Tópicos | primeira infância

O que fez a sociedade ser tão agressiva? Porque a violência não dá mais espaço para o diálogo? As causas estão atreladas a uma série de fatores sociais, mas, sem dúvida, também se relacionam em como a primeira infância foi negligenciada nas gerações anteriores. Uma das referências no estudo da criança no Brasil, o pós-doutor e especialista em Neuropsicologia e Psicologia Cognitivo-Comportamental, Hugo Monteiro, apontou que os pais podem despertar sentimentos negativos nos filhos quando adotam práticas normalizadas no passado.

A aproximação com filhos pequenos na pandemia atraiu os pais à Educação Positiva, que se apresentou como uma saída consciente e afetiva à educação violenta. Baseado na parentalidade focada nos pontos positivos da criança, o processo educativo incentiva os elogios, a calma, a compreensão e a paciência nas primeiras fases da vida para que os limites se estabeleçam sem provocar traumas.

##RECOMENDA##

Para a criação de filhos mais confiantes e empáticos no futuro, Hugo Monteiro ressalta que eles precisam ser positivados o tempo todo. A proposta é orientar ao invés de violentar física e psicologicamente.

"A criança que recebeu violência vai trazer violência de volta", traçou o estudioso, que também é professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e dirigente do Instituto Menino Miguel.

"Tudo tem que ser feito com calma e sem raiva, sem bater e sem impor [...] é importante que a criança sinta que o que vem do pai e da mãe é verdadeiro e quando vier algum limite, não venha com raiva", complementou ao pontuar sobre a importância da relação saudável.

O efeito reverso do "não"  

Situações do dia a dia como mandar engolir o choro e tentar conter a criança com força se opõem às indicações da psicologia positiva. Insistir na palavra "não" também pode ressoar como um contraestímulo e causar o efeito reverso: “se você quer que a criança pare de morder e você diz 'não morda', esse comando vai ser entendido pela criança como um reforço que intensifica o morder", descreveu o professor.

O "não" deve ser usado sem constranger a criança e, por mais que seja difícil de deixar de usar na prática, é importante tentar colocá-lo em um sentido mais afetivo, em um tom acolhedor.

O grito não educa

Alguns reflexos da educação violenta são observados ainda na infância, como o choro e o medo excessivo, a facilidade em se irritar e a menor sociabilidade. Outros sinais mais característicos também são comuns, a exemplo da criança que convive em um ambiente de gritaria ter o hábito de colocar a mão no ouvido. "Toda educação com grito é uma deseducação", aponta Hugo Monteiro.

Ele explica que o grito acaba sendo entendido como 'uma pancada' quando é transmitido para o sistema nervoso central. "A educação que grita é uma educação que atrapalha, uma educação que fecha o diálogo", orienta.

Castigo pode atrapalhar

Para não recorrer à palmada, alguns pais optam pelo castigo. Hugo Monteiro sugere que o recurso até pode ser usado, mas não é a saída para o problema da falta de limites estabelecidos.

"Castigo é sempre ruim”, considerou. “A criança vai entender que toda vez que ela errar, ela vai mentir para você. Os pais que castigam os filhos é quase como se eles estivessem dizendo: na adolescência você não vai me dizer a verdade", afirmou o professor.

Mas como a criança pode entender que fazer determinada coisa é proibido? Hugo Monteiro coloca a educação como uma construção diária, em que o aprendizado precisa ser consistente. Essa construção passa pelos limites colocados pelos pais, mas que eles também precisam abrir concessões para entender os filhos e garantir que obtenham autonomia.

Por exemplo, a criança que risca todas as paredes da casa e recebeuma palmada na mão vai continuar com vontade de riscar. "Ele precisa desenvolver essa habilidade, mas se eu deixar uma parede dentro da minha casa para que ele faça só isso, ele vai saber que ele tem aquele lugar para fazer isso”, concluiu Monteiro.

