Tópicos | Isolamento Social

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira (6), que tem de uma reunião sobre isolamento social na manhã de hoje. Em resposta a um apoiador na saída do Palácio da Alvorada, o presidente afirmou, sem entrar em detalhes: "Eu tenho às 9h uma reunião sobre esse assunto".

Na agenda pública de Bolsonaro ainda não há, contudo, previsão de compromisso no horário citado. A Secretaria Especial de Comunicação da Presidência também não divulgou informações sobre a reunião.

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O fim do isolamento social para diminuir os impactos econômicos do novo coronavírus tem sido defendido pelo presidente. Para ele, é necessário isolar apenas os grupos de risco da doença, como idosos e pessoas com doenças crônicas.

Nesta segunda-feira, a primeira agenda oficial do Bolsonaro é uma reunião com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Ao longo do dia também está previsto o recebimento de cartas credenciais de embaixadores do Egito, Croácia, Itália, Honduras, Polônia, Irá e Estados Unidos.

A entrega de credenciais é um procedimento padrão em que embaixadores recém-nomeados comparecem ao Palácio do Planalto para informar oficialmente que estão sendo indicados como representantes de suas nações no Brasil.

Da agenda do presidente para hoje consta ainda reunião com os ministros que despacham do Planalto: Walter Braga Netto, (Casa Civil), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral); Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).

O Procon fechou uma unidade das Lojas Americanas em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), por descumprir o decreto estadual em combate ao coronavírus e reabrir a loja neste sábado (4). O gerente do estabelecimento, que não teve seu nome divulgado, foi encaminhado a delegacia de polícia. 

O Procon já havia passado pelo estabelecimento no dia 26 de março, em uma ação de fiscalização, e solicitado o fechamento da loja. Na ocasião ordem foi cumprida, mas uma denúncia feita nessa sexta-feira (3) fez com que a entidade retornasse até a Avenida Manoel Rabelo, onde fica localizada unidade das Americanas. 

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No local, a loja foi encontrada em pleno funcionamento. Com o descumprimento da ordem, o Procon fechou imediatamente o estabelecimento e policiais do 25º Batalhão encaminharam o gerente para a delegacia.

As acusações são baseadas no Art.268: "infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa", com pena de até um ano de detenção mais multa, e no Art.330: "desobedecer a ordem legal de funcionário público", com multa e detenção de até seis meses. Além disso, a loja será processada e a multa pode chegar a R$ 1 milhão. 

Além das Lojas Americanas, um armazém localizado na mesma avenida também foi fechado pelo Procon.

*Com a colaboração de Victor Gouveia

Líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) afirmou, nesta sexta-feira (3), que o auxílio emergencial começará a ser pago na próxima semana. Em entrevista a emissoras de rádio de Pernambuco, ele explicou que os cadastrados no Bolsa Família serão os primeiros a receber o benefício a ser pago pelo governo federal em meio à crise provocada pela pandemia do coronavírus. 

São 14 milhões de brasileiros inscritos no Bolsa Família sendo que a região Nordeste concentra metade deles. Já os trabalhadores informais serão contemplados com o auxílio emergencial até 20 de abril. 

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O próximo passo do governo, segundo o líder, é socorrer as microempresas, com oferta de crédito barato e longo prazo. As medidas devem ser anunciadas na próxima semana.  

“O governo está fazendo um grande esforço para minimizar os efeitos da crise. Após atender os trabalhadores informais e com carteira assinada, o governo se concentra agora para ampliar as medidas que possam proteger as empresas, sobretudo as microempresas, através de oferta de crédito a juro barato e prazo longo, para que os microempresários possam ter liquidez e manter a suas atividades, porque são eles que mais geram emprego no Brasil”, disse.

Segundo Fernando Bezerra Coelho, os recursos liberados contribuem para que a população siga a política de isolamento social recomendada pelo Ministério da Saúde. “Estamos apostando nessa orientação para que os brasileiros possam ficar em casa neste período mais crítico, quando as estatísticas apontam aumento exponencial do contágio do vírus”, disse.

Entre as medidas já anunciadas pelo governo federal, o líder também destacou o socorro a estados e municípios por meio da suspensão do pagamento das parcelas das dívidas com a União e da manutenção dos valores dos Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios repassados em 2019. Somente o governo de Pernambuco deixará de pagar R$ 700 milhões relativos à dívida com a União.

“O governo está dando essa ajuda aos prefeitos e também aos governadores através do FPE e do FPM no sentido de evitar a queda dos fundos em relação aos valores alcançados em 2019. O governo estima que deveremos ter R$ 16 bilhões – R$ 4 bilhões por mês, que o governo federal está segurando para que não haja perda de arrecadação por parte dos prefeitos e governadores”, ressaltou.

*Da assessoria de imprensa

Com uma nova decisão o que era um bloqueio parcial de chegada de pessoas na Ilha de Fernando de Noronha agora vai ser um total isolamento por no mínimo 15 dias. O Governo de Pernambuco anunciou que a partir de domingo (5) nenhuma pessoa, nem moradores ou profissionais entrarão no arquipélago. 

Em contra partida a saída de moradores e trabalhadores está autorizada. A medida vem dias depois da Ilha confirmar o segundo caso de contágio do covid-19. A única exceção da proibição da entrada na Ilha são para servidores públicos estaduais e  federais com autorização prévia e outros considerados serviços essenciais. 

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“Tal solicitação prende-se ao fato de que existem moradores chegando a Noronha numa semana e retornando na outra, sem obedecer ao intervalo da quarentena. Solicitamos ainda que a entrada fique restrita às pessoas para serviços essenciais devidamente autorizadas pelas autoridades competentes”, diz um trecho da decisão tomada após solicitação do Conselho Distrital da Ilha. 

