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Hoje (4) é comemorado o Dia Mundial do Braille – um sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão. O Sesc São Paulo oferece várias exposições com esse e outros recursos de acessibilidade, para pessoas cegas. É preciso ter porta-vozes para lembrar o quanto o Braille é essencial nos eventos culturais para garantir a inclusão e a integração de pessoas com deficiência visual.  

 

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De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) mais de dois bilhões de pessoas no mundo (equivalentes a 3,5%) têm algum tipo de deficiência visual e no levantamento da União Mundial de Cegos, apenas 5% dos livros em todo o mundo são transcritos para o Braille. Com base nesses dados e em comemoração pelo Dia Mundial do Braille, confira a seguir, quatro programações gratuitas de eventos com este tipo de acessibilidade : 

A Magia do Manuscrito - Fundamentada na coleção de manuscritos de Pedro Corrêa do Lago, considerada uma das maiores e mais relevantes do mundo nesse campo, que traz originais de grandes nomes da arte, música, história e ciência. De 28/09 a 15/01 (sábado e domingo das 10h às 18h30 / terça a sexta das 10h às 21h30), localizado no Sesc Avenida Paulista, a classificação é livre e possui acessibilidade física, audiodescrição, conteúdo em Braille, maquetes e réplicas táteis, videoguia em Libras e uma equipe educativa disponível ao atendimento. 

Exposição: Darwin, o original – A exposição apresenta, por meio de peças audiovisuais, maquetes e obras interativas a vida, as teorias e o legado da revolucionária produção científica de Charles Darwin (1809-1882), famoso naturalista. De 05/03 a 26/02 (quarta a domingo das 10h às16h30), localizado no Sesc Interlagos, a classificação é livre e possui acessibilidade física, audiodescrição, audioguia, conteúdo em Braille, recursos táteis, legendas, videoguias em Libras e uma equipe educativa disponível para o atendimento. 

Outros Navios: Fotografias de Eustáquio Neves – A exposição tem curadoria de Eder Chiodetto e faz a retrospectiva dos quase 40 anos de trajetória artística do fotógrafo Eustáquio Neves, trazendo fotos expandidas - única exposição no estado de São Paulo que possui recurso de Aro Magnético para surdos. De 07/09 a 26/02 (terça a sexta das 9h às 21h30 / sábado das 10h às 21h30 / domingo e feriado das 10h às 18h), localizado no Sesc Ipiranga, a classificação é livre e possui acessibilidade física aro magnético, audiodescrição, audioguia, conteúdo em Braile, recursos táteis, legendas, videoguias em Libras e uma equipe educativa para atendimento. 

Rios DesCobertos: dos Jerivás aos Pinheiros – A exposição multimídia apresenta a fascinante história do rio Pinheiros e seu papel no desenvolvimento de São Paulo. A mostra explora a experiência sensorial e lúdica como ferramenta pedagógica, promovendo a sensibilização por intermédio da arte. De 20/08 a 29/01 (terça a sexta das 10h às 21h / sábado e domingo das 11h às 18h), localizado no Sesc Santo Amaro, a classificação é livre e possui acessibilidade física, audiodescrição, maquetes e recursos táteis, videoguia em Libras e uma equipe educativa disponível ao atendimento. 

Pontos em relevo que, combinados, formam 63 sinais para serem lidos com as pontas dos dedos. Há quase 200 anos, o braille passou a permitir a escrita e a leitura por pessoas cegas e com baixa visão. Nesta quarta-feira (4), Dia Mundial do Braille, a Agência Brasil conversou com especialistas que mostram que o país melhorou a acessibilidade, mas ainda precisa avançar. 

“Eu costumo dizer que a humanidade teve grande conquista com a invenção da escrita e, durante esse tempo todo, houve tentativas de desenvolver uma escrita para cegos. A grande conquista veio com o braille. A partir desse momento, as pessoas cegas passaram a participar da história”, diz a coordenadora de Revisão da Fundação Dorina Nowill para Cegos e membro do Conselho Mundial e do Conselho Ibero-americano do Braille, Regina Oliveira. 

