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A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) pediu, nessa quarta-feira (8), ao Tribunal de Contas da União (TCU), o confisco das joias em posse do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O Estadão revelou que Bolsonaro recebeu pessoalmente, em novembro do ano passado, o segundo pacote de joias da Arábia Saudita que chegou ao Brasil pela comitiva do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O estojo está no acervo privado do ex-presidente. O pacote continha relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gold, anel e um masbaha (uma espécie de rosário islâmico) rose gold, todos da marca suíça Chopard.

No ofício enviado ao presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, a deputada Sâmia Bomfim destaca que os itens que hoje estão sob a posse de Bolsonaro não foram inspecionados pela Receita Federal ao entrar no País, em outubro de 2021. A parlamentar afirma ainda que os fatos violam os princípios constitucionais da razoabilidade e da moralidade.

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"Bolsonaro deixou um rastro de crimes ao se empoderar dessas joias. A forma que os objetos entraram no Brasil sem terem sido declarados para a Receita tem nome: é contrabando. É inconcebível que um presidente da República se preste a agir assim, mandando um funcionário do governo esconder joias numa mochila. Esses bens são do Estado brasileiro, são do povo, e vamos zelar até que sejam confiscados", afirma ela. Ainda não houve resposta do tribunal.

O TCU abriu também nessa quarta-feira um processo para investigar o caso. A relatoria ficou com o ministro Augusto Nardes, aliado de Bolsonaro. O Estadão apurou com integrante da Corte que o fato do ex-presidente ter incorporado as joias ao seu patrimônio privado pode causar problemas.

Mudança de versão

Em um primeiro momento, Bolsonaro negou ter recebido as joias. Após o Estadão revelar que os itens está em seu acervo privado, o ex-presidente mudou a versão, confirmou a posse das joias e passou a argumentar que os bens são de "caráter personalíssimo". A defesa se sustenta em acórdão do próprio TCU que determinou a devolução de presentes recebidos por Lula e Dilma Rousseff. Na ocasião, o tribunal entendeu que itens personalíssimos, como roupas e bonés, podem ficar no acervo privado do presidente da República. O relator do caso, ministro Walton Alencar, durante o julgamento declarou que joias como uma esmeralda devem ficar no acervo público.

Receita Federal

Um outro pacote de joias da Arábia Saudita está retido na alfândega do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Conforme o Estadão revelou, o governo de Jair Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o País um conjunto de colar, brincos, anel e relógio de pulso da marca Chopard, além da miniatura de um cavalo ornamental, avaliados em 3 milhões de euros, o equivalente a R$ 16,5 milhões. Esse estojo também estava na bagagem da comitiva de Albuquerque.

No total, o governo Bolsonaro fez oito tentativas para reaver as joias, mas não obteve sucesso. Para isso, ele usou três ministérios - Minas e Energia, Economia e Relações Exteriores -, além de militares. Registro do Portal da Transparência revela que a demanda partiu do próprio presidente da República. Na alfândega, Albuquerque afirmou que as joias seriam para a primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ele se negou a declarar que os objetos se tratavam de um presente de um governo para outro. Se assim o fizesse, os itens passariam a ser do acervo público, não mais de Bolsonaro.

O corregedor da Receita Federal, João José Tafner, teve sua exoneração do cargo publicada no Diário Oficial da União (DOU), nesta quinta-feira (9). Ele havia apresentado seu pedido de demissão ontem, após ameaça de saída coletiva de servidores da Corregedoria. Indicado ao posto pela família Bolsonaro, Tafner declarou que sofreu pressão para não apurar denúncias envolvendo informações sigilosas de desafetos do ex-presidente. O mandato do agora ex-corregedor terminaria apenas em fevereiro de 2025.

Há uma semana, Tafner declarou que vinha sofrendo pressão do então secretário da Receita Julio Cesar Vieira Gomes, e do então subsecretário-geral, José de Assis Ferraz Neto, para não apurar denúncias e amenizar possíveis punições contra o ex-chefe de inteligência do órgão, Ricardo Feitosa.

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Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, Feitosa teve acesso e copiou, em julho de 2019, dados sigilosos e fiscais do coordenador responsável pela investigação do suposto caso de "rachadinhas" envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e de outros políticos que romperam com a família Bolsonaro, como o empresário Paulo Marinho e o ex-ministro Gustavo Bebianno.

O ex-chefe da Receita Julio Cesar Vieira Gomes está envolvido diretamente no escândalo das joias de diamantes avaliadas em R$ 16,5 milhões que o governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o País. Como mostrou o Estadão, para conseguir liberação das peças, Gomes pressionou servidores de diversos departamentos, por meio de mensagens de texto enviadas por aplicativos como Whatsapp, gravou áudios, fez telefonemas e encaminhou e-mails sobre o assunto. A pressão chegou também a subsecretários do órgão.

A atuação de Vieira Gomes no caso das joias também era alvo de denúncia de servidores na corregedoria do Ministério da Fazenda. Tais servidores já haviam manifestado preocupação com a autonomia do agora ex-corregedor para investigar o escândalo, justamente por causa de sua proximidade com a família Bolsonaro, e ameaçavam uma demissão coletiva.

Nomeado pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes, Tafner chegou ao cargo em fevereiro de 2022 como um simpatizante do ex-presidente Jair Bolsonaro. Auditor fiscal desde 2007, ele apoiou a campanha para deputado federal do também auditor fiscal Marcus Dantas. Em fotos nas redes sociais, Tafner aparece ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e de Dantas durante a campanha usando adesivos do então candidato e a camiseta da seleção brasileira, que se tornou uniforme dos apoiadores do presidente.

