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A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou nesta quarta-feira (7) a prestação de contas apresentadas pelos governos de Jair Bolsonaro, referente ao exercício de 2019, Michel Temer (2018 e 2016) e Dilma Rousseff (2016), todas com ressalvas apontadas previamente por auditores do Tribunal de Contas da União (TCU). Os relatórios apresentados às Mensagens 5/2020, 3/2019 e 5/2017 serão agora encaminhados para votação no Plenário do Congresso.

O relator das contas de 2019 do governo Bolsonaro foi o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), que apresentou relatório e um projeto de decreto legislativo como forma de possibilitar a aprovação das contas com as ressalvas feitas pelo TCU. A ressalva incluída no projeto é o não cumprimento, em 2019, da aplicação mínima de recursos destinados à irrigação no Centro-Oeste. A Constituição obriga a aplicação de pelo menos 20% dos recursos nesta área.

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Também foi recomendado que as despesas relativas a projetos sejam identificadas de maneira específica, por município ou região, facilitando a transparência. O projeto determina que o presidente adote uma regulamentação específica sobre o tema ou proponha uma alteração no texto constitucional para tornar o dispositivo aplicável.

As outras ressalvas não incluídas pelo relator no projeto foram o aceite de obrigações junto a organismos internacionais em montante superior aos créditos disponíveis; e a não observância de aspectos da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101, de 2000) na concessão de benefícios tributários.

As prestações referentes às contas de Michel Temer (2018 e 2016) e Dilma Rousseff (2016) foram relatadas pelo senador Confúcio Moura (MDB-RO). Entre as ressalvas apontadas estão as dificuldades enfrentadas pelos técnicos do TCU para acessar dados da Receita Federal em razão de sigilo fiscal quanto a ações patrimoniais e receitas orçamentarias. O tribunal também aponta renúncia fiscal de R$ 314 bilhões, obtida em razão da concessão de benefícios tributários ao longo dos anos. 

PEC da Transição Durante a reunião, o senador Marcos Rogério (PL-RO) disse que o país vive um “momento atípico na política” e criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, em discussão no Congresso, destinada ao pagamento de benefícios sociais pelo governo do presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva. 

"Não se trata apenas de uma emenda de transição. Ela propõe um novo pacto de transição da responsabilidade fiscal, do compromisso do teto de gastos para um novo ambiente, totalmente descompromissado com o que o Parlamento desenhou para o pais não experimentar o que viveu no passado, no governo Dilma, o total descontrole em relação aos gastos públicos. Ela também retira o quórum qualificado para mudar a regra de ouro e submetê-la a lei complementar, e não mais por emenda constitucional", afirmou. 

Já o deputado Enio Verri (PT-PR) esclareceu que o próximo governo não pretende acabar com a âncora fiscal, mas apresentar um novo modelo até agosto de 2023, conforme prevê o texto da PEC da Transição, em apreciação no Congresso.

"Entendo que é falta de informação. O que não pode é falar o que não sabe, Não há como não ter uma âncora fiscal. O presidente Lula foi responsável em seus oito anos de governo. Vai se manter o teto de gastos. O teto não foi extinto. Aplicou-se um valor, aumentou. Até agosto vamos construir o teto de gastos, que falhou no governo Bolsonaro, que superou o teto em quatro. Respeito. Conhecimento sempre é bom e mantém o nível que essa Casa precisa ter, concluiu.

A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), por sua vez, criticou o governo de Jair Bolsonaro, atribuindo-lhe a “criação de verdadeiras aberrações com dinheiro público, como o orçamento secreto, a redução de investimentos, um orçamento anti povo para a tender especuladores financeiros”.

Presidida pelo deputado Celso Sabino (União-PA), a CMO volta a se reunir na terça-feira (13), quando deverão ser apreciados o relatório do Comitê de Admissibilidade de Emendas (CAE), da Lei Orçamentária de 2023 (PLN 32/2022) e prestações de contas dos governos Jair Bolsonaro, Dilma Rousseff e Fernando Collor, ainda pendentes de votação no colegiado. 

*Da Agência Senado

A ex-presidenta da República, Dilma Rousseff (PT), não virá mais a Pernambuco neste sábado (22), na tentativa de atrair mais votos para a candidata ao Governo de Pernambuco, Marília Arraes (SD). Alvo de fake news, Marília explicou que o cancelamento da vinda da ex-presidenta foi pela incompatibilidade de agenda, pois ela não teria como acompanhar a agenda de Dilma, que seria em Olinda. 

Em nota, a candidata exaltou ter recebido com “muita alegria” a notícia da vinda de Dilma a Pernambuco para reforçar a campanha dela e a de Lula, e que sempre admirou e a respeitou. “Saí em sua defesa durante o golpe de 2016 e nos momentos mais difíceis. Dilma tem tarefas e um papel essencial na campanha nacional e, infelizmente, por incompatibilidade de agendas, não foi possível, neste momento, confirmar atividades presenciais. Seguimos juntos e juntas na construção nesse projeto que vai resgatar o protagonismo de Pernambuco e devolver o Brasil aos brasileiros”, diz a nota. 

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As fake news em torno da vinda de Dilma ao Estado com relação a Marília Arraes foram de que a candidata não havia gostado da notícia e se recusado a subir no mesmo palanque da ex-presidenta. 

A ex-presidente da República, Dilma Rousseff, estará em Olinda, no Grande Recife, neste sábado (22). A concentração será na Praça do Carmo, às 13h, com caminhada até o bairro do Amparo. 

O ex-presidente Lula (PT) esteve em Pernambuco na última sexta-feira (14), para reforçar o palanque junto à candidata ao Governo de Pernambuco, Marília Arraes (SD), em uma caminhada que contou com vários apoiadores.

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O youtuber Felipe Neto, que já fez várias críticas a Dilma Rousseff e ao PT nas redes sociais e no seu canal do YouTube, encontrou a ex-presidenta no último domingo (25), no Rio de Janeiro, e pediu perdão à petista. 

No perfil do Twitter ele falou do encontro e relatou o pedido de perdão “por ter propagado o antipetismo, o discurso golpista e o ódio à esquerda”.