Desde o dia 21 de março de 2020, as operações de pouso e decolagem de aeronaves no Aeroporto do Distrito Estadual de Fernando de Noronha estão suspensas por conta das restrições impostas para evitar a propagação da epidemia de coronavírus.

A quarentena realizada por causa da pandemia de coronavírus pode trazer inúmeros pensamentos e reações conturbadas. Essa é a primeira vez, na era contemporânea, em que as pessoas estão sendo privadas de exercer o convívio social, e o resultado dessa nova rotina reflete em vários campos da vida coletiva e privada. "Apesar da situação atípica, onde muitos serviços pararam, muitas coisas podem continuar no aspecto individual e familiar, como ouvir música, dançar, se divertir, viver bons momentos em família e, principalmente, a vida sexual", diz o psicólogo e co-fundador da Àrvore da Vida Psicologia, Renato Braga.

Assim, um dos temas mais intrigantes do momento é como manter uma vida sexual saudável em meio à quarentena, que pode impactar no prazer das pessoas de maneiras distintas, como aponta Braga, seja pela ameaça que o vírus impõe e pelos diversos sentimentos que a situação causa em cada indivíduo. "Quando nos vemos diante de uma ameaça, a primeira coisa que sentimos é medo, uma reação instintual que nos leva a tomar medidas para nos proteger e evitar tal ameaça", explica o psicólogo. "Porém, o isolamento social abre portas para o contato individual, levando ao aumento ou retomada da vida sexual. Mas, para isso, é necessário equilíbrio e superar a barreira do medo e do estresse, que é muito comum nesses momentos e que ajudam a diminuir o interesse sexual", complementa.

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Durante a quarentena, o consumo de conteúdos pornográficos disparou, como mostra a pesquisa realizada pelo G1. Houve um aumento de 31% no número de visitas ao canal Sexy Hot, no período de 14 a 19 de março, se comparado com os dias 7 e 12 do mesmo mês. O site PornHub também liberou seu conteúdo exclusivo de graça por um mês para não assinantes. "Em uma quarentena e estando confinados, tudo se intensifica", comenta Marlon Mattedi, psicólogo especializado em sexualidade da plataforma Sexo Sem Dúvida. "Este setor que envolve entretenimento adulto, seja com câmeras ao vivo ou o próprio sexo explícito, na quarentena, ganhará maior audiência. Notaremos também no Brasil, como algumas pesquisas já estão apontando no mundo todo, um aumento significativo de audiência em sites de conteúdos eróticos. Com o passar dos dias de quarentena e com as pessoas tendo mais tempo para pesquisar o que desejam, o consumo de conteúdo sexual virtual irá aumentar", complementa.

Segundo Mattedi, há reflexos físicos que o isolamento pode causar, como o aumento da interatividade e um certo desleixo com o autocuidado. "É preciso ter cuidado com ficar mais tempo sem camisa se o ambiente está quente, colocar qualquer roupa confortável para estar em casa, às vezes passando o dia com a mesma roupa que usou para dormir, sem cuidar muito da estética, deixar a barba para a semana que vem, e por aí vai. Já que não vai sair de casa mesmo, muitos esquecem de botar um perfume, de caprichar na camisa, de colocar aquela lingerie bonita que tinha no armário. Tudo isso influenciará diretamente, prejudicando o desejo sexual", finaliza.

A nova rotina do planeta, alterada devido à pandemia de coronavírus (Covid-19), tirou os adeptos da vida fitness das academias. Boa parte dos esportistas ainda insistem nas práticas ao ar livre, mas a grande maioria tem procurado manter a forma e cumprir o isolamento social ao mesmo tempo.

Com a não permissão de abertura de clubes, companhias de dança, boxes e CrossFit, proprietários de alguns estabelecimentos mudaram a estratégia para não perderem alunos e seguirem trabalhando em prol da vida saudável. É o caso da professora de educação física e bailarina Anna Paula Martins, 44 anos. Criadora do método ballet blend, que mistura o balé clássico com a ginástica localizada coreografada, ele aposta nos exercícios em casa como uma tendência para o futuro de quem não tem tempo ou procura por uma justificativa para não praticar esportes. "As pessoas estão trabalhando muito, não têm tempo de deslocamento, viajam muito a trabalho. Então é uma maneira de praticar uma atividade física, como uma aula de dança, no espaço em que ela se encontra, desde que o profissional que a acompanha seja totalmente qualificado para dar uma aula online", ressalta.

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A bailarina Anna Paula Martins | Foto: Rafael Marques

A especialista destaca que, pela impossibilidade de realizar a correção dos movimentos pessoalmente, a experiência e a voz ativa do instrutor são fundamentais para a execução perfeita do treino. "Os profissionais precisam ter muita experiência no mercado fitness para ter uma abordagem correta na hora de explicar para o aluno como deve ser feita a atividade", explica Anna.

A bailarina Patrícia Marrese, 28 anos, faz as aulas de Anna e diz que toma algumas medidas para não perder o foco durante o treino com a ajuda do ambiente virtual. "Quando vou acompanhar alguma aula online, desligo o celular e fecho a porta para não ser interrompida", comenta. "É concentração máxima no momento presente para evitar possíveis distrações e, consequentemente, lesões", complementa.

