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O jogador Amir Nasr-Azadani, que atuou em clubes da primeira divisão do Campeonato Iraniano, vem sendo alvo de um apelo feito nesta terça-feira pela Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (FIFPRO). Ele foi condenado à morte por ter participado de uma manifestação em favor dos direitos das mulheres no Irã.

A entidade, por meio das redes sociais, manifestou o seu descontentamento com a questão e busca agora uma solução pacífica em nome dos direitos humanos para que essa sentença não seja cumprida.

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"A FIFPRO está chocada e enojada com relatos de que o jogador de futebol profissional Amir Nasr-Azadani enfrenta a execução no Irã depois de fazer campanha pelos direitos das mulheres e liberdade básica em seu país. Nos solidarizamos com Amir e pedimos a remoção imediata de sua punição."

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O atleta acabou detido por defender publicamente os direitos e liberdades das mulheres iranianas em meio à onda de protestos. Amir Nasr-Azadani defendeu o Rah Ahan e o Tractor, equipes da primeira divisão do Irã.

Azadani, de 26 anos, foi preso dois dias depois da manifestação. Ele está sendo acusado pela morte de oficiais no protesto que aconteceu no dia 25 de novembro. As autoridades locais também investigam a sua participação em um grupo que teria como objetivo criar resistência à República Islâmica do Irã.

O país vive um momento conturbado. Uma onda de protestos vem crescendo na capital desde 2009 em defesa dos direitos das mulheres iranianas. Nos últimos anos, vários protestos vêm ganhando as ruas das principais cidades do Irã.

A presidente nacional do PT, deputada reeleita Gleisi Hoffmann (PR), afirmou, em sua conta no Twitter, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "é cúmplice" dos atos de vandalismo ocorridos nesta segunda-feira (12), na região central de Brasília. "Baderna em Brasília teve cara de esquema profissional. Muito estranho que ninguém foi preso. Bolsonaro é cúmplice. Como pode presidente da República abrigar envolvidos?", relatou a parlamentar em postagem na rede social.

Para Gleisi, "passou da hora de desmobilizar as frentes de quartéis, não tem nada de liberdade de expressão, só golpismo". Os atos desta segunda-feira envolveram depredações e incêndios em ônibus e automóveis e tiveram início após manifestantes antidemocráticos bolsonaristas tentem invadir a Polícia Federal para libertar o líder indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Acácio teve prisão temporária decretada por dez dias pelo ministro Alexandre de Morares, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes acatou pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou indícios de crimes de ameaça, perseguição e manifestações antidemocráticas em vários pontos de Brasília feitos pelo líder indígena.

Os ataques de vandalismo em Brasília na noite desta segunda-feira (12), deixaram um rastro de cinco ônibus e três carros de passeio incendiados, sendo sete deles totalmente consumidos pelo fogo. As informações estão em nota divulgada pelo Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, que também informou que uma caminhonete da corporação foi alvo de apedrejamento.

"A manifestação foi revolta e ocasionou danos ao patrimônio público e privado. A corporação ficou muito limitada em sua área de atuação, pois, em razão da violência da manifestação, o perigo para as guarnições de bombeiros era real. Uma viatura tipo AR (auto rápido), caminhonete, do Supervisor do CBMDF, foi apedrejada e outra viatura de água (ABT) também foi alvo de lançamento de objetos", disseram os bombeiros.

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De acordo com as informações, uma pessoa de 67 anos precisou de assistência médica. Ela estava no Setor Hoteleiro Norte, área que fica próxima à sede da Polícia Federal, onde os ataques se iniciaram após a ordem de prisão de um dos líderes de protestos antidemocráticos na capital federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro, José Acácio Serere Xavante.

"(Um homem) desmaiou próximo aos hotéis e foi atendido pelas equipes do CBMDF. Estava consciente, orientado e estável, mas reclamava de dores de cabeça em razão da inalação de gás lacrimogêneo. Após regulação médica, foi encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de São Sebastião (região administrativa de Brasília)". Ainda segundo os Bombeiros, foram encaminhadas 18 viaturas e um efetivo de 63 bombeiros militares para acompanhar os ataques.

Os episódios de violência aconteceram no mesmo dia em que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que perdeu para o petista no segundo turno, têm pregado um golpe militar para impedir que Lula assuma a Presidência. Bolsonaro, que ainda não se manifestou sobre seu futuro político e a derrota na tentativa de reeleição, fez diversas manifestações desde o ano passado indicando, sem provas, que poderia haver fraudes na eleição.

Os atos de vandalismo começaram na frente da Polícia Federal, na Asa Norte, por volta de 19h30, após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o indígena José Acácio Tserere Xavante, apoiador de Bolsonaro. A prisão do indígena aconteceu por determinação do STF e atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República por participar de atos antidemocráticos e reunir pessoas para cometer crimes.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que determinou a prisão dos autores dos ataques, mas ainda não havia informações sobre nenhuma detenção até a publicação desta matéria.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) não havia se pronunciado até a manhã desta terça-feira (13) sobre as depredações e atos de vandalismo que ocorreram na noite de segunda-feira (12), em Brasília. O estopim da escalada de violência nas ruas da capital federal foi a prisão de José Acácio Serere, acusado de organizar atos antidemocráticos de contestação à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas e pregar a violência contra membros do Judiciário e o próprio presidente eleito.

Protestos em frente a quartéis de várias capitais e cidades pelo País contestam o resultado da eleição deste ano. Vestidos de verde e amarelo, manifestantes afirmam que o petista "não pode" subir a rampa do Planalto e pedem que o atual chefe do Executivo convoque as Forças Armadas para impedir a posse. Bolsonaro tem adotado postura reclusa desde a derrota na eleição e diminuído a frequência de discursos e aparições públicas.

