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As empresas do segmento da obrigatoriedade da lei de acessibilidade nos cinemas do Brasil buscam modelos como a do CineSesc. Além da adaptação física, o público que frequenta a unidade localizada na rua Augusta também conta com o equipamento CineAssista, uma tecnologia fornecida gratuitamente ao público que integra: audiodescrição sincronizada para pessoas com deficiência visual; Libras com tradução simultânea e legendas descritivas, o que permite uma compreensão para pessoas com deficiência auditiva.  

O aparelho com a tecnologia é composto por uma tela sensível ao toque que proporciona imagem e som de alta qualidade, amparado por um suporte móvel e flexível encaixado no braço da poltrona.

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Para quem se comunica por Libras, tem a opção de escolher pela língua de sinais por um intérprete humano ou avatar virtual. Já os espectadores com deficiência visual, podem utilizar o fone conectado ao equipamento. O CineSesc já se destacava pela preocupação com acessibilidade, ao investir em rampas de acesso, piso tátil com sinalização para deficientes visuais, mapa tátil de localização, elevador, cardápio em braile, banheiros adaptados e uma área ampla e plana, adequada para circulação. 

Os ingressos para as sessões podem ser adquiridos na bilheteria ou no site do CineSesc (R$8,00, para quem possui credencial plena; R$12,00, meia entrada; e R$24,00, inteira).   

O Sesc São Paulo tem compromisso com a acessibilidade e amplia a quantidade de recursos para estimular a participação da pessoa com deficiência na programação socioeducativa e cultural. Em 2022, o CineSesc foi eleito o melhor cinema de rua de São Paulo pelo Guia da Folha. A unidade também foi reconhecida pela mesma publicação como o cinema da capital paulista com a melhor acessibilidade.

É importante lembra que, de acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, “as salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa com deficiência”. O Senado havia prorrogado o prazo para que sejam feitas as mudanças obrigatórias nas salas de exibição até 1º de janeiro: tela com tradução em Libras para surdos e fone com audiodescrição para cegos.   

Terminam nesta sexta (10) as inscrições para o curso Formação de Audiodescritores de Artes Visuais. As aulas são gratuitas e serão ministradas por pelos docentes Ernani Nunes Ribeiro e Everson Melquiades, e contará com a consultoria em audiodescrição de José Edson da Silva. O objetivo da formação é preparar profissionais para atuação em museus, galerias e outras instituições culturais.

O público alvo do curso são jovens a partir dos 18 anos com experiência profissional em Artes Visuais e arte/educadores, curadores, gestor de instituições culturais, museólogos, produtores culturais, técnicos das áreas de expografia (montagem, enotécnica, iluminação, sinalização), e demais profissionais de áreas correlatas O propósito da formação é capacitar audiodescritores e, assim, proporcionar a inclusão comunicacional, social e cultural de pessoas com deficiência em espaços de arte. 

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O curso será realizado de 13 a 30 de junho, das 18 às 22h, no prédio da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Derby, e ministrado pelos docentes, Ernani Nunes Ribeiro, que é audiodescritor, doutor em Educação e professor da UFPE; e Everson Melquiades, arte/educador, doutor em Educação e professor da UFPE) e contará com a consultoria em audiodescrição de José Edson da Silva, que é portador de deficiência visual e consultor com experiência e formação na área. As inscrições são gratuitas e termiinam nesta sexta (10). O resultado da seleção será divulgado no dia 12 de junho nas redes sociais da Escolinha de Arte do Recife. 

SERVIÇO:

Curso gratuito de “Formação de Audiodescritores de Artes Visuais”

Link para inscrições: https://forms.gle/PvBDR4JTxKvhr1nF9.

Dias: 13,14,17,20,21,22,27,28,29 e 30 de junho.

Horário: 18h às 22h

Carga horária: 40hs de curso presencial

Informações: (081) 999822910

 

Para celebrar o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência, nesta segunda (21), o canal de filmes eróticos Sexy Hot vai disponibilizar uma produção adaptada a deficientes visuais e auditivos. O filme nacional Sugar Daddy, vai ficar disponível no site do canal, com recursos de audiodescrição, por 24 horas, de forma gratuita. 

A estratégia, além de celebrar a data, visa também a inclusão de todos aos conteúdos do canal. O filme será exibido com áudios e legendas descritivas que possibilitam à pessoas cegas, com baixa visão e surdas um maior entendimento do conteúdo. A produção fica disponível de forma gratuita até às 23h59 desta segunda (21), depois disso, será necessário comprar o conteúdo. 

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O Sexy Hot é o primeiro canal adulto do Brasil, e já é considerado um dos maiores do segmento. A programação é composta por filmes nacionais produtoras mais famosas do pornô. Segundo o colunista Ricardo Feltrin, o objetivo do canal é adaptar todos os filmes do selo Sexy Hot Produções em 2020 para aumentar o alcance de seus produtos entre o público com algum tipo de deficiência auditiva ou visual. 

Uma sessão especial do premiado filme “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, será realizada durante a programação do 21º Festival de Curtas de Pernambuco (FestCine), neste sábado (14), às 17h, no Cinema São Luiz. Esta será a primeira vez que o filme será exibido com os três recursos de acessibilidade comunicacional (Libras - língua brasileira de sinais, LSE - legenda para surdos e ensurdecidos, e audiodescrição), numa parceria com a COM Acessibilidade Comunicacional. A exibição é gratuita e será aberta para todo o público, mas a sessão é sujeita à lotação do cinema.

No censo realizado em 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) constatou que 23,9% da população brasileira apresenta algum tipo de deficiência, o que, em números absolutos, são mais de 45 milhões de brasileiros. Já em Pernambuco, cerca de 2,5 milhões dos residentes apresentam algum tipo de deficiência, o que representa 27,58% da população do estado.

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Produzido com incentivo do Governo de Pernambuco, por meio do Funcultura Audiovisual, “Bacurau” já foi visto por mais de 700 mil pessoas ao redor do mundo. Dentre várias premiações, o longa recentemente foi escolhido pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), como o melhor filme de 2019. Outros títulos importantes foram o Prêmio do Júri, no festival internacional de Cannes (França).

A 21ª edição do Festival de Curtas de Pernambuco acontece até o próximo sábado, no Cinema São Luiz e tem entrada gratuita. Ao todo, 152 trabalhos de várias cidades do estado participaram do processo de inscrição. Este ano, o festival homenageia o cineasta Alexandre Figueirôa e a atriz Conceição Camarotti. Clique aqui e confira a programação completa.

A encenação da Paixão de Cristo, em Nova Jerusalém, localizada no Agreste de Pernambuco, terá serviços que promovem a inclusão social de pessoas com deficiência. Pelo sétimo ano consecutivo, o Governo do Estado vai disponibilizar, nos dias 15 e 17 de abril, o serviço de interpretação de Língua Brasileira de Sinais (Libras) para pessoas com deficiência auditiva, através do Projeto "Paixão Para Todos".