A bailarina Patrícia Marrese | Foto: Rafael Marques

Já no campo do CrossFit, que tem como base o levantamento de peso olímpico, a ginástica artística e o atletismo para trabalhar várias capacidades físicas, alguns atletas acostumados com o treino nos chamados "boxes" estranharam a mudança. Foi o que aconteceu com o administrador de empresas Jaques Lacerda, 44 anos. "Meu rendimento caiu bastante, pois gosto das aulas presenciais e de socializar com as pessoas", declara.

Praticante da modalidade há 18 meses, Lacerda esclarece que seus técnicos têm se dedicado muito, mas a alteração no cotidiano derrubou sua concentração para o nível médio. "Estou tentando criar uma rotina, já que meu box está dando total atenção e nos incentivando bastante a continuar os treinos", conta. Apesar dos fatores negativos, o administrador aprova a flexibilização dos horários e a presença da família durante os treinos na quarentena. "Vejo como positivo o horário livre para fazer os exercícios no seu tempo e o estar perto dos filhos, que pode incentivá-los à prática esportiva no futuro", complementa.

O administrador Jaques Lacerda treina em casa | Foto: Arquivo pessoal

Uma das coaches de Lacerda no box Dobermann CrossFit é Giselle Alves, 31 anos. Treinadora da modalidade há três anos, a professora vê a sinceridade dos alunos como fator preponderante para o alcance dos resultados. "Ter uma relação de sinceridade com o aluno e passar a ele a importância desse feedback honesto faz toda a diferença no objetivo e na evolução dos treinos", avalia Gisele. Durante a execução dos movimentos a distância, a professora acredita que a responsabilidade dos profissionais aumenta. "O desempenho depende muito do ânimo do aluno, mas trazemos essa responsabilidade para nossa equipe, e estimulamos ao máximo a frequência diária de treinos online e outros transmitidos ao vivo", complementa.

Giselle Alves, no alto, durante treino de CrossFit | Foto: Arquivo pessoal

Apesar das "academias improvisadas" devido ao isolamento social, Giselle acredita que a modalidade é praticável em qualquer ambiente. "Nós trabalhamos muitos exercícios com peso corporal, o que nessas horas se torna vantajoso, já que o aluno consegue realizar a atividade em casa. Na falta de carga extra, aumentamos o volume de treinos para compensar e, se necessário, ainda adaptamos alguns aparelhos como utensílios do lar", comenta. Ainda de acordo com a professora, o astral das aulas no ambiente virtual pode ser outro diferencial para o incentivo dos alunos. Por isso, o professor precisa passar energia mesmo não estando próximo aos atletas. "O CrossFit aproxima alunos e professores, que se identificam na superação das suas dificuldades, nas conquistas diárias, e a empolgação da aula, somada a execução correta dos movimentos, faz toda diferença tanto em aulas presenciais como a distância", complementa.

 

A Itália estuda um plano para sair do confinamento e retomar as atividades, após o anúncio do ministro da Saúde de prorrogação do isolamento até 12 de abril, devido à pandemia do novo coronavírus.

Autoridades italianas, entre elas o premier, Giuseppe Conte, insistem em que o retorno do país a suas atividades tem que ser gradual.

- Momento adequado -

O momento adequado par retomar as atividades poderia ser quando o número de novas infecções for zero, ou próximo de zero, em todo o território. Para especialistas, este momento poderia acontecer entre 5 e 16 de maio, segundo a região.

Em Trentino-Alto Adige, extremo norte, esse limite poderia ser em 6 de abril; no Valle de Aosta (norte), em 8 de abril; em Puglia, no dia seguinte; e em Lazio, em 16 de abril, segundo estimativas do Instituto Einaudi de Economia e Finanças (Eief) publicadas hoje pelo jornal "Il Corriere della Sera".

Nas regiões do Norte, as mais afetadas pela doença, esse nível deve ser alcançado em 14 de abril, no Vêneto; em 22 de abril, na Lombardia; e em 28 de abril, na Emiglia-Romana. A Toscana concluiria o ciclo em 5 de maio. A incerteza persiste em algumas regiões, como a Campânia.

- Os testes, um elemento-chave -

O presidente do Conselho Superior de Saúde, Franco Locatelli, opina que, para reativar o país, é necessário realizar testes serológicos e comprovar a presença de anticorpos no sangue, de forma a identificar como o coronavírus se propagou, e contar com informações relevantes sobre a "imunidade de grupo", elemento-chave para proteger toda a população.

"A prioridade é a saúde, mas deve ser compatível com os aspectos econômicos, para evitar uma crise ainda mais difícil", assinalou hoje o jornal romano "Il Messaggero".

A proposta do presidente da região do Vêneto, Luca Zaia, é estudada com atenção. O líder político quer introduzir uma "autorização de circulação" que certifique, com um teste serológico rápido, que um indivíduo não pode transmitir a doença.

"A experiênia científica nos diz que é um enfoque correto", explica Maurizio Sanguinetti, especialista em doenças infecciosas da Fundação Hospital Gemelli, de Roma. O cientista considera que é possível usar uma máquina, que o hospital deverá receber na próxima semana, "que realiza cerca de 1,4 mil testes por dia", afirmou.

Para o estudioso, é necessário combinar testes serológicos, que detectam anticorpos específicos, e testes moleculares, que buscam a presença do vírus no corpo.

"Deve-se levar em conta que há um intervalo de cinco dias durante o qual os anticorpos não se desenvolveram e o vírus pode estar presente", adverte o estudioso, que pede a combinação das duas técnicas para obter resultados mais confiáveis.

- O calendário -

O Conselho de Ministros, que se reunirá esta semana, deverá aprovar o confinamento até o Domingo de Páscoa, 13 de abril, e deverá indicar, também, o plano a ser seguido se o número de pacientes diminuir de forma duradoura.

