elas o Hospital Israelita Albert Einstein, o HCor, o Hospital Sírio Libanês, a Rede Brasileira de Pesquisa em UTI (BricNet), o Hospital Moinhos de Vento e a Beneficência Portuguesa de São Paulo, conta com um estudo em andamento cujo objetivo é testar a eficácia da hidroxicloroquina contra a Covid-19.

Coordenado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, o estudo envolverá cerca de 70 hospitais de todas as regiões do Brasil e testará tanto o funcionamento da hidroxicloroquina sozinha quanto a sua associação com a azitromicina na comparação com o tratamento padrão da doença, que é o de suporte hospitalar em pacientes com o nível moderado da doença.

A pesquisa será dividida em três grupos. O primeiro grupo envolverá 630 pacientes e será formado por pacientes com nível moderado da doença, sem sintomas expressivos e graves, mas que se encontram internados em unidades de semi-intensiva e UTI.

O segundo grupo será formado por 440 pacientes graves que já estão em UTI ou Semi-Intensiva, com indícios de desconforto ou de insuficiência respiratória. Nesta população, será testado se dar azitromicina com hidroxicloroquina tem resultado superior ao uso de somente a hidroxicloroquina.

Já no terceiro grupo, formado por 290 pacientes de extrema gravidade e com a Síndrome de Angústia Respiratória Aguda (SARA), será avaliado o uso de corticosteroides (terapia antiinflamatória potente) na redução dos dias de ventilação mecânica e de mortalidade entre esses pacientes.

Os três grupos serão simultâneos e toda a parte preparatória desses projetos, como as aprovações, foram completadas com agilidade. O recrutamento de pacientes começa em breve.

Já em relação à administração da hidroxicloroquina no tratamento a pacientes com o novo coronavírus, o Hospital Israelita Albert Einstein utiliza, para casos graves, a hidroxicloroquina isolada ou em associação com azitromicina.

Pela terceira vez durante a pandemia do coronavírus o presidente da república Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em rede nacional. No novo discurso desta quarta-feira (8), o presidente voltou a defender o uso da hidroxicloroquina e disse que pobres precisam voltar a trabalhar. 

O líder do executivo começou sua fala prestando solidariedade às famílias das vítimas da covid-19: “Ser presidente da república é olhar o todo e não apenas as partes. Gostaria antes de tudo me solidarizar com as famílias que perderam as familiares na guerra que estamos travando”. Bolsonaro ainda aproveitou para falar sobre seus ministros numa semana em que se cogitou a queda de Mandetta: “Todos devem estar sintonizados comigo”, disse. 

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Bolsonaro também comentou as decisões de prefeitos e governadores em relação ao isolamento e isentou o governo federal das ações tomadas por eles: “respeito a autonomia de prefeitos e governadores. Espero que brevemente saíremos juntos mais fortes”, afirmou. “A solução não é a mesma para todos, os mais humildes não podem deixar de se locomover para buscar o seu pão de todo dia”, completou. 

Presente em todos pronunciamentos, a defesa do uso da hidroxicloroquina neste caso foi baseada na declaração do renomado médico cardiologista Roberto Kalil, que usou e defendeu a utilização do fármaco em casos mais graves: “aplicou em dezenas de pacientes, todo estão curados”, disse o presidente.

Por conta disso o presidente garantiu que em conversa com Narendra Modi, primeiro ministro da Índia, adquiriu material necessário para produção de cloroquina no Brasil: “fruto da minha conversa direta com o primeiro ministro da índia receberemos matéria prima para continuar produzindo hidroxicloroquina”, finalizou.

O governo federal divulgou nesta quarta-feira, 7, mensagem que enaltece o uso da cloroquina por pacientes com o novo coronavírus. A publicação, feita nas redes sociais da Secretaria de Comunicação da Presidência, cita "resultados positivos" do medicamento no tratamento da covid-19 e usa uma frase do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

O ministro, no entanto, tem feito ponderações em relação à prescrição da substância. Embora estudos preliminares indiquem resultados satisfatórios para pacientes com o quadro grave, o ministério aguarda pesquisas sobre a eficácia dessa medicação para pacientes com sintomas leves e fora dos grupos de risco.

