[@#galeria#@]
A chegada do período natalino e do fim de ano representa tempo de festa para muita gente. Entretanto, além do sentimento de confraternização, é uma época de oportunidades de trabalho. É nesse período que o comércio fica “aquecido” por causa das compras natalinas, e por isso, as empresas abrem seleções para inúmeras vagas temporárias em várias funções.
De acordo com estimativa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o comércio deve gerar 160 mil empregos no Natal deste ano, o que corresponde a um número 11% maior que 2011. Todavia, a CDL também tem uma previsão não muito otimista quanto aos empregos que serão efetivados após o final de ano. A expectativa é que apenas 5% dos empregos sejam mantidos, já na passagem de 2010 para 2011, o índice foi de 15%.
Mesmo assim, ser efetivado no cargo pode depender muito mais do desempenho do próprio funcionário contratado temporariamente, do que da necessidade das empresas. É fundamental que quem consiga uma dessas oportunidades saiba desempenhar um trabalho de qualidade e com comprometimento, uma vez que, o que hoje é um cargo temporário, amanhã pode se tornar um emprego fixo.
Um presente de Natal
Mesmo trabalhando de carteira assinada em uma praça de alimentação em um shopping no Recife, Eduarda Azevedo, de 21 anos, resolveu arriscar seu emprego. Ela teve a oportunidade de participar de um processo seletivo para vagas temporárias na empresa Leader, mas, sem nenhuma garantia que poderia ser contratada. “Arriscar faz parte da via. Eu procurei a minha melhora”, declara Eduarda.
A jovem então passou por várias seleções na Leader. Tantas foram essas etapas que Eduarda chegou a pensar que a oportunidade não teria resultado. Porém, exatamente no dia 21 de novembro do ano passado, ela iniciou como empregada temporária na Leader.
“Trabalho é trabalho. Valeu a pena sair do outro emprego e vir para cá (Leader). Tive medo de ficar sem o outro emprego e não conseguir passar para a vaga temporária”, conta a jovem. Com o passar do tempo, Eduarda foi tendo destaque e pouco a pouco melhorava ainda mais seu desempenho. Após três meses, sua contratação foi realizada e atualmente ela é atendente de caixa. “Eu tenho muita força de vontade e sempre procurei saber como fazer as coisas. Graças ao meu bom desempenho fui contratada”, diz Eduarda aos risos.
Vanessa Lima, 23, está tendo a mesma chance de Eduarda. Ela está numa função temporária na Leader desde este mês e almeja alcançar o mesmo objetivo da amiga. “Estou tendo uma ótima oportunidade. Eu acho que vou ser contratada”, almeja.
Como ser efetivado
Há nove anos atuando na Leader, Artemisa Dias é coordenadora de loja e participa dos processos seletivos para contratações temporárias. De acordo com a coordenadora, de cada 7 pessoas selecionadas para vagas temporárias, 3 são efetivadas na empresa.
“Aqui no Nordeste, além do período de Natal e fim de ano, existem outras épocas que o comércio também precisa de funcionários. No São João e Dia das Mães, por exemplo, são épocas que nós precisamos reforçar as nossas equipes”, explica Artemisa.
Várias características são procuradas pelos selecionadores e supervisores para que os funcionários temporários sejam contratados efetivamente. Artemisa confirma que a contratação geralmente está nas “mãos” do próprio trabalhador. “Os contratados precisam ser dinâmicos, ter interesse em crescimento e visão de relacionamento, além de saber entender os clientes e fazer um bom atendimento”, completa Artemisa.
De fato, a maioria das empresas busca contratar os “temporários”. A ideia é renovar a equipe de trabalho ou aumentá-la. “Queremos preparar o novo funcionário. A gente não tem restrição nenhuma na seleção e tudo depende do desempenho do próprio concorrente”, conta a coordenadora.
Antigos X Novatos
Apesar dos benefícios que uma efetivação no cargo traz tanto para as empresas, quanto para os trabalhadores, há um problema sério neste contexto. Nem sempre os funcionários antigos aceitam de forma pacífica a efetivação de novos funcionários.
Muitos dos antigos acabam se acomodando em suas funções e relaxam. Em conseqüência, passam a não almejar promoções de cargos dentro das empresas e muito menos não despertam mais a atenção dos seus superiores. E, quando chega um novo funcionário, que há pouco tempo foi efetivado, e ainda é promovido de cargo, isso geral desconforto para alguns antigos.
Segundo a gerente da Leader, Lilian Vieira, os jovens querem alcançar suas metas com rapidez. Eles, geralmente, se esforçam para mostrar um bom desempenho e acabam conseguindo bons “frutos” no trabalho “Eu vivi muito isso em outras empresas. Os funcionários mais novos acabam subindo de cargo mais rápido”, explica.
Mesmo com o atrito, é papel dos gestores tentarem contornar a situação. “A gente tenta conversar de várias formas. É aí que entra toda a psicologia organizacional. Quando não tem jeito, temos que desligar o funcionário”, conclui Lilian.
[@#video#@]