A reativação do país vai ser lenta, gradual, e tentará se evitar a qualquer custo que os "positivos" se desloquem pela península, advertiram os cientistas, segundo quem um novo surto poderia gerar uma nova emergência nacional.

A Itália, o país mais atingido no mundo pela pandemia do novo coronavírus, decidiu nesta segunda-feira (30) manter o confinamento até o próximo 12 de abril, apesar dos sinais de melhora com a diminuição do número de infectados.

As medidas de confinamento para os 60 milhões de italianos que estavam vigentes até a última sexta-feira foram prolongadas até o domingo de Páscoa, no dia 12 de abril, anunciou o ministro da Saúde, Roberto Speranza.

A decisão foi tomada pelo comitê científico que assessora o governo, informou o ministro.

"As medidas estão dando resultados", reconheceu Silvio Brusaferro, diretor do Instituto Superior da Saúde (ISS).

"Devemos respeitar as diretrizes do governo e prestar muita atenção ao isolamento dos positivos e dos seus familiares", insistiu.

Por sua vez, o governador da Lombardia, Attilio Fontana, a região mais castigada da pandemia, teme que a população comece a relaxar.

"Infelizmente, tenho visto mais pessoas e carros nas ruas, como se já não tivessem que respeitar as regras", lamentou, durante uma coletiva de imprensa.

Segundo as autoridades, muitas medidas deverão ser mantidas "por muitos meses", inclusive quando a incidência do vírus tiver caído, porque o risco de que se propague de novo é "muito alto".

Uma luz de esperança foi percebida nesta segunda quando os serviços de Proteção Civil comunicaram o balanço do dia. O aumento dos infectados foi de 4%, frente aos 8,3% de alguns dias.

O número de falecidos, no entanto, chegou a 812 nas últimas 24 horas, o que aumenta o número total de mortes por coronavírus na Itália para 11.500.

Pela primeira vez desde o início da pandemia, o número de pessoas infectadas na Lombardia diminui e passou de 25.392 para 25.006.

Essa tendência deverá se repetir para ser considerada de fato uma tendência.

Além disso, o número de pessoas que se recuperaram desde o domingo, um total de 1.590, nunca foi tão alto.

"Esperamos alcançar o pico em sete ou dez sias, logo, os contágios diminuirão", explicou nesta segunda o vice-ministro da Saúde, Pierpaolo Sileri.

"Na Lombardia percebe-se uma diminuição do número de casos e principalmente da demanda pelas emergências e pedidos de ambulância. Há como uma mudança, é um sinal de que o grande esforço que estamos fazendo, funciona", ressaltou Giulio Gallera, assessor da Saúde na Lombardia.

Dois tuítes publicados na conta oficial do presidente Jair Bolsonaro, em que ele questionava as medidas de isolamento social para conter a propagação do novo coronavírus, foram apagadas pela plataforma na noite deste domingo (29), sob o argumento de que violavam as regras desta rede social.

Bolsonaro havia publicado três vídeos em que desrespeitava as orientações do Ministério da Saúde e passeava, neste domingo, por Brasília, aproximando-se de apoiadores, e reforçando seu chamado para romper a quarentena. Duas das três publicações foram apagadas esta noite.

"O Twitter anunciou recentemente, em todo o mundo, a expansão de suas regras para abranger conteúdos que forem eventualmente contra informações de saúde pública orientadas por fontes oficiais e possam colocar as pessoas em maior risco de transmitir a Covid-19", diz um comunicado da plataforma.

"O que eu tenho conversado com o povo é que eles querem trabalhar. Vamos tomar cuidado, maior de 65 fica em casa", diz Bolsonaro a um vendedor ambulante em um dos vídeos apagados. "A morte está aí, mas se Deus quiser. Só não pode ficar parado, se não morrer da doença, vai morrer de fome, responde o vendedor a Bolsonaro, que afirma: "Não vai morrer."

O presidente, 65, também promoveu o uso da hidoxicloroquina para tratar a Covid-19. Apoiando-se em "um estudo de uma entidade francesa", Bolsonaro afirmou que o remédio "é uma realidade". Consultada, sua assessoria não informou a qual estudo Bolsonaro fez referência.

Em um quarto vídeo publicado, o presidente questiona a quarentena defendida por governadores e alguns prefeitos como medida para evitar a propagação do vírus: "Esse isolamento horizontal, se continuar assim, lá na frente, com a brutal quantidade de desemprego, teremos um problema seríssimo e vai levar anos para ser resolvido", diz Bolsonaro, nos arredores da residência oficial.

"O Brasil não pode parar. Se o Brasil parar, vira uma Venezuela", afirma, posteriormente. "Vamos enfrentar o vírus com a realidade, é a vida, todos nós devemos morrer um dia."

Pelo menos 70% dos brasileiros precisam estar imunizados para que possamos começar a falar em fim da epidemia de covid-19 no País. Chegar a esse porcentual só será possível depois que a maioria da população tiver sido infectada e curada. A alternativa é ter uma vacina, que dificilmente chegará ao mercado antes do fim do ano.

Prever como ou quando atingiremos esse patamar é um exercício de futurologia. Não há precedentes na história recente da humanidade para a crise atual. Por isso, não se pode mirar eventos passados em busca de respostas. Alguns estudos, porém, tentam olhar para o futuro e apontar caminhos possíveis.

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Uma unanimidade entre especialistas é a adoção do distanciamento social de forma prolongada para retardar o aumento de casos. "Não há ainda meios de avaliar se as medidas que estão sendo implementadas surtirão os efeitos necessários", afirma o especialista em modelagem epidemiológica da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Roberto Kraenkel. "Mas projeções feitas para outros países indicam a necessidade de lockdown (isolamento total das cidades, com manutenção apenas de serviços essenciais) por, ao menos, dois meses."

Estimativas feitas por especialistas da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio) e da Fiocruz apontam que, até amanhã, o País deve registrar 6.375 casos - número que pode variar entre 3.555 (cenário otimista) e 11.548 (cenário pessimista). A expectativa é de que, na próxima semana, o total de casos comece a aumentar exponencialmente até que os efeitos das medidas de distanciamento social comecem a ser sentidos.

Caso medidas mais drásticas não sejam cumpridas - ou sejam suspensas, como sugeriu o presidente Jair Bolsonaro -, a epidemia no Brasil pode seguir o mesmo caminho trilhado pela infecção na Itália e na Espanha, que já somam 14,2 mil mortes. Nesses países, o número de casos cresceu mais rápido do que a capacidade do sistema de saúde de absorver pacientes.

A ideia de reduzir o impacto econômico das estratégias de mitigação e isolar só os mais vulneráveis (idosos e doentes crônicos, por exemplo), como propôs Bolsonaro, foi aventada por outros líderes mundiais. A própria Itália contemplou a estratégia no início da epidemia. Rapidamente, diante da explosão de casos e mortes, mudou de ideia. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, também. O que fez o líder britânico recuar foi um estudo do Imperial College de Londres, de 16 de março. O trabalho projetou 250 mil mortes no país, se apenas medidas de isolamento mais brandas fossem adotadas.

Para o Brasil, os pesquisadores do Imperial College, liderados por Neil Fergunson, indicam que uma estratégia de isolamento social de manter só idosos em casa poderia levar à morte mais de 529 mil pessoas. O número é metade do que se projeta para um cenário em que nada fosse feito para conter o coronavírus (1,15 milhão de óbitos). Mas é bem mais alto do que a estimativa para um isolamento social rápido e amplo. Mesmo com essa restrição drástica, haveria ao menos 44 mil mortes.

"Se medidas de isolamento e contenção propostas pelos Estados forem respeitadas, podemos considerar um crescimento similar ao da França (o país confirmou o 1.º caso em janeiro. Hoje, tem 33,54 mil pacientes e 1,9 mil mortes)", afirmou Silvio Hamacher, da PUC-RJ, integrante do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (Nois).

Segundo pesquisadores do Imperial College, para surtir efeito sustentável, a estratégia teria de continuar por muitos meses. Idealmente, até o desenvolvimento da vacina ou a chamada imunização de rebanho, quando a maioria da população já foi contaminada. Pelos cálculos do grupo, até seria possível suspender o isolamento de tempos em tempos, mas muito brevemente, para não abrir caminho para novos surtos.

China. Com a pandemia ainda em curso, quem já passou pela fase aguda traz mais ensinamentos. Após cerca de três meses do início oficial da epidemia, só agora a China começa a reabrir a província de Hubei, onde fica Wuhan, mas a cidade que é epicentro do novo coronavírus ainda deve ficar fechada por mais duas semanas.

O biólogo Fernando Reinach, colunista do Estado, afirma que acompanhar os desdobramentos da reabertura de Wuhan será fundamental para entender como a epidemia vai se comportar. Para ele, por enquanto, o único caminho que parece seguro para evitar muitas mortes é mesmo conter a população. O outro caminho, diz, seria fazer como a Coreia do Sul, que está testando em massa a população e agindo rapidamente para conter quando há infectados e rastrear seus contatos, a fim de evitar a dispersão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), anunciou a prorrogação do isolamento social no Estado por 15 dias, a partir da próxima segunda-feira, 30, ante a pandemia de coronavírus. "Eu não serei responsável pela morte de milhares de pessoas", afirmou na sexta-feira, 27, em uma transmissão ao vivo pelo Facebook. O governo não descarta estender a medida além do dia 6 de abril.

Acompanhado do secretário de Estado de Saúde do Rio, Edmar Santos, Witzel anunciou o decreto e pediu que a população continue em casa e mantenha o distanciamento social, citando a explosão de mortes na Espanha e na Itália, além da manutenção das medidas restritivas nos Estados Unidos. "Daqui para frente, se não mantivermos as restrições que o mundo inteiro adotou, nós teremos graves problemas pra poder salvar a sua vida", afirmou.

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Witzel afirmou que está ciente das "dificuldades dos empresários" e da população que está sem trabalhar, mas citou o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga para defender a continuidade das medidas. "Uma economia doente é uma economia improdutiva", disse.

O secretário Edmar Santos ressaltou ainda a recessão que a Itália enfrenta após uma campanha publicitária do governo contra o isolamento. "O prejuízo lá, o desemprego e a fome, estão muito maiores do que se eles tivessem coragem de no primeiro momento acreditar no vírus e controlar a epidemia", afirmou.

Sem citar o nome do presidente Jair Bolsonaro, Witzel criticou orientações de corte do isolamento social. "Aquele que diz que não é para ficar em casa vai ser responsabilizado, porque nós estamos na contramão do mundo. Falar para as pessoas irem pra rua hoje é criminoso", afirmou.

Cestas básicas

O governador afirmou que o Estado vai distribuir um milhão de cestas básicas, além do auxílio de R$ 600 para trabalhadores informais e desempregados, para as famílias do Estado. Ele também agradeceu o trabalho de equipes de saúde, policiais, corpo de bombeiros e caminhoneiros. "Não vai faltar posto de conveniência para vocês", afirmou.

Disseminação acentuada

Para a manutenção das medidas, Witzel citou estudos científicos da área de pneumologia que apontam para uma disseminação acentuada no País. "Curiosamente, no Brasil o vírus está atingindo pessoas abaixo dos 50 anos. Depois de ler o artigo, fiquei muito preocupado também com os jovens", afirmou. Ele ressaltou que, como não há condições para testes em massa da população, a subnotificação do vírus pode ser exponencial.

O secretário Edmar Santos afirmou que o governo também vai iniciar testes com a hidroxicloroquina, mas desaconselhou o uso doméstico em larga escala. "Se você for tentar em casa, por conta própria, pode ter complicações graves, só pode ser orientada por um médico", pontuou.

Diante da situação emergencial provocada pela pandemia do Coronavírus (Covid-19), muitas pessoas idosas têm desobedecido à recomendação de entidades internacionais e nacionais, para que se mantenham no isolamento social e não saiam de casa, salvo em casos excepcionais ou de extrema necessidade, quando não houver ninguém para auxiliá-las.

O Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência Contra a Pessoa Idosa (CIAPPI), órgão ligado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), informa que este tipo de atitude configura a violação de autonegligência. Não há punição para os casos, mas o Centro alerta aos familiares para que tentem pacificamente orientar essa camada da população.

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Caso haja uma resistência em não acatar a orientação, o programa informa que os familiares e amigos busquem a ajuda de psicólogos ou assistentes sociais, de preferência nas residências, os quais farão uma escuta humanizada com a pessoa idosa, buscando auxiliar na conscientização. O CIAPPI recomenda, ainda, que os parentes fortaleçam os vínculos de afeto e se aproximem das pessoas idosas nesse momento de isolamento social, para que não se sintam sozinhas.

Também é essencial que reforcem os cuidados e chamem à atenção dos entes, esclarecendo-os de todos os riscos aos quais ficarão expostos ao sair de casa. “Estamos passando por um momento delicado, que exige cuidados especiais à pessoa idosa. Daqui a pouco tudo isso irá passar, mas, agora, é preciso rigor, é preciso cuidar de si e ficar em casa” explica o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

Denúncias: Mesmo diante da pandemia do Coronavírus (Covid-19), o CIAPPI continua atuando. Denúncias de qualquer tipo de violação contra uma pessoa idosa podem ser feitas através dos telefones 3182-7649 / 3182-7607, no horário das 9h às 13h, ou no e-mail ciappi2016@gmail.com.

 

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, contrariou nesta quarta-feira (25) a postura adotada por Jair Bolsonaro e disse que o governo defende que o isolamento social é uma das melhores formas de frear a disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

"A posição do nosso governo, por enquanto, é uma só. A posição do governo é isolamento e o distanciamento social, né. Está sendo discutido e, ontem [24/3] o presidente buscou colocar, e pode ser que ele tenha se expressado de uma forma digamos assim que não foi a melhor", disse Mourão durante uma reunião por videoconferência do Conselho Nacional da Amazônia Legal.

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Conforme o vice, Bolsonaro quis mostrar a "preocupação que todos nós temos com a segunda onda, como se chama nessa questão do coronavírus". "Nós temos a primeira onda, que é a saúde, e agora temos uma segunda onda, que é a questão econômica e, uma vez que toda a atividade econômica cesse e o país praticamente caia numa anomia, podemos correr o risco de uma forte inquietação social, principalmente nas áreas mais vulneráveis", afirmou ainda Mourão.

A repercussão do pronunciamento do presidente foi a mais negativa possível. Prefeitos, governadores, senadores e deputados, além de especialistas e médicos, criticaram a fala de Bolsonaro - que contraria estudiosos do mundo todo e que foi adotada por mais de 150 países para frear a epidemia. 

Da Ansa

Mais de 3 bilhões de pessoas estavam nesta quarta-feira sob medidas de confinamento ao redor do mundo para conter a propagação do novo coronavírus, que, segundo a ONU, ameaça a humanidade.

Um total de 450 mil casos da doença foram declarados oficialmente no planeta, e a cifra de mortos superava 20.600, a maioria na Europa, segundo um balanço feito pela AFP.

A Espanha se somou à Itália ao superar o número de mortos da China, e os Estados Unidos são o país onde o contágio avança mais rapidamente.

A pandemia de coronavírus "ameaça toda a humanidade", disse nesta quarta-feira o secretário-geral da ONU, António Guterres, lançando um plano de resposta global que vai até dezembro e que inclui doações de até US$ 2 bilhões.

Os mercados de ações se recuperaram em nível global e os preços do petróleo subiram, ante a expectativa de que o Congresso americano aprove um pacote histórico de estímulo de 2 trilhões de dólares.

Com mais de 60 mil casos confirmados, os Estados Unidos são o terceiro país em número de infectados, atrás da China e Itália. O presidente Donald Trump espera que o país possa se reativar em meados de abril, mas parece estar sozinho entre os líderes mundiais.

Cerca de 40% dos 7,8 bilhões de habitantes do planeta foram convocados a permanecer em casa. A maioria dos países e territórios, entre eles Índia, Argentina, França, Itália e Reino Unido, bem como muitos estados americanos, impuseram medidas de confinamento obrigatórias. O Panamá foi o mais recente a se somar a esta lista.

Outros países anunciaram toque de recolher, como Chile e Equador, bem como quarentenas e outras recomendações de distanciamento de pessoas. A França anunciou o lançamento da operação militar Resiliência para contribuir com a luta contra a pandemia.

Na Rússia, o presidente Vladimir Putin decretou feriado na próxima semana e propôs uma votação sobre reformas constitucionais polêmicas.

As principais economias do G20 farão uma videoconferência de emergência amanhã para discutir uma resposta global para a crise, bem como os 27 líderes da União Europeia, novo epicentro da pandemia.

Na China, as restrições drásticas impostas por vários meses na província de Hubei, primeiro foco da pandemia, foram levantadas hoje. Não foi detectado nenhum caso de contágio local em 24 horas naquele país, mas foram registrados 47 casos "importados" do exterior.

Com mais de 3.400 mortos, a Espanha se tornou hoje o segundo país com mais vítimas fatais do novo coronavírus, à frente da China, com a qual fechou um contrato de 432 milhões de euros para adquirir material sanitário.

A situação na capital espanhola piorou tanto que uma pista de gelo foi transformada em necrotério e o Exército está desinfetando os lares de idosos.

A Itália, onde o número de doentes desacelerava, continua sendo o país mais afetado pela pandemia, com 7.503 mortos, 683 nas últimas 24 horas.

Espanha e Itália se uniram à França e a outros seis países da UE para pedir à Alemanha e Holanda que permitam a emissão de bônus europeus para estabilizar a economia da eurozona.

- Príncipe Charles infectado -

O número de doentes também aumentou no Oriente Médio, onde mais de 2 mil pessoas já morreram no Irã, e na África, onde o Mali registrou o primeiro caso e vários países anunciaram estado de emergência.

No Reino Unido, o príncipe Charles, 71, infectou-se, e, segundo um comunicado oficial, "permanece com boa saúde". No Japão, o governador de Tóquio alertou para uma possível explosão de infectados neste fim de semana.

A Colômbia, terceiro país mais populoso da América Latina, iniciou um confinamento obrigatório de 19 dias para conter o avanço da doença, para a qual não há tratamento.

Já o presidente Jair Bolsonaro fez um chamado para "manter os empregos e preservar o sustento das famílias". No Brasil, as deficiências no sistema de saúde, a pobreza e as condições insalubres em que vive boa parte da população ameaçam agravar a epidemia na maior economia da América Latina.

A plataforma de cursos online Portal Tem Poder Quem Age, que disponibiliza semanalmente cursos e outros conteúdos digitais produzidos pelo escritor Paulo Vieira, disponibilizará acesso gratuito durante o período de quarentena. A ideia é auxiliar a qualificação profissional por 30 dias.

Entre os conteúdos disponíveis, há aulas, séries, livros para download, e treinamentos sobre inteligência emocional, liderança, finanças pessoais, business, relacionamentos, marketing, planejamento financeiro e criatividade, entre outros temas. Também serão divulgados materiais novos semanalmente.

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O isolamento social, necessário durante o período de quarentena estabelecido para contingência da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-COV-2), tem o potencial de causar estresse devido à limitação da interação e da possibilidade de se locomover livremente como de costume. Mesmo com consciência sobre a necessidade de permanecer em casa para resguardar a si e principalmente às pessoas que fazem parte do grupo de risco, a quarentena voluntária é uma situação difícil de enfrentar, e se torna ainda mais desafiadora para pessoas que, em meio à toda a incerteza e tensão, estão estudando para prestar provas como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outros vestibulares.

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De acordo com a psicóloga, mestre em psicanálise e mentora de estudos e carreira, Soraya Matos, o isolamento não é uma situação natural para os humanos, que são seres sociais, desejam estar em grupo. Diante dessa situação, explicou ela, e com o medo de uma doença, sentimentos de tristeza e ansiedade são potencializados. “O isolamento social maximiza a ansiedade. O que eles [estudantes] tinham de rotina concreta antes, agora têm que ser responsáveis sozinhos, e aí a ansiedade vai maximizar, causar um aumento da tristeza, de dores, e isso não fortalece, em absoluto, os estudos”, afirma Soraya.

Ela também lembra que o fluxo de notícias preocupantes sobre o avanço da COVID-19 e especialmente de conteúdos falsos, as fake news, também contribuem para criar uma atmosfera de medo e tensão sobre os estudantes. Para contornar os sentimentos negativos e conseguir manter o foco nos estudos durante o afastamento físico da sala de aula, a primeira orientação da psicóloga é que os alunos entendam que não estão de férias e, durante esse período, busquem ter equilíbrio emocional e manter uma rotina com disciplina.

“É apenas uma fase que vai passar, e uma grande oportunidade também de construção e desenvolvimento de novas competências. A gente precisa trabalhar bem a nossa base emocional. Neste momento, a disciplina é essencial, a rotina com atividades físicas, estudos e resultados é essencial", disse Soraya.

Alternar os estudos com atividades relaxantes e ter com quem conversar, desabafando as angústias que fazem parte do momento de isolamento, também é uma recomendação importante apontada pela psicóloga e mentora. “É muito importante também que eles alternem os estudos com coisas prazerosas. Jogos, leituras, conversas com os amigos, atividades que possam criar buscando sair dessa sensação de ‘eu estou em casa’, não precisa ficar preso apenas à tristeza”, orientou a especialista.

Nesse contexto, Soraya também destaca a importância do papel da família na criação de um ambiente agradável e favorável aos estudos em casa durante o período de quarentena. “Nesse momento é essencial que eles tenham acolhimento e apoio, que não se tranquem nos quartos, que os pais procurem criar um campo de afetividade, criatividade, boas conversas e interesse no que eles estão estudando”, declarou a psicóloga.