Mês da Primeira Infância

Em julho deste ano, a Presidência sancionou a Lei 14.617, que oficializou agosto como o Mês da Primeira Infância. A intenção é promover ações de conscientização sobre a atenção integral às gestantes e às crianças de até 6 anos de idade e a suas famílias.

Fotos: Pixabay

No Córrego do Deodato, Zona Norte do Recife, moradores aguardam há 15 anos pela construção de uma creche que atenda as crianças de 0 a 3 anos da comunidade. Para a construção da unidade de ensino, uma casa foi desapropriada pela prefeitura municipal em 2010. No entanto, o espaço que deveria ser de aprendizado, hoje é o reflexo do abandono do poder público.

Para a desapropriação do imóvel, cerca de R$ 120 mil foram pagos pelo Executivo Municipal. O Coletivo Fala Alto, que está à frente da luta pela construção da creche no local, diz que o espaço poderia abrigar cerca de 100 crianças com conforto e segurança. 

##RECOMENDA##

"Matrícula em creche é garantida pela nossa Constituição Federal, mas a Prefeitura do Recife nega este direito às crianças do Córrego do Deodato", aponta o coletivo. 

A falta da creche no Córrego do Deodato ocorre em contraposição à Lei de Diretrizes Básicas da Educação Nacional, que no artigo 29 estabelece a necessidade da educação infantil, na primeira etapa da educação básica, que tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança, até os cinco anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

O LeiaJá, que acompanha a luta dos moradores do Deodato desde o início do ano passado, cobrou mais uma vez uma posição da Prefeitura do Recife, que falou por meio de nota. "A Secretaria de Educação informa que já concluiu todos os projetos de engenharia e iniciou o processo de licitação. A pasta acrescenta que a previsão é iniciar as obras no final deste ano".

Situação da casa onde deveria funcionar a creche. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Em ano eleitoral, o LeiaJá procurou os cinco principais pré-candidatos ao Governo de Pernambuco para saber como problemas iguais a esse enfrentado pela comunidade do Deodato sejam sanados e não replicados em outras cidades pernambucanas, que também precisam da ampliação da rede de creches.

Confira as promessas

Marília Arraes (Solidariedade)

A deputada promete que, se eleita, entre as ações que irá adotar está a criação de uma regra de distribuição de recursos do ICMS para os municípios pernambucanos. Esses recursos devem ser direcionados levando em consideração o desempenho das cidades nas políticas de educação.

"Além disso, os municípios terão todo o apoio do Governo do Estado para criar e manter creches com boa qualidade de serviços. Nossa meta será garantir o atendimento a pelo menos 60% das crianças de 0 a 3 anos de idade com acesso a creches nos quatro anos de gestão", garantiu a pré-candidata.

Raquel Lyra (PSDB)

A ex-prefeita de Caruaru prometeu criar o "maior programa de investimento em educação infantil do Estado", com a criação de 60 mil novas vagas em parceria com os municípios. 

“É política pública de combate à desigualdade, garantindo cinco refeições por dia para as crianças, e é política pública para a mulher porque permite que, com sua criança na escola, a gente possa garantir a ela o direito de trabalhar e, com isso, resolvemos um problema da qualidade da educação em Pernambuco”, acrescenta a postulante.

Anderson Ferreira (PL)

O ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes afirmou que, primeiro, será preciso ser feito um conselho estadual para cuidar de políticas para a primeira infância. "Não adianta um pré-candidato sair por aí dizendo que, se eleito, vai dobrar ou triplicar os investimentos porque os recursos para o setor são municipais", destacou.

Para Anderson, esse é um tema delicado e descentralizado. "Mas entendemos que a Secretaria Estadual de Educação pode abrigar um conselho para discutir estratégias e transferir recursos, definindo um guarda-chuva de políticas efetivas, e é dessa forma que vamos tratar o tema. Vamos envolver a comunidade, entidades sem fins lucrativos, igrejas, projetos sociais. Podemos unir forças desde que haja um preparo prévio focado na entrega objetiva de resultados", salientou.