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"Estudos clínicos realizados ao redor do mundo têm mostrado resultados positivos para o uso da cloroquina contra a Covid-19", diz mensagem. A publicação prossegue dizendo que a pasta liberou o medicamento para pacientes em estado grave ou moderado, mas não reproduz a ressalva sobre infectados com outras características.

Em seguida, uma imagem atribui a seguinte declaração ao ministro: "Nós já liberamos cloroquina e hidroxicloroquina tanto para os pacientes críticos, como para todos os internos em hospitais". O comentário foi feito por Mandetta na entrevista coletiva realizada na tarde de terça-feira, 6.

O ministério já disponibilizou a droga a hospitais e definiu protocolos que só permitem utilizá-la em pessoas internadas em condição grave ou moderada. Na terça, Mandetta disse que médicos interessados em prescrever a medicação deveriam explicar os riscos aos pacientes e assumir a responsabilidade.

Entre as preocupações do ministério ao ampliar o uso da substância é o aparecimento de efeitos colaterais em pessoas que estarão fora da estrutura e do acompanhamento hospitalar.

Na entrevista que concedeu nesta quarta, o ministro voltou a falar do medicamento. "O presidente da República em momento algum fez colocação de imposição. Ele defende que se há chance para esse ou aquele paciente, que a gente possa garantir o medicamento. Mas ele também entende quando a gente coloca que em situações que podem ser complexas precisamos que os conselhos analisem", disse.

O presidente Jair Bolsonaro disse, apesar de reconhecer "não ser médico", que indicaria o uso da hidroxicloroquina - medicamento em fase de testes para o combate ao novo coronavírus - para sua própria mãe, com 93 anos. "Se me ligarem que ela tem sintomas, começará com cloroquina", disse o presidente em entrevista à Rede Bandeirantes.

O presidente comemorou a recomendação do Ministério da Saúde que se fizesse o uso do medicamento e parabenizou o ministro Luiz Henrique Mandetta por ele ter se convencido da utilização do remédio. Ao jornalista José Luiz Datena, Bolsonaro disse: "Há mais de 40 dias que eu tô falando dessa possibilidade". O presidente ainda disse que se acertou com Mandetta após discordâncias sobre as políticas de isolamento social, mas não respondeu à pergunta se cogitou demiti-lo .

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Bolsonaro ainda citou a suposta administração de água de coco na veia de soldados feridos na Segunda Guerra Mundial para justificar o uso da hidroxicloroquina em pacientes da covid-19. "Imagine se tivesse que seguir o protocolo naquela época", disse o presidente.

O presidente ressalvou que a prescrição do medicamento deve ser feita com acompanhamento médico". De acordo com Bolsonaro, o País aguarda a chegada, até sábado, de um carregamento de meia tonelada de insumos da Índia para a produção do remédio.

Até o momento a administração de hidroxicloroquina no combate ao novo coronavírus não alterou a mortalidade entre os pacientes com a Covid-19. O uso da medicação segue não sendo recomendada pelo Ministério da Saúde, diferente o que tem defendido o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 

Ainda não há comprovação da eficácia da cloroquina. Por isso, o ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou em coletiva nesta quarta (8) que os médicos que aplicarem a medicação para tratar casos leves e moderados do novo coronavírus devem se responsabilizar pela decisão e conscientizar os pacientes e seus familiares sobre os riscos.

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"A prescrição é dele, o papel é dele, o carimbo é dele e a farmácia está lá para dispensar (o medicamento) para ele. O que a gente só alerta é que esse medicamento não é inócuo, que não tem problema nenhum", alerta Mandetta. 

Mandetta aponta que também não é indicado o uso da medicação de forma profilática, ou seja, sem os sintomas, como forma de antever o contágio. O ministro alerta que muitas pessoas no país já foram infectadas pelo Covid-19 e não apresentaram os sintomas. Além disso, alguns dos contaminados "vão ficar bem sem nenhum tipo de remédio, tomando chá, ou tomando placebo, farinha, qualquer coisa", pontua.

Na conta do podcast Medicina em Debate, feito apenas por profissionais de saúde, os especialistas apontam que o uso da Cloroquina pode causar arritmia nas pessoas, além de aumentar uma fase chamada de repolarização do coração, o que pode gerar uma indução de arritmia potencialmente fatal.

