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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saudou o acordo feito entre o governo de Israel e o grupo terrorista Hamas por trégua temporária em Gaza, após mais de 40 dias de conflito. De acordo com Lula, a expectativa é que a resolução possa avançar em uma saída política e duradoura do conflito.

As declarações ocorreram durante participação do brasileiro na Cúpula Virtual do G20 nesta quarta-feira, 22. A cerimônia representou o encerramento da presidência da Índia à frente do bloco. As falas foram feitas nesta manhã e a íntegra do discurso foi divulgada pelo Palácio do Planalto.

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Lula iniciou o discurso comentando sobre a situação política mundial, com foco especial no conflito no Oriente Médio. Segundo o petista, desde seu último encontro presencial com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, "o mundo está ainda mais complexo". "Rivalidades geopolíticas persistem, a economia global desacelera e as consequências das mudanças climáticas se sucedem", contextualizou.

O brasileiro disse que o recrudescimento do conflito entre Israel e Hamas somaram-se às "múltiplas crises" que o mundo já enfrentava. Ao saudar a resolução anunciada pela trégua humanitária, Lula comentou: "Espero que esse acordo possa pavimentar o caminho para uma saída política e duradoura para este conflito e para a retomada do processo de paz entre Israel e Palestina."

"Esse conjunto de desafios vai exigir vontade política e determinação por parte de governantes e dirigentes de todos os países e organismos internacionais. Por meio do diálogo, temos de recolocar o mundo no caminho da paz e da prosperidade", declarou.

A negociação acordada deve permitir a liberação de cerca de 50 dos 240 sequestrados pelo grupo durante o brutal ataque terrorista de 7 de outubro em troca de quatro dias de cessar-fogo - o primeiro desde o início do conflito. Além disso, espera-se que mulheres e crianças palestinas sejam libertadas das prisões em Israel.

Presidência brasileira do G20

No discurso, Lula detalhou as diretrizes da presidência do Brasil no G20, que tem início em 1º de dezembro de 2023 e se estende até novembro de 2024. Segundo o chefe do Executivo, há três linhas de ação para estruturar os trabalhos do grupo: inclusão social e combate à fome e à pobreza; transição energética e desenvolvimento sustentável; e reforma da governança global. O petista afirmou que o "eixo condutor" da presidência será a redução das desigualdades.

"O lema da presidência brasileira - 'Construindo um mundo justo e um planeta sustentável' - reflete essas prioridades. Estamos criando duas forças-tarefa, uma contra a fome e a desigualdade e outra contra a mudança do clima", disse. "Também lançaremos uma iniciativa para a bioeconomia."

Lula afirmou que o G20 ajudará a alavancar iniciativas multilaterais em curso e disse ser preciso recuperar a dimensão do desenvolvimento sustentável e acelerar o ritmo de implementação da agenda 2030.

"Queremos trabalhar no G20 para chegar lá com uma agenda climática ambiciosa que assegure a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas. Isso só será possível abordando seriamente o endividamento, o acesso a financiamento e mecanismos progressivos de tributação", acrescentou. Lula disse que também vai fortalecer a governança global para lidar com "antigas e novas questões".

O papa Francisco afirmou nesta quarta-feira (22), em sua audiência geral no Vaticano, que a guerra entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas deve ser tratada como "terrorismo".

Em seu pronunciamento, o líder da Igreja Católica disse que recebeu durante a manhã duas delegações: uma de israelenses que tiveram parentes sequestrados pelo Hamas e outra de palestinos com familiares mantidos como prisioneiros em Israel.

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"Elas sofrem muito, pude ver como ambas sofrem. As guerras fazem isso, mas aqui fomos além das guerras, isso não é guerrear, isso é terrorismo", declarou o Papa ao fim da audiência.

"Por favor, sigamos em frente pela paz, orem muito pela paz", pediu Francisco, que não comentou o recente acordo para uma trégua de quatro dias no conflito, que permitirá a libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos. 

 

O governo de Israel aprovou nesta quarta-feira, 22 (noite de terça-feira, 21, pelo horário de Brasília), o acordo mediado pelo Catar para uma trégua temporária em Gaza, após 45 dias de guerra com o grupo terrorista Hamas, que domina o enclave. Cinquenta mulheres e crianças israelenses detidas em Gaza serão libertadas em troca de um cessar-fogo temporário de quatro dias.

Além disso, espera-se que cerca de 150 mulheres e crianças palestinas sejam libertadas das prisões no Israel. Por outro lado, os estrangeiros mantidos como reféns não estão inclusos no acordo principal, mas ainda podem fazer parte de acordos separados que garantissem sua liberação durante o período de trégua.

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Como parte do acordo, ao menos 300 caminhões de ajuda humanitária, incluindo combustível, serão autorizados a entrar na Faixa de Gaza.

Israel concordou em não pilotar drones durante seis horas por dia. Mas o governo assegurou que a guerra contra o Hamas deve continuar posteriormente, e Israel se recusará a permitir que os palestinos retornem às suas casas no norte de Gaza.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, pediu na noite desta terça-feira, 21, em pronunciamento de rádio e TV o apoio de seu gabinete para aprovar o acordo.