Danilo Cabral (PSB)

O socialista afirmou que, se eleito, irá ampliar o acesso à educação infantil, mas não deu mais detalhes. Se limitou a informar que irá ter recurso para a abertura de novas creches, intensificando a parceria com as cidades de Pernambuco "para garantir mais recursos, mais articulação e mais programas para ampliar o acesso das crianças às creches e à pré-escola".

Miguel Coelho (União Brasil)

O ex-prefeito de Petrolina assegurou que se conseguir se tornar governador irá abrir 44 mil vagas de creches no Estado em parceria com as prefeituras. 

“Nossa proposta é fazer de Pernambuco o estado amigo da criança. Vamos abrir 44 mil vagas de creche em 4 anos em parceria com as prefeituras para garantir o momento mais fundamental para a formação pedagógica da criança, que é a primeira infância”, asseguro.

Os efeitos da pandemia do novo coronavírus podem ser observados em diversos aspectos da sociedade. Um deles é o desenvolvimento cognitivo de crianças nos primeiros anos de vida, fase conhecida pelos especialistas como primeira infância, que vai dos 0 aos 6 anos de idade. A respeito do tema, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) promove, na próxima quarta-feira (27) às 10h, o debate virtual “Pandemia e Primeira Infância: Prioridades no Brasil”, pelo canal da instituição no YouTube.

A palestra será realizada pelo professor Naercio Menezes Filho, Titular da Cátedra Ruth Cardoso no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), e terá a mediação da pesquisadora Isabel Raposo. O tema ainda será debatido pelo diretor de Pesquisas Sociais (Dipes) da Fundaj, Luís Henrique Romani, e por Tatiane Almeida de Menezes, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

##RECOMENDA##

Durante o evento, o professor busca abordar a temática relacionando o nível socioeconômico e de saúde das crianças de diferentes camadas sociais com os possíveis problemas gerados, a curto e longo prazo, em suas vidas, devido à pandemia. "Esse tema é muito importante, pois a pandemia está afetando a todos, mas particularmente as crianças, que estão na fase de maior desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais. Problemas que afetam o desenvolvimento das crianças terão efeito durante toda a sua vida, afetando sua capacidade de aprendizado, trabalho e também a produtividade do país", destacou o pesquisador, segundo informações enviadas pela assessoria de imprensa.

Para Isabel Raposo, o tema é importante para compreender as diferentes realidades enfrentadas devido à crise sanitária. "Sabemos que toda a sociedade está sendo duramente afetada por esse problema, mas os pobres e as crianças são as populações que mais estão sofrendo. Adversidades na infância geram dificuldades de aprendizagem que se acumulam ao longo da vida", ela observa.

Moradores do Córrego do Deodato, no bairro de Água Fria, Zona Norte do Recife, lutam há 13 anos pela construção de uma creche para atender a primeira infância na comunidade. Uma casa, desapropriada pela Prefeitura do Recife em 2010, está abandonada, servindo como ponto de lixo, garagem e propiciando o consumo de drogas. 

A luta pela creche começou em 2008, no último mandato de João Paulo (PT) na Prefeitura do Recife, quando os moradores votaram para que fossem construídas uma escola e uma creche por meio do Orçamento Participativo. Depois de aprovadas as construções, a Escola Alda Romeu recebeu prioridade e foi inaugurada em 2010, no primeiro mandato de João da Costa (PT).

##RECOMENDA##

No entanto, mesmo com a casa - onde a creche deveria ser construída - desapropriada, o projeto não saiu do papel e atualmente o espaço, que fica ao lado da escola, segue sendo degradado pelo tempo e pelas pessoas. Fiação, janelas e tudo o que poderia ter sido levado e vendido não existem mais no local.

[@#galeria#@]

Em 2019, quando o Prefeito Geraldo Júlio (PSB) visitou a comunidade do Alto Santa Terezinha, que fica próxima ao Córrego do Deodato, para inaugurar a Upinha do Alto do Pascoal, integrantes do Coletivo Fala Alto - que estão na luta pela construção da creche - entregaram uma carta ao chefe do Executivo municipal, que se comprometeu em analisar a situação. Nada foi feito.

