Tópicos | deficiência auditiva

Ashley Lawrence tem 21 anos, é aluna da Eastern Kentucky University, na cidade de Richmond, nos Estados Unidos e chamou a atenção por um gesto de solidariedade ao perceber a necessidade do próximo. A jovem viu que muitas pessoas estavam fazendo suas próprias máscaras para se protegerem da covid-19, mas que faltava uma opção que ajudasse a população com surdez e dificuldades auditivas a se comunicar através da leitura labial e começou a costurar máscaras transparentes na região da boca. 

"Então, pouco antes da pandemia, máscaras foram feitas e comercializadas para ajudar as pessoas com perda auditiva a terem acesso à boca do médico para leitura labial / leitura de fala. Devido à escassez de máscaras, todos começaram a fazer suas próprias, então pensei: por que não fazê-las para todos? É assim que permanecemos #HealthyatHome", escreveu Ashley na última segunda-feira em uma postagem que não está mais disponível em seu perfil no Facebook

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 A estudante já tem formação em educação para surdos e postou fotos das máscaras que produz, com uma tela transparente na área da boca, permitindo a visualização dos lábios e das expressões da pessoa que fala, detalhe importante na comunicação por meio da língua de sinais dos Estados Unidos. 

O objetivo do projeto, agora, é tornar as máscaras acessíveis a mais pessoas surdas e com outras formas de deficiência auditiva. Para isso, foi criada uma página para arrecadação de fundos para a confecção das máscaras, que são costuradas pela própria Ashley e outros voluntários que decidiram se envolver em seu projeto, chamado DHH Mask.

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Nesta segunda-feira (9), o estudante do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação do Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Marcelo Amorim fez a defesa de sua tese denominada “Acessibilidade de Ambientes Virtuais de Aprendizagem: Uma Abordagem pela Comunicabilidade para Pessoas Surdas”, no auditório do centro. Esta foi a primeira vez na história da instituição que um aluno com deficiência auditiva defendeu um trabalho de doutorado.

Marcelo notou, diante de suas vivências como pessoa com deficiência auditiva, que não só ele, mas também outros alunos com a mesma experiência tinham dificuldades para desenvolver atividades acadêmicas no decorrer de sua formação. Como foi o primeiro aluno surdo a ter acesso aos espaços acadêmicos da pós graduação, Marcelo diz que, em sua caminhada, precisou ultrapassar várias barreiras para que conseguisse aprender em sala de aula e expandir sua linha de pesquisa. “Eu fui o primeiro aluno surdo a ingressar no programa de pós-graduação do Centro de Informática e não foi tão fácil. No começo, faltou acessibilidade e também foi um processo que precisou envolver outras instâncias para que eu pudesse conseguir um intérprete aqui na Universidade. Foi um momento que envolveu vários passos, até que eu pudesse de fato ser um aluno da pós-graduação”, conta, segundo a assessoria da UFPE.

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À época em que Marcelo entrou na Universidade, o Núcleo de Acessibilidade (Nace) da UFPE ainda não existia. Ele diz que, por esse motivo, foi elaborando métodos para resolver tanto a área burocrática do procedimento de apoio e acessibilidade quanto a área social de convivência com alunos e professores.

Marcelo criou o aplicativo ProDeaf junto a um grupo de alunos do CIn, no decorrer de sua formação de mestrado, de 2010 a 2012, que tem como intuito auxiliar a comunicação e acessibilidade dos surdos. “A ProDeaf nasceu da necessidade de romper a barreira de comunicação entre alunos ouvintes e surdos, já que eu também tinha dificuldade de me comunicar com meus colegas em sala de aula, e foi desenvolvido para um projeto em uma disciplina do curso. Porém, a plataforma não se configura como uma ferramenta de tradução automática, já que acaba não seguindo a questão linguística cultural do público-alvo, mas o avatar serviu como um auxílio e deu conta da comunicação”, diz, de acordo com a assessoria da Universidade. Depois, o aplicativo foi vendido para a HandTalk, podendo ser acessado por meio do site da organização.

Marcelo, que também é atualmente professor do curso de Letras Libras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na caminhada de descomplicar sua relação no campo acadêmico, decidiu também criar/produzir para o projeto de formato EAD do CIn, chamado Amadeus, um aperfeiçoamento na interface para estudantes com deficiência auditiva.

Com a EAD para surdos em destaque na sua linha de pesquisa, Marcelo criou no seu trabalho de doutorado a união de três temas: Design Science Research, Educação a Distância e Línga Brasileira de Sinais (Libras).