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“O amor que ela me deu foi em retorno foi algo que nem consigo explicar a vocês”, tuitou. 

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O impeachment de Dilma Rousseff completa seis anos nesta quarta-feira (31). Foram 273 dias do processo que culminou na quarta cassação de um presidente da República brasileira e marcou um retorno ostensivo da direita ao Congresso e ao Governo Federal. Condenada em 2016 pelas “pedaladas fiscais”, a ex-presidente foi, por ausência de provas, inocentada em março deste ano, após a extinção do processo que a obrigava a indenizar a União pelos danos financeiros. 

O processo de cassação foi um marco histórico na política brasileira. Movimentou milhões às ruas, pedindo pelo fim do Governo Dilma e pelo fim da corrupção e da influência do Partido dos Trabalhadores na política. Assim, a dominância que a primeira mulher presidente do país tinha no Congresso, foi, aos poucos, se desfazendo. O resultado do processo foi o esperado: por 61 votos contra 20, o Senado Federal aprovou o parecer pelo impeachment. 

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Dilma, que já estava afastada desde maio de 2016, nunca retornou ao cargo. Michel Temer (MDB), vice-presidente à época, assumiu interinamente. O processo durou de 2 de dezembro de 2015 a 31 de agosto de 2016, começando pelo encaminhamento do parecer na Câmara dos Deputados, liderada pelo cassado Eduardo Cunha. 

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Relembre os votos no Senado 

Eram necessários os votos de 54 senadores (dois terços) para condenar a presidente da República por crimes de responsabilidade e afastá-la do cargo. Alguns dos que votaram a favor do processo, como Telmário Mota (Pros) e Cristovam Buarque (Cidadania), posteriormente se disseram arrependidos do voto. Mota chegou a pedir desculpas a Dilma publicamente. Tasso Jereissati (PSDB), ex-governador do Ceará, também votou contra Rousseff e posteriormente admitiu que o “golpe” foi “um erro”. 

Dilma foi acusada de, através do Tesouro Nacional, atrasar, voluntariamente, o repasse de recursos para a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), entre outros programas e iniciativas. Essas instituições teriam feito o pagamento com recursos próprios, garantindo a entrega de serviços, enquanto o Governo Federal omitia os dados da dívida pública. 

VOTOS 'SIM' (pelo impeachment) 

Acir Gurgacz (PDT-RO) | Aécio Neves (PSDB-MG) | Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) 

Álvaro Dias (PV-RR) | Ana Amélia (PP-RS) | Antonio Anastasia (PSDB-MG) 

Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) | Ataídes Oliveira (PSDB-TO) | Benedito de Lira (PP-AL) 

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) | Cidinho Santos (PR-MT) | Ciro Nogueira (PP-PI) 

Cristovam Buarque (PPS-DF) | Dalirio Beber (PSDB-SC) | Dário Berger (PMDB-SC) 

Davi Alcolumbre (DEM-AP) | Edison Lobão (PMDB-MA) | Eduardo Amorim (PSC-SE) 

Eduardo Braga (PMDB-AM) | Eduardo Lopes (PRB-RJ) | Eunício Oliveira (PMDB-CE) 

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) | Fernando Collor (PTC-AL) | Flexa Ribeiro (PSDB-PA) 

Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) | Gladson Cameli (PP-AC) | Hélio José (PMDB-DF) 

Ivo Cassol (PP-RO) | Jader Barbalho (PMDB-PA) | João Alberto Souza (PMDB-MA) 

José Agripino (DEM-RN) | José Aníbal (PSDB-SP) | José Maranhão (PSDB-PB) 

José Medeiros (PSD-MT) | Lasier Martins (PDT-RS) | Lúcia Vânia (PSB-GO) 

Magno Malta (PR-ES) | Maria do Carmo Alves (DEM-SE) | Marta Suplicy (PMBD-SP) 

Omar Aziz (PSD-AM) | Paulo Bauer (PSDB-SC) | Pedro Chaves (PSC-MS)  

Raimundo Lira (PMDB-PB) | Reguffe (S/Partido-DF) | Renan Calheiros (PMDB-AL) 

Ricardo Ferraço (PSDB-ES) | Roberto Rocha (PSB-MA) | Romário (PSB-RJ) 

Romero Jucá (PMDB-RR) | Ronaldo Caiado (DEM-GO) | Rose de Freitas (PMDB-ES 

Sérgio Petecão (PSD-AC) | Simone Tebet (PMDB-MS) | Tasso Jereissati (PSDB-CE) 

Telmário Mota (PDT-RR) | Valodir Raupp (PMDB-RO) | Vicentinho Alves (PR-TO) 

Waldemir Moka (PMDB-MS) | Wellington Fagundes (PR-MT) | Walder Morais (PP-GO) 

Zeze Perrella (PTB-MG) 

VOTOS 'NÃO' (contra o impeachment) 

Angela Portela (PT-RR) |  Armando Monteiro (PTB-PE) | Elmano Férrer (PTB-PI) 

Fátima Bezerra (PT-RN) | Gleisi Hoffmann (PT-PR) | Humberto Costa (PT-PE) 

João Capiberibe (PSB-AP) | Jorge Viana (PT-AC) | José Pimentel (PT-CE) 

Kátia Abreu (PMDB-TO) | Lídice da Mata (PSB-BA) | Lindbergh Farias (PT-RJ) 

Otto Alencar (PSD-BA) | Paulo Paim (PT-RS) | Paulo Rocha (PT-PA) 

Randolfe Rodrigues (Rede-AP) | Regina Sousa (PT-PI) | Roberto Muniz (PP-BA) 

Roberto Requião (PMDB-PR) | Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM) 

Discursos 

Simone Tebet (MDB-MS, à época PMDB): Por dois anos, maquiaram-se as contas públicas. Fez-se a contabilidade criativa para esconder os desmandos com o dinheiro público, para maquiar e esconder o gasto excessivo, além do limite. É como se o Governo, além de ter gastado o dinheiro que vem do tributo e do imposto do povo brasileiro, tivesse - teria e fez - entrado no cheque especial. E mais grave que isso: pegou dinheiro não emprestado com bancos públicos, porque ele é o que opera, ele tem o controle desses bancos. Então, ele não pegou um empréstimo. Embora se fale em operação de crédito ilegal, o que houve foi uma coação, porque os bancos públicos não podiam dizer “não” para o Governo Federal. 