O pedido público do primeiro-ministro serviu como pressão política, sobretudo sobre a ala mais radical do gabinete, ligada a partidos religiosos e de colonos judaicos na Cisjordânia, que hesitam em dar o sinal verde para a aprovação.

"Estamos diante de uma decisão difícil, mas é a decisão correta", disse Netanyahu em pronunciamento na TV. "Os órgãos de inteligência (Mossad e Shin Bet) aprovam o acordo. A guerra tem seus estágios e a libertação de reféns é um deles. Apesar disso, não descansaremos até alcançar a vitória total e trazer todos de volta."

Além disso, também foram registrados em Tel-Aviv protestos de israelenses para pressionar o governo a aprovar a troca. O gabinete de crise de Netanyahu também se reuniu nos últimos dias com parentes dos reféns, que pediram esforços para a libertação.

Inicialmente, a posição pública do Israel era de linha dura, recusando qualquer proposta de cessar-fogo até a libertação de todos os reféns. Após 46 dias de guerra, com morte de reféns no período, Israel mudou sua posição. (Com agências internacionais).

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comemorou o acordo firmado entre Israel e o grupo extremista palestino Hamas que prevê a libertação de 50 reféns e um cessar fogo de quatro dias. "Saúdo o acordo para garantir a libertação dos reféns tomados pelo grupo terrorista Hamas durante o seu ataque brutal contra Israel em 7 de outubro", afirmou Biden, em comunicado emitido ainda durante a madrugada desta quarta-feira, 22.

O democrata aproveitou para agradeceu o empenho dos líderes de Qatar e Egito, que ajudaram a intermediar as negociações. Biden também citou o "compromisso" do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em apoiar a pausa temporária nos combates para a execução do acordo, além da prestação de assistência humanitária para civis em Gaza.

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Nesta segunda-feira, 20, um grupo de 28 bebês prematuros de Gaza foi levado de um dos hospitais que se encontram na zona de conflito para o Egito, onde devem receber tratamento.

"Os bebês chegaram até mim do Hospital al-Shifa. Eles estavam em uma condição catastrófica quando chegaram aqui", disse o Dr. Mohammad Salama, chefe da unidade neonatal do Hospital Maternidade Al-Helal Al-Emirati em Rafah, no sul de Gaza.

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A equipe médica no lado egípcio da passagem de fronteira de Rafah foi vista na segunda-feira pegando cuidadosamente os bebês de dentro das ambulâncias e colocando-os em incubadoras móveis, que foram então levadas por um estacionamento em direção a outras ambulâncias.

Os bebês, de um total de 31 que foram transferidos no domingo do Hospital al-Shifa, da Cidade de Gaza, para a maternidade em Rafah como um primeiro passo para a transferência, usavam apenas fraldas e pequenos chapéus verdes.

"Os 28 bebês já chegaram em segurança ao Egito. Três bebês ainda permanecem no Hospital dos Emirados e continuam recebendo tratamento", disse um porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS) a agências de notícias.

De acordo com o porta-voz, "todos os bebês estão lutando contra infecções graves e continuam precisando de cuidados médicos."

Um projétil atingiu o segundo andar de um hospital no norte da Faixa de Gaza, matando pelo menos 12 pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde liderado pelo Hamas. Não havia evidências de fontes independentes que confirmassem a origem dos disparos.

Houve intensos combates ao redor do Hospital Indonésio, que abrigou milhares de pacientes e pessoas deslocadas por semanas.

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Os confrontos aconteceram um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) evacuar 31 bebês prematuros do Hospital Shifa, na cidade de Gaza, o maior do território, onde estavam mais de 250 pacientes gravemente doentes ou feridos, presos lá dias após as forças israelenses entrarem no complexo.

Israel afirma que o Hamas usa civis e hospitais como escudos, enquanto críticos dizem que o cerco de Israel e os bombardeios aéreos incessantes equivalem a um castigo coletivo dos 2,3 milhões de palestinos do território após o ataque do Hamas em 7 de outubro ao sul de Israel.

Mais de 11.500 palestinos - dois terços deles mulheres e menores de idade - foram mortos desde o início da guerra, de acordo com as autoridades de saúde palestinas, que não diferenciam entre mortes de civis e militantes.

Cerca de 2.700 pessoas estão desaparecidas. Cerca de 1.200 pessoas foram mortas em Israel, principalmente durante o ataque de 7 de outubro, e cerca de 240 foram feitas reféns por militantes.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, irá conversar, nesta quinta-feira, 16, com o presidente de Israel, Isaac Herzog, para agradecer os esforços pela repatriação de brasileiros da Faixa de Gaza, apurou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. O telefonema, que ocorrerá no período da tarde, será o segundo entre ambos desde o começo do conflito com o Hamas, em 7 de outubro.

O grupo de 32 pessoas, entre brasileiros e palestinos, chegou ao Brasil na noite de segunda-feira, 13. Lula recepcionou os repatriados na Base Aérea da capital federal e, após ouvir os relatos, acusou Israel de "terrorismo".

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"Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo, o Estado de Israel está cometendo mais um ato de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra, que as mulheres não estão em guerra", disse Lula.