O trabalho denominado “Acessibilidade de Ambientes Virtuais de Aprendizagem: Uma Abordagem pela Comunicabilidade para Pessoas Surdas” tem o objetivo de averiguar a usabilidade, a acessibilidade e a comunicabilidade destinadas às pessoas surdas usuárias de libras em um formato de ensino, com o intuito de diminuir limitações na inclusão de pessoas surdas no cenário de EaD para orientá-las, pretendendo uma melhor usabilidade, comunicabilidade e acessibilidade do sistema.

Marcelo conta que, à época da produção do mestrado, havia poucas pesquisas que apresentavam usuários surdos no campo virtual e EAD, e que era preciso um atendimento e orientação específicos para esses usuários. Durante seu doutorado foi quando ele pôde desenvolver e mostrar esses dados científicos para corroborar a tese.

“Após meu mestrado, onde realizei uma análise de dados, pude comprovar que as interfaces visuais para surdos seriam mais confortáveis e que esse número daria uma garantia para as próximas interfaces que seriam pensadas nesse público específico. No doutorado, já temos os dados que falam da educação a distância para surdos e agora a ênfase principal é ver quais são os problemas e as limitações que esses ambientes virtuais tem provocado nos usuários das plataformas, e foi o que eu me dediquei a pesquisar ao tentar amenizar essas falhas para que os ambientes melhorem. Desta forma, como produto da minha tese, criei um guia visual bilíngue em línguas de sinais e português”, conta ele.

Marcelo publicou um livro em 2016, que faz parte da sua dissertação de mestrado, acerca da criação de formas de interação para tornar mais eficazes os trabalhos de navegação e a interpretação de ajuda contextual para usuários com deficiência auditiva em programas de gestão de aprendizagem. Marcelo divide a autoria do livro com Fernando Fonseca de Sousa, que foi seu orientador no mestrado e doutorado, e Alex Sandro Gomes, também coorientador dos projetos. O livro pode ser adquirido na loja virtual da Amazon.

Marcelo garante que o CIn foi de extrema importância para sua formação como cientista. “A gente sabe que os Centros universitários têm como perfil alunos com características bem específicas, e apesar disto, posso afirmar que fui muito bem recebido aqui no CIn. Então, creio que meu agradecimento é de extrema importância, já que se refere a um trabalho em conjunto, por isso quero agradecer a todos os professores, ao Centro de Informática como um todo, aos meus colegas e intérpretes e todos que estiveram envolvidos nesse meu longo período na universidade”, disse.

Foto: Hugo Boner/CIn

Com informações da assessoria de imprensa

Pelo quinto ano consecutivo, o Carnaval de São Paulo garante acessibilidade durante os desfiles das escolas de samba. Aos deficientes auditivos, o programa "Samba com as Mãos" disponibiliza vídeos que traduzem, em Língua Brasileira de Sinais (Libras), os 14 sambas-enredos das agremiações do Grupo Especial. Já os deficientes visuais acompanharam a folia por meio da audiodescrição transmitida direto do Sambódromo do Anhembi, pelas redes sociais da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED).

Para detalhar todas as palavras dos sambas-enredo aos deficientes auditivos, um grupo de especialistas em Libras acompanhado por alguns surdos está trabalhando desde janeiro. Como as canções das escolas de samba são repletas de palavras de origem africana ou ditos populares, é necessário um empenho conjunto para total absorção da letra do samba pelos emissores e pela plateia. Na sequência, as traduções foram gravadas em estúdio. A próxima etapa é a apresentação dos vídeos nas quadras das 14 agremiações que desfilarão no Anhembi nos dias 21 e 22 de fevereiro. Durante os desfiles, as imagens estarão disponíveis em telões no Sambódromo.

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Já entre as pessoas com deficiência visual, o Carnaval de São Paulo fez sucesso nos últimos anos. A repercussão foi grande por meio de comentários nas redes sociais pois, com o recurso da autodescrição, cegos do Brasil e de outros países conseguiram acompanhar e interagir com outros participantes da maior festa cultural do país.

A Videoprova em libras do Enem 2017 já está disponível no portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A plataforma é similar à adotada na forma regular do Exame e tem como objetivo facilitar a preparação dos estudantes com deficiência auditiva por meio de resolução das questões de anos anteriores.

Ao ser disponibilizada com uma interface similar à da prova deste ano, o objetivo do Instituto é fazer que a adaptação dos estudantes seja mais eficiente. Antes, os vídeos com enunciados e respostas da prova em libras eram apenas encontrados no Canal do Inep no Youtube.

