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"Não é tão dramático como no domingo passado, mas ainda há muitas prateleiras vazias", lamenta Justin Toone, um cliente habitual de supermercados. A pandemia continua afetando as cadeias de abastecimento, e muitos supermercados nos Estados Unidos enfrentam escassez de produtos.

“Durante vários dias seguidos, não havia frutas ou legumes neste Giant (de Bethesda), nem nos outros supermercados do setor, Trader Joe's e Safeway”, diz Toone.

Em outras lojas, mel, ovos, leite e carne desapareceram das prateleiras. Em Washington e nos estados vizinhos Maryland e Virgínia, a neve exacerbou esse problema recorrente de escassez desde o início da pandemia de Covid-19.

"Não há caminhoneiros suficientes e como eles estão sujeitos a regulamentações rígidas em relação às horas de trabalho e descanso, eles dizem 'vamos parar', bem, eles param e não nos abastecem", explica um funcionário do supermercado Giant em Bethesda que pediu para não ser identificado.

Quando a neve cai, é ainda pior.

No início da pandemia, por medo de desabastecimento, houve uma avalanche de demanda por alguns produtos como papel higiênico, o que gerou desabastecimento.

"Desta vez é diferente", disse o funcionário.

"A variante Ômicron é tão contagiosa que tem um impacto quase simultâneo nos Estados Unidos", enfatiza Patrick Penfield, da Syracuse University.

Muitos funcionários da cadeia de produção de alimentos estão doentes ou em quarentena, interrompendo completamente a rede de suprimentos.

O fenômeno é generalizado em todo o país, mas é mais significativo em regiões que também enfrentam condições climáticas severas, como Washington.

E no caso de produtos frescos e facilmente perecíveis, é impossível armazená-los com muita antecedência, prevendo o mau tempo.

Daí as prateleiras completamente vazias de domingo, na sequência da neve que caiu durante a noite de quinta para sexta. Para o professor, a escassez de alimentos deve durar até o final de março.

Isso, "se tudo voltar ao normal e não houver nova variante", diz ele com cautela.

A Federação Nacional do Comércio (NGA), que reúne membros independentes do setor varejista alimentar, menciona ainda que a escassez de mão-de-obra continua “a nível nacional, pressionando indústrias essenciais como supermercados e alimentos industriais em geral”.

Em uma pesquisa recente com seus 1.500 associados, vários deles "relataram operar suas lojas com menos de 50% de sua capacidade normal de trabalho, por curtos períodos, no auge da onda" de contaminação.

Além disso, a federação alerta os consumidores que ainda devem esperar “interrupções esporádicas”, como acontece há um ano e meio.

Com o espalhamento da variante Ômicron, as internações por covid-19 mais do que dobraram em ao menos três hospitais privados de São Paulo, na comparação com o final do ano passado. No Hospital Israelita Albert Einstein, a alta foi de 707%. Hospital Sírio-Libanês e Hospital Alemão Oswaldo Cruz também tiveram aumento.

O Hospital Israelita Albert Einstein informou que no dia 31 de dezembro tinha 14 pacientes internados por covid-19, sendo 11 deles em leitos clínicos e três em unidades de terapia intensiva (UTI). Ontem, o número de hospitalizados saltou para 99. Do total, são 81 em apartamentos e 18 em unidades de terapia intensiva e semi-intensiva. Três deles estão entubados.

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"Com a variante Gama, por volta de metade dos pacientes precisavam de terapia intensiva, era um quadro bem mais grave. Agora, são casos em que os pacientes têm principalmente uma gripe forte. Não chegam a ter pneumonia. Até tem casos, mas são mais raros", explica o superintendente e diretor médico do Hospital Albert Einstein, Miguel Cendoroglo Neto. "Em média, o paciente fica cerca de três, dois dias internado por covid (no Einstein). Há um ano, quando estava começando a subir a Gama, o índice estava em 9,5 dias. O quadro clínico é bem mais brando", acrescenta.

Aumento

O Hospital Sírio-Libanês, por sua vez, informou que as unidades de São Paulo tinham 27 pacientes internados com covid-19 no dia 31 de dezembro. Desse total, 22 pacientes estavam em enfermaria e outros cinco em leitos de UTI. Já em balanço feito na quarta-feira, o hospital contabilizou 67 pessoas hospitalizadas com a doença, 11 delas em UTI.

"Olhando por um panorama geral, o número de casos aumentou muito, é uma coisa notória. E quando a gente aumenta esse número absoluto de casos, por mais que eles aparentem ter um quadro clínico pouco severo, até por estarem associados a uma maior taxa de vacinação, a gente tem um aumento do número absoluto de hospitalizados", explica a infectologista do Hospital Sírio-Libanês, Carla Kobayashi.

A Rede D'Or São Luiz informou que seus hospitais na Grande São Paulo estão, em média, com um volume de atendimento em seus prontos-socorros 50% maior do que o habitual em semanas anteriores.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O surto de influenza combinado com a disseminação da variante Ômicron do novo coronavírus no País teve como efeito a corrida de milhares de brasileiros aos postos de testagem para identificar se houve contaminação pela Covid-19 durante as festas de final de ano. Para muitos pacientes com suspeita de contaminação pela doença, o teste se tornou sinônimo de resiliência nas longas filas do serviço público, ou de custo adicional para aqueles que recorrem aos grandes laboratórios privados. Além disso, surge no horizonte a possibilidade de falta de testes na rede particular.

Em viagem de ano novo com os amigos às praias de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, a publicitária Fernanda Cui se contaminou com a Covid-19, assim como outros onze colegas do grupo formado por dezoito pessoas. O congestionamento gerado na região nesta época do ano pelo fluxo intenso de turistas na via principal frustrou a tentativa dos viajantes de se testarem numa Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada no centro da cidade litorânea. Com sintomas desde antes da virada, os testes só foram realizados ao retornarem para São Paulo, no dia 3 janeiro deste ano.

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Já de volta à capital paulista, Cui recorreu a um posto de testagem rápida da rede DelBoni Auriemo, onde o teste antígeno foi realizado por R$ 150. Apesar de ter testado positivo, ela desejava uma contraprova via RT-PCR. A publicitária procurou o Hospital Santa Paula, na zona sul de São Paulo, mas ao passar pela triagem foi informada que a fila de espera no último dia 4 superava 8 horas. Ela decidiu desistir de confrontar os resultados e iniciou o isolamento.

"A gente tem um cenário muito complicado, ao mesmo tempo que as pessoas apresentam sintomas leves, temos muitos casos positivos, só que tem sido necessário gastar muito dinheiro para testar", disse. "A gente não tem acesso fácil aos testes que garantem o direito da pessoa saber se está com covid. Se a gente tivesse o autoteste na praia, poderíamos ter iniciado antes o isolamento", completou.

Os demais colegas envolvidos na viagem relataram ter enfrentado mais de duas horas de espera para se testar no Sistema Único de Saúde (SUS), com até três dias de espera para receber o resultado. Levantamento feito pelo Estadão com as secretarias de saúde dos Estados mostra que o tempo médio para obter o resultado do teste tipo RT-PCR, considerado padrão ouro, é de dois dias e meio.