Na época, o LeiaJá perguntou ao prefeito sobre essa dificuldade enfrentada pelos moradores, mas Geraldo se limitou em responder que a creche Zacarias do Rego Maciel, no Alto Santa Terezinha, estava suprindo as necessidades de vagas para as crianças de até 3 anos. O então prefeito do Recife ainda reforçou: "é natural o pedido por creches, já que no Brasil inteiro existe uma carência muito grande de creches".

Segundo informado pela estudante de Direito e integrante do Coletivo Fala Alto, Carolina Barros, 24 anos, ao menos 600 crianças da comunidade estão sem creche. A falta da creche no Córrego do Deodato ocorre em contraposição à Lei de Diretrizes Básicas da Educação Nacional, que no artigo 29 estabelece a necessidade da educação infantil, na primeira etapa da educação básica, que tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança, até os cinco anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

[@#video#@]

Prefeitura se posicionou

Em resposta ao LeiaJá, a Secretaria de Educação do Recife informou que a prefeitura tem como prioridade a ampliação das vagas nas creches e atualmente 12 unidades de ensino estão em processo de construção e ampliação. 

Destas, cinco são creches, sendo duas em construção e três em ampliação, nos bairros Santo Amaro, Coelhos, Coque e Jordão Alto.

Com relação ao Córrego do Deodato, a Secretaria de Educação informa que está "realizando uma avaliação estrutural do prédio para verificar a possibilidade de recuperação e com previsão de conclusão no final do mês de março. A pasta pontua também que está no seu planejamento a implantação de uma nova creche, que irá contemplar a comunidade do bairro de Água Fria e região".

Em evento fechado à imprensa e realizado nesta quarta-feira (21) em sua sede, no Rio de Janeiro, a Petrobras lançou a Iniciativa Petrobras para a Primeira Infância, cujo objetivo é promover o desenvolvimento de crianças até seis anos de idade. Com essa finalidade, a companhia vai investir R$ 20 milhões nos próximos três anos em ações que resultem na melhoria da qualidade do ensino na pré-escola, no Centro de Referência de Assistência Social e nas organizações da sociedade civil (OSCs) que já atuam na primeira infância.

Essas ações envolvem capacitação para profissionais da rede pública de assistência social e ensino; formação para organizações da sociedade civil que atuam na proteção de crianças; palestras para gestantes, pais, responsáveis e tutores; grupos de cuidados sobre a prevenção da violência familiar; disseminação de informações sobre o tema para jornalistas e estudantes de comunicação; além de acompanhamento da implementação do Marco Legal da Primeira Infância. A informação é da assessoria de imprensa da Petrobras.

##RECOMENDA##

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, destacou a importância do estímulo à primeira infância para melhorar de forma significativa as oportunidades das crianças na vida adulta. “Evidências mostram claramente que crianças que receberam cuidados na primeira infância tiveram melhores oportunidades de vencerem na vida, de serem bons cidadãos e de terem renda mais elevada”, afirmou Castello Branco. Presente à cerimônia, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, salientou que “a política para a primeira infância é a mais importante para trabalhar, porque ela é transformadora”. Terra completou que o trabalho integrado nesta área pode render lições para o resto do Brasil.

Parcerias

Os projetos serão realizados por meio de parcerias entre a Petrobras e instituições de referência, entre as quais se destacam a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getulio Vargas  e a Associação Nacional de Direitos da Infância. Será celebrado também termo de cooperação da Petrobras com a universidade norte-americana ‘Rice University’, de Houston, Texas, que irá auxiliar na avaliação de impacto das iniciativas.

Ainda na solenidade, a Petrobras formalizou sua adesão à Rede Nacional Primeira Infância, que congrega organizações que atuam na promoção e garantia dos direitos da primeira infância.