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Para a edição de 2018, o Inep disponibilizará a Videoprova em Libras, juntamente com o gabarito, na nova plataforma desenvolvida pelo Instituto. A postagem do arquivo se dará simultaneamente a disponibilização do tradicional Cadernos de Questões do Enem. 

Confira a Videoprova de Matemática e suas Tecnologias do Enem 2017: 

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O ministro da Educação, Mendonça Filho, disse hoje (6) que o Ministério da Educação (MEC) busca a ampliar acessibilidade e políticas de afirmação de surdos. Segundo ele, está incluído na proposta da Base Nacional Comum Curricular, a formação adequada de professores, “para que a gente possa ter uma política pública cada vez mais inclusiva, respeitando a condição específica dos surdos ou daqueles que têm deficiência auditiva no nosso país".

Mendonça Filho participou hoje do programa Por Dentro do Governo, produzido pela TV NBR, e comentou o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio deste ano: Desafios para a Formação Educacional de Surdos no Brasil.

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Segundo o ministro, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), no Rio de Janeiro, é quem subsidia as políticas públicas para surdos no âmbito do MEC e apoia a sua implementação pelas esferas subnacionais de governo. “Na ponta, quem tem a responsabilidade direta por essas políticas públicas são os estados e municípios. Cabe ao Ministério da Educação induzir e apoiar politicas nacionais de inclusão geral e específicas”.

Com mais de 160 anos de existência, o Ines produz material pedagógico, fonoaudiológico e de vídeos em língua de sinais, distribuídos para os sistemas de ensino. Além de atender em torno de 600 alunos, da educação infantil ao ensino médio, o instituto também forma profissionais surdos e ouvintes no Curso Bilíngue de Pedagogia.

Para Mendonça Filho, a língua brasileira de sinais (Libras) precisa ser cada vez mais incorporada na política educacional brasileira. Por isso, desde 2013, em parceria com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), o Ines disponibiliza conteúdo audiovisual acessível ao público surdo e aulas de Libras, por meio da TV INES .

Abstenções no Enem

Segundo o ministro da Educação, a abstenção de 30,2% no primeiro dia de provas do Enem seguiu os patamares de anos anteriores. Entretanto, para ele, é preciso reduzir esse número. “Preparamos o exame para 6,7 milhões de inscritos e não tivemos todos eles comparecendo à prova. Isso significa um desperdício. Se alguém tem uma motivação de força maior ou de doença é compreensível, mas outros que se inscrevem e não comparecem por razão mais banal, não é razoável. Estamos aplicando cerca de R$ 90 por prova e isso é dinheiro tirado do contribuinte”.

Ontem (5) foi o primeiro dia do Enem, com provas de redação, linguagens (língua portuguesa e língua estrangeira) e ciências humanas (geografia, história, filosofia, sociologia e conhecimentos gerais). O segundo dia de provas será no próximo domingo (12), com questões de matemática e ciências da natureza.

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Um policial de Oklahoma City, nos Estados Unidos, matou um homem que se recusou a obedecer as ordens dos agentes durante uma operação policial. O incidente aconteceu na noite da última terça-feira (19), mas só foi confirmado pela polícia ontem.

A vítima, identificada como Magdiel Sánchez, sofria de deficiência auditiva e não entendeu as ordens das autoridades. Ele recebeu um disparo de uma arma de choque e um tiro de pistola, e acabou morrendo na porta de casa antes da chegada do atendimento médico. De acordo com a agência Associated Press, a vítima tinha 35 anos e não possuía antecedentes criminais.

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Segundo fontes policiais, dois agentes procuravam pelo pai de Magdiel, que é suspeito em um caso de atropelamento. Ao se dirigirem para casa da vítima, os policiais encontraram Magdiel sentado na varanda com um cano de 60 centímetros na mão e pediram reforços.

Magdel se levantou e caminhou na direção dos policiais, que ordenaram que o homem largasse a peça de cano e deitasse no chão. Como Magdiel não obedeceu as ordens dos policiais, um agente, identificado como tenente Matthew Lindsey, acabou disparando com uma arma de choque, enquanto um segundo policial, o sargento Christopher Barnes, disparou com uma pistola.

De acordo com Lindsey, um vizinho avisou os policiais de que Magdiel era surdo. Os vizinhos também lembram que a vítima não falava e se comunicava apenas por gestos. Outros moradores do bairro alegam que era comum ver Magdiel na varanda de sua casa portando um bastão, que ele usava para afastar cães de rua.