Em alguns Estados, como Maranhão e Amapá, a espera para saber se houve contaminação pelo vírus dura até cinco dias. No Pará, onde é necessário aguardar por dois dias o diagnóstico, ainda é exigida a combinação de testes, o que em alguns casos obriga o retorno do paciente ao posto de saúde no dia seguinte ao exame inicial. Além disso, nove das vinte e uma Secretarias que responderam à consulta da reportagem informaram exigir prescrição médica para a realização de testagem - fator que aumenta o tempo de espera nas unidades de atendimento e é alvo de críticas de epidemiologistas.

Na zona leste de São Paulo, Roberta da Silva testou positivo para a covid-19 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itaquera, zona leste, logo após o Réveillon. Embora fosse o primeiro dia do ano, e a demanda estivesse baixa, foi necessário esperar por uma hora e meia até a realização do teste. Na terça-feira, 11, ela voltou ao posto de testagem para conferir se a doença persistia, mas se deparou com uma longa fila de espera posicionada na área externa da UPA. Em um dia de chuva na capital paulista, as dezenas de pessoas que aguardavam para serem atendidas se aglomeraram no único ponto coberto da unidade. Ela também desistiu de realizar um novo teste.

"Na minha cabeça não fazia sentido eu estar lá ao lado de pessoas com sintomas muito severos, como tosse e espirro. Pela minha segurança, eu preferi não esperar", disse.

Para o ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Gonzalo Vecina Neto, a corrida aos postos de testagem não deve ser estimulada. Ele sugere a adoção do protocolo de isolamento social já no início dos primeiros sintomas gripais, independentemente da existência de diagnóstico para influenza ou covid-19, também como forma de evitar a aglomeração nas unidades de saúde e o eventual contágio nesses locais.

Setor privado

O cenário não melhora no setor privado, que, além de enfrentar a possibilidade de escassez, oferece testes RT-PCR a preços considerados altos pelos usuários. Na rede de Medicina Diagnóstica Fleury do Distrito Federal, o exame é realizado por R$ 380, com prazo de dois dias para entrega dos resultados. Na concorrente Sabin, é cobrado R$ 295, com o mesmo tempo de espera. Já a Biolab, oferece o preço mais baixo, R$ 250, mas com resultado em até cinco dias por conta do aumento dos casos. Os valores variam nos vinte e sete estados da federação.

Nesta quarta-feira, 12, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) emitiu nota técnica com alerta para a possibilidade de falta de testes de covid-19 devido à escassez de insumos necessários para a realização dos exames, como os cotonetes utilizados no RT-PCR. No documento, é recomendado a priorização de pacientes em estado grave para evitar o esgotamento dos estoques no País. A sugestão contraria a posição defendida por especialistas ouvidos pelo Estadão, que apontam a ampla testagem como uma das principais políticas públicas de enfrentamento à pandemia.

Ao tentar agendar um teste para covid-19 nos sites das redes de farmácia Drogasil e Drogaria, já é possível se deparar com a informação de que os exames foram suspensos temporariamente por causa do desabastecimento. As empresas relatam nos comunicados que o agendamento deve ser retomado nos próximos dias mediante restabelecimento dos estoques.

Dados reunidos pela Abramed em outro estudo expõem os motivos que levaram à escassez: houve aumento de 98% dos testes de Covid-19 entre a semana do Natal e o início de janeiro, em laboratórios privados do País. Somente entre os dias 3 e 8 deste mês foram realizados mais de 240 mil exames na rede particular, apesar dos preços elevados cobrados em algumas regiões. O aumento no número de exames coincide com o salto de 7,6% para 40% na média de testes positivos.

A epidemiologista Ethel Maciel, da Universidade Federal do Espírito Santo, afirma que a falta de testes na rede privada levará ao "caos" no sistema de saúde do País, uma vez que 28,5% da população brasileira recorre ao entendimento particular por meio de planos de saúde, como consta na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisadora avalia que a defasagem na testagem em laboratórios e centros de medicina diagnóstica pressionará ainda mais o Sistema Único de Saúde (SUS).

"O Brasil nunca teve um programa de testagem com informações claras e testes disponíveis em locais acessíveis, como repartições públicas e locais de grande circulação, com terminais de ônibus e metrôs", afirma. "Com a chegada da Ômicron, a situação fica ainda mais grave por termos uma procura muito grande e a oferta limitada, mesmo na rede privada. O que poderia melhorar o panorama é a oferta de autoteste. Deveríamos ter uma política pública que pudesse ofertar no SUS a testagem", avalia.

São Paulo se junta a outros oito Estados que já anunciaram nos últimos dias medidas mais restritivas para conter a alta de casos de Covid-19. Ceará, Amapá, Amazonas, Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco e Bahia baixaram decretos que diminuíram a permissão máxima de público em eventos e expandiram a obrigatoriedade do passaporte de vacina.

Muitas cidades paulistas, porém, ainda não se posicionaram sobre a recomendação do governo. Osasco disse que a Comissão da Covid, da prefeitura, está avaliando a situação epidemiológica do município para definir as estratégias.

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Segundo o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, que reúne Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, uma decisão deve sair nesta quinta, 13.

Já a prefeitura de Sorocaba aguarda a recomendação ser emitida em documento para analisar a situação epidemiológica e tomar uma decisão, assim como Campinas, que espera a publicação do decreto. "Em relação às orientações divulgadas hoje (quarta, 12), a Prefeitura analisará e, se for necessário, publicará novas adequações", afirmou, em nota, o município de Ribeirão Preto. Campinas também vai analisar as instruções do Estado. A cidade de Guarulhos, por sua vez, vai seguir a recomendação do governo estadual, de acordo com a prefeitura.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Federação Paulista de Futebol (FPF) garantiu que a determinação do Governo do Estado de São Paulo, que estabelece a limitação do público em 70% nos estádios paulistas a partir de 23 de janeiro, será cumprida. A entidade lembra que vem trabalhando junto com as autoridades para diminuir os impactos da Covid-19 no Estado.

"Desde o início da pandemia de Covid-19, a FPF e os clubes paulistas têm seguido todas as diretrizes técnicas e científicas no combate à doença e, desta maneira, a determinação do Governo de São Paulo será cumprida. O Futebol Paulista segue unido, comprometido no combate à Covid-19 e orientado pela ciência", disse a entidade.

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O governo paulista fez uma série de recomendações nesta quarta-feira a fim de diminuir a participação em eventos com aglomeração, como shows, festas e competições esportivas. A preocupação ocorre em um momento no qual a variante Ômicron do coronavírus está provocando uma alta no número de casos e na taxa de internações.

A recomendação do Comitê Científico do governo de São Paulo é para manter a obrigatoriedade no uso de máscaras faciais nas próximas semanas em ambientes internos ou externos, e a orientação de que ainda haja exigência de teste negativo de Covid-19 e comprovante de vacinação está mantida.