Resultados

Os resultados dos projetos no longo prazo serão documentados por meio do monitoramento de indicadores e ferramentas de avaliação de impacto. Nesta fase inicial, serão implantadas ações em quatro cidades. O número de municípios atendidos pela iniciativa aumentará para 11 nos próximos três anos. De acordo com a Petrobras, a seleção de cidades que participarão do programa leva em conta o fato de ser município da área de influência das operações da Petrobras, ter Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família, ter aderido ao Programa Criança Feliz, ter o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e ter OSCs com atuação regional em assistência social direcionada à primeira infância.

A ideia é que o modelo possa ser replicado em outras localidades, a partir dos primeiros aprendizados alcançados. Segundo a Petrobras, o programa se baseia em pesquisas coordenadas pelo Prêmio Nobel de Economia James Heckman, que comprovam que a melhoria da qualidade do desenvolvimento da primeira infância tem possibilidade de gerar resultados econômicos e sociais sustentáveis no tempo.

 

Escolher a primeira escola do filho nem sempre é uma tarefa fácil. Até porque, o colégio é o primeiro ambiente que a criança vai passar horas longe dos pais e do convívio familiar. São coleguinhas, professores, brinquedos e espaços totalmente novos. Devido a tantas descobertas, normalmente, o primeiro dia de aula da criança é marcado por choro - dos filhos - e insegurança dos responsáveis.

Os responsáveis precisam pesquisar, avaliar e elencar aspectos importantes para uma escolha mais assertiva. Durante esse desafio, vários fatores devem ser considerados pelos pais de ‘primeira viagem’, como a abordagem metodológica, estrutura física, socialização, tradição e a experiência vivida por eles.

##RECOMENDA##

O casal Nathália e Fernando Vita, pais do pequeno Davi, de um ano e nove meses, está passando por esse processo. Para o engenheiro Fernando, o que foi levado em consideração foi a experiência vivida na escola em que estudou, porém, sua esposa foi bem além. “Quando pensei em colégio recorri ao que frequentei, mas Nathália observou nuances que nunca tinha imaginado”, contou.

De acordo com a advogada Nathália, a procura iniciou, praticamente, seis meses antes e para tomar a decisão, ela visitou quatro escolas diferentes. “É um momento delicado! Temos que começara a pesquisar o quanto antes porque há poucas vagas e a demanda é grande”, lembrou.

“Para começar, busquei, primeiramente, as indicações dos amigos e conhecidos. Afinal, a melhor orientação é de quem vive a experiência da escola. Então, sempre quando via uma criança coma a farda de algum colégio, perguntava a opinião dos responsáveis e foi com isso que escolhi as escolas”, disse.

Mesmo depois de ‘garimpar’ as indicações, a mãe de Davi se deparou com várias dúvidas e a indecisão, que resultaram em mais critérios para a seleção. “Quando visitei os espaços, observei a localização, a proposta pedagógica e, principalmente, se o meu filho iria se sentir à vontade, uma vez que este último ponto é muito importante para uma boa adaptação e a sua socialização. Por isso, sempre o levava comigo”, considerou.

Para Nathálaia, a escolha foi difícil porque a ideia era encontrar uma escola que fosse a extensão da educação do filho. “Quero que ele aprenda brincando, que seja uma experiência única e que ele goste de ir ao colégio, como eu gostava, Tive muito cuidado porque Davi também tem algumas restrições alimentares e o lanche coletivo não poderia ‘segregar’ por essa especificidade dele”, falou.

A analista de acomunicação Ericka Farias (foto à direita) está planejando colocar a filha Maitê na escola apenas em 2018, mas já começou a pesquisar. A antecipação da procura se deu devido à quantidade mínima de crianças por sala, no maternal. “As turmas de maternal costumam ser pequenas e em algumas escolas se esgotam muito rápido. Estou visitando algumas escolas e analisando o que cada uma oferece. Não quero ter a surpresa e acabar não tendo vaga para minha filha, por isso pretendo bater o martelo e reservar a vaga dela até o meio de 2017”, afirmou.