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Segundo Regina, o braille é ferramenta fundamental para a alfabetização e a independência de cegos e pessoas com baixa visão. Ela nasceu com glaucoma e, aos 7 anos, perdeu por completo a visão. Ainda pequena, teve seu primeiro contato com a Fundação Dorina Nowill para Cegos, onde foi alfabetizada em braille. 

A importância do Sistema Braille, de acordo com Regina, está tanto no acesso a informações de cosméticos, medicamentos, contas de consumo, quanto na privacidade para consultar um extrato bancário, a fatura do cartão de crédito, além dos estudos. “Não há outra maneira de alfabetizar a criança cega a não ser por meio do braille. Mais tarde, pode usar outros formatos, como o livro digital falado, leitores de tela, mas aí a pessoa vai ouvir, ler, só consegue ler por meio do braille, e isso é bastante importante”.

O último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, mostra que existem no Brasil mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 506 mil cegas e cerca de 6 milhões com baixa visão. Entre as pessoas cegas, 110 mil com 15 anos ou mais de idade não são alfabetizadas. Entre as pessoas com baixa visão, 1,5 milhão não sabem ler ou escrever. Isso significa dizer que cerca de uma em cada quatro pessoas (25%) com alguma deficiência visual era considerada não alfabetizada. Um índice maior do que o da população em geral, que em 2010 era de aproximadamente 8% para essa faixa etária. 

“Infelizmente são poucas as  instituições especializadas para dar suporte. O atendimento da sala de recursos, a meu ver, é insuficiente. Há poucos professores com conhecimento do braille nas redes de ensino públicas e privadas do país”, diz a professora do Instituto Benjamin Constant Margareth de Oliveira Olegario Teixeira, que integra o Grupo de Pesquisa em Educação e Mídia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (GRUPEM/PUC-Rio), 

Houve avanços. Desde 2019, por exemplo, pelo Programa Nacional do Livro Didático Acessível (PNLD/Acessível), os livros didáticos passaram a ser impressos em braille e letras ampliadas em português. Os alunos cegos e com baixa visão passaram a receber os mesmos livros que o restante dos alunos da classe.

Segundo Margareth e Regina, no entanto, ainda faltam tanto imprimir mais livros e materiais em braille, quanto o amplo acesso a equipamentos como a Linha Braille, que ainda é muito cara. Essa linha é um equipamento que exibe em braille o que está na tela de computadores, tablets e celulares. “Para mim, está no campo do sonho de consumo”, diz Margareth. Regina ressalta que o Brasil é muito rico em legislação. “A grande questão é colocar essa legislação em vigor, fazer tudo funcionar”. 

Margareth reforça que o braille não deve ser substituído por leitores de tela ou outros recursos. “Os recursos digitais de informática não substituem o braille", complementa. Para ela, pessoas cegas têm direito ao braille. "Muitas vezes, quer ler uma partitura, uma cifra de música, precisa desse contato com o braille. [O sistema] facilita a compreensão de alguns recursos, facilita, por exemplo, o estudo de língua estrangeira”, diz. 

O Sistema Braille foi criado em 1825 pelo francês Louis Braille, cego aos três anos de idade devido a um acidente que causou a infecção dos dois olhos. A versão mais conhecida data de 1837.O sistema permite a comunicação em várias línguas.

O sistema, formado por símbolos alfabéticos e numéricos, possibilitam a escrita e leitura, por meio da combinação de um a seis pontos. A leitura, com uma ou ambas as mãos, se faz da esquerda para a direita. Os pontos em relevo obedecem a medidas padrão e a dimensão da cela braille corresponde à unidade de percepção da ponta dos dedos.

No Brasil, o braille foi introduzido por José Álvares de Azevedo, idealizador da primeira escola para o ensino de cegos no país, o Imperial Instituto de Meninos Cegos, atual Benjamin Constant. No dia 8 de abril, aniversário de Azevedo, é comemorado o Dia Nacional do Braille.

Com o objetivo de promover ainda mais a autonomia dos estudantes com deficiência visual ou baixa visão que realizam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nesta edição de 2020, esses candidatos poderão ter acesso a um leitor de tela.  