No primeiro depoimento dos policiais, a informação era de que Magdiel carregava um bastão quando foi morto, mas depois a versão foi mudada e os agentes alegam que ele portava um cano.

Os dois policiais que dispararam contra Magdiel foram afastados do cargo e podem responder por homicídio.

A partir deste ano, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá mais um auxílio para candidatos com deficiência auditiva. O novo recurso permitirá que os feras resolvam a prova com apoio de um vídeo, que representa as questões traduzidas para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). O recurso ainda é experimental, e para dar início serão apenas 20 alunos por sala. 

Segundo informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as provas desses participantes são realizadas em salas adaptadas e separadas dos demais candidatos. Os intérpretes esclarecerão dúvidas que não interfiram nas respostas às questões, além de traduzir informações gerais sobre a aplicação transmitidas pelos monitores de sala.

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Tradicionalmente, esses candidatos já podiam optar por outros dois recursos oferecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep): o tradutor-intérprete de libras e a leitura labial. 

Como acontecem as provas

Quem optar pelo tradutor-intérprete terá orientação de um profissional capacitado para dúvidas específicas de compreensão da língua portuguesa escrita, sem fazer a tradução integral da prova. Neste caso, as provas são realizadas em salas com até seis pessoas e com dois tradutores.

Já no recurso de leitura labial, o participante conta com o auxílio de um profissional capacitado em comunicação oral de pessoas com deficiência auditiva ou surdas e preparado para usar técnicas de interpretação e leitura dos movimentos labiais. Esses profissionais também atuam em dupla em salas para até seis participantes.

Atendimento - O Enem também contempla grupos com outros tipos de deficiência, como: autismo, baixa visão, cegueira, deficiência física, deficiência intelectual/mental, déficit de atenção, discalculia, dislexia, surdocegueira e visão monocular. Também há para gestantes, lactantes, idosos, estudantes em classe hospitalar e, a partir de 2017, para outras situações específicas. Há ainda a opção de tratamento pelo nome social para transexuais e travestis. Atualmente são oferecidos os recursos de guia-intérprete, tradutor-intérprete de libras, prova ampliada, prova em braile, prova super ampliada, auxílio para leitura e auxílio para transcrição, entre vários outros mecanismos para promover a acessibilidade.

Inscrições

Para obter esses benefícios os estudantes precisam selecionar na ficha de inscrição qual recurso vai querer.  Segundo o Inep, esses candidatos também deverão anexar o laudo médico que comprove a deficiência auditiva ou surdez. Eles terão o direito de uma hora adicional para realização da prova, que também terá que ser solicitado no ato da inscrição. Até a edição passada, era possível fazer esse pedido durante a prova, o que não será mais aceito. 

As inscrições para o Enem começam nesta segunda-feira (8), a partir das 10h. As provas serão realizadas em dois domingos, 5 e 12 de novembro.

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Nesta segunda-feira (24) é celebrado o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Mais de 9,7 milhões de pessoas no País possuem algum grau de deficiência auditiva. Dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, desse total, cerca de 2,2 milhões têm deficiência auditiva em situação severa; e, entre estes, 344,2 mil são surdos.

Dificuldades

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O sistema de libras é considerado pelas comunidades surdas como sua língua materna, antes mesmo do idioma nativo. Ao contrário do que muita gente pensa, não se trata de uma linguagem composta apenas por gestos e mímicas: apresenta uma série de palavras, sinais e expressões que formam uma estrutura gramatical e semântica própria. É um meio de comunicação e interação social, que abre as portas para oportunidades pessoais e profissionais.

O Dia Nacional da Libras foi instituído principalmente como alerta para as grandes dificuldades em acessibilidade que esses cidadãos enfrentam, da socialização ao mercado de trabalho.

“O mundo ainda é feito para os ouvintes”, lamentou a estudante Janaína Batista, que tem deficiência auditiva. “Para conseguir um emprego, enfrentamos a primeira barreira no currículo em Português, que não é a nossa língua número um. Depois vem a entrevista. Se não houver um intérprete, não conquistamos a vaga. E depois? Como falar com o chefe e colegas?”, ponderou.

Somente em 2002, por meio da Lei nº 10.436, o método passou a ser reconhecido como meio legal de comunicação e expressão. A regulamentação ocorreu em 2005, quando um decreto presidencial incluiu, entre suas determinações, a inserção da Língua Brasileira de Sinais como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior. O decreto prevê ainda que as Libras sejam ensinadas na educação básica e em universidades por docentes com graduação específica de licenciatura plena em letras.