Confira:

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O Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) voltou atrás e retirou do site as orientações que informavam médicos sobre como prescrever as substâncias hidroxicloroquina e a cloroquina no combate à pandemia. A remoção ocorre três dias após serem publicadas informações sobre dosagem dos medicamentos baseados em relatos anônimos em vez de orientações revisadas por cientistas.

Segundo o Reuters, a orientação havia sido elaborada pelo CDC após o presidente norte-americano Donald Trump recomendar o uso do medicamento para combater o novo coronavírus. Pessoalmente, ele também teria pressionado autoridades reguladoras e de Saúde para ampliar a distribuição dos remédios, mesmo sem respostas conclusivas sobre a eficácia do tratamento.

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"Embora a dosagem e duração ótimas da hidroxicloroquina no tratamento para a COVID-19 sejam desconhecidas, alguns clínicos dos EUA têm reportado", dizia o informativo excluído, sobre as maneiras de prescrever as substâncias.

Especialistas criticaram a falta de embasamento cientifico e o fato das informações se basearem apenas supostos relatos. "Por que o CDC publicaria relatos?", questionou o reitor da Escola de Saúde Pública Instituto Milken da Universidade George Washington, dr. Lynn Goldman. "Isso não faz sentido. Isso é muito incomum", comentou.

A publicação foi retirada e, na ala nomeada "Informações para Clínicos sobre Opções Terapêuticas para Pacientes com a COVID-19”, uma retratação foi divulgada. "Não há medicamentos ou outros terapêuticos aprovados pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) para prevenir ou tratar a COVID-19”.

O órgão acrescentou que "hidroxicloroquina e cloroquina estão sob investigação em testes clínicos" e, em nota, anunciou que teria elaborado as orientações para médicos a pedidos de uma força-tarefa, que havia exigido ação imediata.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta terça-feira, 7, que o órgão acompanha estudos clínicos sobre a eficácia de medicamentos contra o novo coronavírus, entre eles, a cloroquina e a hidroxicloroquina. Os primeiros resultados devem ser conhecidos a partir do próximo dia 20.

Ao todo, 5 mil pacientes com quadros clínicos variados farão parte dos protocolos de pesquisa. Enquanto isso, o ministro recomenda cautela na prescrição do medicamento.

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Mandetta esclareceu que o droga já está disponível nos hospitais para pacientes com quadros moderados e graves. Fora desse grupo, o ministério não recomenda a utilização.

"Já liberamos cloroquina e hidroxicloroquina tanto para os pacientes críticos, aqueles que ficam em CTIs, quanto para qualquer paciente em hospital, o moderado. O medicamento já é entregue, já tem protocolo. Nós estamos analisando para casos anteriores aos leves, que é onde pode haver algum tipo de senão. Isso ainda existe um pouco de dúvida, por conta de efeitos colaterais", disse.

Mandetta afirmou também que pediu ao Conselho Federal de Medicina para que colha observações clínicas dos profissionais sobre administração das substâncias. O ministro frisou que cabe à entidade recomendar ou não os medicamentos.

O ministro frisou que, enquanto isso, o médico pode explicar os riscos da prescrição dos medicamentos e assumir a responsabilidade.

"A prescrição médica no Brasil... a caneta e o CRM (número de registro do profissional) estão na mão dele. Se ele quiser comunicar o paciente que não tem evidência, que poderia usar o medicamento, com tais riscos, e se responsabilizar individualmente, não tem óbice", frisou.

Na segunda-feira, Mandetta afirmou ter sido pressionado por dois médicos a editar um protocolo para administração dos medicamentos, após reunião com o presidente Jair Bolsonaro. Ele se recusou alegando ausência de embasamento científico.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem defendido que a hidroxicloroquina é o remédio indicado para tratar infectados pela Covid-19. O posicionamento, que contraria médicos e agências reguladoras no mundo inteiro, teve a adesão do presidente Jair Bolsonaro. No entanto, uma reportagem do The New York Times levantou a possibilidade de haver interesses econômicos na indicação do mandatário dos EUA. No Brasil, o Metrópoles também descobriu que o fabricante da droga no País é um defensor de Bolsonaro.

