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Na República Democrática do Congo (RDC), um homem casou simultaneamente com trigêmeas. Essa história, que fez sucesso nas redes sociais, é ficção, mas muitos acreditam porque, apesar da lei proibir, a poligamia persiste neste país.

Uma "reportagem" de um canal no YouTube postada no início de março contou a aventura de um jovem congolês que supostamente se apaixonou por uma mulher que ele acreditava ser a única, mas que, na verdade, tinha duas gêmeas, a ponto que se casou com as trigêmeas.

Os comentários variam de "Já vimos de tudo" a "Ele vai sofrer" e até uma admiração "Esse cara é ótimo".

Os detalhes do caso não foram revelados, mas um diretor de cinema de Goma, capital do Kivu do Norte (leste), reconheceu ser o autor do vídeo, que é uma ficção interpretada por atores, mas que ele afirma ser baseado em fatos reais.

Na província vizinha de Kivu do Sul, a vida de Chirhuza Zagabe, de 60 anos, pastor da "Igreja Primitiva do Senhor", uma das muitas igrejas e seitas religiosas presentes na RDC, é muito real.

Em 2012, ele se casou com três mulheres ao mesmo tempo em sua igreja. Mais tarde, deserdou uma por "má conduta", diz. Depois de mais casamentos, Zagabe agora tem mais quatro esposas.

A mais velha tem 48 anos e a mais nova 26. Três vivem com ele sob o mesmo teto em Bukavu, e a quarta em Bujumbura, Burundi, onde alguns de seus filhos estudam.

"Ainda posso me casar, o ideal é chegar a sete mulheres", afirma o pastor, também gerente da filial provincial de uma petroleira.

- Cultura tradicional -

No total, ele diz ter 16 filhos. Todos os domingos, nas novas instalações de sua igreja -em um bairro isolado de Bukavu-, explica as origens da poligamia, da qual se gaba.

Algumas dezenas de fiéis ouvem suas palavras, as mulheres de um lado do corredor central, os homens do outro.

No "princípio" havia "um homem e muitas mulheres", explica.

"Para evitar o adultério e a devassidão, Deus autorizou o homem a ter várias mulheres", disse o pastor à AFP.

Questionado em sua paróquia de Saint Claver de Nguba, em outro bairro da cidade, o padre católico Raymond Kongolo retifica: "A poligamia é uma instituição humana que remonta à nossa cultura tradicional africana e congolesa. Não é uma instituição divina".

Também não é uma instituição legal, enfatiza Joseph Yav, advogado e professor de direito em Lubumbashi (sudeste).

A Constituição e o Código da Família são claros: "O casamento na República Democrática do Congo é monogâmico", a poligamia é um crime.

Mas, observa o jurista, "está presente e é praticado nas tradições congolesas, apesar da proibição formal da lei".

Com duas esposas e oito filhos, Kalungu Kalebe, de 40 anos, não se considera um fora da lei, mas "abençoado por Deus".

"Devo seguir os passos de Davi, Abraão e Salomão, que se casaram com várias mulheres", diz.

Outra fiel presente na sala, Natanael, de 15 anos, afirma que está "disposta" a se casar com um homem que tem várias esposas. "Não me incomoda em nada", diz a jovem.

Rakel, uma das esposas do pastor, está feliz por ter "três filhos com ele", e considera a descendência das outras esposas como sua.

Por seu lado, Nicolás Lubala, católico de 42 anos, considera que a poligamia "é um desvio da nossa sociedade. É inconcebível!"

Ele acusa a Igreja primitiva - que existe desde 1983 e tem sede em Kinshasa - de "contribuir para a depravação dos costumes".

Segundo o centro de pesquisa americano Pew Research Center, cerca de 2% da população mundial vive em lares polígamos e é na África que a prática é mais difundida (11%). Na República Democrática do Congo, a proporção seria de 2%.

O papa Francisco visitará a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul de 2 a 7 de julho, anunciou nesta quinta-feira o Vaticano.