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O único ministro de Bolsonaro a se manifestar até o momento foi Anderson Torres, da Justiça. Ele afirmou que "nada justifica as cenas lamentáveis" vistas no centro de Brasília. 'A Capital Federal tradicionalmente é palco de manifestações pacíficas e ordeiras", declarou Torres.

Após bolsonaristas realizarem atos de vandalismo na noite desta segunda-feira (12), em Brasília, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse na manhã desta terça-feira (13) que repudia "veementemente" a desordem, a violência e o risco à integridade física ou de patrimônio público e privado. O deputado também fez um apelo, no Twitter, para que o governo do Distrito Federal redobre a segurança.

"As manifestações fazem parte da democracia. A capital federal recebeu cidadãos de todo o Brasil que, há mais de um mês, vem se expressando de maneira ordeira. Repudio veementemente a desordem, a violência e o risco à integridade física ou de patrimônio público e privado", escreveu Lira, na rede social.

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"Deixo meu apelo para o Governo do Distrito Federal redobrar os cuidados com a segurança. Nossa tradição democrática passa pela ordem e pela paz", emendou o presidente da Câmara.

Na noite desta segunda-feira, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) tocaram fogo em carros e ônibus após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a prisão temporária do líder indígena José Acácio Serere Xavante por ter insuflado manifestações antidemocráticas na capital federal.

Os atos ocorreram no mesmo dia em que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin foram diplomados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Desde a vitória do petista na eleição, bolsonaristas têm acampado em frente a quartéis para pedir intervenção militar.

O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse no final da noite desta segunda-feira, no Twitter, que os "absurdos atos de vandalismo" que aconteceram em Brasília são "feitos por uma minoria raivosa".

Pacheco afirmou que as forças de segurança devem agir para reprimir a "violência injustificada para restabelecer a ordem e a tranquilidade" e "levar o País adiante".

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"A depredação de bens públicos e privados, assim como o bloqueio de vias, só servem para acirrar o cenário de intolerância que impregnou parte da campanha eleitoral que se encerrou", escreveu o presidente do Congresso.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que determinou às forças de segurança que prendessem todos os bolsonaristas que estão fazendo depredações e outros atos de vandalismo. "A ordem é prender", afirmou o governador ao Estadão/Broadcast. Questionado sobre reforço no efetivo de policiais militares, o emedebista afirmou que "já está ocorrendo".

Os apoiadores do atual governo de Jair Bolsonaro têm queimado carros e ônibus em Brasília. Os vândalos chegaram a espalhar botijões de gás em volta dos carros pegando fogo.

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Os ataques começaram após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pedir a prisão temporária, por dez dias, do líder indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A prisão foi decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) por indícios de crimes de ameaça, perseguição e manifestações antidemocráticas em vários pontos de Brasília, insufladas por Serere Xavante.

Bolsonaristas têm acampado em frente a quartéis e fazendo apelos golpistas por intervenção militar para que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não assuma o governo. A série de depredações aconteceu no mesmo dia em que o petista foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do DF afirmou que orientou os motoristas a evitarem o centro de Brasília. "Como medida preventiva, o trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e outras vias da região central está restrito até nova mudança de cenário, após avaliação de equipe técnica", informou a pasta. O governo do DF declarou também que a segurança do hotel onde está o presidente eleito foi reforçada. "Destacamos, por fim, que as imediações do hotel em que o presidente da república eleito está hospedado tem vigilância reforçada por equipes táticas e pela tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal".

O senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), futuro ministro da Justiça, e Andrei Passos, chefe da segurança de Lula e futuro chefe da Polícia Federal, vão dar uma entrevista a imprensa para falar sobre o assunto. Dino se manifestou poucos minutos após o início dos ataques nas redes sociais. Cerca de três horas após o início dos ataques, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que a pasta tenta "conter a violência e restabelecer a ordem".

A Polícia Federal também publicou nota sobre o caso e disse que os "distúrbios verificados nas imediações do Edifício-Sede da Polícia Federal estão sendo contidos com o apoio de outras forças de Segurança Pública do Distrito Federal (PMDF, CBMDF e PCDF)". Ao comentar sobre a prisão determinada por Moraes, a PF declarou que o bolsonarista "encontra-se acompanhado de advogados e todas as formalidades relativas à prisão estão sendo adotadas nos termos da legislação, resguardando-se a integridade física e moral do detido".

O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse na madrugada desta terça-feira (13) que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi exposto a riscos durante atos criminosos de bolsonaristas que vandalizaram a região central de Brasília na noite de segunda-feira (12). Eles atearam fogo em diversos carros e ônibus, jogaram botijões de gás ao redor das chamas, bloquearam ruas com barricadas, depredaram equipamentos públicos e privados e tentaram invadir prédios públicos, como a sede da Polícia Federal.

Dino afirmou que pessoas criaram histórias "fantasiosas" em relação à integridade de Lula, que não procedem. "Em nenhum momento o presidente Lula foi exposto a qualquer risco. Está em absoluta segurança e assim prosseguirá até a posse e ao pleno exercício de suas funções", afirmou o futuro ministro em coletiva de imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do gabinete de transição.

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"Estamos trabalhando há algumas semanas em parceria com o governo do Distrito Federal e quero agradecer ao governador que tem mantido contatos diários conosco, visando a garantir a máxima proteção da ordem pública. O mais importante é que o trabalho conjunto está apto a garantir a segurança do presidente e a ordem pública na capital do País", garantiu Dino.

Segundo o futuro ministro, as respostas do poder público estão sendo adequadas. Ele disse que a deflagração dos atos criminosos ocorreu após a prisão de um indígena, pela Polícia Federal.

"A diplomação ocorreu hoje (ontem, segunda), como manda a lei, sem nenhum tipo de obstáculo, sem intercorrência. Lula está apto a exercer seu cargo a partir de 1.° de janeiro", disse o futuro ministro, que classificou o ato como sendo de responsabilidade de um "grupo pequeno".