“Se a hidroxicloroquina se tornar um tratamento aceito, várias empresas farmacêuticas terão lucro, incluindo acionistas e executivos seniores com conexões com o presidente. O próprio Trump tem um pequeno interesse financeiro pessoal na Sanofi, a farmacêutica francesa que fabrica o Plaquenil, a versão de marca da hidroxicloroquina”, diz a reportagem do NYT.

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Segundo o jornal, um dos maiores acionistas da Sanofi é o empresário Ken Fisher, um dos principais doadores para republicanos, incluindo o presidente dos EUA. Em 2019, ainda de acordo com o NYT, Donald Trump teria dito que suas famílias têm investimentos em um fundo da Dodge & Cox, cuja maior participação era na Sanofi.

Brasil – Uma reportagem do Metrópoles revelou que a empresa farmacêutica que produz a cloroquina no País, a Apsen, tem como dono um grande entusiasta do presidente Bolsonaro. O presidente inclusive mostrou uma embalagem do Reuquinol em reunião do G-20 através de teleconferência. No último dia 26, Renato Spallicci, dono da Apsen, chegou a postar em seu Facebook a notícia da atitude do presidente.

Foto: Marcos Corrêa/PR

Alguns resultados dos testes preliminares feitos com a cloroquina pela Fiocruz e pela Fundação de Medicina Tropical foram divulgados nesta terça-feira (7). De acordo com o estudo, em um grupo de 81 pacientes que usaram o composto, 13% foi a óbito. A taxa se mostrou muito parecida com a de testes em que a medicação não foi utilizada.

Estudos internacionais, inclusive da China - país onde a doença foi identificada pela primeira vez -, mostraram que a taxa de mortalidade de pacientes em iguais condições, e que não usaram a droga, é de 18%. No grupo de pacientes que estavam internados com a covid-19, em estado grave, no Brasil, 11 morreram. 

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 Quem acabou tendo um resultado melhor no combate ao vírus foi o Atazanavir, remédio utilizado no tratamento de pacientes HIV positivo. No caso da cloroquina, os resultados apontam que o remédio não tem feito uma grande diferença no tratamento dos doentes infectados pelo novo coronavírus.

De acordo com a colunista Mônica Bergamo, que conversou com os pesquisadores responsáveis pelo estudo, a pesquisa deve seguir até que os dados sejam conclusivos. Antes de utilizar o remédio no combate à doença é preciso esperar por resultados seguros do estudo.

Para isso acontecer, 440 pacientes, de diferentes hospitais do país, ainda precisam ser testados e o período de observação pode durar dois a três meses. Entre as outras constatações da pesquisa está o fato de que uma dose com 10g de cloroquina se mostrou tóxica para os doentes. Ela teria provocado reações indesejadas, como arritmia e outras complicações graves.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta tem se recusado a endossar o uso generalizado da droga, antes da palavra final dos cientistas. Porém, o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em pacientes com coronavírus tem sido pedido pelo presidente Jair Bolsonaro, antes da conclusão segura de estudos feitos no Brasil e no mundo.

O Ministério de Saúde acredita que a maioria dos brasileiros será exposta ao novo coronavírus nos próximos três meses. Conforme o boletim emitido nessa segunda-feira (6), os grandes centros urbanos sofrerão mais com a infecção, que já matou mais de 550 pessoas no país e contaminou 12.056.

"Nos próximos três meses, a maioria da população do Brasil, principalmente de grandes centros urbanos, será exposta a esse vírus", informa o documento.

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O boletim epidemiológico também destaca que haverá padrões para a proliferação. Na região Sul, por exemplo, o pico está previsto para ocorrer no inverno, entre junho e julho. Enquanto na região Norte, o período foi estipulado entre março e abril. Já nas demais regiões, a detecção de casos se estende ao longo do ano.

Foi apresentada uma proposta de flexibilização do "distanciamento social", que poderá iniciar a partir da próxima segunda-feira (13). As regiões contempladas serão as que casos da doença não tenham comprometido mais da metade da capacidade dos sistemas de saúde. Contudo, o ministério pede que os Estados mantenham o isolamento até que o suprimento de leitos, equipamentos para profissionais da saúde, respiradores e testes laboratoriais estejam disponíveis.

