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Todas as terças-feiras, centenas de aposentados se reúnem na cafeteria de uma loja de móveis e decoração Ikea em Xangai, com a esperança de encontrar um companheiro, apaixonar-se e romper a solidão que invade a derradeira etapa de suas vidas.

Neste dia, idosos ocupam a maioria das mesas da espaçosa cafeteria da loja em Xangai, trocando as clássicas almôndegas suecas da casa por seus próprios sanduíches, chá e até bebidas alcoólicas trazidas de casa.

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Este encontro semanal acontece há mais de dez anos, embora a empresa sueca tenha tentado impedir que sua cafeteria fosse sede deste singular clube dos corações solitários.

"Não tenho vergonha de dizer isso, não são apenas os jovens que precisam de amor. Os idosos também", disse à AFP Qingqing, ex-diretor de uma casa de repouso.

Na China, há mais de 297 milhões de pessoas de 60 anos, ou mais, e cerca de 25% são solteiros, de acordo com dados oficiais. No passado, os núcleos familiares multigeracionais eram a regra, mas atualmente muitos idosos vivem solitários.

Em uma pesquisa de 2016 da Universidade Renmin, em Pequim, um idoso em cada quatro disse se sentir sozinho.

"Estou sozinho o tempo todo. Sinto que a vida é chata na minha idade... Sempre quis ter uma companheira", comentou Gu Yijun, um instrutor de direção aposentado de 73 anos.

Ele costuma viajar uma hora e meia de transporte público para chegar aos encontros, confiante em suas chances de sucesso. "É também uma forma de relaxar e se divertir. Melhor do que se olhar no espelho em casa", disse à AFP.

- "Cuidado e interação" -

A maioria dos que frequentam as reuniões conta que soube do evento por amigos.

"Há algumas dificuldades práticas para irmos a lugares mais elegantes", comenta Xu Yizhen, amiga de Qingqing.

Inicialmente, a Ikea tentou impedir as reuniões, aumentou a segurança, isolando mesas e colocando cartazes de proibição. Mas teve de ceder quando o assunto foi noticiado na imprensa chinesa e internacional.

A multinacional "compreendeu a solidão dos idosos deste bairro que precisam de cuidados e interação, por isso a loja lhes oferece um lugar onde podem se sentir em casa e encontrar amigos", disse um representante da empresa à AFP.

Mas essa loja de móveis e decoração não é o único ponto de encontro da terceira idade em Xangai. Alguns também frequentam o Parque do Povo nos finais de semana.

As possibilidades de encontrar um amor verdadeiro em um local, ou outro, são difíceis de prever. Alguns não consideram fácil encontrar um companheiro nas reuniões da Ikea.

O pintor Li Shiqi, um frequentador há dez anos, disse que alguns frequentadores têm padrões "bem altos".

"Disseram-me que a taxa de sucesso aqui é inferior a 3%", afirma.

Mas Li teve sorte no mês passado, embora sua paquera esteja viajando.

"Tínhamos uma queda um pelo outro por causa de sua boa aparência e de sua idade relativamente jovem", disse o homem de 74 anos.

"Se estivermos prontos para iniciar um relacionamento amoroso, quando ela voltar, ficaremos juntos", afirma.

Em Xangai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua comitiva foram recebidos no hall do hotel por uma banda de jazz que tocava músicas brasileiras. No exato momento da chegada, a banda recepcionou a equipe ao som da melodia da cantiga popular “Se essa rua fosse minha”, uma das canções populares mais conhecidas do país, de autoria de Mário Lago e Roberto Martins.

O momento proporcionou uma conexão especial entre o Brasil e a China, países que possuem culturas diferentes, mas que encontram na música uma forma de comunicar suas relações. A música brasileira é conhecida internacionalmente e é um importante elemento da cultura do país.

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Desde a última quarta-feira (12), o Chefe do Executivo está realizando uma série de atividades. O seu primeiro grande compromisso no país asiático foi a posse de Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco do Desenvolvimento (NBD), realizada nesta quinta-feira (13). Dilma no comando do Banco dos Brics até junho de 2025 e terá a missão, segundo Lula, de ajudar os países emergentes a ‘contornar’ os bloqueios de créditos do FMI.

Agenda presidencial na sexta-feira

Entre essa quinta (13) e a próxima sexta-feira (14), Lula irá se encontrar com o presidente do Parlamento chinês. A partir das 3h, Lula se deslocará para o Grande Palácio do Povo. Às 4h30 terá uma reunião com o primeiro-ministro chinês Li Qiang. Às 5h10 acontecerá uma cerimônia de boas-vindas do presidente Xi-Jinping.

Está prevista uma entrevista coletiva às 9h.

 

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reuniu-se, nesta quinta-feira (13), em Xangai, com o CEO da empresa de veículos elétricos BYD, Wang Chuanfu. A companhia chinesa negocia uma fábrica de automóveis elétricos em Camaçari, na Bahia.

Na reunião, acompanhada por ministros e governadores que estão na comitiva, o CEO da empresa falou sobre as políticas chinesas que permitiram o desenvolvimento, na China, de uma indústria de veículos elétricos, tanto de carros de passeio como de ônibus de transporte público.

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O governador da Bahia, Jeronimo Rodrigues, participou do encontro com Lula na tarde desta quinta-feira (pelo horário chinês).

Rodrigues chegou na China antes da comitiva de Lula e visitou no domingo, 9, duas fábricas da BYD, uma que produz carros elétricos e outra que faz ônibus elétricos. As duas unidades produzem mais de 400 mil veículos por ano. "Vamos batalhar para levar essa indústria para Bahia", declarou o governador.

A empresa chinesa negocia com a Ford para assumir a planta industrial da montadora americana no polo industrial de Camaçari.

A Tesla suspendeu a produção de automóveis na sua fábrica de Xangai no último sábado, 24, estendendo uma parada de produção planejada de oito dias em sua maior fábrica mundial em produção de carros, de acordo com fontes internas.

No sábado, a Tesla anunciou a alguns de seus funcionários de Xangai que interromperia a produção de carros naquele mesmo dia, antes do planejado originalmente. Segundo as fontes internas, a empresa disse anteriormente à equipe que a produção seria retomada em 2 de janeiro.

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A paralisação segue uma desaceleração recente na demanda global por veículos da Tesla e ocorre enquanto a fabricante de veículos elétricos enfrenta uma onda de infecções por covid-19 entre seus trabalhadores e fornecedores na China, disseram as fontes.

Durante o verão, a Tesla aumentou a capacidade de sua fábrica em Xangai para mais de 750 mil veículos por ano, construindo capacidade o suficiente para atender os clientes no final de ano sem prejuízos decorrentes da paralisação dos feriados. No entanto, a demanda por seus carros tem sido mais fraca do que o esperado nos últimos dois meses, disseram as fontes, já que o mercado automotivo da China ficou lento.

Xangai abolirá algumas medidas da drástica política anticovid em vigor na China a partir de segunda-feira (5) – anunciaram as autoridades neste domingo (4), após uma onda de manifestações históricas contra as restrições sanitárias e em defesa de mais liberdades políticas.

Os habitantes deste centro financeiro da China poderão voltar a usar os transportes públicos e ter acesso a determinados locais, como parques e atrações turísticas, sem precisar apresentar um teste de PCR negativo de menos de 48 horas, informaram as autoridades em uma mensagem publicada na rede social WeChat.

Xangai segue os passos de muitas outras cidades chinesas, entre elas Pequim, Tianjin, Shenzhen e Chengdu, que suspenderam, no sábado (3), a obrigatoriedade de apresentar esse teste nos transportes.

A insatisfação com a draconiana estratégia de saúde do governo gerou protestos, no último fim de semana, de uma magnitude sem precedentes em décadas no país comunista.

As autoridades reagiram rapidamente para sufocar o movimento, com uma significativa mobilização policial e um reforço da vigilância nas redes sociais.

Em paralelo, várias cidades começaram a flexibilizar as restrições, sobretudo, suprimindo os testes diários em massa, uma das bases da política de "covid zero", imposta há quase três anos.

No sábado, as autoridades locais de Pequim também pararam de registrar o nome real das pessoas que compravam remédios para febre e resfriado.

Na quinta-feira (1º), o presidente Xi Jinping defendeu uma flexibilização da política sanitária, alegando que, "agora, a epidemia na China é basicamente de ômicron, menos letal, e (...) isso abre a possibilidade de mais abertura nas restrições".

A declaração foi dada em um encontro com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, conforme divulgado por funcionários europeus.

Uma porta fechada com tábuas, fachadas em ruínas e um pequeno grupo de vizinhos desafiadores: um dos bairros mais antigos de Xangai se apega à vida enquanto a cidade avança com seus planos de demolição e reurbanização.

Laoximen ou "antigo portão ocidental", cujo nome deriva das muralhas defensivas do século XVI, era um centro cultural da cidade.

Construído em torno de um templo de Confúcio, os edifícios de pedra e madeira de dois ou três andares são um anacronismo no coração do moderno distrito comercial de Xangai.

Milhares de moradores, uma mistura de famílias antigas da cidade e trabalhadores migrantes atraídos por aluguéis baratos, receberam ordens de abandonar suas casas até 2017, embora alguns permaneçam agarrados às propriedades antigas anos após esse prazo.

Yang, que não forneceu seu nome completo, é um dos últimos moradores a resistir à indenização do governo e permanece em sua casa em Laoximen, um labirinto de corredores repletos de móveis antigos.

"Este pedaço de terra foi comprado pelo meu avô", conta Yang, cuja família vive na região desde antes da chegada do Partido Comunista ao poder em 1949.

A maioria dos vizinhos concordou em sair, mas Yang ficou, aguardando uma indenização igual ao que ele considera ser "o valor da casa".

Segundo o governo local, os moradores de Laoximen podem receber até 20.000 yuanes (2.962 dólares) por metro quadrado, com bônus adicionais se saírem antecipadamente. Mas um apartamento em Xangai custa atualmente mais de 55.000 yuanes por metro quadrado, de acordo com a imobiliária Anjuke.

A demolição final aparentemente foi adiada pela pandemia, mas os trabalhadores retomaram as obras depois que Xangai saiu de seu recente confinamento. "Aberta e justa: promova a renovação da cidade antiga", diz uma placa na parede do que já foi um restaurante popular.

Portas e janelas foram seladas com cimento nas ruas, onde abundam cadeiras velhas, portas e tábuas. A uma curta distância da elegante orla de Bund, Laoximen é um dos milhares de bairros chineses cujos moradores foram realocados e as terras retomadas pelo governo em nome do progresso e da reurbanização.

Muitas das casas do bairro são anteriores aos padrões de construção modernos e carecem de aquecimento e encanamento centralizado.

Os moradores geralmente recebem novos apartamentos ou dinheiro para desocupar suas casas, embora alguns projetos de desenvolvimento tenham causado indignação pública e conflitos ferozes em algumas partes do país.

Substituir os becos densamente lotados de Laoximen por torres modernas pode ajudar a cidade a atingir sua meta de limitar sua população a 25 milhões até 2035. As autoridades anunciaram a meta de 2017 como parte de uma campanha para conter "doenças das grandes cidades", como o congestionamento de trânsito e a falta de moradia.

A cidade chinesa de Xangai não registou neste sábado (25) nenhuma nova infecção por Covid-19 pela primeira vez desde março, quando eclodiu um forte surto ligado à variante ômicron que levou a um longo e severo confinamento da sua população.

"Não houve novos casos domésticos confirmados de Covid-19 e nenhuma nova infecção assintomática em Xangai em 24 de junho de 2022", disse o governo da cidade de 25 milhões de pessoas em comunicado.

Em março, as infecções começaram a se multiplicar na capital econômica do país, que acabou decretando um confinamento severo por dois meses. O bloqueio, criticado pela população que luta para obter alimentos e cuidados médicos, foi levantado parcialmente no início de junho, embora o retorno à normalidade tenha sido dificultado pelo restabelecimento das restrições em alguns distritos.

Há duas semanas, milhões de pessoas foram novamente confinadas temporariamente quando o governo municipal lançou uma campanha de testes em massa em algumas áreas. Enquanto isso, a capital Pequim fechou escolas e escritórios por semanas devido a outro surto que as autoridades dizem ter sido contido na semana passada.

A secretaria municipal de educação indicou neste sábado que todos os alunos do ensino fundamental e médio poderão voltar às aulas a partir de segunda-feira, embora professores, alunos e pais devam primeiro passar por um teste de PCR. A capital registrou apenas duas novas infecções neste sábado.

Por seu lado, Shenzhen, uma grande cidade industrial do sul do país, anunciou hoje que vai encerrar durante três dias os mercados atacadistas, cinemas e ginásios de um distrito que faz fronteira com Hong Kong, depois de detectar casos de Covid -19 nessa cidade.

A China é uma das maiores economias do mundo que continua aplicando a chamada estratégia "zero covid" para erradicar o vírus com base em restrições a viagens internacionais, quarentenas, testes em massa e confinamentos severos. As autoridades insistem que esta política é necessária para evitar um colapso do sistema de saúde devido à distribuição desigual de recursos médicos e as baixas taxas de vacinação dos idosos.

Habitantes de Xangai, novamente confinados apesar do levantamento das restrições anticovid na semana passada, manifestaram sua indignação nesta segunda-feira (6) após dois meses de confinamento da cidade, constataram jornalistas da AFP.

A capital econômica chinesa, a cidade mais cosmopolita do país, foi confinada por etapas desde o fim de março em resposta a um recrudescimento do coronavírus no país.

Após levantar várias restrições nas últimas semanas, as autoridades permitem aos moradores de zonas de "baixo risco" circular livremente pela cidade.

Mas centenas de milhares de pessoas seguem submetidas a restrições e algumas devem ser confinadas novamente após descobrir casos de pessoas contaminadas.

Impedidos de deixar suas casas, dezenas de moradores de um complexo residencial no bairro de Xuhui, no centro de Xangai, criticaram os funcionários vestidos com trajes completos de proteção.

"Atendam a população" gritavam, através dos portões que separam suas casas da rua.

"Estou indignado!" disse um homem, que se identificou apenas como Li, por medo de represálias. Segundo ele, o moradores se revoltaram após um confinamento repentino do bairro, no sábado passado.

"Após dois meses de confinamento, já não aguentamos mais. Estamos todos negativos (em seu condomínio), então para que nos prender?", perguntou.

Os moradores do condomínio temem serem enviados a um centro de quarentena, segundo uma mídia local, numa mensagem que rapidamente foi censurada nas redes sociais.

A China é a única grande economia mundial que persiste em sua estratégia de "covid zero", sob a qual os casos positivos são isolados e, às vezes, todos os moradores de um edifício devem cumprir quarentena.

Centenas de milhares de moradores de Xangai viram suas esperanças caindo por terra nesta quinta-feira (2), quando foram forçados a voltar para o confinamento, logo depois de terem sua liberdade de movimento restabelecida.

No final de março, após se tornar o epicentro do pior surto de Covid-19 desde o início da pandemia, as autoridades confinaram, por zonas, esta metrópole de 25 milhões de habitantes.

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Nas últimas semanas, o governo flexibilizou as restrições e, na quarta-feira (1º), os moradores de áreas de baixo risco puderam voltar a sair. Enquanto muitos celebravam essa nova liberdade com festas e compras, outros tiveram de permanecer em casa, hoje, devido a novas infecções.

Liu, uma mulher de 29 anos do distrito de Minhang, contou à AFP que o conjunto habitacional onde mora foi mais uma vez posto em confinamento, após a informação de um caso suspeito de covid-19 em um dos prédios.

Em um grupo de "chat", os moradores lamentavam o confinamento "sem fim", disse ela.

- Debaixo da ponte -

No distrito central de Jing'an, as autoridades trancaram com correntes o portão de outro conjunto habitacional. Os moradores brigaram com os agentes, segundo um jornalista da AFP presente no local.

A prefeitura informou que mais de 500 mil pessoas ainda estão sujeitas a restrições. Com qualquer nova infecção, ou caso suspeito, as autoridades voltam a isolar as pessoas.

A China é a única grande economia mundial que persiste em sua estratégia de "covid zero". Nessa estratégia, os casos positivos são isolados. E, às vezes, todos os moradores de um prédio, ou conjunto habitacional têm de cumprir a quarentena.

Nesse contexto, algumas pessoas estão dispostas a tudo para burlar as regras.

Depois de saber que um de seus funcionários era um caso suspeito, um empresário escondeu-o sob uma ponte rodoviária para não ser encontrado pelos funcionários dos serviços de saúde, relatou a polícia nesta quinta-feira.

O chefe, que acabou sendo detido, disse estar "preocupado que os negócios da empresa fossem afetados" pela ausência do funcionário, segundo o comunicado.

Todas essas situações contrastam com a cobertura da imprensa estatal, que transmite quase que apenas vídeos de festas, prédios iluminados e o retorno do trânsito no centro da cidade.

Nada poderia estar mais distante da realidade para Eva, de 26 anos, que terá de cumprir um novo confinamento de dois meses. Hoje pela manhã, ela recebeu uma notificação oficial sobre casos suspeitos no condomínio onde mora.

"Para começar, esta abertura não me parecia real. Depois de tudo o que passamos nos últimos dois meses, tinha minhas suspeitas", desabafou.

Xangai anunciou, nesta terça-feira (31), uma nova flexibilização das restrições anticovid, mais um passo ao levantamento total do confinamento que começou há dois meses.

A capital econômica da China foi confinada por etapas desde o final de março para enfrentar um surto em todo o país, o pior desde o início da pandemia no final de 2019.

Ao contrário de muitos países, a China segue aplicando uma estratégia de "covid zero", que implica quarentenas e confinamentos quando surgem novos casos.

Após suavizar várias restrições nas últimas semanas, a Prefeitura disse nesta terça-feira que os moradores das áreas consideradas de baixo risco poderão circular livremente pela cidade a partir de quarta-feira.

Este grande passo para o fim do confinamento se aplicará a quase 22 milhões de pessoas, declarou à imprensa Zong Ming, uma dos vice-prefeitos de Xangai.

A partir de meia-noite de quarta-feira (13h00 de terça, horário de Brasília), "a cidade entrará na terceira fase [do desconfinamento], com um retorno completo, mas gradual, à normalidade", afirmou.

O confinamento da cidade mais populosa da China enfraqueceu a economia, prejudicou a produção, limitou o consumo e interrompeu gravemente as cadeias de abastecimento.

A cidade de Xangai declarou nesta terça-feira (17) que alcançou a taxa de "covid zero" em todos os distritos, mas o anúncio provocou piadas nas redes sociais, porque milhões de pessoas continuam em confinamento na maior metrópole da China.

A China, que enfrenta o foco mais grave de covid desde o início da pandemia, adotou duras restrições no início de abril para conter os contágios.

A insistência do governo em mater a política para sufocar o surto provocado pela variante ômicron gerou protestos incomuns contra as autoridades diante do confinamento prolongado, da escassez de alimentos e dos problemas de distribuição.

"Os 16 distritos de Xangai já alcançaram 'covid zero' a nível comunitário", afirmou o secretário de Saúde, Zhao Dandan, à imprensa.

Isto significa que os quase 1.000 casos de covid-19 registrados nesta terça-feira foram detectados fora das áreas de quarentena, informaram as autoridades da cidade.

O vice-prefeito Chen Tong anunciou no domingo que a cidade teria uma reabertura por etapas do comércio durante a semana, mas não divulgou um calendário.

Milhões de pessoas, no entanto, permanecem em confinamento em suas residências em Xangai nesta terça-feira.

A estratégia "covid zero" da China inclui o fechamento das fronteiras, quarentenas prolongadas, testes em larga escala para a população e confinamentos.

O anúncio desta terça-feira foi recebido com ironia nas redes sociais.

"Se a sociedade alcançou um nível de covid zero, por que os moradores do distrito de Songjiang só podem sair de casa a cada dois dias?", questionou uma pessoa na rede social Weibo.

Outra perguntou se esta não é uma "Xangai de um universo paralelo".

A imprensa chinesa divulgou nesta terça-feira imagens de pessoas em uma longa fila diante de uma das estações ferroviárias de Xangai após a retomada do serviço.

Porém, os moradores só podem sair da cidade com uma autorização e depois de passar por vários testes.

A cidade de Xangai anunciou neste domingo uma reabertura progressiva dos estabelecimentos comerciais a partir de segunda-feira (16), em um momento de crescente irritação entre os moradores da cidade chinesa após muitas semanas de confinamento.

A China, que enfrenta o pior surto da epidemia desde a primeira onda de covid em 2020, decretou um confinamento no início de abril na metrópole, principal foco de contágios.

Alguns de seus 25 milhões de habitantes já estavam em confinamento em suas residências antes da data.

Exasperados com os problemas de fornecimento de alimentos frescos, acesso a atendimento médico e o envio de pessoas infectadas para centros de quarentena, muitos moradores expressaram seu desconforto na internet.

Neste domingo, o vice-prefeito de Xangai, Chen Tong, anunciou uma reabertura "por etapas" dos estabelecimentos comerciais a partir de segunda-feira, mas sem especificar como acontecerá e quais serão as condições.

Na China, a flexibilização das restrições geralmente está condicionada à erradicação de infecções entre a população e a não registrar nenhum caso positivo durante três dias, sem contar as pessoas isoladas em centros de quarentena.

As autoridades de Xangai anunciaram que confiavam em alcançar este nível "em meados de maio".

A epidemia está em queda: neste domingo foram registrados 1.369 novos casos positivos na cidade, contra mais de 25.000 a cada 24 horas no fim de abril.

Mais de 1.000 quilômetros ao norte, a capital Pequim vive com o temor de um confinamento depois da detecção de mais de mil casos desde o fim de abril.

A cidade organizou testes em larga escala com os moradores em diversas ocasiões, decretou o confinamento de edifícios com casos positivos e fechou estações de metrô e lojas consideradas não essenciais em alguns bairros.

Para frear os contágios, o distrito de Fangshan, ao sudoeste de Pequim e com 1,3 milhão de habitantes, suspendeu no sábado a circulação de táxis.

Mas, com exceção de algumas áreas confinadas, a grande maioria dos 22 milhões de moradores de Pequim ainda pode sair de casa, embora muitos espaços públicos estejam fechados e muitos habitantes tenham sido obrigados a retomar o teletrabalho.

Um casal em Xangai superou os obstáculos do confinamento e da burocracia com uma cerimônia de união oficializada pelo Zoom, dos Estados Unidos, e com uma festa na garagem do prédio.

Com o "Coro Nupcial" tocando nos alto-falantes e um pequeno grupo de convidados respeitando as regras de distanciamento social, Janelle Nuyts desfilou de vestido branco e máscara cirúrgica azul até o altar improvisado, seguida por um homem de traje de proteção que desinfetava o chão.

Longas semanas de confinamento paralisaram este centro econômico de 25 milhões de habitantes, enquanto a China mantém a sua estratégia de "covid zero" contra a pandemia.

A flexibilização de algumas medidas nas últimas semanas permitiu que alguns moradores saíssem de casa, embora, na maioria dos casos, dentro dos limites do condomínio onde vivem.

O noivo Matthew Mitchener, de 35 anos, tinha dúvidas sobre se casar durante o confinamento, mas elas sumiram no sábado (30), quando viu a noiva pronta e sua barriga de cinco meses de gravidez.

"É tudo um pouco surreal", disse o australiano, radiante de alegria.

Depois de um mês trancado em casa, o casal se uniu em matrimônio em uma cerimônia oficializada on-line a partir dos Estados Unidos, com amigos e familiares como testemunhas virtuais.

Depois, participaram de uma pequena festa no estacionamento de seu prédio, onde foram recebidos com aplausos e uma chuva de arroz lançada por seus vizinhos.

Uma proibição em vigor desde 2019 na China para casamentos entre estrangeiros impedia-os de formalizarem a união com um tabelião local, e a opção de fazer isso em uma de suas embaixadas não estava disponível, em razão das medidas sanitárias em vigor.

A comemoração na garagem foi decidida um dia antes. Aproveitando o relaxamento das restrições, seus vizinhos sugeriram um pequeno banquete para não passar a data em branco.

"As coisas se precipitaram", contou Mitchener. "A única coisa que a gente sabia é que tínhamos um vestido de noiva enviado por um amigo, um bolo de casamento, um buquê de flores", completou.

"Quando experimentei o vestido, tudo mudou", disse Janelle, uma atriz de 33 anos.

Foi em março que os dois decidiram se casar on-line, depois de descobrirem que estavam esperando um bebê.

O grande dia "foi acima das nossas expectativas", celebrou Nuyts.

"Realmente não esperávamos que fosse tão romântico", acrescentou.

Lucy, uma moradora de Xangai, conta que, no meio da noite, ela e seus vizinhos foram forçados a entrar em um ônibus, e levados para improvisados centros de quarentena, a centenas de quilômetros da confinada megalópole chinesa.

Há semanas, a maioria dos 25 milhões de habitantes de Xangai está confinada em suas casas, enquanto a cidade enfrenta um grande surto de Covid-19.

Centenas de milhares de pessoas que testaram positivo para o coronavírus foram levadas para centros de isolamento improvisados, pois a China não permite que cumpram a quarentena em casa. Até moradores que testaram negativo no teste foram obrigados a deixarem suas casas, e transferidos para instalações fora da cidade, conforme relatos à AFP.

“A polícia nos disse que havia muitos casos positivos no nosso condomínio e que, se continuássemos morando aqui, todos acabaríamos infectados”, disse Lucy, que prefere não dar seu sobrenome, à AFP. "Não tínhamos outra opção", desabafou.

Segundo ela, o grupo de pessoas que testou negativo foi enviado para um centro de quarentena com centenas de quartos individuais pré-fabricados, na província vizinha de Anhui, a cerca de 400 km de distância. Ela não saber quando poderá voltar para casa.

A AFP conversou com outros residentes de Xangai, com boa saúde e negativos para o vírus, que também foram enviados para cumprir quarentena em outras províncias. Um deles diz que seus vizinhos protestaram e se recusaram a sair.

Outro, do distrito de Jing'an, contou que foi levado à noite, junto com dezenas de outras pessoas de seu complexo residencial, para um centro de quarentena também localizado em Anhui.

Em entrevista à AFP, uma mulher disse ter ficado "horrorizada" ao ver o local de sua residência temporária e que "perdeu a confiança no governo de Xangai".

Xangai se encontra, nesta segunda-feira (2), sob uma série de restrições sanitárias, enquanto os novos casos caíram para cerca de 7.000, com 32 mortes. As autoridades desta megalópole não responderam a perguntas sobre a situação na cidade.

Para o pesquisador Yanzhong Huang, do "think tank" Council on Foreign Relations (CFR), de Nova York, o governo deste importante centro econômico está, certamente, sujeito a uma grande pressão para aplicar a política de "covid zero em nível comunitário", ou seja, impedir a transmissão fora dos centros de quarentena.

“Quando estão submetidos a uma forte pressão que vem de cima para implementar as metas da política de ‘covid zero’, é muito mais provável que recorram a medidas muito duras e excessivas”, afirma.

"Afastar quem testou negativo para o vírus pode ser considerado como uma estratégia preventiva (...)", acrescenta Huang.

Segundo a agência oficial de notícias Xinhua, milhares de pessoas que tiveram contato com aquelas infectadas pelo vírus foram colocadas em quarentena nas províncias vizinhas.

A China declarou nesta sexta-feira (29) que seguirá adiante com a estratégia "covid zero", apesar da crescente frustração dos moradores de Xangai, confinados desde o início de abril e que protestam contra a política sanitária do governo com panelaços nas janelas.

O país enfrenta o foco mais grave da epidemia desde o início de 2020. Nas últimas 24 horas, o ministério da Saúde registrou mais de 15.500 novos casos de Covid-19.

Em Xangai, metrópole de 25 milhões de habitantes na região leste do país, as autoridades anunciaram nesta sexta-feira 52 mortes e afirmaram que as vítimas não estavam vacinadas.

A estratégia "covid zero" estipula o confinamento de bairros ou cidades após a detecção de casos de covid, uma quarentena para as pessoas que testam positivo, inclusive as assintomáticas, e testes em larga escala.

"É uma arma eficaz para prevenir e controlar a epidemia na China", afirmou o vice-ministro da Saúde, Li Bin.

"Nosso país é muito populoso, com desequilíbrios regionais em termos de desenvolvimento e uma falta de recursos médicos. Se relaxarmos e permitirmos que o vírus se propague, muitas pessoas serão infectadas", acrescentou.

A estratégia "covid zero" permitiu limitar o número de mortes por coronavírus no país, que oficialmente está abaixo de 5.000.

Mas os longos confinamentos pesam sobre a economia e o estado de ânimo da população, em um país de 1,4 bilhão de habitantes.

- Desafio logístico e panelaços -

Em Xangai, a cidade mais afetada, os habitantes reclamam que não têm acesso a verduras frescas ou carne em quantidades suficientes.

Vídeos divulgados nas redes sociais, que foram rapidamente censurados, mostraram moradores protestando com panelaços nas janelas e exigindo "suprimentos".

Uma moradora de Xangai disse à AFP, sob anonimato por temer possíveis represálias, que viu as imagens na internet. Depois de ouvir o barulho, ela se uniu ao panelaço.

"Vi muitos vídeos como este, enviados por pessoas que moram em diferentes bairros", contou.

A censura às imagens alimenta o descontentamento da população.

Mas o confinamento também representa um enorme desafio logístico, o de levar produtos a 25 milhões de pessoas, apesar da falta de entregadores.

Outro problema apontado por Liang Wannian, diretor da equipe de especialistas contra a covid do ministério da Saúde, é a taxa insuficiente de vacinação dos idosos na China.

A política inflexível também afetará o setor turístico durante o recesso de 1º de maio, que começa no sábado e dura cinco dias. O ministério dos Transportes prevê uma queda de 62% das viagens na comparação com 2021.

Para o presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China, Joerg Wuttke, o governo se guia apenas pela política de "covid zero, sem preocupação com a economia a curto prazo".

Wuttke disse que a política sanitária prosseguirá até o 20º Congresso do Partido Comunista da China, no fim de 2022, quando o presidente Xi Jinping deve obter o terceiro mandato à frente do regime.

"Não pode mudar o discurso (sobre a covid) tão perto do objetivo", opina.

Xangai registrou mais oito mortes por Covid-19 nesta quinta-feira (21), o que eleva a 25 o total de vítimas fatais na cidade chinesa, onde os contágios parecem registrar queda e alguns moradores finalmente foram autorizados a sair de casa após a flexibilização do confinamento.

A cidade de maior população da China, principal motor econômico do país, inicia a reabertura depois de duas semanas de severas restrições, com a maioria dos 25 milhões de habitantes confinados em suas casas.

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Com mais de 400.000 casos registrados desde março, a cidade contabiliza oficialmente 25 mortes no surto da doença provocado pela variante contagiosa ômicron, números questionados por alguns especialistas.

As oito pessoas que morreram nesta quinta-feira tinham média de idade de 77,5 anos e apresentavam comorbidades, incluindo tumores malignos ou hipertensão, de acordo com as autoridades municipais.

O governo municipal enfatizou que a causa da morte dos oito era a "doença prévia".

Além disso, a metrópole portuária registrou 18.000 novos casos nesta quinta-feira, a maioria assintomáticos, e pelo segundo dia consecutivo contabilizou menos de 20.000 infecções em 24 horas.

O surto em Xangai é o mais grave na China desde a primeira onda da doença, detectada pela primeira vez em Wuhan, e testa a estratégia inflexível de 'covid zero' do país, que tenta eliminar as infecções com severos confinamentos, testes em larga escala e o fechamento de fronteiras.

As semanas de restrições afetaram a economia e abalaram a moral dos moradores, que denunciaram as dificuldades para conseguir alimentos ou a política rígida de isolamento das pessoas que testavam positivo para covid em centros de quarentena.

As autoridades flexibilizaram as ordens de confinamento domiciliar para quase 12 milhões de pessoas, mas algumas reclamaram que os agentes em seus bairros não permitiram que saiam de suas casas.

"Todo mundo aguentou muito durante este tempo", disse Rui, funcionário de uma empresa de alimentação, que não revelou o sobrenome, e que saiu de sua casa na zona oeste de Xangai pela primeira vez em 20 dias.

Ao seu redor, algumas lojas abriram, mas só permitiam que os clientes fizessem os pedidos na porta. Uma moradora do bairro montou um salão de beleza improvisado porque não havia salões abertos em sua área.

Com a redução do número de casos, a cidade também tenta reativar a economia e autorizou a retomada da produção em mais de 600 empresas esta semana, incluindo Tesla e Volkswagen.

A China registrou nesta terça-feira (19) mais sete mortes provocadas pela Covid-19 na cidade de Xangai, o maior foco de contágios no país e que que está confinada há várias semanas.

As novas mortes foram anunciadas depois que Xangai registrou na segunda-feira as primeiras três mortes por coronavírus desde o início do confinamento, em março. Apesar do surto da doença, a cidade notificou apenas 10 óbitos até o momento.

A Comissão Municipal de Saúde de Xangai afirmou que as sete vítimas tinha entre 60 e 101 anos de idade e todas apresentavam comorbidades, incluindo doenças cardíacas e diabetes.

Nenhuma das sete pessoas estava vacinada contra a Covid-19, afirmou Wu Qianyu, funcionário do Departamento de Saúde da cidade.

Os pacientes "ficaram gravemente doentes depois que foram internados no hospital e morreram após esforços de emergência sem sucesso", acrescentou.

A comissão também registrou 20.000 novos casos de coronavírus nesta terça-feira, em sua maioria assintomáticos.

A China insiste na política de 'covid zero', o que inclui confinamentos rígidos, testes em larga escala e quarentenas prolongadas, o que permitiu evitar as crises sanitárias que afetaram outros países.

Alguns analistas, no entanto, questionam os números oficiais, pois a população de idade avançada da China apresenta baixos níveis de vacinação.

As autoridades de saúde de Xangai admitiram no domingo que menos de dois terços dos moradores de mais de 60 anos receberam duas doses da vacina contra a covid e que menos de 40% tomaram a dose de reforço.

Hong Kong, onde a população idosa também apresenta reduzido índice de vacinação, registrou quase 9.000 mortes provocadas pela Covid-19 desde janeiro, quando a cidade foi atingida em cheio pela variante ômicron.

Grande parte dos 25 milhões de moradores de Xangai estão em confinamento desde março, quando a cidade começou a registrar mais de 25.000 casos diários de contágios.

O número é pequeno para os padrões internacionais, mas elevado para a China.

Muitos moradores usam as redes sociais para denunciar a falta de alimentos e as condições ruins dos locais reservados para a quarentena. Também circularam imagens de protestos, algo raro na China.

As autoridades chinesas trabalham para conter surtos de coronavírus em várias regiões, causados pela variante ômicron.

Na segunda-feira, quase 350 milhões de pessoas em pelo menos 44 cidades estavam sob alguma forma de confinamento na China, segundo as autoridades.

Um grupo de voluntários se organiza em Xangai para salvar os animais de estimação trancados, cujos donos foram isolados em centros de quarentena pela covid-19, no marco da política chinesa de tolerância zero contra o vírus.

Quando seu teste de covid-19 deu positivo, Sarah Wang, de 28 anos, disse que sua primeira preocupação foi com quem iria cuidar de seu gato.

A política "zero covid" da China afirma que, se alguém contrair o vírus será enviado para centros de quarentena, às vezes durante semanas, deixando seus animais à mercê das autoridades locais. O número de pessoas com animais de estimação disparou nos últimos anos na China, principalmente em centros cosmopolitas, como Xangai.

Além dos temores de que os animais não sejam alimentados, ou sejam abandonados, um vídeo que mostra um agente de saúde de Xangai espancando um cachorro até a morte causou revolta na população.

As imagens geraram "puro pânico", disse Erin Leigh, de 33 anos, a principal organizadora de um serviço de resgate de emergência criado para ajudar esses animais de estimação.

Após o vídeo, ela recebeu uma enxurrada de pedidos de proprietários "desesperados por salvar seus animais". Sua empresa de cuidado de animais se transformou em uma rede com milhares de voluntários não remunerados.

"Para alguns animais na cidade, é uma questão de vida ou morte", afirma Leigh, cuja equipe ajudou centenas de cães e gatos, mas também pássaros, peixes e cobras.

O grupo conseguiu, inclusive, encontrar um lar temporário para o felino de Wang, do outro lado da cidade. Aliviada, ela diz à AFP que seu gato "não teria sobrevivido à desinfecção" de seu apartamento.

Na China, a urgência dos governos locais para acabar com todos os casos de covid deixou o bem-estar dos animais em segundo plano.

Em janeiro passado, Hong Kong sacrificou cerca de 2.000 hamsters, depois que um deles testou positivo para coronavírus. Em 2021, profissionais de saúde mataram pelo menos três gatos e um cachorro.

Enquanto os confinamentos se endureciam, e o número de habitantes em isolamento aumentava, Leigh e sua equipe se mobilizavam nas redes sociais. Uma parte do grupo trabalha dia e noite para registrar os animais que estão em perigo, classificá-los de acordo com sua localização e anotar os que precisam de comida com mais urgência, assim como de um abrigo e de outros cuidados.

Em seguida, a rede compartilha as necessidades nas redes sociais, com pequenas legendas, em chinês e em inglês, que dizem: "precisamos de ajuda".

Logo que a equipe encontra alguém que pode cuidar do animal, o desafio é levá-lo até esta pessoa. As restrições dificultam, às vezes, a circulação dos voluntários que precisam viajar durante horas para chegar ao seu destino.

Xangai reduziu nesta segunda-feira (11) as restrições em alguns bairros da metrópole chinesa após os protestos contra as normas rígidas contra a Covid-19, que provocaram o confinamento de 25 milhões de pessoas.

As autoridades anunciaram que começarão a permitir gradualmente que os moradores das áreas com menos casos deixem suas residências, mas não informaram quantas pessoas poderão sair de suas casas nem quando.

A China segue uma política rígida de "covid zero", com o objetivo de eliminar os contágios por meio de confinamentos estritos, testes em larga escala e restrições de deslocamentos.

Xangai enfrenta algumas das medidas mais severas desde que o vírus surgiu na cidade chinesa de Wuhan em 2019, com confinamento estrito que dificulta a comprar de alimentos e levou milhares de pessoas a centros de quarentena.

As autoridades informaram que classificarão as residências ad cidade em três níveis, com base no número de infecções.

As "medidas de prevenção e controle diferenciadas" refletirão as "circunstâncias reais" no terreno, afirmou Gu Honghui, funcionário da prefeitura de Xangai.

As pessoas que estão em "zonas de controle fechadas" ou "zonas de gestão controlada" permanecerão confinadas em suas casas ou limitadas a suas residências.

As pessoas nos complexos residenciais que não registraram nenhum caso nos últimos 14 dias poderão sair de suas casas.

As autoridades de Xangai defenderam nesta segunda-feira (4) a polêmica medida de separar as crianças com Covid-19 de seus pais, uma iniciativa que pretende frear os contágios na metrópole confinada de 25 milhões de habitantes.

A capital econômica da China é atualmente o epicentro do pior foco de coronavírus no país desde o início de 2020, devido à variante Ômicron. A grande maioria da população da cidade está em confinamento.

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Na China, qualquer pessoa que testa positivo para Covid-19, mesmo que esteja assintomática ou apresente uma infecção leve, precisa ficar isolada dos não infectados. As autoridades de Xangai confirmaram nesta segunda-feira que a medida também se aplica aos menores de idade, inclusive os bebês.

O dispositivo provoca ansiedade e espanto entre as famílias da metrópole.

"Se a criança tem menos de sete anos, esta criança receberá tratamento em um centro público de saúde", disse Wu Qianyu, diretora do serviço de saúde municipal.

"Para as crianças de mais idade ou adolescentes (...) estamos isolando principalmente em locais (de quarentena) centralizados", acrescentou.

Ela explicou que "se um dos pais está infectado, poderá acompanhar a criança e cuidar dela em um local especial, onde ambos receberão tratamento".

Nas redes sociais, várias famílias expressaram indignação com a medida.

"Os pais agora precisam 'cumprir condições' (estar infectado) para acompanhar os filhos? É um absurdo! É um direito fundamental", escreveu um morador da cidade na rede social Weibo.

"Os serviços de saúde de Xangai são desumanos", criticou outro.

Diversos vídeos não verificados de crianças pequenas e e bebês sem acompanhantes em centros de saúde públicos circularam nos últimos dias nas redes sociais.

O descontentamento cresce em Xangai diante da incapacidade das autoridades de frear o número crescente de contágios de Covid-19.

O ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira que a cidade registrou mais de 9.000 novos casos em 24 horas, 95% deles assintomáticos. A prefeitura organiza testes de detecção em toda a população.

A maioria dos habitantes da metrópole está em confinamento e muitos reclamam de problemas para conseguir alimentos frescos ou para ter acesso aos hospitais.

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