Para Dino, o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) garantiu que a ordem pública na capital do País está preservada. "Governador Ibaneis garantiu cabalmente que haverá todo o efetivo necessário para que não se repitam essas ocorrências", disse Dino. O futuro ministro disse que conversou cinco vezes com o governador, mas nenhuma com representantes do atual Ministério da Justiça.

O futuro titular da Justiça afirmou que "não há nenhuma hipótese de haver passos atrás na garantia de lei e da ordem pública em razão de violência". Dino destacou que Lula e sua equipe estão "tranquilos", mas que agirão com firmeza, inclusive nas investigações.

Flávio Dino declarou que as manifestações golpistas não surtirão efeito e classificou eles como derrotados. "Lembremos, hoje (ontem) houve a diplomação do presidente Lula. Nós não podemos neste momento achar que há vitória daqueles que querem o caos. O sentido principal da nossa mensagem é essa", afirmou. "Há infelizmente pessoas desejando o caos, antidemocráticas, ilegais? Sim, há, mas essas pessoas não venceram e não vencerão amanhã", completou.

O secretário da Segurança Pública do Distrito Federal, Julio Danilo, disse não ter informações sobre a quantidade de pessoas presas. Ele afirmou que algumas das pessoas que participaram dos atos de vandalismo estão acampadas no QG do Exército. Segundo o secretário, por conta do que ocorreu, será preciso "reavaliar" a permanência do acampamento no local. Ele admitiu, no entanto, que não tem ingerência sobre a área em frente ao Comando do Exército por se tratar de uma região militar.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante por práticas ilícitas em atos antidemocráticos. Por conta da decisão, manifestantes bolsonaristas tentaram invadir o prédio da PF onde Xavante estava custodiado. Além disso, eles queimaram ônibus e carros na noite desta segunda (12).

A decisão atendeu a pedido da procuradoria-geral da República, que apontou que o indígena estaria usando sua posição de cacique para influenciar a prática de crimes e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Segundo a Polícia Federal, Xavante teria realizado manifestações em diversos locais de Brasília, como no Congresso Nacional, Aeroporto Internacional de Brasília (onde invadiram a área de embarque), no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde o presidente eleito está hospedado.

Na decisão, Moraes afirma que a prisão preventiva é a única medida capaz de "garantir a higidez da investigação".

Inaceitável

O senador eleito Flávio Dino, anunciado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como próximo ministro da Justiça e Segurança Pública, foi ao Twitter condenar a tentativa, por parte de manifestantes bolsonaristas, de invadir o prédio da Polícia Federal em Brasília após a prisão de Xavante.

"Ordens judiciais devem ser cumpridas pela Polícia Federal. Os que se considerarem prejudicados devem oferecer os recursos cabíveis, jamais praticar violência política", escreveu o senador no Twitter.

O Comando de Operações Táticas da Polícia Federal (PF) e a tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal cercaram nesta segunda-feira (12) o hotel do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após grupos extremistas darem início a ações violentas em Brasília. Os ataques começaram horas após a cerimônia de diplomação de Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O tumulto foi iniciado depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a prisão temporária do indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador do presidente Jair Bolsonaro. A prisão foi decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) por indícios de crimes de ameaça, perseguição e manifestações antidemocráticas em vários pontos de Brasília.

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Os atos ocorreram, de acordo com a PF, em frente ao Congresso, ao Aeroporto Internacional, em shoppings, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde Lula e o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin estão hospedados.

Segundo relato de testemunhas, a confusão começou após a Polícia Federal prender um dos manifestantes bolsonaristas que se diz indígena. Revoltados, grupos começaram a tocar fogo em veículos e no meio de vias no centro de Brasília. Pelo menos dois ônibus e vários carros foram incendiados pelos manifestantes.

Um grupo incendiou um ônibus no Eixo Monumental - principal via pública da capital federal - e outros carros foram danificados em frente à Polícia Federal. Vestidos de verde e amarelo, manifestantes tentaram invadir a sede da PF. No Setor Hoteleiro Norte, manifestantes foram contidos com bombas de efeito moral e gás de pimenta.

Wm nota, a Polícia Militar do Distrito Federal informou que o tumulto começou após a prisão de um líder indígena. "Índios tentam invadir o prédio da PF na Asa Norte", destaca o comunicado, ao afirmar que a PM deslocou guarnições "para controlar a situação com a aplicação das forças táticas e Batalhão de Choque".

O Supremo Tribunal Federal (STF), em nota no Twitter, afirmou que o ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e "decretou a prisão temporária, pelo prazo de dez dias, do indígena José Acácio Serere Xavante, por indícios da prática de crimes em atos antidemocráticos."

"Segundo a PGR, Serere Xavante vem se utilizando da sua posição de cacique para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito (Lula) e de ministros do STF", afirmou a Corte, na rede social. "A prisão se fundamentou na necessidade de garantia da ordem pública, diante da suposta prática dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do estado democrático de direito."

Mais cedo, a Polícia Militar do Distrito Federal também já havia reforçado a segurança no hotel de Lula após uma discussão entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e militantes petistas.

A agência de notícias da Autoridade Judicial do Irã, Mizan Online, anunciou nesta segunda-feira (12) a segunda execução vinculada aos protestos que abalam o país há três meses.

"Majidreza Rahnavard, que foi condenado à morte em 29 de novembro por matar com uma arma branca dois agentes de segurança e ferir outros quatro, foi executado em público na cidade de Mashhad", afirmou a agência.

Ele foi detido em 19 de novembro quando tentava fugir do país, indicou a Mizan Online.

O Irã é cenário de grandes manifestações desde a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos que faleceu depois de ser detida pela polícia da moralidade por supostamente violar o rígido código de vestimenta da República Islâmica.