A produção de testes da Covid-19 também sofrerá com a falta de insumos nas próximas duas semanas, em decorrência da falta de insumos. "Não há escala de produção nos principais fornecedores para suprimento de kits laboratoriais para pronta entrega nos próximos 15 dias", destacou.

Uso da cloroquina

A pasta também calcula que os resultados do uso de cloroquina associada à azitromicina só serão obtidos entre duas a três semanas. O documento reforça o "importante potencial" da medicação, mas a garantia da eficácia das substâncias para o uso ampliado aguarda os resultados preliminares, disponibilizados entre 15 e 21 dias.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, resolveu baixar um pouco a expectativa criada em torno da cloroquina, medicação de tratamento de malária que tem sido testada em casos graves de pacientes com covid-19.

Um dia atrás, Mandetta disse que os primeiros testes científicos com uso de cloroquina começam a mostrar resultados positivos e que a "ciência começa a achar o caminho" no combate à doença. Nesta sexta-feira, 03, porém, Mandetta disse que, após uma reunião com médicos especialistas que analisaram um primeiro trabalho científico publicado pelo New England Journal of Medicine, dos Estados Unidos, concluiu que o resultado não é tão promissor.

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"O 'paper' é muito frágil no caso de cloroquina", disse Mandetta, ao se referir ao trabalho científico.

A cloroquina tem sido defendida pelo presidente Jair Bolsonaro como um remédio eficiente para combater a doença. Nesta semana, sem a presença de Mandetta, Bolsonaro se reuniu com um grupo de médicos para sobre o assunto.

Hoje, Mandetta não mencionou a reunião, mas deu seu recado a Bolsonaro e àqueles que estiveram com o presidente. "Estou trabalhando com pouca gente, mas normalmente os 'cabeças brancas' aqueles que têm mais tempo e vivência, não só de sistema, mas de medicina, onde a gente está discutindo algumas possibilidades em tempos de tantas incertezas."

Independentemente disso, Mandetta disse que o Ministério da Saúde vai oferecer aos médicos do País a possibilidade de utilizarem a cloroquina como opção de tratamento não apenas para os casos críticos de pacientes, como tem ocorrido até agora, mas também para aqueles que estão em situação grave.

O polêmico médico francês Didier Raoult publicou um novo estudo sobre um derivado da cloroquina que, segundo ele, confirma a "eficácia" do tratamento contra o novo coronavírus, ao contrário do que afirmam diversos especialistas.

O estudo, divulgado on-line na sexta-feira (27) à noite mas que ainda não foi publicado em nenhuma revista científica, abrange 80 pacientes, 80% deles com uma "evolução favorável". Segue um estudo anterior que incluiu 20 paciente, que gerou críticas pela metodologia utilizada.

"Confirmamos a eficácia da hidroxicloroquina (derivado da cloroquina, um medicamento usado no combate à malária) associada à azitromicina (um antibiótico) no tratamento da COVID-19", anunciaram Raoult, especialista em doenças infecciosas, e sua equipe, na conclusão do novo estudo.

Muitos cientistas, no entanto, consideram que é impossível chegar a uma conclusão destas com base apenas neste estudo, pela maneira como foi realizado.

Os especialistas criticam o fato de a pesquisa não incluir nenhum grupo de controle (pacientes que não recebem o tratamento estudado) e que, por isto, é impossível estabelecer uma comparação para determinar se o tratamento provocou a melhora.

"Não, não é algo enorme, tenho medo", reagiu no Twitter o professor François Balloux, da University College de Londres, em resposta a uma mensagem entusiasmada no Twitter que chamava de "enormes" as conclusões do estudo.

Ele destacou que este é um experimento sem grupo de controle "que acompanha 80 pacientes com sintomas bastante leves. A maioria dos pacientes se recupera da COVID-19 com ou sem tratamento de hidroxicloroquina e azitromicina", completou, na mesma linha que outros cientistas seguiram nas redes sociais.

"Os pacientes não apresentavam efetivamente sinais de gravidade quando foram admitidos. Mas nossa estratégia é, justamente, tratar nesta fase para evitar a evolução até os critérios de gravidade", argumentou à AFP um dos signatários do estudo, Philippe Gautret, médico da equipe de Raoult no hospital universitário Méditerranée Infection de Marselha.