Até então, o presidente havia evitado opinar sobre as ações de Israel e se limitava a repudiar as ações contra mulheres e crianças. Em outubro, Lula se restringiu a falar que o ataque do grupo Hamas contra Israel, ação o qual classificou como "terrorista", não justificava o Estado "matar milhões de inocentes".

De acordo com a apuração, a elevação do tom contra Israel se deu por um maior agravamento da crise humanitária. Segundo fontes que acompanham as negociações do presidente em relação à guerra, o chefe do Executivo subiu o tom dos discursos seguindo a gravidade do conflito.

Auxiliares reafirmam a posição do presidente brasileiro de equilíbrio na tentativa de alcançar a paz no Oriente Médio e relembram que Lula condenou, em diversas ocasiões, o ataque do Hamas contra Israel. Assim, da mesma forma que o petista repudiou o ataque, está fazendo o mesmo com os atos de Israel.

Após as falas de Lula na segunda-feira, entidades judaicas se posicionaram. Na terça-feira, 14, o presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, defendeu mais equilíbrio nas declarações do petista e pediu um encontro com ele. Em nota, a confederação também considerou o discurso do petista sobre o conflito, que equipara Hamas e Israel, "equivocado e perigoso".

O Instituto Brasil-Israel também lamentou as declarações do presidente. "É uma pena que o governo do Brasil, frente à tragédia da guerra, perca o equilíbrio e a ponderação, reduzindo a possibilidade de contribuir de maneira decisiva e propositiva com negociações entre as várias partes no conflito", disse a entidade.

Aviões de Israel bombardearam na última madrugada a casa de Ismail Haniyeh, chefe do grupo fundamentalista Hamas, na Faixa de Gaza.
O dirigente máximo do movimento radical islâmico, no entanto, vive há três anos em Doha, no Catar.
Segundo as Forças de Defesa Israelenses (IDF), a residência era "usada como infraestrutura do terror e frequentemente hospedava reuniões de líderes do Hamas para dirigir atos terroristas contra civis e militares" do país judeu.
Ainda de acordo com as IDF, também foi localizado e destruído um depósito de armas da força naval do grupo fundamentalista durante uma operação em Shati, no norte da Faixa de Gaza.
Além disso, os militares de Israel encontraram cinturões e barris explosivos, lança-granadas, mísseis anticarro, equipamentos de comunicações e documentos de inteligência.

*Da Ansa

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Forças israelenses lançaram panfletos advertindo os palestinos para que deixem o sul da Faixa de Gaza, afirmaram moradores nesta quinta-feira (16). O fato aponta para uma possível expansão das operações em zonas com centenas de milhares de pessoas, as quais seguiram ordens anteriores de deixar suas casas e refúgios administrados pela Organização das Nações Unidas.

Enquanto isso, os soldados de Israel seguiam com uma operação no hospital de Shifa, no norte, desde a manhã da quarta-feira (15), mas não haviam ainda descoberto provas de um centro de comando do Hamas que, segundo os israelenses, se ocultava sob o complexo. O Hamas e o pessoal do hospital, o maior do território, negavam as acusações.

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Caso a ofensiva seja ampliada no sul, isso pode agravar uma crise humanitária já delicada no enclave. Cerca de 1,5 milhão de pessoas tiveram de se deslocar de suas casas dentro da Faixa de Gaza, a maioria para o sul, onde já há falta de comida, água e eletricidade. Fonte: Associated Press.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou ontem a primeira resolução desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, há mais de 40 dias, em que pede pausas humanitárias e libertação dos reféns mantidos na Faixa de Gaza. A aprovação aconteceu no mesmo dia que Israel atraiu novas críticas internacionais ao conduzir uma operação militar terrestre dentro do Hospital Al-Shifa, o maior do território.

A resolução acompanhou as críticas de governos árabes e ocidentais à ação de Israel, que alegou ter invadido o hospital para desmantelar postos de comando do grupo terrorista Hamas. Os soldados renderam e interrogaram todos os homens acima dos 16 anos no local e disseram ter encontrado armas que seriam utilizadas pelos terroristas. O Hamas negou que houvesse armamento no local.

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Segundo os profissionais de saúde do hospital, a operação deixou uma atmosfera de confusão, tensão e medo, com explosões e tiros em meio a milhares de feridos e desabrigados.

Aprovado por 12 votos (incluindo Brasil) a 0, com 3 abstenções (EUA, Reino Unido e Rússia), o documento da ONU exige que todas as partes do conflito respeitem o direito internacional, com a garantia da proteção de civis, especialmente crianças, e libertação imediata e incondicional de todos os reféns detidos pelo Hamas. "Pedimos por pausas e corredores humanitários urgentes e prolongados em toda a Faixa de Gaza por um número suficiente de dias para permitir, de acordo com a lei humanitária internacional, o acesso humanitário das agências das Nações Unidas e seus parceiros de forma completa, rápida e segura", diz o texto, apresentado pela diplomacia de Malta.