A primeira execução vinculada aos protestos aconteceu na quinta-feira da semana passada. Mohsen Shekari, de 23 anos, havia sido condenado à morte por bloquear uma rua e ferir um paramilitar no início das manifestações.

O anúncio da execução provocou muitas críticas internacionais e da ONU.

O Irã realizou nesta quinta-feira (8) a primeira execução conhecida vinculada aos protestos contra a morte de Mahsa Amini, ao enforcar um homem condenado por ter bloqueado uma rua e ferido um integrante da força paramilitar Basij.

O Irã vive uma onda de protestos desde a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos que perdeu a vida após ser detida pela polícia da moralidade sob a alegação de desrespeitar o código de vestimenta do país, que obriga as mulheres a usarem o véu em público.

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De acordo Mizan Online, o veredicto preliminar do caso foi anunciado em 1º de novembro pelo Tribunal Revolucionário de Teerã e a Suprema Corte rejeitou um recurso de apelação em 20 de novembro, o que levou à execução da sentença.

A Justiça iraniana afirma que Shekari se declarou culpado de ter lutado e de sacar "a arma com a intenção de matar, provocar terror e perturbar a ordem e a segurança da sociedade".

"Ele feriu de maneira intencional um basij com arma branca, enquanto este cumpria o seu dever e bloqueou a rua Sattar Khan em Teerã", afirma a agência.

A Basij é uma força paramilitar vinculada aos Guardiões da Revolução, exército ideológico do Irã. Dez pessoas correm o mesmo risco, por participação nos protestos.

Mulheres e estudantes lideram as manifestações, em que gritam palavras de ordem contra o governo. Algumas decidiram remover o véu em público.

- 'Desumano' -

"A execução de Mohsen Shekari deve provocar fortes reações, pois em caso contrário vamos enfrentar execuções diárias de manifestantes", declarou Mahmood Amiry-Moghaddam, diretor da ONG Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo.

O ativista disse que Shekari foi "condenado à morte em uma farsa judicial, sem o devido processo legal". "A execução deve ter consequências práticas rápidas e em nível internacional", tuitou.

O ativista pela liberdade de expressão Hosein Ronaghi, libertado recentemente da prisão, advertiu o governo que "a execução de qualquer manifestante terá graves consequências para vocês". "Tirar a vida de uma pessoa é tirar a vida de todos. Vocês têm forcas suficientes?", tuitou.

Os Estados Unidos descreveram a primeira execução como "uma escalada nefasta" e afirmaram que responsabilizariam "o regime iraniano pela violência brutal que comete contra seu próprio povo".

O Ministério austríaco das Relações Exteriores chamou a execução de "desumana", enquanto a Alemanha afirmou que o "desprezo do regime (iraniano) pela humanidade não tem limites". A França também expressou sua "mais firme condenação" à execução, e a Itália considerou que "a repressão inaceitável" não poderia deixar a comunidade internacional indiferente.

Na última terça-feira, um tribunal iraniano condenou cinco pessoas à pena capital pelo assassinato de paramilitares durante os protestos, o que elevou a 11 o número de sentenças de morte.

As autoridades, que denunciam as manifestações como "distúrbios", acusam com frequência os Estados Unidos e seus aliados ocidentais, assim como grupos curdos no exterior, de estimularem o movimento de protesto sem precedentes.

- Centenas de mortos na repressão -

Em um balanço divulgado ontem, o IHR afirma que a repressão dos protestos provocou pelo menos 458 mortes, incluindo de 63 menores de idades.

O Conselho Supremo de Segurança Nacional anunciou no sábado que "mais de 200 pessoas", incluindo civis e membros das forças de segurança, morreram nos protestos. Um general dos Guardiões da Revolução deu conta de um balanço de mais de 300 mortos. A Justiça iraniana informou que mais de 2.000 pessoas foram indiciadas.

Ao menos 28 pessoas, incluindo três menores de idade, poderiam ser executadas em conexão com a mobilização, afirmou no dia 2 de dezembro a ONG Anistia Internacional (AI), que também chamou de "farsa" os processos contra manifestantes e acusou Teerã de usar a "pena de morte como uma ferramenta de repressão política para instigar medo entre as pessoas e terminar com a revolta popular".

Manifestantes simpáticos ao presidente Jair Bolsonaro realizam uma manifestação em frente ao hotel em que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está hospedado em Brasília. Com bandeiras e gritos de guerra, os manifestantes trajam verde e amarelo, questionam o resultado das eleições, pedem golpe militar e dizem que o petista eleito não subirá a rampa do Palácio do Planalto em 1º de janeiro.

Os presentes pedem a intervenção das Forças Armadas, o que é inconstitucional, e dizem que vão dormir em frente ao hotel. O policiamento foi reforçado no local. Houve um princípio de briga entre os manifestantes e apoiadores de Lula que passaram pelo local.

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"Se for preciso a gente acampa, mas o ladrão não sobe a rampa" e "ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil" são os gritos de ordem mais ouvidos.

O clima era de expectativa às 15h55 desta sexta-feira, 2, entre cerca de 300 pessoas reunidas em uma praça da Avenida Presidente Vargas, na região central do Rio. Vestindo camisas amarelas da seleção brasileira, enroladas em bandeiras do Brasil, com os rostos pintados de verde e amarelo, idosos, adultos e crianças viam o relógio se aproximar das 16h cantando em coro: "Avante Brasil, a vitória só depende de seu povo varonil". Diferentemente das aparências, porém, aqueles não eram torcedores reunidos para apoiar o Brasil no jogo contra Camarões, que começaria em minutos no Estadio Lusail, em Doha, no Catar.

"Que nada, aqui é intervenção militar", explicou um dos mais exaltados "torcedores", emendando: "A seleção não salva o Brasil, quem vai salvar serão as Forças Armadas". Quando a bola começava a rolar, o grupo vivia outro momento solene. Perfilado em frente ao Comando Militar do Leste, entoava o Hino Nacional. É o que os "patriotas", como se tratam, reunidos fazem em intervalos desde que chegaram ali, após a derrota do presidente Jair Bolsonaro. Também gritam palavras de ordem, ouvem discursos, agitam bandeiras do Brasil, lancham - e esperam a ação castrense que não vem.