Vans do programa PE Conduz, além da audiodescrição para pessoas com deficiência visual na quarta-feira (17) também serão ofertadas pelo Governo de Pernambuco. Ao todo, seis intérpretes de Libras, divididos entre os dois dias, vão acompanhar as pessoas surdas durante a apresentação. Em cada cena, o grupo será posicionado em um espaço reservado.

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Cinco vans do programa PE Conduz, sendo três partindo do Recife e duas de Caruaru, irão garantir o transporte de cerca de 10 usuários nesta segunda-feira (15).  Na quarta (17), de acordo com o governo, o foco será para o processo de audiodescrição que vai atender 20 pessoas com deficiência visual, através de aparelhos de tradução simultânea, que possibilita informações sobre figurino, cenário e orientações durante todo o espetáculo.

De acordo com a Superintendência Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência (Sead), são esperadas mais de 100 pessoas com deficiência durante os dois dias de oferta dos serviços.

Para o superintendente da SEAD, Edimilson Silva, proporcionar condições de acesso ao grupo em espaços como este ajuda a romper preconceitos. “É importante que as pessoas com deficiência possam e consigam ocupar esses espaços para quebrar estigmas de que só podem ficar em casa, que não são capazes de estar em ambientes como este. As pessoas com deficiência podem participar sim de eventos desse porte, basta apenas garantir condições necessárias”, pontua.

Os interessados pela oferta dos serviços de inclusão social podem solicitar na portaria do Teatro.

Divulgados os filmes selecionados para a Mostra Competitiva de Curtas-Metragens com Audiodescrição da quinta edição do festival VerOuvindo. Ao todo, 21 títulos de oito estados brasileiros vão disputar os prêmios na mostra do único festival do país que premia profissionais de audiodescrição no audiovisual.

O objetivo é fomentar a prática profissional da acessibilidade comunicacional no cinema. Os filmes concorrem a prêmios de até R$ 1.500, nas categorias Ficção, Documentário e Animação, além do Júri Popular e do Prêmio de Melhor Filme para Reflexão do Júri Fepec. O Júri Técnico é composto pelas audiodescritoras Eliana Franco (SP/ALE), Elizabet Dias de Sá (MG), Letícia Schwartz (RS) e Mônica Magnani (RJ).

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Os prêmios são destinados para a equipe da AD, composta por audiodescritor roteirista, consultor e audiodescritor narrador. A quinta edição do VerOuvindo - Festival de Filmes com Acessibilidade Comunicacional do Recife acontece entre os dias 23 a 28 de abril, a Região Metropolitana do Recife. A mostra competitiva ocorre no dia 24 de abril.

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Confira os selecionados.  

A Dama do Estácio, Eduardo Ades, Ficção (RJ)

A Pedra, Iuli Gerbase, Ficção (RS)

Alegria, Antônio Silva Matos, Ficção (SP)

Aluga-se um destino, Helena Prates, Ficção (SP)

Até provar que não, Lucas C.S. Portela, Ficção (BA)

Canal 60 – Os reis da roupa usada, Eloi Pires Ferreira, Ficção (PR)

Carolina, Lilih Curi, Documentário (BA)

Conflitos Calados – Saúde Mental Importa, Isabela Gomes, Natalia Lopes dos Santos e Thays G.P. de Avila, Documentário (SP)

Crack,repensar, Rubens Passaro e Felipe Crepker, Documentário (RS)

Diriti de Bdé Burê, Silvana Beline, Documentário (GO/SP)

Dora, Jean Jacques Erenberg, Ficção (SP)

Grito, Luiz Alberto Cassol, Ficção (RS)

Lições,  de rio e deserto, Ana Lucia Nogueira Borges, Documentário (SP)

Louça suja se lava em casa, Raoni Reis, Ficção (SP)

Móbile Haikai, Lilian Werneck,Ficção (MG)

O Inimigo, Marcos Costa, Ficção (RS)

Plantae, Guilherme Gehr, Animação (RJ/SP)

Poeira, Paulo Tavares, Ficção (RS)

Profanação, Estela Lapponi, Documentário (SP)

Teste Brasil, Antonio Matos,Ficção (SP)

Victor vai ao Cinema, Albert Tenório, Documentário (PE)

A Prefeitura de São Paulo promove peças teatrais, shows e atividades artísticas com Libras e audiodescrição em sete espaços culturais na cidade no mês de agosto. Os eventos são gratuitos.

A programação inclui contos brasileiros para as crianças na Biblioteca Affonso Taunay, localizado na Mooca, no dia 10 às 9h30. As peças terão tradução para Libras.

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Além disso, o Teatro Cacilda Becker apresenta a comédia “A Milionária”, escrita pelo irlandês Bernard Shaw, com tradução para Libras e audiodescrição, no dia 26, às 19h. Para facilitar a chegada ao teatro será disponibilizado um micro-ônibus adaptado, saindo das imediações da Estação Sumaré do metrô, às 18h, retornando ao mesmo local, após o término da apresentação.

A Biblioteca Mario de Andrade, na Consolação, terá a peça teatral “Quarto 19”, no dia 27, às 19h. A entrada é permitida para pessoas a partir dos 16 anos de idade.

Confira a programação completa:

MARINA BASTOS
Data: 10/08 (sexta-feira)
Horário: 09h30
Local: Biblioteca Affonso Taunay - Rua Taquari, 549 - Mooca
Sobre: Marina Bastos conta contos brasileiros no mês do folclore. Embarque nessa viagem pelo folclore brasileiro com: música, objetos lúdicos, cantigas de roda e brincadeiras interativas. Identificando no mapa do Brasil de onde vem cada história, aprenderemos características de cada região.
Serviço: Tradução para Libras.
Observações: Infantil, 50min, gratuito, livre. A distribuição de ingressos inicia 1h antes do evento.

CASA DE CULTURA

CHAPEUZINHO VERMELHO com a Cia Jacarandá 
Data: 12/08
Horário: 16h
Local: Casa de Cultura da Brasilândia
Sobre: A Cia conta a história da mocinha que vai visitar a vovó que está doente e cruza com o lobo mal faminto na floresta que bola um terrível plano para jantá-las.
Serviço: Tradução para Libras
Observações: Contação de história, 60min, gratuito, livre. A distribuição de ingressos inicia 1h antes do evento.

FORRONEJO com Silvano e Arisco
Data: 12/08
Horário: 17h00
Local: Casa de Cultura da Brasilândia
Sobre: A dupla sertaneja apresenta um show que une o melhor de dois mundos, o forró com o sertanejo, para jovens e adultos dançarem ao som da sanfona.
Serviço: Tradução para Libras
Observações: Show, 60min, gratuito, livre. A distribuição de ingressos inicia 1h antes do evento.