Israel reagiu com críticas à resolução, que não condenou as ações do Hamas contra os judeus no dia 7 de outubro. O embaixador do país na ONU, Gilad Erdan, classificou-a de "desligada da realidade". "Este conselho ainda não conseguiu condenar o massacre do Hamas em 7 de outubro. A resolução centra apenas na situação humanitária em Gaza e não faz qualquer menção ao que levou este momento", declarou.

MUDANÇA

A resolução foi aprovada na 5ª tentativa de consenso do Conselho de Segurança. Os EUA, maior aliado de Israel e membro permanente do órgão, vetaram propostas anteriores que não incluíam a condenação ao Hamas, mas desta vez, com o agravamento das condições humanitárias em Gaza, decidiram se abster.

Mais cedo, o país tratou de se distanciar da decisão israelense de invadir o Hospital Al-Shifa. Segundo o porta-voz do Conselho de Segurança americano, John Kirby, a inteligência do país compartilhou informações com Israel de que o Hamas estaria utilizando a unidade para operações militares, mas não participou da decisão de fazer a operação. "Não demos autorização às suas operações militares em torno do hospital. Não esperamos que os israelenses nos informem", disse.

OPERAÇÃO

A operação no Hospital Al-Shifa foi a última ação de Israel a gerar indignação internacional na guerra atual. Ao menos 200 homens foram presos após serem interrogados pelos soldados e dezenas de mulheres e crianças foram revistadas. Tanques israelenses entraram na área do hospital e ficaram estacionados em diversos pontos, incluindo o pronto-socorro. Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, ao menos nove bebês prematuros morreram depois que foram retirados de suas incubadoras. Vinte e sete pacientes que estavam na UTI morreram porque não tinham um respirador operacional. Agências internacionais de notícias dizem que não tinham como confirmar as informações do Hamas.

Horas depois da invasão, Israel afirmou que as tropas se retiraram do hospital e estabeleceram uma base ao seu redor. Uma das coordenadoras da organização Médico Sem Fronteiras, Natalie Thurtle, disse que as ações impedem a retirada de pacientes. "Em sua maioria, não podem se deslocar, e levando-se em consideração a situação de segurança nos arredores", disse.

CRÍTICAS

Antes da resolução ser aprovada, Israel foi criticado mais uma vez pelo modo que conduz o conflito. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pediu que líderes de Israel sejam julgados por crimes de guerra. Governos ocidentais, como o Canadá e a França, também condenaram as ações.

A ONU e as agências humanitárias expressaram preocupação com a operação das tropas de Israel. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) criticou, nesta quarta-feira (15), o ministro da Justiça, Flávio Dino, por uma publicação na rede social X, o antigo Twitter, na qual ele compara a retirada dos 32 brasileiros da Faixa de Gaza, em meio à guerra entre Israel e o Hamas, à passagem bíblica do Novo Testamento na qual José e Maria fogem para o Egito com o menino Jesus para escapar do governador romano Herodes.

Segundo a entidade, Dino evocou narrativas bíblicas para demonizar Israel e os judeus ao traçar um paralelo entre Herodes e a operação israelense contra o Hamas. Ao longo dos séculos, uma das formas mais comuns de antissemitismo na Europa cristã era associar os judeus à morte de Jesus na cruz. A reportagem procurou o Ministério da Justiça, que não se manifestou até a publicação deste texto.

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"Que o Brasil seja esse 'Egito' bíblico para as crianças que vi descerem a escada do avião ontem à noite. E que os Herodes, todos eles, parem de massacrar as crianças, todas elas", disse Dino na terça-feira, ao citar o Evangelho de São Mateus 2:13, que diz: "um anjo do Senhor apareceu em so­nho a José e disse: "Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar".

Ainda de acordo com a nota da Conib, num momento tenso como este, com autoridades brasileiras desbaratando planos terroristas em solo brasileiro, Dino deveria estar focado em manter a segurança e a convivência harmônica na sociedade.

"Dino fez o contrário ao postar mensagem que estimula o antissemitismo e o discurso de ódio, como fica comprovado lendo comentários sobre sua própria postagem na rede social X", diz o texto. "A Conib volta a pedir ao governo brasileiro equilíbrio e serenidade para que não importemos o trágico conflito do Oriente Médio para o nosso país."

Nos últimos dias, a comunidade judaica tem criticado declarações de membros do governo sobre a guerra na Faixa de Gaza, especialmente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que igualou Israel ao Hamas nos últimos dias ao qualificar de genocídio a morte de civis palestinos em Gaza.

Ontem, depois das declarações do presidente, a Conib e outras entidades, como o Instituto Brasil Israel e a ONG StandWithUs Brasil criticaram o presidente.

Leia a íntegra da nota:

Mensagem do ministro da Justiça, Flávio Dino, evoca em rede social narrativas bíblicas para demonizar Israel e os judeus. Num momento tenso como este, com autoridades brasileiras ligadas ao seu próprio ministério desbaratando planos terroristas em solo brasileiro, o ministro Dino deveria estar focado em manter a segurança e a convivência harmônica na sociedade brasileira. Ele fez o contrário ao postar mensagem que estimula o antissemitismo e o discurso de ódio, como fica comprovado lendo comentários sobre sua própria postagem na rede social X. A Conib volta a pedir ao governo brasileiro equilíbrio e serenidade para que não importemos o trágico conflito do Oriente Médio para o nosso país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem cada vez mais subindo o tom contra Israel. Após resgatar 32 brasileiros de Gaza, que chegaram na noite de segunda-feira (13), a Brasília, ele comparou o ataque do Hamas, no dia 7 de outubro, a "atos terroristas" de Israel. As declarações foram alvo de críticas da comunidade judaica.