O aplicativo possibilita a leitura de textos que estão na tela do computador, ao converter, por meio de voz sintetizada, tudo o que aparece escrito no monitor. Com isso, o participante pode navegar pela prova de acordo com sua decisão: ler a prova na ordem que desejar, repetir a leitura quantas vezes considerar necessário ou retomar uma questão no ponto que escolher.

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Vale ressaltar que é a primeira vez que o leitor de tela é ofertado no Enem. O software é um dos auxílios apresentados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Nacionais (Inep).

"A adoção de softwares leitores de tela no Enem representa um importante passo no reconhecimento dos direitos das pessoas com deficiência visual, além de ser um fator de grande importância na eliminação de barreiras e na garantia de maiores possibilidades sociais e educacionais desses participantes", afirma o pesquisador Francisco Ricardo Lins Vieira de Melo, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e membro da Comissão Assessora em Educação Especial e Atendimento Especializado em Exames e Avaliações da Educação Básica (Caes/Inep).

Na edição do Enem do ano passado, o Inep efetuou 50 mil atendimentos especializados, sendo mais de 10 mil a pessoas com deficiência visual. Em 2020, as solicitações para esses atendimentos deverão ser feitas no período de 11 a 22 de maio, na página do participante, no portal do Governo Federal.  Além disso, os resultados serão divulgados em 29 de maio. O período de apresentação de recursos vai de 1º a 5 de junho e o resultado final será publicado em 10 de junho.

Diante disto, no Enem 2020, os candidatos poderão utilizar instrumentos de acessibilidade pessoal durante os exames, em conformidade com suas necessidades e o deferimento de sua solicitação de atendimento poderá levar, por exemplo, máquina de escrever em braile, lâmina overlay, reglete, punção, sorobã ou cubaritmo, caneta de ponta grossa, assinador, óculos especiais, lupa, entre outros.

Pelo quinto ano consecutivo, o Carnaval de São Paulo garante acessibilidade durante os desfiles das escolas de samba. Aos deficientes auditivos, o programa "Samba com as Mãos" disponibiliza vídeos que traduzem, em Língua Brasileira de Sinais (Libras), os 14 sambas-enredos das agremiações do Grupo Especial. Já os deficientes visuais acompanharam a folia por meio da audiodescrição transmitida direto do Sambódromo do Anhembi, pelas redes sociais da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED).

Para detalhar todas as palavras dos sambas-enredo aos deficientes auditivos, um grupo de especialistas em Libras acompanhado por alguns surdos está trabalhando desde janeiro. Como as canções das escolas de samba são repletas de palavras de origem africana ou ditos populares, é necessário um empenho conjunto para total absorção da letra do samba pelos emissores e pela plateia. Na sequência, as traduções foram gravadas em estúdio. A próxima etapa é a apresentação dos vídeos nas quadras das 14 agremiações que desfilarão no Anhembi nos dias 21 e 22 de fevereiro. Durante os desfiles, as imagens estarão disponíveis em telões no Sambódromo.

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Já entre as pessoas com deficiência visual, o Carnaval de São Paulo fez sucesso nos últimos anos. A repercussão foi grande por meio de comentários nas redes sociais pois, com o recurso da autodescrição, cegos do Brasil e de outros países conseguiram acompanhar e interagir com outros participantes da maior festa cultural do país.

Com o objetivo de trazer visibilidade para as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência no dia a dia, no próximo sábado (31), o Shopping Guararapes recebe o encerramento da Semana da Pessoa com Deficiência de Jaboatão dos Guararapes. Neste dia, o projeto Calçada Sensorial Itinerante, promovido pela UNINASSAU em parceria com a prefeitura do município, montará um espaço no corredor da Loja Marisa.

Das 14h às 17h, a Calçada Sensorial mostrará algumas das dificuldades vivenciadas no dia a dia de uma pessoa com deficiência (visual ou física), como desnivelamento de piso, falta de piso tátil, objetos no meio do caminho, entre outros. A ideia do projeto é que pessoas sem deficiência possam ter a experiência e assim criar mais visibilidade e empatia com a causa.

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A Semana Municipal da Pessoa com Deficiência acontece entre os dias 26 a 31 de agosto. O tema deste ano, “Trilhando Caminhos Inclusivos para as Interlocuções Setoriais no Município do Jaboatão dos Guararapes”, discutirá através de uma programação formada por mais de 80 eventos, novas ideias para fortalecer ações efetivas, garantir e melhorar as condições de vida da pessoa com deficiência e Transtorno do Espectro Autista no município.

*Da assessoria

Para auxiliar no desenvolvendo das habilidades de crianças com deficiência visual, a Lego anunciou a criação de peças em braille. Os blocos de montar serão feitos com o mesmo número de tachas usadas para as letras e números do alfabeto inclusivo, mas sem perder a compatibilidade com o sistema da marca.

"O conceito por trás dos blocos de braille foi inicialmente proposto à Fundação Lego em 2011 pela Associação Dinamarquesa dos Cegos e novamente em 2017 pela brasileira Fundação Dorina Nowill para Cegos", afirma a empresa em comunicado.

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Além do Brasil e Dinamarca, a Noruega e o Reino Unido também participaram do desenvolvimento dos protótipos, que estão em fase de testes. "Nós acreditamos firmemente que os blocos podem ajudar a aumentar o interesse em aprender braille", completa a nota da marca.

O lançamento das novas peças está previsto para 2020 e a distribuição será gratuita para instituições parceiras.

O Instagram anunciou que está lançando novos recursos que facilitarão o uso do aplicativo para pessoas com deficiências visuais. As alterações permitirão que os smartphones descrevam fotos, seja automaticamente usando inteligência artificial ou lendo descrições personalizadas adicionadas pelos próprios usuários.

Os usuários poderão inserir suas próprias descrições de foto para que as pessoas que usam leitores de tela - software que descreve os elementos exibidos no celular - possam ouvi-las em voz alta enquanto navegam em seu feed ou um perfil.

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Se não houver descrição, o Instagram identificará automaticamente o que está em uma foto usando a tecnologia de reconhecimento de objetos e lerá a informação automática em voz alta quando alguém passar por ela.

As descrições de texto alternativo não estarão visíveis automaticamente e os usuários precisarão entrar nas configurações avançadas de uma foto para incluí-las nos posts.

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O governo de São Paulo entregou hoje (4), através da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, equipamentos de acessibilidade para pessoas com deficiência visual (total ou parcial) em três bibliotecas do estado: Biblioteca Monteiro Lobato, em Guarulhos; Biblioteca Municipal Veneranda Freitas Pinto, em Cajamar; e Biblioteca Municipal Cecília Meireles, em Santana de Parnaíba. O objetivo do projeto “Acessibilidade em Bibliotecas” é atender 62 locais em todo o estado até o final de 2017. 

As bibliotecas receberam ampliadores de imagem (item que deixa as imagens maiores e mais nítidas), scanner leitor de mesa (capta imagens e dados e os transfere para o computador), teclado ampliado (permite maior visibilidade), mouse estacionário (maior precisão do cursor na tela do computador, o que exige menor habilidade motora do usuário), software de voz sintetizada (transforma palavras escritas em áudio), software leitor de tela NVDA (programa compatível com Windows que fala o que está aparecendo no monitor) e novos computadores. 

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O projeto é uma parceria entre a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência e o Fundo de Interesse Difusos (FID) da Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo. 

Cerca de 77 mil crianças de até 14 anos estão cegas ou têm deficiência visual grave por doenças oculares que, em sua maioria, poderiam ter sido evitadas. A estimativa é do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, que lança no sábado o livro Prevenção da Cegueira e Deficiência Visual na Infância, no 60.º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, em Goiânia.

O estudo aponta para a retinopatia da prematuridade, catarata, toxoplasmose e glaucoma congênito como as principais causas da cegueira infantil. Em todos esses casos, o diagnóstico e a intervenção precoce podem reduzir o dano ou evitar a cegueira. A essas já causas já conhecidas, estudadas pelos médicos, somam-se ainda as sequelas da infecção por zika na gravidez.

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O problema é que não há uma rede de atenção estruturada, em que os pais recebem encaminhamento para o especialista, após identificado o problema, aponta a oftalmologista pediátrica Andrea Zin, uma das coordenadoras da publicação e pesquisadora do Instituto Fernandes Figueiras (IFF), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Nem mesmo o diagnóstico é garantido - o Teste do Reflexo Vermelho, conhecido como Teste do Olhinho, que permite identificar se a criança tem algum problema de visão, só é obrigatório em 16 Estados e no Distrito Federal.

"A visão exerce papel importante no desenvolvimento geral. Quando você intervém precocemente, evita que crianças sejam desnecessariamente cegas. Mas o teste do Reflexo Vermelho, que é de triagem, não é uma lei federal. Você tem dez Estados em que essa questão não está regulamentada", afirmou Andrea.

Em alguns casos, como o da catarata congênita, a criança precisa ser operada nos primeiros três meses de vida para evitar a cegueira. Em outros, como a retinopatia da prematuridade, o tempo é ainda mais exíguo - o médico tem até 72 horas depois de identificado o problema. A retinopatia afeta bebês prematuros em que vasos sanguíneos dos olhos cresceram de forma irregular e podem acabar forçando o descolamento da retina, o que leva à cegueira irreversível. Quando há esse crescimento irregular, é preciso fazer uma cirurgia a laser para retirar esses vasos.

Foi o que aconteceu com Gabriel, de 4 meses, nascido na 24.ª semana de gestação, com 614 gramas e 30 centímetros. Internado no IFF, passou por 16 exames até que o crescimento irregular dos vasos pudesse ser identificado. A cirurgia ocorreu a tempo. "Levei um susto quando a médica disse que ele poderia ficar cego. Fiquei com medo de deixar fazer a cirurgia e ao mesmo tempo que ele ficasse cego. Mas deu tudo certo. Ele vai ter acompanhamento e talvez tenha de usar óculos", disse a dona de casa Tássia da Conceição Marques, de 20 anos.

Tássia vive em Carmo, cidade serrana a 190 km da capital fluminense, e foi encaminhada para o IFF. "Existem bolsões de assistência, como Rio e São Paulo. Mas é preciso estruturar a rede pública, pois o pediatra não sabe para onde encaminhar a criança", disse Andréa.

Zika

Segundo a especialista, a zika será causa importante de cegueira infantil. O IFF tem programa de pesquisa para acompanhar 1 mil crianças cujas mães contraíram zika, mesmo que os bebês não tenham microcefalia. A médica tem encontrado alterações no nervo óptico que podem levar à cegueira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Segue até o próximo domingo (24), o festival VerOuvindo  que leva aos cinemas do Museu do Homem do Nordeste e São Luiz, curtas e longas-metragens com recursos de acessibilidade como a audiodescrição e das Libras. Neste sábado (23), o festival homenageia os 20 anos do filme pernambucano Baile Perfumado com uma sessão especial no Cinema São Luiz, seguida do show da cantora Luiza Caspari.

O VerOuvindo possibilita a pessoas surdas e cegas, ou com baixa visão, o acesso ao cinema com a exibição de grandes títulos do cinema nacional. O festival também promove atividades formativas como mesas redondas, estudo de roteiros e debates com diretores, profissionais da acessibilidade e o público. O objetivo é promover o serviço de audiodescrição e Libras no audiovisual além da formação de público com deficiência visual ou auditiva. 

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Além disso, o VerOuvindo também conta com uma Mostra Competitiva sendo o primeiro a premiar profissionais da audiodescrição. A votação, realizada por um júri técnico e também pela platéia, é feita através de uma cédula em Braile e com fonte ampliada. Toda a programação do festival é gratuita e pode ser conferida no site do evento.