TEATRO

A FALECIDA
Data: 19/08 (domingo)
Horário: 19h00
Local: Sala Multiuso do Teatro Arthur Azevedo - Av. Paes de Barros, 955 - Mooca
Sobre: Indicada ao prêmio Aplauso Brasil, a montagem do grupo Gattu para o texto de Nelson Rodrigues conta história de Zulmira, uma mulher fascinada por uma ideia fixa de morte purificadora. “A falecida” é uma obra ousada, emocionante e cheia de humor mordaz.
Serviço: Tradução para Libras
Observações: Teatro adulto, 80 minutos, gratuito, 16 anos. A distribuição de ingressos inicia 1h antes do evento.

A MILIONÁRIA
Data: 26/08 (domingo)
Horário: 19h
Local: Teatro Cacilda Becker - R. Tito, 295 - Lapa
Sobre: A comédia apresenta a personagem Epifânia, herdeira de uma grande fortuna, que se vê apaixonada por um advogado. Escrita pelo irlandês Bernard Shaw, o espetáculo revela o dia a dia de personagens super ricos, seus dramas e seus inusitados conflitos. Após as apresentações, ocorrerá uma sessão de debate com o público.
Serviço: Tradução para Libras e Audiodescrição
Observações: Teatro adulto, 90 minutos, gratuito, 14 anos. A distribuição de ingressos inicia 1h antes do evento.
Com micro-ônibus adaptado saindo próximo a Estação Sumaré às 18:00. Retorno após o término do espetáculo.

CENTRO CULTURAL

O ROUXINOL E O IMPERADOR DA CHINA com Cia do Mar
Data: 23/08 (quinta-feira)
Horário: 15h
Local: Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes - Av. Inácio Monteiro, 6900 – Cidade Tiradentes
Sobre: Espetáculo com manipulação de bonecos que narra a história do imperador chinês que descobre o canto do rouxinol que mora em seus jardins. Ele ordena que o rouxinol cante para toda a corte. A corte e o imperador ficam extasiados com o canto do pássaro.
Serviço: Tradução para Libras
Observações: Contação de história, 60 minutos, gratuito, livre. A distribuição de ingressos inicia 1h antes do evento.

O MONSTRO MONSTRUOSO DA CAVERNA CAVERNOSA
Data: 24/08 (sexta-feira)
Horário: 16h
Local: Centro Cultural da Penha - Largo do Rosário, 20 - Penha de Franca
Sobre: No alto de uma montanha montanhosa, havia uma caverna cavernosa onde morava o Monstro Monstruoso. Mas o Monstro Monstruoso não era qualquer monstro monstruoso... ele tinha seis orelhas, dois narizes, quatro braços e tantos dentes que nem dá para contar sem perder as contas. E como todo bom monstro, ops, bom monstro? E como todo mau monstro, o Monstro Monstruoso era responsável por devorar princesas. Mas, tinha um problema... Ele não gostava de princesas não, o negócio dele era devorar sorvete! Xiii será que a Associação Associada dos Monstros Monstruosos vai ficar sabendo disso?
Serviço: Tradução para Libras
Observações: Contação de história, 60 minutos, gratuito, livre. A distribuição de ingressos inicia 1h antes do evento.

MAIS UM TOM DE PRETO
Data: 24/08 (sexta-feira)
Horário: 20h
Local: Centro Cultural da Penha - Largo do Rosário, 20 - Penha de França
Sobre: O stand-up “Mais um tom de Preto” apresenta a personagem Ingrid Bryan, um grande sucesso no ramo do humor, graças as suas vertentes cômicas e sua flexibilidade de improvisação perante o público. O projeto tem obtido um grande sucesso no palco do Teatro Martins Penna desde 2017.
Serviço: Tradução para Libras
Observações: Comédia, 60min, gratuito, 12 anos. A distribuição de ingressos inicia 1h antes do evento.


BIBLIOTECA MÁRIO DE ANDRADE

QUARTO 19
Data: 27/08 (segunda-feira)
Horário: 19h
Local: Biblioteca Mário de Andrade - R. da Consolação, 94 – Consolação
Sobre: O solo de Amanda Lyra, indicada ao prêmio Shell de melhor atriz, é inspirado no conto “No Quarto Dezenove”, da britânica Doris Lessing. Uma mulher de classe média, casada e mãe de três filhos, fica subitamente deprimida ao perceber que a ida do filho caçula para a escola não lhe dá a liberdade que buscava. Fugindo da sufocante vida do lar, decide então alugar um quarto de hotel no centro da cidade.
Serviço: Tradução para Libras e Audiodescrição
Observações: Teatro adulto, 80min, gratuito, 16 anos. A distribuição de ingressos inicia 1h antes do evento.

No último dia 9 de maio, a banda Devotos fez um show na abertura da exposição A arte é um manifesto - 30 anos de Devotos, no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), no Recife. O que 'chamou atenção' na apresentação, foi a presença de uma tradutora de Libras, que acompanhou e traduziu todo o show para o público com deficiência auditiva presente.

Os recursos que oportunizam pessoas cegas ou com baixa visão, e surdas ou ensurdecidas, a terem acesso a atividades e bens culturais com autonomia e independência têm sido cada vez mais presentes na produção cultural da atualidade. Esse crescimento está ligado não só ao aumento do interesse e conhecimento do próprio público consumidor destes recursos como de produtores e artistas. Porém, ainda é preciso maior atenção e zelo no que diz respeito à inclusão desse público nas atividades culturais e artísticas dos espaços públicos e privados das cidades para que haja uma inclusão, de fato, plena.  

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O show que marcou a abertura da exposição A Arte é um manifesto, do artista plástico Neilton, foi apenas um dos pontos da mostra com acessibilidade. Lá também é possível encontrar recursos de audiodescrição, que descreve as obras expostas, e textos em braile, para pessoas cegas. Já para as pessoas com deficiência auditiva, haverá visitas guiadas com tradutores de Libras nos dias 16 de junho e 7 de julho. Mas, apesar de tais recursos serem ações positivas e de inclusão, a pequena agenda de eventos para aqueles com deficiências denuncia uma das dificuldades com as quais este público ainda precisa lidar.

É o que denuncia o intérprete de Libras e youtuber Carlos di Oliveira: "Existem projetos lindos (de acessibilidade), mas é um dia no cinema. Então, a pessoa com deficiência não tem nem a opção de estar em casa em um domingo e resolver ir ao cinema, ela tem que ir em um dia específico. Isso não é inclusão de verdade".

Carlos é criador e apresentador no canal Janela dos Dias, que discute acessibilidade comunicacional na cultura. Para ele, o acesso à arte, por parte de deficientes, tem aumentado mas ainda é preciso mais: "A gente está só no início. Já houve um avanço grande, se falarmos em 10 anos atrás, até porque acessibilidade é a palavra da moda. Mas está na hora de sair da palavra da moda para se tornar a ação da moda. A necessidade da acessibilidade já está entrando no inconsciente popular, até mesmo dos gestores dos espaços públicos, mas as ações são bem pontuais", analisa.