Para escolher a escola, Ericka falou que está analisando bastante a estrutura e o acolhimento de cada instituição. “A estrutura que a escola oferece é fundamental quando a criança é pequena. Fujo de ambientes improvisados. Tudo tem que ser muito seguro e voltado para crianças de dois anos. Além disso, são importantes o acolhimento das professoras e funcionários, e a relação deles com as crianças. O ambiente precisa ser amigável para que a criança sinta vontade de estar na escola. Dou preferência a metodologias que integrem e estimulem o trabalho em grupo”, opinou. Quanto à expectativa, Erika revelou que espera uma experiência agradável e que ela possa evoluir bastante e construir amizades.

Em entrevista ao Portal LeiaJá, a pedagoga Shirley Monteiro falou da expectativa dos pais nessa fase e deu algumas dicas para a escolha. “A procura pela primeira escola é um momento de muitas expectativas, às vezes, gera até ansiedade nos responsáveis, pois todos idealizam que será a decisão de uma vida”, disse a especialista. Entendendo a importância desse momento, a pedagoga indicou alguns pontos que precisam ser avaliados.

1 - Avalie os ambientes de aprendizagem, a estrutura humana e física da escola. Visitar a escola em pleno funcionamento pode oferecer uma visão geral da realidade desse cotidiano.

2 - Observe as concepções ideológicas da instituição, pois a criança se torna aluno, e os pais parceiros da escola. Essa relação alicerça o desenvolvimento da criança.

3 - Fique atento à organização de sala, relação dos profissionais e as crianças, além do quantitativo de alunos em sala de aula, a manutenção do ambiente físico, higiene e as adequações da estrutura a cada faixa.

4 - Avalie o material do mobiliário. Se muito pesado, facilmente gera acidente, lembrando que eles devem ser sem pontas, ou seja, boleada.

5 - Analise a abordagem metodológica de cada instituição e escolha a que você considera mais apropriada para o seu filho. Entre as existentes, os pais podem optar pela Construtivista, Montessori,  Sócio-interacionista, tradicional, entre outras. É imprescindível compreender que o resultado final é uma consequência da caminhada do processo de ensino aprendizagem.

LeiaJá também

--> Pedagogia construtivista como método de aprendizado

--> Pedagogia alternativa: Waldorf e a plenitude infantil 

--> Educação bilíngue chega a custar R$ 2 mil mensais

O governo federal lançou, nesta quarta-feira (5), o Programa Criança Feliz, que tem o objetivo de fortalecer as políticas públicas para a primeira infância. A expectativa é de que cerca de quatro milhões de crianças de 0 a 3 anos do Bolsa Família sejam atendidas até 2018. A primeira-dama Marcela Temer vai atuar como embaixadora da iniciativa, ajudando a promover as ações do programa.

O Criança Feliz será coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) e envolverá ações de saúde, educação, cultura, justiça e assistência social. Instituído por meio de decreto, o programa será acompanhado pela Secretaria Nacional de Desenvolvimento Humano.

##RECOMENDA##

A ênfase da iniciativa será os primeiros 1000 dias das crianças. Quando estiver em pleno funcionamento, o programa custará em torno de R$ 2 bilhões ao ano, mas o orçamento inicial é de R$ 300 milhões. “O Criança Feliz é um passo adiante nos programas que constituem a rede de assistência social no Brasil, valorizando e ampliando o Bolsa Família através de várias iniciativas”, destacou o ministro Osmar Terra.

Além das crianças de até três anos do Bolsa Família, também serão atendidas 90 mil crianças de até seis anos que hoje recebem o benefício de prestação continuada e crianças de até seis anos afastadas do convívio familiar em razão da aplicação de medidas de proteção. O Criança Feliz ajudará ainda as mães e a família na preparação para o nascimento da criança, ainda na fase de gestação, além do acompanhamento posterior.