Serviço

VerOuvindo

Até próximo domingo (24)

Cinema do Museu do Homem do Nordeste (Av. Dezessete de Agosto, 2187 - Casa Forte)

Cinema São Luiz (R. da Aurora, 175 - Boa Vista)

Gratuito 

 

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Pais com deficiência visual passam a contar, nas unidades de Saúde da Família do Recife, com informações em braille sobre a saúde da criança. Esta é a primeira cartilha do gênero no país, e foi inaugurada nessa sexta-feira (29), no Instituto de Cegos de Pernambuco. O lançamento ocorreu na abertura do Seminário sobre o Estatuto da Pessoa com Deficiência - Lei Brasileira de Inclusão, dentro da programação da 14ª Semana Municipal da Pessoa com Deficiência, cujo tema é “Viva a Diferença”. 

A Cartilha de Saúde da Criança vai permitir que pais deficientes visuais se apropriem de informações sobre imunização da criança, desenvolvimento infantil, aleitamento, orientação sobre o teste do pezinho, além de outras informações para prevenção da criança.  A princípio, a publicação ficará disponível para consulta em 146 Unidades de Saúe da Família e Unidades Básicas sobre de Saúde da capital. De acordo com a Secretaria de Saúde do Recife, dos 451 mil deficientes do Recife, 22% apresentam alguma deficiência visual.

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A Fundação Doina Nowill para Cegos está lançando um projeto inédito que dará a crianças cegas ou com baixa visão a oportunidade de conhecer os contos de fadas e histórias clássicas infantis. A Coleção Clássicos Infantis Acessíveis traz as histórias em formato inclusivo, em braille, fonte ampliada, relevo nas imagens e audiodescrição das imagens.

Os títulos selecionados para serem impressos seguindo o conceito inclusivo foram Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve, Bela Adormecida, CinderelaJoão e Maria, João e o Pé de Feijão, Os Três Porquinhos, Peter Pan, Robi Hood e Rapunzel. Os exemplares são impressos em braille e fonte ampliada, possuem relevos nas imagens e são ilustrados de com cores vibrantes.

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Acompanham os livros um CD com a leitura das histórias com versão com e sem audiodescrição - recurso que transforma as imagens em palavras. 

Foram produzidas 3 mil unidades da Coleção Clássicos Acessíveis que chegarão gratuitamente às bibliotecas, escolas públicas e instituições que atuam com o público com deficiência visual em todo o país. Os kits são compostos por 10 exemplares, um de cada título, acompanhado do CD com a leitura da história. Brevemente os livros estarão à venda no site da Fundação Dorina.

Um filme também pode emocionar pessoas cegas ou com baixa visão. Mas para que o resultado seja satisfatório é necessário que o público conte com um recurso chamado audiodescrição. Esta profissão estará em evidência durante o VerOuvindo, festival inédito e voltado para pessoas com deficiência visual, marcado para começar nesta sexta (4), às 14h, no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Derby. O evento, que conta com recursos do Funcultura e pretende trazer expectadores de vários cantos do Estado, será realizado até a próxima segunda (6), sempre às 14h. A programação é gratuita.

O projeto prevê o deslocamento de mais de 80 pessoas com deficiência de várias cidades, como Garanhuns, Caruaru e Bezerros, que fazem parte de instituições como a Associação Pernambucana de Cegos (Apec) e Instituto dos Cegos. “Algumas destas pessoas nunca foram ao cinema na vida por conta da deficiência, mas finalmente terão a oportunidade de conhecer esta arte”, opina Liliana Tavares, coordenadora do festival.

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Nesta sexta (4), o VerOuvindo promove uma mostra competitiva formada por filmes com audiodescrição, algo que também nunca aconteceu no Brasil. “Selecionamos dez curtas metragens que serão avaliados por uma comissão julgadora formada por profissionais da área e que escolherá o Melhor Roteiro (1º, 2º e 3º lugar) e Melhor Locução. Haverá também um prêmio para o melhor trabalho segundo júri popular. Na ocasião, serão distribuídas cédulas em braile para que o público possa participar da votação”, revela Liliana Tavares, coordenadora do festival. Dos dez trabalhos selecionados dois são pernambucanos.

No domingo (6) será a vez da exibição dos filmes Língua Mãe, de Fernando Weller e Leo Falcão, e Colegas, de Marcelo Galvão. “Este último terá audiodescrição ao vivo feita por Márcia Caspary, do Rio Grande do Sul, que virá especialmente para o festival”, comenta Liliana. Na segunda (7), três curtas fazem parte da programação, Café Aurora, de Pablo Polo, Viagem à Marte, de Toinho Castro, e Recife Frio, de Kleber Mendonça Filho. Em seguida, será realizado um debate sobre a produção da audiodescrição para filmes entre os diretores, profissionais de área e o público. Ainda na segunda serão divulgados os premiados da mostra competitiva.

Setor da audiodescrição

Segundo a coordenadora, vários festivais já abriram os olhos para a profissão da audiodescrição. “O Festival Stop Motion fez um dia voltado para trabalhos do tipo no ano passado. O Festival de Cinema Silencioso também colocou um filme neste formato na programação. O que a gente quer é isso: que os diretores de filmes queiram cada vez mais participar de eventos assim. O mercado ainda é incipiente, começou agora. É uma profissão dura, difícil, que deve estar totalmente ligada ao trabalho do diretor, mas no final também é arte. A gente descreve com palavras as imagens dos filmes”, explica Liliana Tavares.

O VerOuvindo conta também com curadoria de Karina Galindo e foi idealizado com o objetivo de divulgar a audiodescrição e torná-la uma categoria de premiação nos festivais de cinema. “Inscrevemos o projeto mais uma vez no Funcultura e ele passou pela primeira avaliação. Estamos na torcida porque o que queremos é que o evento se torne um festival comum na agenda da cidade”, ressalta Liliana.

Serviço

VerOuvindo - I Festival de Filmes com Audiodescrição do Recife

Sexta (4) a segunda (7)

Cinema da Fundaj (Rua Henrique Dias, 609 – Derby)

Gratuito

(81) 3073 6689

Confira a programação completa: 

Sexta (4)

Abertura do festival

Mostra competitiva com os filmes:

Engano (RJ)

Terra a Gastar (BA)

Como atravessar a sala (RJ)

Visceral (PE)

Pérolas do Açúcar (PE)

A Ilha (RJ)

Ecos da Terra (BA)

Brancos Elefantes (CE)

Vírginia Menezes: cantora e professora de canto (RJ)

Seu Arlindo vai a loucura (SP)

Sábado (5)

Língua Mãe, de Fernando Weller e Leo Falcão, 81min. 

(Audiodescrição: Silvia Farias/ consultoria: Roberto Cabral) 

Crianças do Brasil, de Portugal e de Angola se encontram através da música. Um documentário sobre a preparação do um espetáculo de Naná Vasconcelos em comemoração aos 50 anos da capital brasileira.

Domingo (6)

Colegas, de Marcelo Galvão, 94min. 

(Audiodescrição: Márcia Caspary- RS, voice over) 

Colegas é uma divertida comédia que aborda de forma inocente e poética coisas simples da vida através do olhar de três jovens com síndrome de Down apaixonados por cinema. Um dia, inspirados pelo filme Thelma & Louise, eles resolvem fugir no Karmann-Ghia do jardineiro (Lima Duarte) em busca de seus sonhos: Stalone quer ver o mar, Marcio quer voar e Aninha busca um marido pra se casar. Eles partem do interior de São Paulo rumo à Buenos Aires. Nessa viagem, enquanto experimentam o sabor da liberdade, envolvem-se em inúmeras aventuras e confusões como se a vida não passasse de uma eterna brincadeira.

Segunda (7)

Exibição de três curtas seguidos de um debate sobre a produção da audiodescrição para filmes com os diretores e com os audiodescritores e o público.

Café Aurora – Pablo Polo, 19min30s

(Audiodescrição Andreza Nóbrega /consultoria: Roberto Cabral

Um especialista na preparação de cafés admira secretamente uma artista plástica. Ela, por sua vez, é cliente costumeira do Café Aurora. O encontro desses dois personagens nos leva a um mundo de sensações diferenciadas. Um mundo em que as palavras valem menos do que a percepção.

Viagem à Marte – Toinho Castro, 9min41s

(Audiodescrição: Gisele Silgom/ consultoria: Milton Carvalho)

Uma grande guerra, uma fuga para Marte, um novo mundo... 'Viagem a Marte' é uma narrativa de ficção cientí­fica construída a partir de outras narrativas. A proposta do filme é contar uma história nova a partir de imagens que já existem, imagens de arquivo. Velhos documentários sobre a corrida espacial e sobre a Segunda Grande Guerra são as fontes que alimentaram a história dessa viagem.

Recife Frio – Kleber Mendonça Filho, 24min. 

(Audiodescrição: Liliana Tavares/ consultoria: Milton Carvalho) 

Um documentário de uma TV estrangeira examina os efeitos da mudança em toda uma cultura que sempre viveu em clima quente e relata eventos inexplicáveis que transformaram a capital pernambucana numa cidade fria e chuvosa, revolucionando costumes de toda uma sociedade que surgiu tropical.

Divulgação dos premiados da mostra competitiva

Restaurantes, bares e lanchonetes terão de ter, pelo menos, um cardápio em braile para os clientes. Caso não haja recurso para apreciação do projeto no plenário do Senado, o PLC 48/2011 – aprovado nesta quarta (23) pela Comissão de Direitos Humanos – vai direto à sanção presidencial.

Pelo texto, o estabelecimento que descumprir a exigência do cardápio em braile terá que pagar multa de R$ 100, reajustada com base no índice de correção dos tributos federais. Em caso de reincidência, será cobrado o dobro da multa.

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Segundo a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), autora da proposta, para que o acesso universal à informação previsto na Constituição Federal seja possível, é necessário legislar sobre questões simples e ao mesmo tempo fundamentais para o cotidiano das pessoas com deficiência.

A Agência Câmara de Notícias divulgou, nesta sexta-feira (31), que a Comissão de Seguridade Social e Família aprovou o projeto de lei que obriga escolas públicas e privadas a alfabetizar pelo sistema braile alunos com deficiência visual, quando for necessário. A proposta aprovada é o substitutivo proposto pela relatora, deputada Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), que também cria condições para o ensino do braile aos familiares e à comunidade da pessoa com deficiência visual.

O projeto já está em caráter conclusivo. Ele ainda será analisado pelas comissões de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.


Com informações da Agência Câmara de Notícias





O Censo revela que 17,7 milhões de brasileiros, ou 6,7% da população, declararam possuir pelo menos uma deficiência "severa". Em 2000, o índice foi de 4,2%. Já o porcentual de brasileiros que declararam possuir ao menos uma deficiência chegou a 23,9% em 2010, ante 14,3% em 2000.

A pesquisadora Eliane Xavier ressalta que houve uma mudança na forma de fazer as perguntas e que isso pode ter provocado o aumento. A pergunta sobre deficiência visual no Censo 2000, por exemplo, era: "Como você avalia a sua capacidade de enxergar?". Em 2010, mudou para: "Você tem alguma dificuldade para enxergar?".

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Em relação à deficiência motora, a pergunta mudou de "Como você avalia a sua capacidade de caminhar ou subir degraus?" (2000) para "Tem dificuldade permanente de caminhar ou subir degraus?" (2010). "Certamente o envelhecimento da população está ligado ao aumento de deficiências, mas em dez anos não faria tanta diferença", diz a presidente do IBGE, Wasmália Bivar.

Para as deficiências visual, auditiva e motora foram verificados os graus de severidade: "alguma dificuldade", "grande dificuldade" e "não consegue de modo algum". As pessoas agrupadas na categoria "deficiência severa" são aquelas que declararam para um tipo ou mais de deficiência as opções "grande dificuldade" ou "não consegue de modo algum", além daquelas que declararam possuir deficiência mental.

A deficiência visual severa foi a que apresentou maior incidência: 3,5% declararam possuir grande dificuldade ou nenhuma capacidade de enxergar, ante 1,5% em 2000. A deficiência motora severa foi a segunda maior, apontada por 2,3% dos que declararam possuir esse tipo de problema. Em 2000, o índice foi de 1,4%. Já porcentual de pessoas com deficiência auditiva severa aumentou de 0,6% para 1,1%. A deficiência mental foi a única que apresentou redução, passando de 1,7% da população em 2000 para 1,4% em 2010.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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