Representantes da comunidade judaica brasileira contestaram as declarações de Lula. O presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, pediu mais equilíbrio ao presidente. "Devemos nos esforçar para não importarmos o trágico conflito do Oriente Médio para o cenário já tão polarizado do Brasil", disse. "Por isso, gostaríamos de ver mais equilíbrio no posicionamento do governo brasileiro."

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"O presidente pode ter suas simpatias, mas é errado equiparar as ações de uma democracia como Israel com ações do grupo terrorista Hamas, que massacrou barbaramente 1,2 mil civis, de várias nacionalidades, inclusive brasileiros", afirmou. "E ainda mantém centenas de pessoas sequestradas e se esconde covardemente atrás da população civil de Gaza, usada como escudo humano."

"Quando o governo brasileiro demoniza Israel, pode inflamar seus milhões de apoiadores. Isso pouco depois de as autoridades terem desbaratado um plano terrorista do Hezbollah contra alvos judaicos brasileiros. Estamos aguardando uma oportunidade de sermos recebidos pelo presidente pra podermos expressar essas nossas preocupações a ele."

Crítica

A StandWithUs, ONG presidida por André Lajst, também criticou as "falsas equivalências" de Lula. "O presidente segue equiparando Israel, um Estado democrático, a um grupo terrorista com intentos abertamente genocidas", diz uma nota assinada por Lajst.

O Instituto Brasil-Israel lamentou as declarações do presidente. "É uma pena que o governo do Brasil, frente à tragédia da guerra, perca o equilíbrio e a ponderação, reduzindo a possibilidade de contribuir de maneira decisiva e propositiva com negociações entre as várias partes no conflito", disse a entidade.

As declarações de Lula foram dadas no desembarque dos brasileiros em Brasília. "Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo, o Estado de Israel está cometendo mais um ato de terrorismo ao não levar em conta que crianças não estão em guerra, que mulheres não estão em guerra", disse Lula. "São mais de 5 mil crianças mortas, mais de 1,5 mil desaparecidas, que certamente estão no meio dos escombros."

Divisões

A guerra vem causando dor de cabeça para muitos governos - de direita e de esquerda. Nos EUA, o presidente Joe Biden vem sofrendo pressão da ala mais progressista do Partido Democrata, que questiona o apoio irrestrito a Israel.

Mais de 500 funcionários de 40 agências do governo enviaram uma carta ao presidente com críticas à posição americana. Pesquisas apontam ainda uma queda na aprovação de Biden entre a base do partido, o que complica ainda mais suas chances de reeleição.

No Reino Unido, passeatas em Londres contra a guerra vêm afetando o controle do líder da oposição, Keir Starmer, sobre o Partido Trabalhista. Starmer adotou uma posição pró-Israel, parecida com a do premiê conservador, Rishi Sunak, que na segunda-feira demitiu sua secretária do Interior, Suella Braverman, que havia criticado a polícia de Londres por permitir manifestações em favor dos palestinos.

Na França, o presidente centrista, Emmanuel Macron, vem sendo criticado por vetar marchas pró-Palestina e a opositora Marine Le Pen, distanciando-se do discurso antissemita histórico da extrema direita francesa, defendeu Israel.

Nos países do Sul Global, como na América Latina, na África e na Ásia, o movimento palestino é identificado com a luta anticolonial, o que atrai a simpatia da esquerda. O tema é sensível principalmente na África do Sul, que viveu décadas de um regime de apartheid.

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, compara constantemente a situação dos palestinos com a segregação racial vivida no país até os anos 90. "Como sul-africanos, nos identificamos com o que está acontecendo com palestinos", disse o presidente, durante uma cúpula no Egito, no fim de outubro. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Exército de Israel anunciou nesta terça-feira (14) a morte de Noa Marciano, uma militar de 19 anos que era refém do Hamas em Gaza, um dia após o grupo terrorista divulgar uma foto e afirmar, sem mostrar provas, que ela falecera em um bombardeio israelense.

"O Exército declara a cabo Noa Marciano (...) morta. Ela foi sequestrada pela organização terrorista Hamas", afirma um comunicado militar. A nota acrescenta que a família já foi informada.

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O porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Obeida, havia anunciado na noite de segunda-feira (13) a morte da soldado na Faixa de Gaza, bombardeada incessantemente por Israel desde o ataque do Hamas em solo israelense, em 7 de outubro, que deixou 1,2 mil mortos, a maioria civis, de acordo com as autoridades de Israel.

"O inimigo ataca e não é só a vida dos civis palestinos que está em perigo, o inimigo não se preocupa em matar prisioneiros: a prova é que matou a soldado prisioneira, que foi capturada viva (...), mas que morreu vários dias atrás em um bombardeio inimigo", afirmou.