Os atos de coação que o ex-secretário da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes praticou contra servidores para conseguir a liberação de joias avaliadas em R$ 16,5 milhões e enviá-las à família Bolsonaro resultaram em denúncias à corregedoria do Ministério da Fazenda.

O Estadão apurou que, por meio da Superintendência da Receita Federal de São Paulo, funcionários da Receita que sofreram pressão do ex-chefe decidiram registrar uma representação para que os atos sejam investigados. A denúncia é assinada pelo comando da superintendência e pelos delegados da alfândega de Guarulhos.

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Como prova, foram enviados à corregedoria diversos tipos de documentos, além de mensagens de texto, áudios e e-mails, entre outros itens. A representação foi entregue nesta semana, após o Estadão revelar o caso.

Os servidores também avaliam a possibilidade de entrar com representações individuais contra Gomes. Eles ainda relataram temor em relação à corregedoria da Receita, que era ocupada até anteontem por João José Tafner, indicado pela família Bolsonaro e uma das razões da demissão de José Tostes, o antecessor de Gomes, do comando da Receita.

João José Tafner pediu demissão, nesta quarta (8), depois que servidores da corregedoria ameaçaram com uma saída coletiva caso ele não deixasse o cargo.

Ajudante de ordens e "faz-tudo" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel do Exército Mauro Cid foi o primeiro a ser escalado para resgatar pessoalmente joias e relógio de diamantes trazidos ilegalmente para o País. Ele assinou ofício enviado à Receita, e obtido pelo Estadão, informando que um auxiliar de Bolsonaro pegaria as joias em São Paulo. Filho de um amigo do ex-presidente, o coronel era o oficial mais próximo de Bolsonaro.

O ofício, datado de 28 de dezembro de 2022, é endereçado ao então secretário especial da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes. "Autorizo que os bens sejam retirados pelo representante: Mauro Cesar Barbosa Cid", afirma o ofício da Ajudância de Ordens da Presidência da República.

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Auxiliares do coronel Cid afirmaram, contudo, se tratar de um erro e que não havia viagem prevista do militar a São Paulo. Em seu lugar, foi designado para a missão o primeiro-sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva. Ele voou em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) no dia seguinte.

Conforme o Estadão revelou, o governo de Jair Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o País um conjunto de joias, incluindo colar, brincos, anel e relógio de pulso da marca Chopard, além da miniatura de um cavalo ornamental, avaliados em € 3 milhões, o equivalente a R$ 16,5 milhões. Os itens estão retidos até hoje no Aeroporto de Guarulhos. Segundo o ofício da Ajudância de Ordens, os bens foram ofertados a Bolsonaro pela Arábia Saudita.

O governo Bolsonaro fez oito tentativas de reaver as joias. Ele usou três ministérios - Minas e Energia, Economia e Relações Exteriores -, além de militares. Registro do Portal da Transparência revela que a demanda partiu do próprio presidente da República.

Segundo pacote

O Estadão revelou nesta terça (7) que Bolsonaro recebeu pessoalmente um segundo estojo de joias, composto por relógio, abotoaduras, caneta, anel e um masbaha (uma espécie de rosário islâmico) rosé gold, todos da marca suíça Chopard, avaliados em, no mínimo, R$ 400 mil. Esses itens estão no acervo privado do ex-presidente e não foram declarados à Receita, o que configura crime alfandegário.

Nesta quarta, 8, à CNN Brasil, Bolsonaro admitiu que ficou com o segundo pacote de joias da Arábia Saudita. Ele afirmou que seguiu a lei, "como sempre", e que não houve "ilegalidade".

Antes da revelação do segundo estojo, o ex-presidente havia dito que "não pediu nem recebeu" os presentes do regime saudita, referindo-se ao primeiro pacote.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A pressão que o ex-chefe da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes exerceu sobre os servidores públicos para liberar as joias detidas na alfândega de Guarulhos (SP) em favor do governo de Jair Bolsonaro (PL) envolveu atos extraoficiais que, no cargo de comando do órgão, jamais poderiam ter sido utilizados.

O Estadão apurou que, para conseguir reaver as joias estimadas em R$ 16,5 milhões e enviá-las ao então presidente Jair Bolsonaro e à primeira-dama Michelle Bolsonaro, Gomes pressionou servidores de diversos departamentos, por meio de mensagens de texto enviadas por aplicativos como WhatsApp, áudios, telefonemas e e-mails sobre o assunto. A ofensiva alcançou também subsecretários do órgão.

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Em um dos áudios aos quais o Estadão teve acesso, Gomes pede que um servidor acesse outro departamento da Receita - a Coordenação-Geral de Programação e Logística (Copol) - e passe o contato dele para o responsável da área, sob o argumento de que precisa explicar o caso da retenção e que se trata de item que "faz parte do gabinete pessoal" da Presidência da República. "Existe um gabinete pessoal, é um órgão que ele criou", diz.

Na ocasião, Gomes tentava driblar a primeira negativa a sua tentativa de liberar os diamantes dados pelo regime saudita. Na mensagem em áudio, ele afirma: "Eu te liguei agora, não precisa me retornar, não. Mas passa meu telefone, por favor, para o... Pô, eu sei que o sobrenome dele é (Gomes diz o sobrenome do servidor), que é da Copol, e que passou a informação lá para o (Gomes cita o nome do delegado da Receita), lá de São Paulo, dizendo que tem que ser o secretário de Administração da Presidência para assinar o ofício no caso de doação. Eu preciso explicar para ele que não é isso. Que é outra coisa", diz Gomes.