Em Pernambuco, foi possível sentir um grande avanço na questão da acessibilidade na área do audiovisual, nos últimos anos. Os produtores da área concordam que o Funcultura, fundo de incentivo do Governo do Estado, foi um dos grandes impulsionadores para isso. Desde 2014, o edital atribui pontuação máxima aos projetos que garantem alternativas de acessibilidade. "Isso foi um grande avanço. Todos produtores tiveram que começar a incluir isso nos projetos, mas muitos não fazem ainda", diz Liliana Tavares, psicóloga, doutoranda em Comunicação com ênfase em audiodescrição no cinema, audiodescritora e realizadora do VerOuvindo: Festival de Filmes com Acessibilidade Comunicacional do Recife.

Liliana coloca que uma parcela de produtores do audiovisual não se preocupa com recursos de acessibilidade, como audiodescrição, janela de libras e legendagem, por acreditar que são produtos que encarecem o projeto e, também, que o público a que se destina não vai aos cinemas. "Isso é um mito, uma falta de conhecimento. Existe um público grande que quer frequentar esses espaços e precisa ser convidado. Hoje em dia a gente já vê muito mais pessoas com deficiência visual ou auditiva frequentando teatro, cinema e exposições". Sobre os custos, ela também diz ser uma inverdade: "Muitos reclamam que a acessibilidade é cara e isso também é infundado. A acessibilidade é o valor de qualquer outro produto, muito mais barato do que a maioria das coisas do audiovisual".

Em sua experiência com o festival VerOuvindo, Liliana viu crescer o interesse das pessoas e, também, profissionais por esses recursos. Realizada desde 2014, a mostra de filmes, segundo ela, se propõe a formar público, inclusive com as atividades itinerantes - que já passaram por várias cidades brasileiras -, além de se preocupar com a capacitação de trabalhadores para atuar no segmento, com oficinas e debates: "Isso faz com que o público fique fortalecido e que mais pessoas se interessem pelos recursos"

O objetivo é fomentar o mercado da audiodescrição e discutir como fazer melhor esse trabalho. "Nesse momento atual do mercado existem muitos aventureiros que fazem dublagem por exemplo, que acham que fazer audiodescrição é só falar as coisas que estão vendo. Mas existe uma técnica de leitura de imagem, de organização e tradução das frases. É preciso passar por uma formação. Os produtores também precisam saber isso. Não adianta você fazer um filme lindo e uma péssima audiodescrição, vai destruir seu filme", explica Liliana.  

Inclusão plena

Para sensibilizar os produtores do audiovisual foi criada, há 14 anos, a campanha Legenda para quem não ouve, mas se emociona. A proposta é conscientizar as pessoas sobre o direito dos não ouvintes à acessibilidade comunicacional no mundo das artes. O criador da campanha, Marcelo Pedrosa, esteve na abertura da 22ª edição do Festival Cine Pe, no último mês de maio, para falar um pouco dessa luta. "A gente pensa a acessibilidade como custo, mas a gente precisa entender que se trata de investimento público".

Coincidentemente, foi durante o Cine PE do ano de 2004 que a campanha teve início. De lá para cá, houve algumas vitórias, como a do Funcultura, e o próprio festival, que hoje conta com legendagem eletrônica e tradutores de Libras durante as cerimônias de abertura, encerramento e homenagens. Passos para que haja, de fato, inclusão social e para que estes recursos deixem de 'chamar atenção', como dito no início desta matéria, e passem a ser tidos como comuns para todos, sobretudo para quem mais precisa.

*Fotos: Reprodução/Facebook

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O cinema é uma arte essencialmente visual e que recorre muito aos recursos sonoros para tornar a experiência mais completa. Para desfrutar desse conteúdo audiovisual, como o próprio nome já sugere, é importante absorver suas imagens e prestar bem atenção no que é dito pelos personagens e nos sons ao redor. Porém, como é possível fazer isso se não se pode ver ou ouvir com clareza?

“Através da audiodescrição incluída nos filmes, a imagem pode ser transformada em palavras, e você passa a ‘enxergar’ através delas”, responde Leonard Sousa, consultor de audiodescrição da empresa Entrelinhas e portador de deficiência visual. Além desse método, há também a legenda descritiva e o uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras), que, neste caso, permitem que o som seja ‘ouvido’ através da palavra escrita ou por meio de gestos.

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“Muitos tendem a ver limitação nessas pessoas pela deficiência que elas têm, mas na verdade a limitação está na sociedade que não produz os recursos que elas precisam. A partir do momento que passam a ter acesso a isso, elas conseguem interagir com todo mundo em pé de igualdade. Isso não é um favor. É uma questão de empatia, de entender que só precisam de um recurso a mais”, pontua Priscila Xavier, idealizadora do Entrelinhas, empresa que trabalha com a adaptação do conteúdo audiovisual para pessoas com necessidades especiais.

Liliana Tavares, organizadora do VerOuvindo, um festival dedicado à exibição e premiação do audiovisual com recursos de acessibilidade, ressalta a relevância de tornar o cinema acessível. “É importante primeiramente para abrir as portas dessa arte e da convivência entre pessoas com deficiência e sem. O cinema conta parte da nossa cultura, fala da nossa história. É uma maneira de conhecer o mundo e fazer com que as pessoas se aproximem de uma linguagem artística, de uma forma diferente de conhecer a vida e aprender conteúdos”, afirmou, em entrevista ao LeiaJá.

Adaptação obrigatória

Numa tentativa de diminuir as barreiras enfrentadas pelos 3,4% dos brasileiros que apresentam problemas severos de visão ou audição, segundo o senso de 2010 do IBGE, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) passou a exigir que as produções financiadas com dinheiro público contem com recursos de acessibilidade e que os cinemas distribuam essas produções e adaptem suas salas. A nova lei sobre a adequação desses locais foi aprovada em 2016 e vem entrando em vigor aos poucos, dando um período para adaptação das empresas. A partir do dia 16 de novembro de 2017, entre 30% e 50% das salas de exibição deverão estar aptas para receber pessoas com deficiência. Já em 16 de setembro de 2018 será exigido que 100% do parque exibidor comercial disponibilize seu conteúdo audiovisual de maneira adaptada, a fim de tornar o material hábil para ser consumido pelo público que depende desses recursos.

No entanto, há algumas dificuldades no cumprimento dessa determinação. “Eu acho mais do que natural essas exigências, os produtores é que não veem isso com bons olhos, pois o valor do orçamento cai nas costas deles”, comenta Liliana Tavares. “Tudo que vem por força da lei geralmente não é bem-vindo, e por isso existe um trabalho nosso de sensibilização dos produtores, para que eles entendam que estão construindo um novo público e que as acessibilidades precisam ser feitas com qualidade, a mesma qualidade com a qual eles fazem o filme”, completa.

Reprodução/Instagram/Entrelinhas

Além desse obstáculo, a organizadora do VerOuvindo destaca que há um impasse quanto à qualificação dos profissionais de audiodescrição, Libras e legenda descritiva: “Tem muita gente que fala Libras mas não é intérprete, nem entende de arte. Não é qualquer pessoa que pode fazer as adaptações, precisa entender o produto e ser sensível a ele. É importante trabalhar com a estética do filme, sempre trabalhamos com consultores com deficiência visual e auditiva para que se tenha qualidade”.

Explicando sobre o seu trabalho na audiodescrição, Priscila Xavier conta que o prazo ideal para adaptar um filme de uma hora seria de no mínimo uma semana, pois é necessário assistir ao material, para depois fazer um primeiro roteiro, escrevendo todas as cenas que são importantes e acrescentando a descrição entre os intervalos de fala dos personagens, para não atrapalhar o diálogo. Após essa etapa, o roteiro é enviado a uma pessoa cega ou com baixa visão que também tem formação nessa área, para que ela avalie o entendimento do filme.

É nesse ponto que Leonard Sousa entra. “Eu analiso esse roteiro, sentença por sentença, pra tentar entender se o usuário consegue visualizar o que está acontecendo na cena. Às vezes a descrição não está muito clara. Pra quem enxerga pode estar ótimo, mas nem sempre a escolha de palavras é a mais adequada para quem não pode ver. Depois disso devolvemos o roteiro revisado e discutimos a alteração feita para chegar a um consenso, e então, finalmente, o roteiro segue para a locução”, detalha o consultor.

Acessibilidade Inclusiva

Roberto Cabral tem a mesma função de Leonard, porém, diferente dele, nem sempre teve problemas de visão. A perda da capacidade de enxergar veio ao longo da vida, e fez com que a experiência de assistir um filme pela primeira vez com audiodescrição fosse, inicialmente, um desafio interessante. “Eu estava acostumado a ver filmes com imagem, e depois tive que me adaptar à questão de visualizar as cenas através dos ouvidos”, relata.

Como alguém que já transitou entre os dois universos de consumidores da sétima arte – os com deficiência e os sem –, ele ressalta a importância de não fazer uma separação entre as salas que contêm com acessibilidade e as que não contêm. “É importante criar um ambiente onde todos possam ver o mesmo filme ao mesmo tempo e rir juntos da mesma cena ou chorar juntos com o mesmo momento triste. Do contrário, essa acessibilidade será exclusiva, e não inclusiva”, diz Roberto.

Reprodução/Facebook/VerOuvindo

Quanto a uma maneira de tornar o conteúdo audiovisual mais inclusivo sem que isso atrapalhe aqueles que não precisam de recursos extras para consumi-los, Liliane Tavares explica: “A audiodescrição precisa ser ouvida sem que o público em geral sofra com isso, e isso já é possível através de fones de ouvido ou aplicativos. Quanto às legenda ou Libras, ainda há muita controvérsia, pois ainda não há uma maneira ideal de exibi-la sem incomodar o público em geral e o surdo”, conta.

Ela ressalta que há aplicativos que cumprem essa função, mas que são pouco cômodos tanto para os usuários como para o restante das pessoas em uma sala de cinema, pois a luz dos aparelhos eletrônicos tende a incomodar, além de ser trabalhoso para o surdo, que precisaria se concentrar em duas telas diferentes. “Existe apenas uma forma, que seriam óculos de realidade virtual, como os da Epson, por exemplo. No VerOuvindo fizemos uma sessão experimental utilizando esses óculos e com o aplicativo, e eles preferiram os óculos, foi super aprovado. “Nosso grande medo é que as salas se equipem com tablets ou celulares, por serem mais baratos. Isso seria muito ruim para todos”, conclui.

 

O Communicare é um portal de visibilidade da audiodescrição e de acessibilidade audiovisual, em Belém do Pará, que tem uma equipe multiprofissional. O grupo se reúne às quintas-feiras, na seção Braille da Biblioteca Pública Artur Viana (Centur), às 15 horas. Nos encontros são abordados assuntos de várias áreas e espaços estratégicos de difusão sobre os direitos das pessoas com deficiência e a imediata mudança de postura e revisão de valores sobre o conceito de cidadania.

Tecnicamente, audiodescrição é uma tradução intersemiótica de códigos imagéticos para códigos verbais. Ou seja: o recurso consiste na tradução de imagens em palavras, com a finalidade de garantir acessibilidade a pessoas com deficiência visual em eventos culturais, gravados ou ao vivo, tais como peças de teatro, programas de TV, exposições, mostras, musicais, óperas, desfiles e espetáculos de dança; eventos turísticos, esportivos, pedagógicos e científicos, além de aulas, seminários, congressos, palestras, feiras e outros.

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A audiodescrição amplia também o entendimento de pessoas com deficiência intelectual, idosos e disléxicos. Sendo uma tradução, está inserida nos estudos linguísticos, visto que a Linguística é a ciência da linguagem. O Communicare reúne acadêmicos e profissionais de Letras, Comunicação Social, Pedagogia, Teatro, Dança, Música, Terapia Ocupacional, Direito, Arquitetura e Administração.

O projeto Communicare, fundado em julho de 2016, por meio de uma parceria entre a audiodescritora Aline Diniz Corrêa, de 35 anos, graduada em Licenciatura Plena em Letras Língua Portuguesa pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), e Afonso Carlos de Lisboa Gallindo, 42 anos, publicitário, documentarista e jornalista, vem trabalhando a acessibilidade nos meios de comunicação. O trabalho mais recente do grupo foi a participação no debate dos candidatos à prefeitura de Belém, promovido por uma emissora de tevê paraense, que teve sua primeira transmissão com todos os padrões em acessibilidade, em todo o Estado do Pará, em cumprimento à lei brasileira de acessibilidade nº 13.143/2015.

Aline Corrêa, coordenadora do grupo, trabalhou com pessoas portadoras de deficiência, em 2000, na Seção Braille da Fundação Cultural do Estado do Pará (FCP). Em 2003, ingressou no Fórum Estadual de Ações Unificadas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e atuou politicamente em prol dos direitos das pessoas com deficiência. Aline conheceu a audiodescrição, pela primeira vez, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo, e mudou, completamente, seus planos de tornar-se uma Neolinguística. “Acreditei que, naquele momento, eu conseguiria conciliar minhas carreiras política e profissional e acadêmica”, afirmou Aline. “Communicare, que também é composta por membros com deficiência visual, nos permite compartilhar saberes e compreender o espaço de cada um no processo da inclusão, pois é comum que algumas pessoas com deficiência sintam-se coadjuvantes nas decisões referentes aos seus direitos, em função do destaque dos profissionais das tecnologias assistidas. Contudo, todos nós somos atores sociais, com papéis de mesma importância, já que nossas ações são complementares e essenciais”, complementou a audiodescritora.

“Fui convidado para participar de uma oficinal de audiovisual apenas para funcionários e jornalistas de uma tevê local. Foi então que tive meu primeiro contato com a audiodescritora Aline Corrêa. Através dessa oficina, conversamos sobre montar um grupo de audiodescrição, pois a oficina tinha tudo a ver com essa temática. Foi assim que nasceu o Communicare”, afirmou Gallindo. “Percebi o quanto é importante e necessária a questão da audiodescrição, não só em audiovisual, mas também em todos os processos artísticos e em todos os veículos de comunicação, porque o acesso torna-se democrático, a pessoa que não tem visão, tem baixa visão ou que não tem audição é tão cidadão como qualquer um outro”, afirmou Afonso Gallindo.

Rosicleide Gonçalves Lobo, 29 anos, graduanda em História pela Universidade Federal do Estado do Pará, nasceu com glaucoma. Aos 5 anos de idade perdeu a visão do lado esquerdo e com 22 anos perdeu por completo sua visão. Para Rosicleide, o projeto Communicare tem permitido uma ampla acessibilidade e um maior entendimento, conhecimento e facilidade em identificar o que lhe é descrito. “A audiodescrição é fundamental, pois no século avançado em que estamos tudo se tornou muito visual, é muito carregado de signos imagéticos, formas e tamanhos e sem a audiodescrição é impossível identificar tudo isso”, diz Rosicleide. A estudante de História falou também sobre a arquitetura paraense. Para ela, o projeto proporciona conhecer melhor a arquitetura de lugares que jamais imaginou que seriam descritos.

O grupo Communicare é formado por 14 pessoas, de diversas áreas. Para entrar em contato ou contratar o grupo para palestras, audiosdescrições, entre outros serviços, os contatos são: audioline.para@yahoo.com ou pelo telefone (91) 98810-7071.

Por Lilia Amorim.

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Segue até o próximo domingo (24), o festival VerOuvindo  que leva aos cinemas do Museu do Homem do Nordeste e São Luiz, curtas e longas-metragens com recursos de acessibilidade como a audiodescrição e das Libras. Neste sábado (23), o festival homenageia os 20 anos do filme pernambucano Baile Perfumado com uma sessão especial no Cinema São Luiz, seguida do show da cantora Luiza Caspari.

O VerOuvindo possibilita a pessoas surdas e cegas, ou com baixa visão, o acesso ao cinema com a exibição de grandes títulos do cinema nacional. O festival também promove atividades formativas como mesas redondas, estudo de roteiros e debates com diretores, profissionais da acessibilidade e o público. O objetivo é promover o serviço de audiodescrição e Libras no audiovisual além da formação de público com deficiência visual ou auditiva. 

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Além disso, o VerOuvindo também conta com uma Mostra Competitiva sendo o primeiro a premiar profissionais da audiodescrição. A votação, realizada por um júri técnico e também pela platéia, é feita através de uma cédula em Braile e com fonte ampliada. Toda a programação do festival é gratuita e pode ser conferida no site do evento.

Serviço

VerOuvindo

Até próximo domingo (24)

Cinema do Museu do Homem do Nordeste (Av. Dezessete de Agosto, 2187 - Casa Forte)

Cinema São Luiz (R. da Aurora, 175 - Boa Vista)

Gratuito 

 

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Em uma ação pioneira na capital pernambucana, a mostra cinematográfica “Cine às Escuras” traz ao espectador uma maneira democrática de ter acesso ao cinema. Com filmes nacionais e internacionais sobre o universo erótico, a mostra foi pensada para incluir e se adaptar às pessoas com deficiência visual e auditiva, contando com legendas descritivas, libras e audiodescrição nas exibição das películas. O evento é gratuito e segue até a próxima terça-feira (22), com exibições de filmes no Cinema do Museu, o Cinema do Museu, em Casa Forte, na Zona Norte da cidade, e oficinas de audiodescrição no audiovisual e legendagem descritiva.

Segundo a coordenadora da mostra, Andreza Nóbrega, a proposta de realização do festival é tornar o espaço do cinema mais democrático. "É uma mostra erótica de cinema acessível com uma perspectiva de incluir as pessoas com deficiência, promovendo um espaço de inclusão, em que o público geral possa frequentar o mesmo espaço em condições de igualdade", explicou. Após a exibição dos filmes, que iniciaram às 19h30 deste sábado (19), o público pôde debater com os organizadores da mostra e com alguns diretores dos filmes exibidos. "O debate é uma oportunidade dos espectadores conversarem sobre cinema, sobre acessibilidade e sobre o próprio filme, levantando questionamentos sobre a carência de um cinema mais acessível", argumentou a coordenadora da mostra, que é mestra em educação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e especialista em audiodescrição pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).

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Em sua primeira edição e com um caráter inédito no Estado, o festival teve início na quinta-feira (17) e as respostas do público, que lota as salas do cinema, já são positivas. "A gente já vê a adesão do público em geral, não só das pessoas com deficiência. Também vemos muitos comentários nas redes sociais e com isso já tivemos a demanda de outros estados querendo que a mostra circulasse pelo Brasil", contou Andreza. As exibições dos filmes conta com os equipamentos de recursos de acessibilidade, como audiodescrição, libras e legendas, que são praticamente escassos no cinema tradicional brasileiro.

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A escolha dos filmes não se basearam pontualmente na temática da acessibilidade. Os realizadores, diretores e produtores puderam inscrever seus filmes e uma comissão de escolha foi montada. "A acessibilidade como temática na escolha dos filmes, a princípio, não era nosso critério de seleção. Mas, apesar disso, a nossa programação conta com quatro filmes que abordam a temática de pessoas com deficiência", explicou Andreza Nóbrega. A temática erótica foi escolhida com o propósito de provocar questionamentos sobre o corpo, relacionamentos, identidade sexual e tantas outras infinitas possibilidades da sexualidade.

Cego há 12 anos e presente na exibição dos filmes neste sábado, o professor Wellignton Barbalho estava ansioso pelo início da sessão. "A iniciativa é muito válida, embora a gente saiba que esse processo de inclusão ainda está no início. Espero que futuramente todas as salas de cinema tenham o material de audiodescrição, por exemplo". Ele contou que após perder a visão não teve mais interesse pelos filmes de erotismo. "Enquanto eu enxergava, assistia muito filme erótico e depois isso se perdeu junto com a minha visão. Quando soube da mostra vim pela curiosidade, e com a audiodescrição espero me excitar com os filmes", sorriu timidamente.

Neste sábado, com a sala praticamente lotada, foram exibidas as películas 'Virgindade' (PE), de Chico Lacerda; 'Um outro ensaio' (RJ), de Natara Ney; e 'Tubarão' (PE), de Leo Tabosa. Os diretores dos filmes estiveram presentes no debate após a exibição e Natara Ney, do Rio de Janeiro, falou sobre a importância de haver mais festivais que contemplem o público em geral. "A gente percebe que o audiovisual tem uma dívida com os deficientes visuais e auditivos. Ele não é tão democrático quanto eu pensava que fosse. Tem sido excludente e por isso a importância desse evento hoje", concluiu. 

Programação

As obras inscritas foram analisadas por uma comissão nomeada pela coordenação do evento, formada pela cineclubista Amanda Ramos, a jornalista e educadora sexual Julieta Jacob (Erosdita) e a professora de Cinema da UFPE, Cristina Texeira. Foram selecionados os curtas "Popoxexeca" (SP), de Ioanna Pappou e Ruth Steyer; "Yes, we fuck" (Espanha), de Antonio Centeno Ortiz e Raúl de la Morena; "Filme para poeta cego" (SP), de Gustavo Vinagre; "Sujo" (PE), de Anderson Almeida, Brenda Souza, Erlânia Nascimento, Everton Frederic Hermany e Sheila Pereira; "Eu queria ser arrebatada, amordaçada e nas minhas costas tatuada" (RJ), de Andy Malafaia; "Virgindade" (PE), de Chico Lacerda; "Um outro ensaio" (RJ), de Natara Ney; "Tubarão" (PE), de Leo Tabosa; "Messalina" (RS), de Cristiane Oliveira; e "Nova Dubai" (SP), de Gustavo Vinagre.

Oficinas

Além das exibições das películas,  a mostra também conta com duas oficinas gratuitas. A primeira,  de 'Legendagem descritiva', será realizada  na segunda (21), das 9h às 16h. Na aula, os participantes terão contato com uma abordagem teórica e prática dos princípios básicos da legendagem para surdos e ensurdecidos em produções audiovisuais, além da experimentação e elaboração de edição de legendas.

Na terça (22), das 9h às 11h e das 18h às 22h, será a vez da oficina de 'Audiodescrição no audiovisual', que será focada nos estudos da tradução audiovisual, envolvendo a audiodescrição como um recurso de acessibilidade cultural e educacional para produções audiovisuais. Além de conteúdos teóricos e uma análise das pesquisas realizadas no Brasil sobre o tema, os participantes receberão uma introdução à elaboração de roteiros de audiodescrição utilizando o software Subtitle Workshop. 

Serviço

Mostra erótica ‘Cine Às Escuras’

De 17 a 20 de março | 19h30

Cinema do Museu - Avenida Dezessete de Agosto - 2187 - Casa Forte - Recife

Entrada gratuita (ingressos são disponibilizados ao público às 18h30)

Oficina Legendagem Descritiva

Segunda (21), das 9h às 16h

Ministrada por Bruna Leão (Universidade Estadual do Ceará)

Carga horária de 6h

Oficina Audiodescrição no Audiovisual

Segunda (21), das 18h às 22h, e terça (22), das 9h às 11h

Ministrada por Klístenes Braga (Universidade Estadual do Ceará)

Carga horária de 6h

A Associação Pernambucana de Cegos (APEC) realizará o Curso de Audiodescição, que promete trabalhar a técnica que traduz em palavras as informações visuais e proporciona acessibilidade e inclusão de pessoas cegas às artes, educação, entre outras atividades. O início da qualificação está previsto para o dia 9 de abril, com aulas que seguirão até dezembro.

Os encontros serão realizados aos sábados, duas vezes por mês, nos turnos manhã e tarde, no horário das 8h às 17h. O curso pode ser feito por qualquer pessoa e alguns dos temas que serão abordados são análise em audiodescrição, teoria dos quadrinhos, educação e cultura, eventos e web.

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É importante que os alunos tenham finalizado o ensino médio, possuam domínio do idioma português e tenha acesso à internet. As inscrições devem ser feitas de segunda a sexta, nos horários das 8h às 12h e das 13h às 17h, na sede da APEC, que fica na Rua Conselheiro Silveira e Souza, 85, no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife.

A matrícula custa R$ 50, além de oito mensalidades no valor de R$ 200 cada. Outras informações sobre o curso podem ser obtidas pelos telefones (81) 3227-3000 ou 3366-3111.

A partir do dia 17 de março até o dia 22, Recife sediará sua primeira edição da mostra cinematográfica “Cine Às Escuras”. As exibições têm como tema o erotismo e a inclusão. Serão diversos filmes nacionais e internacionais exibidos no Cinema do Museu, em Casa Forte, com legendas descritivas, libras e audiodescrição para atender o público em geral. A programação do festival é totalmente gratuita.

A programação inclui dez curtas metragens, entre pernambucanos, paulistas, cariocas, gaúchos, além de um curta espanhol. O objetivo é de dar oportunidade para se discutir sobre o corpo, a sexualidade e a acessibilidade no cinema.

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O filmes selecionados são: "Popoxexeca" (SP), de Ioanna Pappou e Ruth Steyer; "Yes, we fuck" (Espanha), de Antonio Centeno Ortiz e Raúl de la Morena; "Filme para poeta cego" (SP), de Gustavo Vinagre; "Sujo" (PE), de Anderson Almeida, Brenda Souza, Erlânia Nascimento, Everton Frederic Hermany e Sheila Pereira; "Eu queria ser arrebatada, amordaçada e nas minhas costas tatuada" (RJ), de Andy Malafaia; "Virgindade" (PE), de Chico Lacerda; "Um outro ensaio" (RJ), de Natara Ney; "Tubarão" (PE), de Leo Tabosa; "Messalina" (RS), de Cristiane Oliveira; e "Nova Dubai" (SP), de Gustavo Vinagre.

Tratando do tema sexualidade, a coordenadora do projeto explica que as obras que serão exibidas são de conteúdo erótico e não pornográfico. “A obra pode ser explícita e ainda assim ser erótica. Este é um tema delicado e ainda muito cercado de preconceitos, especialmente quando se trata da disponibilização dos recursos para as pessoas com deficiência, que por vezes, de forma equivocada, são infantilizadas ou vistas como seres assexuados”, ressaltou.

 

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O Parque Dona Lindu, na Zonal Sul do Recife, ganhou ares circenses na tarde deste sábado (24). Atores vestidos em roupas coloridas e vibrantes convidavam as pessoas, crianças e adultos, a se juntarem a eles em um cenário ao ar livre - com luzes coloridas, estruturas de madeiras e uma bandinha. O Segredo do Arco do Trancoso, do pernambucano Luiz Felipe Botelho, atraiu curiosos, que sentados em uma lona no meio do cenário acompanhavam o espetáculo com atenção. 

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Apesar de ser uma peça de rua e com pouco cenário, a junção de música, jogo de luz e figurinos bem elaborados deixam qualquer local em que a apresentação passa com uma atmosfera envolvente. Além disso, a proximidade do público com a encenação e a interação dos atores com os espectadores faz com que o público se sinta parte da brincadeira.

O Segredo do Arco do Trancoso, que faz parte da programação do festival Palco Giratório, conta a história de um menino que recebe a missão de levar uma arca misteriosa para um lugar muito longe. Durante sua jornada, o menino acaba tendo a arca roubada por diversos personagens. O que eles não sabem é que a arca tem poderes mágicos que acaba afetando a vida daqueles que tentam descobrir o que há dentro dela. 

Esta é a primeira apresentação do espetáculo no Recife, apesar desta ser a cidade natal do seu autor. Em entrevista ao LeiaJá, Felipe Botelho explicou que tentou trazer a peça outras vezes, mas não foi possível custear a vinda. “Tivemos alguns problemas, o pessoal não quis arcar com o custo”, conta. Além disso, o escritor disse que o fato de a montagem ser feita por um grupo baiano, o Vilavox, pouco conhecido em Pernambuco foi um empecilho. 

Acessibilidade 

Há quatro anos o festival nacional de artes cênicas Palco Giratório incluiu em sua programação peças com audiodescrição e tradução em Libras, para poder levar o teatro a um público maior. O Segredo do Arco do Trancoso foi um dos espetáculos que contou com o serviço, que dispunha de duas tradutoras de linguagem de sinais e duas para audiodescrição.

O publicitário Miltomn Carvalho e sua cadela Shiva foram ao Parque Dona Lindu para acompanhar o espetáculo - ele é deficiente visual e Shiva sua cão guia. Miltomn contou que infelizmente ainda é difícil encontrar peças que tenham a audiodescrição. “Não há uma quantidade satisfatória, são muito poucas. Inclusive no Palco Giratório em que apenas seis peças têm áudio descrição”, explica o publicitário que já foi a outras dois espetáculos durante o festival.

Descrever tudo o que acontece em uma apresentação teatral pode ser um pouco complicado, afinal, muitas coisas acontecem ao mesmo tempo. As tradutoras de audiodescrição, Marcella Malheiros e Silvia Albuquerque dizem que é preciso montar um roteiro. “Nós lemos a peça antes e pensamos no roteiro. A gente não subtitula as falas dos personagens. Fazemos a tradução visual, como o figurino e a movimentação em torno da cena”, explica Marcella.

Já Micaeli Alves não precisa que as cenas são visualmente traduzidas, ela enxerga bem. Porém possui deficiência auditiva e precisa que alguém conte em Libras o que os personagens estão falando. Ela foi convidada a assistir a peça por uma das tradutoras presente no evento, Irany Silva. “Fiquei emocionada por ver que houve a inclusão”, contou Micaeli.  Irany explica que os deficientes auditivos não estão acostumados a ir para esse tipo de programação por não ter um intérprete e por isso não procuram saber ou são informados sobre as peças.

Assim como as tradutoras de audiosdescrição, as intérpretes de libras Irany e Débora Silva precisam ler a peça antes para se programar. “A gente recebe o material antes ou chega mais cedo no espetáculo. Cada peça tem um vocabulário diferente e é preciso traduzir em sinais específicos para cada tipo de público”, explica Débora. 

O III Festival Internacional Brasil Stop Motion, que acontece de 26 a 30 de novembro, inova a programação com a Mostra Especial Brasil Stop Motion (Destaques 2011/2012), com audiodescrição para as pessoas com qualquer outra deficiência visual.

A mostra permite aos deficientes acompanharem o filme através da tradução de imagens em palavras do que está sendo exibido na tela do cinema. A mostra especial acontece no dia 28 de novembro e é aberta ao público em geral, pois a descrição é feita por meios de aparelhos de transmissão e recepção (fones de ouvido), sem trazer prejuízo para os presentes que não têm perdas visuais.

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Confira a progração da Mostra especial com audiodescrição:

Retrospectiva Brasil Stop Motion 2012 | 6’30’’

Leo Alfinete e Tato Rocha | Recife/Brasil

Tonky (4 capítulos) | 6’

Walter Tournier | 2003 | Uruguai

Escargot | 1’15’’

Laira Ávila | 2011 | MG/Brasil

Mi familia  (4 capítulos) | 6’

Javier Peraza e supervisão de Lala Severi e Walter Tournier | 2005 | Uruguai / Argentina

Consciente coletivo | 1’54’’

Analúcia de Godoi e Pedro Luá | 2009 | RJ/Brasil

My Strange Grandfather | 8’30’’

Meu estranho avô

Dina Velikovskaya | 2011 | Rússia

No Noodles | 2’

Sem  noodles

Tyler Nicolson | 2012 | Canadá

Los Siete Cabritos | 10’

Os sete cabritos

Ismael Mon | Espanha | OQO Filmes

Espetáculo - O mágico e a domadora | 2’58’’

Rafael Jardim | 2010 | BA/Brasil 

Kwartecik | 6’54’’

O pequeno quarteto | 1965

Edward Sturlis | 1927–1980 | Polônia

Animágico! O grande amor | 1’17’’

Paulo Henrique de Aragão | 2011 | SP/Brasil

Lol Figth | 1’29’’

Alan Tonello | 2011 | PE/Brasil

En la opera | 1’

Juan Pablo Zaramella | 2010 | Argentina

Uma das mais clássicas óperas já compostas, A Flauta Mágica, ganha, a partir desta quinta (4), no Recife, uma encenação pioneira no Estado por trazer o recurso da audiodescrição. A obra, composta por W.A. Mozart no século 18, cumpre curta temporada no Teatro de Santa Isabel até o próximo domingo (7).

Pela primeira vez em Pernambuco um espetáculo deste tipo conta com recursos audiodescritivos para que pessoas cegas ou com baixa visão possam acompanhar e usufruir a cena. Um equipamento "traduz" simultaneamente as ações, aparência, linguagens corporais dos personagens, vestimentas e cenário, entre outros aspectos da ópera. Haverá ainda uma projeção com a tradução simultânea do enredo.

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A encenação, uma parceria da Vouver Acessibilidade com a Bersato Produção Cultural, usa materiais descartáveis como garrafas pet, papelões e retalhos de tecidos para a confecção do cenário e dos figurinos. A ópera é acompanhada pela orquestra Ensemble Barroco Sonoro Ofício e pelo Quinteto de Sopros Arrecife. A direção musical é de Sergio Dias.

A Flauta Mágica já tem outras datas confirmadas: 14 de novembro, no Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu), 30 de outubro, em Goiana, 8 de novembro em Caruaru, e 10 de novembro em Triunfo.

Confira o vídeo com a Flauta Mágica:



Serviço
A Flauta Mágica
Teatro de Santa Isabel (Praça da República, Santo Antônio)
Quinta (4) a domingo (7), às 20h
R$ 20 e R$ 10 (meia)

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