O Hamas também divulgou um vídeo da jovem, que afirma ter sido gravado em 4 de novembro, no qual ela a pedia a sua libertação. O vídeo, veiculado no canal do grupo no Telegram, mostra uma mensagem em que ela pede o fim dos bombardeios e, em seguida, são vistas diversas fotos dela aparentemente morta, com um grave ferimento na cabeça e sem um pé. O Hamas disse que ela foi morta num ataque israelense, sem fornecer provas.

"Escutamos muitas explosões. Eu e os demais reféns podemos morrer com os projéteis. Por favor, parem", diz Noa Marciano na primeira parte do vídeo, supostamente gravado no quarto dia de cativeiro, em local não identificado, já que só ela é vista lendo uma folha de papel com uma bandeira do grupo ao fundo.

Os militares israelenses não reconheceram inicialmente a morte após a divulgação do vídeo, dizendo que o grupo terrorista Hamas "continua explorando o terrorismo psicológico e agindo de forma desumana, através de vídeos e fotos dos reféns". (Com agências internacionais).

O escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) em Gaza foi bombardeado, disse o administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Achim Steiner. Segundo a autoridade, há relatos de que o ataque deixou mortos e feridos.

"Isso é errado sob todos os aspectos. Os civis, a infraestrutura civil e a inviolabilidade das instalações da ONU devem ser sempre protegidos", escreveu Steiner em publicação no X, antigo Twitter, na madrugada deste domingo, 12.

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O exército israelense anunciou que atacou o que chamou de locais de infraestrutura terrorista na Síria no início da manhã deste domingo, em resposta aos lançamentos de foguetes do país vizinho no sábado. No ataque do sábado, os artefatos tinham como alvo o norte de Israel e caíram em áreas abertas, de acordo com as Forças de Defesa de Israel.

Ainda na manhã deste domingo, os ataques israelenses iniciados no sábado continuavam na cidade de Khan Yunis, em Gaza, perto do maior hospital do território. Autoridades de saúde afirmaram que milhares de médicos, pacientes e pessoas deslocadas estavam presos sem eletricidade e com suprimentos escassos no local.

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Moradores relataram intensos ataques aéreos e bombardeios durante a noite, incluindo ao redor do Hospital Shifa. Israel, sem fornecer evidências, acusou o Hamas de esconder um posto de comando dentro do complexo hospitalar, alegações negadas pelo Hamas e pela equipe do hospital.

O subsecretário do Ministério da Saúde, Munir al-Boursh, disse que atiradores israelenses se posicionaram ao redor de Shifa, atirando em qualquer movimento dentro do complexo. Ele afirmou que ataques aéreos destruíram várias casas ao lado do hospital, matando três pessoas, incluindo um médico.

O exército israelense afirmou que há um corredor seguro para a evacuação de civis de Shifa para o sul de Gaza, mas que as pessoas abrigadas no hospital disseram ter medo de sair. O exército informou que as tropas ajudariam a remover os bebês no domingo e que estava em contato com a equipe do hospital. Não foi possível verificar de forma independente a situação dentro e ao redor do hospital.

O Ministério da Saúde afirma que ainda há 1,5 mil pacientes em Shifa, juntamente com 1,5 mil profissionais médicos, além de entre 15 mil e 20 mil pessoas em busca de abrigo. O serviço de resgate Palestinian Red Crescent disse que outro hospital na cidade de Gaza, Al-Quds, "não está mais operacional" porque ficou sem energia.

Em um discurso televisionado no sábado, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu rejeitou os crescentes apelos internacionais por um cessar-fogo, a menos que inclua a libertação de todos os quase 240 reféns capturados pelo Hamas no ataque de 7 de outubro que desencadeou a guerra, afirmando que Israel estava trazendo sua "força total" para a batalha. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e líderes do governo no Congresso comemoraram nas redes sociais neste domingo, 12, a chegada no Egito dos brasileiros que estavam presos na Faixa de Gaza, em meio à guerra entre o grupo terrorista Hamas e Israel. O resgate dos brasileiros se tornou nos últimos dias uma disputa política após o ex-presidente Jair Bolsonaro se reunir com o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, e apoiadores tentarem atribuir a ele o fato de as negociações terem destravado.

"Parabéns para o Itamaraty e a FAB pela dedicação e competência exemplares na Operação Voltando em Paz, que buscou e acolheu os brasileiros que vivem na região do conflito e desejavam retornar ao Brasil", escreveu Lula, no X (antigo Twitter). O Ministério das Relações Exteriores informou nesta manhã que um grupo de 32 brasileiros e familiares já se encontra no Egito, onde foram recebidos pela equipe da Embaixada do Brasil no Cairo, capital egípcia.

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A saída dos brasileiros de Gaza ocorreu hoje após diversas tentativas frustradas. De acordo com o Itamaraty, eles passaram pelo controle migratório palestino em Gaza e também pelo do Egito. Agora, encontram-se a caminho do Cairo. Duas pessoas do grupo inicial de 34 nomes desistiram da repatriação. A previsão é que o voo da Força Aérea Brasileira (FAB) com os resgatados decole do Cairo, no Egito, nesta segunda-feira, 13, em direção ao Brasil.