Ele prossegue na mensagem: "É um outro órgão, outra unidade separada da Presidência da República como um todo. É um outro órgão chamado acervo histórico e pessoal. Faz parte do gabinete pessoal da Presidência da República. É um órgão lá dentro que ele criou. Tem um decreto, que ele criou. E o responsável por isso daí é quem assinou o ofício eu vou mandar o decreto".

Acervo

Gomes faz referência na mensagem a um decreto editado há 21 anos - e argumenta que seu pedido para recuperar as joias se baseia neste texto. Trata-se do Decreto 4.344, de 26 de agosto 2002, que trata de regras sobre "preservação, organização e proteção dos acervos documentais privados dos presidentes da República".

Segundo servidores da Receita, no entanto, Gomes adotou uma interpretação equivocada das regras para tentar convencer os funcionários a liberar os diamantes e, portanto, cometeu um ato irregular. Por esse "entendimento" mencionado pelo então secretário da Receita, os presentes recebidos pelos mandatários só devem ser incorporados ao patrimônio público se tiverem sido dados em solenidade de troca de presentes. "Os documentos que constituem o acervo presidencial privado são, na sua origem, de propriedade do presidente da República, inclusive para fins de herança, doação ou venda", afirma a lei.

Em 2016, porém, o Tribunal de Contas da União (TCU) vedou esse tipo de interpretação ao preencher uma lacuna legal e fixar que ex-presidentes só podem ficar com "itens de uso pessoal ou de caráter personalíssimo". O órgão, inclusive, determinou a devolução de 434 presentes recebidos por Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e 117 dados para Dilma Rousseff (2011-2016).

O Estadão apurou que a Copol, após ser provocada pelo ex-secretário, respondeu ao chefe da Receita, por meio de um ofício formal, negando a entrega do conjunto de joias.

Aplicativo

Em outra frente, Gomes enviava documentos por WhatsApp e usava a ferramenta para dar ordens e orientar funcionários. Na avaliação dos servidores, era um ato calculado para evitar deixar suas digitais em sistemas oficiais.

Além da mensagem enviada em áudio para a chefia de seu gabinete, um tipo de atitude que foge do rito interno da Receita, o ex-secretário disparou diversas mensagens a diferentes servidores nos meses que antecederam o fim do mandato de Bolsonaro, na tentativa de retirar o presente dado pela Arábia Saudita dos cofres da Receita, em Guarulhos.

Como revelou o Estadão, seu ato final, depois de recorrer a todas essas pressões, se deu no dia 29 de dezembro do ano passado, quando ele ligou para o primeiro-sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva, que tinha acabado de desembarcar no aeroporto de Guarulhos. A mando do gabinete pessoal de Bolsonaro, o militar viajou para São Paulo para tentar levar as joias.

Na noite daquela quinta-feira, 2, Gomes ligou para o primeiro-sargento e tentou interceder em favor do governo Bolsonaro. Em mais uma ofensiva, buscou convencer o auditor fiscal que estava no aeroporto a liberar o estojo com as joias de diamantes, sem êxito.

Paris

Em 30 de dezembro de 2022, a um dia de acabar o mandato de Bolsonaro, ele foi indicado pelo ainda presidente para assumir um cargo na embaixada brasileira em Paris, mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reverteu a nomeação no início do governo Lula.

Por meio de nota, Gomes afirmou que, quando acionou, por telefone, o emissário de Bolsonaro no dia 29 de dezembro, no aeroporto de Guarulhos, seu objetivo não era autorizar a liberação dos itens, mas informar o militar sobre a situação em que os bens apreendidos se encontravam.

"Em relação à conversa telefônica no dia 29 de dezembro, apenas informei ao servidor designado que a incorporação dos itens ainda estava em análise e, portanto, não ocorreria naquela data", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu nesta quarta-feira, 8, à CNN Brasil que ficou com o segundo pacote de joias da Arábia Saudita que chegou ao Brasil pelas mãos da comitiva do então ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque. No estojo estavam relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gold, anel e um masbaha (uma espécie de rosário islâmico) rose gold, todos da marca suíça Chopard. O site da loja vende peças similares que juntam somam, no mínimo, R$ 400 mil. O caso foi revelado pelo Estadão na terça-feira, 7.

Bolsonaro afirmou à CNN Brasil que seguiu a lei, "como sempre", e que não houve "ilegalidade" no caso das joias. A entrada das peças no Brasil sem declarar à Receita e a apropriação pelo ex-presidente, porém, estão irregulares. O entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU) é de que os ex-presidentes só podem ficar com lembranças de "caráter personalíssimo" como roupas e perfumes.

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Ao Estadão, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, já havia afirmado na terça-feira que o estojo com as joias estava no "acervo privado" do ex-chefe do Executivo.

Antes da revelação do segundo estojo, o ex-presidente afirmou que "não pediu, nem recebeu" os presentes do regime saudita, referindo-se ao primeiro pacote, que continha, entre outras coisas, um colar e um par de brincos de diamantes para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, avaliados em 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões).

Diferentemente do primeiro, o segundo pacote de joias não foi identificado e apreendido pela Receita ao chegar ao Brasil. Ele foi trazido por um segundo assessor do Ministério de Minas e Energia, no mesmo voo onde estava o primeiro, em outubro de 2021. A entrada do estojo no País não foi declarada, o que pela legislação é um crime. As joias ficaram por mais de um ano nos cofres do Ministério, e foram entregues a Bolsonaro em 29 de novembro do ano passado.