Raoult alegou no Twitter a ausência do grupo de controle explicando que sua equipe propõe o protocolo "a todos os pacientes que não apresentam contraindicações".

"O médico pode e deve refletir como um médico e não como um metodologista", se defendeu em um artigo publicado no jornal Le Monde.

- Debate mundial -

No estudo participaram 80 pacientes, metade deles com menos de 53 anos, que foram seguidos entre 6 e 10 dias no já citado hospital de Marselha. Todos receberam tratamento de hidroxicloroquina e azitromicina.

De acordo com o estudo, 65 pacientes (81%) tiveram "evolução favorável" e saíram do hospital após cinco dias em média, enquanto um paciente de 74 anos permanecia na UTI ao final do estudo e outro, de 86 anos, faleceu.

O estudo afirma que a maioria dos pacientes registrou uma "queda rápida", em menos de uma semana, da carga viral.

Mas esta informação também despertou receio entre os cientistas mais céticos.

Dois estudos chineses mostraram recentemente que "10 dias após o surgimento dos sintomas, 90% das pessoas com uma forma moderada (da doença) têm uma carga viral controlada", explicou à AFP a epidemiologista Dominique Costagliola, diretora de pesquisas do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm) da França).

"Que existam resultados semelhantes com a hidroxicloroquina não significa que a hidroxicloroquina tenha um efeito importante na carga viral", afirmou.

"É muito provável que este novo estudo convença apenas os já convencidos", afirmou a Heidi.News, publicação on-line suíça especializada em ciência, em uma análise crítica do estudo do professor Raoult.

O francês está no centro de um debate mundial sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para combater o coronavírus.

Alguns médicos e alguns governantes pediram o uso generalizado do medicamento, que o presidente americano, Donald Trump, chamou de "presente dos céus".

Mas grande parte da comunidade científica e das organizações de saúde exigem una validação científica rigorosa prévia antes da administração, advertindo para o risco que poderiam correr os pacientes.

Um teste foi iniciado em vários países da Europa, com o nome "Discovery", sobre quatro tratamentos, incluindo a hidroxicloroquina.

Enquanto os resultados não são divulgados, a França autorizou a administração de hidroxicloroquina no hospital única e exclusivamente para casos graves.

O ministro francês da Saúde, Olivier Verán, declarou que baseou a decisão nas "recomendações das sociedades acadêmicas", sete das quais indicaram que os "dados clínicos e biológicos de que dispomos são muito insuficientes para assumir o risco de prescrever o tratamento" em outras condições distintas.

O Ministério da Saúde fez um alerta nesta sexta-feira, 27, sobre o uso do medicamento cloroquina no combate ao novo coronavírus. O remédio sumiu de muitas farmácias desde que o presidente Jair Bolsonaro passou a divulgar informações de que o País estaria no caminho de encontrar uma medicação de combate ao vírus.

O secretário nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, disse que o uso da cloroquina pela população pode, na realidade, ter efeitos nocivos sobre a saúde. "A cloroquina é um medicamento indicado em condições específicas, mas ele tem contraindicações. Pode ser tóxico em médio e longo prazo", afirmou à imprensa ontem.

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"A cloroquina não é um medicamento para evitar a doença. Os estudos ainda estão sendo realizados. Estão seguindo um rito muito mais acelerado que o tradicional", disse o secretário. A medicação, que é usada no combate à malária, vai ser produzida em larga escala e distribuída em hospitais de todo o País para ser testada em pacientes em situação grave. O Ministério da Saúde informou que serão liberadas 3,4 milhões para hospitais. Hoje, há 148 pessoas na UTI, em estado grave, com a covid-19.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo da Itália autorizou o uso de cloroquina e hidroxicloroquina, medicamentos geralmente empregados contra a malária, no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Com isso, o Serviço Sanitário Nacional poderá testar as substâncias em pessoas com Covid-19, doença causada pelo Sars-CoV-2, após estudos preliminares e de curto alcance terem apresentado resultados positivos com a cloroquina. A eficácia dos medicamentos, no entanto, ainda não está comprovada.

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O governo italiano também autorizou o uso de remédios antirretrovirais contra o novo coronavírus. Há relatos de utilização bem-sucedida de lopinavir/ritonavir contra a Covid-19 na Espanha.

A Itália contabiliza 80,5 mil casos de Sars-CoV-2 e 8,1 mil mortes.

Da Ansa

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira (26) que o governo zerou o imposto de importação sobre medicamentos como cloroquina e azitromicina. Em publicação no Twitter, Bolsonaro explicou que a medida visa facilitar o combate ao novo coronavírus e que os medicamentos são para uso exclusivo em hospitais e para pacientes em estado crítico.

“Essa redução também se estende a outros produtos e vai fazer toda a diferença em nossa luta!”, escreveu.

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De acordo com o Ministério da Economia, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) zerou as tarifas de importação de mais 61 produtos farmacêuticos e médico-hospitalares utilizados no enfrentamento da emergência em saúde devido ao novo coronavírus.

Resolução nº 22/2020, com a lista dos produtos, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (26). Entre eles estão álcool etílico, oxigênio e dióxido de carbono medicinais; gaze, água oxigenada, lençóis de papel, luvas, esterilizadores e agulhas; equipamentos de oxigenação e de intubação, aparelhos de respiração artificial, termômetros, instrumentos e aparelhos para diagnóstico.

Na semana passada, o governo já havia zerado a alíquota de importação de 50 produtos médicos e hospitalares e hoje (26) ampliou a medida. A isenção do imposto vale até 30 de setembro.

Hidroxicloroquina

Nessa quarta (25), o Ministério da Saúde anunciou que passará a adotar a hidroxicloroquina, variação da cloroquina, em pacientes internados com a covid-19. Essas substâncias são utilizadas normalmente contra a malária, nos casos de lúpus e artrite reumatoide e foram cercadas de expectativa e rumores depois de notícias de que elas estavam sendo usados, ainda em caráter de pesquisa, no tratamento ao novo coronavírus.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos, Denizar Vianna, destacou que a substância pode ser usada apenas em unidades de saúde. “Não usem medicamento fora do ambiente hospitalar. Não é seguro. Durante o uso pode ter alteração do ritmo do coração e isso tem que ter acompanhamento hospitalar”, enfatizou, durante entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (25).

No Brasil, o produto é fabricado em laboratórios privados, das Forças Armadas e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enquadrou a hidroxicloroquina e a cloroquina como medicamentos de controle especial para evitar que pessoas que não precisam efetivamente desse medicamento provoquem o desabastecimento do mercado.

Já a azitromicina é um antibiótico usado, entre outros, no tratamento de infecções respiratórias.

Insumos

O presidente Jair Bolsonaro também anunciou hoje (26) que foi suspenso, temporariamente, os direitos antidumping para importações de seringas descartáveis e tubos para coleta de sangue. “Assim, poderemos adquirir esses equipamentos essenciais por preços menores e deixá-los acessíveis para a população mais vulnerável”, escreveu em publicação no Twitter.

O dumping é uma prática de concorrência desleal que acontece quando uma empresa vende seus produtos em um outro país por um preço reduzido, a um nível que prejudique as empresas locais. Em vários países, medidas antidumping são tomadas para a proteção de produtores nacionais seja por meio da taxação ou quotas.

De acordo com a Resolução nº 23, também publicada no DOU, estão suspensos até 30 de setembro os direitos antidumping aplicados às importações de seringas descartáveis de uso geral, de plástico, com capacidade de 1 ml, 3 ml, 5 ml, 10 ml ou 20 ml, com ou sem agulhas, originárias da China, e às importações brasileiras de tubos de plástico para coleta de sangue a vácuo, originários da Alemanha, China, Estados Unidos e Reino Unido.

Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantir que a substância cloroquina seria eficaz no combate ao novo coronavírus, um americano morreu ao se automedicar. Mesmo sem dados comprovatórios, o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) replicou o entendimento do líder norte-americano e fez o medicamento ficar escasso nas farmácias brasileiras.

Com o registro de duas mortes na Nigéria devido ao uso indiscriminado do remédio, a nova vítima foi um idoso, de 68 anos, morador do Arizona, nos EUA.  Ele ingeriu a droga junto com a esposa, de 61, que está em condições críticas em uma unidade de saúde, de acordo com a NBC News.

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O casal estava saudável, mas por medo de uma infecção se prendeu à indicação de Trump. “Tínhamos medo de ficar doentes”, contou a mulher à emissora. Cada um misturou uma colher de chá de fosfato de cloroquina com refrigerante. Em vinte minutos, ela começou a vomitar e sentiu dificuldades para respirar.

“Oh, meu Deus. Não tome nada. Não acredite em nada. Não acredite em nada que o Presidente diga e seu pessoal porque eles não sabem do que estão falando. Chame seu médico. É uma dor de cabeça que nunca vou superar”, indicou a idosa. Segundo a reportagem, o medicamento por acarretar problemas de visão e trazer riscos de arritmia cardíaca.

No Brasil - Os pacientes que deviam tomar a medicação, diagnosticados com lúpus e artrite, estão com dificuldades para encontrar a substância nas farmácias. Isso por que, mesmo sem estudos, Jair Bolsonaro fez um vídeo garantindo a eficácia do remédio, além de declarar que o laboratório químico e farmacêutico do Exército iria ampliar a produção da substância.

Em meio à pandemia de coronavírus que já contaminou 904 pessoas e provocou mais de dez mortes no País, o presidente Jair Bolsonaro, aniversariante do dia, dedicou um pedaço da sua tarde à gravação de um vídeo com mensagem para dar esperanças ao tratamento da doença.

O presidente completa hoje 65 anos e passa o dia no Palácio do Planalto com Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e o deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PLS-SP).

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No vídeo postado pelo presidente no Twitter e intitulado "Hospital Albert Einstein e a possível cura dos pacientes com o Covid-19", Jair Bolsonaro informou que o laboratório do Exército vai ampliar a produção de cloroquina.

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Esse medicamento tem apresentado alguns resultados positivos no tratamento de pacientes com coronavírus, de acordo com testes preliminares feitos ao redor do mundo. Esses resultados, porém, ainda não são conclusivos, dizem autoridades da área da saúde.

"Agora há pouco, me reuni com o senhor ministro da Defesa, onde decidimos que o laboratório químico e farmacêutico do Exército deve ampliar imediatamente a produção desse medicamento", afirmou o presidente Jair Bolsonaro, em vídeo publicado há instantes em sua conta no Twitter.

A cloroquina é usada por aqui no tratamento da malária e também para o tratamento de reumatismo, funcionando como um anti-inflamatório. O Hospital Albert Einstein e a operadora Prevent Senior já comunicaram ontem, 20, que conduzirão estudos clínicos para avaliar a eficácia da cloroquina no tratamento da infecção provocada pelo coronavírus.

"Agora há pouco, os profissionais do hospital Alberto Einstein (Sic) me informaram que iniciaram protoloco de pesquisa para avaliar a eficácia da cloroquina nos pacientes com Covid-19", disse Bolsonaro no vídeo.

O presidente também afirmou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), presidida pelo almirante Antônio Barra, vetou a venda de cloroquina para outros países. "Tenhamos fé que em breve ficaremos livres desse vírus", completou Bolsonaro na gravação.

Precipitação? - Na última quinta (19), no entanto, a Anvisa havia soltado uma nota em seu site esclarecendo o provável uso do medicamento citado por Bolsonaro para o combate do coronavírus. Segundo a órgão, “apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da Covid-19”.

Ainda de acordo com a Anvisa, não há recomendação para a utilização da cloroquina em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus. “A automedicação pode representar um grave risco à sua saúde”, completa a nota.

O tuíte provocou algumas reações de internautas. O repórter João Paulo Charleaux, correspondente em Paris, onde a pandemia já está mais avançada, criticou a postagem. “Presidente, eu sofro de uma doença crônica cujo único remédio é a cloroquina. O uso desse medicamento nos casos de coronavírus ainda não tem eficácia comprovada. Ao especular, o sr. desata uma corrida irracional às farmácias e põe em risco a vida dos que hoje dependem deste remédio”, disse.

O deputado David Miranda (PSOL), desafeto da família Bolsonaro, foi na mesma linha. “A cloroquina ainda não é segura. Falando isso você começa um corrida desordenada na busca desse remédio, e pessoas que realmente precisam ficam sem. A vacina, no melhor dos cenários, levará 18 meses. A única saída é o isolamento, e você não disse uma única vez. Seja responsável”, disparou.

Com informações da Agência Estado

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