Adesão - Durante a cerimônia de lançamento no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer ressaltou que este não será apenas um programa federal, mas envolverá também os governos municipais e estaduais, além de organizações não governamentais.

Este ano, o Criança Feliz apoiará, inicialmente, os programas de primeira infância já existentes no país. O Primeira Infância Melhor (PIM), do Rio Grande do Sul, e o Mãe Coruja, de Pernambucano, são exemplos de iniciativas estaduais que desenvolvem a promoção da primeira infância por meio de visitas domiciliares, assim como as experiências municipais de Pelotas (RS), Arapiraca (AL) e Boa Vista (RR).

A participação dos estados, municípios e Distrito Federal será feita por meio de adesão. Em 2016, nove estados (Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo) e 95 municípios, onde existem programas semelhantes, vão aderir ao Criança Feliz. Os gestores deverão assumir o compromisso com a implementação, o fortalecimento e a articulação das ações de primeira infância.

O programa terá um Comitê Gestor para estruturar, elaborar e implementar as estratégias para a promoção do desenvolvimento infantil integrado das crianças na primeira infância. As ações do programa serão executadas de forma descentralizada e integrada.

Na manhã desta sexta-feira (7), o Marco Legal da Primeira Infância será tema de seminário realizado no auditório da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), em Jardim São Paulo, Zona Oeste do Recife. O objetivo do encontro é ampliar as discussões acerca de uma efetivação do Marco Legal voltado às crianças de até seis anos. Especialistas e autoridades envolvidos no tema estão presentes para explicar os direitos desde os primeiros anos de vida.

Interessados em contribuir para as discussões em torno do Marco Legal para a primeira infância devem se inscrever através do telefone 3423-5751 ou pelo e-mail cppl@cppl.com.br. Todas as inscrições são gratuitas. Realizado pela Rede Primeira Infância de Pernambuco, o evento também terá participações de entidades como a Fundação Joaquim Nabuco, Consórcio dos Municípios da Mata Norte e Agreste Setentrional de Pernambuco (Comanas).

##RECOMENDA##

Em pesquisa feita pela Fundação Itaú sobre “A Relação entre o Desempenho Escolar e os Salários no Brasil” apontou que investimentos na Primeira Infância, período que vai da concepção aos seis anos, trazem mais retorno socioeconômico e influenciam diretamente o desempenho escolar.  O estudo ainda apresentou que o aumento de 10% na nota em língua portuguesa é responsável por um salário, em média, 5% maior cinco anos depois que o estudante concluiu a Educação Básica, e uma elevação de 10% na proficiência em matemática origina, em média, um salário 4,6% maior no mesmo período.

“O resultado não chega a surpreender, uma vez que a ampliação do acesso à Educação tem sido apontada por diversas pesquisas como um dos principais fatores para redução da desigualdade social no Brasil nas últimas décadas. Mas para que a criança tenha todo o seu potencial desenvolvido, é preciso que os investimentos sejam feitos bem antes da sua entrada no Ensino Básico, já que a habilidades do ser humano, entre elas a capacidade de aprendizagem que começa a se desenvolver na Primeira Infância, período que vai da gestação aos seis anos”, explica Eduardo Queiroz, diretor presidente da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, segundo informações da assessoria de imprensa.

##RECOMENDA##

De acordo com o economista James Heckman, Nobel de Economia e professor da Universidade de Chicago, os investimentos na Primeira Infância são mais eficazes do que em qualquer outra etapa da vida, trazendo maior retorno para o indivíduo e para a sociedade.  Ao analisar os investimentos feitos pelo governo na área de educação, que aumentou de 5,1% do PIB em 2007 para 6,4% do PIB em 2012, e comparar com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) a partir de 2007, é possível constatar que houve avanço proporcional apenas nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio quase não houve variação do índice. Isso sem contar o investimento social privado.

Sendo assim, foi observado que para avançar no ranking de desenvolvimento das nações e diminuir a desigualdade social, o Brasil precisa investir mais em programas voltados para a Primeira Infância.