Ao jornal O Globo, o filho do ex-presidente, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), disse que não houve corrupção. "Na minha opinião, (a caixa de joias) é personalíssima, independente de falor. Não tem nenhum dolo da parte dele, de maldade, ou ato de corrupção. Zero", afirmou. "Não tem nada mal explicado. Como que alguem quer esconder alguma coisa registra o que está entrando no País?"

O Estadão teve acesso a documentos oficiais que comprovam que o pacote foi entregue no Palácio da Alvorada, residência oficial dos presidentes da República. O recibo indicando que Bolsonaro recebeu as joias de diamantes foi assinado pelo funcionário Rodrigo Carlos do Santos às 15 horas e 50 minutos do dia 29 de novembro de 2022. O papel da Documentação Histórica do Palácio do Planalto traz um item no qual questiona se o item foi visualizado por Bolsonaro. A resposta: "sim".

Em decisão de 2016, o TCU determinou que todos os presentes recebidos "por ocasião das visitas oficiais ou viagens de Estado ao exterior, ou das visitas oficiais de chefes de Estado estrangeiros ao Brasil" devem ser incorporados ao acervo público. O tribunal lista exceções: "Itens de natureza personalíssima (medalhas personalizadas e grã-colar) ou de consumo direto (bonés, camisetas, gravata, chinelo, perfumes, entre outros)".

Depois do escândalo das joias, as viagens que Michelle Bolsonaro pelo PL foram adiadas. A ex-primeira-dama vai rodar o país para divulgar a ala feminina do partido e manter sua imagem no cenário político.

Pela exposição negativa envolvendo a esposa de Jair Bolsonaro, o PL suspendeu os eventos com Michelle e a homenagem ao Dia da Mulher, celebrado nesta quarta (8). Dentro do partido, sua atuação é incentivada como uma das principais apostas para a próxima eleição.

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Os integrantes da sigla acreditam que o escândalo das joias, avaliadas em mais de R$ 16 milhões, pode ser revertido em menos de 15 dias e esperam que Michelle tome posse como presidente do PL Mulher no próximo dia 21, com o início da caravana esperado para o próximo mês.

O inquérito aberto nessa segunda-feira (6) pela Polícia Federal (PF) para investigar o caso das joias trazidas ilegalmente para o Brasil por uma comitiva do governo Bolsonaro vai correr em sigilo na Delegacia Especializada de Combate a Crimes Fazendários da superintendência da corporação em São Paulo.

Os investigadores têm 30 dias para concluir o inquérito, mas o prazo pode ser prorrogado se houver necessidade. Umas das primeiras medidas da investigação deverá ser o depoimento de integrantes da comitiva que trouxe as joias da Arábia Saudita.

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O inquérito foi aberto por determinação do Ministério da Justiça. O ministro Flávio Dino citou "lesões a serviços e interesses" da União.

As joias foram apreendidas pela Receita Federal em outubro de 2021, quando um então assessor do Ministério das Minas e Energia tentou passar pela alfândega do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, sem declarar as peças. O conjunto com colar, brincos, relógio e anel da marca suíça Chopard é avaliado em R$ 16,5 milhões.

O ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, admitiu que sua comitiva trouxe o que seria "presente" do regime da Arábia Saudita para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro, mas alegou que ninguém sabia o que tinha dentro dos pacotes, porque eles estavam fechados.

O governo Bolsonaro escalou três ministérios (Relações Exteriores, Minas e Energia e Economia) para tentar recuperar as joias, que seguem retidas pela Receita Federal.

Também na segunda-feira, o Ministério Público Federal (MPF) pediu que a Receita encaminhe "todas as informações disponíveis" sobre a entrada das joias no Brasil. O órgão afirma que recebeu apenas um "relato simples" sobre a apreensão e que a denúncia só feita na última sexta-feira (3), depois que o Estadão revelou o caso.

A Polícia Federal (PF) informou, na noite dessa segunda-feira (6), que abriu inquérito para investigar a suposta tentativa de entrada ilegal de joias de alto valor em território brasileiro. O fato ocorreu em 2021, com um conjunto de joias que o governo árabe supostamente presenteou à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. As peças vieram na bagagem de um assessor do governo e ficaram retidas no posto da Receita Federal no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

“A Polícia Federal informa que instaurou nesta segunda-feira inquérito policial para apurar ingresso irregular de joias de elevado valor, procedentes da Arábia Saudita, as quais foram retidas pela Receita Federal. A investigação será conduzida pela Delegacia Especializada de Combate a Crimes Fazendários da Superintendência em São Paulo”, informou a PF, em nota. “O inquérito encontra-se sob segredo de justiça e tem prazo inicial de trinta dias para conclusão, com possibilidade de prorrogação caso seja necessário”, concluiu.

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A participação da PF no caso foi pedida pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, horas antes, ainda nesta segunda. No ofício ao diretor-geral da PF, o delegado Andrei Augusto Passos Rodrigues, o ministro afirmou que, “da forma como se apresentam”, os fatos divulgados pela imprensa “podem configurar crimes contra a administração Pública”.

Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, as joias foram encontradas na mochila do assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e estão avaliadas em cerca de 3 milhões de euros (aproximadamente R$ 16,5 milhões). Albuquerque e seu assessor retornavam de uma viagem oficial ao Oriente Médio. Ainda segundo o jornal, o então ministro teria pedido aos servidores da Receita que liberassem as joias, mas os fiscais não atenderam ao pedido, alegando que o ingresso no país com presentes oficiais de governantes estrangeiros ao governo brasileiro obedece a trâmite legal específico.

Pela legislação, itens com valor superior a US$ 1 mil estão sujeitos à tributação quando ingressam em território nacional. Nesse caso, além do pagamento de 50% em impostos pelo valor dos bens, seria cobrada multa de 25% pela tentativa de entrada ilegal no país, ou seja, sem declaração às autoridades alfandegárias.

Retidas pelo não pagamento dos tributos devidos, as joias permanecem em posse da Receita. Toda a abordagem no aeroporto foi devidamente filmada por câmaras de segurança existentes no local.

O Ministério Público Federal (MPF) recebeu denúncia da Receita Federal e pediu maiores informações sobre o caso. Em nota, o órgão afirmou que o procedimento seguirá sob sigilo para evitar prejuízos à apuração.

Outro lado

Após a divulgação das denúncias, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro fez uma postagem em sua conta no Instagram para comentar o assunto. Ela chegou a ironizar o caso. “Eu tenho tudo isso e não estava sabendo? Meu Deus!”, escreveu.

Já o ex-presidente Jair Bolsonaro negou qualquer ilegalidade. À CNN, Bolsonaro afirmou que as joias iriam para acervo da Presidência da República.

Em nota, a assessoria do ex-ministro Bento Albuquerque informou que as joias eram “presentes institucionais destinados à Representação brasileira integrada por Comitiva do Ministério de Minas e Energia – portanto, ao Estado brasileiro. E que, em decorrência, o Ministério de Minas e Energia adotaria as medidas cabíveis para o correto e legal encaminhamento do acervo recebido”.

A afirmação difere de declarações anteriores que o jornal Folha de S.Paulo atribuiu a Albuquerque. Segundo o jornal, anteriormente, o ex-ministro confirmou que as joias eram um presente do governo saudita a Michelle Bolsonaro.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio DIno, pediu à Polícia Federal (PF) que investigue a tentativa do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de trazer, de forma ilegal, joias avaliadas em R$ 16,5 milhões ao Brasil. Conforme revelou o Estadão as joias eram um presente da Arábia Saudita para o então presidente e a primeira-dama Michelle Bolsonaro e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos (SP) em outubro de 2021. Os objetos estavam na mochila do assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que voltava de viagem ao Oriente Médio.

"Os fatos, da forma como se apresentam, podem configurar crimes contra a Administração Pública tipificados no Código Penal, entre outros. No caso, havendo lesões a serviços e interesses da União, assim como à vista da repercussão internacional do itinerário em tese criminoso, impõe-se a atuação investigativa da Polícia Federal", escreveu Dino em ofício enviado na manhã desta segunda-feira ao diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues.

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Eram 18h10 de 29 de dezembro de 2022, quando o servidor da Receita Federal Marco Antônio Lopes Santanna recebeu uma visita "em caráter de urgência" na Base Aérea de Guarulhos, em São Paulo. Um avião da Força Aérea Brasileira tinha acabado de chegar ao terminal do aeroporto para "atender a demandas" do presidente da República, como mostra documento da FAB. Naquela quinta-feira, 2, Santanna recebeu o primeiro-sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva.

O militar tinha uma missão determinada pelo então presidente Jair Bolsonaro. Faltavam dois dias para o chefe do Executivo deixar o cargo. Como ainda era presidente, Bolsonaro tratou de agir. Era preciso retirar as joias de diamantes avaliadas em R$ 16,5 milhões, presentes do regime da Arábia Saudita a ele e à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

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Ao encontrar o servidor no aeroporto, Silva mostrou a tela de seu celular, exibindo um ofício dirigido "ao Sr. Julio Cesar". Tratava-se de Julio Cesar Vieira Gomes, o secretário que então comandava a Receita. O militar dizia estar ali para retirar "um material" retido na alfândega e que a própria chefia da Receita já devia ter entrado em contato com a alfândega de Guarulhos. O documento fazia referência a um "Termo de Retenção de Bens" relacionado a joias.

'Coronel'

O servidor, porém, não engoliu a história. Disse que não tinha informações e não iria entregar nada. Preocupado, Silva ligou para alguém a quem se referia como "coronel" e pediu ao auditor que conversasse com o seu "coronel". Ele negou fazer aquele tipo de atendimento pelo telefone.

O militar insistiu. Disse que iria identificar o responsável da Receita que trataria da liberação. Santanna explicou que o ofício exibido no celular não se dirigia a ele, mas ao chefe da Receita. Repetiu que desconhecia tal operação e que, por se tratar de retirada e incorporação de bem, o processo teria de ser formalizado em um "Ato de Destinação de Mercadoria".

Mas o emissário de Bolsonaro tinha ordens para deixar o local apenas com as joias em mãos. Silva exibiu, então, um "Termo de Retenção", mas Santanna repetiu que não teria como ajudar. O militar se exasperou. Disse que cumpria missão "em caráter de urgência". O auditor pediu que o documento fosse enviado para o e-mail corporativo da alfândega, mas Silva afirmou aguardaria orientações, pois o seu "coronel" iria falar com mais alguém.

Foi aí que o primeiro-sargento comentou a troca de comando na Presidência da República, dali a dois dias. Em sua tentativa de convencimento, disse a Santanna que aquilo fazia parte da troca de governo: "Não pode ter nada do antigo para o próximo, tem que tirar tudo e levar".

Uma nova ligação tocou no celular do militar. Era Julio Cesar Vieira Gomes, o secretário que comandava a Receita Federal e era alinhado a Bolsonaro. O militar sugere passar o celular ao auditor. A ideia era que a liberação das joias fosse reforçada por Julio, mas Santanna se manteve inabalável, negou a liberação e pediu que o militar entrasse em contato com o delegado da alfândega de Guarulhos. A ligação foi encerrada.

Santanna pediu, então, ao militar que aguardasse uma resposta do delegado da alfândega de Guarulhos, com o devido Ato de Destinação de Mercadoria, mas voltou a frisar que, mesmo com a apresentação do documento, naquela circunstância, haveria muita dificuldade em acessar as joias. Os registros da FAB mostram que o emissário do presidente voltaria a Brasília em voo comercial. Caso tivesse conseguido retirar as joias, os itens entrariam pelo aeroporto de Brasília, fora de área da alfândega, e estariam nas mãos do casal Bolsonaro.

Investigação

Dos Estados Unidos, o ex-presidente negou saber das joias e disse que nada pediu nem recebeu. Michelle foi às redes sociais para ironizar o valor do presente, que alegou desconhecer.

As joias seguem apreendidas no cofre da Receita, em Guarulhos. Hoje, auditores-fiscais e representantes do Ministério Público Federal se reúnem para iniciar as investigações sobre as tentativas ilegais e frustradas do governo Bolsonaro de entrar no Brasil com o conjunto milionário de colar, anel, par de brincos e relógio cravejado de diamantes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As joias que o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ganharam do regime da Arábia Saudita e que foram apreendidas no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, estavam prestes a ser incluídas em leilão da Receita após oito tentativas frustradas do ex-chefe do Executivo de recuperar os itens.

O Estadão apurou que o colar, os brincos, o anel e o relógio da marca Chopard, avaliados em € 3 milhões (ou R$ 16,5 milhões), depois de passarem mais de um ano em poder da alfândega, seriam oferecidos em leilão de itens apreendidos pela Receita por sonegação de impostos. Essa decisão, porém, foi suspensa porque as joias passaram a ser enquadradas como prova de possíveis crimes, entre eles descaminho, peculato e lavagem de dinheiro.

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PF

De acordo com o ministro da Justiça, Flávio Dino, a Polícia Federal será acionada amanhã para investigar o caso. Já o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o Ministério da Fazenda também apura o ocorrido. "Todos os responsáveis por essa tentativa de ato ilegal têm de ser fortemente punidos", defendeu, após participar de conferência no Rio. Deputados do PSOL apresentaram notícia-crime contra o ex-chefe do Executivo no Ministério Público Federal por corrupção passiva.

Como revelou o Estadão, o governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o País o conjunto de joias, presente do regime saudita para o ex-presidente e a então primeira-dama, mas as peças acabaram retidas no aeroporto em 26 de outubro de 2021. As joias estavam na mochila do militar Marcos André Soeiro, assessor do então ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, que estivera no Oriente Médio em comitiva oficial de uma viagem iniciada dias antes. Albuquerque representou Bolsonaro na reunião de cúpula "Iniciativa Verde do Oriente Médio". As peças foram descobertas pela alfândega quando Soeiro tentou entrar no Brasil sem declará-las, descumprindo a legislação.

Após participar de um evento nos Estados Unidos, ontem, Bolsonaro negou que tenha cometido qualquer irregularidade.

O valor das joias - € 3 milhões - já tinha sido estimado pela equipe de auditores e iria embasar a oferta no leilão. A avaliação revisava o preço inicialmente previsto pelos fiscais, que, no ato de apreensão, chegaram a calcular, de imediato, que os diamantes valeriam cerca de US$ 1 milhão. A marca Chopard é uma das mais famosas e caras do mundo.

Depois que os itens foram apreendidos no aeroporto, o governo Bolsonaro tentou, por diversos meios, reaver as joias, sem sucesso, ao menos oito vezes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Receita Federal disse, por meio de nota divulgada na noite desse sábado(4), que não houve tentativa de regularização das joias avaliadas em mais de R$ 16 milhões, que teriam sido um presidente dado pela Arábia Saudita para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Segundo a Receita, além de não pedir a regularização, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro também não apresentou um pedido fundamentado para incorporar as joias ao patrimônio público, mesmo após orientações do órgão.

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A informação foi revelada em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada na sexta-feira (3). Segundo a publicação, um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes foram barrados pela Receita Federal em outubro de 2021. Os itens, avaliados em 3 milhões de euros (cerca de R$ 16,5 milhões) foram encontrados na mochila do militar Marcos André dos Santos Soeiro, que assessorava o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Ambos retornavam de uma viagem oficial ao Oriente Médio. Ainda de acordo com a matéria, a retenção ocorreu no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, após inspeção por raio-X.

Na ocasião, o ex-ministro teria se valido do cargo para pedir a liberação das joias, alegando serem presentes do governo saudita para a então primeira-dama. Os servidores da Receita Federal, no entanto, alegaram que o procedimento para a entrada desses itens como presentes oficiais de um governo estrangeiro para o governo brasileiro teriam que obedecer a outro trâmite legal e, por isso, retiveram as joias pelo não pagamento dos tributos.

Pela legislação, todo viajante que traga ao país bens pertencentes a terceiros deve declará-los na chegada, independentemente de valor. No caso de bens pertencentes ao próprio portador, devem ser declarados aqueles em valor acima de US$ 1 mil, limite atualmente vigente. Caso não haja declaração de bem, é exigido 50% do valor a título de tributo, acrescido de multa de 50%, reduzida pela metade no caso de pagamento em 30 dias.

“Na hipótese de agente público que deixe de declarar o bem como pertencente ao Estado Brasileiro, é possível a regularização da situação, mediante comprovação da propriedade pública, e regularização da situação aduaneira. Isso não aconteceu no caso em análise, mesmo após orientações e esclarecimentos prestados pela Receita Federal a órgãos do governo”, diz a nota.

Como não houve a regularização, a Receita disse que o bem passa a ser tratado como pertencente ao portador e, não havendo pagamento do tributo e multa, é aplicada a pena de perdimento, cabendo recursos cujo prazo, no caso das joias, terminou em julho de 2022.

A Receita disse ainda que após o perdimento, é possível, em tese, o bem ser levado a leilão. Do total arrecadado, 40% é destinado à seguridade social e o resto ao tesouro. Além do leilão, também é possível a doação, incorporação ao patrimônio público ou destruição. Segundo a nota, não houve pedido para que as joias fossem incorporadas ao patrimônio da União.

“A incorporação ao patrimônio da União exige pedido de autoridade competente, com justificativa da necessidade e adequação da medida, como, por exemplo, a destinação de joias de valor cultural e histórico relevante a ser destinadas a museu. Isso não aconteceu neste caso. Não cabe incorporação de bem por interesse pessoal de quem quer que seja, apenas em caso de efetivo interesse público”, disse a Receita.

A nota saúda os agentes aduaneiros que realizaram na retenção dos bens e diz ainda que os fatos foram informados ao Ministério Público Federal e que o órgão está à disposição para prosseguir nas investigações, “sem prejuízo da colaboração com a Polícia Federal, já anunciada pelo Ministro da Justiça”.

 

A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) pediu, neste sábado (4), que o Ministério Público Federal (MPF) investigue a tentativa do governo Jair Bolsonaro (PL) de trazer para o País um conjunto de joias de diamantes avaliado em R$ 16,5 milhões. O caso foi revelado ontem pelo Estadão.

A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados anunciou mais cedo que vai entrar com uma representação semelhante na próxima segunda. O líder do partido na Casa Legislativa, deputado Guilherme Boulos (SP), chamou o comportamento de 'miliciano' e acusou Bolsonaro de tentar usar o governo para 'enriquecer a própria família'. Além disso, o Ministério da Justiça acionou a Polícia Federal (PF) para apurar o caso.

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As joias eram um presente do regime da Arábia Saudita para o ex-presidente e a então primeira-dama Michelle Bolsonaro e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em outubro de 2021. As peças estavam com um assessor do então ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, e foram apreendidas pela alfândega quando o servidor tentou entrar no Brasil sem declará-las, o que é ilegal. O conjunto era composto por um colar, um par de brincos, um anel e um relógio da marca suíça Chopard.

Ao Estadão, o ex-ministro de Minas e Energia admitiu que sua comitiva trouxe o 'presente' do regime da Arábia Saudita para a então primeira-dama, mas alegou que ninguém sabia o que tinha dentro, porque os pacotes estavam fechados.

O governo Bolsonaro escalou três ministérios (Relações Exteriores, Minas e Energia e Economia) para tentar recuperar as joias, que foram retidas pela Receita Federal.

Os presidentes podem receber presentes oficiais, mas os itens precisam ser ser restituídos ao patrimônio da União. A exceção é para itens de 'caráter personalíssimo', como roupas e perfumes.

Erika Hilton afirma que há indícios do crime de corrupção passiva. A representação foi enviada à Procuradoria da República em São Paulo.

"Há fortes indícios que o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira dama movimentaram três ministérios para que as joias fossem resgatadas da apreensão pela Receita Federal, de modo que tentar ocultar o registro da apreensão. E, frise-se, não se tratava de um presente oficial, mas sim um suposto presente pessoal, onde a máquina pública foi movimentada, inclusive com custos de voo de um avião da FAB, para retirar ilegalmente o bem da posse da Receita Federal", escreve a deputada.

Nas redes sociais, Michelle Bolsonaro ironizou o episódio. "Quer dizer que eu tenho tudo isso e não estava sabendo?", escreveu. O ex-presidente também negou envolvimento no caso. "Estou sendo acusado de um presente que eu não pedi, nem recebi", disse à CNN Brasil.

Por Guilherme Gusmão

Na noite da última sexta-feira (3), através do stories do Instagram, Michelle Bolsonaro compartilhou uma "fake news" que ganhou repercussão em grupos bolsonaristas. A ex-primeira dama compartilhou um vídeo de Flávio Dino falando sobre cloroquina, gravado em 2020. No entanto, comenta o discurso como se tivesse sido feito em 2023.

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"Depois de deixarem morrer milhões pelo não uso (da cloroquina) agora já pode usar remédios preventivos", diz a legenda da postagem. "Antes não podia", publicou Michelle.

Na verdade, o vídeo é de uma entrevista concedida por Dino em maio de 2020, dois meses após o início da pandemia do coronavírus. Na época, a eficácia desses medicamentos no tratamento contra a doença era estudado. Os remédios vinham sendo utilizados por alguns médicos em caráter experimental.

Poucos meses depois, a comunidade médica e científica mundial, após inúmeros testes em laboratórios, constatou que essas medicações não possuem qualquer eficácia contra a doença e, por isso, não constam nos protocolos de combate a pandemia

Michele Bolsonaro - que está envolvida em confusão com joias de R$ 16,5 milhões apreendidas em aeroporto - compartilhou o vídeo do perfil do cantor João Netto, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 Na última sexta-feira (3), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que pedirá à Polícia Federal para investigar uma possível tentativa do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro de trazer joias do exterior para o Brasil sem pagamento de impostos. As peças, contendo diamantes, seriam presente para Michelle Bolsonaro.

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Por meio de suas redes sociais, Dino publicou que a ação pode "configurar os crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros possíveis delitos". O ministro acrescentou que encaminhará o ofício com a solicitação para a PF na próxima segunda-feira. 

O caso veio a público através de uma reportagem do jornal Estado de São Paulo, publicada na última sexta (3). De acordo com o texto, as joias são avaliadas em R$ 16,5 milhões e foram presenteadas pelo governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro. O conjunto era composto por colar, anel, relógio e brincos de diamante com certificado de autenticidade da marca Chopard.

Os itens foram apreendidos no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Eles foram encontrados na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que integrou a comitiva do governo federal ao Oriente Médio, em outubro de 2021.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse que "não estava sabendo" que tinha "tudo isso", referindo-se às joias de diamantes avaliadas em R$ 16,5 milhões que o governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o País, como revelou o Estadão.

"Quer dizer que, 'eu tenho tudo isso' e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa impressa (sic) vexatória", publicou Michelle nos stories do Instagram.

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As joias eram um presente do regime saudita para o então presidente e a primeira-dama Michelle Bolsonaro e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos. Estavam na mochila de um militar, assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que viajara ao Oriente Médio em outubro de 2021.

Bento Albuquerque sustenta, porém, que não tinha ideia do conteúdo dos "dois pacotes" que sua comitiva recebeu quando deixava o país árabe com destino ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

"Isso era um presente. Como era uma joia, a joia não era para o presidente Bolsonaro, né... deveria ser para a primeira-dama Michelle Bolsonaro. E o relógio e essas coisas, que nós vimos depois, deveria ser para o presidente, como dois embrulhos", disse Albuquerque.

O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou trazer ilegalmente ao Brasil jóias com diamantes avaliadas em R$ 16,5 milhões. Era um presente do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro, de acordo com O Estado de S.Paulo. 

As joias foram entregues à comitiva brasileira em outubro de 2021, quando Bolsonaro foi à Arábia Saudita, mas foram apreendidas no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque. 

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O presente tratava-se de um colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes. Um agente decidiu reter as joias na alfândega do aeroporto, já que é necessário declarar à Receita Federal a entrada no Brasil de qualquer bem cujo valor supere mil dólares. 

Segundo a publicação, foram quatro tentativas em dois meses do governo Bolsonaro em reaver as joias, sendo a última no dia 29 de dezembro, três dias antes da fuga de Bolsonaro aos Estados Unidos. 

A Receita Federal diz que as compras que ultrapassarem a cota de isenção devem ser declaradas, e o imposto de importação a ser pago é no valor de 50% sobre o excedente. No entanto, quando o passageiro omite o item, como foi o caso do assessor do governo, é preciso pagar uma multa adicional de 25% do valor. Ou seja, para reaver as joias, Bolsonaro teria que pagar cerca de R$ 12 milhões. 

O craque brasileiro Neymar será intimado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) a depor como testemunha em uma investigação sobre agiotagem, lavagem de dinheiro e receptação de joias.

A intimação ao craque do Paris Saint-Germain é resultado da Operação Huitaca, que prendeu temporariamente nesta sexta-feira três pessoas associadas ao esquema. Segundo a polícia, o camisa 10 da seleção brasileira adquiriu joias de um dos alvos da ação.

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"A autoridade policial da Corpatri (Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais) informa que providenciará a intimação do jogador de futebol brasileiro Neymar da Silva Santos Júnior, 30 anos, para, na condição de testemunha, prestar informações sobre duas joias adquiridas de um dos alvos da operação de hoje", disse a polícia.

De acordo com as apurações, os envolvidos são donos de um cassino de poker em Águas Claras, por meio do qual também realizavam agiotagem, mirando jogadores que se endividaram nas partidas de poker.

"Um dos presos já se envolveu em delitos de extorsão, receptação, furto e homicídio. Um dos alvos, que está cumprindo prisão domiciliar, já é considerado foragido e ainda é procurado por equipes da PCDF", destaca Fernando Cocito, Delegado-Chefe da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos.

Foram sequestrados, por ordem judicial, dois veículos importados, da marca Porsche e Land Rover, e uma lancha de 50 pés, avaliados em R$ 2 milhões. Também foi determinado o bloqueio de valores em cinco contas dos investigados, no montante de R$ 16 milhões.

"A lavagem do dinheiro da agiotagem e da receptação das joias e pedras preciosas acontecia por intermédio das contas de seis empresas de fachada, situadas em Brasília e Goiânia, e dá conta de um testa de ferro, que também foi preso. Estima-se que, entre 2019 e 2021, o grupo criminoso lavou R$ 16 milhões", explica Cocito.

Procurada, a assessoria de imprensa de Neymar afirmou que "não tinha conhecimento sobre o assunto" e ficou sabendo sobre o ocorrido somente pela imprensa.

Beyoncé não para de gerar repercussão nas redes sociais. Depois de receber um cachê de US$ 35 milhões para cantar na inauguração do hotel Atlantis The Royal, em Dubai, a estrela do pop internacional também ostentou itens valiosos durante sua apresentação no resort de luxo.

De acordo com o Page Six, Beyoncé usou US$ 7,5 milhões em joias, o equivalente a R$ 39 milhões. Os acessórios ostentados pela cantora, no último sábado (21), são da marca Lorraine Schwartz. As peças incluíam um par de brincos com duas esmeraldas de 100 quilates, tomadas por 60 quilates de diamantes brancos, sem contar no anel de diamante de 30 quilates.

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Além de performar com as joias, Beyoncé também brilhou no palco da apresentação com um vestido assinado pela grife italiana Dolce & Gabbana. Interpretando 19 canções, Beyoncé não incluiu músicas do álbum Renaissance. O espetáculo foi o primeiro feito pela artista em cinco anos.

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