"A FPF e os clubes reforçam a todos torcedores a obrigatoriedade do ciclo de vacinação completo ou de teste negativo de Covid-19 para o ingresso aos estádios, além da necessidade do uso de máscaras", completou a federação, ciente de que as medidas passam a valer a partir de 23 de janeiro, data de abertura do Campeonato Paulista.

Autoridades da Organização Mundial de Saúde (OMS) foram questionadas nesta quarta-feira, 12, durante entrevista coletiva virtual, sobre declarações do presidente Jair Bolsonaro, segundo as quais a variante Ômicron seria "bem-vinda" e poderia sinalizar o fim da pandemia. Diretor executivo da OMS, Mike Ryan disse que não havia visto as declarações, mas reafirmou que a Ômicron de fato é "menos severa, mas isso não significa que esta é uma doença leve".

Ryan reafirmou declarações feitas pelo diretor-geral da OMS sobre a gravidade da doença. "Há muitas pessoas pelo mundo em UTIs, em ventiladores, tentando conseguir fôlego no oxigênio, o que deixa claro que esta não é uma doença leve", disse o diretor executivo.

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Segundo Ryan, a doença é sim potencialmente evitável, com vacinação e também medidas de prevenção, como o uso de máscaras. "Este não é o momento de declarar que este é um vírus bem-vindo. Nenhum vírus que mata pessoas é bem-vindo, especialmente quando em grande medida essas mortes e esse sofrimento são evitáveis com medidas apropriadas e vacinação", afirmou ele, para em seguida repetir que não tinha notícia sobre nenhuma declaração específica nesse sentido e apenas reafirmava a postura da entidade no caso.

Opas

A diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, disse hoje que o coronavírus atingiu níveis de transmissão "nunca vistos antes" nesta pandemia. Quase 300 milhões de pessoas já foram infectadas com a covid-19 no mundo, informa a diretora.

"Na última semana, o número de infecções de covid-19 quase dobrou nas Américas, subindo de 3,4 milhões em 1º de janeiro para 6,1 milhões em 8 de janeiro", afirmou Etienne. Houve um salto de 250% de aumento de casos em comparação com o mesmo período do ano passado, informa a Opas.

Etienne pontuou que, na América do Sul, Bolívia, Equador, Peru e Brasil têm lidado com alta significativa de casos. "As hospitalizações também estão aumentando em todo o Brasil, particularmente em Estados densamente povoados nas regiões central e leste do país", disse.

O gerente de incidentes para covid-19 da Opas, Sylvain Aldighieri, disse que a Delta ainda é a variante predominante nas Américas hoje. No entanto, nas próximas semanas, a Ômicron deve se tornar a cepa principal.

O presidente Jair Bolsonaro sugeriu nesta quarta-feira, 12, que a variante Ômicron do coronavírus, que tem gerado um aumento de infecções e da procura por testes de covid-19 no País, é "bem-vinda" e pode sinalizar o fim da pandemia. "A Ômicron, que já espalhou pelo mundo todo, como as próprias pessoas que entendem de verdade dizem, ela tem uma capacidade de se difundir muito grande, mas de letalidade muito pequena", afirmou o chefe do Executivo, em entrevista ao site Gazeta Brasil, que o apoia. "Dizem até que seria um vírus vacinal. Algumas pessoas estudiosas e sérias e não vinculadas a farmacêuticas, dizem que a Ômicron é bem-vinda e pode sim sinalizar o fim da pandemia", acrescentou.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), contudo, alertou nesta semana que ainda é cedo para tratar a covid-19 como uma doença endêmica, apesar de a Ômicron aparentemente causar casos menos graves da doença.

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Bolsonaro também voltou a minimizar a pandemia de coronavírus. "A saúde no Brasil sempre foi um caos. Por que agora essa preocupação enorme com a covid? Você tem que ter como qualquer doença. Ficou uma doença politizada", disse.

Em entrevista veiculada ontem pela Jovem Pan, o presidente havia afirmado que haverá "caos" e "rebelião" se o País decretar lockdown neste ano devido à piora da pandemia de covid-19, gerada pela disseminação da variante Ômicron.

"O Brasil não resiste a um novo lockdown. Será o caos. Será uma rebelião, uma explosão de ações onde grupos vão defender o seu direito à sobrevivência. Não teremos Forças Armadas suficientes para a garantia da lei e da ordem", disse Bolsonaro, após criticar os governantes estaduais.

Ao contrário do "lockdown" que o presidente citou, contudo, foram tomadas apenas medidas localizadas de isolamento social e restrição de circulação de pessoas no Brasil.

O governo de São Paulo pretende restringir novamente eventos com aglomerações em todo o Estado, por causa da alta taxa de transmissibilidade da variante Ômicron do coronavírus. O Comitê Científico de Combate à Covid-19 se reuniu ontem para discutir a medida. A ideia é anunciar medidas nesta quarta-feira (12), no Palácio dos Bandeirantes. Segundo o Estadão apurou, a orientação será para instaurar um novo limite na ocupação máxima dos espaços. A recomendação valerá para festas, shows, casamentos, eventos corporativos e esportivos.

"Vamos ter, evidentemente, restrições que já foram apresentadas para eventos de aglomerações, o que é diferente. Grandes aglomerações não são recomendáveis e o Comitê Científico já expressou essa deliberação", disse o governador João Doria (PSDB) na manhã desta terça-feira, durante agenda em Monte Aprazível, no interior do Estado.

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Comércio e indústria

Apesar de indicar que os eventos terão novas regras e restrições, Doria também adiantou que essa nova fase da pandemia no Estado não deve afetar setores da indústria e do comércio. "Não há, no momento, nenhuma indicação e necessidade de fechamento ou restrições ao comércio e ao setor de serviços, assim como ao setor produtivo do agronegócio e da indústria. Há, sim, cautela e recomendação expressa para que as pessoas usem máscaras o tempo todo", afirmou.

Segundo ele, as restrições a serem propostas e detalhadas já foram apresentadas pelo comitê como medidas cautelares para impedirem ainda mais o avanço da variante Ômicron. A avaliação de integrantes do Comitê Científico é de que houve um grande relaxamento da população com o avanço da terceira dose da vacina e a liberação indiscriminada dos eventos. Até a última segunda-feira, quase 25% dos habitantes de São Paulo já haviam recebido a aplicação de reforço.

Com essa nova restrição na ocupação máxima dos espaços, similar àquelas implementadas anteriormente no Plano São Paulo, o governo espera que a população entenda a gravidade da variante Ômicron e a necessidade de cautela e proteção (principalmente o uso de máscaras) nas aglomerações. Especialistas em saúde e vigilância sanitária já apontavam, desde o início da pandemia, que há maior risco de transmissão do coronavírus em locais fechados e sem ventilação.

Eventos recentes, como shows e festas, têm sofrido críticas da comunidade científica e da população desde que os casos de covid voltaram a aumentar pelo País. Na capital paulista, algumas casas noturnas já se adiantaram à recomendação oficial e começaram a cancelar as agendas das próximas semanas.

Durante a manhã, Doria ainda voltou a recomendar que a população use máscara "o tempo todo", o que classificou como a única forma de "estar protegido para esta onda da Ômicron". "Este momento vai exigir cuidado, atenção e acompanhamento diário. Esta nova cepa é a mais poderosa de transmissão da história."

Há ainda preocupação com o avanço dos casos de gripe. Na capital, as 469 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da rede municipal passaram a abrir das 8 às 17 horas para atendimento de pacientes com sintomas gripais, sem a necessidade de agendamento prévio. Além da vacinação, a capital passou a ofertar no dia 30 a testagem contra influenza em UBSs.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os Estados Unidos superaram nesta terça-feira (11) o seu recorde de pessoas hospitalizadas com Covid-19, com quase 146.000 pacientes internados, segundo dados do Departamento de Saúde do país. Destes, quase 24.000 se encontram em unidades de cuidados intensivos.

O recorde anterior era de mais de 142.000 e foi batido em 14 de janeiro de 2021, há quase um ano.

Os Estados Unidos enfrentam atualmente um surto impressionante de covid-19 vinculado à variante ômicron do coronavírus. O país registrou um número recorde de contágios desde o fim de dezembro.

"Há 17 vezes mais risco de ser hospitalizado e 20 vezes mais de morrer se você não estiver vacinado", repetiu nesta terça o imunologista Antony Fauci, assessor especial da Casa Branca sobre a crise sanitária, durante comparecimento no Senado.

Em Nova York, no final de dezembro, o número de hospitalizações era de pouco mais de 58 para cada 100 mil pessoas entre os não vacinados, em comparação com pouco menos de 5 entre os pacientes com esquema vacinal completo.

Em média, 18.500 pessoas com covid-19 dão entrada todos os dias em um hospital, segundo os Centros para Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês). No entanto, alguns podem estar no hospital por outros motivos e testar positivo para o coronavírus quando submetidos a um teste de detecção.

Mais de 50% da população da região Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS) terá contraído a variante Ômicron do coronavírus nos próximos dois meses, se o ritmo atual de transmissão se mantiver - advertiu a instituição, nesta terça-feira (11).

"Nesse ritmo (...), prevê-se que mais de 50% da população da região terá sido infectada com a variante Ômicron nas próximas seis, ou oito, semanas", disse o diretor da região Europa na OMS, Hans Kluge, em entrevista coletiva.

Kluge destacou que esta variante apresenta várias mutações "capazes de se fixarem mais facilmente nas células humanas" e afetar pessoas que já tiveram Covid-19 e estão vacinadas.

A região Europa da OMS é composta por 53 países e vai até a Ásia Central. Nesta área, foram registrados 7 milhões de novos casos de Covid-19 na primeira semana de 2022.

Segundo dados da OMS, desde 10 de janeiro, 26 países da região relataram que mais de 1% de sua população foi infectada a cada semana.

Kluge afirmou que essa transmissão "sem precedentes" do vírus se traduz em um aumento nas internações hospitalares, mas não no aumento da mortalidade.

A nova onda de contágios "é um desafio para os sistemas de saúde e para o atendimento de saúde em vários países onde a Ômicron se propaga em alta velocidade e ameaça sobrecarregar a situação em outros", lamentou.

"Há uma fração maior de casos assintomáticos, há uma fração menor de pessoas que precisam de internação e as taxas de mortalidade nos hospitais são menores", declarou Kluge, que destacou a eficácia das vacinas já aprovadas.

No entanto, a OMS também observou que atualmente é impossível qualificar o vírus como endêmico como é o caso da gripe.

"Ainda temos um vírus que evolui muito rapidamente e que apresenta novos desafios. Portanto, certamente não estamos a ponto de poder qualificá-lo como endêmico", afirmou a responsável pelas situações de emergência da OMS Europa, Catherine Smallwood.

"Esse vírus nos surpreendeu mais de uma vez", concluiu o diretor regional.

"O principal objetivo a ser alcançado para 2022 é estabilizar a pandemia", ressaltou.

Globalmente, a pandemia matou quase 5,5 milhões de pessoas, de acordo com um número compilado pela AFP a partir de fontes oficiais. O número real, porém, pode ser duas a três vezes maior, de acordo com a OMS.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou, nesta segunda-feira (10), a instabilidade nos sistemas do Ministério da Saúde. Desde que foi alvo de um ataque hacker, em dezembro, a plataforma que recebe dados epidemiológicos da Covid-19 de Estados de municípios não foi totalmente restabelecida. O 'apagão' ocorreu em meio ao avanço da variante ômicron no Brasil e do surto de influenza H3N2.

Nas redes sociais, o ministro disse que o assunto deve ser 'tratado como prioridade' e que a falta de dados consolidados sobre o avanço do novo coronavírus 'inviabiliza' o enfrentamento da pandemia.

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"O restabelecimento dos sistemas de atualização dos boletins epidemiológicos deve ser tratado como prioridade. Há semanas os Estados e Municípios enfrentam dificuldades em informar os casos de contaminação e de internação. O #ApagaoNaSaude inviabiliza o enfrentamento da pandemia", escreveu.

A invasão aos sistemas do Ministério da Saúde completa um mês nesta segunda. O ataque hacker atingiu plataformas como e-SUS Notifica, Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI ) e ConecteSUS, que fornece o comprovante de vacinação.

Embora tenham voltado a operar, alguns sistemas permanecem instáveis, o que tem dificultado o abastecimento e a consulta de informações. O crime cibernético está sendo investigado pela Polícia Federal.

Com o avanço da variante Ômicron, a Associação Brasileira dos Lojistas (Ablos) vai pedir aos shoppings a redução do horário de funcionamento.

Porta-vozes da entidade disseram à Folha de S.Paulo que mais detalhes serão divulgados em breve. A ideia inicial é reduzir o atendimento para apenas um turno.

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A medida vista ajudar os lojistas a lidarem com a falta de funcionários que estão afastados de seus serviços após contraírem a Covid-19 ou Influenza. Em nota, a Ablos informou que antes de se manifestar à imprensa vai checar ao longo da semana o aumento de atestados por Covid-19 e Influenza entre os funcionários do setor.

O CEO da Pfizer, Albert Bourla, anunciou nesta segunda-feira (10) que a vacina contra a variante Ômicron do novo coronavírus estará pronta em março e que a empresa já começou a produzir as doses.

Em entrevista para a CNBC, o executivo disse que o imunizante também servirá para outras variantes em circulação, embora ainda não esteja claro se a Ômicron, que carrega dezenas de mutações na proteína spike do Sars-CoV-2, vai exigir uma fórmula específica.

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Ainda assim, Bourla afirmou que a Pfizer terá doses prontas caso seja necessário. "A vacina estará pronta em março. Já estamos começando a produzir uma certa quantidade sob nosso risco", declarou o CEO da farmacêutica americana.

"A esperança é de que vamos conseguir algo que vai ter uma proteção muito, muito melhor contra infecções, porque a proteção contra hospitalizações e casos graves já é razoável com as vacinas atuais, contanto que você esteja tendo, digamos, a terceira dose", acrescentou Bourla.