Pioneirismo

O Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) promove fóruns, publicações, seminários, pesquisas e assessorias em todos os estados e no Distrito Federal para formular uma política de ensino às pessoas com deficiência auditiva.

Em sua sede, no Rio de Janeiro, além das aulas para o níveis fundamental e médio, o Ines forma profissionais surdos e ouvintes no curso bilíngue de pedagogia, experiência pioneira na América Latina. Segundo a diretora de políticas de educação especial do MEC, Patrícia Raposo, a modalidade, em breve, vai funcionar também pelo sistema de Ensino a Distância (EAD). “Já vem sendo estudada a criação de 14 polos no País, em localidades que ainda estamos definindo”, afirmou.

Patrícia lembrou que outro grande avanço na área educacional para jovens com dificuldades em ouvir estará em vigor na edição deste ano do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Nas escolas onde houver demanda, vamos instalar equipamentos de vídeo para que as questões sejam transmitidas em libras”.

De acordo com a diretora, já foi feito um teste piloto pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia federal vinculada ao MEC responsável pela aplicação do Enem. A previsão é de que tudo estará pronto até novembro, mês de realização das provas.

Segue até o próximo domingo (24), o festival VerOuvindo  que leva aos cinemas do Museu do Homem do Nordeste e São Luiz, curtas e longas-metragens com recursos de acessibilidade como a audiodescrição e das Libras. Neste sábado (23), o festival homenageia os 20 anos do filme pernambucano Baile Perfumado com uma sessão especial no Cinema São Luiz, seguida do show da cantora Luiza Caspari.

O VerOuvindo possibilita a pessoas surdas e cegas, ou com baixa visão, o acesso ao cinema com a exibição de grandes títulos do cinema nacional. O festival também promove atividades formativas como mesas redondas, estudo de roteiros e debates com diretores, profissionais da acessibilidade e o público. O objetivo é promover o serviço de audiodescrição e Libras no audiovisual além da formação de público com deficiência visual ou auditiva. 

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Além disso, o VerOuvindo também conta com uma Mostra Competitiva sendo o primeiro a premiar profissionais da audiodescrição. A votação, realizada por um júri técnico e também pela platéia, é feita através de uma cédula em Braile e com fonte ampliada. Toda a programação do festival é gratuita e pode ser conferida no site do evento.

Serviço

VerOuvindo

Até próximo domingo (24)

Cinema do Museu do Homem do Nordeste (Av. Dezessete de Agosto, 2187 - Casa Forte)

Cinema São Luiz (R. da Aurora, 175 - Boa Vista)

Gratuito 

 

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Estudantes com deficiência auditiva das redes públicas de ensino contam com novo equipamento para facilitar o aprendizado. Trata-se de um conjunto formado por um pequeno chip emissor, na forma de microfone, usado pelo professor, e um receptor para o aluno. A informação foi divulgada pela página eletrônica do Ministério da Educação (MEC). 

A experiência, inédita na rede pública, tem como objetivo ampliar as ações de apoio a pessoas com deficiência. A iniciativa é da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), do MEC. 

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O projeto-piloto tem a participação inicial de 200 estudantes de 80 escolas das cinco regiões do país, e servirá para monitorar e avaliar os impactos pedagógicos para os estudantes. A expectativa é que a partir de 2013 a educação infantil também seja atendida. 

As instituições de ensino foram selecionadas pelas secretarias estaduais de educação. Cada escola elegeu o professor que irá trabalhar com o equipamento. As unidades contam com salas de recursos multifuncionais implantadas, oferecem atendimento educacional especializado e têm, matriculados nos três anos iniciais do ensino fundamental, estudantes com deficiência auditiva usuários de aparelho de amplificação sonora ou com implante coclear. 

Como funciona

O dispositivo adota o sistema de frequência modulada (FM) para filtrar a voz do professor e eliminar os ruídos da sala de aula, de maneira a potencializar a acessibilidade acústica dos usuários de aparelhos de amplificação sonora e implante coclear (dispositivo eletrônico, parcialmente implantado, para proporcionar sensação auditiva próxima à fisiológica).

Com investimento de R$ 1,5 milhão, a pesquisa sobre a nova tecnologia foi desenvolvida pela Secadi em parceria com o Laboratório de Estudos do Comportamento Humano da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e com a Universidade de São Paulo (USP), campus Bauru. A evolução do processo nas escolas será acompanhada também por especialistas de outras instituições de educação superior. 

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