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Milhares de pessoas participaram neste sábado (7) de manifestações em toda Espanha em resposta à crise catalã, defendendo a unidade nacional, ou a favor do diálogo entre os governos espanhol e catalão.

Na enorme praça Colón de Madri, uma multidão com bandeiras espanholas gritava palavras de ordem como "Catalunha é Espanha, não nos enganam", "Puigdemont, para a prisão" - em alusão ao presidente regional, Carles Puigdemont - e "Com golpistas não se conversa".

A manifestação foi convocada pela Fundação DENAES, "para a defesa da Nação Espanhola". Seu porta-voz, Iván Espinosa, disse à AFP que "estivemos 40 anos cedendo terreno ao nacionalismo".

Segundo a Delegação do Governo, 50.000 pessoas participaram da manifestação, na qual se via uma ou outra bandeira franquista e abundaram camisetas da seleção espanhola.

Rocío Villanueva, uma madrilena de 30 anos, disse à AFP estar lá para "mostrar a unidade da Espanha".

"Me dá pena tudo que está acontecendo e me dá pena que os catalães sintam que precisam se separar, porque a Espanha lhes tratou bem", afirmou.

"Estou aqui porque não quero que me ponham um muro de Berlim para ir aonde tenho meus mortos e minha família", comentou Octavi Puig, de 62, um aposentado catalão que vive em Madri.

A Delegação do Governo em Madri estimou em 50 mil o número de participantes, que ocuparam as ruas adjacentes.

Um pouco mais abaixo, em La Cibeles, na frente da prefeitura de Madri, protestavam milhares de pessoas convocadas pelo movimento cívico Hablemos/Parlem ("Falemos", em catalão), recentemente criado a partir das redes sociais, que defende o diálogo para resolver a crise e convoca manifestações de branco, sem slogans e sem bandeiras.

O mesmo aconteceu diante das prefeituras de Barcelona e de outras localidades espanholas como Zaragoza, San Sebastián (norte), Bilbao (norte), Vitoria (norte), Palma de Mallorca (leste), Valladolid (centro), ou Pamplona (norte).

A capital de Mallorca foi a única outra cidade onde houve atos a favor da unidade da Espanha e as do "Hablemos". Na primeira, a Polícia interveio entre os manifestantes e o pequeno posto que tem, em geral, uma associação pró-catalã.

"Aumentou muito a tensão e a violência. Cada vez fica pior. Dá muito medo tanta violência. Gerou-se muito medo, e isso é perigoso", disse a médica Yurena Díaz, de 36, que participou do protesto do "Hablemos" em Madri.

Na praça Sant Jaume de Barcelona, onde a prefeitura e o Palácio da Generalitat - o governo catalão - estão frente a frente, centenas de pessoas convocadas pelo "Hablemos" também se reuniram em defesa de uma solução negociada.

A empresária catalã Ana Chueco, de 51, vestida de branco e com as mãos pintadas de branco, explicou: "não queremos bandeiras, não queremos divisões, queremos que os políticos se sentem para falar".

"Vivemos com muita tensão. Nossas vidas estão embargadas por tudo isso. Não sabemos o que fazer com nosso dinheiro, nem com nossos empregos. Não sabemos o que vai acontecer", disse outra participante, Alicia Doménec, uma professora universitária catalã de 39, que estava com o filho de 3 anos.

"A tensão social não pode ser negada. Há ruptura, há fratura, há insultos, há negação do outro", acrescentou, referindo-se a um debate que divide a sociedade catalã em partes praticamente iguais.

No domingo, Barcelona será palco de uma imensa marcha para reivindicar "sensatez" - segundo o slogan da convocação do ato - e contra as aspirações separatistas. O protesto contará com a participação de personalidades, como o Prêmio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa.

Quase 300 mil pessoas protestavam nesta terça-feira em Barcelona, em um dia de greve geral na região espanhola contra a violência policial exercida para impedir o referendo, considerado ilegal pela Justiça, de domingo passado, informou um porta-voz da polícia municipal.

Segundo cálculos da Guarda Urbana de Barcelona, cerca de 300.000 pessoas se mobilizam em diferentes protestos organizados por toda a cidade, com gritos de "fora as forças de ocupação" em referência aos agentes da Guarda Civil e a Polícia Nacional destacados pelo governo central para impedir o referendo.

A Espanha vive uma de suas piores crises políticas dos últimos 40 anos, desde que o executivo separatista catalão decidiu organizar este referendo de autodeterminação apesar de sua proibição.

Centenas de policiais interviram no domingo em centros de votação, utilizando cassetetes para dispersar os militantes concentrados na frente desses espaços para protegê-los e conseguir realizar a votação.

Nesta terça-feira, em Barcelona, muitos manifestantes tentavam manter o espírito pacifista, mas a tensão era palpável em alguns pontos como em frente à Delegação do governo espanhol na região, protegida com um triplo cordão de vans da Polícia Nacional e agentes da polícia catalã.

Também estavam presentes dezenas de bombeiros da região que, ao mesmo tempo que protestavam, tentavam manter a distância entre os manifestantes e o edifício.

Multidões se reuniram nas ruas, andando sem direção clara. Perto da praça da Universidade, onde fica a universidade mais antiga da cidade, ocupada há semanas por estudantes, se podia ler em um cartaz "Fechado por revolução".

"Não queremos ser um país ocupado", gritavam os jovens em catalão. "Adeus Espanha", diziam outros, fazendo gesto com o dedo médio das mãos para um helicóptero da Polícia Nacional.

"No dia 1 de outubro fomos um país ocupado e ainda não foram embora", reclamou Antonia Maria Maura, professora da escola primária, de 56 anos.

"É a hora da rebelião pacífica e da criação de um país livre", declarou Julia, de 14 anos. O presidente catalão "Carles Puigdemont tem que declarar a independência porque toda Europa viu que a Espanha não é uma democracia: votávamos, mas nos pegavam", acrescentou.

Já Paola disse que não é separatista, mas que quis protestar pela "liberdade de expressão e pela não violência". Mariano Rajoy, o chefe do governo espanhol, disse "que iria intervir com serenidade e respeitando as leis, e acabou que os policiais agiram dessa maneira violenta", completou.

Greve

O porto de Barcelona, terceiro da Espanha, e o principal mercado atacadista de alimentos da cidade estavam quase paralisados por causa da greve geral contra a violência policial.

"A paralisação é quase total. Afeta os estivadores e transportadores. Não há nem atividade marítima nem terrestre", explicou à AFP um porta-voz do porto da capital catalã, o terceiro da Espanha em volume de mercadorias, e um dos maiores da Europa para cruzeiros turísticos. Do mesmo modo, "a greve é praticamente total" em Mercabarna, o maior mercado de frutas e verduras da Europa.

Neste centro, em que operam 770 empresas, "o mercado de frutas está totalmente fechado", assim como a seção de pescado, embora sejam atendidas um terço das demandas de carne e flores "para cobrir as urgências".

O metrô de Barcelona se encontrava com serviços mínimos. As fábricas de automóveis de SEAT funcionavam com normalidade, segundo a porta-voz da empresa, e cerca de 50 estradas foram ocupadas por manifestantes.

O FC Barcelona se juntou à greve: nem as equipes profissionais nem os juvenis (de todas as disciplinas) treinaram nesta terça. A patronal catalã do PYMES Cecot anunciou que 90% de seus membros aderiram à greve: 70% por decisão patronal, 20% por acordo entre empregados e direção, 10% por ação sindical.

Muitos dos monumentos e instalações turísticas de Barcelona, como o templo da Sagrada Família do arquiteto modernista Antoni Gaudí, tampouco abriram suas portas.

A Catalunha, que contribuiu com 19% do PIB espanhol em 2016, é, junto com Madri, a região mais rica da Espanha, além de ser a principal exportadora, com um quarto das vendas do país para o exterior em 2016 e no primeiro trimestre de 2017.

Os dirigentes garantem que venceram o referendo com 90% dos votos - 2,02 milhões de apoios sobre um censo de 5,3 milhões de eleitores - e agora querem declarar a independência de maneira unilateral.

O Governo da Catalunha informou que 90% dos eleitores votaram "sim" pela independência da região e 7,8% votaram "não". Os dados foram apresentados pelo porta-voz da Generalitat (governo catalão), Jordi Turull. No total, 2.262.424 pessoas votaram no referendo realizado neste domingo (1º).

Mais cedo, o governo catalão já havia anunciado que iria comunicar nos próximos dias o Parlamento regional os resultados da votação deste domingo (1º) para que aplique o previsto na lei catalã de referendo e proclame a independência caso o "sim" vencesse.

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Em uma declaração institucional, o presidente catalão Carles Puigdemont defendeu que a Catalunha ganhou “o direito de ser um Estado independente” após o referendo deste domingo, quando as pessoas foram convocadas a responder se queriam ou não que a Catalunha se transformasse em uma república independente.

Puigdemont argumentou que a Catalunha ganhou à força sua soberania e que as instituições catalãs têm o dever de respeitar e desenvolver o que disseram seus cidadãos. Ele ressaltou que milhões de pessoas se mobilizaram neste domingo e que, apesar das ameaças do Estado espanhol, elas têm direito de decidir seu futuro em liberdade.

Governo da Espanha

Já o presidente do Governo da Espanha, Mariano Rajoy, declarou que "não houve um referendo" e que todos os espanhóis constataram que o Estado de Direito se mantém “forte e vigente”. Além de não reconhecer a consulta, responsabilizou o governo autonômico catalão, promotor da iniciativa, de ter agido contra a convivência democrática.

Puigdemont denunciou as violações de direitos e liberdades derivadas da intervenção da Polícia Nacional e da Guarda Civil, que foram acionadas pelo governo central espanhol para impedir o referendo. Ele afirmou que as autoridades contabilizam mais de 800 feridos, dois dos quais estão em estado grave, segundo informações do Departamento de Saúde da Catalunha. "Queremos viver em paz", fora de um Estado "incapaz" de propor "algo diferente da força bruta", disse.

Segundo Puigdemont, alguns casos foram “claras violações” de direitos humanos, algo que definiu como uma das páginas mais “vergonhosas” da relação do Estado espanhol com a região autônoma. Por isso, além de defender que as agressões não fiquem impunes, apelou à União Europeia para que exerça sua autoridade e atua no caso.

Enquanto acompanhavam a apuração dos votos do referendo na Praça da Catalunha, em Barcelona, representantes de diversas organizações representativas, entre as quais a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Confederação Nacional do Trabalho (CNT), anunciaram que será realizada uma greve geral na próxima terça-feira (3).

*Com informações da agência EFE

As autoridades regionais da Catalunha mantêm o referendo de independência convocado para o domingo (1º) apesar da oposição do governo espanhol, enquanto centenas de pessoas permanecem desde a noite de sexta-feira (29) em alguns centros votação para evitar que os locais sejam fechados, conforme ordenou a Justiça. A informação é da Agência EFE.

A polícia catalã (Mossos d'Esquadra) estão presentes em 1,3 mil centros designados pelos responsáveis pelo referendo, dos quais 163 (12%) estão ocupados, segundo dados divulgados pela delegação do governo espanhol na Catalunha.

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Até o momento, os agentes não fizeram nenhum desalojamento nem requisitaram materiais relacionados à votação, como urnas, panfletos ou listas.

O governo espanhol, presidido pelo conservador Mariano Rajoy, voltou a avisar na sexta-feira que os governantes separatistas da Catalunha terão de responder à Justiça por essa consulta, e os atribuíu "deslealdade institucional" e "desobediência constitucional".

O porta-voz do gabinete presidencial, Íñigo Méndez de Vigo, insistiu que o referendo, suspenso pelo Tribunal Constitucional (TC), transgride as leis espanholas e carece de garantias democráticas, além de ser um "caos organizativo" sem censo, nem cédulas, nem urnas, nem centros oficiais de votação, alegou.

O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, por sua parte, convocou a população para a votação de domingo e garantiu que os partidários do referendo venceram "os medos, as ameaças, as pressões, as mentiras e as intimidações" de um Estado "autoritário".

Os organizadores do referendo preveem que 5,34 milhões de cidadãos possam votar entre as 9h e as 20 horas de domingo (de 4h às 15h em Brasília) em um modelo de urna de plástico apresentado ontem à imprensa.

O vice-presidente catalão, Oriol Junqueras, assegurou que haverá "alternativas" - que não detalhou - nos locais onde as forças de segurança impeçam a votação.

A apuração dos resultados estará a cargo de um grupo de acadêmicos e profissionais, já que os integrantes da Junta Eleitoral renunciaram há alguns dias para evitar as multas do TC.

Os Mossos d'Esquadra começaram a se apresentar pessoalmente nos edifícios públicos designados pelas autoridades catalãs como centros de votação para desalojá-los, fechá-los e apreender o material eleitoral, em cumprimento de uma instrução do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC).

A polícia comunicará que estas pessoas devem deixar os locais antes das 6h (hora local; 1h em Brasília) do dia 1º de outubro.

O governo catalão convocou o referendo no dia 6 de setembro, logo após o Parlamento regional ter aprovado a lei que o regula com o apoio maioritário e único dos grupos independentistas.

A oposição da Venezuela e setores da sociedade civil pediram à Assembleia Nacional que convoque um referendo popular para 16 de julho, segundo a imprensa local. Presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges disse que a proposta tem como objetivo aglutinar setores do projeto opositor, segundo o jornal El Nacional.

A oposição pretende colocar três questões no voto popular: se o povo rechaça a Assembleia Constituinte que o presidente Nicolás Maduro pretende realizar; se o povo quer decidir o papel que demanda dos funcionários públicos; e que seja o povo que decida se convoca ou respalda a renovação dos poderes públicos e a designação de um governo de unidade nacional "amparado por eleições", disse Borges segundo El Nacional.

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De acordo com o jornal El Universal, foi a oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD) que propôs a votação popular. A MUD afirma que os venezuelanos devem defender a Constituição atual e não reconhecer qualquer quem não a cumpra. Os oposicionistas rechaçam a ideia de Maduro de realizar uma Constituinte.

O presidente da Turquia, Recep Tayyp Erdogan, rejeitou as críticas de observadores internacionais sobre o referendo que ocorreu ontem no país, que expandiu os poderes presidenciais. Ele insistiu que "a eleição foi a mais democrática" já vista em qualquer país do Ocidente.

Ao discursar para apoiadores na parte externa de sua residência em Ancara, capital do país, Erdogan disse que a Turquia vai ignorar os resultados dos observatórios internacionais. "Primeiro, se coloquem em seus lugares" Nós não veremos ou escutaremos os relatórios enviesados que vocês prepararam", afirmou.

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Instituições internacionais afirmaram que os procedimentos usados na votação ficaram aquém do padrão esperado. Resultados não oficiais mostraram uma vitória apertada para Erdogan, que fez campanha pela extensão dos poderes presidenciais.

Ao mesmo tempo, centenas de pessoas protestam em dois bairros de Istambul contra a decisão do referendo. Com cartazes de "Não, nós ganhamos" e "Ladrão, assassino Erdogan", diversos manifestantes passam pelos bairros de Besiktas, do lado europeu da cidade e Kadikoy, do lado asiático. Fonte: Associated Press.

A Turquia prorrogará o estado de emergência em vigor há quase nove meses depois que o presidente, Recep Tayyip Erdogan, venceu o referendo sobre o fortalecimento de seus poderes, informaram nesta segunda-feira (17) as redes de televisão CNN Turk e NTV.

A decisão de estender o estado de emergência, imposto após o golpe de Estado fracassado de 15 de julho de 2016, será tomada durante uma reunião do Conselho de Segurança Nacional prevista a partir das 16H30 GMT (13h30 de Brasília). O vice-primeiro-ministro, Nurettin Canikli, citado pelo canal A Haber, se limitou a confirmar que a questão será discutida durante a reunião.

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O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ressaltou a margem de 1,3 milhão de votos no referendo a favor da ampliação dos poderes do Poder Executivo no país. Erdogan adotou um tom conciliador ao falar aos repórteres em Istambul sobre os resultados pleito.

Ele agradeceu a todos os eleitores independentemente de como votaram e descreveu o referendo como uma "decisão histórica". De acordo com os resultados apurados pela agência de notícias estatal Anadolu, o voto "sim" teve cerca de 51,3% dos votos contra 48,7% para o "não", com mais de 99% das urnas apuradas. Fonte: Associated Press.

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A agência de notícias oficial da Turquia, Anadolu, noticia a vitória do "sim" no referendo promovido no país sobre a expansão de poderes presidenciais. De acordo com a agência, após 99,27% das urnas apuradas dentro do país, o "sim" recebeu 51,35% contra 48,65% do "não".

Os turcos foram às urnas neste domingo para um referendo histórico sobre a aprovação de reformas constitucionais que expandem significativamente os poderes do presidente Recep Tayyip Erdogan.

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Confirmada a vitória, as 18 mudanças constitucionais vão substituir o sistema parlamentarista turco de governo por um presidencialista, abolindo o papel de primeiro-ministro.

O primeiro-ministro e o próprio presidente Erdogan anunciaram a vitória antes mesmo da divulgação dos resultados oficiais. Dirigindo-se a milhares de adeptos de bandeira que acenam na noite de domingo, o primeiro-ministro Binali Yildirim disse que o resultado final "não oficial" é "sim" para o referendo constitucional.

O principal partido de oposição da Turquia diz que vai contestar 37% das urnas contadas no referendo. O vice-presidente do Partido Popular da República, ou CHP, Erdal Aksunger, previu que o número poderia até aumentar para 60%. "Desde esta manhã, detectamos cerca de 2,5 milhões de votos problemáticos".

O partido de oposição pró-curdo do país, que também se opôs às mudanças constitucionais, disse que planeja se opor a dois terços das cédulas. O Partido Popular Democrático se pronunciou por meio de redes sociais. "Nossos dados indicam uma manipulação na faixa de 3% a 4%."

A vitória do governo no referendo representa um fortalecimento das políticas do presidente, embora seja preciso algum tempo até que todo o impacto da mudança constitucional seja sentido. Algumas medidas não teriam efeito até as eleições de 2019. (Dayanne Sousa - dayanne.sousa@estadao.com e Renato Carvalho - renato.carvalho@estadao.com, com agências internacionais)

Líderes políticos da Turquia fazem neste sábado (15) a última campanha para o referendo que promove mudanças na constituição. Comícios acontecerão pelas cidades de Istambul e Ancara e o referendo acontece no domingo (16).

Os apoiadores do "sim" argumentam que mudanças constitucionais trarão um período de estabilidade e prosperidade, enquanto o outro lado alerta que as reformas podem levar a um sistema autoritário.

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O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, lidera a campanha pelo "sim" e pede para a população votar no domingo pelas 18 mudanças na constituição, que podem abolir o cargo de primeiro-ministro, deixando todo o poder executivo para o presidente.

"A nova constituição trará estabilidade e confiança para que nosso país se desenvolva e cresça", disse Erdogan. "É sim por uma nação? É sim para uma única bandeira? É sim por único lar? É sim para único Estado? É sim, sim, sim!", disse.

Mas críticos argumentam que as alterações simplesmente aumentarão os poderes de Erdogan, que desde 2003 está no comando da Turquia, alternando como primeiro-ministro ou presidente. "Queremos um sistema parlamentar democrático ou o regime de um homem só?", afirmou Kemal Kilicdaroglu, líder do Partido Popular Republicano, em discurso em Ancara.

Se aprovada no referendo, a nova constituição começa a valer a partir da próxima eleição, agendada para 2019. Fonte: Associated Press.

A chanceler da Alemanha Angela Merkel, lamentou nesta segunda-feira (5) a renúncia do primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, após a derrota no referendo constitucional do fim de semana.

"A chanceler sente pesar pela renúncia do premiê italiano", disse o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert.

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Berlim respeita a decisão democrática do povo italiano, ele afirmou, acrescentando que o esforço da União Europeia em batalhar por mudanças efetivas e orientadas para o povo, em linha com o compromisso firmado pelos líderes da região em Bratislava.

Paralelamente, o ministro de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, expressou preocupação sobre o resultado do referendo italiano, de acordo com um comunicado lido pelo porta-voz Sawsan Chebli.

"Esta não é uma crise de Estado, mas uma crise de governo que precisa ser resolvida", diz a nota, acrescentando, por outro lado, que este não é o fim do mundo". Fonte: Dow Jones Newswires.

O governo dos Estados Unidos buscou minimizar a importância do referendo na Itália, que terminou com derrota da proposta de mudanças na Constituição e consequente renúncia do premiê Matteo Renzi. Em sua primeira reação oficial, a Casa Branca disse em nota que o voto foi parte de uma "ampla conversação nacional" sobre as reformas necessárias para melhorar a governabilidade na Itália e para fortalecer o crescimento e o investimento estrangeiro.

"Este voto foi apenas um capítulo nessa conversa, não o fim. Isso continuará nas próximas semanas e nos próximos meses", afirmou a Casa Branca no comunicado.

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Em Bruxelas, autoridades da Comissão Europeia e do Conselho Europeu não reagiram logo, mas autoridades retrataram isso como uma questão doméstica italiana sobre mudanças constitucionais, não um voto sobre a União Europeia.

O ministro das Finanças francês, Michel Sapin, reforçou essa posição na segunda-feira, ao entrar em uma reunião regular de ministros de Finanças da zona do euro onde as consequências desse voto devem ser discutidas. Sapin disse que o resultado não teria qualquer impacto significativo na capacidade da UE de resolver seus problemas e não representava "risco sistêmico" para o bloco. "Este referendo era uma questão interna italiana", afirmou Sapin. "Isso não tem qualquer peso sobre a Europa", avaliou. "A Itália é um país sólido. Um país ancorado na Europa."

O ministro das Finanças italiano, Pier Carlo Padoan, visto como um candidato tecnocrata que pode substituir Renzi como premiê, decidiu ficar em Roma.

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, demonstrou preocupação com o resultado do voto italiano, mas disse em comunicado que não se trata de uma crise de Estado, e sim "uma crise de governo que precisa ser resolvida".

Já para a política francesa Marine Le Pen, de extrema-direita e chefe da Frente Nacional, o resultado mostra um desagrado dos italianos com a UE. "A sede das nações por liberdade precisa ser ouvida", disse ela. Fonte: Dow Jones Newswires.

Autoridades eleitorais da Venezuela disseram que estão suspendendo um processo de referendo revogatório contra o mandato do presidente Nicolás Maduro, liquidando a última chance de uma mudança democrática de governo até 2019 no país assolado pela crise.

O conselho eleitoral, que está cheio de apoiadores do governo, disse em um comunicado emitido nesta noite que obedece regras de cinco tribunais criminais provinciais menores que ordenaram liminares contra o processo do referendo. As liminares vêm de um pedido de cinco governadores do partido da ocasião que alegaram fraudes pela oposição.

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Juristas constitucionais dizem que essas cortes não têm poder sobre todos os assuntos eleitorais do país, sublinhando o controle de Maduro em todas as camadas de poder em um país cada vez mais autoritário.

A oposição estava se preparando para coletar assinaturas no próximo dia 26, para conseguir firmas de 20% dos eleitores, necessárias para desencadear o referendo. Fonte: Dow Jones Newswires.

Os colombianos decidem neste domingo, 2, se ratificam ou não o acordo de paz assinado entre o governo de Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). As urnas foram abertas as 8h e os eleitores podem votar até 16h.

Durante todo o dia estão proibidas todas as maneiras de propaganda e campanha pelo 'sim' ou pelo 'não' no plebiscito. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, também não será permitido realizar trabalhos de pedagogia ou divulgação dos pontos do acordo de paz.

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As pessoas não poderão usar camisetas ou botons de campanha. Além disso, está proibida a concentração pública de partidários dos dois lados. As campanhas no rádio, na televisão ou qualquer outro canal de informação de massa estão encerradas.

Cerca de 200 observadores de 25 países supervisionarão a votação deste domingo. Os convidados internacionais também terão a responsabilidade de informar qualquer irregularidade.

Para o plebiscito ser aprovado, pelo menos 13% do colégio eleitoral precisa votar pelo 'sim', ou seja, 4,5 milhões de pessoas. O percentual havia sido proposto pelo governo, sob a justificativa de que a participação eleitoral no país costuma ser muito baixa já que o voto não é obrigatório, e foi ratificado pelo Congresso.

Se esse número não for alcançado ou o 'não' vencer, o presidente Santos já afirmou que os acordos fechados ao longo dos seis anos de negociação - sendo dois em segrego - estarão cancelados e o país volta a viver em conflito com as Farc.

No dia da assinatura do acordo de paz em Cartagena de Índias, o alto comissário da paz do governo Santos, Sergio Jaramillo, afirmou ao Estado que o governo realizou uma maratona pedagógica em diversas cidades para mostrar os pontos acertados com as Farc. "Tem sido muito emocionante. Estive na semana passada com 7 mil indígenas, 500 conselheiros, 300 empresários, em eventos separados. Não se pode acreditar que o 'não' vença", disse, confiante na aprovação do acordo.

A Justiça francesa decretou como ilegal um referendo que seria realizado em Allex, localidade do sul da França, sobre a abertura, por parte do Estado, de um centro de acolhida de migrantes no município, pelo que a consulta foi anulada.

"É diante da intransigência do Estado e por obrigação que anulo o referendo", declarou durante uma coletiva de imprensa o prefeito da localidade, Gérard Crozier, que afirmou estar "muito chateado".

O tribunal administrativo de Grenoble, contactado pelos representantes do Estado, destacou na sexta-feira que a acolhida de urgência não era competência do município, mas do Estado, e invalidou o referendo, que seria realizado no domingo.

As autoridades francesas abriram em 13 de setembro em Allex, um município de 2.500 habitantes, um centro de acolhida destinado a alojar 50 migrantes procedentes de Calais (norte).

O governo se comprometeu a reduzir o acampamento de migrantes de Calais, um imenso bairro de casas precárias na costa onde vivem, em condições indignas, milhares de migrantes, e repartir seus ocupantes por todo o território nacional.

Os primeiros 11 migrantes chegaram na semana passada a Allex, oriundos de Afeganistão, Iraque e Sudão. Foram abrigados em um antigo castelo nos arredores do povoado.

O presidente da região Auvernia-Ródano-Alpes (onde está situado Allex), Laurent Wauquiez, também presidente interino do partido de direita Os Republicanos, pediu aos prefeitos para rejeitarem a acolhida de migrantes de Calais, denunciando que os bairros de casas precárias poderiam se multiplicar no território.

O prefeito de Allex, cujos habitantes têm posturas conflitantes sobre a questão, anunciou sua intenção de "retomar a consulta com a população por outros meios".

O presidente catalão, Carles Puigdemont, prometeu nesta quarta-feira ante seu parlamento a convocação de um referendo de autodeterminação nesta região norte-oriental da Espanha em setembro de 2017, embora Madri se negue a negociá-lo.

"Perseguiremos o acordo até o último dia", afirmou. Mas se "não houve resposta positiva neste sentido, estaremos preparados para convocar o referendo para a segunda quinzena de setembro do ano que vem", disse. Em uma moção de confiança ante a câmara catalã, convocada depois de perder o apoio da facção mais radical do independentismo, Puigdemont expôs seu plano para levar adiante o processo de secessão, como havia se comprometido ao ser empossado em janeiro.

Desde então, seu governo de coalizão, formado por partidos independentistas de esquerda e direita, trabalha na conversão da administração regional em uma estatal e na preparação das leis necessárias para se desvincular do resto da Espanha. "No fim de junho de 2017 estaremos preparados para poder nos desconectar do Estado espanhol em plenas garantias e, se for possível, fazer isso de mútuo acordo com o Estado" espanhol, disse Puigdemont.

Para isso, começou a negociar com os partidos espanhóis, em sua maioria contrários ao referendo, os termos da votação, como a data, a pergunta ou o apoio necessário para proclamar a independência. "Esta é uma oferta que não perde a validade, mas que não paralisa", advertiu, afirmando que, se ganhar a moção de confiança, ordenará ao seu executivo a preparação deste referendo para o qual a região não tem competências.

"A resolução da demanda catalã será feita desta maneira: ou referendo, ou referendo", afirmou.

A líder da Frente Nacional Anti-Imigração da França, Marine Le Pen, candidata à presidência, prometeu realizar um referendo nacional sobre se o país deveria deixar ou permanecer na União Europeia se ela for eleita.

Em um discurso neste sábado, Marine Le Pen denunciou "imigração em massa" e o islamismo marcam "o novo totalitarismo do século 21". Sobre um possível referendo para saída da UE, a candidata de extrema-direita para a eleição, marcada para os meses de abril e maio de 2017, disse: "Eu vou realizá-lo na França".

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Ela também se referiu à controvérsia sobre as proibições franceses do traje de banho usado por mulheres muçulmanas chamado de burkini. Para Le Pen, a medida é um protesto contra "o rebaixamento de mulheres atrás de tecidos". Segundo ela, "a melhor arma contra o terrorismo são as urnas". As pesquisas sugerem que Le Pen pode disputar o segundo turno das eleições presidenciais. Fonte: Associated Press

Em uma promessa de campanha, o primeiro ministro do Reino Unido, David Cameron, garantiu a realização de um referendo consultando a população sobre a vontade de permanecer, ou não, na União Europeia por acreditar que a resposta seria positiva. O problema é que existia uma insatisfação por parte da população em torno de condições exigidas para permanecer como membro do bloco.

O resultado da decisão foi um pedido de desfiliação do Reino Unido da União Europeia (UE). A continuidade do processo depende do Conselho Europeu, que pedirá a Comissão Europeia para negociar o acordo de saída e que, para ser concretizada de fato, precisa do aval unânime dos 27 países integrantes do bloco. Isso pode durar ao menos 2 anos. Além de consequências nacionais, a decisão pode afetar no mundo todo as esferas política, econômica e social.

Os desdobramentos dessa decisão são inúmeros e podem afetar não apenas o Reino Unido, mas o mundo. No campo político, o primeiro-ministro britânico David Cameron anunciou que irá deixar o cargo em outubro, visto que é contra a saída do Reino Unido da UE. O resultado do referendo também pode causar conflitos internos no Reino Unido. A Escócia e Irlanda do Norte votaram por permanecer na UE e os políticos nacionalistas dos dois países já sinalizaram que pretendem trabalhar por um referendo para se separarem do Reino Unido.

O desgaste político com essas duas nações parece ser o ponto central e mais preocupante para o Reino Unido. Há cerca de um ano, a população escocesa votou em um referendo sobre a possibilidade de se desmembrar e sair da influência política exercida pela Inglaterra naquela região. Não houvesse acontecido, antes da votação, a visita e persuasão de David Cameron junto aos governantes do país, a Escócia teria deixado o Reino Unido. No caso da Irlanda, os entreveros remetem a fatos históricos do passado, mas que ainda refletem na relação política entre esses países.

Para a União Europeia, a saída do Reino Unido enfraquece o bloco no cenário mundial. Além de ser uma das principais potencias do bloco, isso significa perda de influência política, eles são responsáveis pelo quinto maior gasto militar do mundo. As consequências também recaem na política externa, devido aos laços estreitos com os Estados Unidos que devem sofrer desgaste. As restrições e uma diminuição acentuada da imigração de trabalhadores podem levar à falta de mão-de-obra na área da construção civil e em outros serviços.

O desfecho dos próximos capítulos ainda é uma incógnita. O estabelecimento de uma relação mais estável com o mercado global, tanto da União Europeia quanto do Reino Unido, ainda vai percorrer um longo caminho. Uma situação semelhante com a possível quebra do bloco ocorreu em 1975, mas foi derrubada com larga vantagem. O resultado ultrapassa o cunho político e fortalece as bases que buscam caminhos mais sólidos.

A comissão eleitoral da Tailândia informou que foi aprovada a nova constituição proposta pela Junta Militar, que está no poder há dois anos, desde o golpe que derrubou a então primeira-ministra Yingluck Shinawatra.

O referendo aconteceu neste domingo e 61,5% dos eleitores votaram "sim", enquanto 38,44% votaram "não".

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De acordo com Somchai Srisutthiyakorn, da comissão eleitoral, 91% dos votos foram contabilizados, mas apenas 55% das 50 milhões de pessoas compareceram às urnas.

No referendo, duas questões foram feitas para os eleitores. A primeira era se aceitavam a nova constituição e a segunda se permitiam a intervenção do Senado na eleição do primeiro-ministro.

O governo militar diz que a nova constituição acabará com alguns problemas do país, como a corrupção. Muitos tailandeses, por outro lado, acreditam que irá minar com a democracia, tornando mais fácil novos golpes militares.

O comandante-chefe do exército real da Tailândia e chefe da Junta Militar, Prayuth Chan-ocha, reiterou que o referendo determinará "o futuro da Tailândia". Na sexta-feira, ele havia dito que tenta levar o país de volta para a democracia. Eleições legislativas estão previstas para 2017. Fonte: Associated Press.

A oposição do governo da Venezuela completou a primeira fase do processo para ativar o referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro, com a validação das assinaturas coletadas por parte da autoridade eleitoral.

A validação de mais de 1% das assinaturas necessárias para avançar para a próxima fase abriu uma nova esperança à oposição para revogar o mandato de Maduro, em um processo que o oficialismo acredita que pode deter ou ao menos evitar que ocorra neste ano, apesar dos baixos níveis de popularidade do presidente e uma crise econômica que afeta amplos setores da população.

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A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, disse que foram validadas 407.622 rubricas, mais que o dobro do necessário, e deu um passo a uma nova fase para coletar agora o equivalente a 20% das assinaturas de eleitores.

Se o referendo acontecer em 2016, com uma maioria contra Maduro, o presidente não apenas deixará o cargo, mas serão convocadas novas eleições e a oposição terá uma chance de chegar ao poder.

Mas se o processo for feito até 2017, os últimos dois anos do atual mandato presidencial será preenchido pelo vice-presidente, conforme estabelecido pela constituição.

Uma vez realizado o referendo, a oposição tem de superar o número de votos obtidos por maduro em 2013, ou seja, pouco mais de 7,5 milhões. Fonte: Associated Press.

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