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No acampamento que reúne defensores de um golpe militar contra a posse constitucional do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 1º de janeiro, não havia nenhum aparelho de TV ligado na tarde desta sexta-feira. Ninguém ali assistiu a última das três partidas da Seleção na primeira fase da Copa, encerrada com a vitória de Camarões. Ou, se viu, o fez escondido - no próprio celular, por exemplo. Porque até mencionar a Copa do Mundo no acampamento na Praça Duque de Caxias é arriscado. Ao explicar que tinha ido ao acampamento para saber se o grupo veria o jogo, o fotógrafo do Estadão foi cercado, chamado de "comunista", xingado, ameaçado de agressão. Teve de deixar a área, que é pública.

O repórter do Estadão, porém, ficou até o fim do jogo e ouviu que "o clima de intervenção é muito mais contagiante do que o da Copa", como garantiu uma senhora de mais de 50 anos. A cada meia hora, ela passava 10 minutos puxando um "trenzinho" de mulheres que circulava pela praça clamando (inclusive nos ouvidos dos militares que fazem a segurança da unidade militar): "Forças Armadas, salvem o Brasil!"

Também perambulava pelo local um homem de longa barba branca, vestindo uma túnica. Gravava vídeos e repetia: "Carnaval e futebol são o circo, nunca vão consertar o Brasil".

Boicotar a Copa do Mundo é uma orientação que tem sido repassada, em aplicativos de mensagem como o Telegram, aos defensores do golpe que fazem manifestações nas portas dos quartéis. Os líderes temem que o clima de torcida pela Seleção, com festa na rua a cada vitória - o que não foi o caso desta sexta - leve à desmobilização dos direitistas pró-Bolsonaro. Por isso, dizem aos "patriotas" que ignorem as partidas. Ironicamente, o caso lembra a orientação dada, em 1970, pela esquerda, que temia o uso da Seleção pelo governo. Na época, porém, o Brasil era governado por uma ditadura chefiada por militares, que aboliram a eleição presidencial direta. Naquele ano, o Brasil foi tricampeão.

Na Central, decepção com a Seleção

 

O ambiente na praça onde fica o Panteão de Caxias contrastava com o que se passava na vizinhança. A menos de 40 metros dali, outras centenas de pessoas se aglomeravam em frente a quatro pequenas TVs oferecidas por donos de barraquinhas ao redor da Central do Brasil, principal entroncamento entre o Metrô e os trens suburbanos do Rio.

A maioria desses torcedores eram camelôs. Tinham sacolas cheias de balas, chocolates, fones de ouvido, chinelos verdes e amarelos e outros produtos. Havia também catadores de latinhas. Poucos vestiam camisas amarelas, mas todos queriam ver a seleção. A narração de Galvão Bueno, locutor da TV Globo, abafava o coro a favor do golpe entoados a poucos metros. Entre quem queria ver o jogo, a única comemoração aconteceu quando o flamenguista Pedro entrou em campo . Não adiantou: para decepção geral, o Brasil com o time reserva, perdeu por um a zero.

"Hoje talvez fosse melhor ter passado a tarde cantando com esses malucos", resmungou no fim do jogo, referindo-se aos defensores do golpe, um torcedor de chinelos e camiseta rasgada, antes de partir com seu saco plástico lotado de latas de alumínio vazias.

Uma das páginas oficiais do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Instagram intensificou publicações com mensagens cifradas que estão sendo interpretadas por manifestantes acampados nos arredores de instalações militares como incentivo para manutenção dos atos com características antidemocráticas. O perfil @bolsonaro.tv tem o selo de verificação da plataforma - que atesta a autenticidade de um perfil - e conta com mais de 600 mil seguidores. Desde a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 31 de outubro, fez 47 postagens, mais de uma por dia, além dos stories - publicações temporárias. Em todo o mês de outubro haviam sido 26.

Na última sexta-feira, 25, quando o ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aplicou multa ao PL por má-fé ao questionar a integridade das eleições, a página publicou uma foto de Bolsonaro. Na descrição, deixou somente o emoji (um desenho gráfico) de um sino cortado.

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Manifestantes interpretaram a mensagem como um apelo para não se desmobilizarem. Candidato a deputado federal derrotado pelo PL do Rio de Janeiro, Tacimar Hoendel usou as redes sociais para disseminar a versão. Ele disse que a publicação é do próprio Bolsonaro. "Vocês viram essa publicação do Bolsonaro no 'bolsonaro.tv'? É um sino com um tracinho, como se fosse "proibido sino". Você sabe o que significa sino nas Forças Armadas? Significa desistência. Quando você toca o sino, você desiste, abandona. O capitão postou "proibido tocar o sino", proibido abandonar, proibido desistir. Galera, vamos para a rua, vai para a porta do Exército, vem para Brasília", disse.

O aliado do presidente tem mais de 351 mil seguidores no Instagram. Ele tem frequentado o acampamento nas cercanias do Quartel General do Exército, em Brasília, e do Palácio do Planalto. Também já esteve com o presidente da República após o segundo turno.

Os comentários das publicações são repletos de teorias que buscam dar sentido aos conteúdos da página. Em um post do último sábado, a legenda escolhida para uma foto de Bolsonaro caminhando entre oficiais da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) foi "não há enigmas na imagem. Apenas uma imagem". No entanto, a imagem é acompanhada por uma música do The Police que diz "não há solução política para nossa problemática evolução, não há fé na Constituição, não há uma porcaria de revolução".

A reprodução da música foi suficiente para que os seguidores buscassem algum sentido."Pra frente dos quartéis já", escreveu um. "Liberdade não se ganha, se toma", disse outro. "presidente, dê a ordem!", foi uma das reações.

As reações de bolsonaristas indicam que a página alternativa de Bolsonaro está consolidada como uma referência para apoiadores extremistas, sobretudo depois que o presidente deixou de fazer publicações nos canais oficiais mantidos no Twitter, no Facebook e no YouTube.

Segundo especialistas, as mensagens e as interpretações na página @bolsonaro.tv vão além do "dog whistle" ou "apito de cachorro". O termo é usado no debate político americano em referência a mensagens que têm um significado irrelevante para um grupo de pessoas, mas que representa uma mensagem bem direta para o público alvo.

Para Michele Prado, pesquisadora e especialista em temas ligados ao extremismo e ao radicalismo, o comportamento da página flerta com o terrorismo ao ter um potencial alto de extremismo violento, uma vez que incentiva o pensamento conspiratório e uma dideia de guerra definitiva entre o suposto bem e o mal.

Os ex-desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo Ivan Sartori e do Tribunal de Justiça do Distrito Federal Sebastião Coelho pregaram um golpe militar para impedir que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assuma o Palácio do Planalto. Os dois magistrados participaram de audiência no Senado organizada por parlamentares que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Perder a eleição, sim, faz parte do jogo. Agora, da forma como tudo ocorreu, sem paridade de armas, sem que respondam às questões levantadas pelos técnicos, sem que se permitam as investigações, isso não podemos aceitar porque temos efetivamente uma eleição que traz muitas dúvidas para todos nós e aí não podemos nos conformar com esse resultado", declarou Sartori, que é próximo do presidente Bolsonaro e já foi cotado para cargos no governo.

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"A solução seria realmente a aplicação do artigo 142 combinado com a lei complementar 97/99 que permite ação imediata para que cessem essas arbitrariedades que nós estamos presenciando, que infelizmente vem sangrando e fazendo sangrar o nosso País", declarou o ex-desembargador paulista.

Como argumento para a "intervenção federal", bolsonaristas radicais têm usado uma interpretação deturpada do artigo 142 da Constituição que tem sido citado para embasar ações antidemocráticas e contestar o resultado das urnas. Especialistas afirmam que não há respaldo legal para tal interpretação. O trecho da Carta apenas versa sobre a função das Forças Armadas no País.

As falas golpistas foram feitas em audiência realizada pela Comissão de Fiscalização e Controle do Senado nesta quarta-feira, 30, que discute a fiscalização das inserções de propagandas politicas eleitorais. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, divulgou a reunião nas redes sociais, que conta com a audiência de 120 mil pessoas. A audiêcia foi pedida pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que rejeita o rótulo de bolsonarista, mas encampa muitas teses do governo, como as críticas ao STF.

Desde o fim do período eleitoral, bolsonaristas estão acampados em frente a quartéis pedindo, entre outras coisas, a anulação da eleição do petista e intervenção militar. Em outra frente, mais de mil protestos com bloqueios de estradas foram desfeitos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Sebastião Coelho reclamou que o Supremo Tribunal Federal (STF) tem feito interferências em prerrogativas do Poder Legislativo e Executivo e, assim como Sartori, apelou para que Bolsonaro acione os militares para uma intervenção. O ex-desembargador do TJDF também usou a interpretação deturpada da Constituição para justificar seu pedido golpista.

"Qual a solução constitucional? O presidente da República invocar o artigo 142 da Constituição para dar legitimidade às Forças Armadas para agirem", disse. "No momento em que nós estamos, com fragmentos da Constituição ainda em vigor, se as Forças Armadas agirem de ofício vai ser colocado como um golpe, embora seja um contragolpe, mas se o presidente da República convocar, não, porque ele está exercendo seu poder constitucional para garantir a ordem pública", declarou Coelho.

Ele ainda insinuou que, se Bolsonaro não pedir a intervenção dos militares, em janeiro, "as ruas" irão impedir a posse de Lula e fechar o Congresso Nacional. "A rua vai dizer que o poder que o povo delegou para que o Parlamento exercesse, o Parlamento não está exercendo. Então o povo, eu acho, que do estágio que nós estamos, poderá exercer diretamente. Nós não sabemos onde o nosso País vai parar. Falo isso com muita dor no coração", declarou.

Coelho ainda disse que há a possibilidade de uma "convulsão social" no Brasil e que somente o Senado poderia evitar isso, agindo contra o STF. "Nós não temos a quem recorrer. Por isso que eu digo, que a ordem constitucional está rompida e a ordem pública está abalada, a ordem pública foi jogada no lixo. Nós podemos ter uma convulsão social nesse País, infelizmente. Podemos evitar? Poderíamos pelo Senado, mas não vai".

A China anunciou nesta terça-feira (29) que vai acelerar a vacinação entre os idosos contra a Covid-19, dois dias após as manifestações históricas contra as restrições no país e em um momento de grande presença policial nas ruas, o que impediu novos protestos.

A Comissão Nacional da Saúde prometeu em um comunicado "acelerar o aumento da taxa de vacinação das pessoas com mais de 80 anos e continuar aumentando a taxa de vacinação de pessoas de 60 a 79 anos".

Apenas 65,8% das pessoas com mais de 80 anos estão com o esquema de vacinação completo no país, informaram diretores da Comissão.

A limitada cobertura de vacinação entre os idosos é um dos argumentos do governo comunista para justificar sua política de saúde rígida, que inclui confinamentos prolongados, quarentenas no momento da chegada do exterior e testes praticamente diários para a população.

O avanço nas taxas de vacinação poderia oferecer à China uma saída para sua política de "covid zero".

Em vigor há quase três anos, esta política foi alvo da revolta popular em manifestações durante o fim de semana, as maiores no país desde o movimento pró-democracia de 1989.

A frustração de muitos com o sistema político chinês também influencia os protestos.

Alguns manifestantes chegaram a pedir a renúncia do presidente Xi Jinping, que conquistou recentemente o terceiro mandato.

O elemento que desencadeou os protestos foi o incêndio da semana passada em um prédio de Urumqi, capital da região de Xinjiang (noroeste), que deixou pelo menos 10 mortos. Muitos chineses afirmam que os trabalhos dos bombeiros foram prejudicados pelas restrições provocadas pela estratégia "covid zero", o que o governo de Pequim negou na segunda-feira.

- Grande presença policial -

Após os protestos do fim de semana em várias cidades do país, outras manifestações estavam previstas para segunda-feira à noite, mas a forte presença policial nas ruas impediu qualquer evento, segundo os correspondentes da AFP em Pequim e Xangai.

Na cidade de Xangai, perto do local onde aconteceram protestos no fim de semana, os proprietários dos bares afirmaram à AFP que receberam ordens para fechar as portas às 22h sob a alegação de "controle da epidemia".

Policiais também estavam posicionados nas saídas das estações de metrô.

Jornalistas da AFP observaram o momento em que agentes prenderam quatro pessoas e depois liberaram uma. Um repórter viu 12 viaturas policiais em 100 metros ao longo da rua que concentrou os protestos de domingo.

"Hoje a atmosfera é nervosa. Há muitos policiais", disse um homem de 30 anos à AFP no final da tarde em Xangai.

As autoridades de Pequim impediram novos protestos na segunda-feira com a grande presença de policiais nas ruas.

Porém, manifestações foram organizadas em outras localidades. Em Hong Kong, dezenas de estudantes se reuniram para para prestar homenagem às vítimas do incêndio em Urumqi.

"Não desviem o olhar, não esqueçam", gritaram os manifestantes.

Em Hangzhou, quase 170 quilômetros ao sudoeste de Xangai, pequenos protestos foram registrados em meio ao intenso esquema de segurança no centro da cidade.

"As autoridades aproveitam o pretexto da covid, mas utilizam os confinamentos excessivamente rígidos para controlar a população chinesa", declarou à AFP um manifestante de 21 anos que revelou apenas o sobrenome, Chen.

- A sombra da covid -

O governo chinês insiste na política de 'covid zero', mas há sinais de que as autoridades locais pretendem flexibilizar algumas regras para conter os protestos.

Em Urumqi, um funcionário do governo local disse que a cidade pagaria 300 yuanes (42 dólares) a cada pessoa "de baixa renda ou sem renda garantida" e anunciou uma moratória de cinco meses no aluguel para algumas famílias.

Em Pequim foi proibido fechar com cadeado os portões das áreas residenciais, informou no domingo a agência estatal Xinhua. A prática desencadeou uma revolta por deixar as pessoas trancadas diante de pequenos surtos de contágio.

Um influente analista político da imprensa estatal indicou que os controles contra a covid serão ainda mais reduzidos e que a população "ficará tranquila em breve".

Em meio a manifestações raras e generalizadas contra a política de "covid zero" da China, os manifestantes estão recorrendo à criatividade para evitar a repressão, como utilizar de folhas de papel em branco para denunciar a censura e fazendo trocadilhos inteligentes para exigir a renúncia do presidente Xi Jinping, de modo a evitar termos "proibidos" que são rapidamente retirados da Internet.

Manifestantes de várias cidades, incluindo Pequim, exibiram no domingo, 27, folhas de papel em branco de tamanho A4 em sinal de solidariedade e um aceno à falta de liberdade de expressão da China. Outros publicaram quadros brancos em seus perfis do WeChat.

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Fotos de alunos da renomada universidade chinesa Tsinghua circulam nas redes, com cartazes mostrando as equações de Friedmann, escolhidas pela semelhança entre o nome do físico e a frase "freed man" (homem liberto) ou "freedom" (liberdade).

Em reação aos mecanismos de busca que bloqueiam palavras-chave e nomes de lugares relacionados a protestos, tags com significados "positivos" floresceram no WeChat e no Weibo. Nesta segunda-feira, 28, muitas postagens e referências às folhas em branco foram excluídas, embora publicações semelhantes continuem circulando.

Os usuários das redes sociais também recorreram a trocadilhos elaborados para falar sobre os protestos, usando termos como "casca de banana", que tem as mesmas iniciais do nome do presidente Xi Jinping em chinês, e "mousse de camarão", que soa semelhante à frase "renúncia".

Sarcasmo

Durante o fim de semana, alguns manifestantes pediram explicitamente a renúncia de Xi e gritaram slogans como "Não aos testes de covid, sim à liberdade", em referência a uma faixa pendurada por um manifestante em Pequim pouco antes do Congresso do Partido Comunista em outubro.

Outros, mais cautelosos, prestam homenagens com flores e velas às vítimas de um incêndio mortal em Xinjiang na semana passada, que provocou uma onda de indignação.

Em Pequim, uma multidão reunida ao longo do rio Liangma na noite de domingo gritava "quero fazer o teste de covid! Quero escanear meu código QR de saúde!", inspirando os usuários do Weibo a postar frases igualmente sarcásticas.

Vídeos de Xi, assim como suas declarações, foram editados para parecer apoiar as manifestações em massa, incluindo um vídeo no qual ele diz: "Agora o povo chinês está organizado e não se pode brincar com ele".

Em vários lugares da China, grupos cantaram o hino nacional e a Internacional em seus comícios, antecipando-se às acusações das autoridades de que os protestos eram antipatrióticos ou instigados por forças estrangeiras.

Um vídeo que foi rapidamente retirado pelos censores mostrava estudantes em um dormitório universitário cantando a música do grupo pop cantonês Beyond, "Boundless Oceans, Vast Skies", uma ode à liberdade que também foi abraçada pelos manifestantes pró-democracia de Hong Kong no início da pandemia.

Os internautas também divulgaram memes sobre a Copa do Mundo do Catar, com imagens de torcedores sem máscara, para zombar da rígida política chinesa.

Desafio para Xi

Apenas um mês depois de receber novos poderes como potencial líder vitalício da China, Xi Jinping enfrenta uma onda de raiva pública do tipo não vista há décadas, provocada por sua estratégia "covid zero" que em breve entrará em seu quarto ano.

Manifestações generalizadas não têm precedentes desde que o exército esmagou o movimento pró-democracia liderado por estudantes em 1989, na Praça da Paz Celestial de Pequim.

A maioria dos manifestantes concentrou sua raiva nas restrições que podem confinar as famílias em suas casas por meses e foram criticadas por não serem científicas nem eficazes. Alguns reclamaram que o sistema não está respondendo às suas necessidades.

Os gritos pela renúncia de Xi e pelo fim do Partido Comunista que governa a China há 73 anos podem ser considerados sedição, punível com prisão.

Em resposta, a polícia em Xangai usa spray de pimenta para afastar os manifestantes, e dezenas foram detidos e levados em vans e ônibus da polícia. O vasto aparato de segurança interna da China também é famoso por identificar pessoas que consideras encrenqueiras e pegá-las mais tarde, quando poucos estão observando.

A possibilidade de mais protestos não é clara. Os censores do governo limpam a internet de vídeos e mensagens de apoio a eles. E os analistas dizem que, a menos que surjam divisões, o Partido Comunista deve ser capaz de conter a dissidência.

Burlar a 'Grande Muralha'

Redes sociais como Twitter e Instagram são bloqueadas na China pelo "Great Firewall" (jogo de palavra em inglês com a Grande Muralha), um sistema que censura a internet, mas alguns cidadãos com experiência em tecnologia conseguem publicar informações sobre os protestos usando um software especial de rede privada virtual (VPN).

Para espalhar a mensagem além das fronteiras da China, contas anônimas do Twitter recebem vídeos enviados de todo o país, enquanto várias transmissões ao vivo dos protestos são organizadas no Instagram.

Estudantes chineses no exterior organizaram manifestações semelhantes em todo o mundo, inclusive em várias cidades americanas e europeias. (Com agências internacionais).

Autoridades da China relaxaram restrições em algumas regiões do país nesta segunda-feira (28) mas reafirmaram seu compromisso com a estratégia severa de "covid zero", após multidões demandarem a renúncia do presidente Xi Jinping durante os protestos contra o confinamento de milhões de cidadãos.

O governo da capital Pequim anunciou que não vai mais colocar portões para bloquear o acesso a complexos de apartamentos onde as infecções são registradas. Já a metrópole manufatureira e comercial de Guangzhou, principal ponto crítico da última onda de infecções na China, anunciou que alguns residentes não precisarão mais passar por testes em massa, de forma a "conservar recursos".

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O governo não fez comentários sobre os protestos ou críticas a Xi, a mais ampla demonstração de oposição ao Partido Comunista em décadas. Não houve informações oficiais sobre quantas pessoas foram detidas depois que a polícia usou spray de pimenta contra manifestantes em Xangai e lutou para reprimir manifestações em outras cidades, incluindo Pequim. Autoridades não mencionaram um incêndio mortal na semana passada que desencadeou os protestos após perguntas raivosas online sobre se bombeiros ou vítimas tentando escapar foram bloqueados por portas trancadas ou outros controles antivírus.

A política de "covid-zero", que visa isolar todas as pessoas infectadas, ajudou a manter o número de casos da China menor do que o dos Estados Unidos e outros países importantes. Mas as pessoas em algumas áreas ficaram confinadas em casa por até quatro meses e dizem que carecem de suprimentos confiáveis de alimentos.

O governo chinês prometeu reduzir as restrições alterando a quarentena e outras regras. Mas a aceitação do público está se esgotando depois que um aumento nas infecções levou as cidades a apertarem os controles, alimentando reclamações de que o excesso de fiscalização está prejudicando a população. O jornal do Partido Comunista, People's Daily, pediu que sua estratégia antivírus fosse executada de forma eficaz, indicando que o governo de Xi não tem planos de mudar de rumo.

Nesta segunda, o número de novos casos diários subiu para 40.347, incluindo 36.525 sem sintomas. Fonte: Associated Press.

Durante uma palestra em Salvador, na Bahia, nesta sexta-feira (25), o ministro Luís Roberto Barroso disse que o "Supremo é o povo, e a sua vontade deve ser respeitada". O comentário do vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) foi apenas um entre os vários abordando as últimas semanas da política brasileira, marcada por uma transição de governo ocupada e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas em outubro, em uma série de atos antidemocráticos, questionando a legitimidade das urnas. 

"O resultado deve ser respeitado. Não adianta apelar para os quartéis, apelar para extraterrestres", comentou, fazendo referência a um vídeo em que os manifestantes usam sinais luminosos na cabeça. 

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A declaração foi feita durante o "I Fórum de Cidadania Política – pensando o futuro da democracia no Brasil", que ocorreu na sede do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), no Centro Administrativo da Bahia (CAB). 

“Perdeu, mané” 

Ainda durante a palestra, Barroso relembrou o episódio em que respondeu "Perdeu, mané, não amola" a um bolsonarista que o questionou sobre as urnas eletrônicas brasileiras. "Eu humanamente perdi a paciência. Gostaria de dizer que só perdi a paciência depois de três dias, em que uma horda de selvagens andava atrás de mim, me xingando de todos os nomes que alguém possa imaginar", afirmou. 

O jurista destacou que na democracia sempre haverá oposição, no entanto, ela não pode ser na base do ódio e da agressão. "As pessoas perderam o limite da civilidade movidas pelo ódio. É isso que precisamos desfazer no Brasil. [Temos] o direito de discordar, mas sem o ódio, sem a ofensa, sem a agressão", pontuou. 

 

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