[...] E é por isso que eu venho com convicção, depois de duas semanas na Comissão Especial, analisando atentamente a defesa, a acusação, o relatório irretocável do nosso querido amigo, Senador Anastasia, afirmar ao Brasil que eu voto “sim” pelo juízo de admissibilidade deste processo porque também, em 2015, há indícios muito sérios de crime de responsabilidade com a materialidade do fato e com a autoria da Senhora Presidente da República. 

Aécio Neves (PSDB-MG): Na verdade, foi exatamente o descontrole da economia, conduzido pelo Governo da atual Presidente da República, que levou o Brasil a dois anos de queda expressiva de seu produto interno e à maior recessão de toda a nossa história republicana. Foram os atos conscientes da Presidente da República que nos trouxeram a maior inflação desde 2002, de quase 10%. Foi a irresponsabilidade deste Governo no descumprimento da legislação à qual ele estava submetido que levou o Brasil a ter hoje cerca de 11 milhões de desempregados, Senador Aloizio, três milhões em apenas um ano. Foi a irresponsabilidade deste Governo que levou à queda de 24% dos investimentos desde o início de 2014, a uma queda de 25% da nossa produção industrial, a 303 mil empresas fechadas apenas no ano de 2015! 

Randolfe Rodrigues (Rede-AP): Sinto um mal-estar com esse fundamento. A alegação é fraca e causa desconforto. Descumprimento de regra orçamentária é regra de todos os governos da Nação. Não é por outro motivo que os Estados estão quebrados. Há um problema sério de proporcionalidade. Não estou dizendo que ela não descumpriu as regras orçamentárias. O que estou querendo dizer é que é desproporcional tirar uma Presidente sob esse fundamento num País como o nosso. Vão aparecer dúvidas sobre a justeza dessa discussão. Mais do que isso, essa dúvida se transformará em ódio entre parcelas da população. Quanto à justeza e o acerto político dessa medida, tenho dúvidas sinceras. 

A resposta, neste grave momento da vida nacional, Sr. Presidente, não pode ser tomada por 513 Deputados e 81 Senadores. Só a soberania do voto popular pode, só a soberania e a sabedoria do voto popular poderão, neste momento, devolvido o poder ao povo, dar a resposta a esta crise política. [...] Não aceitaremos retrocessos nas conquistas sociais que o povo brasileiro já teve. Não aceitaremos! Não será com o meu voto que será chancelado o retorno ao atraso no dia de hoje. Por isso que o meu voto será “não”. 

Omar Aziz (PSD-AM): Presidente Dilma, a senhora errou quando a senhora não cumpriu um negócio básico: falar a verdade. Esse foi o seu grande pecado. Se a senhora tivesse tido humildade... E, naquele dia, lhe disse: “Presidenta, faça a autocrítica, lidere o Brasil, lidere os políticos brasileiros. Vá à televisão e diga ao povo brasileiro qual é a real situação da nossa economia. O povo brasileiro é bom. Ele é compreensível. Vai perdoá-la e vai lhe dar apoio.” Ali, começou o impeachment da Presidenta Dilma, a partir do momento em que ela não teve humildade, e, sim, a soberba da reeleição. E muitos membros aqui. E eu não estou feliz com isso. Estou triste, porque lutei a minha vida toda pela democratização deste País, fui às ruas, não me omiti. [...] Voto com seu parecer, a favor do impedimento da Presidente Dilma. 

Gleisi Hoffmann (PT-PR): A Presidenta sofreu uma enorme desconstrução na sua imagem, na sua imagem pessoal e política de Presidenta, mas, sobretudo, na sua condição de mulher, com mentiras, calúnias, difamação, falso moralismo, um desrespeito total pelo fato de ser mulher. E estão tentando vender agora para o povo brasileiro que o afastamento, o impeachment da Presidenta é a solução de todos os problemas. Não, não é. Não é a solução de nenhum problema. Pior do que isso: é o agravamento dos problemas. Não há esperança popular no governo do Vice-Presidente Temer. Não há o que esperar a não ser perdas de direito e de retrocesso. O que estão querendo vender para o Brasil é uma mentira de que, tirando a Presidenta Dilma, todos os problemas estão resolvidos. Isso não é verdade, e nós temos que deixar claro isso aqui. Por isso, nós temos repetido que esse impeachment, por não ter base constitucional, por ser exatamente um instrumento para que a elite e a direita coloquem o seu projeto de governo no Poder sem passar pelo voto, é um golpe. Não temos o que esperar desse futuro. Termino aqui o dia ou começo um novo dia da mesma forma que comecei o de ontem, na companhia do Prof. Darcy Ribeiro: sou uma mulher de causas, sou uma mulher de lutas. Detestaria, não suportaria estar no lugar de quem me vencerá hoje. 

 

Esta quarta-feira, 31 de agosto, marca os seis anos do impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff. A cassação do mandato foi, para muitos, um atentado à democracia e um golpe de estado orquestrado por aliados e opositores da antiga chefe do Executivo. Para outros, foi uma vitória contra a corrupção e o último suspiro dos anos de dominância do Partido dos Trabalhadores, que estava há mais de uma década no Governo Federal. 

Um dos mais importantes episódios da história recente do país, o impeachment da primeira mulher presidente do Brasil foi marcado por controvérsias, pela crescente crise econômica, baixa popularidade e perdas de alianças no Congresso Nacional. Apesar do fatídico dia ter sido atravessado por uma sessão de 20 horas no Senado Federal, o processo inteiro levou quase sete meses e 29 dias (273 dias, no total), indo de 2 de dezembro de 2015 a 31 de agosto de 2016.  

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Dilma foi a quarta pessoa a exercer o cargo de Presidente da República a sofrer impeachment no Brasil, depois de Fernando Collor, Café Filho e Carlos Luz. Diferentemente dos seus antecessores, a cassação da mandatária dividiu opiniões entre congressistas e na sociedade civil. 