Ministros como Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação), Márcio Macedo (Secretaria de Governo) e Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), além de líderes do governo e do PT no Congresso comentaram o assunto nas redes sociais e mandaram recados para a oposição. "Quem está torcendo contra as iniciativas do governo federal só tem a perder!", disse Padilha, após parabenizar Lula e o Itamaraty pelo resgate dos brasileiros.

Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) fez questão de reforçar que Lula tratou da proteção dos brasileiros diretamente com os chefes de Estado dos países da região do conflito e colocou um avião presidencial à disposição para o resgate. "O Brasil precisa reconhecer a competência da diplomacia brasileira nesses momentos cruciais na defesa do nosso país. O diálogo e a pressão na medida para a repatriação dos brasileiros que estavam na Faixa de Gaza é exemplo para o mundo", afirmou o petista.

"Continuaremos trabalhando pelo cessar fogo imediato, a libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária", disse Pimenta, após parabenizar Lula, o Itamaraty e a FAB pela ação coordenada. Líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR) destacou o "esforço" do presidente da República e da diplomacia brasileira. Líder do partido no Senado, Jaques Wagner (BA) afirmou que Lula foi "incansável", desde os primeiros dias do conflito, para que os brasileiros retornassem com segurança.

"A travessia coroa um mês de intensos esforços diplomáticos do presidente Lula e sua equipe de governo para que a evacuação dos brasileiros e familiares de Gaza pudesse ser concretizada hoje", disse o Itamaraty, em nota. Dino, por sua vez, parabenizou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, e o embaixador brasileiros na Palestina, Alessandro Candeas, além de Lula.

Na última quarta-feira, 8, Bolsonaro se reuniu na Câmara com deputados do PL e o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, que mostrou vídeos de atrocidades cometidas pelo Hamas na guerra. Depois do encontro, bolsonaristas começaram a atribuir ao ex-presidente o andamento das negociações para a retirada dos brasileiros de Gaza.

"Quando temos um pigmeu diplomático no poder os outros é que têm que fazer o serviço dele. Nem a proximidade (ou seria amizade?) de Lula e seu assessor Celso Amorim com os terroristas do Hamas serviu para algo", escreveu o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no X, ao publicar declarações de Bolsonaro de que teria intermediado a saída dos brasileiros da região de conflito.

A ofensiva bolsonarista foi rebatida pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que também criticou o embaixador de Israel. "É nojenta a maneira como Bolsonaro e seus aliados tentam se aproveitar do drama dos brasileiros (as) ameaçados pelo massacre da população civil de Gaza", escreveu a petista no X.

"34 brasileiros e brasileiras, a metade crianças, seguem retidos na fronteira com o Egito, e Ciro Nogueira vem mentir que Jair Bolsonaro teria negociado sua libertação com o embaixador de Israel no Brasil. Se isso fosse verdade, seria uma confissão de que os brasileiros foram tratados como reféns de uma articulação política entre Bolsonaro e o embaixador de Israel", emendou Gleisi.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, resistiu, neste sábado, ao crescente apelo internacional por um cessar-fogo e afirmou que a batalha para derrotar o grupo extremista palestino do Hamas na Faixa de Gaza continuará com "força total".

Um cessar-fogo só seria possível se todos os 239 reféns detidos por militantes em Gaza fossem libertados, disse Netanyahu, em discurso televisionado.

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O líder israelense também insistiu que depois da guerra, que entra agora na sua sexta semana, Gaza será desmilitarizada e Israel manterá o controle da segurança no local. Questionado sobre o que queria dizer com controle de segurança, Netanyahu disse que as forças israelenses devem ser capazes de entrar livremente em Gaza para caçar militantes.

Ele também rejeitou a ideia de que a Autoridade Palestina, que atualmente administra áreas autônomas na Cisjordânia, possa em algum momento controlar Gaza. Ambas as posições vão contra os cenários pós-guerra sugeridos pelo aliado mais próximo de Israel, os Estados Unidos.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que os EUA se opõem à reocupação israelense de Gaza e prevê um governo palestino unificado em Gaza e na Cisjordânia em algum momento como um passo em direção à criação de um Estado palestino.

Por enquanto, Netanyahu afirma: "a guerra contra (o Hamas) está avançando com força total e tem um objetivo: vencer. Não há alternativa à vitória."

A pressão sobre Israel cresceu após médicos desesperados do maior hospital de Gaza terem dito que o último gerador ficou sem combustível, causando a morte de um bebê prematuro, de outra criança em uma incubadora e de outros quatro pacientes. Milhares de feridos de guerra, equipes médicas e civis deslocados foram apanhados nos combates.

Netanyahu disse que a responsabilidade por qualquer dano aos civis é do Hamas, que negou estar impedindo a fuga das pessoas na Cidade de Gaza.

O porta-voz do braço militar do Hamas afirmou que os militantes estavam emboscando as tropas israelenses e prometeu que Israel enfrentará uma longa batalha. O porta-voz das Brigadas Qassam, que atende por Abu Obaida, reconheceu em áudio transmitido pela Al-Jazeera que a luta é desproporcional "mas está aterrorizando a força mais forte da região".