Num contexto em que o fluxo de informações é grande e pode gerar ansiedade, a dica de Soraya é que os estudantes filtrem o que chega até eles e busquem formas de tornar esse conhecimento construtivo. “Fazer um filtro do que for importante e daí aproveitar para desenvolver redações, artigos, mapas mentais. Dá para desenvolver um mapa de estudos e depois se recompensar. Estuda, se recompensa. Com boas conversas, um encontro virtual com os amigos, falando com os pais, jogando, depois retornam aos estudos. Se de manhã estaria no colégio, pode assistir videoaulas, estudar pela tarde batendo e comemorando suas metas. Psicologicamente isso vai dar uma força muito grande”, afirmou Soraya.

Há, ainda, outras ações que, segundo a psicóloga, podem ajudar os estudantes a aliviar a tensão e, assim, reduzir a ansiedade durante a quarentena, como viver o presente (menos preocupações futuras), praticar atividade física regularmente, respirar de forma ordenada, ter uma boa alimentação, dormir bem, evitar pensamentos negativos, assim como ambientes e atividades estressantes, e praticar a meditação.

Em tempos de quarentena - imposta pela necessidade de coibir o avanço do novo coronavírus -, pode parecer difícil conseguir se divertir em pleno fim de semana. Mas a sala da própria casa pode se transformar em arena de show com as programações dos festivais online organizados por artistas de todo o Brasil, e também de outros lugares do mundo. Confira essa lista com alguns eventos programados para este fim de semana, fique em casa e divirta-se. 

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Festival Música em Casa (@festivalmusicaemcasa)

O Mùsica em Casa vai reunir grandes nomes da música brasileira com shows transmitidos ao vivo. Promovido pela Universal Music, o evento vai ser aberto por Sandy e contará, também, com Di Ferrero, um dos artistas que contraiu o coronavírus. Além disso, também integram o festival o cantor Jão, Projota, Léo Santana, Atitude 67 e Michel Teló, entre outros. Serão cinco shows por dia, entre as 19h e 21h30. As apresentações começam nesta sexta (20) e seguem até o dia 29 de março. 

Festival Lá de Casa (@festivalladecasa)

O Lá de Casa conta com 35 artistas em sua programação de três dias de música nacional. Integram o evento o duo Anavitória, Bruna Caram, Brisa Flow, João Klein e Banda Hotelo, entre outros. A ação é gratuita mas também aceitará contribuições espontâneas que serão entregues diretamente a cada artista através do próprio perfil. 

Juvenil Silva e Wander Wildner

O pernambucano Juvenil Silva faz uma dobradinha com o Wander Wildner, do Rio Grande do Sul, em uma live combinada neste sábado (21). Juvenil abre as apresentações às 21h e Wildner segue a noite a partir das 22h, no perfil @aovivoemcasa. Os shows terão uma contribuição de R$ 18. 

Festival #TamoJunto

Promovido pelo jornal O Globo, o festival Tamo Junto vai promover 33 pocket shows com transmissões online de vários artistas, cada um de sua casa. Estão na programação, Jorge Vercillo, Lucy Alves, Mallu Magalhães, Nego do Borel, Martinho da Vila, Cícero, Adriana Partimpim e Jards Macalé, entre outros. Os shows começam nesta sexta (20) e vão até o domingo (22). 

Festival #EuFicoEmCasa (@festivaleuficoemcasa)

Os artistas portugueses estão unidos para compartilhar sua música através da internet desde a última terça (17). Foi quando começou o festival #EuFicoEmCasa que, até o domingo (22), promove shows de 78 artistas, entre eles, The Legendary Tiger Man, Xinobi, Valas, Sara Correia e João Só. 

Recife in Casa

O Recife in Casa também promete animar os confinados pelo coronavírus com muita música pernambucana. Artistas do Recife e Olinda se juntam no movimento com shows a partir de suas próprias casas. Estão no festival a cantora Ylana Queiroga, Victor Camarote, Rafa Lira, Ganga Barreto, Rogerman e a banda The Liverys, entre outros. Os shows começam às 19h, neste sábado (21), às 19h. 


 

A Secretaria Estadual de Educação decidiu pela dispensa de parte dos profissionais que atuam na estrutura administrativa do sistema de ensino de Pernambuco nesta quarta-feira (18). A decisão foi tomada após uma reunião demandada por representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) com o secretário de Educação e Esportes, Fred Amancio, para tratar de medidas que permitam o isolamento social dos trabalhadores. 

Professores em regência, efetivos, em contratos temporários e que compõem os grupos de risco (pessoas acima de 60 anos e pacientes com doenças crônicas) de todas as escolas serão dispensados por tempo indeterminado da frequência no local de trabalho a partir da próxima segunda-feira (23), sendo instituído o home office. Até a sexta-feira (20), as unidades vão funcionar em horário especial. 

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As atividades na Biblioteca Pública Estadual, no Conservatório Pernambucano de Música e no Centro Esportivo Santos Dumont, já estão suspensas e, até a próxima sexta-feira (20), gestores, funcionários administrativos, analistas educacionais e terceirizados dessas unidades de ensino também serão dispensados de suas atividades. 

A Secretaria Estadual de Saúde e as Gerências Regionais de Educação (GRE's) dispensarão funcionários que integram os grupos de risco, cancelarão o atendimento ao público e vão disponibilizar um número de telefone para agendamento em casos de extrema necessidade de atendimento presencial. Serviços internos serão reduzidos e, no caso de atividades indispensáveis, os profissionais deverão trabalhar em esquema de rodízio. As demandas serão encaminhadas para os canais de ouvidoria disponíveis no site da Secretaria de Educação e Esportes.

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