Para o seu afastamento definitivo, ao fim do processo, era necessário que 54 senadores (dois terços do parlamento) votassem a favor do parecer. O impeachment foi aprovado com 61 votos contra 20, condenando Rousseff por crimes de responsabilidade a partir das “pedaladas fiscais”, mas sem a perda dos direitos políticos. 

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O pontapé 

O processo de impeachment de Dilma Rousseff teve início em 2 de dezembro de 2015, quando o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (preso em 2016 por corrupção passiva) deu prosseguimento ao pedido dos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal. Na baixa câmara do Congresso, os 342 votos favoráveis à continuidade do processo de afastamento de impeachment de Dilma foram obtidos com facilidade. O 342º voto foi do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), e a partir de então, a matéria seguiu ao Senado. 

As “pedaladas” e o impeachment 

“Pedalar” fiscalmente é, em resumo, postergar o pagamento de suas dívidas, enquanto cria novas despesas e maquia a verdadeira situação fiscal de um negócio. Foi por esse comportamento financeiro que o Executivo, às mãos de Dilma Rousseff, foi acusado de crime de responsabilidade. No caso da ex-presidente, uma grande parte da dívida era comprometida à Caixa Econômica Federal, enquanto ela, supostamente, fazia parecer que havia equilíbrio entre os gastos e despesas nas contas públicas. 

Sobre o Governo Dilma, o Tribunal de Contas da União entendeu que o Tesouro Nacional teria atrasado, voluntariamente, o repasse de recursos para a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), para o pagamento de programas sociais como Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, benefícios sociais como o abono salarial e o seguro-desemprego, além de subsídios agrícolas. 

Essas instituições faziam o pagamento com recursos próprios, garantindo que os beneficiários recebessem em dia. Ao mesmo tempo, o governo teria omitido esses passivos nas estatísticas da dívida pública, postergando para o mês seguinte a sua contabilização.  Com isso, as contas públicas apresentavam bons resultados que, no entanto, não eram reais. 

Dilma teve um dos maiores saldos negativos na Caixa: R$ 33 bilhões, com 19 “pedaladas” em todos os anos de seu governo, mais notoriamente em 2014 (oito vezes), ano de sua reeleição. Com os resultados das auditorias da época desfavorecendo a petista, congressistas da oposição se movimentaram para pautar o processo de impeachment, com base nas pedaladas, e tiveram sucesso nas apreciações e na votação. 

A presidente foi afastada em 12 de maio de 2016, após aprovação do Senado. O ex-vice, Michel Temer, assumiu. Os senadores cassaram definitivamente o mandato de Dilma ao fim de agosto daquele ano, em um domingo, por 61 votos contra 20. Dilma tentou se eleger senadora pelo PT de Minas Gerais em 2018, mas não conseguiu. 

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Dilma inocentada 

Em 27 de março deste ano, a 7ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (RJ e ES) extinguiu o processo contra a ex-presidente Dilma Rousseff, no qual ela foi acusada de danos financeiros causados por pedaladas fiscais. 

A ação popular acusava Dilma, seu então vice Michel Temer e sua equipe administrativa de praticarem manobras fiscais para ocultar saldo devedor nas contas e demonstrações financeiras e orçamentárias do governo federal. As chamadas pedaladas fiscais levaram ao impeachment da presidente em 2016. 

Em 2020, a 10ª Vara Federal do Rio de Janeiro condenou Dilma a indenizar a União por danos aos cofres públicos, no valor correspondente ao endividamento causado pelas operações irregulares, a ser apurado pelo Tribunal de Contas da União. Após recurso da ex-presidente, a sentença foi reformada, e a ação foi extinta sem resolução de mérito. 

Em 2016, uma perícia realizada por especialistas do Senado, e acompanhada pela defesa de Dilma, já havia indicado o mesmo resultado. Apesar da resolução ter sido diferente, essencialmente, no ano do impeachment já se sabia que a ex-presidente não era responsável pelas pedaladas, mas que havia autorizado decretos sem o aval do Congresso. O resultado teve efeito contrário e acabou sendo mais um utilizado para demonstrar arbitrariedade no governo e má relação com o parlamento. 

À época, e também em seu discurso do impeachment, Dilma Rousseff argumentou que as pedaladas são uma prática comum aos governos em crise e que não configuram crime de improbidade administrativa. Ela mencionou até mesmo os governos de seu aliado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) como exemplos de gestões que “pedalaram” e não sofreram sanções políticas. 

Até mesmo o governo de Jair Bolsonaro (PL) já sofre questionamentos nesse sentido. Opositor de Dilma desde sempre e à época deputado federal pelo PSL, o atual presidente votou a favor do processo que culminou na cassação de Rousseff, na Câmara. Em seu discurso, desdenhou da tortura sofrida pela ex-presidente durante a ditadura militar, saudou o ex-chefe do DOI-CODI do regime militar, Carlos Brilhante Ustra, e gritou palavras de ordem pelo Brasil, por Deus e contra a corrupção. 

Naquele momento, o então parlamentar de baixo clero ensaiava a sua ascensão à política nacional, tendo as pedaladas como parte do seu discurso de oposição. Em seu governo, porém, Bolsonaro se tornou alvo de críticas de economistas por criar uma “bomba fiscal” que poderá se tornar responsabilidade do seu sucessor e sucessora. Com o aumento da inflação, dos itens básicos e da fome, o presidente intensificou em sua agenda publicitária dados que mascaram os índices negativos do Governo Federal e que servem de manutenção para o seu eleitorado. 

 

A aliança entre o PT e o PSB vem colecionando diversos imbróglios ao longo dos últimos anos. Um deles é o apoio do PSB ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016, fato que, inclusive, contou com o voto do candidato da Frente Popular de Pernambuco, Danilo Cabral (PSB). Nesta segunda-feira (8), porém, Danilo declarou que o episódio já foi superado pelas legendas e classificou o apoio do PSB a destituição de Dilma como um “equívoco”.

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“Esse processo já foi superado. A direção nacional do PSB já se manifestou sobre isso e reconheceu que houve um equívoco histórico do partido ao participar daquela votação”, declarou o deputado federal em entrevista à Rádio Jornal.