Os militares de Israel alegaram que os soldados encontraram centenas de combatentes do Hamas em instalações subterrâneas, escolas, mesquitas e clínicas durante os combates. Fonte: Associated Press.

Brasileiros foram incluídos na listagem de estrangeiros autorizados a saírem da Faixa de Gaza na madrugada desta sexta-feira (10). A retirada de 33 dos 34 brasileiros retidos em Gaza em meio a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas será feita pela passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, rumo à capital Cairo.

Segundo publicação nas redes sociais da autoridade responsável pela passagem e pela listagem, os autorizados deveriam estar presentes às 7 horas, no horário local, desta sexta-feira, no hall externo da passagem para facilitar suas viagens.

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Estrangeiros de outros países como Canadá, Alemanha, Dinamarca, Holanda, Índia, China, Rússia e Nova Zelândia também foram autorizados.

A liberação ocorre após promessa do chanceler de Israel, Eli Cohen, ao ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, na quinta-feira. Foram quatro tentativas de uma negociação para a saída dos brasileiros e seis listagens com cerca de 24 países que já haviam conseguido a concessão. Segundo fontes do Itamaraty, o grupo de brasileiros está desde o mês passado em casas alugadas pelo Ministério de Relações Exteriores em Rafah e Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, à espera de uma definição.

Na última sexta-feira, Israel prometeu incluí-los na lista de autorizações até esta quarta-feira, o que não aconteceu. Cohen justificou a Vieira que não foi possível cumprir a garantia por "fechamentos inesperados na fronteira", segundo o Itamaraty.

Autoridades brasileiras afirmam que um ônibus, medicamentos e alimentos já estavam preparados para o transporte do grupo ao aeroporto do Cairo, no Egito, onde um avião da FAB aguarda para repatriá-los.

O Egito controla a única fronteira de Gaza que não tem limite com Israel, mas o posto de Rafah é submetido a rigorosos controles alfandegários e de pessoas. Após os atentados terroristas do Hamas no dia 7 de outubro, o posto foi fechado e ninguém podia sair ou entrar no território palestino.

No fim de semana, após um acordo negociado com a ajuda do Catar e dos Estados Unidos, o posto foi aberto para a entrada de ajuda humanitária. Na quarta-feira, além da saída de estrangeiros, ambulâncias também recolheram feridos em Gaza.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou uma visita surpresa à Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (8), acompanhado do embaixador de Israel no Brasil Daniel Zohar Zonshine. O objetivo foi se reunir com deputados da oposição ao governo, a maioria do Partido Liberal (PL), e assistir a um filme que abordou os atos terroristas cometidos pelo Hamas contra Israel no dia 7 de outubro. 

Bolsonaro publicou o início da reunião em seu perfil oficial nas redes sociais. “Ida à Câmara dos Deputados, juntamente com o Embaixador de Israel, onde foi exibido filme sobre as atrocidades do Hamas no dia 07/outubro/2023”, diz a punlicação. 

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A visita do ex-presidente foi recebida com surpresa pelos parlamentares, que ficaram sabendo por um grupo de WhatsApp administrado pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). 

 

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, disse nesta quarta-feira (8), em Brasília, que a insanidade está governando o conflito entre Israel e o grupo extremista islâmico Hamas na Faixa de Gaza.

“Estamos vivenciando pela primeira vez, acho, na história, e ao vivo, crimes de guerra. Isso não tenho a menor dúvida em dizer”, destacou, em entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom dia, Ministro, do Canal Gov. 

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“Está havendo uma violação do direito humanitário internacional. A partir do momento em que se impede o acesso à energia elétrica e água, a partir do momento em que se bombardeia ambulâncias e campos de refugiados, estamos diante de uma situação que é inaceitável. Uma prática inaceitável. Assim como a gente não pode confundir grupos e o grupo Hamas especificamente com o povo palestino e a causa palestina, uma causa fundamental”, acentuou. 

O ministro lembrou a Constituição brasileira repudia o terrorismo e preza pela paz, pelo entendimento pacífico em conflitos e também pela autodeterminação dos povos. “Essa é a posição do governo brasileiro. É uma posição com a qual eu me alinho certamente. E é uma posição que está em linha também com aquilo que defendi durante toda a minha vida: a autodeterminação dos povos.” 

Palestina e Israel

“O povo palestino tem direito e luta pela sua autodeterminação, assim como também o Estado de Israel existe e tem o direito de existir. Mas o que foi praticado pelo grupo Hamas e o que faz o governo de Israel neste momento são inaceitáveis e precisamos dar um basta nisso. Tem que haver um cessar-fogo”, preconizou. 

“É inaceitável ao que está sendo submetida a população da Palestina. Isso eu falo numa posição como ministro dos Direitos Humanos. A quem cabe a condução de política externa é o Itamaraty, que já também colocou essa mesma posição no Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas]. Precisamos imediatamente de um cessar-fogo. Precisamos parar com isso. Existem crianças sendo assassinadas neste momento, existem reféns que devem ser libertados de maneira incondicional. Não pode haver uma outra posição para um ministro dos Direitos Humanos”, finalizou.

 

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