Países como Brasil, Estados Unidos e os membros da União Europeia já usam o imunizante da Pfizer, desenvolvido em parceria com o laboratório alemão Biontech, para o reforço da vacinação, independentemente de qual tenha sido a fórmula utilizada no primeiro ciclo. 

Da Ansa

A China registrou mais casos da variante Ômicron da Covid-19 nesta segunda-feira (10), enquanto as autoridades permanecem em alerta para surtos nas principais cidades do país, a poucas semanas dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim.

As autoridades já lutaram contra vários surtos, incluindo na cidade de Xi'an, onde 13 milhões de moradores estão em sua terceira semana de confinamento.

Também é preocupante a situação em Tianjin (norte), onde as infecções estão relacionadas com dois casos de ômicron notificados nesta segunda-feira na cidade de Anyang, a cerca de 400 quilômetros de distância.

"O público não deve sair de Tianjin, a menos que seja essencial fazer isso", disseram autoridades municipais em um comunicado divulgado no domingo (9), acrescentando que, quem tiver de se deslocar, precisará de uma autorização oficial.

Escolas e campi universitários foram fechados, e os trens entre Tianjin e Pequim, cancelados. Bloqueios de estradas também foram instalados para veículos que entram na capital.

Tianjin já ordenou que seus 14 milhões de habitantes sejam testados para Covid-19. Outros 21 casos foram registrados na cidade nesta segunda-feira, embora a variante do vírus não tenha sido confirmada.

A China está tentando conter qualquer surto antes dos Jogos Olímpicos de Inverno, que acontecem em Pequim de 4 a 20 de fevereiro.

O número oficial de casos de covid-19, subestimado, ultrapassou a marca dos 300 milhões nesta sexta-feira (7), no momento em que todos os países lutam contra a disseminação da variante ômicron e ampliam suas campanhas de vacinação.

De acordo com cálculos da AFP com base em balanços oficiais, pelo menos 300.042.439 casos de infecção foram diagnosticados desde que o escritório da OMS na China registrou o aparecimento da doença no final de dezembro de 2019.

O mundo, onde os casos aumentaram desde meados de dezembro, duas semanas após a descoberta da variante ômicron em Botswana e na África do Sul, enfrenta atualmente uma quarta onda com recordes de contaminações.

O aumento da contaminação por enquanto não é acompanhado por um aumento global de mortes.

Nos Estados Unidos, a Suprema Corte ouviu nesta sexta-feira as contestações à tentativa do presidente Joe Biden de obrigar milhões de trabalhadores no país a serem vacinados contra a covid-19 para impedir a propagação da pandemia.

“Esta é uma pandemia na qual quase um milhão de pessoas morreram”, lembrou a juíza Elena Kagan.

“É de longe o maior perigo para a saúde pública que este país enfrentou no último século. E esta é a política que mais visa impedir tudo isso”, acrescentou.

Scott Keller, um ex-procurador-geral do Texas que representa associações empresariais, disse que a regra que exige que os funcionários de empresas com mais de 100 pessoas sejam vacinados levaria muitos trabalhadores a pedir demissão.

“Isso causaria o deslocamento permanente de trabalhadores, o que afetaria nossa economia nacional”, disse Keller.

Depois de meses de apelos públicos a pessoas que estão hesitantes ou relutantes em tomar as injeções, Biden aumentou a pressão em setembro.

"Temos sido pacientes, mas nossa paciência está se esgotando", disse ele.

O presidente democrata tornou a vacinação obrigatória para empresas com 100 ou mais funcionários e para trabalhadores de saúde em instituições que recebem fundos federais.

- Vacinação em massa na Bolívia -

A nova variante também causa estragos na América Latina. O Ministro da Saúde da Bolívia confirmou a presença da ômicron no país, cujos cidadãos comparecem em massa para receber a vacina, indispensável para o acesso a repartições públicas e privadas.

O Peru atrasou o início de sua liga de futebol devido a surtos registrados em diferentes clubes, e o México cancelou dezenas de voos depois que 87 pilotos testaram positivo para a covid.

Na Alemanha, diante da variante ômicron, o acesso a restaurantes e cafés voltará a ser restrito, mas os períodos de quarentena serão flexibilizados para evitar uma possível paralisação do país, anunciou o chanceler Olaf Scholz.

Ao mais tardar até 15 de janeiro, os clientes de restaurantes, cafés e bares deverão, além do certificado de vacinação ou cura, apresentar um teste negativo feito no dia. Aqueles que já receberam a terceira dose não precisarão fazer o teste.

Na Áustria, o chefe de governo, Karl Nehammer, testou positivo para covid-19, apesar das três doses da vacina, mas não desenvolveu sintomas, anunciou o Ministério das Relações Exteriores.

Na França, o presidente Emmanuel Macron reafirmou "plenamente" suas polêmicas declarações de terça-feira sobre os não vacinados, a quem quer "irritar", em entrevista coletiva no Eliseu com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

- Grande festival hindu -

Na Índia, um tribunal rejeitou o pedido de cancelamento de um grande festival hindu, apesar do temor de que a multidão pudesse espalhar a epidemia, em um país marcado pelo aumento de casos devido à variante ômicron.

Centenas de milhares de pessoas se reunirão na confluência do Ganges e da Baía de Bengala a partir de sábado, durante o festival Gangasagar Mela, para se banhar por ocasião do Makar Sankranti, o dia sagrado do calendário hindu.

Um médico de Calcutá pediu uma ordem judicial para proibir o festival devido à situação sanitária.

O número de novos casos ultrapassou 100.000 nesta sexta-feira e as autoridades em várias grandes cidades impuseram restrições para retardar a propagação do vírus.

Na Austrália, o tenista sérvio Novak Djokovic passou a sexta-feira, dia do Natal ortodoxo, confinado em Melbourne. O número um do mundo, que não foi vacinado, ficou retido após o cancelamento do seu visto na madrugada desta quinta-feira, por não cumprir as rígidas condições de entrada em território australiano devido à pandemia.

Djokovic não será deportado antes de segunda-feira, após uma nova audiência com um juiz de Melbourne.

burs-mm/fjb/eg/pc/jc/lb

Diante da falta dos dados que são usados para análise da evolução da pandemia, o Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu nesta sexta-feira (7) um boletim extraordinário com um único indicador: a taxa de ocupação de leitos de UTI destinados a adultos com Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS). Para os pesquisadores, o momento atual, com o crescimento rápido de casos da variante Ômicron, desenha um novo cenário epidemiológico.

Em comparação com os registros obtidos em 20 de dezembro de 2021, os dados relativos a 5 de janeiro de 2022 mostram aumento relevante no número de pacientes internados nesses leitos.

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Comparações desse indicador entre unidades federativas e por unidade federativa no decorrer do tempo mostram-se mais complexas. Entre os Estados, destacam-se Tocantins (23% para 62% de ocupação) e Piauí (47% para 52%). Nas capitais, chamam a atenção as taxas críticas observadas em Fortaleza (85%), Maceió (85%) e Goiânia (97%), e as taxas na zona de alerta intermediário em Palmas (66%), Salvador (62%) e Belo Horizonte (73%). Também há um "estranhamento" diante das taxas do Estado do Rio de Janeiro e de sua capital, que se mantêm relativamente estáveis e em níveis muito inferiores àqueles observados nas demais unidades federativas.

A análise destaca ainda a necessidade de acesso, transparência e divulgação das bases de dados e informações para produção de evidências que permitam, por exemplo, indicar o isolamento de pessoas infectadas, restringir contatos e apontar tendências da pandemia, por meio de alertas precoces.

O boletim destaca que, além da nova variante Ômicron, caracterizada até o momento pela alta taxa de transmissão e baixa letalidade e que vem rapidamente se disseminando no País, o cenário atual conta com uma epidemia de influenza pelo vírus H3N2. Os pesquisadores do Observatório Covid-19 Fiocruz, responsáveis pelo boletim, observam que a maior circulação de pessoas e a realização de eventos com aglomeração durante o fim de 2021 contribuem para impactar negativamente a dinâmica da pandemia e a capacidade de enfrentamento, com impactos sobre a saúde da população e o sistema de saúde.

"O enfrentamento de uma pandemia sem os dados básicos e fundamentais pode ser comparado a dirigir um carro em um nevoeiro, com pouca visibilidade e sem saber o que se pode encontrar adiante. Além disso, vai na contramão de outros países, que passaram a produzir e disponibilizar dados de modo público e transparente para melhor compreender e enfrentar a dinâmica da covid-19", ressaltam.

Fundamental em todo período da crise e colapso da saúde em 2021, a taxa ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS é o único indicador disponível até o momento para a elaboração do boletim. Os indicadores de leitos abordam uma das etapas da infecção e evolução dos casos - a última e mais grave é o óbito, informação que não se encontra em função do "apagão" de dados.

Quatro Estados encontram-se na zona de alerta intermediário e 21 Estados e o Distrito Federal encontram-se fora da zona de alerta. Entre as capitais, três estão na zona de alerta crítico: Fortaleza (85%), Maceió (85%) e Goiânia (97%). Três estão na zona de alerta intermediário: Palmas (66%), Salvador (62%) e Belo Horizonte (73%). As demais, com taxas divulgadas, estão fora da zona de alerta: Porto Velho (44%), Rio Branco (10%), Manaus (34%), Macapá (40%), São Luís (30%), Natal (34%), João Pessoa (32%), Vitória (56%), Rio de Janeiro (2%), São Paulo (35%), Curitiba (46%), Florianópolis (42%), Porto Alegre (57%), Campo Grande (47%), Cuiabá (36%) e Brasília (57%).

Segundo os pesquisadores, as taxas observadas não são comparáveis àquelas verificadas no pior momento da pandemia, há quase um ano, considerando a redução no número de leitos destinados à Covid-19. Ainda é precoce, desta forma, afirmar que há uma nova pressão sobre os leitos de UTI, baseado apenas nos dados disponíveis e apresentados aqui. Entretanto, cabe manter a atenção sobre a evolução do indicador, alertam.

A explosão de casos de covid-19 e de pacientes com sintomas gripais tem levado a uma corrida por testes para detectar o coronavírus. Para quem procura os exames nas farmácias, as dificuldades de agendamento e a falta de estoque são os principais gargalos. Em dez unidades da região central de São Paulo das redes Droga Raia, Drogasil e Drogaria São Paulo consultadas pela reportagem nesta sexta-feira, 7, só há possibilidade de agendamento para a próxima quarta, 12. Na rede pública, prefeitos já cobram o governo federal o envio de mais kits com receio de desabastecimento.

Dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) apontam que 283,8 mil testagens foram feitas entre 27 de dezembro e 2 de janeiro: 50% superior ao de 20 a 26 de dezembro. Já o volume de resultados positivos para covid pulou de 22,3 mil (11,8% do total) para 94,5 mil (33,3%). A dificuldade de atendimento no SUS, segundo representantes do setor, também pressiona ainda mais a rede privada. A epidemia de influenza (gripe) em vários Estados e o espalhamento da variante Ômicron do coronavírus, mais contagiosa, são os principais motivos para a aceleração da procura.

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"O problema principal hoje é o estoque", diz o CEO da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto. Isso porque, explica, os testes rápidos atingiram o pico por volta de maio do ano passado, quando 380 mil eram comercializados em um período de uma semana. Depois, contudo, a média foi caindo significativamente. "À medida que as pessoas foram se vacinando, a demanda foi baixando. A gente chegou a 90 mil, 100 mil testes por semana por volta de novembro. É óbvio que os sistemas das empresas vão se adaptando", conta Barreto.

"Só que a partir da segunda semana de dezembro isso começou a acelerar de uma hora para outra. Na última semana de dezembro, subiu para 280 mil testes", acrescenta ele. Além da demanda, o recesso de empresas de fornecedoras nesta época do ano e o baixo estoque nas farmácias complicam ainda mais o cenário. Agora, diz Barreto, não dá para prever o que acontecerá nas próximas semanas, até por não se saber qual será o comportamento da curva de contaminação. Mas a expectativa é que os pedidos de insumos que começaram a ser feitos com o aumento repentino da demanda comecem a chegar às farmácias e ajudem a normalizar a situação.

A Droga Raia e a Drogasil informaram, em nota, que "os testes de covid têm se esgotado rapidamente devido à alta demanda da população". Disseram ainda trabalhar para repor os estoques na próxima semana. Já a Drogaria São Paulo afirmou que, "como a procura aumenta a cada dia, os horários de agendamento rapidamente se esgotam". Acrescentou ainda se esforçar para atender a toda a demanda.

"Na semana entre Natal e ano-novo foi uma explosão de testes. Agora virou uma loucura", conta Marcelo Borges, proprietário e diretor técnico do laboratório Ourilab, no interior de São Paulo. Segundo ele, a demanda aumentou cerca de 300% na empresa, enquanto a porcentagem de testes positivos está por volta de 30%.

Borges explica que enquanto na passagem entre 2020 e 2021 também houve explosão na procura, os meses do meio do ano passado registraram "queda muito grande", o que fez com que o laboratório inclusive perdesse insumos. Isso porque, acrescenta, essa matéria-prima costuma ter vencimento muito curto, de cerca de dois meses, o que dificulta que os laboratórios façam estoques robustos para realização de testes de antígeno (o mais rápido), PCR (o molecular, considerado mais preciso), entre outros.

"Até baseados na experiência do ano passado, abastecemos, mas o estoque de testes de covid está se esgotando muito rápido. Nossa estimativa é de que deve durar mais uns cinco dias, se seguir no ritmo atual", diz o dono do laboratório. Os testes de influenza (gripe), explica, se esgotaram ao longo desta semana. "Acreditamos que os fornecedores de insumos não acreditaram tanto no aumento da demanda."

Diante do fato de os testes de influenza serem mais caros, representantes de laboratórios ouvidos pelo Estadão apontaram que, por mais que isso não seja o recomendado, pacientes com sintomas gripais têm preferido realizar só os exames de covid. Quando o resultado dá negativo, explicam, eles presumem que é gripe.

Fornecedora de insumos para diagnósticos in vitro, a Vyttra Diagnósticos informou que a busca pelo combo que testa para covid e influenza de uma só vez saltou 14.864% de novembro para dezembro. Segundo a empresa, ainda não há falta de produtos em estoque, mas há um pico na demanda desde dezembro que, estima, irá continuar enquanto o Brasil estiver "sob a onda da variante Ômicron".

"Verificamos que a Ômicron se tornou a variante predominante em nossas amostras, sendo responsável por mais de 94% dos casos de covid nos nossos testes, sendo que nos últimos sequenciamentos que fizemos, tivemos 100% de Ômicron", aponta David Schlesinger, CEO da Mendelics, empresa que produz testes e diz não necessitar de importações para seus produtos. Na 1ª semana de dezembro, a taxa de casos de positivos na Mendelics estava perto de 3%. Agora, está em torno de 23%.

Prefeito que lidera consórcio vê risco de desabastecimento

O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), afirmou nesta quinta-feira, 6, ver risco de desabastecimento de testes de covid diante da escalada de infectados no País. Loureiro preside a Conectar, consórcio que reúne mais 2 mil administrações municipais. O grupo também pediu reforço na entrega de remédios para covid e influenza.

"Vai faltar teste daqui a pouco, com esse aumento da demanda que está tendo [...] O governo federal, que lidera a política nacional, precisa agir rapidamente. Além da taxa de transmissão da covid, que está crescendo de forma gigantesca, temos a questão da Influenza. Quem tem sintomas, faz teste de covid também", disse Loureiro ao Estadão/Broadcast Político.

Loureiro cita que, na capital catarinense, as três Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade têm média de 800 atendimentos por dia. Na última segunda, 3, o número passou das 3,5 mil. "Na onda (de covid) que teve em março, o problema era de leitos de UTI e mortes. Em que pese a Ômicron ser menos agressiva ao corpo, esses sintomas fracos fazem com que, mesmo que você não seja internado, vá para as emergências. Os prefeitos estão sofrendo com a superlotação. A gente está vivendo colapso das unidades básicas de saúde, emergências de hospitais."

Além do aumento na quantidade de testes os prefeitos do Consórcio Conectar pedem, no ofício enviado ao Ministério da Saúde, ajuda na montagem de estrutura para aplicação dos exames. "Peguei ginásios, caminhões itinerantes para fazer a testagem, mas tem município que não consegue fazer isso. É necessário dar suporte para todos os municípios e testar todo mundo, tanto os sintomáticos quanto os assintomáticos", relata Loureiro.

Secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes afirma que o acesso dos gestores aos exames ficou mais fácil, com maior produção de kits e a oferta de produtos a preço mais baixo. A estrutura dos governos locais para abrir pontos de testagem, entretanto, é limitada. "Há dificuldade financeira de Estados e municípios abrirem rapidamente grandes quantidades de pontos de testagem, em virtude de que existe uma complexidade logística", explicou Fernandes. A ampliação da testagem na rede pública, portanto, envolveria medidas como a contratação de equipamentos de proteção individual e de uma maior quantidade de profissionais para administrar os testes, afirma o gestor capixaba.

Nesta sexta, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que, se for necessário ampliar a oferta de testes, a pasta vai fazer isso. O governo federal promete distribuir 6 milhões de kits de diagnóstico aos municípios na próxima semana. Para o mês de janeiro, a previsão total de entrega é de 30 milhões de unidades.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) detectou, nesta sexta-feira (07), a circulação da variante Ômicron da Covid-19 em território pernambucano. A confirmação veio a partir da análise feita pelo Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz PE) de material biológico de pacientes confirmados para a doença. Ao todo, de 80 amostras, coletadas do final de novembro até dezembro, em 21 delas (26%) foi detectada a linhagem Ômicron. Os pacientes, que realizaram testagem entre 15 e 31 de dezembro, são da Região Metropolitana do Recife (RMR), Agreste e Sertão do São Francisco, além de Fernando de Noronha. Não há registro de óbito pela nova linhagem da Covid-19 no estado. Nas outras 59 (73%) amostras foi detectada a Delta.

"A introdução desta variante nos traz uma preocupação adicional por conta do seu maior potencial de contaminação. É preciso, então, que todos tenham consciência que a Covid-19 ainda é uma ameaça e que nossa principal aliada para a proteção da vida são as vacinas. Contra a Ômicron, ter apenas 1 dose é o mesmo que estar desprotegido. Precisamos de ao menos 2 doses, mas ainda temos mais de 500 mil pessoas com esta 2ª dose em atraso, e, portanto, com risco agravado de contrair a forma grave da Covid-19", disse o secretário estadual de Saúde, André Longo.

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O gestor reforçou a importância da dose de reforço, principalmente em idosos e pessoas com doenças pré-existentes. "Alguns meses após as duas primeiras doses, há uma queda de nível dos anticorpos e, assim, a proteção fica prejudicada. Esta terceira dose vem para proporcionar o aumento da quantidade de anticorpos no organismo, aumentando a proteção e reduzindo a chance de cada pessoa se infectar ou se reinfectar. Aqui em Pernambuco, 40% dos idosos que tomaram as duas primeiras doses ainda precisam tomar esta dose de reforço para ter uma proteção mais robusta contra a variante Ômicron. As vacinas são seguras, eficazes e evitam mortes", frisou Longo, lembrando que os imunossuprimidos graves têm o esquema básico com três doses mais uma de reforço. 

Os casos de Ômicron foram registrados em pessoas do Recife (14) e Jaboatão dos Guararapes (1), na RMR; Caruaru (1), Frei Miguelinho (1) e Garanhuns (1), no Agreste; Lagoa Grande (1) e Petrolina (1), no Sertão do São Francisco; e Fernando de Noronha (1). Os pacientes tinham entre 1 e 67 anos. As faixas etárias são: 0 a 9 (3), 20 a 29 (3), 30 a 39 (4), 40 a 49 (6), 50 a 59 (2) e 60 e mais (3). De acordo com análises de sistemas de informação, apenas um caso (homem, 67 anos, de Lagoa Grande, vacinado com duas doses) precisou de internação em leito de enfermaria, mas já recebeu alta. 

Influenza - O secretário André Longo também lembrou que, atualmente, além do vírus da Covid-19, está ocorrendo a circulação da influenza, principalmente o subtipo A (H3N2). "A introdução da Ômicron, em meio a esta epidemia de influenza, é uma situação que só reforça a necessidade do cuidado individual. O reforço no uso da máscara, na lavagem das mãos e a atitude de evitar aglomerações são ações que salvam vidas. Além disso, se você tiver qualquer sintoma de gripe, procure fazer o teste da Covid-19 e, fundamentalmente, faça o autoisolamento e use a máscara, mesmo dentro de casa. A atitude de cada um de nós será determinante para reduzir a circulação da Ômicron em Pernambuco", finalizou.

Com informações da assessoria.

Embarcações que precisam mudar de destino, passageiros em isolamento. A variante Ômicron castiga novamente o setor dos cruzeiros, apesar de seus responsáveis destacarem a baixa porcentagem de viajantes afetados, em sua maioria assintomáticos.

As "bolhas sanitárias" (vacinação obrigatória, testes múltiplos) impostas aos navios quando as viagens foram retomadas na primavera boreal de 2021 não foram suficientes para conter a pandemia.

Em Hong Kong, o cruzeiro "Spectrum of the Seas" da Real Carribean, foi obrigado na quarta-feira a retornar ao porto mais cedo, ao detectar nove casos de covid entre seus 3.700 passageiros.

Na Itália, ao menos 45 viajantes dos 4.813 que navegavam no "Grandiosa", da companhia MSC, foram colocados em quarentena no porto de Gênova; na Espanha, 3.000 passageiros do "AIDAnova" desembarcaram em Lisboa em vez de Canárias depois da detecção de 68 casos positivos.

No Brasil, as próprias empresas de cruzeiros decidiram suspender as travessias até 21 de janeiro, devido a "divergências" com as autoridades de saúde sobre a aplicação dos protocolos anticovid definidos há dois meses.

Nos Estados Unidos, as autoridades sanitárias (CDC) aumentaram o limite de alerta e recomendam evitar os cruzeiros, inclusive para pessoas vacinadas.

"Os casos detectados nos cruzeiros representam apenas uma pequena minoria da população total a bordo e a maioria desses casos é assintomática ou de natureza benigna, representando uma carga mínima ou nula para os serviços médicos a bordo ou em terra", afirmou em nota a associação internacional de cruzeiros, que se declarou "perplexa" com as recomendações da CDE.

"O que aprendemos com essa pandemia é que nada é 100% à prova do vírus, nada", afirmou à AFP um executivo de uma grande companhia mundial que deseja permanecer no anonimato.

A ômicron trouxe outro duro golpe para um mercado que, em 2019, representava 49 bilhões de dólares e que viu sua atividade completamente paralisada durante um ano a partir de março de 2020, segundo o estudo de Roland Berger.

A variante Ômicron do coronavírus continua a se espalhar como um incêndio em todo o mundo, causando um número recorde de novas infecções diárias que forçam confinamentos e decretos para novas restrições às vésperas de a pandemia completar dois anos.

Na quarta-feira, os Estados Unidos, o país com mais mortes por Covid-19 no mundo - pelo menos 832.000 - registrou cerca de 600.000 novos casos.

Esses números levaram ao adiamento da cerimônia de premiação do prestigioso Grammy Music Awards, marcado para 31 de janeiro, enquanto o Festival de Cinema de Sundance, agendado para 20 a 30 de janeiro em Utah, será realizado online.

Na América Latina, o Peru, país com maior taxa de mortalidade por covid-19 do mundo (612 mortes por 100.000 habitantes em um país de 33 milhões de habitantes), registrou 8.687 novos casos confirmados em 24 horas na quarta-feira, o maior número em oito meses. O governo reduziu a lotação em espaços fechados e estendeu o toque de recolher noturno para tentar conter essa nova onda.

Na Bolívia, mais de 10.000 novas infecções foram registradas na quarta-feira, um recorde desde o início da pandemia, e as autoridades estão especialmente preocupadas com a situação na cidade de Santa Cruz, o epicentro das infecções, onde se teme que a situação cresça fora de controle.

Carlos Hurtado, diretor de Epidemiologia do Serviço de Saúde do Governo Regional, explicou que "pelo terceiro dia da história (da pandemia) ultrapassamos 50% de positividade, ou seja, dos 100 exames realizados, 51 deram positivo".

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu que acima de 50% de positivos a situação não está mais sob controle.

- Grávida perde bebê na porta do hospital -

Em todo o mundo, o coronavírus causou pelo menos 5,4 milhões de mortes e quase 300 milhões de casos. A ômicron é muito mais contagiosa do que as variantes anteriores, mas não está causando um aumento na mortalidade, de acordo com dados oficiais.

Na China, entretanto, onde os primeiros casos de covid-19 foram registrados no final de 2019, a estratégia das autoridades permanece "zero covid" e as novas restrições são rígidas.

Hong Kong, onde foram registradas cem casos de ômicron, fechará suas fronteiras a partir de sábado por duas semanas para viajantes de oito países, incluindo os Estados Unidos.

A vizinha Macau fará o mesmo a partir de domingo, para todos os viajantes internacionais.

A China praticamente erradicou as infecções graças às suas medidas drásticas, que incluem severos bloqueios e quarentenas, testes diagnósticos massivos e fechamento de fronteiras.

Segundo dados oficiais, o país registrou apenas 103.121 casos desde o início da pandemia. Mas os pequenos surtos detectados preocupam as autoridades às vésperas das Olimpíadas de Inverno de Pequim, que serão realizadas de 4 a 20 de fevereiro.

Na cidade de Xi'an, no norte, onde os 13 milhões de habitantes estão confinados há duas semanas, uma grávida de oito meses perdeu o bebê após um hospital lhe negar atendimento por duas horas porque ela não tinha um teste negativo para covid recente, de acordo com uma postagem nas redes sociais. Uma fotografia da mulher, sentada em um banquinho e cercada por uma poça de sangue, circula por todo o mundo.

A AFP não conseguiu verificar esta postagem, que foi apagada, mas a prefeitura de Xi'an anunciou a suspensão do diretor do hospital e outros funcionários e a abertura de uma investigação para eventos "que causaram grande preocupação e impacto negativo na sociedade”, de acordo com o texto divulgado pelas autoridades municipais.

Na França, onde foi registrado o número recorde de 332.252 novas infecções nesta quarta-feira, os deputados aprovaram um projeto de lei sobre o passaporte de vacinação, que será necessário para entrar em cinemas, bares e determinados transportes, por exemplo.

Na Itália, a vacinação se tornou obrigatória para maiores de 50 anos, ou seja, metade da população.

- Djokovic será deportado da Austrália? -

A situação de saúde também está impactando o Aberto de Tênis da Austrália. A realização da competição não está em questão, mas pode não ter o número um do mundo Novak Djokovic.

O jogador sérvio, que se opõe à vacinação obrigatória, obteve autorização médica para participar do torneio. Mas essa decisão provocou uma enxurrada de críticas na Austrália, país que sempre manteve medidas muito rígidas de combate à pandemia.

Djokovic foi bloqueado pelas autoridades de imigração ao chegar em Melbourne devido, oficialmente, a um erro administrativo em seu visto de entrada.

O jogador conseguiu adiar sua deportação do país na manhã desta quinta-feira, mas não está claro por enquanto se ele finalmente poderá entrar oficialmente na Austrália e jogar o torneio. O presidente sérvio acusou a Austrália de "maus tratos".

burs-bl/es/jc

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