"Em resposta ao convite dos chefes de Estado e das respectivas Conferências Episcopais, o papa Francisco fará em breve uma viagem apostólica à República Democrática do Congo de 2 a 5 de julho, durante a qual visitará as cidades de Kinshasa e Goma. Depois visitará o Sudão do Sul, de 5 a 7 de julho, para seguir até Juba", anunciou em um comunicado o diretor de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

Esta será uma viagem delicada, a países africanos que estiveram envolvidos em violentas guerras civis que provocaram muitas vítimas e deslocados.

Em novembro de 2017, Francisco celebrou uma missa na basílica de São Pedro que começou com cantos em suaíli pela paz nestes dois países, que o pontífice deveria ter visitado na ocasião, uma viagem adiada em consequência da guerra civil.

A RDC, um país de quase 90 milhões de habitantes, tem 40% de católicos e 35% de protestantes, além de outras igrejas cristãs.

A última visita de um pontífice a Kinshasa aconteceu em 1985, quando João Paulo II permaneceu dois dias no país, que na época ainda era chamado Zaire e era governado por Mobutu Sese Seko.

A viagem ao continente africano será a segunda do papa argentino, de 85 anos, ao exterior em 2022, depois de sua visita a Malta prevista para 2 e 3 de abril.

O médico congolês Denis Mukwege, Prêmio Nobel da Paz de 2018, reivindicou nesta sexta-feira (10) a criação de um tribunal penal internacional para a República Democrática do Congo, país mergulhado na violência há mais de 25 anos.

"Apesar do estado de sítio instaurado nos Kivus e em Ituri" desde o início de maio, "a situação em termos de segurança não parece melhorar nessas províncias", afirmou Denis Mukwege em um comunicado, referindo-se "com horror aos recentes massacres".

Estes ataques deixaram dezenas de mortos nos territórios de Beni e Irumu.

As populações "vivem com medo e terror", apesar de a ONU ter mobilizado suas forças na região, a Monusco, para apoiar o Exército congolês.

Segundo ele, "esta situação trágica e escandalosa não pode continuar".

"Diante do fracasso das soluções políticas e de segurança, estamos convencidos de que o caminho para a paz duradoura exigirá o recurso a todos os mecanismos de justiça de transição", convocou.

Nesse sentido, afirmou que o presidente congolês, Felix Tshisekedi, deve "solicitar, de forma expressa, às Nações Unidas que estabeleça um tribunal penal internacional para a República Democrática do Congo e apoie a criação de câmaras especializadas mistas para fazer justiça às vítimas de os crimes mais graves".

"Os líderes de todo mundo tomarão a palavra em breve" na Assembleia Geral da ONU, lembrou Mukwege, estimulando Tshisekedi a "pedir a ajuda das Nações Unidas e a adoção de uma resolução do Conselho de Segurança para implementar, sem demora, uma equipe de investigadores".

Segundo Mukwege, um médico que atua em Kivu do Sul, esses investigadores terão de "exumar as numerosas valas comuns no leste do país e coletar e preservar as provas de atos suscetíveis de constituir crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crimes de genocídio".

É preciso "pôr fim à cultura de impunidade que alimenta os conflitos no nosso país desde os anos 1990", concluiu.

Nesta segunda-feira (1º) o governo da República Democrática do Congo declarou que o país está passando por um novo surto de Ebola no noroeste do país, em meio à pandemia do novo coronavírus. 

Segundo o ministro da saúde, Eteni Logondo, quatro pessoas já morreram vítimas da doença, de acordo com exames realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica na cidade de Mbandaka. 

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O ebola, doença altamente contagiosa, é considerado endêmico na República Democrática do Congo, onde desde agosto de 2018 já matou cerca de 2,3 mil pessoas. De 2014 a 2016 o vírus também matou 11,3 mil pessoas em Serra Leoa, na Guiné e na Libéria. Já o novo coronavírus, infectou cerca de 3,2 mil pessoas e levou a 72 mortes na República Democrática do Congo. 

O anúncio do novo surto de ebola causou muita agitação nas redes sociais, com comentários de medo por parte dos internautas que já se sentem assustados por ter que lidar com o coronavírus. Confira: 

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Um total de 3.373 casos de pessoas contagiados com o vírus do Ebola foram registrados na República Democrática do Congo (RDC), dos quais 2.231 morreram desde agosto de 2018, informaram neste domingo as autoridades de Saúde do país africano.

O relatório divulgado pelo Comitê Multissetorial de Resposta à Epidemia (CMRE) acumula os casos desde que, há 16 meses, foi declara a epidemia, que afeta principalmente as províncias de Kivu do Norte e Ituri, no leste.

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As autoridades de saúde também informaram que estão sendo investigados 341 casos suspeitos.

As ações de combate à doença são abaladas periodicamente devido à presença de diversas milícias nas áreas afetadas.

Membros das equipes de saúde ficaram mortos ou feridos em ataques armados em Kivu do Norte e em Ituri, e os centros de saúde criados para tratar as vítimas também são alvo de atentados.

A atual epidemia de Ebola é a décima em território congolês desde 1976 e a segunda epidemia mais grave da história depois da África Ocidental em 2014 (11.000 mortos na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné).

Dezenas de manifestantes invadiram um campo da ONU em Beni, nordeste da República Democrática do Congo (RDC), como parte de um protesto contra uma série massacres atribuído ao grupo armado ADF.

A RDC anunciou operações militares “conjuntas” com a ONU, segundo a presidência após este ataque à Missão das Nações Unidas no Congo (Monusco) em Beni, onde a tensão dos últimos dias suspendeu a luta contra a epidemia de ebola que matou cerca de 2.200 pessoas.

“As casas dos funcionários das Nações Unidas foram atacadas e vandalizadas”, afirmou uma porta-voz da Monusco contatada pela AFP.

O escritório atacado está localizado próximo a um acampamento de Capacetes Azuis do Malauí, segundo a Monusco.

As forças congolesas também estavam presentes no local.

"Os Capacetes Azuis começaram a atirar para o ar, mas nenhum disparo foi dirigido aos manifestantes”, disse à AFP um porta-voz da missão da ONU.

Antes dos manifestantes invadirem, dois helicópteros das Nações Unidas pousaram brevemente na base civil da ONU e partiram, de acordo com o correspondente da AFP.

As forças de segurança congolesas dispararam balas reais para tentar conter manifestantes perto da base e de outra não muito longe, segundo a mesma fonte.

Pelo menos um manifestante e dois policiais ficaram feridos, de acordo com o correspondente da AFP no local.

Em visita a Paris, a presidente do Parlamento congolês, Jeanine Mabunda, se perguntou publicamente sobre o papel da Monusco, estimando que a missão, ao custo de um bilhão de dólares por ano, “não pode permanecer indefinidamente”.

“Há um desconforto entre a presença, o custo da Monusco na RDC e os resultados obtidos”, afirmou à AFP Mabunda, que julgou “legítimo que as populações se perguntem por que essa força continua na RDC”.

Antes de atacar a base da ONU em Beni, manifestantes atearam fogo na prefeitura, que foi parcialmente destruída, segundo o correspondente da AFP.

- Luta antiebola ameaçada -

A luta contra a epidemia de ebola, que assola a região, está interrompida desde sexta-feira.

Oito civis morreram no início desta segunda-feira em Bokeine, norte de Beni, em um novo assassinato atribuído às Forças Democráticas Armadas (ADF), disse um porta-voz do exército.

No total, 77 civis perderam a vida em Beni e arredores nas mãos do ADF em retaliação à ofensiva do exército congolês contra suas bases, anunciou em 30 de outubro.

Manifestantes denunciam há vários dias a falta de ação do exército e dos Capacetes Azuis presentes na região, antes dos assassinatos da ADF.

No sábado, um manifestante morreu quando a polícia dispersou uma marcha em Beni.

A Monusco se defende das acusações afirmando que o exército congolês lançou suas operações contra o ADF de maneira unilateral.

Os voluntários das ONGs em Beni foram convidados a ficar em suas casas nesta segunda-feira, “protegidos de ângulos de tiro e longe de portas e janelas”, afirmaram fontes humanitárias.

Pelo menos 23 corpos foram encontrados no local onde um avião de pequeno porte caiu na manhã deste domingo (24) em Goma, na República Democrática do Congo, em um bairro pobre perto do aeroporto, informou o serviço de emergência.

"Contabilizamos 23 corpos até o momento", declarou Joseph Makundi, coordenador da Defesa Civil em Goma, a um correspondente da AFP. O avião da companhia Busy Bee transportava 19 pessoas, de acordo com a empresa. Ele caiu em pelo menos uma habitação.

Além dos passageiros, moradores de Mapendo provavelmente estão entre as vítimas do acidente da aeronave modelo Dornier-228. As equipes de resgate ainda não forneceram um balanço preciso para passageiros e residentes.

"Havia 17 passageiros a bordo e dois tripulantes", disse à AFP Héritier Said Mamadou, responsável da Busy Bee. O avião caiu em uma casa no bairro de Mapendo/Birere de Goma, próximo ao aeroporto construído no meio de áreas densamente povoadas, segundo vídeos compartilhados nas redes sociais.

Um vídeo recuperado pela AFP mostra a cabine da aeronave embutida na parede de uma casa, com habitantes do bairro ao redor. A aeronave faria o trajeto Beni-Butembo, 350 km ao norte de Goma. O piloto "errou na decolagem", afirmou o governador de Kivu do Norte, Carly Nzanzu Kasivita, em comunicado.

Uma segunda vacina contra o ebola foi introduzida de forma experimental nesta quinta-feira (14) no leste da República Democrática do Congo (RDC), dias depois da homologação oficial do primeiro tratamento.

Equipes da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) abriram dois centros de aplicação das doses do laboratório americano Johnson & Johnson (J&J) em Goma, uma grande cidade de Kivu do Norte de um a dois milhões de habitantes, na fronteira com Ruanda.

No bairro de Majengo, na manhã desta quinta-feira, duas pessoas foram vacinadas e 41 estavam na lista de espera, indicou à AFP um porta-voz da MSF.

Responsável pela implementação deste novo protocolo, a MSF quer chegar a "50.000 pessoas em um período de quatro meses", com 23.000 doses que já foram entregues na RDC, segundo cifras desta organização.

Uma segunda dose será aplicada daqui a dois meses, detalhou a MSF em um comunicado.

Trata-se de "comprovar o bom desenvolvimento da vacina em duas doses, em uma região onde a população é muito móvel e onde houve casos no passado", acrescentou.

Em julho e agosto, foram registrados em Goma quatro primeiros casos de febre hemorrágica. As autoridades médicas temeram uma propagação da doença nesta cidade populosa, centro de intercâmbios com Ruanda, Uganda e a província vizinha de Kivu do Sul.

Nenhum novo caso de vírus do ebola foi declarado em Goma desde agosto. O epicentro da epidemia se encontra 350 km ao norte, na região de Beni-Butembo.

Declarada em 1 de agosto de 2018, esta décima epidemia de febre hemorrágica em solo congolês deixou 2.193 mortos, e 1.067 pacientes se curaram.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a epidemia "emergência de saúde pública mundial" em 17 de julho, em um chamado para arrecadar fundos.

Esta é a primeira vez que vacinas são introduzidas de forma "experimental" (sem a autorização prévia de sua comercialização) para prevenir a doença.

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) acusou nesta segunda-feira a Organização Mundial Saúde (OMS) de "racionar" vacinas utilizadas para tentar controlar a epidemia de ebola na República Democrática do Congo.

Em uma nota oficial, MSF aponta que "um dos maiores problemas reside atualmente no fato de que, na prática, a vacina (contra o ebola) é racionada pela OMS e muitas pessoas em risco não estão protegidas".

A organização criticou a "opacidade" da OMS na distribuição de vacinas e pediu a "criação de um comitê independente de coordenação internacional, para garantir a transparência sobre a gestão dos estoques e a distribuição de dados".

O comitê poderia ser integrado por entidades como a própria OMS e MSF, assim como a Cruz Vermelha e o Unicef, para "estimular discussões abertas com os produtores de vacinas".

Declarada no dia 1 de agosto de 2018, a 10ª epidemia de febre hemorrágica ebola na região do Congo já provocou a morte de mais de 2.100 pessoas.

Em julho, a OMS elevou o nível de ameaça do ebola para "urgência de saúde pública de alcance internacional".

No total, 225.000 pessoas receberam uma dose da vacina produzida pelo laboratório Merck desde 8 de agosto de 2018, "mas o número é amplamente insuficiente", afirma MSF em seu comunicado.

"Entre 2.000 e 2.500 pessoas poderiam ser vacinadas a cada dia, contra um ritmo atual de entre 500 e 1.000 pessoas", afirma no texto a diretora de operações de MSF, Isabelle Defourny.

"As razões por trás das restrições ainda são obscuras", afirma a organização.

A malária matou mais de 1.800 pessoas no Burundi no decorrer do ano, informou a ONU, o mesmo número de vítimas provocado pelo ebola em um ano na vizinha República Democrática do Congo.

Entre 1 de janeiro e 21 de julho de 2019 foram "notificados 5.738.661 casos e 1.801 mortes", afirma um relatório do Escritório para a Coordenação Assuntos Humanitários (OCHA) das Nações Unidas.

O Burundi tem quase 11,5 milhões de habitantes. O OCHA destacou que uma mesma pessoa pode ter contraído malária diversas vezes.

Os autores do relatório mencionam as "proporções epidêmicas" da doença desde o início de maio, mas o governo do Burundi descartou até o momento declarar uma epidemia de malária, apesar dos pedidos das organizações internacionais neste sentido desde abril.

"Durante a semana 29 (de 15 a 21 de julho de 2019), 152.243 casos, incluindo 65 mortes, foram registrados em 39 distritos dos 46 que existem no Burundi", informa o relatório.

O número de casos apontados aumentou 164% na comparação com a semana 29 de 2018.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2017 foram registrados quase 219 milhões de casos de malária, que deixaram 435.000 mortos, 93% deles na África.

Um terceiro paciente foi diagnosticado, nesta quarta-feira (31), com o vírus Ebola na cidade de Goma, polo comercial de dois milhões de habitantes no leste da República Democrática do Congo, o que aumenta os temores sobre uma epidemia na região, informaram fontes médicas.

"Acabaram de me informar sobre outro caso confirmado da doença no Centro de Tratamento do Ebola (CTE) de Goma", disse à AFP o doutor Aruna Abedi, coordenador de reposta ao Ebola na província de Kivu do Norte (leste).

"A vacinação começou no centro de saúde de Kiziba para interromper a cadeia de propagação. O pessoal médico, os contatos (dos pacientes) e os contatos dos contatos são os primeiros objetivos", revelou o doutor.

"Este terceiro caso confirmado é o de uma menina de um ano filha de um homem que faleceu hoje por Ebola no CTE de Kiziba. A criança já apresentava sintomas da doença", disse à AFP um agente de saúde.

"Um paciente com caso confirmado de Ebola em Goma morreu e adotamos todas as medidas para cortar a cadeia de contaminação", disse à AFP Jean-Jacques Muyembe, funcionário nomeado pela presidência congolesa para coordenar a resposta à epidemia.

O homem havia chegado ao centro de tratamento "no dia 11 e não havia esperança devido ao elevado avanço da doença", destacou o doutor Aruna Abedi.

Na vizinha província de Kivu do Sul, 15 pessoas foram colocadas em quarentena em uma localidade à beira do Lago Kivu, sendo os primeiros casos suspeitos de Ebola nesta província.

A atual epidemia foi deflagrada em agosto de 2018 em Kivu do Norte e chegou a Ituri (nordeste), mas até o momento estava relativamente limitada.

Mas os novos casos em uma cidade como Goma aumentam os temores sobre a propagação de uma epidemia que já deixou 1.803 mortos, segundo as autoridades.

Uma mina de ouro na região nordeste da República Democrática do Congo (RDC) desabou, provocando a morte de 13 mineradores, informaram autoridades locais. O acidente ocorreu na noite de quinta-feira em Mambasa, na Província de Ituri.

Segundo o líder da sociedade civil de Ituri, Godefroid Tshombe, entre os feridos há crianças que se dedicam à mineração depois que saem das aulas.

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Tshombe disse que o desmoronamento foi causado pela fragilidade do solo úmido das chuvas que caem na região. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um membro da Organização Mundial da Saúde (OMS) morreu nesta sexta-feira em um ataque armado contra um hospital em Butembo, atualmente epicentro da epidemia de ebola no leste da República Democrática do Congo, indicou a OMS.

"Meus colegas e eu estamos em luto pela perda de um valente colega que salvava vidas para terminar com o ebola", informou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no Twitter.

"Estamos escandalizados pelo ataque. Os trabalhadores de saúde não são alvos", acrescentou.

Segundo autoridades, a vítima era de Camarões e estava em uma reunião de trabalho sobre o ebola.

A epidemia da doença do vírus do Ebola no leste da República Democrática do Congo (RDC) está relativamente controlada na maioria das zonas afetadas, indicou nesta terça-feira o ministro da Saúde.

Os dados clínicos demonstram que "a epidemia está relativamente controlada na maioria das zonas sanitárias afetadas", disse Oly Ilunga Kalenga em uma coletiva de imprensa em Kinshasa.

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"No total 19 zonas sanitárias foram afetadas por ao menos um caso de ebola durante a epidemia. Podemos dizer que a situação está controlada em 17 zonas sanitárias, 11 não registraram novos casos durante mais de 21 dias e outras seis zonas sanitárias só registraram quatro novos casos", indicou.

Em 1 de agosto de 2018 foi declarada a décima epidemia de ebola na província de Kivu do Norte, que mais tarde afetou também a província vizinha de Ituri (nordeste).

Desde que a epidemia começou houve 897 casos, dos quais 563 pessoas faleceram, indicou o ministro Ilunga.

No nordeste da República Democrática do Congo, 283 pessoas já morreram vítimas de ebola, o que caracteriza o surto como o mais letal da história do país, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde local.

O relatório do órgão, que inclui as vítimas fatais até 8 de dezembro, aponta que 235 mortes por causa da doença foram confirmadas em testes de laboratório e 48 são prováveis. O número de casos registrados até o momento é de 494, dos quais 446 estão confirmados e 48 são suspeitos.

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Esse surto superou, inclusive, a epidemia que havia sido a pior já enfrentada pela população da cidade de Yambuku, também do norte do país, em agosto de 1976, considerada como a primeira de ebola no mundo. Naquela época, com uma taxa de mortalidade de quase 90%, 280 pessoas morreram dos 318 casos contabilizados.

A atual epidemia é também a segunda maior do mundo em número de casos, atrás apenas da de 2014 na África Ocidental.

O balanço da epidemia de febre hemorrágica ebola no leste da República Democrática do Congo (RDC) subiu a 75 mortos, informou nesta segunda-feira (27) o ministério da Saúde.

"No total, 111 casos de febre hemorrágica foram notificados na região", aponta o último boletim do ministério sobre a situação da epidemia. Há uma semana, o balanço era de 55 mortos.

O ministério da Saúde contabiliza 47 mortes entre os 83 casos confirmados por análise em laboratório, além de 28 mortes provavelmente devido ao vírus ebola, a maioria registrada antes da epidemia ser declarada em 1º de agosto.

"Desde 8 de agosto de 2018, 4.130 pessoas foram vacinadas", continua o ministério, que também relata o monitoramento de 2.445 "contatos" (pessoas que poderiam ter tido contato com o vírus).

Há também 18 recuperações, 18 pacientes hospitalizados e 10 casos suspeitos que estão sendo investigados, segundo a direção para o combate à doença.

Nenhum novo caso foi registrado em 26 de agosto, diz o boletim.

Em 1º de agosto, detectou-se um novo surto de ebola nas províncias de Kivu do Norte e Ituri, no leste do país. Este é o décimo surto desta epidemia que afeta a RDC desde 1976.

O último balanço pela nova epidemia de ebola na República Democrática do Congo (RDC) subiu para 49 mortos, e 2.000 pessoas são tratadas pelo vírus, número que aumenta gradualmente há 18 dias neste país.

Desde o anúncio da nova epidemia em 1º de agosto, na província de Kivu do Norte, há 49 mortos dos 90 casos identificados, segundo o último relatório da "situação epidemiológica" do Ministério da Saúde congolês.

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A direção-geral de luta contra a doença contabilizou 22 mortes entre os 63 casos confirmados pelos exames das amostras em laboratório, e 27 mortes provavelmente devido ao ebola, por conta de um "laço epidemiológico" com o vírus.

"A Organização Mundial de Saúde espera mais casos. Não sabemos se todas as cadeias de transmissão foram identificadas", declarou à imprensa na sexta-feira um porta-voz, Tarik Jasarevic, da sede em Genebra.

O diretor-geral da OMS declarou neste domingo que é possível "acabar muito em breve" com a epidemia de ebola que causou a morte de 27 pessoas no noroeste da República Democrática do Congo (RDC).

"Sou prudentemente otimista (e acredito) que poderemos acabar muito em breve" com a epidemia da doença do vírus do ebola na província do Equador, declarou à imprensa no aeroporto de Kinshasa Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Tedros realiza uma visita de "avaliação" da situação na província do Equador, no noroeste, onde as autoridades declararam a epidemia em 8 de maio.

"Vim para avaliar a situação e a situação melhora. O último caso em Mbandaka foi em 20 de maio, em Bikoro em 17 de maio, e claro confirmamos um caso em Iboko em 2 de junho", detalhou Tedros.

"Os casos que temos (atualmente) estão em lugares que não são muito acessíveis" em um povo isolado, Iboko, situado perto da cidade de Bikoro, explicou.

Até 6 de junho, cerca de mil pessoas foram vacinadas contra esta doença, entre o pessoal médico, as pessoas em contato com os doentes e as que por sua vez estiveram em contato com essas pessoas.

Em um balanço das autoridades, difundido em 4 de junho, "58 casos de febre hemorrágica foram apontados na região, 37 deles confirmados, 14 prováveis e sete suspeitos".

A epidemia de ebola foi declarada em 8 de maio em Bikoro, 600 km ao norte de Kinshasa. Depois se propagou à cidade de Mbandaka, onde vivem 1,2 milhão de pessoas.

Em 21 de maio, a OMS e as autoridades lançaram uma campanha de vacinação.

Os países entorno da República Democrática do Congo, como Uganda, Zambia e Angola, no continente africano, foram avisados que estão sob alto risco de transmissão de ebola em razão do surto registrado no país. As informações foram divulgadas hoje (25), por meio de nota oficial do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Guebreyesus. "Estamos fazendo todo o possível para impedir que o ebola se espalhe para além das fronteiras e também para estarmos preparados caso isso aconteça”, disse.

A República Democrática do Congo já notificou 58 casos de ebola. Os números incluem 28 casos confirmados, 21 casos prováveis e nove suspeitos, além de 27 mortes. A maior parte das infecções foi identificada nas regiões de Bikoro (29 casos) e Iboko (22 casos).

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Desde o início da semana, o Ministério da Saúde local, em parceria com a própria OMS, Médicos sem Fronteiras e Fundo das Nações Unidas para a Infância trabalham para vacinar comunidades mais afetadas pelo ebola.

A dose em questão tem caráter experimental e já havia sido utilizada na Guiné em 2015. Segundo a OMS, a vacina foi utilizada em diversos ensaios envolvendo mais de 16 mil voluntários na Europa, na África e nos Estados Unidos e se mostrou segura para o uso em humanos.

A República Democrática do Congo vive seu nono surto de ebola desde a descoberta do vírus, em 1976. Na última sexta-feira (18), a OMS optou por não declarar emergência internacional em saúde pública, mas alertou que a situação na região africana desperta preocupação e que países vizinhos foram avisados da possibilidade de disseminação do vírus.

A República Democrática do Congo registrou pelo menos mais sete casos de suspeita de ebola, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre 4 de abril e 13 de maio foram reportados 39 casos da doença, incluindo 19 mortes.

De acordo com o organização, a região de Bikoro é a mais afetada com 29 casos, sendo dois confirmados, sete suspeitos e 20 prováveis. Em seguida, estão as áreas de Iboko com oito casos, sendo três prováveis e cinco suspeitos, e de Wangata com dois casos prováveis.

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A OMS informou que já foram enviadas 50 equipes de saúde pública na tentativa de conter o surto. O diretor de Emergências da organização, Peter Salama, afirmou que a OMS está muito preocupada porque a área onde surgiu a doença é muito pobre e com um acesso muito precário, além de que a chegada de assistência é um desafio por si só.

 

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