“O que nos orienta agora é o futuro do Brasil. Neste exato momento não é só o PSB que está se juntando com PT, as forças democráticas do Brasil estão se aglutinando contra a ameaça à democracia”, reforçou Danilo.

O candidato ainda disse que “essas questões de lá trás podem ter tido uma relevância lá [em 2016], mas a superação deste momento é resultado da verdadeira ameaça à democracia”, segundo ele, proporcionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao questionar a legitimidade das urnas.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) assinou nesta quarta-feira, 3, a carta pela democracia organizada na Faculdade de Direito da USP. O manifesto, que é aberto ao público, já ultrapassou a marca de 700 mil adesões. Trata-se de uma reação às investidas do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas eletrônicas e o processo eleitoral brasileiro.

"No momento em que a democracia está sob grave ameaça e sob constantes ataques do presidente da República, é hora da sociedade civil se mobilizar em defesa do sistema eleitoral e das urnas. Eu assino embaixo em defesa do Estado Democrático de Direito", disse Dilma.

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Os candidatos à Presidência Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), André Janones (Avante) e Luiz Felipe d'Avila (Novo) assinaram o documento. Como mostrou o Estadão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também avalia aderir ao manifesto nos próximos dias. Nesta semana, o candidato a vice de sua chapa, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), também assinou.

A carta será lida no dia 11 de agosto no pátio da faculdade, no Largo de São Francisco. Em 1977, outro documento a favor da democracia foi lido no mesmo local. Naquela ocasião, o País estava sob a ditadura militar.

O documento prega a manutenção do Estado Democrático de Direito. Na terça-feira, 2, Bolsonaro afirmou que os signatários da carta são "sem caráter" e "cara de pau". O presidente disse que o manifesto é fruto de apoiadores da esquerda que admiram ditaduras da América Latina, artistas que costumavam obter mais recursos da Lei Rouanet, entre outros.

Além dos presidenciáveis e da ex-presidente, o documento foi assinado pelos ex-ministros do STF Celso de Mello e Joaquim Barbosa, entre outros; pelo reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Júnior; além de procuradores, promotores, desembargadores, artistas, entre outros, como os banqueiros Roberto Setúbal e Candido Bracher, do Itaú Unibanco.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) usou o Twitter, nesta terça-feira (19), para afirmar que o presidente Jair Bolsonaro cometeu um ato de traição ao Brasil ao reunir embaixadores para, mais uma vez, levantar suspeitas sobre a lisura do processo eleitoral do país e questionar a confiabilidade das urnas eletrônicas. 

Segundo Dilma, Bolsonaro reuniu o mundo para anunciar que dará um golpe. 

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"Bolsonaro cometeu ontem um ato de traição ao Brasil. É a 1ª vez que um presidente convoca o mundo para anunciar que vai dar um golpe. Com este ato, Bolsonaro confessa que vai perder a eleição para Lula", escreveu a ex-presidente petista.

Dilma Rousseff ainda fez um questionamento: "Até quando as instituições serão complacentes com essa vergonha autoritária?"

A reunião liderada por Bolsonaro com embaixadores que aconteceu nessa segunda-feira (18) repercutiu no mundo e rendeu reações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que listou 20 inverdades do discurso do presidente. 

O governo do presidente da República, Jair Bolsonaro, indeferiu o pedido de anistia feito pela ex-presidente da República Dilma Rousseff (PT). A decisão foi publicada em portaria no Diário Oficial da União da segunda-feira (13). A petista havia solicitado uma indenização de R$ 10,7 mil, para efeitos de aposentadoria, por ter sido perseguida, torturada e presa durante o regime militar.

A portaria seguiu a decisão da Comissão de Anistia que negou, em abril, o pedido da ex-presidente.

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Na época, a notícia foi comemorada com ironia por Bolsonaro. "Dilma Rousseff, perdeu! Quem sabe lá na frente, quando algum esquerdista voltar ao poder, espero que não aconteça, você receba", disse o presidente em transmissão ao vivo nas redes sociais.

A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, também reagiu ao acontecimento: "Parabéns por trabalharem pautados na lei", afirmou.

Transferida do Ministério da Justiça para o da Mulher, Família e Direitos Humanos, a comissão, que foi criada em 2002, mudou de perfil sob comando de Damares e endureceu os critérios.

No primeiro ano do governo Bolsonaro, por exemplo, a comissão indeferiu 85% dos 2.717 pedidos de indenização, reconhecendo apenas 388 deles.

A nova Lei do Impeachment deve incluir as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os ritos do processo definidos durante os julgamentos dos ex-presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (6) durante reunião da comissão de juristas criada para atualizar a Lei do Impeachment (Lei 1.079, de 1950). 

Uma das decisões tomadas pelo STF na análise desses procedimentos foi deixar nas mãos do Senado o poder de decidir sobre o afastamento do presidente. Além de incluir a jurisprudência aplicada nos dois processos, a nova lei terá um texto simplificado que valerá para todas as autoridades federais e estaduais. O conselheiro do CNJ e ex-secretário-geral da Mesa do Senado Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho foi o responsável por reunir as sugestões dos membros da comissão e apresentar uma minuta do anteprojeto.

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  "Nós optamos por fazer uma organização diferente. A Lei atual descreve o impeachment do presidente da República e depois aplica aos demais cargos por analogia. Optamos por um projeto que traz uma norma geral aplicável a todos. A partir desse desenho, trouxemos normas pontuais que se aplicam a um caso ou a outro. O texto já trouxe toda a jurisprudência do STF tanto no episódio de 1992 quanto no de 2016 no que se refere ao direito de defesa", apontou Bandeira. 

Além do presidente da República, estão sujeitos a processos de impeachment, de acordo com a Lei 1.079, que regula os crimes de responsabilidade, o procurador-geral da República, ministros de Estado, ministros do Supremo Tribunal Federal, governadores e secretários de Estado. Presidente do colegiado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski apontou que a proposta poderá incluir também os prefeitos.

  "A minuta apresentada por Bandeira já estabelece um procedimento uniforme não apenas para o chefe do executivo federal, mas também para o chefe do executivo estadual. Se o Parlamento quiser, poderá até incorporar os prefeitos neste procedimento", disse o ministro. 

 A partir dessa minuta, os juristas seguirão apresentando sugestões para aperfeiçoar a proposta. Segundo o advogado Maurício Campos Júnior, o colegiado busca simplificar o rito do impeachment, mas assegurando a garantia à ampla defesa. 

"A discussão passa pela simplificação do procedimento sem descuidar das garantias constitucionais. Nosso ponto de partida é muito próximo da linha de chegada", afirmou. 

*Da Agência Senado

O presidente Jair Bolsonaro reagiu com ironia à notícia de que a Comissão de Anistia negou os pedidos da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e do deputado federal Ivan Valente (PSOL) por indenizações. Os dois políticos de esquerda pediram reparação pelo período em que foram presos e torturados durante a ditadura militar, regime do qual Bolsonaro é apoiador.

"Dilma Rousseff, perdeu! Quem sabe lá na frente, quando algum esquerdista voltar ao poder, espero que não aconteça, você receba", declarou o presidente em transmissão ao vivo nas redes sociais. "Ivan Valente gosta de uma grana. Tentou pegar mais uma graninha do Estado com as barbaridades que fez no passado", acrescentou, sem citar a tortura à qual Dilma e Valente foram submetidos.

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Bolsonaro ainda afirmou que vai divulgar quanto os anistiados após a ditadura recebem de pensão do Estado brasileiro.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) voltou a se manifestar sobre o processo de impeachment que a tirou do Palácio do Planalto em 2016. Para a petista, sua saída foi fundamentada em misoginia e opositores se utilizaram da sua “condição de mulher” para fundamentar a investigação. A declaração foi feita durante entrevista ao podcast Mano a Mano, conduzido pelo músico e ativista Mano Brown, nesta quinta-feira (28). 

“Acho que sofri impeachment porque representava um projeto diferente para o Brasil, de inclusão social. Tentaram criminalizar o exercício do orçamento. Havia uma certa dificuldade de me acusar de qualquer coisa. [...] Agora, eu acho que o golpe utilizou profundamente da minha condição de mulher para criar o meio ambiente para me tirar do governo”, analisou. 

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Ao falar sobre as “pedaladas fiscais”, Dilma disse que “adora” mencionar o assunto. Ela considerou que esse argumento foi usado porque não havia nada que as pessoas pudessem acusá-la de corrupção, a não ser de gastar dinheiro em um projeto de inclusão social no Brasil. 

“Eu não quero o compromisso eleitoral porque eu quero falar as coisas que eu acredito. Eu cansei de escutar ministro do Supremo, o próprio Temer dizendo que não foi bem pedalada fiscal, foi porque eu não tinha apoio político. Só que não ter apoio político no Brasil não é razão para impeachment”, continuou. 

Desigualdade social 

A ex-presidente também criticou a “insensibilidade” da classe mais alta do país com as pessoas pobres, o que analisou ser uma herança escravocrata no comportamento da sociedade brasileira. Segundo Dilma, o Brasil tem dinheiro para dar escolas de graça à população, da creche até a faculdade, mas tem uma elite que não se preocupa com o povo. 

“O que eu acho mais absurdo no Brasil é a absoluta insensibilidade da elite brasileira, das oligarquias brasileiras, sejam financeiras, industriais, agrícolas, seja quem for, pelo destino de seu próprio povo. Isso é imperdoável”, disse. 

E completou: “Nunca vamos esquecer que um dos problemas mais graves do Brasil é a escravidão. Não só porque escravizaram nosso povo, mas porque, quem escravizou, e o fez por 300 anos, é a elite desse país. É só isso que explica a insensibilidade dela perante o seu próprio povo”. 

Dilma também defendeu a revogação do chamado teto de gastos, em vigor desde o governo de Michel Temer, que impõe limite de despesas ao Estado. 

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que o seu partido, caso pudesse votar novamente hoje, não apoiaria o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), exonerada do cargo presidencial em 2016. De acordo com o legislador, não houve crime de responsabilidade para fundamentar o afastamento da petista. A declaração foi feita à coluna de Guilherme Amado, do Metropóles, divulgada nesta quinta-feira (17). 

"Acho que o próprio MDB não repetiria uma circunstância daquela. Aquilo é um fato para não ser repetido jamais na história do Brasil", declarou em entrevista. 

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Calheiros, que votou a favor do impeachment, mostra-se arrependido do voto. "Sinceramente, não acredito que o Senado hoje aprovaria o impeachment da presidente por crime de responsabilidade fiscal que não houve. Aquilo foi circunstância que não pode se repetir”, completou. 

Atualmente, apesar de ter apoio voltado à possível candidata à Presidência Simone Tebet, senadora pelo MDB-MS, Calheiros também se mostra favorável à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso o nome da parlamentar não decole até maio. Segundo Renan, o MDB já discute o apoio a Lula ainda no primeiro turno. 

"Se ela não crescer, ela própria vai entender essa realidade. Ficamos de conversar com alguns setores do MDB, que com essa avaliação, admitem possibilidade de apoiar Lula desde o primeiro turno." 

Em janeiro, quando se reuniu com Lula em São Paulo ao lado de Renan Filho (MDB-AL), Calheiros já havia dito que a sigla poderia apoiar o ex-presidente ainda no primeiro turno. 

"Tivemos uma conversa com o presidente Lula sobre democracia, institucionalidade, economia e eleição. Inclusive a última, que elegeu Bolsonaro e quebrou o Brasil. Pessoalmente, defendo que, se o MDB não tiver um candidato competitivo, é mais consequente uma aliança com Lula”, disse. 

Nas pesquisas mais recentes, Tebet não tem pontuado. A que traz números mais quentes foi publicada nessa quarta-feira (16) pelo PoderData. Nela, Lula aparece com 40% das intenções de voto, à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL), que ficou com 31%. Em terceiro lugar está o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), que oscilou dois pontos para cima em relação à pesquisa anterior, e agora soma 9% das intenções de voto. 

 

Em novo aceno ao ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido), a cúpula do PT vai divulgar uma carta intitulada "Resistência, Travessia e Esperança", na qual destaca que o partido quer construir pontes com "aqueles que já estiveram do outro lado". A sinalização a antigos adversários aparece na esteira de articulações para que Alckmin, ex-tucano, ocupe a vaga de vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O documento diz que "o momento exige pactos sobre valores necessários para de novo unir o Brasil" e descreve uma "contagem regressiva" até as eleições de outubro.

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Apesar de divergências no PT sobre a aliança com Alckmin e com legendas de centro, é de Lula a palavra final. "E, consciente do seu papel, ele já cumpre a missão, edificando pontes com aqueles que já estiveram do outro lado", destaca um trecho da carta, obtida pelo Estadão/Broadcast.

Na prática, o texto foi preparado para um seminário da liderança do PT na Câmara, que ocorrerá em Brasília, na segunda e terça-feiras, e contará com a participação virtual de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff. O documento leva a assinatura da presidente do PT, Gleisi Hoffmann; dos líderes na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), e no Senado, Paulo Rocha (PA); do presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, e do presidente do Instituto Lula, Márcio Pochmann.

Nos últimos dias, Lula tem mantido encontros com integrantes de vários partidos que fizeram oposição a seu governo e votaram a favor do impeachment de Dilma. O ex-presidente também se aproximou da velha guarda do PSDB. Esteve, por exemplo, com o ex-chanceler Aloysio Nunes Ferreira e com o senador Tasso Jereissati (CE). O comando do PT ainda tenta atrair o PSD, comandado por Gilberto Kassab, para a campanha de Lula ao Palácio do Planalto.

Recados

O ex-presidente tem mandado recados para a ala mais à esquerda do partido, que critica a possível aliança com Alckmin. "Espero que o PT compreenda a necessidade de fazer aliança", disse ele nesta quarta-feira, 26, em entrevista à rádio CBN Vale, de São José dos Campos.

Líder do partido na Câmara, o deputado Reginaldo Lopes defendeu a dobradinha com Alckmin e disse que o possível apoio à candidatura do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), ao governo de Minas pode pavimentar o caminho para que a legenda de Kassab também apoie Lula já no primeiro turno. Até agora, porém, Kassab defende publicamente a candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao Planalto.

Lopes se diz a favor de "uma aliança ampla". "Temos de ter capacidade de buscar aliados, construir uma boa base de governabilidade. E aí eu acho que o Alckmin e o PSD, partido do Kassab, poderiam participar dessa união nacional já no primeiro turno", completou.

Alckmin negocia possível filiação no PSB, que articula uma federação partidária com o PT na eleição deste ano.

Dilma

A participação de Dilma no seminário da cúpula petista ocorre no momento em que Lula tenta se descolar da imagem de que ela integrará eventual novo governo petista. Nesta sexta-feira (28), por exemplo, o ex-presidente disse que Dilma não tinha "jogo de cintura" nem a "paciência que a política exige". Antes, ele já havia afirmado que, se eleito, não pretende remontar governos passados. "O tempo passou e tem muita gente nova no pedaço", disse.

Ainda sem um programa de governo definido, o PT vai promover seminários para discutir as ideias do partido em temas como economia e meio ambiente, formação de federações partidárias e agenda legislativa ao longo deste ano eleitoral.

O ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou a presença da ex-presidente Dilma Rousseff em um eventual futuro governo. Segundo Lula, Dilma não tem a paciência que a política exige. A declaração foi dada à rádio CBN Vale, de São José dos Campos, interior de São Paulo, nesta quarta-feira (26).

"O tempo passou, tem muita gente nova no pedaço e eu pretendo montar o governo com muita gente nova, muita gente importante e com muita experiência também. A Dilma é uma pessoa pela qual eu tenho o mais profundo respeito e carinho. A Dilma tecnicamente é uma pessoa inatacável, tem uma competência extraordinária. Onde ela na minha opinião erra é na política. Ela não tem a paciência que a política exige que a gente tenha", disse Lula.

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Lula lidera com ampla vantagem todas as pesquisas para presidência do Brasil em 2022. Ao ser questionado sobre quem seria seu vice, o ex-presidente não descartou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. "Se tem alguém que tem experiência de ser vice é o Alckmin, que foi vice do Mario Covas (ex-governador paulista, morto em 2001). O vice está lá para contribuir, para participar. O Zé Alencar participava de todas as reuniões que eu fazia. Quando eu fazia reunião de governo, o Zé Alencar participava, falava, dava opinião, representava o governo. (...) Sempre terei dificuldade, e o Alckmin sabe disso, de encontrar alguém para substituir um companheiro como o Zé Alencar", afirmou.

Sobre Bolsonaro

Durante a entrevista, Lula voltou a criticar o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) com relação à pandemia. "Bolsonaro é responsável por mais da metade das pessoas que morreram de Covid. E eles (Bolsonaro e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga) continuam divulgando remédio que não serve, continuam combatendo a vacina, e dizem que crianças que morreram são insignificantes", criticou.

Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff se reuniram pela primeira vez este ano, em São Bernardo do Campo, São Paulo, na tarde da quinta-feira (13). O antecipado encontro estava pendente desde novembro e foi anunciado no mês passado, sinalizado como uma conversa pessoal, mas também de tom político. Após a visita, Lula postou uma foto afagando a amiga, a quem chamou de “minha querida”. 

O reencontro foi arranjado por iniciativa do patrono petista e além do debate estratégico sobre o ano eleitoral, também teve a função de neutralizar rumores de um mal-estar interno no Partido dos Trabalhadores, após Dilma ter estado ausente em um encontro político ocorrido no fim do ano passado. A reunião foi o primeiro encontro público entre Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), com quem Lula dialoga há alguns meses e cogita consolidar uma chapa para as eleições. 

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Além da não participação na reunião com políticos e advogados, Rousseff foi alvo de críticas do ex-prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, um dos vice-presidentes do PT. O Executivo disse em entrevista que Dilma não possui “relevância eleitoral” e por esta razão, não seria uma adição importante à campanha eleitoral de Lula. A fala provocou reações de lideranças partidárias 

No encontro de ontem (13), também participaram do encontro a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e o presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante. "Ótimo encontro hj [sic] com @LulaOficial, @dilmabr e Mercadante. Na conversa os desafios para 2022, vencer o retrocesso e resgatar o projeto de transformação do Brasil que era desenvolvido pelos governos do PT: emprego, renda, dignidade ao povo brasileiro", disse a representante nacional da sigla, no Twitter. 

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Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff se reunirão neste mês de janeiro para falar sobre as eleições de 2022. A reunião deve acontecer em São Bernardo do Campo, onde mora o patrono petista. Lula é apontado como responsável por arranjar o encontro. A informação é de Malu Gaspar, do jornal O Globo, divulgada nesta segunda-feira (3).

Dilma não havia sido convidada para o último evento político de Lula no Brasil, em novembro. De acordo com a reportagem, alguns associados acreditam que a ex-ministra não será uma boa agregação à campanha do sindicalista. Na semana passada, uma declaração do ex-prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, um dos vice-presidentes do PT, causou ainda mais alvoroço na legenda. O Executivo disse em entrevista que Dilma não possui “relevância eleitoral”.

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A fala provocou reações de lideranças partidárias, incluindo a presidente nacional da sigla, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR). “A opinião individual de Washington Quaquá não corresponde ao papel da presidenta Dilma na história, no presente e no futuro do PT. Ela enfrentou com dignidade e coragem o golpe do impeachment que levou o país a esta triste situação. Merece o respeito e a solidariedade de cada dirigente e militante do partido”, afirmou.

A Secretaria Nacional de Mulheres do PT emitiu uma nota dizendo que o argumento é usado para “obstaculizar a participação de mulheres na política”.

No PT, há apostas de que Dilma pode se candidatar a deputada federal. Em 2018, ela disputou uma vaga no Senado por Minas Gerais e teve 15% dos votos, mas ficou em quarto lugar e não foi eleita. Há também quem afirme que ela não pretende mais atuar em cargos políticos, pois acredita que já deu sua contribuição e deve cuidar da família.

Dilma mora em Porto Alegre, mas está no Rio de Janeiro passando férias com a família. Na data da reunião, que só vai ocorrer depois do dia 10, a ex-presidente fará uma escala em São Paulo para conversar com Lula antes de voltar para casa.

O ano de 2021 fecha com o pior resultado de Jair Bolsonaro (PL) diante das pautas enviadas ao Congresso Nacional em 2021, de acordo com o estudo mais recente do Observatório Legislativo Brasileiro (OLB). O mandatário aprovou apenas 27,7% dos projetos enviados à Casa, o pior desempenho de um presidente da República desde a redemocratização do Brasil. O melhor ano do mandato foi 2020, quando o centrista alcançou 42,9% das propostas aprovadas. A pesquisa foi divulgada pelo Congresso em Foco. 

O estudo atribui o resultado do ano passado à aprovação de pautas urgentes em razão da pandemia, como a criação do Auxílio Emergencial e do orçamento de guerra. Já em 2019, primeiro ano de governo, somente 30% das pautas enviadas pelo Planalto foram aprovadas no Legislativo, um desempenho ainda inferior ao do ano passado. No entanto, o ano passado apresentou demandas mais urgentes e repentinas. 

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Segundo a pesquisa, os dois presidentes que mais tiveram aprovação no Congresso ao longo da história foram Lula (PT) em 2007, com 90,5% de êxito, seguido de Itamar Franco, em 1993, quando os parlamentares aprovaram 84,6% das propostas enviadas pelo governo. Antes de Bolsonaro, o pior desempenho era da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que aprovou somente 33% de suas proposições em 2014. 

Elaborada pelo OLB do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), vinculado à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a pesquisa levanta os projetos apresentados pelo Executivo à Câmara dos Deputados, e avalia a proporção entre todos os textos os aprovados naquele ano pelo Congresso. 

 

O ator José de Abreu, filiado ao Partido dos Trabalhadores, foi às redes sociais para rebater a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), minutos depois de declarações feitas pela parlamentar serem divulgadas em entrevista à BBC Brasil nesta quarta-feira (27). À reportagem, Amaral repreendeu a postura silenciosa do PT e de deputadas feministas diante de ofensas feitas pelo ator global à agenda política da socialista.

Em resposta, o artista disse que Tabata, a quem ironicamente chama de "socialista da Ambev", jamais se pronunciou sobre as ofensas do ex-colega de partido, Ciro Gomes (PDT), à petista Dilma Rousseff - chamada de "aborto" pelo pedetista -, e que o feminismo de Amaral é "seletivo". Zé de Abreu também acredita ser um dos novos "alvos" da liberal.

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Apesar de ser adepto à política do "RT não é endosso" - sendo o "RT" um recurso similar ao "Compartilhar", mas no Twitter -, Abreu respondeu e retuitou diversas críticas às novas falas de Tabata Amaral, que não é bem acolhida pela bolha petista, pelos seus flertes com a agenda do Centrão, tendo, inclusive, votado a favor da reforma da Previdência. Um episódio recente também gerou faíscas, novamente com uma filiada ao PT, quando Tabata compartilhou seu projeto de distribuição de absorventes higiênicos para pessoas em vulnerabilidade social aproveitando a repercussão de um outro projeto, original, de autoria da deputada Marília Arraes (PT-PE).

“Ignorou o machismo e campanha suja do namorado contra Marília Arraes!”, escreveu a usuária Vannia39M em publicação compartilhada por Zé de Abreu. Vannia se refere à disputa pela Prefeitura do Recife nas últimas eleições municipais, que ficou entre os primos Marília Arraes e João Campos (PSB-PE).

Citando diretamente a reportagem com a entrevista de Tabata, o ator escreveu: “Falar mal do PT dá capa! A deputada socialista radical de centro não reclamou do Siro [SIC] chamar Dilma de aborto, né? seu feminismo tem lado”.

E concluiu: “A deputada socialista da Ambev quer me eliminar da vida artística e da política! Que coisa mais fascista! Pois vai ter que me aguentar de protagonista da novela das nove e concorrendo com ela por votos em 2022. Pena que por estados diferentes”.

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