 

O governo de São Paulo lançou nesta quarta-feira um programa de atenção a crianças de até 3 anos. Chamado de "SP pela Primeiríssima Infância", ele reúne novo protocolo clínico para os bebês, oferta de cursos de especialização em desenvolvimento infantil para os médicos e agentes de saúde e um caderno com informações sobre cuidados nesta fase da vida para os pais.

O governo do Estado pretende investir R$ 5,5 milhões até o fim de 2013. Inicialmente, o programa será levado para 41 cidades do Estado. O objetivo da Secretaria Estadual de Saúde é que seja estendido a todas as cidades paulistas nos próximos anos, por meio de parcerias com a sociedade civil. Um convênio foi firmado com a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, referência no atendimento infantil.

##RECOMENDA##

"Estudos recentes mostram que uma criança bem-atendida no início da vida tem menos chances de abandonar a escola e de se envolver com drogas e crimes", disse o diretor-presidente da fundação, Eduardo de Campos Queiroz. "Um começo de vida mais adequado, com oportunidades mais justas, fará toda a diferença para essas crianças", disse a coordenadora de Saúde da Criança do Estado, Sandra Regina de Souza.

Mudanças

O novo protocolo clínico, que será usado pelos médicos ao atender crianças de até 3 anos, foi desenvolvido a partir de estudos de profissionais do Instituto da Criança do Hospital da Clínica e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A secretaria trabalha agora no desenvolvimento de cursos à distância para os profissionais que participarão do novo programa.

Pais que forem atendidos pelo programa receberão o Caderno da Família, um livreto com informações sobre as fases de vida do bebê, vacinas que deve tomar, alimentação, além de cuidados que os responsáveis devem ter com o sono e o choro. "Essa ideia é uma revolução das fraldas", disse o governador Geraldo Alckmin (PSDB), ao apresentar o programa. "Mais que reduzir a mortalidade infantil, queremos que a criança se desenvolva melhor." Segundo Alckmin, a mortalidade infantil no Estado caiu, na última década, de 18 mortes por mil nascidos vivos a 11,5 mortes por mil nascidos vivos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A deputada estadual Raquel Lyra (PSB) foi ao plenário, na tarde desta quarta-feira (15), para reforçar a necessidade de investimento na educação da  Primeira Infância, de zero aos seis anos de idade. Período esse, fundamental para o desenvolvimento da estrutura física, psíquica e das habilidades sociais do indivíduo. A Parlamentar destacou que, nos últimos anos, a situação da Primeira Infância no Brasil melhorou, em função da diminuição da taxa de mortalidade infantil, da desnutrição, do sub-registro de nascimento. Ela também reforçou que houve aumento do número de crianças frequentando creches e pré-escolas, sendo amamentadas exclusivamente pelo leito materno, entre outros avanços.

Mas apesar das melhorias, Raquel alertou aos deputados presentes que é preciso avançar muito mais. “Em abril deste ano, em Brasília, participei do Seminário Internacional Marco Legal da Primeira Infância na Câmara dos Deputados. No evento, foram identificados avanços e desafios das políticas, programas e estratégias na defesa e proteção dos direitos das crianças na Primeira Infância do Brasil e de outros países”, afirmou.

A socialista destacou as principais missões identificadas no Seminário, entre elas: apoiar as mães desde a gestação, garantir educação infantil de qualidade, além de universalizar o acesso a creches e pré-escolas, além de facilitar o registro civil de nascimento. Outros pontos abordados tratam de fornecer cuidados especiais às crianças com deficiência, ter formação de qualidade para os profissionais que atuam com a primeira infância, nas áreas de educação, saúde e assistência social.

A deputada também lembrou que no próximo dia 18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, marco da luta pelo fim da violência sexual contra crianças e jovens. “Solicito um esforço de todos, no sentido de divulgar e participar da mobilização neste dia, para que toda sociedade brasileira possa despertar para o tema e tomar conhecimento das ações de enfretamento, do ponto de vista político e operacional”, finalizou.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando